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Luz e Ondas Eletromagnéticas


Ondas Eletromagnéticas
Luiz Nunes de Oliveira
Daniela Jacobovitz

8.1 Introdução
8.2 Campo elétrico
8.3 Campo magnético
8.4 Formas alternativas de geração
8.4.1 Campo elétrico gerado por campo magnético variável
8.4.2 Campo magnético gerado por campo elétrico variável
8.5 Radiação eletromagnética
8.6 Características da radiação eletromagnética
8.6.1 Velocidade
8.7 Polarização
8.7.1 Interferência
8.8 Conclusão
Referências

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Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 1 153

8.1 Introdução
Nesta aula, veremos como se criam e se propagam as ondas eletromagnéticas. Estudaremos
também algumas de suas características.

8.2 Campo elétrico


Muitas das partículas que constituem a matéria têm carga elétrica. Os elétrons, em particular,
são carregados. A carga do elétron é uma constante universal negativa. Já os prótons têm carga
positiva.Vamos denotar por e a carga do próton. A do elétron é −e. Se um pequeno objeto tiver
mais ou menos elétrons do que prótons, ele estará carregado com uma carga q. No sistema de
unidades MKS, a carga elétrica é medida em Coulombs, e a carga do próton vale e = 1,6 × 10−19 C.
Verifica-se, experimentalmente, que cargas de mesmo sinal se repelem e cargas de sinal oposto
se atraem. Se a distância entre duas cargas q1 e q2 for r, a força elétrica Feletr entre elas terá módulo

q1q2
Feletr = k , 8.1
r2
onde k é uma constante que depende do
meio que separa as duas cargas. No vácuo,
k = 9 × 109 Nm 2/C2. Como mostra a
Figura 8.1, a força tem a direção do eixo que
Figura 8.1: Força elétrica entre duas cargas de sinais opostos. /
passa pelo centro das duas cargas. Fonte: USPSC

Como a força é proporcional às cargas, a Equação 8.1 pode ser dividida em duas:

Feletr = q2 E , 8.2

onde

q1
E=k . 8.3
r2

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Embora seja uma operação matematicamente simples, essa separação constitui um grande

salto conceitual. A Equação 8.3 nos diz que a carga q1 cria um campo elétrico E, que modifica
as propriedades elétricas do ponto onde se encontra a carga q2. A Equação 8.2 nos diz que
esta última sente o efeito do campo elétrico.
Com isso, o problema de calcular a força elétrica sobre uma carga q2 fica reduzido ao de
calcular o campo elétrico no ponto em que ela está. Na situação da Figura 8.1, é tão fácil
calcular a força que você poderá achar que não vale a pena o trabalho de dividir a Equação 8.1
em dois. No entanto, em problemas mais complexos, a divisão permite concentrar nossa atenção

na parte difícil do problema. Superada esta, isto é, calculado o campo elétrico E, a receita simples
da Equação 8.2 nos diz como computar a força.
Assim como a força, o campo elétrico é um vetor. O seu módulo é expresso pela Equação 8.3,
onde r é a distância entre a carga q1 e a posição P na qual se quer calcular o campo. A direção é
determinada pela reta que passa por P e pela carga. O campo de uma carga positiva foge radialmente
dela, como mostra a Figura 8.2. Se a carga q da figura fosse negativa, o campo em cada ponto seria
dirigido para a carga.

Figura 8.2: Campo elétrico em torno de uma carga positiva q. / Fonte: USPSC

Exercício Resolvido 01
A separação de equilíbrio entre os núcleos da molécula iônica KBr é 0,282 nm. A carga dos íons K+
e Br− tem valor e. Calcule o módulo da força de atração entre os íons.

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→ Resolução:
A carga do Potássio é q1 = 1,6 × 10−19 C e a carga do Bromo é
q2 = −1,6 × 10−19 C . Como as cargas são opostas, há
atração entre os íons. Para calcular o módulo da força
usamos apenas o valor das cargas, sem considerar o sinal.
O módulo da força elétrica entre esses elementos é
9 ⋅ 109 ⋅ 1, 6 ⋅ 10−19 ⋅ 1, 6 ⋅ 10−19
F= = 2, 9 ⋅ 10−9 N
( 0, 282 ⋅ 10 )−9 2

Exercício Resolvido 02
Uma carga q1 = 2 nC colocada na origem sofre uma força de 8 × 10−4 N na direção dos y positivos.
Qual é o valor do campo elétrico na origem? Se esta força for provocada por uma carga q2 colocada
em y = 3 cm, qual é o valor desta carga?

