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FGV/ISOP/CPGP
por
obten~~o do grau de
MEST RE EM PSIÇOLOGIA
DOSTOIEVSKY
Os ir m~os Karamazov
Desejo e>:pressar a minha mais profunda gratid~o às três m~es
que me deu a vida, Esther de Carvalho Parre ira , que apesar de nossa
sua idealiza~~o.
Vargas
suas idéias.
ident ifi c ation and the ego ideal, we see that he ma nag ed to enr-ich
The emer-gence Df the idea of a death dri ve, a nd the c ha n ges which
psychoanalytical insights.
Agr-aa~cim e n+-Lls ·....i
vii
Summary 1. ~-:
01
5 ~b re o s u icí di o 16
CONCLUS <="S 83
Intro.ç!LH;:~o
sobreviventes"
Alber t o Dines
Morte no paraíso
Ainda que
cons idera que estas a cabam por dest ru ir toda a sua signi f ica~~o,
comp l emen tada por uma via que n~o seja apenas a da estatística.
deve-se ao fat o de
acreditarmos que 0 complexo problema do suicíd i o
necessit.: ser abordado por uma pei-sp ectiva qu e enfatiza 2.
multidetermina~~o do ato s~lÍ ci da , a compre.e ~:3 ~0 da
psicod i!i~mica pr ofu nda e inconscien te e ;.: i stellte no s processos
autodestr ut i v os.
pÓlis sobre os motivos que o f aziam acr editar que seria p r eferível
te,-;? o e o au mento
!'1un do I4nti go ,
rep r esen tav a uma discr imina~~o cada vez maior en tre a vida p0blica e
cu ltur as o cidentais da anti gui dade, além de a prov ado e i nduzido pele
Mundo Antigo eram lev ados ao su i cídio por normas socia is b astant e
escravos do Antigo Egito , apÓs o fal e cimen to de seus senh or es, eram
obrigados a se matarem.
contr-a po ss ívei s desejos e ~t~ s mortíferos Dor parte dos S2rv os E das
era um crime, u m sacr-ilégio, que d e~eri a ser punido cem a morte dos
sob r-eviv entes. Nem mes~o os que n~o fracassavam em suas tentativas de
aos her dei ro s dos sllicidas! que pod ia m sei~ quei mados ,
ar-ra stados pelas ru as~ pendur-ados pel os pés . AcrE~itava-se que essas
mod ernos e os conf li tos advindos das condi~ões p articu ! ares em que o
Stekel conc lui ai nd a qu e ni nguém S·E mata sem antes querer mata r
sugeriu que o suicídio nào poderia ser melhor compreendido até qUE SE
aspecto ·-:le um ato homi cid a dirigido contra outra pessoa. Este a L tor
:;
Lt m obs'E' r , o::: do t
p erc eb,::>r- como~
10
de mo r te", pois
Ódio)
Menni nge t- (1970) procura demon str ar que vários tipos de doen~as e
e >:p ressiIo das for~as aut odestrut ivas dirigidas contra o objet o
cond uta humana . Para Abadi , F reu d tent a resol ve r essa contradi-O o de
pulséfes de puls(jes de
mor t e l igadas à maté!-i 2 ·'o:v:? cO Ld i.c. :ona uma. ·::, uposta. te;-. d~ncia d e sta á.
se t r:::t duzir i 3 através. da c .n dut .:'. agr essi va rio s ujeitr:. ~ s eja c or·tra o
indivi d.lo .
descreve Abadi, cons iste em afir mar que "o agressivo" (conduta
agress i va, impu l sos ag r essi vos) é um pad r a ~., de c o nduta, um 'pat tern li
Assim , c on f ~r m e Abadi
Capítulo I
Br euer re l ata pa i de:. pac i ent e, 2, quem ele, et-a e xtr emamente
afei~oada, morr e em 188 ;; ~en do Anna O . ,,: ompromet:i do sua saúd= após
impulsos suicid as. Bre uer~ em seu comentário, n~o estabelece nenhum
ne>: o entre a morte jo pai e as fan tas ias suicidas de Anna O., a~esar
obsessi ',-::: ==. Os s ~ c' ~- epr i mi "-' 5 em c-.::aS l ~es nas quai s
pi n tor " Signorelli " , e substituindo -o em sua memó ria pelos nomes de
c erda =,.r; t es
no ivo m3.Il!.festav2
Freu d é
~2()
c a sua l.
