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APOSTILA

DE HUMANAS

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GUIADOVESTIBULINHO
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Quem sou eu?
Meu nome é Diego William, e minha missão esse ano é fazer
você passar em um vestibulinho de Ensino Médio!

Sou Engenheiro de Materiais de formação e professor de


coração...

Sou de São José dos Campos/SP, vim de escola pública, nunca


tive dinheiro pra pagar um colégio particular, por
isso sempre lutei para passar em um
vestibulinho e mudar minha vida.

E deu certo! Passei em 6 vestibulinhos


e em 8 vestibulares!

Desde 2013 trabalho como professor


e mentor para alunos que sonham em
passar em um vestibulinho...

Mas em 2018 resolvi fazer diferente:


fundei o Guia do Vestibulinho, que já
ajuda literalmente milhares de alunos
a se prepararem para as provas de bolsa e
vestibulinhos das maiores e melhores
escolas do país.
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precisa
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para estudar
nas
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do Brasil!
APOSTILA
DE HUMANAS
GLOBALIZAÇÃO
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares
“A globalização permite, em tese, uma maior integração entre as diferentes
áreas do planeta”

A globalização é um dos termos mais frequentemente empregados para


descrever a atual conjuntura do sistema capitalista e sua consolidação no
mundo. Na prática, ela é vista como a total ou parcial integração entre as
diferentes localidades do planeta e a maior instrumentalização proporcionada
pelos sistemas de comunicação e transporte.

Mas o que é globalização exatamente?

O conceito de globalização é dado por diferentes maneiras conforme os mais


diversos autores em Geografia, Ciências Sociais, Economia, Filosofia e História
que se pautaram em seu estudo. Em uma tentativa de síntese, podemos dizer
que a globalização é entendida como a integração com maior intensidade das
relações socioespaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão
entre as diferentes partes do globo terrestre.

Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente a uma
ocasião ou acontecimento, mas a um processo. Isso significa dizer que a
principal característica da globalização é o fato de ela estar em constante
evolução e transformação, de modo que a integração mundial por ela gerada é
cada vez maior ao longo do tempo.

Há um século, por exemplo, a velocidade da comunicação entre diferentes


partes do planeta até existia, porém ela era muito menos rápida e eficiente
que a dos dias atuais, que, por sua vez, poderá ser considerada menos
eficiente em comparação com as prováveis evoluções técnicas que ocorrerão
nas próximas décadas. Podemos dizer, então, que o mundo encontra-se cada
dia mais globalizado.

O avanço realizado nos sistemas de comunicação e transporte, responsável


pelo avanço e consolidação da globalização atual, propiciou uma integração
que aconteceu de tal forma que tornou comum a expressão “aldeia global”. O
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termo “aldeia” faz referência a algo pequeno, onde todas as coisas estão
próximas umas das outras, o que remete à ideia de que a integração mundial
no meio técnico-informacional tornou o planeta metaforicamente menor.

A origem da Globalização

Não existe um total consenso sobre qual é a origem do processo de


globalização. O termo em si só veio a ser elaborado a partir da década de
1980, tendo uma maior difusão após a queda do Muro de Berlim e o fim da
Guerra Fria. No entanto, são muitos os autores que defendem que a
globalização tenha se iniciado a partir da expansão marítimo-comercial
europeia, no final do século XV e início do século XVI, momento no qual o
sistema capitalista iniciou sua expansão pelo mundo.

De toda forma, como já dissemos, ela foi gradativamente apresentando


evoluções, recebendo incrementos substanciais com as transformações
tecnológicas proporcionadas pelas três revoluções industriais. Nesse caso, cabe
um destaque especial para a última delas, também chamada de Revolução
Técnico-Científica-Informacional, iniciada a partir de meados do século XX e
que ainda se encontra em fase de ocorrência. Nesse processo, intensificaram-
se os avanços técnicos no contexto dos sistemas de informação, com destaque
para a difusão dos aparelhos eletrônicos e da internet, além de uma maior
evolução nos meios de transporte.

Portanto, a título de síntese, podemos considerar que, se a globalização iniciou-


se há cerca de cinco séculos aproximadamente, ela consolidou-se de forma
mais elaborada e desenvolvida ao longo dos últimos 50 anos, a partir da
segunda metade do século XX em diante.

Características da globalização / aspectos positivos e negativos

Uma das características da globalização é o fato de ela se manifestar nos mais


diversos campos que sustentam e compõem a sociedade: cultura, espaço
geográfico, educação, política, direitos humanos, saúde e, principalmente, a
economia. Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa é vivenciada nos
Estados Unidos ou quando uma manifestação tradicional africana é revivida no
Brasil, temos a evidência de como as sociedades integram suas culturas,
influenciando-se mutuamente.

Existem muitos autores que apontam os problemas e os aspectos negativos da

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globalização, embora existam muitas polêmicas e discordâncias no cerne desse
debate. De toda forma, considera-se que o principal entre os problemas da
globalização é uma eventual desigualdade social por ela proporcionada, em que
o poder e a renda encontram-se em maior parte concentrados nas mãos de
uma minoria, o que atrela a questão às contradições do capitalismo.

Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar uma desigual forma de


comunicação entre os diferentes territórios, em que culturas, valores morais,
princípios educacionais e outros são reproduzidos obedecendo a uma
ideologia dominante. Nesse sentido, forma-se, segundo essas opiniões, uma
hegemonia em que os principais centros de poder exercem um controle ou
uma maior influência sobre as regiões economicamente menos favorecidas,
obliterando, assim, suas matrizes tradicionais.

Entre os aspectos positivos da globalização, é comum citar os avanços


proporcionados pela evolução dos meios tecnológicos, bem como a maior
difusão de conhecimento. Assim, por exemplo, se a cura para uma doença
grave é descoberta no Japão, ela é rapidamente difundida (a depender do
contexto social e econômico) para as diferentes partes do planeta. Outros
pontos considerados vantajosos da globalização é a maior difusão comercial e
também de investimentos, entre diversos outros fatores.

É claro que o que pode ser considerado como vantagem ou desvantagem da


globalização depende da abordagem realizada e também, de certa forma, da
ideologia empregada em sua análise. Não é objetivo, portanto, deste texto
entrar no mérito da discussão em dizer se esse processo é benéfico ou
prejudicial para a sociedade e para o planeta.

Efeitos da Globalização

Existem vários elementos que podem ser considerados como consequências


da globalização no mundo. Uma das evidências mais emblemáticas é a
configuração do espaço geográfico internacional em redes, sejam elas de
transporte, de comunicação, de cidades, de trocas comerciais ou de capitais
especulativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas mais
preponderantes que outras – e pelos fluxos desenvolvidos entre esses
diferentes pontos.

Outro aspecto que merece destaque é a expansão das empresas


multinacionais, também chamadas de transnacionais ou empresas globais.
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Muitas delas abandonam seus países de origem ou, simplesmente, expandem
suas atividades em direção aos mais diversos locais em busca de um maior
mercado consumidor, de isenção de impostos, de evitar tarifas alfandegárias e
de angariar um menor custo com mão de obra e matérias-primas. O processo
de expansão dessas empresas globais e suas indústrias reverberou no avanço
da industrialização e da urbanização em diversos países subdesenvolvidos e
emergentes, incluindo o Brasil.

Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a formação dos


acordos regionais ou dos blocos econômicos. Embora essa ocorrência possa
ser inicialmente considerada como um entrave à globalização, pois acordos
regionais poderiam impedir uma global interação econômica, ela é fundamental
no sentido de permitir uma maior troca comercial entre os diferentes países e
também propiciar ações conjunturais em grupos.

Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização culminou também na


expansão e consolidação do sistema capitalista, além de permitir sua rápida
transformação. Assim, com a maior integração mundial, o sistema liberal – ou
neoliberal – ampliou-se consideravelmente na maior parte das políticas
econômicas nacionais, difundindo-se a ideia de que o Estado deve apresentar
uma mínima intervenção na economia.

A globalização é, portanto, um tema complexo, com incontáveis aspectos e


características. Sua manifestação não pode ser considerada linear, de forma a
ser mais ou menos intensa a depender da região onde ela se estabelece,
ganhando novos contornos e características. Podemos dizer, assim, que o
mundo vive uma ampla e caótica inter-relação entre o local e o global.

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BLOCOS ECONÔMICOS
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SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares

Os blocos econômicos compreendem a formação de mercados regionais


entres países a fim de dinamizar e integrar a economia de seus membros,
através da livre circulação de mercadorias ou da redução dos impostos
cobrados em importações. A tendência para a criação e difusão de blocos
econômicos em todo o mundo aconteceu após o término da Guerra Fria, mas
a sua prática começou a ocorrer após o final da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945).

Inicialmente, os blocos econômicos eram tratados como um contraponto, uma


oposição à globalização. Imaginava-se que a sua formação iria potencializar as
dinâmicas comerciais em nível regional e enfraquecê-las globalmente. No
entanto, hoje se sabe que os blocos econômicos são, na verdade, um dos
principais elementos que propiciaram a instrumentalização de uma economia
em nível global.

Isso porque, além de integrar regionalmente os países, a formação dos acordos


econômicos potencializa o comércio com o mercado externo, através de
tarifas comuns e estratégias de mercado, visando atenuar os efeitos da
concorrência e dinamizar as trocas comerciais.

O primeiro acordo internacional entre países a se constituir no mundo foi o


Benelux, que seria a semente para a formação posterior da União Europeia.

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O Benelux consistia na união comercial com a redução de tarifas
aduaneiras entre Bélgica, Holanda e Luxemburgo.
Abaixo, uma síntese dos principais blocos econômicos do mundo:

A União Europeia é o principal bloco econômico da atualidade. Possui,


atualmente, 28 países-membros, apresentando, além de uma dinâmica
econômica e comercial acentuada, um elevado nível de organização, que inclui,
até mesmo, a livre circulação de pessoas entre as nações que fazem parte do
bloco.

A CEI – Comunidade dos Estados Independentes – é a formação


econômica constituída pelos países que faziam parte da antiga União Soviética
(URSS), com exceção de Estônia, Letônia e Lituânia (que nunca fizeram parte
do bloco), além da Geórgia (que deixou o grupo em 2009). A organização
desse bloco se deve ao fato de que, quando a URSS surgiu e industrializou-se,
ela interligou o comércio e as indústrias entre as diversas repúblicas que a
compunham, o que as deixou extremamente interdependentes entre si.

O NAFTA – North America Free Trade Agreement ou Tratado


Norte-Americano de Livre Comércio – é integrado apenas por três
países: Estados Unidos, Canadá e México. O bloco foi criado em 1993 para
fazer frente à União Europeia. Sua organização se dá através do livre comércio.

O Mercosul – Mercado Comum do Sul – foi criado em 1993 e envolve


alguns países da América do Sul: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela,
enquanto Equador, Chile, Colômbia, Peru e Bolívia participam como membros
associados.

Os blocos econômicos são classificados em quatro tipos principais: zona de


livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e
monetária.

Na Zona de Livre Comércio há a redução ou extinção das tarifas


aduaneiras entre países de um mesmo bloco econômico. Nesse tipo de
acordo, não se inclui outros elementos, como a adoção de uma moeda única
ou a livre circulação de pessoas. Exemplo: NAFTA.

Na União Aduaneira há a inclusão da zona de livre comércio incrementada à


Tarifa Externa Comum (TEC), em que os países-membros adotam as mesmas
tarifas para suas exportações e importações. Exemplo: Mercosul.
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No Mercado Comum há a mais avançada integração entre países que fazem
parte de um mesmo bloco.Visa, além da eliminação das tarifas aduaneiras, à
integração total em circulação de bens, mercadorias, capital e pessoas.
Exemplo: União Europeia.
Por fim, a União Econômica e Monetária é quando os países do mesmo
bloco adotam uma moeda única de circulação livre entre eles. Exemplo: o Euro,
na União Europeia.

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NOVA ORDEM MUNDIAL
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Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a economia capitalista vive uma fase


de expansão e enriquecimento. Na década de 70 e início dos anos 80, essa
prosperidade é abalada pela crise do petróleo, que provoca recessão e inflação
nos países do Primeiro Mundo. Também nos anos 70, desenvolvem-se novos
métodos e técnicas na produção. O processo de automação, robotização e
terceirização aumentam a produtividade e reduz a necessidade de mão-de-
obra.

A informática, a biotecnologia e a química fina desenvolvem novas matérias-


primas artificiais e novas tecnologias. Mas a contínua incorporação dessa
tecnologia de ponta no processo produtivo exige investimentos pesados. E os
equipamentos ficam obsoletos rapidamente.

O dinheiro dos investimentos começa a circular para além de fronteiras


nacionais, buscando melhores condições financeiras e maiores mercados.
Grandes corporações internacionais passam a liderar uma nova fase de
integração dos mercados mundiais: é a chamada GLOBALIZAÇÃO DA
ECONOMIA. A divisão política entre os blocos soviético e norte-americano
modifica-se com o fim da Guerra Fria.

Uma nova ordem econômica estrutura-se em torno de outros centros de


poder: os Estados Unidos, a Europa e o Japão. Em torno destes centros são
organizados os principais blocos econômicos supranacionais, que facilitam a
circulação de mercadorias e de capitais.

Em 1990, o intercâmbio comercial entre esses países era de aproximadamente


3 bilhões e meio de dólares. Em 95, já ultrapassa os dez bilhões. O
MERCOSUL vive uma fase inicial de adequações e ajustes. Mas o comércio
entre seus integrantes já demonstra seu potencial. Os contatos políticos,
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econômicos e culturais se intensificam. Hoje se negocia a adesão de outros
países da América do Sul.

Visando ampliar suas atividades comerciais, já se iniciam contatos políticos


com os países da União Européia para a formação de um superbloco
econômico. A integração econômica entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai
já é uma realidade.

A globalização já não é mais questão de opção; é inevitável para qualquer país


que pretenda o pleno desenvolvimento econômico, e que queira fazer parte da
integração mundial que está acontecendo para não sofrer prejuízo ou
discriminação por não acompanhar os movimentos internacionais.
Sendo assim, com a crescente busca, por novos mercados e todos os demais
diferentes parâmetros adotados mundialmente, diversos efeitos econômicos
emergiram.

Globalização econômica de 1980 em diante: crescimento, pobreza e


distribuição de renda

Para avaliar como a globalização afetou o crescimento econômico, a pobreza e


a distribuição de renda, reuniram dados de um grupo de mais de cem países.
Eles foram divididos em três grupos: países ricos, países inseridos no processo
de globalização e países não inseridos na globalização. O critério para
diferenciar os países inseridos na globalização do resto dos países em
desenvolvimento, de 1980 em diante, foi fixado em função de duas variáveis:
cortes de tarifas e aumento do volume de comércio exterior.