→ Resolução:
O campo elétrico provocado pela carga q2 na origem é
F 8 ⋅ 10−4
E= = −9
= 4 ⋅ 105 N/C
q1 2 ⋅ 10

kq2
Podemos agora calcular a carga usando a expressão E = . Assim o valor da carga é:
r2
9 ⋅ 109 ⋅ q2 4 ⋅ 105 ⋅ 0, 032
4 ⋅ 105 = ; q2 = ; q2 = 40 nC
0, 032 9 ⋅ 109

8.3 Campo magnético


Assim como as cargas produzem campos elétricos ao seu redor, os ímãs, também chamados
de magnetos, produzem campos magnéticos ao seu redor. Como a expressão do campo magné-
tico de um ímã é bem mais complicada do que a Equação 8.3, não vamos escrevê-la aqui.
Preferimos ver uma ilustração, análoga à Figura 8.2, mostrando o campo magnético em torno
de um magneto.

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É o que mostra a Figura 8.3. Assim como o campo elétrico foge de uma carga positiva, o
campo magnético foge do polo Norte do ímã e corre em direção ao polo Sul.

Figura 8.3: Campo magnético em torno de um magneto. O ímã tem dois


polos. O polo Norte foi pintado de vermelho e o polo Sul, de azul. Para facilitar
a visualização, o campo magnético foi mostrado em apenas um plano que
atravessa o ímã. / Fonte: USPSC

Conhecido o campo magnético B
Figura 8.4: Força magnética sobre
em um ponto do espaço, é fácil calcular uma carga positiva que passa com

a força que age sobre uma carga q que velocidade v por um ponto

o campo magnético é B. A força
onde

passa por aquele ponto com velo- é perpendicular à velocidade e


 perpendicular ao campo, e o seu
cidade v, como mostra a Figura 8.4. sentido é dado pela regra da mão
direita: posicione o polegar da sua
O módulo da força é dada pela expressão mão direita no sentido da velocidade
e posicione seus demais dedos no
sentido do campo. A força será no
sentido da palma de sua mão. Se a
Fmag = qv B senθ. 8.4 carga for negativa, empregue a mão
esquerda. / Fonte: USPSC

 
A direção da força é perpendicular a B e a v. A legenda da figura ajuda a encontrar o sentido
da força.

Exercício Resolvido 03

Um próton é arremessado perpendicularmente a um campo magnético uniforme, cuja intensidade é


B = 2 * 10−2  T. Determine a força que age sobre o próton, sabendo que sua velocidade é v = 4*107 m/s.
Como é a trajetória do próton?

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→ Resolução:
A figura a seguir ilustra a trajetória do próton. Note que o campo magnético representado por
é perpendicular ao vetor velocidade. A força é perpendicular ao campo magnético e à velocidade,
assim a trajetória do próton é circular.

A força sobre a carga é


F = qvbsen θ,

onde θ é o ângulo entre a velocidade e o campo. Neste caso o ângulo é 90°, assim a força será

F = 1,6 ⋅ 10−19 ⋅ 4 ⋅ 107 ⋅ 2 ⋅ 10−2 sen 90° = 12,8 ⋅ 10−14 N

8.4 Formas alternativas de geração


A carga elétrica gera um campo elétrico e o magneto gera um campo magnético, mas há
outras formas de produzir campos. Um fio condutor, como os que estão escondidos nas paredes
de sua casa, produz um campo magnético ao seu redor. Mais importante, porém, do que fios,
cargas e magnetos é a geração dinâmica de campos, que discutiremos a seguir.

8.4.1 Campo elétrico gerado por campo magnético variável

A Figura 8.5 mostra um magneto que se aproxima de uma espira, um fio condutor que
forma um arco de circunferência. O fio está conectado a uma lâmpada, que se mantém acesa
enquanto o ímã está em movimento perto do arco. Cessado o movimento, a luz se apaga.

