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MAGISTRATURA E MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAIS

Alexandre Gialluca
Direito Empresarial
Aula 01

ROTEIRO DE AULA

1. Direito Comercial no Brasil

1.1. Código Comercial de 1850 e a Teoria dos atos de comércio (Francesa).

Estamos em um momento anterior ao código civil de 2002. Antigamente o Código comercial de


1850 tinha a seguinte composição:

 Parte I – Do Comércio em Geral


 Parte II – Do Comércio Marítimo
 Parte III – Das Quebras

A parte III já tinha sido revogada pelo Decreto-Lei 7.661/45, note que essa parte primeira adotou
a teoria dos atos de comércio que é de uma origem francesa (teoria francesa).

Aqui tínhamos a figura do comerciante (pessoa física) e a figura da sociedade comercial (pessoa
Jurídica), mas de acordo com o código comercial e essa teoria dos atos de comércio, só era
considerado comerciante ou sociedade comercial se elas praticassem atos de comércio.

Mas, o que era classificado como atos de comércio? Deveríamos nos socorrer do regulamento
737 de 1850. No seu art. 19 ele elencava os atos de mercancia (comerciais),

Art. 19 do regulamento 737/1850 - Considera-se mercancia (redação original de 1850)

§1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis ou semoventes para os vender por
grosso ou a retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu
uso.

§2º As operações de cambio, banco e corretagem.

§3º As emprezas de fabricas; de commissões; de depositos; de expedição,


consignação e transporte de mercadorias; de espectaculos publicos.

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§4.º Os seguros, fretamentos, risco, e quaesquer contratos relativos ao cornmercio
maritimo.

§ 5.º A armação e expedição de navios.

Apenas essas atividades elencadas no art. 19 do regulamento 737 é que são classificadas como
atos de comércio.

1.2. Código Civil de 2002 e a teoria da empresa

O Código Civil de 2002 adota outra teoria, adora a teoria da empresa. Essa teoria é de origem
italiana, isso fica claro com a redação do art. 2.045 do CC/02:

O CC/02 no art. 2.045 CC: “Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916 -
Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei no 556, de 25 de junho de 1850.”

Ocorre, que o CC/02, não revogou todo o Código Comercial de 1850, mas sim, revoga apenas a
Parte I – Do Comércio em Geral. De modo que a Parte II – Do Comércio Marítimo, estará em
vigor.

Note que o Código Civil ao adotar a teoria da empresa (tem origem italiana), traz o conceito de
empresário. Este conceito se aplica tanto para a pessoa física como para a pessoa jurídica

Antes de ver esse conceito de empresário, vejamos uma questão, de assunto extremamente
interessante.

(TJ Minas Gerais – 2012) Com a vigência do Novo Código Civil, à luz do artigo 966, é
correto afirmar que o Direito brasileiro concluiu a transição para a
a) “teoria da empresa”, de matriz francesa.
b) “teoria da empresa”, de matriz italiana.
c) “teoria dos atos de comércio”, de matriz francesa.
d) “teoria dos atos de comércio”, de matriz italiana.
Correto: B

2. Empresário

2.1. Incidência do conceito de empresário

Esse conceito de empresário (art. 966 do CC) incidirá sobre a pessoa física e sobre a pessoa
jurídica.

 Essa pessoa física poderá ser:

 Empresário individual

 Essa pessoa jurídica poderá ser:

 Sociedade empresaria

 Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI)

Obs. A expressão “empresário”


MARCIO LIMA éDA
o gênero
CUNHA tendo como espécies: a) empresário individual; b)
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sociedade empresária; c) EIRELI.

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2.2. Conceito de empresário

O conceito de empresário encontra-se no art. 966, ”caput”, do CC:

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica


organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Elementos desse conceito

a) Profissionalmente

É aquele profissional que pratica a atividade com habitualidade. Ou seja, é praticar


determinada atividade com continuidade. Como exemplo a atividade de vender carros.