vinganc;:a.
qual ameac;:a suicidar-se, alegando que n~o podia suportar a vida par
ma is tempo .
obsess i va. fi. Freud obse,v a que o i mp •.Jl 50 ao sui cí di (, no ':: 2 . 5 0 de "~ lo'Tl e m
do s Rato s Jl
é t ~o fr eque nte q ue ~ua ex p o si~à o eq ~ i v al e a q uase t oda a
fa nt asia/d e sejo de morte do pai, defend end o-se contra a possib i lidade
sen tido alguém cen s ur ar-se por um desejo qu e n~o teve. Como antitese
do desejo o sujei t o apre sent ava uma idé ia queo e xcl uia completament2:
"S i mi padre muere, me sui cidat- é -- jun to a sua tumba". Cp. 1453\ De
a cordo com Freud, a idéia da mort e do pai teria surgid o pela primeira
vez n~ o naquela ocasi~o , mas há muitos anos atrás. Com efeito, em seu
que o pai mor re sse para tornar-se rico e poder casar com a mulher de
quem gostava ou aind a para desp e r tar piedade e ter nura em uma menina
pre cis ~me nt e em rela~a a à pessoa (o pai) que mais carinho lhe
permi te que o ódi o fJEí 'eç a consciente . E nec e ssári o pois avprig ua r
a orig em da r aiv a con tra o pa i, supondo que haveria um motive q ue a
su jei to :
sua do en~a inten sificoU-52 apÓs a morte do pai e Freud e stab elece um a
intensi~ica ~~ o d a enfermida de :
paciente. Uma das idéias obsessiv as mais frequen tes diz respeito ao
a ltodEstr uti vos : n a ocasi ~o em que a mul her amada viaja pa ra cU I dar
amada, a responsá vel pela sep ara~~o e pela a usénc ia desta. Assustado
a utodE st ru tiv o :
11
' Má tate t~ par~ castigar te de tales impulsos
coléricos y asesinos'; y todo el pr oc e so penetra e n tonces
co ~ viol e nti ~ siffi o afecto y
el mandamiento p un itivo y aI fin,:;.l mención de los
impulsos punibles en la consc ien cia deI
I~p~ 1457)
Freud
denomina "s.uicidi,. i rld i ret.cl" efllontrandc ' se o fér i as
numa cidade de ve~-aneio, surge em a idéia de que
estava muito precisav a emagrecer . Come ~ a entào a retirar-se
da mesa antes do término das : efei~bes, corre pelas ru~s sem prote~~o
sob o forte sol d o ver~o 2 sobe as encostas de.. montanha, : ct;::oida me nte;
até que o cansa<;:o se tOF!1 e insuportável. O propósito suicida surge
também quando; !:ert8. \./ez , de um sente uma
imposi~~o forte de atirar-se. A e~plica~~o para est es atos obse ss ivos
re side na presen <; a da senhora ama da na mesma cidade, acompanh= d a de
um primo que a cortejava E por que o suj e ito sentia um int e nso c 1úme.
A r a i va dirigida cont ra o rival pode ser entendida como razào do
auto c ast i go do emag reCi!112nto (os impulsos ! !G~ i vai am a
aLtto pu ni~ ?o do emagrecimento). Freuo destac5 que elllbora tal ato
obsessl'o n?c corr-esponda a dire ~ o d~ suicidio, está
com este reI aci :Jnad·::, atra'vés de LIma c aFacterÍstica i fT ~ pOrTaílt1s=:m ?- >
OLl sej a 5 sua ori gerr. como um .:: r ea~~o ao ódi c' i 'lt~· . 5 U, E" iT' Qre.'l
- d= .D::u--te
sujei tCl.
s ~a inve~tiga~~o ana lisando a ocorr~ncia
protetora " do~ entes queridos pode ser enten d· da como um a re a ~~o de
remor 5 ~ e penit~ n cia c ont r s os imp !IIsos a ço ~ ssi~os diri gido ~ à pessoa
obje ti v a men te r e presentado pe los a~os o bses s i vos protetores , = ~mo por
E' >:emp lo afastar do cc3.mi nho d a C2.ít- ua g2m d a mulher 2'1lada LFna pe r!'- a q u e
col o car a p edra n c mesmo l ugar. S e ria err~neo inter pretar este.
