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Alexandre Gialluca
Direito Empresarial
Aula 01
ROTEIRO DE AULA
A parte III já tinha sido revogada pelo Decreto-Lei 7.661/45, note que essa parte primeira adotou
a teoria dos atos de comércio que é de uma origem francesa (teoria francesa).
Aqui tínhamos a figura do comerciante (pessoa física) e a figura da sociedade comercial (pessoa
Jurídica), mas de acordo com o código comercial e essa teoria dos atos de comércio, só era
considerado comerciante ou sociedade comercial se elas praticassem atos de comércio.
Mas, o que era classificado como atos de comércio? Deveríamos nos socorrer do regulamento
737 de 1850. No seu art. 19 ele elencava os atos de mercancia (comerciais),
§1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis ou semoventes para os vender por
grosso ou a retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu
uso.
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§4.º Os seguros, fretamentos, risco, e quaesquer contratos relativos ao cornmercio
maritimo.
Apenas essas atividades elencadas no art. 19 do regulamento 737 é que são classificadas como
atos de comércio.
O Código Civil de 2002 adota outra teoria, adora a teoria da empresa. Essa teoria é de origem
italiana, isso fica claro com a redação do art. 2.045 do CC/02:
O CC/02 no art. 2.045 CC: “Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916 -
Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei no 556, de 25 de junho de 1850.”
Ocorre, que o CC/02, não revogou todo o Código Comercial de 1850, mas sim, revoga apenas a
Parte I – Do Comércio em Geral. De modo que a Parte II – Do Comércio Marítimo, estará em
vigor.
Note que o Código Civil ao adotar a teoria da empresa (tem origem italiana), traz o conceito de
empresário. Este conceito se aplica tanto para a pessoa física como para a pessoa jurídica
Antes de ver esse conceito de empresário, vejamos uma questão, de assunto extremamente
interessante.
(TJ Minas Gerais – 2012) Com a vigência do Novo Código Civil, à luz do artigo 966, é
correto afirmar que o Direito brasileiro concluiu a transição para a
a) “teoria da empresa”, de matriz francesa.
b) “teoria da empresa”, de matriz italiana.
c) “teoria dos atos de comércio”, de matriz francesa.
d) “teoria dos atos de comércio”, de matriz italiana.
Correto: B
2. Empresário
Esse conceito de empresário (art. 966 do CC) incidirá sobre a pessoa física e sobre a pessoa
jurídica.
Empresário individual
Sociedade empresaria
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2.2. Conceito de empresário
a) Profissionalmente
Obs. Cuidado, pois não se pode ser uma atividade esporádica. Exemplo um particular que
vende um carro ou que compra um carro. Para ser empresário tem que ter habitualidade.
b) Atividade econômica
a) Mão de obra;
c) Capital
d) Tecnologia
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Se esse agente econômico uma for pessoa física será denominado como:
Mas se esse agente for uma pessoa jurídica será denominado de:
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art.
967); e, simples, as demais.
Art. 966, Parágrafo único do CC - Não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares
ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Mas, o que é elemento de empresa descrito na parte final do dispositivo em estudo? O elemento
de empresa ocorre quando:
Quando uma atividade intelectual conta com um elemento de empresa ela passa a ser uma
sociedade empresária.
b) Quando oMARCIO
serviço LIMA
não se
DAcaracteriza personalíssimo, tendo em vista um cliente
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individualizado, mas sim um serviço impessoal, direcionado a uma clientela indistinta.
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Será considerado empresário quando oferecer a terceiros prestações intelectuais de
pessoas contratadas a seu serviço.
Art. 16 da Lei 8.906/94 - Não são admitidas a registro, nem podem funcionar, as
sociedades de advogados que apresentem forma ou características mercantis, que adotem
denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam sócio
não inscrito como advogado ou totalmente proibido de advogar.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode,
observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que,
depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a
registro.
O registro aqui não é obrigatório, mas repare que apenas depois de registrado é que o exercente
de atividade rural ficará equiparado ao empresário.
Cuidado, pois a sociedade cooperativa sempre será uma sociedade de natureza simples.
4. Conceito de Empresa
Art. 1.142 do CC: Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
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Obs. aqui também se insere a EIRELI, não está no dispositivo, pois foi criada depois.