Obs. Cuidado, pois não se pode ser uma atividade esporádica. Exemplo um particular que
vende um carro ou que compra um carro. Para ser empresário tem que ter habitualidade.

b) Atividade econômica

Atividade econômica significa finalidade lucrativa, ou seja, a intenção do empresário é


buscar o lucro.

c) Atividade econômica organizada

A organização empresarial é a reunião dos quatro fatores de produção:

a) Mão de obra;

b) Insumos (matéria prima);

c) Capital

d) Tecnologia

Obs. com a reunião deles 4 fatores temos a chamada “organização empresarial”;

d) Produção ou circulação de bens ou serviços

A produção ou circulação de bens pode ser exemplificada:

i. Produção de bens (exemplo: fábrica de móveis);

ii. Produção de serviços (exemplo: os bancos que prestam diversos serviços);

iii. Circulação de bens (exemplo: uma loja de roupas);

iv. Circulação de serviços (exemplo: uma agência de viagens).

3. Agentes econômicos excluídos do conceito de empresário.

Nomenclatura MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790

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Se esse agente econômico uma for pessoa física será denominado como:

 Autônomo ou profissional liberal

Mas se esse agente for uma pessoa jurídica será denominado de:

 Sociedade simples ou EIRELI Simples.

Será chamado de simples, pelo art. 982 do CC:

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art.
967); e, simples, as demais.

Obs. A expressão “e, simples, as demais”, será empresária ou simples.

3.1. Profissão Intelectual

Não será considerado empresário:

Art. 966, Parágrafo único do CC - Não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares
ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

Científica (médico, contador, engenheiro, arquiteto, advogado).

Profissão intelectual Literária (jornalista, autores de livros)

Artística (cantor, dançarino, desenhista, artista plástico)

Obs.1: A profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística não é considerada


atividade de empresário, de modo que as regras de empresários não se aplica a eles. Cuidado,
porque essa regra também se aplica para uma pessoa jurídica (exemplo a sociedade de médicos;
sociedade de advogados, etc.), como também se aplica para uma pessoa física (empresário
individual).

Mas, o que é elemento de empresa descrito na parte final do dispositivo em estudo? O elemento
de empresa ocorre quando:

a) Quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto mais complexo (amplo),


próprio da atividade empresarial.

Exemplo: uma clinica veterinária. Um veterinário (atividade intelectual). Mas esse


veterinário monta um Pet Shop, nesse momento ocorre uma atividade de natureza
empresarial, assim essa atividade intelectual torna-se um elemento desse conjunto
organizado (elemento de empresa).

Quando uma atividade intelectual conta com um elemento de empresa ela passa a ser uma
sociedade empresária.

b) Quando oMARCIO
serviço LIMA
não se
DAcaracteriza personalíssimo, tendo em vista um cliente
CUNHA - 05308192790
individualizado, mas sim um serviço impessoal, direcionado a uma clientela indistinta.

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Será considerado empresário quando oferecer a terceiros prestações intelectuais de
pessoas contratadas a seu serviço.

Exemplo: um fotógrafo (atividade intelectual artística) – ele não é empresário. Mas,


quando esse fotógrafo passa a contratar mais fotógrafos, note que nesse momento o
simples fotógrafo ele está organizando essa atividade, isto é, ele constituiu um “elemento
de empresa”. Ele acabou de se tornar uma empresa fotográfica.

3.2. Sociedade de Advogados

Vejamos dois dispositivos da Lei 8.906/94:

Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de


advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei
e no regulamento geral.

Art. 16 da Lei 8.906/94 - Não são admitidas a registro, nem podem funcionar, as
sociedades de advogados que apresentem forma ou características mercantis, que adotem
denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam sócio
não inscrito como advogado ou totalmente proibido de advogar.

Portanto a sociedade de advogados não é sociedade empresária.

3.3. Exercente de atividade rural sem registro na junta comercial

Isso ocorre por força do artigo 971 do CC.

Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode,
observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que,
depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a
registro.

