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Durante boa parte da noite pareceu que o outro rapaz estava curtindo Doud,
elogiando o ator por seu sorriso enquanto os dois batiam papo. Mas então
alguma coisa mudou.
"Ele me perguntou se eu era latino. Falei que não, que na realidade sou
metade caucasiano e metade chinês", Doud contou ao HuffPost. "De repente
ele começou a me tratar com frieza. Eu continuei a flertar, mas ele disse que
não estava mais curtindo."
"O sujeito ficou sem jeito, mas negou enfaticamente, dizendo que não teve
certeza de estar interessado desde o início e retirando os elogios que havia
feito antes."
Doud entende que todo o mundo tem seu tipo ideal, "mas, pela reação dele
quando soube de minha raça, ficou muito evidente que ele me achou sexy e
exótico como latino, mas que, como asiático-americano, de repente virei
indesejável."
OSCAR WONG VIA GETTY IMAGES
Experiências como a de Lee Doud são coisas que os homens asiático-
americanos solteiros vivem corriqueiramente. Estereótipos emasculadores
perpetuados em filmes e séries de televisão às vezes deixam homens asiáticos
em desvantagem no cenário do namoro e romance. Basta pensar nas farpas
lançadas por Steve Harvey contra homens asiáticos no ano passado, num
incidente que fez manchetes, para ver como os americanos podem desprezar a
atratividade dos homens de origem asiática.
Mesmo homens asiáticos que são modelos não se saem bem com os
aplicativos de namoro. O modelo e instrutor de fitness Kevin Kreider, americano
de origem coreana que foi adotado e cujos pais são de origem irlandesa e
alemã, ficou tão perturbado com o que enfrentou no Tinder que deixou de usar
esse app.
"Aquilo começou a prejudicar minha autoestima. Sei que sou um cara bonito,
mas eu não estava recebendo respostas de mulheres interessadas. Então
abaixei meus padrões e abaixei de novo, até finalmente suscitar um pouco de
interesse", ele disse ao HuffPost. "Percebi que isso estava tudo errado,
especialmente porque outros caras brancos não tinham problema algum em
combinar encontros com garotas bonitas e cultas."
Assim que Kreider deixou de usar os apps e começou a procurar mulheres com
quem tinha algo a ver na vida real, começou a conhecer mulheres que eram
mais do tipo que ele buscava e que também se interessavam por ele.
Ainda no início do século 19, seus antepassados eram retratados pela maioria
branca como "outros", homens assexuados ou feminilizados, disse Chiung
Hwang Chen, professora de comunicação e mídia na Universidade Brigham
Young no Havaí.
"Existe um medo inato de que, por mais que tentemos combater esses
estereótipos, essas imagens e ideias estão profundamente arraigadas em
nossa cultura, tanto que falar disso ou tentar combater isso pode parecer um
esforço inútil", ele disse. "Mas precisamos de mais consciência e mais
informação. Precisamos continuar a ter essas discussões importantes
abertamente e sem julgamentos, para não perpetuarmos nossos erros no
futuro."