Os países inseridos na globalização tiveram mudanças significativas no volume


de comércio exterior em relação ao Produto Interno Bruto, passando de 16%
para 32% nos últimos vinte anos. Como elemento de comparação, nos países
ricos esse aumento foi de 29% para 50%. Ao mesmo tempo os países inseridos
na globalização reduziram as suas tarifas em 22 pontos percentuais (de 57%
para 35%). Os países inseridos na globalização representam metade da
população mundial, ou seja, mais de três bilhões de pessoas. Dentre eles se
encontram China, Índia, Brasil, México e Argentina.

As conclusões do estudo mostram que “enquanto as taxas de crescimento dos


países ricos declinaram nas décadas passadas, as taxas de crescimento dos
globalizadores têm seguido o caminho inverso, acelerando-se dos anos 70 para
os 80 e 90. O resto do mundo em desenvolvimento, por outro lado, seguiu o
mesmo caminho que os países ricos: desaceleração do crescimento dos anos
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70 para os 80 e 90. Nos anos 90 os países inseridos na globalização tiveram
um crescimento per capita de 5% ao ano; os países ricos cresceram a 2,2% per
capita e os países não inseridos cresceram apenas 1,4%. Ou seja, a distância
entre países ricos e em desenvolvimento declinou nas duas últimas décadas
em relação aos países inseridos na globalização e aumentou para aqueles
países não inseridos no processo.

O estudo sugere também que a taxa de inflação dos países com maior
abertura para o exterior declinou nas últimas décadas.

Dos anos 80 para os anos 90, a inflação média desses países passou de 24% ao
ano para 12%. A estabilização monetária deverá contribuir para que a renda
dos pobres cresça em torno de 0,4%. Em função desses resultados, os autores
do estudo comentam: “podemos esperar que uma maior abertura deverá
melhorar a vida material dos pobres.Também sabemos que no curto prazo
haverá alguns perdedores entre os pobres e que a efetiva proteção social pode
facilitar a transição para uma economia mais aberta, de tal maneira que todos
os pobres se beneficiem com o desenvolvimento”.

A globalização econômica – aumento de comércio exterior e redução de


tarifas – favorece o crescimento e a diminuição da pobreza. O grande desafio
da globalização, entretanto, continua a ser a distribuição de renda entre países
e entre pessoas: “países que reduziram a inflação e expandiram o comércio e
viram acelerar suas taxas de crescimento nos últimos 20 anos não tiveram
mudanças significativas na distribuição de renda”.

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MUNDO CONTEMPORÂNEO
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A geopolítica mundial tem sofrido grandes modificações nos últimos 30 anos.


A partir da década de 1980, as sucessivas dissoluções dos regimes socialistas
na Europa, marcadas pela queda do Muro de Berlim em 1989 e o
enfraquecimento do império soviético, demonstraram que a configuração das
relações políticas internacionais pós-Segunda Guerra estava prestes a se
reestruturar. Em 1991, a União Soviética, país que idealizou um projeto
político-econômico de oposição ao domínio ocidental capitalista, não
conseguiu resistir às pressões internas relacionadas ao multiculturalismo e à
fragilidade de sua economia. Sua decadência decretou o fim da Ordem da
Guerra Fria e o início da Nova Ordem Mundial, liderada pelos Estados Unidos
e com uma estrutura baseada no conflito Norte-Sul: a interdependência entre
os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos.

A Nova Ordem está vinculada aos interesses dos Estados Unidos. Detentor da
maior economia mundial, o país desenvolveu durante a Guerra Fria todo um
arcabouço técnico para aumentar a sua influência econômica, cultural e militar
ao redor do globo. Por outro lado, a Europa apostou na formação de um bloco
econômico bastante ambicioso, a União Europeia, que envolve relações
econômicas e políticas em torno do ideal de solidariedade e crescimento em
conjunto. Com a adoção do Euro, no ano de 2002, o bloco atingiu o maior dos
seus objetivos de integração regional, criando instituições para gerenciar esse
modelo de organização política. Na composição do eixo dos países
desenvolvidos está o Japão, país que conta com alto grau de desenvolvimento
tecnológico, mas que está atravessando muitas dificuldades econômicas desde
o início da Nova Ordem Mundial, principalmente pelo baixo crescimento
econômico acumulado e o envelhecimento de sua população.

Esse cenário começou a sofrer algumas alterações ao final da década de 1990,


quando o termo ‘países emergentes’ começou a ganhar espaço nas análises da
conjuntura econômica mundial. O crescimento expressivo e contínuo de
países como China e Índia, a recuperação econômica da Rússia, a maior
estabilidade econômica do Brasil e o desenvolvimento social e tecnológico da
Coreia do Sul ofereceram uma nova característica para as relações
internacionais: países que apenas detinham uma posição secundária no sistema
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capitalista mundial passaram a influenciar mais ativamente o comércio
internacional, conquistando maior poder nas decisões de blocos e
organizações mundiais.

Em 2001, o economista Jim O’Nill do banco de investimentos Goldman Sachs


criou o termo BRICs, formado por Brasil, Rússia, Índia e China e que
atualmente conta também com a presença da África do Sul. Para O’nill, esse
grupo de países apresentaria o maior potencial de crescimento entre as nações
emergentes, algo que foi consolidado na década de 2000 e que foi absorvido
pelos países em questão, que promovem reuniões anuais com o
estabelecimento de acordos comerciais e projetos para a transferência de
tecnologia.

Todas essas transformações recentes nos direcionam para a seguinte reflexão:


após duas grandes guerras, a Pax Americana estruturada ao final da 2a Guerra
Mundial pode estar passando por um processo de desconstrução?
A crise econômica mundial expõe a fragilidade momentânea da economia
norte-americana. Além do caráter conjuntural, as dificuldades econômicas dos
EUA não representam uma decadência de sua ideologia, que continua
fortalecida, muito menos do seu poder e eficiência militar. Nenhum outro
Estado-Nação emerge como redefinidor de valores e nem sequer existem
candidatos para esse posto (desconsiderando as bravatas expressas por líderes
como o presidente venezuelano Hugo Chávez ou o iraniano Mahmoud
Ahmadinejad).

Os EUA devem reformular seus sistemas de vigilância, segurança nacional e


planejamento estratégico, a fim de confirmar o status quo geopolítico que foi
determinado após a sua consolidação como potência hegemônica. Mesmo a
China possui limites quanto ao seu crescimento econômico e dificuldades para
construir, em curto prazo, um mercado consumidor capaz de absorver
tamanho crescimento. No caso da Europa, que foi atingida mais gravemente
pela crise econômica mundial, deve ocorrer uma mudança no planejamento de
suas instituições que ainda precisam ser fortalecidas antes de apostarem na
integração de países que possuem economias mais frágeis e limitadas a setores
menos modernos ou até mesmo pouco produtivos.

Mais do que a transformação na Pax Americana, merece destaque a


reformulação da ONU. A atual configuração da organização supranacional
parece estar mais condizente com o momento histórico que a Europa viveu
entre o final do século XIX e a 2a Guerra Mundial (redefinição de fronteiras) e
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com a bipolaridade imposta pelo período da Guerra Fria. Os debates acerca
das novas funcionalidades da organização devem ser fundamentados na
adaptação a esses novos tempos, em que os atos extremos, individuais ou
planejados a partir de células terroristas, tornam-se difíceis de serem
conduzidos por uma estrutura geopolítica como a atual, ainda muito
preocupada com os interesses particulares nacionais e regionais. As
problemáticas globais tais como meio ambiente, escassez de água, terrorismo,
violência, energias alternativas, entre tantos outros, requerem o abandono
dessas práticas políticas obsoletas e a introdução de uma nova racionalidade
pautada em valores universais. Até porque uma pitada de utopia nunca é
demais.

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CARTOGRAFIA
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SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares
A cartografia é a área do conhecimento que se preocupa em estudar, analisar e
produzir mapas, cartogramas, plantas e demais tipos de representações gráficas
do espaço. Trata-se, portanto, de um conjunto de técnicas científicas e até
artísticas que visa à elaboração de documentos que representem de forma
reduzida uma determinada localidade.

Apesar de contar, atualmente, com avançadas técnicas e modernos


equipamentos, essa é uma prática extremamente antiga, pois existe desde que o
homem aprendeu que seria melhor conhecer os lugares desenhando-os em
pedaços de rochas. O mais antigo mapa que se tem notícia tem 4500 anos e
provavelmente foi produzido pelos povos babilônicos. Ele foi produzido em uma
placa de argila e representa, provavelmente, a área do vale do Rio Eufrates.

Com o passar dos tempos, as técnicas cartográficas foram se aprimorando,


principalmente durante o período das grandes navegações, em que os europeus
utilizavam mapas para encontrar novos caminhos marítimos e descobrir novos
territórios. Temos aí a constituição da Cartografia como ciência moderna. A
evolução, no entanto, não parou por aí, de forma que as técnicas cartográficas
tornaram-se mais aprimoradas, especialmente durante períodos de guerra e de
grandes revoluções científicas.

No século XX, uma nova era estabeleceu-se na cartografia com o uso de


fotografias aéreas para auxiliar a produção dos mapas, uma técnica denominada
por aerofotogrametria. Pouco tempo depois, a Terceira Revolução Industrial
propiciou o desenvolvimento de procedimentos ainda mais avançados.
Nos dias de hoje, graças aos avanços realizados no âmbito dos meios
informacionais, a produção de mapas conta com complexas técnicas de
elaboração e representação, envolvendo computadores, satélites, softwares e
muitos outros equipamentos.

Os problemas da cartografia

Representar uma dada realidade física em um plano não é uma tarefa muito
simples, sobretudo quando essa representação envolve todo o globo terrestre.
19
O primeiro problema está no fato de a Terra apresentar uma forma esférica, o
que torna impossível a sua representação em plano. O segundo problema está
no fato de que essa esfera não é perfeita, possuindo contornos e traços não
muito bem definidos.

O primeiro problema foi, de certa forma, resolvido por Karl F. Gauss (1777-
1855), um notável matemático que elaborou o conceito de Geoide, que
considera o formato da Terra sem considerar os continentes, ou seja, apenas
imaginando como ela seria se houvesse apenas os oceanos. Ao longo dos
tempos, os cartógrafos foram avançando nessa ideia e aproximaram-se da
forma que atualmente caracteriza os globos terrestres.

Já o segundo problema é impossível de ser resolvido totalmente. No entanto, a


melhor solução foi a elaboração das chamadas Projeções Cartográficas, em que
a Terra passa a ser representada em um plano de diferentes maneiras, ora
distorcendo as formas dos continentes, ora distorcendo suas áreas e,
às vezes, distorcendo ambos. Existem inúmeras projeções da Terra atualmente,
cada uma atendendo a um determinado interesse ou aspectos da superfície
terrestre.

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COORDENADAS GEOGRÁFICAS
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As Coordenadas Geográficas formam um sistema de localização que se


estrutura através de linhas imaginárias, traçadas paralelamente entre si nos
sentidos norte-sul e leste-oeste, medidas em graus. Com a combinação dessas
linhas, criam-se “endereços” específicos para cada ponto do mundo,
permitindo a sua identificação precisa.

Essas linhas imaginárias são chamadas de paralelos e meridianos, e suas


medidas em graus são, respectivamente, as latitudes e as longitudes. Os
paralelos cortam a Terra horizontalmente, no sentido leste-oeste, enquanto os
meridianos cortam a Terra verticalmente. A junção dessas linhas é o fator
responsável pela existência das coordenadas geográficas.

O principal paralelo é a Linha do Equador, pois representa a faixa da Terra que


se encontra a uma igual distância dos polos norte e sul. Já o principal
meridiano é o de Greenwich e foi escolhido a partir de uma convenção,
realizada na cidade de Washington D.C., nos Estados Unidos, no ano de 1884.
Essas duas linhas representam o marco inicial da contagem das latitudes e das
longitudes.

Por esse motivo, tudo o que se encontra exatamente sobre a Linha do


Equador possui uma latitude 0º, aumentando à medida que se desloca para o
norte e diminuindo à medida que se desloca para o sul. Assim, as latitudes são
a distância em graus de qualquer ponto da Terra em relação à Linha do
Equador. Suas medidas vão de -90º até 90º.

Da mesma forma acontece com o Meridiano de Greenwich em relação às


longitudes. Tudo que estiver sobre essa linha possui 0º de longitude,
aumentando à medida que nos deslocamos para leste e diminuindo à medida
que nos deslocamos para oeste. Por isso, as longitudes são a distância em
graus de qualquer ponto da Terra em relação ao Meridiano de Greenwich. Suas
medidas vão de -180º até 180º.

Observação: É a partir das longitudes que são traçados os fusos horários.


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Diante desse conceito, podemos concluir que as latitudes negativas estão
sempre se referindo a lugares localizados no Hemisfério Sul, também chamado
de Austral ou Meridional. As latitudes positivas, obviamente, referem-se a
lugares posicionados no Hemisfério Norte, também chamado de Boreal ou
Setentrional.

Já as longitudes negativas fazem referência a pontos posicionados no


Hemisfério Oeste ou Ocidental, enquanto as longitudes positivas são relativas a
pontos localizados no Hemisfério Leste ou Oriental.

O mapa a seguir fornece as coordenadas geográficas globais estabelecidas a


partir da combinação das latitudes e das longitudes.

Acima, temos a representação de cinco pontos diferentes. Observando as suas


latitudes e longitudes, podemos, então, descrever as coordenadas geográficas
de cada um deles, indicando os seus hemisférios (Norte: N. Sul: S. Leste: E.
Oeste: W).
Ponto A:
Latitude: -20º ou 20ºS
Longitude: -60º ou 60ºW

Ponto B:
Latitude: -40º ou 40ºS
Longitude: 0º

Ponto C:
Latitude: -20º ou 20ºS
Longitude: 90º ou 90ºE

Ponto D:
Latitude: 0º
22
Longitude: 0º
Ponto E:
Latitude: 40º ou 40ºN
Longitude: 120º ou 120ºE

Observe que todos os pontos da superfície localizam-se em pelo menos dois


hemisférios. O território brasileiro, nesse caso, encontra-se em três
hemisférios: uma pequena parte no norte, uma grande parte no sul e todo ele
no oeste.

23
FUSO HORÁRIO
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Os fusos horários, também denominados zonas horárias, foram estabelecidos


através de uma reunião composta por representantes de 25 países em
Washington, capital estadunidense, em 1884. Nessa ocasião foi realizada uma
divisão do mundo em 24 fusos horários distintos.

