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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

JOÃO PEDRO CORRÊA GIROTO

ALUMÍNIO-LÍTIO
Trabalho apresentado como avaliação
parcial do primeiro semestre, na disciplina
de Materiais Metálicos 1 do terceiro ano do
curso de Engenharia de Materiais da
Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Professor: Dr. Osvaldo Mitsuyuki Cintho

PONTA GROSSA
2019
1. HISTÓRICO
O desenvolvimento de ligas alumínio-lítio se deu em função da redução do peso de
aviões e estruturas aeroespaciais.1,2

1.1. PRIMEIRA GERAÇÃO


A primeira aplicação de uma liga Al-Li foi nos anos 1920 pelos alemães denominada
Scleron, consistindo de Al-Zn-Cu-Li. Durante a Guerra Fria, houve o desenvolvimento de
ligas Al-Li tanto pelo lado capitalista quanto pelo lado comunista, com os Estados Unidos,
através da empresa Alcoa desenvolvendo a liga 2020 consistindo de Al-Cu-Li-Cd no ano
de 1957, e a União Soviética desenvolvendo a liga 1420 consistindo de Al-Mg-Li no final
dos anos anos 1960.1,4
As ligas Al-Li da primeira geração tinham aplicação limitada devido a insuficiência de
boas propriedades, principalmente a alta fragilidade e baixa ductibilidade. Nas ligas 2020,
essas propriedades eram adquiridas devido a presença dos elementos silício e ferro em
grande quantidade.1,4

1.2. SEGUNDA GERAÇÃO


Visando resolver os problemas das ligas Al-Li da primeira geração, foi reduzido o
teor de Si e de Fe nas ligas para aumentar a ductibilidade das ligas. 1,4
Nos anos 70 e 80, ligas de alumínio-lítio foram usadas como substitutas para as que
eram usadas na armação de veículos aéreos, visto que era esperado que a baixa densidade
das ligas alumínio-lítio reduzisse o peso e aprimorassem a performance das aeronaves,
aumentando a carga suportada e reduzindo o consumo de combustível. 1,4
Estudos mostraram que a redução da densidade do material utilizado na estrutura é
o fator mais influente na redução de massa de uma aeronave. As ligas Al-Li da segunda
geração buscavam reduzir o peso das ligas em 8 até 10%.1,4
O intuito era de que a fabricação de lingotes de ligas alumínio-lítio pudesse ser feita
nos mesmos equipamentos existentes dos produtores de alumínio, e que fossem usados
pelos fabricantes de armações de veículos aéreos como substitutos diretos das ligas de
alumínio convencionais.1,4
Embora as ligas tenham evoluído com o tempo e até tenham sido usadas em
estruturas de aeronaves, a tenacidade à fratura e as propriedades de fadiga, assim como
a anisotropia de propriedades mecânicas ainda eram motivo de preocupação, e por tanto,
as ligas Al-Li ainda necessitavam de uma evolução.1,4
A utilização da liga AA8090, uma liga de segunda geração, está mostrado na Figura
1.
Figura 1 – Utilização da Liga AA8090 em helicópteros da Augusta-Westland

Fonte: (1)
1.3. TERCEIRA GERAÇÃO
No começo dos anos 90, foram desenvolvidas ligas Al-Li visando a aplicação futura
das mesmas, porém, diferente das ligas da segunda geração que apresentavam um
percentual em peso acima de 4% de lítio, as de terceira geração são compostas com uma
quantidade menor que 2% em peso de lítio, tendo como objetivo aprimorar as propriedades
das ligas Al-Li da segunda geração.1
Tem-se investigado recentemente o uso de ligas Al-Li de terceira geração liga para
aplicações criogênicas, como tanques para combustíveis de oxigênio e nitrogênio líquido
de veículos aeroespaciais.1

2. METALURGIA FÍSICA
No desenvolvimento de ligas de baixa densidade, a principal ideia para redução do
peso é adicionar elementos que possuam massa atômica menor que a do elemento da liga.
Esse mesmo princípio é aplicado às ligas de alumínio.2
A adição de lítio e de berílio às ligas de alumínio são as mais efetivas na diminuição
da sua densidade. No caso do lítio, que é o elemento metálico menos denso, com
densidade igual a 0,54 g/cm³, a cada 1% de lítio adicionado é reduzido a densidade da liga
em 3% e aumenta o módulo de elasticidade em cerca de 5%.2
A influência do lítio e de outros elementos na densidade e no módulo de elasticidade
de ligas de alumínio pode ser vista na Figura 1.
Figura 1 – Influência de vários elementos na (a) densidade e no (b) módulo de elasticidade em ligas de
alumínio.