O registro aqui não é obrigatório, mas repare que apenas depois de registrado é que o exercente
de atividade rural ficará equiparado ao empresário.

3.4. Sociedade cooperativa

Art. 982, parágrafo único do CC/02 - Independentemente de seu objeto, considera-se


empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

Cuidado, pois a sociedade cooperativa sempre será uma sociedade de natureza simples.

4. Conceito de Empresa

É a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços.

Isso fica claro com a redação desse artigo:

Art. 1.142 do CC: Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
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Obs. aqui também se insere a EIRELI, não está no dispositivo, pois foi criada depois.

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5. Empresário individual

5.1. Conceito

O Empresário individual a pessoa natural (pessoa física) que individualmente, de forma


profissional exerce uma atividade econômica o organizada para a produção ou circulação de
bens.

5.2. Requisitos

Os requisitos serão retirados da redação do art. 972 do CC:

Art. 972 do CC: Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo
da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.

Os requisitos são:

a) Estar em pleno gozo da capacidade civil

b) Não ter impedimento legal

Obs. O Juiz, ou o membro do Ministério Público não podem ser empresário individual, mas eles
podem ser sócios de sociedade empresária, desde que não exerçam a administração. Eles podems
podem ser acionista ou cotista, mas não empresário individual.

Vejamos os impedidos de ser empresário individual, mas podem ser sócios:

 Membros do Ministério Público para exercer o comércio individual ou participar de


sociedade comercial (art.128, § 5º, II, “c”, da CF), salvo se acionista ou cotista, obstada a
função de administrador (art. 44, III, da Lei 8.625/1993);

 Os magistrados (art. 36, I, Lei Complementar n. 35/1977 – Lei Orgânica da Magistratura)


nos mesmo moldes da limitação imposta aos membros do Ministério Público.

 Empresários falidos, enquanto não forem reabilitados (Lei de Falências, art. 195);

 Leiloeiros (art.36 do Decreto n° 21.891/32 – proíbe os leiloeiros de exercerem a empresa


direta ou indiretamente, bem como constituir sociedade empresária, sob pena de
destituição);

 Despachantes aduaneiros (art.10, inciso I, do Decreto nº 646/92 – não podem manter


empresa de exportação ou importação de mercadorias nem podem comercializar
mercadorias estrangeiras no país);

 Cônsules, nos seus distritos, salvo os não-remunerados (Decreto nº 4868/82, art. 11 e


Decreto nº 3.529/89, art. 82);

 Médicos, para o exercício simultâneo da farmácia, drogaria ou laboratórios


farmacêuticos, e os farmacêuticos, para o exercício simultâneo da medicina (Decreto nº
19.606/31 c/c Decreto nº 20.877/31 e Lei nº 5.991/73);
MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790

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 Pessoas condenadas a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato
ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de
defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade,
enquanto perdurarem os efeitos da condenação;

 Servidores públicos civis da ativa (Lei nº 1.711/52) e servidores federais (Lei nº 8.112/90,
art. 117, X, inclusive Ministros de Estado e ocupantes de cargos públicos comissionados
em geral). Aqui é importante observar que o funcionário público pode participar como
sócio cotista, comanditário ou acionista, sendo obstada a função de administrador;

 Servidores militares da ativa das Forças Armadas e das Polícias Militares (Código Penal
Militar, arts. 180 e 204 e Decreto-Lei nº 1.029/69; arts 29 e 35 da lei nº 6.880/80), neste
caso, também poderão integrar sociedade empresário, na qualidade de cotista ou
acionista, sendo obstada a função de administrador;