A metodologia utilizada para essa divisão partiu do princípio de que são


gastos, aproximadamente, 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para
que a Terra realize o movimento de rotação, ou seja, que gire em torno de seu
próprio eixo, realizando um movimento de 360°. Portanto, em uma hora a
Terra se desloca 15°. Esse dado é obtido através da divisão da circunferência
terrestre (360°) pelo tempo gasto para que seja realizado o movimento de
rotação (24 h).

O fuso referencial para a determinação das horas é o Greenwich, cujo centro


é 0°. Esse meridiano, também denominado inicial, atravessa a Grã-Bretanha,
além de cortar o extremo oeste da Europa e da África. A hora determinada
pelo fuso de Greenwich recebe o nome de GMT. A partir disso, são
estabelecidos os outros limites de fusos horários.

A Terra realiza seu movimento de rotação girando de oeste para leste em


24
torno do seu próprio eixo, por esse motivo os fusos a leste de Greenwich
(marco inicial) têm as horas adiantadas (+); já os fusos situados a oeste do
meridiano inicial têm as horas atrasadas (-).

Alguns países de grande extensão territorial no sentido leste-oeste apresentam


mais de um fuso horário. A Rússia, por exemplo, possui 11 fusos horários
distintos, consequência de sua grande área. O Brasil também apresenta mais de
um fuso horário, pois o país apresenta extensão territorial 4.319,4 quilômetros
no sentido leste-oeste, fato que proporciona a existência de quatro fusos
horários distintos, no entanto, graças ao Decreto n° 11.662, publicado no
Diário Oficial de 25 de abril de 2008, o país passou a adotar somente três.

A compreensão dos fusos horários é de extrema importância, principalmente


para as pessoas que realizam viagens e têm contato com pessoas e relações
comerciais com locais de fusos distintos dos seus, proporcionado, portanto, o
conhecimento de horários em diferentes partes do globo.

25
11 DE SETEMBRO
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Pode-se dizer, sumariamente, que uma ação terrorista tem por objetivo atingir
diretamente a população, um órgão ou uma instalação governamental, criando
algum tipo de instabilidade social, de modo que se pressione um governo a
respeito daquilo que se quer.

No Brasil, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDEN)


classifica como ato terrorista: “Ato com motivação política ou religiosa que
emprega a força ou a violência física ou psicológica, para infundir terror,
intimidade ou coagindo as instituições nacionais, a população ou um segmento
da sociedade”.

Os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, executados pelo grupo


fundamentalista islâmico denominado Al-Qaeda, representaram o início de uma
nova fase da História mundial. A maneira como foram organizados e
executados mostrou como é possível atingir, tão profundamente, “o coração”
da maior potência do mundo de uma maneira simples e eficiente. Como uma
organização não-governamental, clandestina, que tinha como base o interior do
Afeganistão, conseguiu tanto êxito?

Sem dúvida, depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, o


contexto político-diplomático internacional se modificou. Após a ação da Al-
Qaeda, os EUA desenvolveram uma nova doutrina de ação de defesa baseada
na guerra preventiva, podendo agir de maneira unilateral em qualquer lugar
onde, ao seu ver, houver indícios de ações contra a segurança interna do país.

Os atentados de 11 de setembro acabaram por dar respaldo ao domínio da


tendência política conservadora republicana nas ações do governo Bush,
criando assim uma postura diplomática inflexível e conservadora dentro do
projeto governamental de “guerra contra o terror”. Outro ponto importante
foi que, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, o mundo assistiu ao
enfraquecimento da ONU, frente às ações unilaterais do governo norte-
americano.

26
Com isso, os EUA passaram por cima da Organização das Nações Unidas
(ONU), tornando-a, de fato, uma instituição inoperante frente aos
acontecimentos mundiais. Após os atentados de 11 de setembro, foram duas
guerras preventivas executadas pelo EUA sem aprovação da ONU: Afeganistão
(2002) e Iraque (2003).

Por outro lado, a estrutura organizacional da Al-Qaeda atua em células


organizacionais independentes, distribuídas pelo mundo. A Al-Qaeda
disseminou sua ideologia e sua metodologia operacional usando os meios
globalizados de comunicação, de forma a tornar-se uma estrutura
descentralizada com células operacionais em várias partes do mundo.

Os ataques realizados em Madrid (11 de março de 2004) e em Londres (7 de


julho de 2005) mostraram essa flexibilidade e revelaram a impossibilidade de se
antever um ataque terrorista planejado pela Al-Qaeda.

Em maio de 2011, após quase dez anos de ocupação militar e


aproximadamente US$ 400 bilhões gastos, o principal objetivo da guerra foi
atingido, o líder da Al Qaeda e organizador dos atentados de 11 de setembro,
Osama Bin Laden, foi localizado e morto em um ataque militar na cidade de
Abbottabad no Paquistão. O sucesso da operação provocou uma onda
diversificada de reações pelo mundo, desde protestos populares realizados no
próprio Paquistão até congratulações por parte de chefes de estado de vários
pontos do mundo ao presidente Barack Obama. Certamente a Al-Qaeda não
deixará de atuar e o risco de um atentado deverá ser tratado como iminente

Após uma década dos atentados de 11 de setembro, o mundo ainda procura


uma solução definitiva para os problemas ligados ao terrorismo que envolvem
aspectos políticos, sociais e econômicos. Sendo assim, o terrorismo acabou
tornando-se o principal fenômeno global do início do século XXI, marcando
permanentemente o início de uma nova era na história mundial.

27
INDUSTRIALIZAÇÃO E
URBANIZAÇÃO
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No processo de constituição e transformação do espaço geográfico ao longo


da história, um dos fatores que exerceram uma maior influência foi a
industrialização, que se manifestou em diferentes ritmos e períodos entre os
diversos países. Nesse sentido, podemos dizer que um desses efeitos foram as
transformações relacionadas com o processo de urbanização das sociedades.

A relação entre industrialização e urbanização encontra-se no fato de que é o


processo industrial que dinamiza as sociedades e atua no sentido de
modernizá-las, embora esse não seja o único fator responsável por isso. Assim,
ampliam-se os chamados fatores atrativos das cidades, ou seja, o conjunto de
características do meio urbano que atrai os migrantes advindos do campo.

Além disso, entre os efeitos da industrialização na urbanização, temos a


transformação do meio rural e, por extensão, dos fatores repulsivos do campo,
ou seja, os elementos do meio rural responsáveis por enviar de maneira
relativamente forçada a população rural para as cidades. Nesse caso, podemos
citar a mecanização das atividades agrícolas, que geram a substituição de uma
grande quantidade de trabalhadores por maquinários e do tipo de agrossistema
adotado. Essa mecanização é intensificada pelas inovações técnicas produzidas
pela industrialização. Portanto, a industrialização intensifica a urbanização das
sociedades no sentido de propiciar a formação do êxodo rural, que é a
migração em massa da população do campo para as cidades, além de atrair
essa migração justamente para as áreas mais industrializadas, onde há mais
empregos direta e indiretamente produzidos pelas indústrias.

Vale lembrar que não é só a atividade industrial em si que gera uma maior
atratividade demográfica para as cidades, mas a dinâmica econômica por ela
produzida, que provoca o surgimento de maiores oportunidades em outros
ramos da economia, principalmente no setor terciário (comércio e serviços).

Não por coincidência, os países que mais avançaram no processo de


industrialização e modernização das sociedades são aqueles que mais
apresentam um setor terciário como composição predominante na produção
28
de riquezas em suas respectivas economias.
No caso da industrialização e urbanização do Brasil, podemos perceber que as
áreas que historicamente mais se industrializaram são aquelas que mais
concentram um grande contingente populacional e, assim, encontram-se mais
urbanizadas. As regiões Sudeste e Sul, principalmente as regiões metropolitanas
de São Paulo e Rio de Janeiro, formam as maiores aglomerações urbanas do
país, uma vez que essas áreas detêm a maior porção do parque industrial,
mesmo com a tendência atual de dispersão de boa parte da produção fabril
para o interior do território brasileiro.

Além de atrair um maior volume demográfico e intensificar a urbanização, os


efeitos da industrialização nas cidades também podem ser sentidos na
composição hierárquica da divisão territorial do espaço geográfico. Em
sociedades predominantemente agrárias, o campo exerce uma relação
preponderante sobre as cidades, uma vez que elas dependem do meio rural
para a geração de alimentos, matérias-primas e movimentação de capital. Com
a industrialização, as cidades modernizam-se e passam a subordinar o campo,
que se torna dependente do meio urbano para o recebimento de máquinas,
aparatos tecnológicos, mão de obra qualificada, conhecimentos científicos
aplicados à produção, entre outros elementos.

Portanto, em resumo, podemos dizer que os efeitos da industrialização na


urbanização são a intensificação do crescimento das cidades; concentração
populacional; crescimento do setor terciário e a inversão da relação de
subordinação entre campo e cidade. Esses aspectos são indicativos gerais e
precisam ser devidamente adaptados para o entendimento de cada ocorrência
ao longo do espaço geográfico mundial.

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ÊXODO RURAL
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O êxodo rural é um movimento migratório em que a população residente no


espaço rural – no campo – desloca-se definitivamente para as cidades – áreas
urbanas. Embora tenha ocorrido em todos os continentes, nos países
desenvolvidos, esse processo aconteceu de maneira mais gradativa, levando, em
média, de 100 a 200 anos para efetivar-se. Nos países subdesenvolvidos, como
no caso do Brasil e seus vizinhos latino-americanos, a migração campo-cidade
– como também é conhecido o êxodo rural – ocorreu de forma bem mais
acelerada e em grande volume populacional.

Êxodo Rural no Brasil

No Brasil, o êxodo rural ocorreu de forma mais intensa em um espaço de três


décadas: entre 1960 e 1990. O rápido deslocamento da população ocorreu em
razão da industrialização do país, que se concretizou a partir da década de
1950, especialmente nos estados da Região Sudeste do Brasil. A expectativa de
emprego atraiu grande volume de trabalhadores rurais de diversas partes do
país em busca de melhores condições de vida.

Mais tarde, outro fator importante – nesse caso, de expulsão – deslocou ainda
mais pessoas do campo para a cidade: a mecanização do campo. A substituição
da mão de obra humana por máquinas, como plantadeiras, colheitadeiras,
roçadeiras e outros implementos agrícolas, causou desemprego e intensificou
o êxodo rural.

A explosão de pessoas vindas do campo causou em muitos centros urbanos


um forte desequilíbrio em vários aspectos das estruturas sociais.Vejamos a
seguir alguns efeitos do êxodo rural nos países subdesenvolvidos como o
Brasil:

Segregação urbana – A população que migra do campo para a cidade, por


causa dos altos custos, não consegue habitar os locais mais próximos do
centro das cidades. Em razão disso, é obrigada a ocupar áreas cada vez mais
periféricas e sem a devida estrutura urbana.

30
Favelização – Desde o início do êxodo rural, as populações tiveram, muitas
vezes como única alternativa, que construir e ocupar habitações em áreas
irregulares e de risco, o que contribuiu para o crescimento das favelas em
muitas metrópoles brasileiras.

Desemprego – A expectativa em relação ao trabalho nem sempre se


concretizava. A ausência de qualificação profissional e de escolaridade fez com
que o ex-trabalhador rural tivesse dificuldade de encontrar trabalho na cidade.

Subemprego – Como a oferta de trabalhadores é maior que a de postos de


trabalho, as pessoas que migraram do campo para sobreviver na cidade realizam
trabalhos de baixa qualidade e entram para o mercado informal. É a solução
para muitas famílias, especialmente nas grandes cidades.

Mobilidade urbana e Transporte público prejudicados – A ausência de


planejamento estatal e adequação à transformação demográfica fez com que,
em muitas cidades, houvesse um verdadeiro caos na mobilidade urbana e nos
transporte públicos. O investimento em infraestrutura viária e em veículos e
equipamentos para o transporte de passageiros não acompanhou o ritmo de
crescimento da população e a necessidade de deslocamento das pessoas.

Aumento da desigualdade social – os efeitos acima listados já são retratos


significativos da desigualdade social intensificada pelo processo acelerado de
êxodo rural. No entanto, existem outros efeitos resultantes da ineficiência do
Estado em lidar com a chegada da população do campo nas cidades, a saber:
ausência de profissionais e unidades de saúde que atendam toda a população
urbana, creches e escolas em número insuficiente e falta de iluminação pública
em bairros periféricos, segurança pública, equipamentos de lazer, entre outros.

31
ESTRUTURA FUNDIÁRIA
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Estrutura Fundiária é o modo como as propriedades agrárias estão distribuídas
e organizadas em um determinado país ou espaço. Para se conhecer a
estrutura fundiária de um país, leva-se em consideração a quantidade, o
tamanho e a distribuição social das propriedades rurais na área analisada.

A estrutura fundiária de um país ou região também é muito influenciada pelo


nível de concentração fundiária do país, uma vez que, quanto maior for a
concentração de terras, menor será a quantidade de propriedades de terras e
maior será o tamanho das propriedades existentes. Além disso, a distribuição
social da terra nos países em que há uma grande concentração rural tende a
ser mais desigual, pois a parcela mais rica da população tem um acesso
facilitado a terra, enquanto a população mais pobre, na maioria das vezes, não
possui acesso à terra e/ou aos meios de produção.

Na maioria dos países desenvolvidos, as atividades agropecuárias são


desenvolvidas em propriedades rurais menores, de base familiar, altamente
produtivas e mecanizadas, voltadas para a produção de alimentos e matéria-
prima para abastecer o mercado interno do país. Já em países
subdesenvolvidos, principalmente da América Latina e da África, em virtude de
sua herança colonial em que predominavam as plantations (grandes
propriedades rurais que produziam monoculturas voltadas para abastecer o
mercado internacional), há grandes propriedades rurais, concentradas nas mãos
de poucos proprietários, que produzem monoculturas para exportação.

De acordo com o Estatuto da Terra, de 1964, as propriedades rurais brasileiras


podem ser divididas em cinco categorias:

Imóvel rural: Qualquer imóvel rural utilizado para a produção agropecuária


ou agroindustrial.

Propriedade Familiar (ou Módulo Rural): É o imóvel rural explorado por


uma determinada família que absorve toda a mão de obra familiar e consegue
garantir o sustento de toda a família.

32
Minifúndio: São pequenas propriedades rurais, com extensão maior do que as
propriedades familiares, geralmente utilizadas na produção alimentar familiar ou
coletiva.

Latifúndios: Grandes propriedades rurais voltadas para a produção moderna


de monoculturas ou para a especulação imobiliária.