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Isso mostra que a variação de um campo magnético produz um campo elétrico. Medidas
precisas, feitas já na primeira metade do século XIX, mostraram que, na geometria da Figura 8.5,

a variação do campo magnético B através de uma circunferência

de raio R produz um campo elétrico E ao longo da circunferência,
cujo módulo é proporcional à derivada do módulo do campo
magnético. O produto do comprimento da circunferência pelo
campo elétrico é igual ao produto da área da circunferência pela
derivada do campo magnético:

dB
2πRE = π R 2 . 8.5
Figura 8.5: Geração dinâmica de campo dt
elétrico. Quando o magneto vermelho-
azul se aproxima do arco condutor, a
variação do campo magnético dentro Os dois lados podem ser divididos por πR para dar uma igual-
do arco cria um campo elétrico ao longo
do arco, como mostra a lâmpada acesa. dade mais simples:
O campo elétrico é proporcional à
velocidade com que cresce (ou diminui)
o campo magnético no interior do arco. / R dB
Fonte: USPSC E= . 8.6
2 dt

Quer da Equação 8.5 quer da Equação 8.6, vemos que um campo magnético que varia
produz um campo elétrico. Importantíssimo, porque encontramos aí uma receita para gerar campos
elétricos sem precisar de cargas. É assim que é gerada a eletricidade que chega às nossas residências:
em uma usina hidrelétrica, por exemplo, a força das águas move um número muito grande de
espiras em uma região onde o campo magnético é forte. A variação do campo magnético dentro
das espiras gera um campo elétrico. Este último movimenta correntes elétricas ao longo de fios de
transmissão que distribuem a eletricidade pelas cidades.
Ainda mais importante, o resultado contido na Equação 8.5 permite que, mesmo longe de
qualquer carga, até mesmo no vazio do espaço interestelar, sejam gerados campos elétricos.
Para isso, porém, é preciso levar campos magnéticos até o lugar onde o campo elétrico será
gerado sem empregar ímãs ou fios. E isso nos conduz à próxima seção.

Veja como o campo elétrico é gerado através do movimento do imã e também


como é o princípio de funcionamento de uma usina hidrelétrica.
Dica!
Para assistir a simulação, faça o download em seu computador, clicando na opção Use já.

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Exercício Resolvido 04
Um campo magnético que faz um ângulo de 90° com o eixo de uma espira circular com 5 cm
de raio, está variando à razão de 90 T/s, como está mostrado na Figura 8.5. Determine o campo
elétrico gerado na espira.

→ Resolução:
O campo elétrico produzido pela variação do campo magnético é
R dB
E= .
2 dt
O valor do campo elétrico produzido na espira é
0, 05
E= 90 = 2, 25 N/C.
2

8.4.2 Campo magnético gerado por campo elétrico variável

A Figura 8.6 mostra um dispositivo conhecido como capacitor. São duas placas condutoras
planas paralelas separadas por um espaço vazio. Se ligarmos um fio à placa de cima e outro à de
baixo, e conectarmos o par a uma bateria, o capacitor se carregará por algum tempo até as placas
ficarem saturadas com carga. Se, em seguida, invertermos a polaridade da bateria, ele se descarre-
gará e se carregará no sentido oposto.

a b

Figura 8.6: Geração dinâmica de campo magnético.


As duas placas horizontais são condutoras. O painel
(a) as mostra de frente, enquanto o painel (b) mostra
a mesma cena vista de cima. Quando as placas são
carregadas eletricamente, por meio de fios conectados
a uma bateria, por exemplo, geram um campo elétrico
E na região entre as placas. A variação desse campo dá
origem a um campo magnético em torno do conjunto,
que é capaz de orientar a agulha de uma bússola. /
Fonte: USPSC

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As cargas que se acumulam nas placas geram um campo elétrico entre elas. Se a área das
placas for muito grande e a separação entre elas, pequena, o campo elétrico pode ser bastante
alto. Nesse caso, sempre que a carga positiva na placa de cima cresce, verifica-se que uma bússola
posicionada junto ao capacitor aponta na direção indicada na Figura 8.6b: tangente à circun-
ferência centrada no capacitor que passa pelo centro da bússola. Se, ao contrário, a carga positiva
na placa de cima diminuir, a bússola se orientará no sentido oposto ao mostrado na figura.

Em outras palavras, quando aumenta o campo elétrico E mostrado na Figura 8.6a, a bússola
aponta na direção mostrada na Figura 8.6b, indicando que se forma um campo magnético ao
redor do capacitor. Já quando o campo elétrico diminui, o campo magnético toma o sentido
oposto. E se a variação do campo elétrico cessar, a bússola tomará a sua orientação normal:
apontará para o Norte. Um campo magnético é criado, portanto, quando o campo elétrico varia.
Com base em medidas e na análise cuidadosa dos resultados, pode-se mostrar que o campo
magnético da Figura 8.6 é proporcional à derivada do campo elétrico. A relação é semelhante à
que descreve a criação do campo elétrico na Figura 8.5. Se o raio da circunferência sobre a qual se
mede o campo, como mostra a Figura 8.6b, for R, então, o campo magnético será dado por uma
igualdade parecida com a Equação 8.5:

dE
2πγRB = πR 2 , 8.7
dt

onde a constante γ depende do meio em que a medida é realizada; no vácuo

γ = 9 × 1016 m 2 / s2 . 8.8

Para simplificar a Equação 8.8, dividimos os dois lados por 2πγR e obtemos uma expressão
explícita para o campo magnético:

