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Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) – DEMEC
1. INTRODUÇÃO
O crescimento da competitividade e os novos desafios relacionados com o aumento da
produtividade entre as indústrias têm exigido sistemas cada vez mais complexos e sofisticados, por
isso, o sistema de monitoramento da condição das máquinas tem se tornado muito importante (Silva
et al., 2009). Conhecer as técnicas de monitoramentos já existentes, aprimorá-las e até mesmo
desenvolver novas tecnologias significa uma manutenção de melhor qualidade e,
consequentemente, com menos tempo de horas paradas na planta industrial (Brito, 2002).
Os acoplamentos são um dos mais importantes elementos destas máquinas. Eles são
responsáveis por unir dois eixos, transmitindo torque e rotação; compensar desalinhamentos;
absorver choques e vibrações; e atuar como fusível mecânico. Os acoplamentos mecânicos são os
elementos com maior empregabilidade na transmissão de movimento rotativo e conjugado
(Ramalho et al., 2014). Se os acoplamentos forem projetados apropriadamente, eles podem diminuir
a sensibilidade relativa ao desalinhamento que existe entre os componentes acoplados (Tadeo,
2003).
Ainda segundo Tadeo (2003), o alinhamento perfeito entre eixos é difícil de ser obtido
devido a muitos fatores práticos, e ainda se obtido, é difícil de ser mantido durante o tempo de
operação dos sistemas mecânicos. Por apresentar tolerância ao desalinhamento, suavização por
torção nas transições mecânicas, entre outras vantagens, os acoplamentos elásticos se notabilizam
em aplicações tipicamente industriais de tração e variação de velocidade (Ramalho et al., 2014).
Em diversos tipos de indústria o acompanhamento e a análise de vibração tornaram-se um
dos mais importantes métodos de predição (Dias, 2009). No trabalho de Ramalho et al (2014) os
autores apontam como primeiro efeito da falha de acoplamentos a mudança no padrão de vibração
sucedida por um aumento de ruído audível e uma redução significativa de desempenho. E ressaltam
ainda que a análise espectral do sinal de vibração do equipamento monitorado é uma metodologia
de particular interesse por ser um método não invasivo e exercer pouca ou nenhuma influência
sobre o sistema monitorado.
Para entender um problema de vibração estrutural é necessário identificar a deformação da
estrutura. Existem diversas técnicas para fazer isto. Pode-se excitar uma estrutura, medir a Função
de Resposta de Frequência (FRF) em vários pontos e processar para obter parâmetros modais
(frequência modal, amortecimento modal e modo de vibrar). Uma outra maneira, é através da
medição da forma de deflexão operacional.
Segundo Scwarz e Richardson (1999), a análise da Forma de Deflexão Operacional (ODS)
consiste em relacionar o movimento dos pontos das malhas de um sistema a outro ponto de
referência dentro da mesma determinando o Grau de Liberdade (DOF) da estrutura. Com isto, a
ODS tem a finalidade de estudar o comportamento de um equipamento que se encontra em
funcionamento ou qualquer outro corpo cuja excitação seja desconhecida.
O objetivo deste trabalho foi o estudo da capacidade de um acoplamento flexível interferir
em um sistema se montado no eixo de um motor elétrico e trabalhando em alta rotação, através da
Medição da Forma de Deflexão Operacional (ODS – Operational Defletion Shape). Para verificação
do alinhamento do sistema foi utilizado o Alinhador a laser Fixturlaser. Os sinais de vibração foram
coletados através do Microlog GX-75, tecnologia SKF. Posteriormente analisados no software
ME’scopeVES™. Ambas as tecnologias estão disponíveis no LASID (Laboratório de Sistemas
Dinâmicos) onde os testes experimentais foram realizados.
Verificou-se o comportamento do sistema mecânico através da ODS quando inseridos
diferentes graus de desalinhamentos em seus eixos através do acoplamento flexível em duas
situações distintas, primeiramente com o sistema livre de influências externas e posteriormente com
a ação do freio mecânico TwiFlex da Tec Tor para simular uma carga externa.
Através dessa pesquisa detectou-se a forma operacional da deformação da estrutura. Foi
possível compreender o comportamento dinâmico da bancada de teste nas diversas situações
analisadas e sugerir ações corretivas. Com este estudo serão beneficiados os pesquisadores que
trabalham com detecção de defeitos incipientes em equipamentos rotativos, profissionais da Área de
Manutenção e alunos das disciplinas do curso de Engenharia Mecânica da UFSJ.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
3. METODOLOGIA
1. O sistema mecânico foi operado livre com o alinhamento estando dentro das
recomendações do fabricante do acoplamento;
2. O sistema mecânico foi operado mantendo o alinhamento dentro das recomendações
do fabricante do acoplamento e o freio mecânico foi acionado simulando uma carga externa;
3. Foi inserido um desalinhamento misto intermediário através do acoplamento flexível
no sistema mecânico acima das recomendações do fabricante e o sistema foi operado de forma
livre;
4. O sistema foi operado com o desalinhamento misto intermediário através do
acoplamento flexível e a ação do freio mecânico;
5. O desalinhamento foi aumentado para o limite permitido pelo acoplamento flexível
e o sistema foi operado de forma livre;
6. E na última situação, com o mesmo desalinhamento limite inserido através do
acoplamento o sistema foi operado com a ação do freio mecânico.