Empresa Rural: São médias e grandes propriedades rurais, de ordem física


ou jurídica, voltadas para exploração econômica racional do espaço agrário
para desenvolver produtos agropecuários.

A estrutura fundiária brasileira é uma das mais concentradas do mundo.


Enquanto os minifúndios representam 70% do total das propriedades rurais e
ocupam uma área de cerca de 11% do espaço agrário brasileiro, os latifúndios
ocupam cerca de 55% da zona rural do Brasil.

Essa concentração fundiária contribui para o agravamento dos problemas no


campo, visto que a maior parte das terras, muitas vezes improdutivas, encontra-
se concentrada na mão de poucos proprietários, o que aumenta a quantidade
de pessoas sem acesso à terra, intensificando, assim, os conflitos causados pela
disputa por terras. Além disso, a grande concentração de terras prejudica
também a produção de alimentos, visto que a maior parte deles é produzida
em minifúndios. Como a área ocupada pelos latifúndios é maior, a produção
nacional e grande parte das políticas públicas relacionadas com o campo estão
voltadas para a produção de monoculturas para a exportação, dificultando
ainda mais a vida do pequeno produtor, que é o grande responsável pela
produção de alimentos no país.

33
A QUESTÃO DA TERRA
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Não é de hoje que se diz que o Brasil é um país de contrastes. Mais do que
isso, de contradições.

Talvez uma das mais gritantes incoerências de nossa sociedade possa ser
percebida no tripé trabalho - terra - alimentação. Isso porque, ao mesmo
tempo em que ainda existe, em nosso país, uma área considerável de terras
devolutas e não utilizadas para fins agropastoris, é grande o número de
trabalhadores desejosos de contarem com seu próprio pedaço de chão.
Paralelamente a isso, existem milhões de subalimentados por todo o território
nacional.

Existe uma desigual distribuição da terra em nosso país, ou seja, há um enorme


número de pequenos proprietários de um lado e, de outro, um número
reduzido de donos de grandes propriedades rurais.

A concentração fundiária em nosso país vem aumentando, com um agravante: a


Amazônia e os cerrados tornaram-se, desde 1970, as novas regiões de
fronteira agrícola.

Afirmar que essas novas fronteiras agrícolas do país significa dizer que nas
outras regiões, isto é, Nordeste, no Sudeste e no Sul, praticamente não existem
mais terras disponíveis para a prática agropecuária. Além disso, o valor dos
imóveis rurais nessas áreas tornou-se muito elevado, obrigando os agricultores
menos capitalizados a deixarem seus estados de origem em busca de terras
mais baratas. Com isso, têm-se algumas questões importantes, como:

- aumento dos impactos ambientais causados pela derrubada da vegetação


original em enormes áreas, para dar lugar a pastagens e cultivos agrícolas;

- invasão de terras indígenas e a necessidade de sua delimitação;

- crescimento dos conflitos entre posseiros e grileiros, ocasionando não só o


aumento da violência no campo como a expulsão de famílias de posseiros, que
34
se vêem obrigadas a ocupar terras em pontos cada vez mais afastados no
interior do território nacional.

- Portanto, a questão da terra no Brasil, opõe diversos grupos, como boiás-frias,


índios, minifundiários, colonos, posseiros, grileiros, grandes proprietários e até
garimpeiros, entre outros.

É uma questão muito antiga, porém ainda muito atual, pois agora além da
questão da terra, os efeitos negativos no meio ambiente são visíveis, já que a
fronteira agrícola no país avança cada vez mais dentro da Floresta Amazônica.

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O MST NO BRASIL
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O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) é um dos mais conhecidos
movimentos sociais do Brasil, tendo como foco as questões do trabalhador do
campo, principalmente no tocante à luta pela reforma agrária brasileira. Como
se sabe, no Brasil prevaleceu historicamente uma desigualdade do acesso a
terra, consequência direta de uma organização social patrimonialista e
patriarcalista ao longo de séculos, predominando o grande latifúndio como
sinônimo de poder. Desta forma, dada a concentração fundiária, as camadas
menos favorecidas como escravos, ex-escravos ou homens livres de classes
menos abastadas teriam maiores dificuldades à posse da terra.

Assim, do Brasil colonial da monocultura a este do agronegócio em pleno


século XXI, o que prevalece é a concentração fundiária, o que traz à tona a
necessidade da discussão e da luta política como a encabeçada pelo MST.
Conforme Bernardo M. Fernandes em seu livro A formação do MST no Brasil
(2000), o MST nasceu da ocupação da terra e tem nesta ação seu instrumento
de luta contra a concentração fundiária e o próprio Estado. Segundo este
autor, pelo fato da não realização da reforma agrária, por meio das ocupações,
os sem–terra intensificam a luta, impondo ao governo a realização de uma
política de assentamentos rurais.

A organização do MST enquanto movimento social começou nos anos 80 do


século passado e hoje já se faz presente em 24 estados da federação, fato que
ilustra sua representatividade em termos nacionais. A fundação deste
movimento se deu em um contexto político no qual o regime militar que se
iniciava na década de 60 do século passado chegava ao fim, permitindo à
sociedade civil brasileira uma abertura política para reivindicações e debates.
Neste contexto de redemocratização do país, em 1985 surgiu a proposta para
a elaboração do primeiro PNRA (Plano Nacional da Reforma Agrária). Sua
segunda versão (II PNRA) foi proposta apenas em 2003, no governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os objetivos do MST, para além da reforma agrária, estão no bojo das


discussões sobre as transformações sociais importantes ao Brasil,
principalmente àquelas no tocante à inclusão social. Se por um lado existiram
36
avanços e conquistas nesta luta, ainda há muito por se fazer em relação à
reforma agrária no Brasil, seja em termos de desapropriação e assentamento,
seja em relação à qualidade da infraestrutura disponível às famílias já assentadas.
Segundo dados do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária), o número de famílias assentadas nestes últimos anos foi de 614.093,
sendo criados neste mesmo período 551 assentamentos. Ainda conforme o
INCRA, no total, o Brasil conta com 85,8 milhões de hectares incorporados à
reforma agrária e um total de 8.763 assentamentos atendidos, onde vivem
924.263 famílias.

Os números apresentados são positivos. Porém, se levarmos em consideração


as afirmações do próprio MST e de especialistas no assunto, até 2010 havia
ainda cerca de 90 mil famílias acampadas pelo país, o que representa uma
demanda por terra considerável por se atender, a despeito dos avanços
sugeridos anteriormente. Em relação à infraestrutura disponível a estas famílias,
alguns dados apresentados pela Pesquisa de Avaliação da Qualidade dos
Assentamentos da Reforma Agrária promovida pelo INCRA em 2010 são
muito significativos. A pesquisa mostra que 31,04% dos assentamentos possuem
disponibilidade de energia, mas com quedas constantes ou com “pouca força” e
22,39% não possui energia elétrica, o que significa que mais da metade dos
domicílios não contam plenamente com este benefício. No tocante ao
saneamento básico, os dados também mostram que ainda é necessário avançar,
pois apenas 1,14% dos assentamentos contam com rede de esgotos, contra
64,13% (somados fossa simples e fossa “negra”) que possuem fossas. A
dimensão negativa destes dados repete-se na avaliação geral de outros fatores
como a condição das estradas de acesso e de satisfação geral dos assentados,
tornando-se mais significativa quando quase a metade dos assentados não
obteve algum financiamento ou empréstimo para alavancar sua produção. Isso
mostra que muito ainda deve ser feito em relação aos assentamentos, pois
apenas com o acesso a terra não se garante a qualidade de vida e as condições
de produção do trabalhador do campo.

Se por um lado a luta pela terra além de ser louvável é legítima, por outro, os
meios praticados pelo movimento para promover suas invasões em
alguns determinados casos geram muita polêmica na opinião pública.
Em determinados episódios que repercutiram nacionalmente, o movimento foi
acusado de ter pautado pela violência, além de ter permeando suas ações pela
esfera da ilegalidade, tanto ao invadir propriedades que eram produtivas, como
ao ter alguns de seus militantes envolvidos em depredações, incêndios, roubos
e violência contra colonos dessas fazendas.

37
Contudo, vale ressaltar que em muitos casos a violência e a ação truculenta do
Estado ao lidar como uma questão social tão importante como esta também se
fazem presentes. Basta lembrarmos o episódio do massacre de Eldorado de
Carajás, no Pará, em 1996, quando militantes foram mortos em confronto com
a polícia. A data em que ocorreu este fato histórico, 17 de Abril, tornou-se a
data do Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

Se a polêmica da violência (seja por parte do movimento, seja do Estado) não


bastasse, outras vêm à tona, como a da regularização fundiária pelo país, a qual
pode atender a interesses de latifundiários e famílias ligadas ao agronegócio.

O debate sobre o MST tem diversos lados, há quem concorde com o grupo, e
há quem discorde. Há ainda quem concorda com sua causa, mas discorda de
sua atuação. Apesar disso, o MST é um dos principais grupos de combate à
concentração fundiária no país.

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GOVERNOS MILITARES
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O Regime militar foi o período da política brasileira em que militares


conduziram o país. Essa época ficou marcada na história do Brasil através da
prática de vários Atos Institucionais que colocavam em prática a censura, a
perseguição política, a supressão de direitos constitucionais, a falta total de
democracia e a repressão àqueles que eram contrários ao regime militar.

A Ditadura militar no Brasil teve seu início com a tomada de poder em 31 de


março de 1964, resultando no afastamento do Presidente da República, João
Goulart, e tomando o poder o Marechal Castello Branco. Esta tomada de
poder, caracterizada por personagens afinados como uma revolução instituiu
no país um governo militar, que durou até a eleição de Tancredo Neves em
1985. O principal objetivo da deposição de João Goulart era impedir que o
comunismo de instaurasse no país.

1964

A tomada de poder de 1964 marca uma série de eventos ocorridos em 31 de


março de 1964 no Brasil, e que culminaram na deposição do presidente no dia
1 de abril de 1964. Esse golpe pôs fim ao governo do presidente João Goulart,
também conhecido como Jango, que havia sido de forma democrática, eleito
vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Imediatamente após a tomada de poder pelos militares, foi estabelecido o AI-


1. Com 11 artigos, o mesmo dava ao governo militar o poder de modificar a
constituição, anular mandatos legislativos, interromper direitos políticos por 10
anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar compulsoriamente
qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, o regime democrático e
a probidade da administração pública, além de determinar eleições indiretas
para a presidência da República.

Durante o regime militar, ocorreu um fortalecimento do poder central,


sobretudo do poder Executivo, caracterizando um regime de exceção, pois o
Executivo se atribuiu a função de legislar, em detrimento dos outros poderes
39
estabelecidos pela Constituição de 1946. O Alto Comando das Forças Armadas
passou a controlar a sucessão presidencial, indicando um candidato militar que
era referendado pelo Congresso Nacional.

A liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos


políticos, sindicatos, agremiações estudantis e outras organizações
representativas da sociedade foram suprimidas ou sofreram interferência do
governo. Os meios de comunicação e as manifestações artísticas foram
censurados.

A década de 1960 iniciou também, um período de grandes transformações na


economia do Brasil, de modernização da indústria e dos serviços, de
concentração de renda, de abertura ao capital estrangeiro e do endividamento
externo.

GOVERNO CASTELLO BRANCO (1964-1967)

Castello Branco, general militar, foi eleito pelo Congresso Nacional presidente
da República em 15 de abril de 1964. Em seu pronunciamento, declarou
defender a democracia, porém ao começar seu governo, assume uma posição
autoritária.

Estabeleceu eleições indiretas para presidente, além de dissolver os partidos


políticos.Vários parlamentares federais e estaduais tiveram seus mandatos
cassados, cidadãos tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados e
os sindicatos receberam intervenção do governo militar.

Em seu governo, foi instituído o bipartidarismo. Só estavam autorizados o


funcionamento de dois partidos: Movimento Democrático Brasileiro
(MDB) e a Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Enquanto o
primeiro era de oposição, de certa forma controlada, o segundo representava
os militares.

O governo militar impõe, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o


país. Aprovada neste mesmo ano, a Constituição de 1967 confirma e
institucionaliza o regime militar e suas formas de atuação.

GOVERNO COSTA E SILVA (1967-1969)

Em 1967, assume a presidência o general Arthur da Costa e Silva, após ser


eleito indiretamente pelo Congresso Nacional. Seu governo é marcado por
40
protestos e manifestações sociais. A oposição ao regime militar cresce no país.
A UNE ( União Nacional dos Estudantes ) organiza, no Rio de Janeiro, a
Passeata dos Cem Mil.

Em Contagem (MG) e Osasco (SP), greves de operários paralisam fábricas em


protesto ao regime militar.

As guerrilhas urbanas começam a se organizar. Formadas por jovens idealistas


de esquerda, assaltavam bancos e seqüestravam embaixadores para obterem
fundos para o movimento de oposição armada.

No dia 13 de dezembro de 1968, o governo decreta o Ato Institucional


Número 5 (AI-5). Este foi o mais duro do governo militar, pois aposentou
juízes, cassou mandatos, acabou com as garantias do habeas-corpus e aumentou
a repressão militar e policial.

GOVERNO DA JUNTA MILITAR (31/8/1969-30/10/1969)

Doente, Costa e Silva foi substituído por uma junta militar formada pelos
ministros Aurélio de Lira Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e
Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica).

Dois grupos de esquerda, O MR-8 e a ALN seqüestram o embaixador dos EUA


Charles Elbrick. Os guerrilheiros exigem a libertação de 15 presos políticos,
exigência conseguida com sucesso. Porém, em 18 de setembro, o governo
decreta a Lei de Segurança Nacional. Esta lei decretava o exílio e a pena de
morte em casos de "guerra psicológica adversa, ou revolucionária, ou
subversiva".

No final de 1969, o líder da ALN, Carlos Mariguella, foi morto pelas forças de
repressão em São Paulo.

GOVERNO MÉDICI (1969-1974)

Em 1969, a Junta Militar escolhe o novo presidente: o general Emílio Garrastazu


Medici. Seu governo é considerado o mais duro e repressivo do período,
conhecido como "anos de chumbo". A repressão à luta armada cresce e uma
severa política de censura é colocada em execução. Jornais, revistas, livros,
peças de teatro, filmes, músicas e outras formas de expressão artística são
censurados. Muitos professores, políticos, músicos, artistas e escritores são

41
investigados, presos, torturados ou exilados do país. O DOI-Codi (
Destacamento de Operações e Informações e ao Centro de Operações de
Defesa Interna ) atua como centro de investigação e repressão do governo
militar.