Fonte: (1)

A vantagem da adição de lítio ao invés de berílio em ligas de alumínio é que, a adição


de lítio em pequenas quantidades permite o endurecimento por precipitação, formando um
precipitado intermetálico esférico e coerente com a matriz de Al3Li (fase δ'), distribuído
homogeneamente.2

3. DIAGRAMA DE FASES
A Figura 2 apresenta o diagrama de fases para a liga alumínio-lítio, onde nele é
possível visualizar as reações ocorridas e as fases formadas de acordo com a temperatura
e composição da liga.
Figura 2 – Diagrama de fases para liga Al-Li

Fonte: ASM Metals Hansdbook Vol 3, p 304 (3)

As fases presentes são α, referente ao alumínio com estrutura CFC com o lítio em
solução sólida, sendo a maior adição possível de lítio no alumínio de 4,2% em uma
temperatura de 595º C, e a fase β (AlLi) presente na faixa entre 17 a 24% de lítio, sendo
essa fase onde é possível obter o sistema Al-Li sólido no maior valor de temperatura,
equivalente a 700º C.3,4
Outras fases formadas são os intermetálicos Al2Li3, na faixa de 28-29% de lítio,
estável até 520ºC, Al4Li9 e Al4Li9’, na faixa de 36,6% de lítio, sendo a primeira estável até
275ºC e a segunda entre 275 e 330ºC. Ainda, é possível obter o Al 3Li, fase metaestável
responsável pelo endurecimento na liga Al-Li.3,4
As principais reações que ocorrem são uma transformação eutética de líquido em α
e β a 596ºC e uma congruente de líquido em β a 695ºC com uma concentração de 20 a
21% Li, sendo essa a maior temperatura onde é possível obter o sistema AlLi sólido. 3,4

4. ENDURECIMENTO POR PRECIPITAÇÃO


O endurecimento por precipitação ou envelhecimento de ligas alumínio-lítio é
baseado na continua precipitação de δ' (Al3Li) de uma solução sólida supersaturada. Os
precipitados de Al3Li na matriz de alumínio estão representados na Figura 3.2
Figura 3 – Precipitados de Al3Li (δ') esféricos

Fonte: MEYERS (5)


O alumínio e o lítio nos precipitados de δ' ocupam posições definidas, sendo que o
lítio ocupa os vértices de um cubo e o alumínio as faces. Essa estrutura cristalina é
geometricamente semelhante a estrutura cúbica de face centrada (CFC) da solução sólida
de alumínio, e os parâmetros de rede do precipitado são aproximadamente iguais aos
dessa matriz.2
Como consequência, a microestrutura de uma liga alumínio-lítio tratada
termicamente e envelhecida por um tempo curto é caracterizada por uma distribuição
homogênea de precipitados esféricos e coerentes com a matriz. O precipitado, uma vez
formado, permanece coerente mesmo após um longo período de envelhecimento. 2

5. APLICAÇÕES
As principais aplicações das ligas Al-Li estão voltadas para indústria aeroespacial
tanto para uso comercial quanto para usos militares e espaciais. 2
Dentro das aplicações comerciais estão partes de aviões, como os bordos de ataque
e de fuga, revestimento de acessos ao avião, trilhos dos assentos e nas asas. Na Figura 4
estão apresentadas as principais e também algumas das várias possíveis aplicações da
liga Al-Li em aviões comerciais.2

Figura 4 – Principais e possíveis aplicações de ligas Al-Li em aviões comerciais

Fonte: ASM Metals Hansdbook Vol 2, p. 675 (2)

Mesmo as aplicações tecnológicas militares sendo confidencias, é possível projetar


o uso de ligas Al-Li da mesma forma como ela é aplicada no uso comercial. Na Figura 5
estão exemplificados os possíveis usos de ligas Al-Li em aviões militares.Algumas partes
de aviões militares onde são utilizadas ligas de alumínio convencionais podem ser
substituídas por ligas alumínio-lítio já existentes. Tem-se obtido progresso na utilização de
placas de ligas 2090, 2091 e 8090 superplásticas aplicadas à estrutura e asas desses
aviões.2
As aplicações aeroespaciais estão voltadas para aplicações criogênicas das ligas Al-
Li da terceira geração em tanques de combustíveis a base de oxigênio líquido e de
hidrogênio em veículos aeroespaciais.2
Figura 5 – Possíveis usos de ligas Al-Li em aviões militares

Fonte: ASM Metals Hansdbook Vol 2, p. 676 (2)

6. EXEMPLOS DE LIGAS Al-Li


6.1. Weldalite 049 (5.4 Cu, 1.3 Li, 0.4 Ag, 0.4 Mg, 0.14 Zr)
O nome Weldalite refere-se às ligas desenvolvidas pelos laboratórios Martin
Marietta, para aplicações aeroespaciais por soldagem.2
A principal destas ligas, a Weldalite 049, foi desenvolvida para substituir as ligas
2219 e 2014 em sistemas de lançamento. Nessas aplicações, a Weldalite 049 é uma
candidata para uso nos tanques de propulsão, que constituem a maior parte do peso em
sistemas de lançamento espaciais. Esses tanques são geralmente fabricados via soldagem
pois os propulsantes são armazenados sob pressão.2
A utilização desta liga é interessante tanto para reduzir o peso das aeronaves como
por suas propriedades criogênicas, uma vez que o tanque dos propulsores armazena
oxigênio e hidrogênio líquido a baixas temperaturas, e a Weldalite 049 mantém a dureza
praticamente constante nessas temperaturas.2