1 R dE
B= . 8.9
γ 2 dt

Como γ é muito grande, a derivada à direita tem de ser também muito grande para que
o campo magnético seja apreciável. Isso significa que o campo elétrico precisa variar muito
rapidamente. Satisfeita essa condição, conseguiremos produzir um campo magnético longe de
magnetos ou fios. Falta ver como isso funciona na prática.

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8.5 Radiação eletromagnética


Quando uma carga está parada, o campo elétrico que ela produz tem a forma exibida esque-
maticamente na Figura 8.2. Segundo a Equação 8.3, o campo é inversamente proporcional
ao quadrado da distância e, portanto, fica muito fraco logo que nos afastamos da carga.
Na representação precisa da Figura 8.7, os vetores se tornam praticamente invisíveis a partir
da metade da ilustração porque o campo se torna fraco demais para ser percebido.

Figura 8.7: Campo elétrico nas vizinhanças de uma carga positiva. Em contraste com o esboço
esquemático da Figura 8.2, esta figura mostra o campo precisamente calculado a partir da
Equação 8.3. Para não sobrecarregar, ela mostra somente uma janela retangular sobre um plano
que passa sobre a carga. / Fonte: USPSC

Se a carga se movimentar, o seu campo elétrico variará com o tempo e dará origem a um
campo magnético. Em particular, se a carga for acelerada, ela poderá movimentar-se continuamente
sem se afastar de uma pequena região do espaço. A massa presa a uma mola é um exemplo de
uma partícula que sobe e desce sem nunca se afastar muito do ponto de equilíbrio (como vimos
na aula sobre Ondas Mecânicas), onde encontramos uma função periódica que descreve a sua
posição y como função do tempo. Em particular, no caso em que a massa está inicialmente parada
na posição y0, a função periódica é

y ( t ) = y0 cos ( ωt ) . 8.10

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Suponhamos que a posição de uma carga q seja dada pela mesma igualdade e, para fixar
ideias, vamos supor que y0 = 1 cm. Com isso, a Equação 8.10 assume a forma

y ( t ) = cos ( ωt ) ( em cm ) . 8.11

Vemos que a carga nunca está mais do que um centímetro da origem e que sua velocidade
varia continuamente.
Vejamos agora o campo elétrico produzido pela Equação 8.10. Como a carga está sempre
perto de y = 0, o campo nas vizinhanças da origem é sempre forte. Quando a carga se movimenta,
o campo elétrico nessa região varia e, segundo a Equação 8.9, dá origem a um campo magnético.
O campo magnético também varia com o tempo. Isso acontece porque a derivada do campo
elétrico depende da velocidade da carga, a qual, por sua vez, varia ao longo do tempo. E, como o
campo magnético é proporcional à derivada do campo elétrico, B depende do tempo. A variação
do campo magnético, segundo a Equação 8.6, dá origem a um campo elétrico. E assim poderíamos
continuar a pensar para encontrar os campos elétrico e magnético em outras regiões do espaço.
Mas é mais fácil examinar a Figura 8.8, que mostra o comportamento do campo elétrico em
uma região que vai das vizinhanças da carga até distâncias moderadamente afastadas. A ilustração
retrata o campo elétrico em t = 0, quando a posição da carga na Equação 8.11 é y = 1 cm, isto
é, quando a distância entre a carga e a origem é máxima. Nas proximidades da carga, o campo se
assemelha ao de uma carga parada, que está retratado na Figura 8.7. Mais à frente, percebemos
que ele adquire uma pequena componente vertical no sentido descendente, mas, a partir da
metade da figura, ele se torna virtualmente nulo.
A Figura 8.9 mostra o campo elétrico no instante t = T/4, onde T = 2π/ω é o período da
oscilação da carga. Nesse ponto, o cosseno à direita da Equação 8.11 se anula, porque seu
argumento é π/2. Isso quer dizer que a carga está exatamente sobre a origem.
O campo continua a ser grande e radial nas proximidades da carga, mas agora ele deixa de
ser insignificante na região próxima à borda direita da figura. Um pouco de atenção mostra que,
nessa região distante da carga, o campo é vertical e dirigido para baixo. A evolução em relação
ao quadro desenhado na Figura 8.8 é notável.Vamos deixar o relógio correr um pouco mais.
A Figura 8.10 mostra o campo elétrico em t = T/2, momento em que a carga atinge a posição
diametralmente oposta à inicial: segundo a Equação 8.11, a posição y chega a −1 cm nesse
instante. O campo continua a ser vertical e descendente na região da figura que está mais longe
da carga e continua a ser forte e radial nas proximidades da carga. Na região central, no entanto,
o campo se torna muito fraco, o que significa que uma mudança está começando a acontecer.