Ganha força no campo a guerrilha rural, principalmente no Araguaiaque é


fortemente reprimida pelas forças militares.

O Milagre Econômico

Na área econômica o país crescia rapidamente. Este período que vai de 1969 a
1973 ficou conhecido com a época do Milagre Econômico. O PIB brasileiro
crescia a uma taxa de quase 12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%.
Com investimentos internos e empréstimos do exterior, o país avançou e
estruturou uma base de infra-estrutura. Todos estes investimentos geraram
milhões de empregos pelo país. Algumas obras, consideradas faraônicas, foram
executadas, como a Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio-Niteroi.

Porém, todo esse crescimento teve um custo altíssimo e a conta deveria ser
paga no futuro. Os empréstimos estrangeiros geraram uma dívida externa
elevada para os padrões econômicos do Brasil.

GOVERNO GEISEL (1974-1979)

Em 1974 assume a presidência o general Ernesto Geisel que começa um lento


processo de transição rumo à democracia. Seu governo coincide com o fim do
milagre econômico e com a insatisfação popular em altas taxas. A crise do
petróleo e a recessão mundial interferem na economia brasileira, no momento
em que os créditos e empréstimos internacionais diminuem.

Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e segura. A oposição política


começa a ganhar espaço. Nas eleições de 1974, o MDB conquista 59% dos
votos para o Senado, 48% da Câmara dos Deputados e ganha a prefeitura da
maioria das grandes cidades.

Os militares de linha dura, não contentes com os caminhos do governo Geisel,


começam a promover ataques clandestinos aos membros da esquerda. Em
1975, o jornalista Vladimir Herzog á assassinado nas dependências do DOI-
Codi em São Paulo. Em janeiro de 1976, o operário Manuel Fiel Filho aparece
morto em situação semelhante.
42
Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas-corpus e abre caminho
para a volta da democracia no Brasil.

GOVERNO FIGUEIREDO (1979-1985)

A vitória do MDB nas eleições em 1978 começa a acelerar o processo de


redemocratização. O general João Baptista Figueiredo decreta a Lei da Anistia,
concedendo o direito de retorno ao Brasil para os políticos, artistas e demais
brasileiros exilados e condenados por crimes políticos. Os militares de linha
dura continuam com a repressão clandestina. Cartas-bomba são colocadas em
órgãos da imprensa e da OAB (Ordem dos advogados do Brasil). No dia 30 de
Abril de 1981, uma bomba explode durante um show no centro de convenções
do Rio Centro. O atentado fora provavelmente promovido por militares de
linha dura, embora até hoje nada tenha sido provado.

Em 1979, o governo aprova lei que restabelece o pluripartidarismo no país. Os


partidos voltam a funcionar dentro da normalidade. A ARENA muda o nome e
passa a ser PDS, enquanto o MDB passa a ser PMDB. Outros partidos são
criados, como : Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático
Trabalhista (PDT).

A Redemocratização e a Campanha pelas Diretas Já

Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas. A


inflação é alta e a recessão também. Enquanto isso a oposição ganha terreno
com o surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos.

Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e milhões de


brasileiros participam do movimento das Diretas Já. O movimento era
favorável à aprovação da Emenda Dante de Oliveira que garantiria eleições
diretas para presidente naquele ano. Para a decepção do povo, a emenda não
foi aprovada pela Câmara dos Deputados.

No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria o deputado


Tancredo Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente
da República. Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição
formado pelo PMDB e pela Frente Liberal.

Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de


assumir e acaba falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é
43
aprovada uma nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou
os rastros do regime militar e estabeleceu princípios democráticos no país.

44
ESCRAVIDÃO NO BRASIL
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares

A escravidão no Brasil se consolidou como uma experiência de longa duração


que marcou diversos aspectos da cultura e da sociedade brasileira. Mais que
uma simples relação de trabalho, a existência da mão de obra escrava africana
fixou um conjunto de valores da sociedade brasileira em relação ao trabalho,
aos homens e às instituições. Nessa trajetória podemos ver a ocorrência do
problema do preconceito racial e social no decorrer de nossa história.

Durante o estabelecimento da empresa colonial portuguesa, a opção pelo


trabalho escravo envolveu diversas questões que iam desde o interesse
econômico ao papel desempenhado pela Igreja na colônia. Sob o aspecto
econômico, o tráfico de escravos foi um grande negócio para a Coroa
Portuguesa. Em relação à posição da Igreja, o povo português foi impelido a
escravizar os indígenas, pois estes integrariam o projeto de expansão do
catolicismo pelas Américas.

No mundo do trabalho, a escravidão fez com que o trabalho se tornasse uma


atividade inferior dentro da sociedade da época. O trabalho braçal era visto
como algo destinado ao negro. Mesmo grande parte da mão de obra sendo
empregada em atividades que exigiam grande esforço físico, outras tarefas
também eram desempenhadas pelos escravos. Os escravos domésticos
trabalhavam nas casas enquanto os escravos de ganho administravam pequenos
comércios, praticavam artesanato ou prestavam pequenos serviços para seus
senhores.

Mesmo a escravidão tornando-se uma prática usual, não podemos nos


esquecer das várias formas de resistência contra a escravidão que aconteceram.
O conflito direto, as fugas e a formação de quilombos eram as mais
significativas formas de resistência. Além disso, a preservação de manifestações
religiosas, certos traços da culinária africana, a capoeira, o suicídio e o aborto
eram outras vias de luta contra a escravidão.

Após a independência do Brasil, observamos que a escravidão se manteve


intocada. O preconceito racial e os interesses dos grandes proprietários
permitiam a preservação do sistema escravista. Somente no Segundo Reinado
45
podemos contemplar a formação de um movimento em prol da abolição. Em
meio à ascensão do abolicionismo, os interesses britânicos pela ampliação de
seu mercado consumidor em solo brasileiro e a imigração de trabalhadores
europeus davam brecha para o fim desse sistema.

Durante o governo de Dom Pedro II, várias leis de caráter abolicionista foram
sendo aplicadas. A gradação da política abolicionista traduzia o temor que
certos setores da elite tinham em um processo de abolição brusco capaz de
promover uma revolta social. A lei Eusébio de Queiroz, de 1850, foi a primeira a
proibir o tráfico de escravos para o Brasil. Somente quase quarenta anos
depois, em 1888, a Lei Áurea deu fim ao regime escravista brasileiro.

Apesar do fim da escravidão, a abolição não foi acompanhada por nenhuma


ação no sentido de integrar o negro à sociedade brasileira. A discriminação
racial e a exclusão econômica persistiram ao longo do século XX.

E apesar de várias ações governamentais que atualmente querem atenuar o


peso dessa “dívida histórica”, ainda falta muito para que o negro supere os
resquícios de uma cultura ainda aberta ao signo da exclusão.

46
IMIGRAÇÃO NO BRASIL
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares
A imigração teve início no Brasil a partir de 1530, quando começou a
estabelecer-se um sistema relativamente organizado de ocupação e exploração
da nova terra. A tendência acentuou-se a partir de 1534, quando o território
foi dividido em capitanias hereditárias e se formaram núcleos sociais
importantes em São Vicente e Pernambuco. Foi um movimento ao mesmo
tempo colonizador e povoador, pois contribuiu para formar a população que
se tornaria brasileira, sobretudo num processo de miscigenação que
incorporou portugueses, negros e indígenas.

Imigração portuguesa

A criação do governo-geral em 1549 atraiu muitos portugueses para a Bahia. A


partir de então, a migração tornou-se mais constante. O movimento de
portugueses para o Brasil foi relativamente pequeno no século XVI, mas
cresceu durante os cem anos seguintes e atingiu cifras expressivas no século
XVIII. Embora o Brasil fosse, no período, um domínio de Portugal, esse
processo tinha, na realidade, sentido de imigração.

A descoberta de minas de ouro e de diamantes em Minas Gerais foi o grande


fator de atração migratória. Calcula-se que nos primeiros cinquenta anos do
século XVIII entraram só em Minas, mais de 900.000 pessoas. No mesmo
século, registra-se outro movimento migratório: o de açorianos para Santa
Catarina, Rio Grande do Sul e Amazônia, estados em que fundaram núcleos
que mais tarde se tornaram cidades prósperas.

Os colonos, nos primeiros tempos, estabeleceram contato com uma


população indígena em constante nomadismo. Os portugueses, embora
possuidores de conhecimentos técnicos mais avançados, tiveram que aceitar
numerosos valores indígenas indispensáveis à adaptação ao novo meio. O
legado indígena tornou-se um elemento da formação do brasileiro. A nova
cultura incorporou o banho de rio, o uso da mandioca na alimentação, cestos
de fibras vegetais e um numeroso vocabulário nativo, principalmente tupi,
associado às coisas da terra: na toponímia, nos vegetais e na fauna, por
exemplo. As populações indígenas não participaram inteiramente, porém, do
47
processo de agricultura sedentária implantado, pois seu padrão de economia
envolvia a constante mudança de um lugar para outro. Daí haver o colono
recorrido à mão de obra africana.

Elemento africano

Surgiu assim o terceiro grupo importante que participaria da formação da


população brasileira: o negro africano. É impossível precisar o número de
escravos trazidos durante o período do tráfico negreiro, do século XVI ao XIX,
mas admite-se que foram cerca de 4 milhões de negros trazidos da África para
serem escravizados. O negro africano contribuiu para o desenvolvimento
populacional e econômico do Brasil e tornou-se, pela mestiçagem, parte
inseparável de seu povo. Os africanos espalharam-se por todo o território
brasileiro, em engenhos de açúcar, fazendas de criação, arraiais de mineração,
sítios extrativos, plantações de algodão, fazendas de café e áreas urbanas. Sua
presença projetou-se em toda a formação humana e cultural do Brasil com
técnicas de trabalho, música e danças, práticas religiosas, alimentação e
vestimentas.

Espanhóis, franceses, judeus

A entrada de estrangeiros no Brasil era proibida pela legislação portuguesa no


período colonial, mas isso não impediu que chegassem espanhóis entre 1580 e
1640, quando as duas coroas estiveram unidas; judeus (originários, sobretudo
da península ibérica), ingleses, franceses e holandeses. Esporadicamente,
viajavam para o Brasil cientistas, missionários, navegantes e piratas ingleses,
italianos ou alemães.

Imigração no século XIX

A imigração propriamente dita verificou-se a partir de 1808, vésperas da


independência, quando instalou-se um permanente fluxo de europeus para o
Brasil, que se acentuou com a fundação da colônia de Nova Friburgo, na
província do Rio de Janeiro, em 1818, e a de São Leopoldo, no Rio Grande do
Sul, em 1824. Dois mil suíços e mil alemães radicaram-se no Brasil nessa época,
incentivados pela abertura dos portos às nações amigas. Outras tentativas de
assentar irlandeses e alemães, especialmente no Nordeste, fracassaram
completamente. Apesar de autorizada a concessão de terras a estrangeiros, o
latifúndio impedia a implantação da pequena propriedade rural e a escravidão
obstaculizava o trabalho livre assalariado.

48
Na caracterização do processo de imigração no Brasil encontram-se três
períodos que correspondem respectivamente ao auge, ao declínio e à extinção
da escravidão.

O primeiro período vai de 1808, quando era livre a importação de africanos,


até 1850, quando decretou-se a proibição do tráfico. De 1850 a 1888, o
segundo período é marcado por medidas progressivas de extinção da
escravatura (Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários, alforrias e, finalmente, a
Lei Áurea), em decorrência do que as correntes migratórias passaram a se
dirigir para o Brasil, sobretudo para as áreas onde era menos importante o
braço escravo. O terceiro período, que durou até meados do século XX,
começou em 1888, quando, extinta a escravidão, o trabalho livre ganhou
expressão social e a imigração cresceu notavelmente, de preferência para o Sul,
mas também em São Paulo, onde até então a lavoura cafeeira se baseava no
trabalho escravo.

Após a abolição, em apenas dez anos (de 1890 a 1900) entraram no Brasil mais
de 1,4 milhão de imigrantes, o dobro do número de entradas nos oitenta anos
anteriores (1808-1888).

Acentua-se também a diversificação por nacionalidades das correntes


migratórias, fato que já ocorria nos últimos anos do período anterior. No
século XX, o fluxo migratório apresentou irregularidades, em decorrência de
fatores externos -- as duas guerras mundiais, a recuperação europeia no pós-
guerra, a crise nipônica -- e, igualmente, devido a fatores internos. No começo
do século XX, por exemplo, assinalou-se em São Paulo uma saída de imigrantes,
sobretudo italianos, para a Argentina. Na mesma época verifica-se o início da
imigração nipônica, que alcançaria, em cinquenta anos, grande significação. No
recenseamento de 1950, os japoneses constituíam a quarta colônia no Brasil
em número de imigrantes, com 10,6% dos estrangeiros recenseados.

Distribuição do imigrante

Distinguem-se dois tipos de distribuição do imigrante no país, com efeitos nos


processos de assimilação. Pode-se chamar o primeiro tipo de "concentração",
em que os imigrantes se localizam em colônias, como no Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Paraná. Nesse caso, os imigrantes não mantêm contato, nos
primeiros tempos, com os nacionais, mas a aproximação ocorre à medida que a
colonização cresce e surge a necessidade de comercialização dos produtos da
colônia. O segundo tipo, que se pode chamar de "dispersão", ocorreu nas

49
fazendas de café de São Paulo e nas cidades, principalmente Rio de Janeiro e
São Paulo.

Nessas áreas, o imigrante, desde a chegada, mantinha-se em contato com a


população nacional, o que facilitava sua assimilação.

Os principais grupos de imigrantes no Brasil são portugueses, italianos,


espanhóis, alemães e japoneses, que representam mais de oitenta por cento do
total. Até o fim do século XX, os portugueses aparecem como grupo
dominante, com mais de trinta por cento, o que é natural, dada sua afinidade
com a população brasileira. São os italianos, em seguida, o grupo que tem
maior participação no processo migratório, com quase trinta por cento do
total, concentrados, sobretudo no estado de São Paulo, onde se encontra a
maior colônia italiana do país. Seguem-se os espanhóis, com mais de dez por
cento, os alemães, com mais de cinco, e os japoneses, com quase cinco por
cento do total de imigrantes.