 Os deputados e senadores não poderão ser proprietários, controladores ou diretores de


empresa, que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público,
nem exercer nela função remunerada ou cargo de confiança, sob pena de perda do
mandato – arts 54 e 55 da Constituição Federal). Conforme bem observa Ricardo Negrão,
a lei não inclui alguns outros agentes políticos, como o Presidente da República,
ministros de Estado, secretários de Estado e prefeitos municipais, no âmbito do Poder
Executivo, mas menciona as mesmas restrições dos senadores e deputados federais aos
deputados estaduais e vereadores (art.29, IX, da Constituição Federal). Ademais, o
prestigiado autor também afirma que “por se tratar de norma de caráter restritivo, não há
como estender a relação para englobar esses outros agentes políticos, quando a lei,
podendo fazê-lo, não o fez. A esses membros do Executivo a lei não restringiu o
exercício da atividade empresarial, e, assim, não cabe ao intérprete incluí-los na
proibição, sob pena de estabelecer privação de direito não prevista em lei. Observa-se,
contudo, que seus atos de administração deverão pautar-se pelos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e demais regras previstas no art. 37 da
Constituição Federal. Ao contratar, portanto, aplicam-se-lhes as mesmas restrições do art.
54, II, da Constituição Federal”.

 Estrangeiros (sem visto permanente – art. 98 e 99 da Lei nº 6.815/80 – Estatuto do


Estrangeiro) estão impedidos de serem empresários individuais, porém não estarão
impedidos de participar de sociedade empresária no país;

 Estrangeiro (com visto permanente), para o exercício das seguintes atividades: pesquisa
ou lavra de recursos minerais ou de aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica;
atividade jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, com recursos
oriundos do exterior; atividade ligada, direta ou indiretamente, à assistência à saúde no
País, salvo nos casos previstos em lei; serem proprietários ou armadores de embarcação
nacional, inclusive nos serviços de navegação fluvial e lacustre, exceto embarcação de
pesca; serem proprietários ou exploradores de aeronave brasileira, ressalvado o disposto
na legislação específica.

 Devedores do INSS (art. 95, §2º, da Lei nº 8.212/91).

5.3. Hipóteses excepcionais para o incapaz ser empresário individual

MARCIO
O incapaz não pode LIMAsociedade,
iniciar uma DA CUNHA mas -ele
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poderá continuar uma.

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Temos duas exceções, isto é, hipóteses em que o incapaz poderá continuar uma sociedade. As
duas exceções constam no art. 974, “caput” do CC.

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido,


continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo
autor de herança.

Vejamos os casos:

a) Incapacidade superveniente

No caso de incapacidade superveniente, a pessoa iniciou uma atividade empresarial em


plena capacidade, porém com um acidente e gerando uma incapacidade, ele poderá
continuar aquela atividade empresarial.

b) Sucessão hereditária

Um menor de idade pode continuar uma empresa, conforme o art. 974 do CC. O que se
busca nesse caso é a preservação da empresa, e não o favorecimento do menor.

4.3.2. Quais são os requisitos previstos para que o incapaz possa continuar a atividade empresarial:

 Esse incapaz deve estar devidamente assistido ou representado (Art. 974, “caput”, do
CC.)

 Faz-se necessário a autorização judicial (art. 974, §1° do CC) é necessária à autorização
judicial.

Art. 974, § 1° Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência
em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais,
tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos
direitos adquiridos por terceiros.

Obs. Esse alvará poderá ser revogado a qualquer tempo,

5.4. Responsabilidade do empresário individual

O empresário individual possui responsabilidade ilimitada, isto é, passará a responder com seus
bens pessoais pelas dívidas empresariais contraídas.

Exemplo: João da silva (empresário individual) possui um posto de gasolina. Esse posto possui
bens, mas João também possui bens pessoais (ex. carros, barco, investimento em ouro, ações),
mas o posto encontra-se em uma situação financeira delicada. Pergunta: se essas dívidas podem
recair sobre os bens pessoais? SIM, porque existe a responsabilidade é ilimitada.