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Pouco mais tarde, quando t = 3T /4, o campo, sempre intenso nas proximidades da carga,
volta a ser apreciável na região central da Figura 8.11. E agora, em toda a janela mostrada na
ilustração, a componente vertical do campo passa a ser ascendente, ao contrário do que ocorre
em t = T /4 (ver a Figura 8.8).
Quando t for igual ao período de oscilação da carga, isto é, quando t = T , a posição y
voltará a valer 1 cm e teremos completado um ciclo. O campo voltará a ser como retratado
na Figura 8.8 e tudo se repetirá.

Figura 8.8: Campo elétrico de carga positiva que se movimenta segundo


a Equação 8.11 no instante t = 0. Nesta e nas próximas sete ilustrações,
vemos o campo elétrico através de uma janela, como na Figura 8.7. /
Fonte: USPSC

Figura 8.9: Campo elétrico de carga positiva que oscila segundo a Equação
8.11 para t = T/4, onde T é o período de oscilação da carga. / Fonte: USPSC

Veja uma animação da situação descrita nas


Figuras 8.7, 8.8 e 8.9.

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As Figuras 8.12 a 8.15 mostram a mesma sequência de instantâneos, vista de um ponto


de observação mais distante, para oferecer visão panorâmica da evolução do campo elétrico.

Figura 8.10: Campo elétrico de


carga positiva que oscila segundo a
Equação 8.11 para t = T/2, onde T
é o período de oscilação da carga. /
Fonte: USPSC

Figura 8.11: Campo elétrico de


carga positiva que oscila segundo a
Equação 8.11 para t = 3T/4, onde T
é o período de oscilação da carga. /
Fonte: USPSC

Figura 8.12: Campo elétrico de


carga positiva que oscila segundo
a Equação 8.11, no instante t = 0.
Análoga à Figura 8.8, esta figura
mostra o campo elétrico de ponto de
vista mais distante. / Fonte: USPSC

A simulação mostra o campo elétrico produzido por uma


carga oscilante, observado de um ponto mais distante da carga.

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Basta examinar a primeira figura da sequência (Figura 8.7) para perceber que o campo
elétrico se enfraquece em mais de uma região. Exceção feita aos pontos próximos da carga,
a figura mostra regiões de campo mais nítido, que se alternam com regiões de campo fraco.
O movimento oscilatório da carga dá origem a uma onda. A sequência das Figuras 8.12 a 8.15
mostra que a onda foge da região em que a carga se movimenta para sumir de vista no extremo
direito das figuras. Essa onda, que não precisa de um meio para se deslocar porque tem origem
na relação entre os campos elétrico e magnético, expressa pelas Equações 8.6 e 8.9, é a radiação
eletromagnética. Uma análise matemática mais cuidadosa do que a que podemos fazer aqui mostra
que sua velocidade no vácuo é a raiz quadrada do coeficiente γ que aparece na Equação 8.7 e é
dado pela Equação 8.8. Assim, no vácuo, a velocidade da onda eletromagnética é

c = γ = 3 × 108 m / s. 8.12

Foi essa igualdade, deduzida pela primeira vez em 1865, que levou Maxwell a concluir que
a luz é radiação eletromagnética. Para que a radiação seja visível, a sua frequência precisa estar
no estreito intervalo que vai de aproximadamente 400 THz a 700 THz.
A frequência da radiação emitida é determinada pela frequência com que a carga oscila.
Como vemos nas sequências das Figuras 8.8 a 8.11 e das Figuras 8.12 a 8.15, a cada ciclo do
movimento da carga, o campo elétrico na região distante da carga completa um ciclo da sequência:
1. campo fraco;
2. campo mais forte com sentido descendente;
3. campo fraco;
4. campo mais forte com sentido ascendente.
Assim, a frequência da radiação é igual à frequência do movimento da carga. Para emitir
luz visível, a carga elétrica precisa vibrar com frequência da ordem de 500 THz.