segunda parte do ato obsessi v o como uma cor r e~~o critica da atividade
diz i a " Dp' . s '::: esp :1 r i tü mal i g n o nh j etc\'; 3 " Nâ: o" , o qu e
. . ,_.:r
•.::' .I
e>:empl i f i cado atr a vés da t- e1 a~~ o do s ujei to com 2. muI her amada. ......e r ta
vez, es t ando ela doente, ale experi me ntou o desejo de que a doen ~ a a
ca!:ava-se com LtfO homem q L:'? oC IJpava I)m el·t.-::· C:.>r-go. Ao mesmo tempo, o
e et-a punido e esta se lançava a s eus pés r o gando - lhe que salvasse o
seu mar ido. o suje i to dizia e nt~o a ela que só havia aceitado tal
poder ia lh2 ser útil. Finalmente , após cump r ir s u a miss~o, salv a ndo o
desejos de morte que nutria pelo pai. Desde muito cedo preocupava-o a
consegue so l uciona~:
pa~anóia. (p . 1481)
Freud, o amo~ n~o pode e~ting ui ~ o ó dio mas ape na s o ma nt er afa stado
no inconsciente; ond e nâo somente encont~a con di~~es de sob revi ver
reprimi do.
Freud finaliza o ,- e1 ato do Cê'. 30 do "Homem dos Patos H
i mpres~2t:.., de que o pac i e,Ite se encontroava come., flue
dissociado em tres personalidades, in consciente e duas .Jré-
conscientes entre 2:- quais oscil a\-'=: 2. SLta conscié::c: a. Erro =~tt ~starl :.~
normal era um hO'T',?:T:
t efle;',l .to,
despoj 2·::.Ir-, ~ S~L{ inconsci I,t e abr 1 92,'.1 a e
perver sos, prec Jcem ente
i mpulsos, re pr-esefltados
outras p e ssoas ter1am sid o resp~ ~sávpi5 pelo processe que desencadeou
sua doent;:a~ ou por atos obses~i 'o'o s de caráter
des trui ,'or /prote tor das pEssoas a quem ainava e outras de
aut odestrutivo (i déias suicidas) decorr entes do sentimento d e culpa e
do ódio inc onscientes .
suicídio: de que .J: ol'" 'lI a ser i a s:..,per ado o poderossíssimo inst into de
"i da? Segundo i='reud, C'
acess o ao p~obl e ma só seria possível 3tr~v?s
"l otem E;
. ., .
P ~' OlJ.("2.0 C!
. e!!: 1912,
apresentado em
que tr? ~a do t -.ou e '.1 => amb! '/31 é?: .[ _. d:·=. ,::. E:' ~ t lf' ,.. .. ,t ['s. :- r'- 'ri C.:. ,CI:2i- <' .c\~
"·--ffr!('f1;:,-
limita<;e:!es as qu a is o s pov os pr- imitiv o s se s ubme tem <tabus} às
. 1-
san<;~es f res tr i ~~e s e cast igos lmpo s~ o s a S I mesmo s por individuas
a realizar atos proibidos nec e ssita ser i nterdi tada p,e l0 tabu e os
proi bi ~~e s . Freud considera que em seu inconscien te o que dese jam é a
e e}~ pi a~~es sofri das p elos inf rator es. Nu m destes exemplos o ta bu d o
con tato entre rei e escravo é violado qlando este se serve dos rest os
ano it ecer do d ia s eglJi nte, v i tima da sua pr Ópria culp abilidade . F reud
ma n d ament o d a consci ~ flC i C\, C'"-_J a vi o12~~ 0 r esu l ta em grande sen t i ment o
necessidade do
t abu e pela experi ~ entac;~o d e dese io s/impul s os forteme nte rep r imidos
no caso da morte desta, det ermi nam no sobt-evi vente o que Freud
qualifica de I!recrimi ;'~ c;:bes obse ss ivas " , ou seja, f a nta sias de que de
faleClwerto .