Mas deverá seguir uma ordem? O enunciado 05 responde a questão. Enunciado 5 da primeira
jornada de Direito Comercial - Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o
empresário individual tipificado no art. 966 do Código Civil responderá primeiramente com os
bens vinculados à exploração de sua atividade econômica, nos termos do art. 1.024 do Código
Civil.
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Repare que temos uma exceção à essa regra, de acordo com o art. 974, §2º, do CC. Elucidaremos
com um exemplo: Imagine que um garoto de 15 anos recebeu uma fazenda por testamento de seu
avô, por uma infelicidade o pai dele morre, o incapaz resolve continuar hotel. Ele ganha muito
dinheiro com o hotel e com isso compra carros e alguns imóveis, etc. Caso essa atividade
começar a dar prejuízo, elas recairão sobre o carro e os imóveis que ele adquiriu depois de
continuar a atividade.

Cuidado: situação, o Pedrinho com 15 anos de idade, ele recebeu por herança uma fazenda, mais
o pai do Pedrinho faleceu, o pai dele tinha um restaurante, então Pedrinho continuou o
restaurante na forma do art. 974 do CC/02. Ele precisa de um alvará judicial (art. 974, §1°),
porém o juiz que dará esse alvará terá que constar no alvará que Pedrinho possui uma fazenda.

5.5. Empresário casado

Começaremos com um exemplo: João e Maria são casados, João com a venda de sacolinhas para
os supermercados compra um imóvel que é a sede da sua atividade empresarial, e João também
compra outro imóvel, aonde será sua residência. Por dificuldades nas vendas, João, poderá
vender o imóvel que é a sede de sua atividade empresarial sem a autorização de sua esposa. Mas
se o imóvel é destinado para sua residência aplica-se o art. 1.647, I, do CC.

Art. 978. do CC. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal,
qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da
empresa ou gravá-los de ônus real.

Art. 1.647, do CC. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:

I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

Cuidado com o Enunciado 6 da I ornada de direito comercia: “O empresário individual


regularmente inscrito é o destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite
alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa, desde que exista, se for
o caso, prévio registro de autorização conjugal no Cartório de Imóveis, devendo tais
requisitos constar do instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com a
consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis”.

Enunciado 58 da II jornada de direito comercial: “O empresário individual casado é o


destinatário da norma do art. 978 do CCB e não depende da outorga conjugal para
alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa, desde que
exista prévia averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao patrimônio
empresarial no cartório de registro de imóveis, com a consequente averbação do ato à
margem de sua inscrição no registro público de empresas mercantis”.

6. EIRELI

A EIRELI foi introduzida pela Lei 12.441/11, que criou o art. 980-A do CC, significa (Empresa
Individual de Responsabilidade Limitada).

Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma
única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será
inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº
12.441, de 2011) (Vigência)
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§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a
firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. (Incluído
pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada


somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. (Incluído pela Lei nº
12.441, de 2011) (Vigência)

§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da


concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio,
independentemente das razões que motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei nº
12.441, de 2011) (Vigência)

§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para


a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de
direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o
titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. (Incluído pela Lei nº 12.441,
de 2011) (Vigência)

§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as


regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)
(Vigência)

6.1. Conceito

É Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, nada mais é do que uma nova pessoa
jurídica de direito privado, sendo constituída por 1 (um) único titular.

6.2. Responsabilidade do Titular da EIRELI

É uma empresa com responsabilidade limitada, ou seja, as dívidas dessa pessoa jurídica
recairão sobre o patrimônio dessa pessoa jurídica (EIRELI).

6.3. Cabe desconsideração da personalidade jurídica

Cuidado, pois é sim possível a desconsideração da personalidade jurídica.

Curiosidade: A redação original do §4° (vetado) do art. 980-A do CC/02, diz que Somente o
patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de
responsabilidade.

Mas, hoje cabe sim a desconsideração da EIRELI.

Enunciado nº 470 da V Jornada de Direito Civil - O patrimônio da empresa individual


de responsabilidade limitada responderá pelas dívidas da pessoa jurídica, não se
confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem prejuízo da
aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica.