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Figura 8.13: Campo elétrico de


carga positiva que oscila segundo a
Equação 8.11, no instante t = T/4.
Equivale à Figura 8.9 vista de ponto
de observação mais distante. /
Fonte: USPSC

Figura 8.14: Campo elétrico de


carga positiva que oscila segundo a
Equação 8.11, no instante t = T/2.
Equivale à Figura 8.10 vista de ponto
de observação mais distante. /
Fonte: USPSC

Figura 8.15: Campo elétrico de


carga positiva que oscila segundo a
Equação 8.11, no instante t = 3T/4.
Equivale à Figura 8.10 vista de ponto
de observação mais distante. /
Fonte: USPSC

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8.6 Características da radiação eletromagnética


Como aprendemos na Seção Formas alternativas de geração, uma carga em movimento
periódico emite radiação eletromagnética. A partir dessa noção, podemos agora entender
melhor alguns dos conceitos que discutimos nas nas aulas sobre Luz e Fótons.

8.6.1 Velocidade

A velocidade das ondas eletromagnéticas no vácuo é dada pela Equação 8.12. Em outros
meios como a água ou o vidro, o coeficiente γ na Equação 8.8 é menor do que o valor na
Equação 8.8. Como consequência, a luz viaja mais devagar. Dizemos que o meio tem um
índice de refração n = c/v, onde v é a velocidade da radiação. De posse do índice, temos tudo
de que precisamos para aplicar a lei de Snell e Descartes.

8.7 Polarização
As Figuras 8.8 a 8.11 mostram que, enquanto o campo na região próxima da carga é
radial, o campo na região distante é paralelo ao eixo vertical sobre o qual a carga se move.
Mais precisamente, o campo elétrico na região distante é paralelo à aceleração da carga. Se as
figuras mostrassem o campo magnético, veríamos que ele é perpendicular ao plano que contém
o campo elétrico e o eixo em que carga se movimenta – o plano da figura.
A onda eletromagnética nas Figuras 8.8 a 8.15 é como a onda que se forma numa corda:
transversal à direção de propagação.
Aquelas figuras são um pouco espe- a b
ciais, porque, em todas elas, a carga
se move verticalmente. No entanto,
mesmo que ela se movesse em outra

direção – na horizontal, por exemplo Figura 8.16: Polarização da onda eletromagnética. O campo elétrico E
é paralelo à direção em que a carga se move e o campo magnético B , 
– o campo elétrico seria transversal, perpendicular ao plano onde estão o campo elétrico e a carga. O vetor k é
uma forma conveniente de indicar a direção de propagação da onda. Em (a),
como mostra a Figura 8.16. A radiação o movimento e o campo elétrico são verticais e a radiação é verticalmente
polarizada. Em (b), o movimento horizontal dá origem a uma radiação
resultante é polarizada. horizontalmente polarizada. / Fonte: USPSC

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A onda da Figura 8.16a é polarizada verticalmente. A da Figura 8.16b é polarizada horizon-


talmente. Os polarizadores, empregados para visualizar cinema 3D, por exemplo, são constituídos de
material cujas moléculas absorvem a luz polarizada em uma direção e deixam passar a luz polarizada
na direção perpendicular. Corretamente posicionado, um polarizador deixaria passar a radiação
esquematizada na Figura 8.16a, mas absorveria a esquematizada na Figura 8.16b.

8.7.1 Interferência

Na aula 6 Ondas estudamos a interferência das


ondas mecânicas. Pudemos analisar o padrão de interfe-
rência das ondasque emergem de duas fendas separadas
por uma distância d. Nos pontos em que há interfe-
rência construtiva, a diferença de caminho percorrido
pelas ondas são múltiplos inteiros de comprimento de
onda. Os ângulos em que esta interferência ocorrem
são dados por

nλ = dsenθ 8.13

A figura mostra o ângulo θ para n = 1. Figura 8.17: Ilustração do ângulo θ para n = 1.

Uma vez que é constituída de ondas, a radiação eletromagnética está sujeita à interferência.
Como vimos nas aulas sobre Luz e Fótons, a interferência entre feixes de luz não é comum
em nosso dia a dia porque o comprimento de onda é muito inferior à dimensão da maioria
dos objetos e seres ao nosso redor. A interferência, entretanto, pode ser facilmente observada.
Se você aproximar cuidadosamente um de seus indicadores do polegar da mesma mão e olhar
para uma lâmpada através do vão entre eles, verá uma sombra entre os dois quando o vão ficar
reduzido a uma pequena fração de milímetro. A sombra indica que há interferência destrutiva.
À primeira vista, pode parecer muito difícil descrever matematicamente a interferência entre
ondas eletromagnéticas. Afinal, a interferência em geral resulta da adição de numerosas funções
tridimensionais que variam no tempo e no espaço. Felizmente, a nossa tarefa é simplificada por
um princípio enunciado por Huygens no século XVII.