No capit ulo quatro do mesmo artigo, Freud estuda as
si fnb o] o r--
ódio voltados à figura paterna. Admite ainda como fato comp rovado que
cu.lpabi li c! . . ie :
" •. y e!:õ t e otrQ Ci:l.m:i no e::õ el q'-~ E Cri sto f '_i 2 '21
primero en segu ir . Sacri~icando su propria vida redimió a
"'odo~. SL\-=:· he~r-ITl ar ·::·= ce! p eca ~c Ot-igii-.al . H Cp.1845)
pod e s e r int2r pret ado como um crime contra Deus Pa i e Cristo redime a
hu m~ni dad e r!:-,
em troca do sacri fíc io de EU3 prÓpria
v ida. Em
ao sU1=idio
-:'"c:.-
._IW
2(92)
no lut o o mundo se torna vazio e empobrec ido aos olhos do sujei te, o
vivo a se apegar à vi da .
no luto, mas t2.mb é.-"! o ql\e Sé:' v er-i f i ca é a perd,3 d o pr-ópri o ego.
37
uma certa faci l idade a out t-:o< s pessoas que ele ama, amava ou devia
am2.~ . As recri mi na~bes que n a verdade s eriam di. igi das a u.m outro
mulher que lamenta seu marid o estar ligado a um ser t~o inútil quanto
lamentos n~o se ocultam e n~o possuem pudor, pois todo o mal que os
imaginada , des fer ida pela pessoa amada, surge uma perturba~~o nesta
d e Ot t..:~_, E 2 :--· k , e q ue l
-f oi da
me l ancol i a s e
ambivah~?ncia é pressuposta b ásic a da mela n colia e o ódio recai sobre
o objeto sub st i tuti vo , que agora se encontra r e f' .~gi ado 'lO eu, através
da ide ntifica~~o narcisista , ca luniando- o ! humI l h a ndo-o j fazendo-o
sofrer e enc o nt r ando neste sof rimento uma sádica . De
acor do com F r eud, o s o.frimento que c: mela.n cé_ !cG infling e é
indl.\b it rl.velmen te praz eir oso par a ele mesmo e sig ni fica, analogamente
cc:rrelativos da neurose obsessi· , ~, a de
t endérlci as sádi C2""~. e do ódi o ao objeto. Soment e através do auto-
c astigo ':? que . .+
o s UJeI~o, tanto na melan co lia como na neurose
obsessiva, consegue alcanl:;ar seu objetivo de se vingar do objeto
(s at isfa~~o sá dica de infling ir sofrimento ao objeto, que se encontra
ódio que perten cia ao o b jeto e que represen ta a rea ~~ o p rimit iv:.<. do
no suicí dio o ego é dominado pelo objeto, pois, apesar de ter sido
con fer ênci as que faze m p arte da obra "Con -ferénci as Int r o dutóri as à
Ps ican áli se" . Na conferência 26, intit u lada "A teoria da libido e o
quai s irrigam sua substãnci a v i tal; e s tes p r-o long am e ntos r e t F"a em - s~ ,
----
41
Freud destac a:
sofrenc':J todo tipo de _gr ess~o e ving an~a que o s u joito ex perimenta
imp lact<vei=: ce nsuras- que os rr.elancÓ licos dirigem a si mesmo s _.! s~o, na
sui cídi o tor na-se mais compr een síve l se c onsiderarmos que o
t-e s sent imento d o individuo ating e de u m sÓ golpe seu pró pri o ego e o
ob jeto amadoiodiado.
estado af e tiv o
outra. Ao des truir-se a si próp rio, o melan cólico n~o faz mais do que
atingi r o obj eto odiado~ narcisicamente identif i cado com o seu eu.
his tória clíni ca do sujeito, Freud analisa o r elac ionamen to deste com
esqui vand '-'--3 e de ':00 0 e rual q uer c onta t o social ., t<=>rmi na.ndo
adolescente cujos pais haviam procurado Freud para que este curasse
idade demonstra grande afeir;~o por um menino de tres anos, sendo este
foss o dos trilhos do bonde. Os resul tados imed iat os de seu ato foram
alguns dias de cama, apesar de n~o apres ~ntar lesÔes muito graves , um
44
clima mai s favorá vel em rela~~o aos pais e o carinho da que la senhora
que hav ia ficado comovi da por esta ine qu ívoc a p rova de amor .