6.2. Liga 2090 (2.7 Cu, 2.2 Li, 0.12 Zr)


A liga 2090 foi desenvolvida para ser uma liga de alta resistência com densidade 8%
menor e módulo de elasticidade 10% maior que uma liga de alumínio 7075-T6, que é uma
liga de alta resistência muito utilizada em grandes estruturas de aeronaves atuais.2
A liga 2090 tem aplicações em folhas, chapas e extrudados de alta e média
resistência. Sua boa soldabilidade e propriedades criogênicas também fazem dessa liga
interessante na construção de tanques criogênicos, além de ser adequada para aplicações
de conformação superplásticas.2
6.3. Liga 2091 (2.1 Cu, 2.0 Li, 0.10 Zr)
A liga 2091 foi desenvolvida para ser uma liga tolerante ao dano, com densidade 8%
menor e módulo elástico 7% maior que uma liga de alumínio 2024-T3, que é uma liga de
alta tenacidade tolerante ao dano, utilizada na maioria das estruturas de aeronaves. A liga
2091 também é adequada em estruturas secundárias onde grande resistência mecânica
não é crucial.2
6.4. Liga 8090 (2.45 Li, 0.12 Zr, 1.3 Cu, 0.95 Mg)
A liga 8090 foi desenvolvida para ser uma liga tolerante ao dano de média resistência
mecânica, com densidade 10% menor e módulo de elasticidade 11% maior que as ligas de
alumínio 2024 e 2014 que são comumente utilizadas. O uso da liga 8090 é voltado para
aplicações onde tolerância ao dano e menor densidade possível são propriedades críticas.
Essa liga é disponível em folhas, chapas, extrudados e forjados e também pode ser utilizada
em aplicações soldadas.2

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presença de lítio requer alguns cuidados referentes a água. Um deles é que ligas
alumínio-lítio derretidas, em contato com a água, tem um maior potencial de explosão
comparado as convencionais ligas de alumínio derretidas. Outro cuidado que se deve ter é
que as ligas alumínio-lítio, quando na forma de pó são, da mesma forma que as ligas
alumínio, explosivas na presença de uma fonte de ignição, uma vez que é formado
hidrogênio na forma de gás na presença de água, e esse gás pode ser explosivo.2
Durante o aquecimento das ligas a temperaturas acima de 260ºC, ocorre a oxidação
da superfície e são formados óxidos e hidróxidos de lítio. Esses componentes são
fortemente alcalinos e potencialmente corrosivos, e por isso são danosos à saúde, tanto
aos olhos como à pele e ao sistema respiratório.2
É possível modificar a liga ao adicionar outros elementos a ela, dentre eles cobre,
magnésio e zircônio. A função do cobre e do magnésio é aumentar a resistência mecânica
das ligas alumínio-lítio por solução sólida e envelhecimento, enquanto que a função do
zircônio, que forma o precipitado Al3Zr finamente disperso com estrutura cúbica, é
responsável por estabilizar a estrutura do subgrão e evitar a recristalização.2
É inegável o avanço dos materiais compósitos, especialmente pela possibilidade de
propriedades que é possível obter deles. Entretanto, a liga alumínio-lítio conseguiu se
manter intacta do crescimento emergente dos compósitos na indústria aeronáutica devido,
dentre outros fatores, ao baixo custo das ligas em relação aos compósitos e a facilidade do
processo de fabricação, uma vez que essas ligas podem ser fabricadas quase que sem
nenhuma mudança ao mesmo molde dos métodos de fabricação das armações aéreas.2
REFERÊNCIAS
1 Ali Abd El-Aty, et al. Strengthening mechanisms, deformation behavior, and
anisotropic mechanical properties of Al-Li alloys: A review. Journal of Advanced
Research. Volume 10, março de 2018, páginas 49-67
2 ASM Handbook. Properties and Selection: Nonferrous Alloys and Special Purpose
Materials. Volume 2, 1998. Páginas 667-722
3 ASM Handbook. Alloy Phase Diagrams. Volume 3, 1998. Páginas 304-305
4 PRASAD, N. E., et al. Aluminum-Lithium Alloys: Processing, Properties, and
Applications. 1ª ed. Oxford: Butterworth-Heinemann, 2013. 608 p.
5 MEYERS, Marc Andre. Mechanical behavior of materials. New Jersey: Prentice Hall,
c1999. 680 p.

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