Contribuição do imigrante

No processo de urbanização, assinala-se a contribuição do imigrante, ora com


a transformação de antigos núcleos em cidades (São Leopoldo, Novo
Hamburgo, Caxias, Farroupilha, Itajaí, Brusque, Joinville, Santa Felicidade etc.),
ora com sua presença em atividades urbanas de comércio ou de serviços, com
a venda ambulante, nas ruas, como se deu em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Outras colônias fundadas em vários pontos do Brasil ao longo do século XIX


se transformaram em importantes centros urbanos. É o caso de Holambra SP,
criada pelos holandeses; de Blumenau SC, estabelecida por imigrantes alemães
liderados pelo médico Hermann Blumenau; e de Americana SP, originalmente
formada por confederados emigrados do sul dos Estados Unidos em
consequência da guerra de secessão. Imigrantes alemães se radicaram também
em Minas Gerais, nos atuais municípios de Teófilo Otoni e Juiz de Fora, e no
Espírito Santo, onde hoje é o município de Santa Teresa.
Em todas as colônias, ressalta igualmente o papel desempenhado pelo
imigrante como introdutor de técnicas e atividades que se difundiram em
torno das colônias. Ao imigrante devem-se ainda outras contribuições em
diferentes setores da atividade brasileira.

Uma das mais significativas apresenta-se no processo de industrialização dos

50
estados da região Sul do país, onde o artesanato rural nas colônias cresceu até
transformar-se em pequena ou média indústria. Em São Paulo e no Rio de
Janeiro, imigrantes enriquecidos contribuíram com a aplicação de capitais nos
setores produtivos.
A contribuição dos portugueses merece destaque especial, pois sua presença
constante assegurou a continuidade de valores que foram básicos na formação
da cultura brasileira.

Os franceses influíram nas artes, literatura, educação e nos hábitos sociais,


além dos jogos hoje incorporados à lúdica infantil. Especialmente em São
Paulo, é grande a influência dos italianos na arquitetura. A eles também se deve
uma pronunciada influência na culinária e nos costumes, estes traduzidos por
uma herança na área religiosa, musical e recreativa.

Os alemães contribuíram na indústria com várias atividades e, na agricultura,


trouxeram o cultivo do centeio e da alfafa. Os japoneses trouxeram a soja,
bem como a cultura e o uso de legumes e verduras. Os libaneses e outros
árabes divulgaram no Brasil sua rica culinária.

está com dúvida?


fala comigo!
estamos juntos nessa jornada, pode
falar comigo sempre que precisar:

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DIREITOS TRABALHISTAS
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares

O trabalho na Antiguidade

Quantos de nós já não escutamos esta máxima: o trabalho dignifica o homem.


Às vezes, o ditado vem na forma de outros discursos, como “seu avô já
trabalhava aos 8 anos de idade”. Em nossa sociedade, o trabalho é motivo de
orgulho, quase uma carta emancipatória. Quem trabalha adquire diversos
direitos morais que só se admitem a quem tem uma função econômica dentro
da sociedade. Mas nem sempre foi assim.

Trabalho já foi sinônimo de escravidão, servidão e de falta de capacidade


intelectual. Nos tempos antigos (Grécia e Roma, para sermos mais exatos), o
trabalho era destinado aos que não tinham habilidades técnicas para exercer
outras funções, como as políticas ou artísticas. Uma frase de Platão explica o
que era o trabalho para um grego no século III a.C, por exemplo: “É próprio de
um homem bem-nascido desprezar o trabalho.”

Naquela época, trabalhar não era uma boa ideia. Era fruto inclusive de debates
filosóficos, como o de Aristóteles, que discutia se havia pessoas predestinadas
para o trabalho e outras para a liberdade. Trabalhar era coisa de escravo, e ser
escravo nunca é bom negócio.

O trabalho enfim dignifica o homem

A ideia de que cumprir um papel no mundo trabalhista traz dignidade às


pessoas só foi aparecer já em nossos tempos modernos, fruto das revoluções
industriais que nos trouxeram um novo tipo de convivência social. Uma
sociedade onde a divisão de classes não era mais uma escolha divina, como na
Alta Idade Média e Idade Média Central – época em que a estratificação social
era vista como vontade divina -, ou no início do Renascimento Comercial,
quando as corporações de ofício decidiam as regras sobre as próprias
atividades.

A partir do aumento da industrialização, era necessário buscar outro motivo


além do sustento ou da vontade de Deus para o trabalho. A atividade laboral
52
passa então a empregar valores morais e sociais aos que a exerciam, e
consequentemente privar os que não trabalhavam desses mesmos valores.
Passamos também a viver uma nova relação entre as pessoas, com uma grande
divisão: os que tinham meios econômicos de manter um empreendimento e os
que tinham apenas sua força de trabalho como meio de garantir sua existência.
Surgem assim as figuras do patrão e do empregado.

As condições de vida de um operário no século XIX, seja na Inglaterra, berço


da revolução industrial, ou em outros países europeus que seguiram o caminho
da industrialização, eram degradantes. Estavam expostos à fome e aos mais
diversos tipos de doenças (como a cólera e o tifo, personagens de grandes
epidemias do século XIX) que encontravam terreno fértil em cidades recém (e
mal) formadas, graças ao grande fluxo de trabalhadores vindos do campo em
busca de uma nova forma de prover sua subsistência. Essas cidades eram
desprovidas de saneamento básico: esgotos corriam a céu aberto e homens,
mulheres e crianças dividiam espaço com infestação de ratos, diversos insetos
e outras pragas. Não raro, duas ou mais famílias dividiam um quarto nas vilas
operárias, que serviam tanto para abrigar os trabalhadores quanto para garantir
a dependência destes em relação ao patronato, visto que as vilas eram de
propriedade dos grandes proprietários.

O operário encontrava tudo isso após uma jornada exaustiva de trabalho (por
vezes, de 16 horas), em condições insalubres, que levavam a graves problemas
físicos. Muitos trabalhadores com menos de 30 anos se tornavam inaptos para
o trabalho graças a sequelas deixadas por anos de aspiração de pó de carvão,
por exemplo. Na grande maioria das vezes, essa atividade sequer lhes garantia
o mínimo para suprir suas necessidades básicas. Mulheres e crianças
trabalhavam em regimes parecidos e ganhavam menos, o que deixava a
produção mais barata e aumentava os lucros. Em contrapartida, isso gerava
desemprego entre homens adultos. Essa situação contrastava com a gigantesca
riqueza gerada na época.

O visível desequilíbrio entre as partes da produção não demorou a causar


conflitos, principalmente num momento da revolução industrial em que parte
da mão de obra estava sendo substituída pela automação da produção, que
traria as máquinas à cena. A classe operária e os menos favorecidos em geral
não gozavam de nenhum amparo jurídico, embora movimentos na Inglaterra
como o luddismo e o cartismo procurassem solucionar esses problemas.

Visando equilibrar essa relação e acalmar os ânimos cada vez mais acirrados de
sindicatos e outros movimentos trabalhistas que se uniam às classes pobres
53
contra a classe burguesa liberal, os governos se organizaram para interromper
o que poderia ser o crescimento de novos ideais revolucionários (o socialismo,
por exemplo).

Reivindicações foram sendo incorporadas de maneira paliativa para que tudo


se mantivesse em funcionamento. Um exemplo são as pedidas do próprio
movimento cartista, na Inglaterra, que propunha medidas socialistas. Leis como
a da jornada de trabalho de 10 horas e a participação dos operários no
parlamento, que eram pautas do movimento, foram sendo incorporadas pouco
a pouco, fazendo com que o cartismo perdesse força política e não ganhasse
crédito por essas conquistas. Entre os anos de 1860 e 1869, as reivindicações
cartistas foram quase totalmente inseridas na constituição inglesa.

O que México e Alemanha têm com a história dos direitos


trabalhistas?

O primeiro exemplo histórico de direito do trabalho não tinha propriamente


esse nome. Esses direitos trabalhistas eram chamados de “sociais” e se
consolidaram em 1917, no México, no contexto da revolução mexicana, que
levou à promulgação de uma nova constituição no país naquele ano. Nela,
constavam artigos que legislavam acerca do período de trabalho (8 horas
diárias), além de estabelecer um salário mínimo como um montante capaz de
sustentar o trabalhador e sua família com dignidade.

Logo após a experiência mexicana, a Constituição de Weimar (Constituição do


Império Alemão) de 1919 foi promulgada. Ela também garantia “direitos
sociais”, numa ruptura com o Estado liberal e uma tentativa de ascensão do
Estado social. Esses direitos trabalhistas seguiam as convenções da recém-
criada OIT (Organização Internacional do Trabalho), que fazia parte do tratado
de Versalhes e buscava uma relação tripartite entre governos, organização de
empregadores e trabalhadores.

A grande maioria das leis do trabalho brasileiras são pautadas nessa relação
entre o grande capital e os trabalhadores. Podemos dizer que direitos
trabalhistas emanam da ideia de garantir uma vida digna e equilibrar essa
relação, que é exatamente o papel que a OIT toma para si até os dias atuais.

54
E o Brasil?

As conquistas sociais em relação ao trabalho no Brasil são tardias, porque


nosso desligamento com a escravidão e nossa indústria também foram tardios.
Porém, já no final do século XIX, havia movimentos no sentido de garantir
avanços legais, como a Fundação da Liga Operária no Rio de Janeiro e a lei que
proibia o trabalho para menores de 12 anos. No começo do século XX,
assistimos ao estabelecimento de normas que previam férias (15 dias por ano)
e alguns tipos de direito em relação aos acidentes de trabalho. A criação destas
leis foram impulsionadas pela abolição da escravidão, que trouxe um novo viés
trabalhista e econômico para o país.

O governo brasileiro passou a buscar o equilíbrio entre os elos que formam a


corrente do capital industrial a partir do governo Vargas, com a Constituição
de 1934. Nela estavam previstos direitos trabalhistas como salário mínimo,
jornada de trabalho de 8 horas, repouso semanal, férias
remuneradas e assistência médica e sanitária. Fica exposto nessas ações
que as leis do trabalho não eram apenas do trabalho, eram também sociais.

Em 1943, no dia 1º de maio, foi promulgada a Consolidação das Leis do


Trabalho (CLT). O contexto de sua criação é particular: o governo buscava
legitimidade para a figura de Getúlio Vargas. Mais do que apenas ser legítimo,
Vargas, que acabara de instituir o Estado Novo, buscava personificar a figura de
“pai dos pobres”. O país passava por uma fase de desenvolvimento: o número
de trabalhadores aumentava e suas reivindicações também. Por isso, era
necessário unificar as leis do trabalho. A CLT garantiu parte das demandas dos
trabalhadores. Leis posteriores garantiriam também 13º salário, repouso
semanal remunerado e outras conquistas que abordaremos em outros
momentos desta trilha.

Outras medidas foram tomadas na história recente, todas elas quase sempre
impulsionadas por momentos de tensão entre trabalhadores, governos e
grandes corporações. Os direitos trabalhistas, como pudemos perceber nesta
breve exposição da história dos direitos trabalhistas, giram em torno dessas
tensões e servem muitas vezes como um anestésico funcional para as grandes
massas.

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GRÉCIA CLÁSSICA
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares

O Período Clássico Grego, que se desenvolveu entre os séculos V e IV a.C., é


visivelmente marcado por uma série de invasões e conflitos que
transformaram a Hélade em um cenário de guerra acalorado. Entretanto,
mesmo com tais confrontos, muitos compreendem esse como sendo o apogeu
da própria civilização grega. A transformação política em Atenas e a
disseminação de seu modelo político-administrativo para outras cidades-
Estado gregas marcaram o auge da Antiguidade Grega.

O primeiro grande embate dessa época foram as Guerras Médicas (490 – 479
a.C.), conflito onde os persas tentaram invadir a Grécia a partir de seu
domínio sobre as colônias da Ásia Menor. Apesar da incontestável
superioridade militar dos persas, os gregos conseguiram abater o inimigo por
meio de várias táticas de guerra em que utilizavam o conhecimento sobre o
acidentado território balcânico ao seu favor. Apesar de politicamente
independentes, esse conflito motivou a aliança de várias pólis gregas.

A mais importante aliança militar desenvolvida nesse período foi a Liga de


Delos, que garantiu a vitória dos gregos e consolidou o papel de liderança
exercido pelos atenienses. Passados os conflitos contra os persas, a liga se
manteve como peça fundamental para a proteção militar das cidades-Estado.
Contudo, os líderes políticos atenienses aproveitavam dos recursos
disponibilizados pela Liga de Delos para oprimir e impor seus interesses
políticos e econômicos sobre as demais cidades-Estado.

Nessa época é que se destaca o governo de Péricles, responsável pelo


aprimoramento da democracia ateniense e a execução de várias obras públicas
que embelezaram Atenas como um todo. A ação imperialista dos atenienses
sobre as demais pólis gregas logo motivaram a articulação de uma ofensiva.
Liderados por Esparta, várias cidades da Grécia Antiga fundaram a Liga do
Peloponeso. Tal associação visava combater a hegemonia de Atenas e da Liga
de Delos.

Entre 431 e 417 a.C., as várias cidades-Estado gregas se envolveram num


penoso conflito que ficou conhecido como a Guerra do Peloponeso. Após a
56
vitória na Batalha de Egos Pótamos, os espartanos empregaram uma política de
ação imperialista sobre as demais cidades-Estado da Grécia. Com isso, novos
conflitos se desenvolveram e esgotaram o poderio militar dos gregos, que se
tornaram presa fácil para as invasões promovidas pelo rei Felipe II da
Macedônia.

57
REPÚBLICA ROMANA
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares

No ano de 509 a. C., a monarquia etrusca que controlava Roma foi derrubada
com a deposição do rei Tarquínio. Em seu lugar, vemos a instituição da
República, um tipo de governo marcado pela criação de vários cargos políticos
e controlado pela elite proprietária de terras romana. Para além dessa simples
definição, notamos que o período republicano foi de suma importância no
desenvolvimento de conflitos sociais, conquistas de territórios e o surgimento
de outras personagens políticas.

Em sua organização, percebemos que a República Romana tinha uma


estruturação peculiar por ter características de ordem democrática,
aristocrática e monárquica em sua distribuição de poderes. O aspecto
democrático pode ser visto com a organização das assembleias em que se
escolhiam os ocupantes de cargos públicos e se votavam as leis. A natureza
aristocrática, por sua vez, se revelava nos amplos poderes da elite patrícia que
controlava o Senado. Já a monarquia se via relativamente preservada com
relevante papel dos magistrados.

A presença da elite patrícia nos mais importantes cargos e decisões políticas


romanas acabou promovendo uma situação de disputa entre eles e a classe
plebeia. Encarregados de exercer atividades econômicas e militares, os plebeus
organizaram várias revoltas em prol de sua inserção política. Por meio desse
levantes, conseguiram a formulação de novas leis e a implantação progressiva de
um novo sistema de poder. Desse modo, o cenário político romano ganhou
contornos ainda mais complexos.