8  Ondas Eletromagnéticas
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Com base no que aprendemos na Seção 8.4,é fácil entender o princípio de Huygens.Suponhamos
que, conhecendo o comportamento de uma onda em uma região do espaço, queiramos saber o que
acontece fora dela. Na Figura 8.9, por exemplo, conhecemos o campo elétrico na janela exibida
e podemos querer prever a evolução do campo fora dela. Para isso, segundo o princípio, basta tratar
cada ponto na periferia da janela como se fosse uma fonte de radiação - como se houvesse uma
lâmpada infinitesimal irradiando luz a partir daquele ponto. A soma das contribuições de todas essas
lâmpadas imaginárias dará a evolução do campo na região externa à janela.
O princípio é particularmente prático quando a luz tem de passar por uma fenda estreita ou
por um número pequeno de fendas estreitas. Conhecemos o comportamento da luz antes de
passar pelas fendas e queremos saber o que acontecerá à frente delas. Em tais casos, segundo
Huygens, tudo se passa como se existisse uma fonte de radiação em cada fenda, e a interferência
à frente delas resulta da soma das ondas emitidas pelas várias fontes. A Figura 8.18a mostra
esquematicamente a aplicação do princípio a uma fenda simples.
A Figura 8.18b mostra o resultado
a b
matemático da aplicação do princípio
de Huygens ao mesmo problema.
Conforme se esperava, a onda diverge
radialmente a partir da fenda, uma
situação semelhante à retratada nas
Figuras 8.12 a 8.15.
Vemos que, ao passar por uma fenda
Figura 8.18: Passagem da luz por uma fenda. O painel (a) mostra esquemati- estreita, a radiação deixa de se propagar
camente o arranjo. O painel (b) mostra o resultado de cálculo. / Fonte: USPSC
em linha reta. Compare com o compor-
tamento esperado de um feixe de partículas. Se a luz fosse constituída de partículas, a fenda
estreitaria o feixe sem alterar a direção de propagação. A Figura 8.18 mostra, no entanto, que
quando a largura da fenda é da ordem do comprimento de onda da radiação, a luz se propaga em
outras direções após passar pelo bloqueio, um efeito conhecido como difração.
A difração não demonstra definitivamente que a radiação é uma onda. Um defensor da
teoria de partículas poderia argumentar que elas mudaram de direção porque colidiram com as
bordas da fenda. E como a onda da Figura 8.18b oscila mais de 1014 vezes por segundo, rápido
demais para ser vista, seria incorreto um observador descartar as partículas com base apenas no
resultado da experiência na Figura 8.18. Por isso, a experiência de Young foi decisiva.

Luz e Ondas Eletromagnéticas


170 Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 1

a b
A experiência de Young é o assunto da
Figura 8.19. Como mostra o painel (a), um
feixe de luz atinge um bloqueio dotado de
duas fendas. O princípio de Young reco-
menda que tratemos cada uma delas como
uma fonte de luz. O painel (b) mostra a soma
das duas ondas assim construídas. Vemos um
padrão de interferência, com raias mais claras
Figura 8.19: Experiência de Young. O painel (a) mostra esquematica- indicando interferência destrutiva, separadas
mente o arranjo. O painel (b) é o resultado de cálculo. / Fonte: USPSC
por regiões de interferência construtiva.
Os máximos e mínimos que se alternam na direção radial na Figura 8.19b oscilam com
frequência altíssima, mas o padrão de interferência é independente do tempo. Em particular,
praticamente nenhuma luz é emitida nas direções de interferência destrutiva. Assim, a projeção da
luz proveniente das fendas sobre um anteparo mostra a sequência de claros e escuros alternados
que discutimos na aula sobre Fótons, sequência essa que constitui evidência inequívoca de inter-
ferência e, portanto, da natureza ondulatória da luz.

Exercício Resolvido 05

Duas fendas estão separadas por uma distância de 1,4 mm. Estas fendas estão a 2,8 m de uma tela,
quando são iluminadas por uma luz de comprimento de onda λ. Sabendoque a distância entre o ponto
central e o primeiro máximo (n = 1) é y = 1,18 mm, calcule o comprimento de onda da luz incidente.