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5. Empresário individual
5.1. Conceito
5.2. Requisitos
Art. 972 do CC: Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo
da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Os requisitos são:
Obs. O Juiz, ou o membro do Ministério Público não podem ser empresário individual, mas eles
podem ser sócios de sociedade empresária, desde que não exerçam a administração. Eles podems
podem ser acionista ou cotista, mas não empresário individual.
Empresários falidos, enquanto não forem reabilitados (Lei de Falências, art. 195);
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Pessoas condenadas a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato
ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de
defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade,
enquanto perdurarem os efeitos da condenação;
Servidores públicos civis da ativa (Lei nº 1.711/52) e servidores federais (Lei nº 8.112/90,
art. 117, X, inclusive Ministros de Estado e ocupantes de cargos públicos comissionados
em geral). Aqui é importante observar que o funcionário público pode participar como
sócio cotista, comanditário ou acionista, sendo obstada a função de administrador;
Servidores militares da ativa das Forças Armadas e das Polícias Militares (Código Penal
Militar, arts. 180 e 204 e Decreto-Lei nº 1.029/69; arts 29 e 35 da lei nº 6.880/80), neste
caso, também poderão integrar sociedade empresário, na qualidade de cotista ou
acionista, sendo obstada a função de administrador;
Estrangeiro (com visto permanente), para o exercício das seguintes atividades: pesquisa
ou lavra de recursos minerais ou de aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica;
atividade jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, com recursos
oriundos do exterior; atividade ligada, direta ou indiretamente, à assistência à saúde no
País, salvo nos casos previstos em lei; serem proprietários ou armadores de embarcação
nacional, inclusive nos serviços de navegação fluvial e lacustre, exceto embarcação de
pesca; serem proprietários ou exploradores de aeronave brasileira, ressalvado o disposto
na legislação específica.
MARCIO
O incapaz não pode LIMAsociedade,
iniciar uma DA CUNHA mas -ele
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poderá continuar uma.
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Temos duas exceções, isto é, hipóteses em que o incapaz poderá continuar uma sociedade. As
duas exceções constam no art. 974, “caput” do CC.
Vejamos os casos:
a) Incapacidade superveniente
b) Sucessão hereditária
Um menor de idade pode continuar uma empresa, conforme o art. 974 do CC. O que se
busca nesse caso é a preservação da empresa, e não o favorecimento do menor.
4.3.2. Quais são os requisitos previstos para que o incapaz possa continuar a atividade empresarial:
Esse incapaz deve estar devidamente assistido ou representado (Art. 974, “caput”, do
CC.)
Faz-se necessário a autorização judicial (art. 974, §1° do CC) é necessária à autorização
judicial.
Art. 974, § 1° Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência
em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais,
tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos
direitos adquiridos por terceiros.
O empresário individual possui responsabilidade ilimitada, isto é, passará a responder com seus
bens pessoais pelas dívidas empresariais contraídas.
Exemplo: João da silva (empresário individual) possui um posto de gasolina. Esse posto possui
bens, mas João também possui bens pessoais (ex. carros, barco, investimento em ouro, ações),
mas o posto encontra-se em uma situação financeira delicada. Pergunta: se essas dívidas podem
recair sobre os bens pessoais? SIM, porque existe a responsabilidade é ilimitada.
Mas deverá seguir uma ordem? O enunciado 05 responde a questão. Enunciado 5 da primeira
jornada de Direito Comercial - Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o
empresário individual tipificado no art. 966 do Código Civil responderá primeiramente com os
bens vinculados à exploração de sua atividade econômica, nos termos do art. 1.024 do Código
Civil.
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Repare que temos uma exceção à essa regra, de acordo com o art. 974, §2º, do CC. Elucidaremos
com um exemplo: Imagine que um garoto de 15 anos recebeu uma fazenda por testamento de seu
avô, por uma infelicidade o pai dele morre, o incapaz resolve continuar hotel. Ele ganha muito
dinheiro com o hotel e com isso compra carros e alguns imóveis, etc. Caso essa atividade
começar a dar prejuízo, elas recairão sobre o carro e os imóveis que ele adquiriu depois de
continuar a atividade.