Na medida em que essas transformações ocorriam, o governo romano ampliava


as suas fronteiras por meio de uma política de natureza militarista. A formação
de uma hierarquia bem organizada e o emprego de armas eficientes
transformaram o exército romano em uma máquina de conquistas daquele
tempo. Com o passar do tempo, Roma se enriqueceu com a conquista de novas
terras, a expansão de suas atividades comerciais e o extensivo emprego da
força de trabalho dos escravos.

O crescimento econômico e territorial de Roma esteve fortemente amparado


58
pelos generais que organizavam as tropas e, muitas vezes, tinham uma
autoridade maior do que os representantes oficiais do governo. Nesse
contexto, temos a observância de uma transição política em que tais generais
ascendem à esfera política e, com o tempo, se envolvem em disputas que
marcam o fim do regime republicano e a instalação do governo imperial
romano.

59
FEUDALISMO
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares

O feudalismo foi um conjunto de práticas envolvendo questões de ordem


econômica, social e política. Entre os séculos V e X, a Europa Ocidental sofreu
uma série de transformações que possibilitou o surgimento dessas novas
maneiras de se pensar, agir e relacionar. De modo geral, a configuração do
mundo feudal vinculou-se a duas experiências históricas concomitantes: a crise
do Império Romano e as Invasões Bárbaras.

Ruralização da economia

A economia sofreu uma retração das atividades comerciais, as moedas


perderam seu espaço de circulação e a produção agrícola ganhou caráter
subsistente. Nesse período, a crise do Império Romano favoreceu um
processo de ruralização das populações, que não mais podiam empreender
atividades comerciais. Isso ocorreu em razão das constantes guerras
promovidas pelas invasões bárbaras e a crise dos centros urbanos constituídos
durante o auge da civilização clássica.

Novos tipos sociais: o senhor feudal e o servo

A ruralização da economia também atingiu diretamente as classes sociais


instituídas no interior de Roma. A antes abrangente classe de escravos e
plebeus veio a compor, com os povos germânicos, uma classe campesina
consolidada como a principal força de trabalho dos feudos.Trabalhando em
regime de servidão, um camponês estaria atrelado à vida rural em virtude das
ameaças dos conflitos da Alta Idade Média e da relação pessoal instituída com
a classe proprietária, ali representada pelo senhor feudal.

O senhor feudal representava a classe nobiliárquica detentora de terras.


Divididos por diferentes títulos, os nobres poderiam ser responsáveis desde a
administração de um feudo até a cobrança de taxas ou a proteção militar de
uma determinada propriedade. A autoridade exercida pelo senhor feudal, na
prática, era superior à dos reis, que não tinham poder de interferência direta
sobre as regras e imposições de um senhor feudal no interior de suas
60
propriedades. Portanto, assinalamos o feudalismo como um modelo promotor
de um poder político descentralizado.

O papel da Igreja

Ao mesmo tempo em que a economia e as relações sociopolíticas


transformavam-se nesse período, não podemos nos esquecer da importância
do papel da Igreja nesse contexto. O clero entrou em acordo com os reis e a
nobreza com o intuito de expandir o ideário cristão. A conversão da classe
nobiliárquica deu margens para que os clérigos interferissem nas questões
políticas. Muitas vezes um rei ou um senhor feudal doava terras para a Igreja
em sinal de sua devoção religiosa. Dessa forma, a Igreja também se tornou uma
grande “senhora feudal”.

Renascimento comercial e urbano e a derrocada do feudalismo

No século X, o feudalismo atingiu o seu auge, tornando-se uma forma de


organização vigente em boa parte do continente europeu. A partir do século
seguinte, o aprimoramento das técnicas de produção agrícola e o crescimento
populacional proporcionaram melhores condições para o reavivamento das
atividades comerciais.

Os centros urbanos voltaram a florescer, em grande parte devido ao comércio


promovido pelos burgueses e as populações saíram da estrutura hermética que
marcou boa parte da Idade Média.

61
IDADE MODERNA
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares
Com finalidade didática, alguns historiadores convencionaram denominar de
Idade Moderna o período histórico que começou com a Queda do Império
Bizantino, em 1453, derrubado pelos turcos-otomanos, e terminou com a
Revolução Francesa, em 1789. O fato é que nesse espaço de tempo houve uma
enorme transformação, não apenas do continente europeu, mas de todo o
globo terrestre.

A expansão marítima europeia, proporcionada pela formação dos Estados


Modernos Europeus, como Espanha, Portugal, Inglaterra, França e Holanda,
provocou a descoberta e integração com o chamado “Novo Mundo”, o
continente americano. Esse acontecimento é um dos mais importantes da
história da humanidade e está no centro dos conteúdos relativos à Idade
Moderna.

Ainda em se tratando do processo de expansão marítima das nações


europeias, temos a montagem do sistema colonial e do mercantilismo como
modelo econômico hegemônico. Fatores como metalismo, balança comercial
favorável e monopólio exclusivo da metrópole sobre suas colônias integravam
esse sistema.

Não obstante, a organização das culturas e civilizações nativas do continente


americano e a formação da sociedade colonial, seja na América Espanhola,
Portuguesa ou Anglo-Saxônica (e Francesa), também compõem os conteúdos
de Idade Moderna, apesar de integrarem seções especiais didaticamente
separadas, como Associados a esses conteúdos, temos outros, como a
formação do Absolutismo na Europa, isto é, o modelo político que se
estruturou como resposta às guerras civis religiosas que se desencadearam
após a Reforma Protestante, iniciada em 1517 com as 95 teses de Martinho
Lutero; o Humanismo Renascentista, que edificou, entre os séculos XV e XVI,
boa parte das ideias modernas, como o antropocentrismo; e o Renascimento
Científico, que, associado ao humanismo, também está na base da
modernidade.

A ciência moderna, ao contrário do saber científico da Antiguidade e da Idade


62
Média, passou a ser eminentemente técnica, isto é: o desenvolvimento da
ciência passou a depender de um aparato tecnológico que a sustentasse. Os
reflexos disso, como as noções de progresso e de aceleração do tempo, podem
ser vistos de forma patente hoje em dia.

Esta seção de Idade Moderna ainda oferece outros conteúdos, como as


revoluções políticas burguesas, isto é, as transformações políticas que a
burguesia levou a cabo progressivamente, a começar pela onda de revoluções
que se sucedeu na Inglaterra, no século XVII, que é chamada comumente de
Revolução Inglesa; e também aquilo que seria a base estrutural do capitalismo
moderno, a Revolução Industrial.

Além disso, no campo das ideias, além da Reforma Protestante, mais à frente,
no século XVIII, houve o fenômeno do Iluminismo, um movimento intelectual
complexo que teve vários seguimentos, tanto na Europa quanto nos Estados
Unidos da América, mas que se tornou emblemático em sua versão francesa por
infundir várias perspectivas políticas nos revolucionários que derrubariam o
poder absolutista em 1789.

63
IDADE CONTEMPORÂNEA
cai nas provas: ETEC, Colégio
cai nas
Embraer,
provas:Provas
ETEC,deEmbraer,
Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio SENAI
USP e Militares
militares
Idade Contemporânea é uma divisão cronológica da História, compreendendo
o período entre o início da Revolução Francesa, com a queda da Bastilha em
14 julho de 1789, até os dias atuais. A Idade Contemporânea representa
principalmente o período de consolidação do capitalismo como o modo de
produção e sua expansão por todo o globo terrestre entre os séculos XVIII e
XXI.

Essa é mais uma das divisões cronológicas da História baseadas nos


acontecimentos ocorridos em solo europeu. Nesse sentido, podemos até
perguntar: Por que a Revolução Francesa é mais importante que a
Independência dos EUA, já que muitos traços eram comuns a ambos os
acontecimentos?

O principal motivo é mesmo o fato de terem sido os historiadores europeus a


realizarem a divisão cronológica do que eles consideravam a História da
Humanidade. Porém, a Revolução Francesa representou transformações
profundas na sociedade europeia da época e teve consequências em outros
continentes, como a influência nos processos de independência das colônias
da América espanhola, portuguesa e francesa.

Com os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, a burguesia


francesa e outros setores populares da sociedade conseguiram derrubar o
poder político da aristocracia proprietária de terras, que havia consolidado seu
poder durante a Idade Média. A conquista do poder político era a coroação de
um fortalecimento econômico da burguesia que havia sido iniciado a partir de
finais da Idade Média, com novas formas de produção nas cidades e no campo,
além da abertura comercial no Mediterrâneo e das novas rotas marítimas no
Atlântico e Pacífico.

O regime político burguês, baseado na separação dos poderes entre o


Executivo, o Legislativo e o Judiciário, expandiu-se a partir da França durante a
Idade Contemporânea, alcançando quase todos os locais do planeta. A ação de
Napoleão Bonaparte foi importante para essa expansão, como foi também
para mostrar a força de reação que detinha ainda a aristocracia, que conseguiu
deter seu poderio.
64
Mas o desenvolvimento do capitalismo não foi detido pela aristocracia. Os
séculos XIX e XX foram o período áureo do capitalismo com os imensos
avanços tecnológicos. Imensas cidades foram construídas, a população cresceu
exponencialmente, distâncias foram encurtadas, a ponto de o ser humano
poder chegar ao espaço sideral e a pisar na lua.

Por outro lado, apesar de todas as riquezas e avanços, a Idade Contemporânea


foi marcada pela manutenção da miséria de grande parte da população,
mesmo com a criação de imensas riquezas. Essa contradição gerou ainda uma
série de movimentos de contestação do capitalismo liberal. As principais
consequências foram as lutas sociais das classes sociais exploradas,
notadamente os trabalhadores assalariados, contra a exploração capitalista.

Exemplo marcante de tentativa de superação da exploração foram as


revoluções, sendo a mais conhecida a Revolução Russa de 1917. Entretanto,
os desenvolvimentos subsequentes da revolução representaram a reprodução
da exploração, mesmo que sob o manto ideológico do socialismo. Essa forma
de organização social, de propriedade estatal e domínio político e social nas
mãos de um Partido Comunista, foi implantada em metade do território
mundial.

O século XX foi então marcado por essa divisão entre um capitalismo de base
privada e uma organização social controlada pelo Estado. Houve ainda outros
regimes que marcaram a Idade Contemporânea, principalmente os chamados
totalitários, representados pelo fascismo e pelo nazismo.

Outra característica nefasta da Idade Contemporânea foram as guerras.


Inúmeras delas ocorreram. As maiores e mais mortíferas foram as chamadas
guerras mundiais, a Primeira Guerra Mundial, que ocorreu entre 1914 e
1918, e a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, resultando na morte
de mais de uma centena de milhões de pessoas. A ciência utilizada para fins
militares resultou ainda na criação da mais letal das armas já criadas, a bomba
nuclear.

Porém, a ciência possibilitou melhorias nas condições de higiene e na saúde da


população, proporcionando o aumento da expectativa de vida na maior parte
dos locais do planeta. A apresentação sucinta das principais características da
Idade Contemporânea mostra os inúmeros aspectos contraditórios de nossa
sociedade.

65
BRASIL COLÔNIA
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares
A seção de Brasil Colônia comporta textos referentes aos conteúdos do
período da história do Brasil que se estendeu desde o descobrimento, em
1500, até a vinda da família real portuguesa em 1808. Apesar da montagem do
sistema colonial no Brasil começar efetivamente em 1530, nesta seção (em
razão de uma opção didática) estão inclusos textos referentes aos trinta anos
anteriores, já que é impossível compreender a necessidade da colonização
efetiva sem entender os seus antecedentes.

De 1500 a 1530, os temas mais importantes são: o contato com o meio


ambiente e os diferentes povos nativos, ou indígenas – fato que causou grande
impacto na mentalidade europeia da época, gerando um imaginário que ia da
demonização a imagens paradisíacas –; as tentativas iniciais de exploração de
matérias-primas, com destaque para o pau-brasil, largamente monopolizado
por comerciantes portugueses como Fernando de Noronha.

Com a ameaça da ocupação do território brasileiro por outros povos, como


os franceses, a coroa portuguesa decidiu, no início da década de 1530,
estabelecer o controle de fato da colônia, instituindo o Governo Geral. O
primeiro dos governadores gerais do Brasil foi Tomé de Souza. A partir da fase
dos governos gerais, começou-se o estabelecimento de uma estrutura
econômica um pouco mais sofisticada. A montagem dos engenhos de açúcar e
do sistema da plantation(latifúndios monocultores), bem como o emprego da
mão de obra escrava, inicialmente indígenae, posteriormente, negra (africana),
fez parte das decisões do Governo Geral.

Ao mesmo tempo, da então Capitania de São Paulo saíram os


empreendimentos conhecidos como bandeiras e entradas, que se
caracterizaram pelo desbravamento do interior do país, pelo apresamento de
índios e pela ampliação de territórios. A formação da sociedade colonial
passou a articular-se a partir desses elementos: economia açucareira, sistema
escravista e adentramento no interior do país.

Posteriormente, o ciclo econômico do ouro, no século XVIII, que se


concentrou na região Sudeste, sobretudo em Minas Gerais, deu novos
66
contrastes à formação da sociedade brasileira e espaço para novas ideias
políticas. Essa formação social culminou também nas famosas Rebeliões
Nativistas e Rebeliões Separatistas, das quais se destacaram, por exemplo, a
Revolta de Beckman e a Inconfidência Mineira.

A Insurreição Pernambucana, por outro lado, ocorrida em Pernambuco,


resultou de uma situação posterior a um período de grandíssima importância
para a região Nordeste do Brasil: o período da administração holandesa. Com
a União Ibérica, partes do Nordeste brasileiro, sobretudo Pernambuco, foram
ocupadas pelos povos flamengos, que lá estabeleceram um desenvolvimento
econômico e social nunca visto na colônia brasileira até então. Esse período foi
também denominado de Brasil Holandês.

A crise do sistema colonial começou a agravar-se na segunda metade do século


XVIII, ao mesmo tempo em que a situação da Europa tornava-se convulsiva
com o advento da RevoluçãoFrancesa. Em 1808, a corte portuguesa deixou
Portugal em direção ao Brasil, dando início a um novo estágio de sua história,
tirando-o da condição de colônia e elevando-o à categoria de Reino Unido,
junto com Portugal de Algarves.

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BRASIL IMPÉRIO
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares
A fase do Brasil Império exige uma gama de textos que abordem os
conteúdos específicos desse momento da história do país, contemplando,
assim, o período que vai do ano de 1822 (quando o Brasil tornou-se
independente) ao ano de 1889 (quando foi proclamada a República). Para
tanto, esse arco temporal é convencionalmente dividido em três partes:
Primeiro Reinado, Período Regencial e Segundo Reinado, que serão
esmiuçados a seguir.