mesmo que f oi responsá v ~l por seu imp ulso à homo ssex ua i dad e , ou
"pari a " :[ por causa d e seu pai. O tip o de suicídio ~ n'?s te caso: cair,
por Freud:
resultado de um CO l oror : sso de pelo menos duas f or~ as det er min ante s:
45
alimentar. A imp ort~ncia q ue o paci ente c onfer e à p rofec ia, bem como
havi2 =e ca:: ad o com a mulher que amav a. A idéia do suicí dio encont ra-
::e mani festa na ocasi~o da exc ur s~o onde ambos se perdem e p assa m
pelos mesmos perigos.
ao par ir .
próprio ego (uma fase especia l deste) a qual denomina de sup er ego ou
feminino do sujeito .
num resíduo das pri mei ras escolhas de objeto, mas tamb ém é um a
repres s"c. O superego cons ervará C' raráter do p~i, e qu anto maior
50
mani festa como imperativo categóri co e adverte que sua gênese, por
categóric o do superego.
idea l do ego, representando uma con den a~ ~o do ego por part e de sua
' 51
neurose obsess iva e na mel ancol ia, diz respeito à atitude do idea l do
qual recaem as iras do sup erego foi incluído no ego, por meio da
perce p<;~o penos:3 que o amea~a por par te do superego, d a mesma forma
que no rmalmente empr ega para defe nder-se contra uma carga de objeto ,
ou sej a, por meio da repress~ o. E possível conclui r, com base nestas
culpabilidade .
crítica e desen volver t~o extra o~d inária rigidez e sever idade para
di sponível n o individuo.
si do re tido. Na neur ose obse s siva , uma r-eg r- e s s ~o à o r gani za~~ o pr-é-
inten~~ o.
misturar -se com compon entes erót icos; outr a par te se volta contra o
sua agressividade para com o mundo exter ior, mais severo e agressivo
cruel. Freud destaca ser uma parte do ego esta que se mostra dominada
proc e ssos motores e dom ina dor dos impulsos inconscientes que precisa
pelo superego. Para o ego viver sig ni fica ser amado - - amado pelo
assinala que trata -se aqui da mesma situa~~o;aquela que fund amentou
própr io sujeito de vi ngal~ -se 04 mulher amada, mas n~o desta a~ual e
sim de outra mulhter com quem há muitos anos ele havia tid o um
em seu capitulo l I , desc reve a teoria das pulsbes onde reitera que a
c~ jet i '1 0 dE estabel ece r e conservar uni dades. ca d'3 vez m2'.Í s -m::;l as, OLl
de5~rui~:'n S' pode levar o individ ua a ~o. te. E oossive ~.Ltspei ta t'"" qLte
de t al maneira que n~o pode mais ser enfren tado com as adapta~~es
adquiridas pe la espécie .
deman d a o máximo de esfor c;o e tempo. Ressalta como uma das maiores
somática . A tranqu ila resigna~~o com que estas pessoas suportam seu
doloroso dest ino é notável e ao mesmo tempo revelad ora . Para superar
outro objeti vo que n~ó seja cau sar dan o a si me smas, a busca
60
Cap í t u lo 11
teori a.
Ratos (1909). A primeira varia~~o sobre o tema surge em 191 0, dura nte
o "Simpó sio sobre o Sui cídio ", on d e Freud chama a aten~~o para o fato
Suger-e, ai nda, que o acesso a esta quest~o seria poss íve l atr avés do
luta.
do objeto perdido se caracteriza, como con sequé ncia nat ural, por seu
próprio ego .
eu, e que com toda a ener gia censora, repressora e primitiva do ideal
se do objeto .
até aqui disc u ti dos. No entanto, de acordo com Mezan (1982), durante
todos estes anos , num período que vai de 1905 a 1920, sua obra
Prazer" .
variável .
seguinte na cons tr u~~o da teor ia das puls~es é dado num curto artigo
seus res pectivos interesses nem sempre s~o compatíveis ent re si e que
auto conserv a ~~o, característica das puls~es do ego, permite con clu ir,
de acordo com Mezan, que "se o indivíduo se abandonar aos dita mes das
dualidade das pulsb'es. Reaf irma-se nele que as puls~es do ego, cuja
qual if icativo !ibido do ego." (p. 163). Neste mesmo artig o, Freud
escoptofilia/exi bicionismo.
libera da liga~~o er ó tica com o objeto morto rei nvest indo sua libido
F .... eud, em 1915, de con cebe .... a puls ~o de morte, e bast aria por s i sÓ
pa .... a ca .... acterizar a .... uptu .... a en t re os textos poste .... io .... es a o 'Além do
P .... incipio do Praze .... · e os do pe .... íodo qu e estamos analis and o . "
(p. 187>.