Cuidado: situação, o Pedrinho com 15 anos de idade, ele recebeu por herança uma fazenda, mais
o pai do Pedrinho faleceu, o pai dele tinha um restaurante, então Pedrinho continuou o
restaurante na forma do art. 974 do CC/02. Ele precisa de um alvará judicial (art. 974, §1°),
porém o juiz que dará esse alvará terá que constar no alvará que Pedrinho possui uma fazenda.
Começaremos com um exemplo: João e Maria são casados, João com a venda de sacolinhas para
os supermercados compra um imóvel que é a sede da sua atividade empresarial, e João também
compra outro imóvel, aonde será sua residência. Por dificuldades nas vendas, João, poderá
vender o imóvel que é a sede de sua atividade empresarial sem a autorização de sua esposa. Mas
se o imóvel é destinado para sua residência aplica-se o art. 1.647, I, do CC.
Art. 978. do CC. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal,
qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da
empresa ou gravá-los de ônus real.
Art. 1.647, do CC. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
6. EIRELI
A EIRELI foi introduzida pela Lei 12.441/11, que criou o art. 980-A do CC, significa (Empresa
Individual de Responsabilidade Limitada).
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma
única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será
inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº
12.441, de 2011) (Vigência)
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§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a
firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. (Incluído
pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
6.1. Conceito
É Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, nada mais é do que uma nova pessoa
jurídica de direito privado, sendo constituída por 1 (um) único titular.
É uma empresa com responsabilidade limitada, ou seja, as dívidas dessa pessoa jurídica
recairão sobre o patrimônio dessa pessoa jurídica (EIRELI).
Curiosidade: A redação original do §4° (vetado) do art. 980-A do CC/02, diz que Somente o
patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de
responsabilidade.
a) Valor
Conforme o art. 980-A “caput” do CC/02, diz que o valor será devidamente
integralizado, sendo esse valor nunca inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-
mínimo vigente no país integralizado. Aqui utiliza-se como base o salário-mínimo
Federal.MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
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b) Formas de integralização
Dinheiro
Obs. Caso ocorra uma transferência de imóvel da pessoa física para a pessoa
jurídica, nessa operação não incidir ITBI (Imposto de transmissão de bem Imóvel),
isso porque ocorre a munidade especial prevista no art. 156, §2°, da CF:
c) O pagamento deve ser feito no ato da constituição. Isso é provado com a declaração
feita.
d) Precisa ficar atualizando sempre o capital da pessoa jurídica com o aumento ulteriores
do salário-mínimo?
O art. 980-A, §6°, diz sobre a aplicação subsidiária da sociedade limitada para com a
EIRELI.
a) 1ª corrente
Pode ser titular da EIRELI, a pessoa Jurídica e a Pessoa Física. Os defensores dessa
corrente aplicam o art. 980-A do CC quando diz “pessoa”. O Código Civil deixou uma
ideia de ser pessoa física ou jurídica.
Outro argumento é que a lei não proíbe expressamente a pessoa jurídica de ser titular
(Não há proibição
MARCIO legal).
LIMACuidado,
DA CUNHApois a- Instrução normativa 117 do DNRC não tem
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competência para vedar essa titularidade;
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O art. 980-A, §6° prevê a aplicação subsidiária das regras de sociedade LTDA, e a LTDA
o sócio pode ser a pessoa física como também a pessoa jurídica.
Diz que Somente a pessoa natural é que pode ser titular de EIRELI.
A instrução 10 do DREI, 1.12.11 do anexo V – “não pode ser titular de EIRELI a pessoa
jurídica, bem assim a pessoa natural impedida por norma constitucional ou por lei
especial”.
Outro argumento é a redação do art. 980-A, §2° do CC diz: “Art. 980-a, §2º, A pessoa
natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá
figurar em uma única empresa dessa modalidade”.
Obs. Não existe vedação na lei para ser sócio, a única limitação é constituição de apenas
uma EIRELI.
6.7. Transformação
Nada mais é do que a transformação da figura do empresário individual para uma EIRELI.
Mantém o número do CNPJ, o que muda é apenas a forma (EIRELI)
Mas, e se temos uma sociedade. Será que posso transformá-la em EIRELI? SIM, Poderá,
desde que se concentração 100% das quotas em um único sócio.
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