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ALUMÍNIO-LÍTIO
Trabalho apresentado como avaliação
parcial do primeiro semestre, na disciplina
de Materiais Metálicos 1 do terceiro ano do
curso de Engenharia de Materiais da
Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Professor: Dr. Osvaldo Mitsuyuki Cintho
PONTA GROSSA
2019
1. HISTÓRICO
O desenvolvimento de ligas alumínio-lítio se deu em função da redução do peso de
aviões e estruturas aeroespaciais.1,2
Fonte: (1)
1.3. TERCEIRA GERAÇÃO
No começo dos anos 90, foram desenvolvidas ligas Al-Li visando a aplicação futura
das mesmas, porém, diferente das ligas da segunda geração que apresentavam um
percentual em peso acima de 4% de lítio, as de terceira geração são compostas com uma
quantidade menor que 2% em peso de lítio, tendo como objetivo aprimorar as propriedades
das ligas Al-Li da segunda geração.1
Tem-se investigado recentemente o uso de ligas Al-Li de terceira geração liga para
aplicações criogênicas, como tanques para combustíveis de oxigênio e nitrogênio líquido
de veículos aeroespaciais.1
2. METALURGIA FÍSICA
No desenvolvimento de ligas de baixa densidade, a principal ideia para redução do
peso é adicionar elementos que possuam massa atômica menor que a do elemento da liga.
Esse mesmo princípio é aplicado às ligas de alumínio.2
A adição de lítio e de berílio às ligas de alumínio são as mais efetivas na diminuição
da sua densidade. No caso do lítio, que é o elemento metálico menos denso, com
densidade igual a 0,54 g/cm³, a cada 1% de lítio adicionado é reduzido a densidade da liga
em 3% e aumenta o módulo de elasticidade em cerca de 5%.2
A influência do lítio e de outros elementos na densidade e no módulo de elasticidade
de ligas de alumínio pode ser vista na Figura 1.
Figura 1 – Influência de vários elementos na (a) densidade e no (b) módulo de elasticidade em ligas de
alumínio.
Fonte: (1)
3. DIAGRAMA DE FASES
A Figura 2 apresenta o diagrama de fases para a liga alumínio-lítio, onde nele é
possível visualizar as reações ocorridas e as fases formadas de acordo com a temperatura
e composição da liga.
Figura 2 – Diagrama de fases para liga Al-Li
As fases presentes são α, referente ao alumínio com estrutura CFC com o lítio em
solução sólida, sendo a maior adição possível de lítio no alumínio de 4,2% em uma
temperatura de 595º C, e a fase β (AlLi) presente na faixa entre 17 a 24% de lítio, sendo
essa fase onde é possível obter o sistema Al-Li sólido no maior valor de temperatura,
equivalente a 700º C.3,4
Outras fases formadas são os intermetálicos Al2Li3, na faixa de 28-29% de lítio,
estável até 520ºC, Al4Li9 e Al4Li9’, na faixa de 36,6% de lítio, sendo a primeira estável até
275ºC e a segunda entre 275 e 330ºC. Ainda, é possível obter o Al 3Li, fase metaestável
responsável pelo endurecimento na liga Al-Li.3,4
As principais reações que ocorrem são uma transformação eutética de líquido em α
e β a 596ºC e uma congruente de líquido em β a 695ºC com uma concentração de 20 a
21% Li, sendo essa a maior temperatura onde é possível obter o sistema AlLi sólido. 3,4
5. APLICAÇÕES
As principais aplicações das ligas Al-Li estão voltadas para indústria aeroespacial
tanto para uso comercial quanto para usos militares e espaciais. 2
Dentro das aplicações comerciais estão partes de aviões, como os bordos de ataque
e de fuga, revestimento de acessos ao avião, trilhos dos assentos e nas asas. Na Figura 4
estão apresentadas as principais e também algumas das várias possíveis aplicações da
liga Al-Li em aviões comerciais.2
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presença de lítio requer alguns cuidados referentes a água. Um deles é que ligas
alumínio-lítio derretidas, em contato com a água, tem um maior potencial de explosão
comparado as convencionais ligas de alumínio derretidas. Outro cuidado que se deve ter é
que as ligas alumínio-lítio, quando na forma de pó são, da mesma forma que as ligas
alumínio, explosivas na presença de uma fonte de ignição, uma vez que é formado
hidrogênio na forma de gás na presença de água, e esse gás pode ser explosivo.2
Durante o aquecimento das ligas a temperaturas acima de 260ºC, ocorre a oxidação
da superfície e são formados óxidos e hidróxidos de lítio. Esses componentes são
fortemente alcalinos e potencialmente corrosivos, e por isso são danosos à saúde, tanto
aos olhos como à pele e ao sistema respiratório.2
É possível modificar a liga ao adicionar outros elementos a ela, dentre eles cobre,
magnésio e zircônio. A função do cobre e do magnésio é aumentar a resistência mecânica
das ligas alumínio-lítio por solução sólida e envelhecimento, enquanto que a função do
zircônio, que forma o precipitado Al3Zr finamente disperso com estrutura cúbica, é
responsável por estabilizar a estrutura do subgrão e evitar a recristalização.2
É inegável o avanço dos materiais compósitos, especialmente pela possibilidade de
propriedades que é possível obter deles. Entretanto, a liga alumínio-lítio conseguiu se
manter intacta do crescimento emergente dos compósitos na indústria aeronáutica devido,
dentre outros fatores, ao baixo custo das ligas em relação aos compósitos e a facilidade do
processo de fabricação, uma vez que essas ligas podem ser fabricadas quase que sem
nenhuma mudança ao mesmo molde dos métodos de fabricação das armações aéreas.2
REFERÊNCIAS
1 Ali Abd El-Aty, et al. Strengthening mechanisms, deformation behavior, and
anisotropic mechanical properties of Al-Li alloys: A review. Journal of Advanced
Research. Volume 10, março de 2018, páginas 49-67
2 ASM Handbook. Properties and Selection: Nonferrous Alloys and Special Purpose
Materials. Volume 2, 1998. Páginas 667-722
3 ASM Handbook. Alloy Phase Diagrams. Volume 3, 1998. Páginas 304-305
4 PRASAD, N. E., et al. Aluminum-Lithium Alloys: Processing, Properties, and
Applications. 1ª ed. Oxford: Butterworth-Heinemann, 2013. 608 p.
5 MEYERS, Marc Andre. Mechanical behavior of materials. New Jersey: Prentice Hall,
c1999. 680 p.