P .... aze .... " , F .... e u d emp .... eende, segundo Mezan, uma expe .... iência decisiva em
Psicanálise, acar .... et and o t .... ansfo r ma~ôes p r ofundas nos seus e lementos
qua .... ta e últ ima etapa da ela bor a ~ão do pensamento fre udi ano , segundo
indep e n d e nte d o P .... incipio d o Praze .... , por se c on st it u i .... em .... epeti~ã o
d2 momentos dolo .... osos do pa s sado; mel h 0 "- dizen do a .... ep etit;~ o é
an t agônica , inversa ao Pr incíp io do Prazer e, por isto mesmo, mais
em estado livre porque aquilo que se r e pete n~o foi 'ligado', n~o foi
eg o-sintón icas.
mudan~a , mas como express~o da natureza con servad ora dos seres vivos
dai a puls~o de mor te como sendo i ne '- ente a toda mat ér ia viva,
af irmando que se todo o~gan ismo mo rre por causas internas, a morte
68
cami nho de todo ser vivo à mor-te contr-asta de man eira notável com o
postulado das puls~e s de auto - preser v a~~o. No ent an to, este i mpasse
morte, reproduzindo cond i~~es anteriores; mas, num sentido muito mais
principio proposto.
podend o afirmar -se como conceito, manifeste seu valor heurístico como
e>:t erior em busca de uni~o. A alian~a entre as duas pL\l sbes está
das propor~e:les que S'2 encontram na fus~o. Mezan observa que para se
é co cebido como tendénc ia à equa liza . à a das tens be s e por i~c~ p ode
· 71
que é por ele velada pois con trola o nível de e5timula~~0, buscando
é uma das r a zóes mais pon deráveis para a aceitaç~o da hipótese das
pulsões de morte.
dúvida, sÓ pode ser compreeendida como uma via de aumento de ten s~o.
maneira "os seres criados pela fantasia humana, qui meras ou dragões,
146) O autor cita, ainda , Lagache que a esse resp eito considera o
conceit o de puls~o de morte como unidade formal resu ltante de vár ias
t e ori a das p ul sOes em funç~o de algumas alt era ç~e s obser vadas entre
72
objetivos de Th ênat os, enqua nt o uma outra parte f a ser vi~ o de Er os,
uma fra~~o que as man té m ligadas , mas uma outra parte se d e svia,
a vida uniu, enqu anto Eros se manifesta com f ac i lidade de acordo com
primeira tópica que divide os proc essos psíqui cos em consci entes e
1920; ambas as pulsbes atuam na mes ma ins tânc ia , designada como pólo
1 910-1914.
muscu lat ura e de seus movimentos. Para que tais objetivos se cumpram,
compl~omi sso tai 5 c omo o ato falho, os sonhos, até atingir um ~ive l
pulsôes. Mas desde que uma das principais fun~ôes do ego é a de ser o
que
"E
necessário introduzir aqui o conceito de
repeti~~o, pois a identifica<;:~o torna possível a n~o-perda
do objeto, o que permite ao id se comportar como se ele
n~o lhe ti vesse sido arrebatado, 'abolindo' desta forma o
passado. Esta faceta pulsional define o id e o opôe ao
ego". (p.277>
das p Ilsôes. o pr inc i pio da pulsâo é a rep eti t;:~:o, o que torna
77
p rimordia is do desejo.
com qu al quer o b jeto , mas s omente com a q u eles que at end em s uas
(p. 34U
A partir destas abserva~ t:les c abe a ind aga ~~o : n~o seri a o
faz uma analogia e ntr e este senti mento de abandono e a perda, dizendo
que esta s ituac; ~o é a mesma que fundame ntou o primeiro gran de estado
r efletida no olhar , nas pupilas mat ernas . o ref le:·:o dest e 01 har
desti na-se a de voI '/er-1 he ng;:o somente a sua imagem especular mas
I
79
e ssenc ial para a vida psíquica. Como suger e McDougall, "a conserva~~o
res ult an t e da sep a rac;ao. Em t ermos l a cani anos é n o p l a n o sex ual que o
80
Lac an que nenhum objeto, sej a ele pesso a , coisa ou ativ idade sexual,
Desejo Humano mas n~o pode mantê-la f ec h ada definitivamen te. Nas
r-esposta.
acesso, :nas que, de fato, n~ o se encontra mais disp onível p3ra ele.
fus?' O 1 r,UE 3e consti tI ti em uma pri mei r 2 vi tÓri a <.::-Jbr- e esse mundo ono-=
dis p ersão .