→ Resolução:
No experimento da fenda dupla a distância entre os máximos,
está relacionada à separação entre as fendas d e ao comprimento
de onda da luz incidente λ através da equação

nλ = dsenθ

No caso de pequenos ângulos senθ ~ tgθ.

8  Ondas Eletromagnéticas
Licenciatura em Ciências · USP/Univesp · Módulo 1 171

Assim para n = 1

y
tg θ =
l′

portanto
yd
λ= ; λ = 590 nm.
l

A luz incidente é de cor amarela.


Neste caso a separação é dada por

589 ⋅ 10−9 ⋅ 2, 5
y= = 0, 001 m
14 ⋅ 10−3

Como terceiro exemplo, a Figura 8.20 mostra a passagem da luz por um bloqueio com
múltiplas fendas. De novo, invocamos o princípio de Young para tratar cada uma delas como
fonte de luz e adicionamos as ondas por elas emitidas. O resultado aparece na Figura 8.20b.
Percebem-se alguns sinais fracos de interferência na região mais próxima da horizontal que
passa pelo centro do painel. São resquícios da interferência da Figura 8.19b. Mais notáveis do
que eles são as duas sequências de máximos que correm perto do extremo esquerdo da
Figura 8.19b, um dirigido para cima, outro dirigido para baixo. Esses máximos são efeitos de
interferência construtiva, que dão origem a dois feixes intensos de luz, que podem ser colhidos
quando um anteparo branco é posicionado em frente ao conjunto de fendas.
Graças a esse efeito, um conjunto de a b

fendas igualmente espaçadas, cada fenda se-


parada de suas vizinhas por distância com-
parável com o comprimento de onda da
luz, recebe o nome de grade de difração. Os
feixes resultantes da interferência construtiva
são raios difratados. As direções em que eles
correm dependem do comprimento de onda
Figura 8.20: Difração por múltiplas fendas. O painel (a) mostra
esquematicamente o arranjo. O painel (b) é o resultado de um cálculo
numérico. / Fonte: USPSC

Luz e Ondas Eletromagnéticas


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da radiação. Por isso, as grades de difração decompõem a luz branca em suas componentes
cromáticas da mesma forma que (por um mecanismo inteiramente diferente, como vimos na
aula sobre Cores) as gotas de chuva dão origem à dispersão de cores no arco-íris.

Veja a simulação que mostra o padrão de interferência


gerado por uma fenda dupla. Nela, você pode variar o
comprimento de onda e o espaço entre as fendas.

8.8 Conclusão
Nas aulas anteriores vimos que a luz em determinadas situações pode se comportar como
um conjunto fótons, partículas que não tem carga e massa, mas tem momento (quantidade de
movimento) como foi mostrado por Compton. Este comportamento ocorre em duas situações:
quando a luz se propaga em ambientes cujas distâncias são maiores que seu comprimento de
onda e quando a luz interage com a matéria e transfere pouca energia. A luz comporta-se como
onda quando se propaga em regiões cujos obstáculos são separados por distâncias comparáveis
a seu comprimento de onda.
Nesta aula estudamos os aspectos ondulatórios da luz.Vimos que uma carga ao oscilar, como
a massa presa a uma mola, produz onda eletromagnética. Esta onda é transversal e sua frequência
depende da frequência de oscilação da carga. Um importante fenômeno associado às ondas
eletromagnéticas é a difração, ao passar por uma fenda a luz deixa de se propagar em linha reta.
Se houver duas fendas, a onda difratada pode sofrer interferência construtiva ou destrutiva.
Este padrão pode ser observado ao colocarmos uma tela branca em frente das fendas. A direção
da interferência construtiva depende do comprimento de onda, por isso a luz branca ao passar
por um CD, que é uma grade de difração, é decomposta em várias cores.
Na próxima aula vamos estudar a interação da radiação com a matéria para entender a
origem física dos processos de reflexão, espalhamento e absorção da luz. Como o elétron se
comporta quando o campo elétrico da radiação eletromagnética incide sobre ele?

8  Ondas Eletromagnéticas
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Agora é a sua vez...


Finalizada a leitura do texto, realize as
atividades online propostas para esta aula.

Referências
Frederick, J. K; Gettys, W. E; Malcolm, J. S. Física. v. 2, 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1999.
Nussenzveig, H. M. Curso de Física Básica. São Paulo: Edgard Blucher, 1998.
Richard, P. F., Robert B. L., Matthew, S. Lições de Física de Feynman. Porto Alegre:
Bookman, 2008.
Sears & Zemansky,Young & Freedman. Física IV. 12.ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.
Tipler, P. A. Física. 4. ed. São Paulo: LTC, 2000.

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