Primeiro Reinado: Momento em que o Brasil deixou a condição de colônia,


quando a família real portuguesa saiu de Portugal após o avanço das tropas
napoleônicas sobre a Península Ibérica, entre os anos de 1807 e 1808. Nesse
contexto, o Brasil foi alçado à condição de Reino Unido de Portugal e
Algarves. A partir de 1808, portanto, teve início no Brasil uma intensa
efervescência política que foi pautada, sobretudo, pelas divergências entre
portugueses (vindos com a Corte) e brasileiros, bem como entre liberais e
conservadores (disputa interna entre os próprios brasileiros).

A situação política do Brasil só foi resolvida com a articulação e a instituição


do Império. No início de 1820, quando começaram essas articulações, a
América Latina e a Europa estavam passando por grandes reviravoltas. O
modelo republicano era paulatinamente adotado pelos países vizinhos do
Brasil. Ao longo do ano de 1821, os chamados “arquitetos” do império, como
José Bonifácio deAndrada e Silva, passaram a tramar a adoção do modelo
imperial no Brasil. Em 1822, D. Pedro, filho de D. João VI, optou por
permanecer no Brasil e declarou o país independente de Portugal, tornando-se
o primeiro imperador, sob o título de D. Pedro I.

As instituições do Império, entretanto, só foram efetivamente estabelecidas e


regularizadas com a Carta Constitucional de 1824, ou, em outros termos, a
Constituição de 1824. Uma das principais características do Império Brasileiro
foi tecida nessa Constituição, isto é, o Poder Moderador, que consistia em um
quarto poder que dava ao imperador a autoridade de apreciar a decisão dos
outros poderes.

68
Período Regencial: D. Pedro I abdicou do trono, na década de 1830, em
favor de seu filho, então com cinco anos de idade. Como a menoridade impedia
o então herdeiro do trono de assumir o cargo de imperador, o governo do
Brasil ficou sob a responsabilidade de regentes. A regências tiveram de articular
uma nova configuração política para o Império, além de terem que enfrentar
várias revoltas que eclodiram após a abdicação de D. Pedro I. Uma das
manobras políticas mais ousadas da História do Brasil também foi efetuada no
período da regência: o Golpe da Maioridade, em 1839, que tornou D. Pedro II
imperador com apenas 14 anos de idade.

Segundo Reinado: foi o período mais longo da História Imperial, indo de


1839 a 1889. Nesse período, o Brasil passou por transformações de grande
porte em todos os setores, desde o econômico até o cultural. Revoltas também
ocorreram e exigiram uma habilidade de integração nacional muito forte por
parte do imperador.

Além disso, os ânimos políticos também tomaram uma configuração intensa,


sobretudo entre conservadores e liberais. Os movimentos republicano e
abolicionista, associados às posições do exército, que também passaram a ser
refratárias às do império, acabaram por gerar pressões múltiplas que
culminaram no exílio de D. Pedro II e na consequente Proclamação da
República.

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BRASIL REPÚBLICA
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares

A História da República Brasileira iniciou-se em 1889 com a Proclamação da


República e acompanhou todo o período posterior, até o século XXI. A difusão
dos ideais republicanos remonta ao período colonial, como durante a
Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, no final do século XVIII. Apesar
dos ideais e das revoltas buscarem a superação da monarquia, apenas no final
do século XIX, com o fim do escravismo, as elites agrárias do país aceitaram
organizar o Estado brasileiro nos moldes republicanos.

O fato de a República nascer como uma aceitação das elites e ter sido
realizada através da espada do exército brasileiro conformou um caráter
autoritário e excludente do Estado brasileiro, garantindo os privilégios das
classes dominantes e a negação de direitos às classes exploradas durante muito
tempo. A participação do exército na vida política nacional foi também uma
constante da história republicana do país, que pode ser dividida em algumas
fases.

República Velha

A República Velha, ou Primeira República, é o primeiro período dessa história,


compreendida entre a Proclamação da República em 1889 e a Revolução de
1930. Inicialmente ela foi caracterizada pela presidência de dois marechais do
exército, o que lhe garantiu o nome de República da Espada. Após esses dois
mandatos, a elite rural paulista e mineira passaram a deter o poder do governo
federal, garantindo o poder da oligarquia agrária, o que deu fundamento aos
historiadores para chamarem esse período de República Oligárquica.
Foi nesse período que o país conheceu uma série de revoltas urbanas e rurais
decorrente das mudanças sociais e políticas pelas quais passaram o país. É de se
destacar a Guerra de Canudos, de 1896-1897, e a Revolta da Vacina, de 1904.
Foi nesse período que o Brasil iniciou sua industrialização, alterando a paisagem
urbana de algumas cidades e criando as condições para a formação da classe
operária em território nacional.

Essas mudanças resultaram em novas pressões políticas e sociais, que as


oligarquias paulistas e mineiras não poderiam mais controlar. A Revolução de
70
1930 foi o ápice desse processo, o que resultou no período conhecido como
Era Vargas.

Era Vargas

A Revolução de 1930 elevou Getúlio Vargas ao poder, permanecendo como


presidente até 1945. Durante seu Governo Provisório (1930-1934), o novo
presidente conseguiu contornar os conflitos entre as elites nacionais,
principalmente com a vitória sobre a oligarquia e burguesia industrial paulista
durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

A promulgação da Constituição em 1934 e a abertura de um processo


democrático selaram o acordo entre as várias frações da classe dominante
nacional. Porém, não puderam conter a insatisfação dos setores populares. É
nesse sentido que se pode entender o surgimento do Partido Comunista
Brasileiro e a tentativa de derrubar o governo de Vargas, através do que ficou
conhecido como Intentona Comunista de 1935.

A tentativa do PCB serviu de pretexto para Vargas dar um golpe de Estado em


1937, pondo fim ao período constitucional e inaugurando o Estado Novo.
Mesmo contendo as forças do integralismo, o Estado Novo marcou mais um
período de extremo autoritarismo do Estado Brasileiro.

Uma nova Constituição foi adotada e o Congresso foi fechado. Como forma de
conter a insatisfação popular e conseguir aumentar o poder de consumo do
mercado interno,Vargas promulgou uma série de leis que garantia alguns
direitos à classe trabalhadora urbana, além de proporcionar um nível de renda
que impulsionasse o esforço de industrialização.

A industrialização somada a medidas de racionalização da administração pública


caracterizou o esforço de modernizar o Estado brasileiro, garantindo as
condições de fortalecimento tanto da burguesia industrial quando da
tecnocracia das empresas estatais e da administração pública.

Regime Liberal Populista

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945,Vargas estava enfraquecido. Um


golpe comandado pelo general Eurico Gaspar Dutra o retirou do poder. Uma
nova Constituição foi adotada em 1946, garantindo a realização de eleições
diretas para presidente da República e para os governos dos estados. O
Congresso Nacional voltou a funcionar e houve alternância no poder.

71
Entretanto, foi um período de forte instabilidade política. As mudanças sociais
decorrentes da urbanização e da industrialização projetavam novas forças
políticas que pretendiam aprofundar o processo de modernização da sociedade
e do Estado brasileiro, o que desagrava as elites conservadoras. O período foi
marcado por várias tentativas de golpe de Estado, levando inclusive ao suicídio
de Getúlio Vargas, em 1954.

O governo de JK conseguiu imprimir um acelerado desenvolvimento industrial


em algumas áreas, mas não pôde resolver o problema da exclusão social na
cidade e no campo. Essas medidas de mudança social iriam compor a base das
propostas do Governo de João Goulart. O estado brasileiro estava caminhando
para resolver demandas há muito reprimidas, como a reforma agrária. Frente ao
perigo que representava aos seus interesses econômicos e políticos, as classes
dominantes mais uma vez orquestraram um golpe de Estado, com a deposição
pelo exército de João Goulart, em 1964.

Governo Militar

Iniciada em 01 de abril de 1964, o Governo Militar foi um dos períodos mais


repressivos da História da República. Inúmeros grupos políticos foram cassados,
e seus membros torturados e mortos. O que diferenciou o período foi a
sistematização da repressão estatal aliada ao incentivo ao desenvolvimento
econômico.

A estrutura estatal repressiva, de impedimento do exercício da oposição


política através de instituições policiais, garantiu a estabilidade social necessária
aos investimentos estrangeiros. Foi o período do milagre econômico brasileiro
e da tentativa de transformação do país em uma potência mundial.

A ditadura existiu até 1985 quando as pressões populares por abertura política
tomaram as ruas do país, principalmente na campanha das Diretas Já. Mesmo
com milhares de pessoas nas ruas, a reforma do Estado foi feita de forma “lenta
e gradual”, como queriam os militares.

No lado da classe trabalhadora, surgiu um vigoroso movimento sindical na


década de 1970, principalmente depois das greves no ABC paulista, entre 1978 e
1980. Esse movimento sindical tornar-se-ia uma das características do período
posterior.

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A Nova República

A Nova República iniciou-se com o governo de José Sarney e permanece até


os dias atuais, com o primeiro mandato do Presidente Michel Temer. Sarney
foi eleito através do voto indireto e durante seu governo foi elaborada uma
nova Constituição, promulgada em 1988, que garantia eleições diretas e livres a
todos os cargos eletivos. A divisão dos poderes foi mantida e uma nova
perspectiva democrática liberal se abriu no país.

O primeiro presidente eleito diretamente desde 1960 foi Fernando Collor de


Melo, em 1989. Porém, os escândalos de corrupção o fizeram renunciar em
1992. A partir dessa renúncia, marcaram a história política da República os
mandatos de dois governantes. O primeiro foi Fernando Henrique Cardoso
que com o Plano Real pôde garantir a estabilidade econômica necessária aos
investimentos estrangeiros. Esses investimentos foram possíveis em
decorrência das privatizações realizadas em setores específicos da econômica,
como telecomunicações, mineração e siderurgia. Por outro lado, tais medidas
representaram o enxugamento das funções do Estado brasileiro, marcando o
período do neoliberalismo no Brasil.

FHC governou até 2002, quando foi substituído por Luiz Inácio Lula da Silva. O
primeiro presidente de origem operária da República buscou caracterizar seu
governo pela distribuição de renda, possibilitada pela estabilidade econômica
do período anterior. A distribuição de renda ocorreu através de políticas como
Bolsa Família, que além de uma renda mínima, garantiu a obrigatoriedade de um
nível educacional mínimo à quase toda a população em idade escolar, uma
uniformização federal de procedimentos administrativos e o estímulo
econômico a regiões extremamente pobres do território nacional.

Apesar da estabilidade política dos dois governos acima mencionados, os casos


de corrupção também se fizeram presentes, como as acusações de compra de
votos para a reeleição durante o governo FHC, em 1998, e o escândalo do
mensalão, no governo Lula, em 2005.

A alternância do poder garantiu ainda a eleição da primeira mulher para a


presidência da República, em 2010. Que recebeu um impeachment por crime
fiscal em 2016. Esse é um dos mais marcantes fatos da recente história
republicana brasileira.

73
TEMPO HISTÓRICO X
CRONOLÓGICO
cai nas provas: ETEC, Colégio Embraer, Provas de Bolsas,
SENAI, Colégios UNESP, Colégios Unicamp, Colégio USP e Militares

Observação dos fenômenos naturais e contagem do tempo

O tempo é uma questão fundamental para a nossa existência. Inicialmente, os


primeiros homens a habitar a terra determinaram a contagem desse item por
meio da constante observação dos fenômenos naturais. Dessa forma, as
primeiras referências de contagem do tempo estipulavam que o dia e a noite,
as fases da lua, a posição de outros astros, a variação das marés ou o
crescimento das colheitas pudessem metrificar “o quanto de tempo” se passou.
Na verdade, os critérios para essa operação são diversos.

Consciência da finitude

Não sendo apenas baseada em uma percepção da realidade material, a forma


com a qual o homem conta o tempo também pode ser visivelmente
influenciada pela maneira com que a vida é compreendida. Em algumas
civilizações, a ideia de que houve um início em que o mundo e o tempo se
conceberam juntamente vem seguida pela terrível expectativa de que, algum
dia, esses dois itens alcancem seu fim. Já outros povos entendem que o início e
o fim dos tempos se repetem por meio de uma compreensão cíclica da
existência.

Definição de tempo histórico

Apesar de ser um referencial de suma importância para que o homem se situe,


a contagem do tempo não é o principal foco de interesse da História. Em
outras palavras, isso quer dizer que os historiadores não têm interesse pelo
tempo cronológico, contado nos calendários, pois sua passagem não determina
as mudanças e acontecimentos (os tais fatos históricos) que tanto chamam a
atenção desse tipo de estudioso. Dessa maneira, se esse não é o tipo de tempo
trabalhado pela História, que tempo tal ciência utiliza?

O tempo empregado pelos historiadores é o chamado “tempo histórico”, que


possui uma importante diferença do tempo cronológico. Enquanto os
calendários trabalham com constantes e medidas exatas e proporcionais de
74
tempo, a organização feita pela ciência histórica leva em consideração os
eventos de curta e longa duração. Dessa forma, o historiador se utiliza das
formas de se organizar a sociedade para dizer que um determinado tempo se
diferencia do outro.

Seguindo essa lógica de pensamento, o tempo histórico pode considerar que a


Idade Média dure praticamente um milênio, enquanto a Idade Moderna se
estenda por apenas quatro séculos. O referencial empregado pelo historiador
trabalha com as modificações que as sociedades promovem na sua organização,
no desenvolvimento das relações políticas, no comportamento das práticas
econômicas e em outras ações e gestos que marcam a história de um povo.

Além disso, o historiador pode ainda admitir que a passagem de certo período
histórico para outro ainda seja marcado por permanências que apontam certos
hábitos do passado, no presente de uma sociedade. Com isso, podemos ver que
a História não admite uma compreensão rígida do tempo, em que a Idade
Moderna, por exemplo, seja radicalmente diferente da Idade Média. Nessa
ciência, as mudanças nunca conseguem varrer definitivamente as marcas
oferecidas pelo passado.

Importância das duas formas de tempo

Mesmo parecendo que tempo histórico e tempo cronológico sejam cercados


por várias diferenças, o historiador utiliza a cronologia do tempo para organizar
as narrativas que constrói. Ao mesmo tempo, se o tempo cronológico pode ser
organizado por referenciais variados, o tempo histórico também pode variar de
acordo com a sociedade e os critérios que sejam relevantes para o estudioso
do passado. Sendo assim, ambos têm grande importância para que o homem
organize sua existência.

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