82
dat- à 1 uz.
geral e entre os d ois tratament os cirú rgicos f obser va que c ost umava
e f antasamáti ca proc u rara a morte através dos barbi túricos n~o para
terminar com eles mas p ara explicá-los ou resol vê-los, através de uma
sui ci de", (data) sub l inham o caráter ilógi co dos atos suicidas, ou
lógica sui ci da, afirmam que o suicida acredi t a em suas razôes, "como
suic ide.! através j::, eX2.me do con ~? ito de desejo de morte decorrente
ser o suicídio uma via de transic;:~o para uma outra vida ou uma forma
estad o de alucina~~ c.
~:~
r;:~. -
86
encontrar a partir da análise das comun ica~ bes que os su icidas deixam
11
am tired of living so I decided to end i t alI, hope
this wi ll not d ist ress anybody".
care of fi.
"Dear lt-Ji fe: S in c e you are con vinced that you are an
inva li d and n o one can he lp Vou, r hope my $ 300 .000 insu rance helps
Vo u to see the truth about you rself and get rid of yo ur menta l
si ck ness " .
87
"1 ' m tired Df be in g sick and in pain and can see no use in
cont inue. Sorry it had to be this way. I'm sure everything will work
out far the besta I<eep ever-ything quiet as possible. Say I had a
heart at tack I! •
2 carta de despadida deixada pelo poeta Mai aco '=~:i (1963) f o qual,
14 de Abril de 1930:
Li i ~ , ama-me.
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Como se diz
2!S dores
as desgra<;:as
e os erros reciprocas.
ao medo da morte; pois ir ao seu e ncon tro seria uma manei~a de e vitar
se a mor te e ra
mals medo n a vi d a.
90
suicídio com o objetivo mági co de buscar ume: vi da mel h OI'" atl- a...,é3 da
morte.
retor nar ao passad o onde se foi fe liz. Wahl chama a at en _~o, neste
psicótic0, de que 2': ~?talia~~Q dirigida ~-~ outro~ pode ser realizada
fluir, dizendo que ele possuía mais quant idade de sangue do que seus
até 2. morte .
mun do e todas as pess oas . Dest ruir -se n~ o é ape nas um ato agressivo
A. E. Housman" .1 para l:!. ust ~at'"" a sua ;:: , Er1G:a c'e qu~ .:::;uando alguéíT'
3uicida n~o
---- ----- - --~-.---~----,,-,l
. 91
até genocídio.
nós exam inadas nas capitulos anteriores, n~o conseguem exaurir. N~o é
1 .
passível exp.l.car a suicídi o somente por determinantes gerais,
que para a poetisa america na a marte era uma divida: para manter - se
92
viva, como adulta, mulher, m~e e p oetisa , tinha que pagar -de um modo
mágico- com a sua vida. Como este pagamento impossí vel também
envolvia a fant as i ade se juntar a seu pai morto, o suicídio, para
S ylvia Plath, era um ato apaixon ado , ligado também ao amor, ao ódio e
ao desespero. Para Alv ar ez, o ato s u icida desta poetisa foi um pedido
I manage i t
I am only thirty.
a vít ima inocente atacada por vampir o s (culpa fant as iada pela morte
d a pa i a mado íodia d o ):
R3
está inserido devem ser levados em conta na análise que nos permite
com rela~~o à morte, pois ist o seria acabar com ela, em uma maneira
Ume? das po ssi veis vi3s que poderiam ser de ajuda nes ta
tarefa j~ nos foi apontada por Freud: a sublima.~o . A este respe ito,
"Um C de come<;o,
Um V de vida,
Amor ...
Eva Nic k
triste
Vontade de me matar
. .. .. .. .. .. . . . .. . ....
Vou-me embora pra Pasárgada"
t1anoel Bandei ra
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A dissertação "O SUlcTDIO EM FREUD"foi considera -
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dora