6.4. Capital mínimo

a) Valor

Conforme o art. 980-A “caput” do CC/02, diz que o valor será devidamente
integralizado, sendo esse valor nunca inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-
mínimo vigente no país integralizado. Aqui utiliza-se como base o salário-mínimo
Federal.MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790

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b) Formas de integralização

Esse valor poderá ser pago:

 Dinheiro

 Bens (móveis ou imóveis).

Obs. Caso ocorra uma transferência de imóvel da pessoa física para a pessoa
jurídica, nessa operação não incidir ITBI (Imposto de transmissão de bem Imóvel),
isso porque ocorre a munidade especial prevista no art. 156, §2°, da CF:

Art. 156 da CF - Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens


imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;

§ 2º - O imposto previsto no inciso II:

I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao


patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou
extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante
do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil;

c) O pagamento deve ser feito no ato da constituição. Isso é provado com a declaração
feita.

d) Precisa ficar atualizando sempre o capital da pessoa jurídica com o aumento ulteriores
do salário-mínimo?

Não há necessidade de alteração do capital em razão de posterior aumento do salário-


mínimo. Enunciado 4 da I Jornada de Direito comercial diz: “Uma vez subscrito e
efetivamente integralizado, o capital da empresa individual de responsabilidade limitada
não sofrerá nenhuma influência decorrente de ulteriores alterações no salário mínimo”.

6.5. Aplicação subsidiária

O art. 980-A, §6°, diz sobre a aplicação subsidiária da sociedade limitada para com a
EIRELI.

Art. 980-A, §6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no


que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.

6.6. Quem pode ser titular de uma EIRELI

Sobre tal assunto temos duas correntes.

a) 1ª corrente

Pode ser titular da EIRELI, a pessoa Jurídica e a Pessoa Física. Os defensores dessa
corrente aplicam o art. 980-A do CC quando diz “pessoa”. O Código Civil deixou uma
ideia de ser pessoa física ou jurídica.

Outro argumento é que a lei não proíbe expressamente a pessoa jurídica de ser titular
(Não há proibição
MARCIO legal).
LIMACuidado,
DA CUNHApois a- Instrução normativa 117 do DNRC não tem
05308192790
competência para vedar essa titularidade;

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O art. 980-A, §6° prevê a aplicação subsidiária das regras de sociedade LTDA, e a LTDA
o sócio pode ser a pessoa física como também a pessoa jurídica.

Essa corrente é minoritária (não deve ser adotada em concurso)

b) 2ª Corrente: adotar na primeira fase do concurso

Diz que Somente a pessoa natural é que pode ser titular de EIRELI.

A instrução normativa 117 DNRC (Departamento Nacional de Registro de Comercio) –


somente pessoa natural pode ser titular de uma EIRELI.

A instrução 10 do DREI, 1.12.11 do anexo V – “não pode ser titular de EIRELI a pessoa
jurídica, bem assim a pessoa natural impedida por norma constitucional ou por lei
especial”.

Outro argumento é a redação do art. 980-A, §2° do CC diz: “Art. 980-a, §2º, A pessoa
natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá
figurar em uma única empresa dessa modalidade”.

Obs. Não existe vedação na lei para ser sócio, a única limitação é constituição de apenas
uma EIRELI.

Enunciado da V jornada de Direito Civil nº 468 diz: A empresa individual de


responsabilidade limitada só poderá ser constituída por pes soanatural. a) ideia da EIRELI
é acabar com a informalidade do empresário individual; b) A ideia é limitar a
responsabilidade do empresário individual; c) O §4° e §2°, 980-A, pela sua redação, leva
em consideração que somente pessoa natural pode ser titular da EIRELI.

6.7. Transformação

Nada mais é do que a transformação da figura do empresário individual para uma EIRELI.
Mantém o número do CNPJ, o que muda é apenas a forma (EIRELI)

Mas, e se temos uma sociedade. Será que posso transformá-la em EIRELI? SIM, Poderá,
desde que se concentração 100% das quotas em um único sócio.

MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790

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