A análise do sistema é feita pela medição da malha que é discretizada igualmente no sistema
real e na estrutura desenvolvida no software para a análise, Figura 2.
Para a estrutura em questão optou-se por coletar 125 pontos em cada situação, Figuras 3 e 4,
sendo cada um com uma direção de liberdade, X, Y ou Z.
Figura 4. Vista panorâmica dos pontos
coletados. Fonte: Autor.
Após cada coleta os dados foram importados para a análise ODS do sistema. O foco das
análises foi na faixa de frequência de 0 a 100 Hz por contemplar a frequência de excitação
promovida pelo movimento rotacional do motor e seu primeiro harmônico.
Na Figura 5 pode-se observar o espectro da Função de Resposta em Frequência (FRF) de
todos os pontos sobrepostos com a bancada estando na primeira situação. Observa-se uma
magnitude de 1,55 mm/s na frequência de 30 Hz, frequência de excitação promovida pelo motor. E
uma maior magnitude próxima ao primeiro harmônico de 4,76 mm/s na frequência de 61,3 Hz.
Figura 5. Espectro de Vibração Magnitude X Frequência com a bancada na primeira situação.
Fonte: Autor.
Figura 10. Modelo computacional comparando a terceira e a quarta situação. Fonte: Autor.
O espectro da FRF de todos os pontos sobrepostos com a bancada estando na quinta situação
pode ser observado na Figura 11. Nesta situação uma magnitude de 2,85 mm/s foi alcançada na
frequência de 30 Hz, frequência de excitação promovida pelo motor. E uma maior magnitude
próxima ao primeiro harmônico de 5,6 mm/s na frequência de 61,3 Hz. Em comparação com os
espectros das situações anteriores houve um aumento de magnitude na frequência provocada pelo
motor e surgiram outros picos em determinadas frequências. Esta característica comprova a
inserção do desalinhamento conforme esperado validando a ODS.
Figura 11. Espectro de Vibração Magnitude X Frequência com a bancada na quinta situação.
Fonte: Autor.
Figura 13. Modelo computacional comparando a terceira e a quarta situação. Fonte: Autor.
Comparando as três situações em que a bancada foi utilizada sem a ação da carga, Figura 14,
verifica-se que a diferença do nível de vibração do motor para os outros componentes do sistema
decresceu à medida que o desalinhamento foi inserido. Todavia o nível de vibração geral aumentou,
criando movimentos mais comprometedores. Na situação em que o desalinhamento máximo foi
empregado o eixo apresenta uma maior deflexão e o acoplamento exigiu um maior torque do motor
justificando o fato do nível de vibração no motor ter ficado mais semelhante ao restante da bancada.
Figura 14. Modelo computacional comparando as três situações sem a carga. Fonte: Autor.
A figura 15 apresenta a comparação entre as três situações em que a bancada foi utilizada
com a ação do freio mecânico. O nível de vibração no motor aumentou à medida que o
desalinhamento foi aumentado conforme era esperado. Tal característica permite deduzir que o
acoplamento diminuiu sua capacidade de transmissão do torque do motor para o restante do
sistema.
Figura 15. Modelo computacional comparando as três situações com a carga. Fonte: Autor.
5. CONCLUSÃO
Os objetivos deste estudo foram alcançados de forma satisfatória, visto que através das
simulações geradas pelas Análises das Formas de Deflexão Operacional nas diferentes situações
que a bancada foi submetida foi possível verificar a influência dos desalinhamentos entre os eixos
através do acoplamento mecânico flexível.
Através dos resultados encontrados foi possível conhecer o comportamento da bancada e
com isto montar um banco de dados que auxiliará a melhoria de estruturas semelhantes em
laboratórios e empresas. De uma forma particular, recomenda-se analisar a forma que se encontra o
eixo e o mancal intermediário devido à movimentação horizontal que o sistema sofreu e a alta
magnitude de vibração nos pontos localizados no mancal respectivamente. Suspeita-se de
empenamento do eixo e má fechamento do mancal.
Ao longo deste trabalho o discente do curso de Engenharia Mecânica teve a possibilidade de
trabalhar com o Alinhamento de Eixos, a ODS e a Análise de Vibração, técnicas de grande
utilização pelos profissionais de manutenção para solucionar problemas nas grandes empresas que
geram altos custos se não forem corrigidos.
Para trabalho futuro pretende-se aplicar as ações corretivas e comparar os resultados.
6. AGRADECIMENTOS