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TRABALHO.

Poucas áreas do comportamento humano têm sido mais radicalmente afetadas pelo evangelho cristão do que a área da labuta diária. Sempre que
o evangelho tem influído, surge o conceito da dignidade do trabalho. A mudança do conceito de trabalho - de resultado do pecado e sob
maldição para o trabalho como sendo mandado e parceria com Deus - se deve, mais do que geralmente reconhecemos, ao testemunho de Cristo.
Em primeiro lugar, longe de ser dependente do trabalho de outros ou de ser alguém acima da necessidade da faina diária, Cristo foi um
carpinteiro, e seus seguidores eram homens de trabalho. O fato de que ele se identificou com a vida comum, e não com uma carreira religiosa
profissional, é fundamental para nosso entendimento de sua vida e de sua mensagem. Parece que Jesus se afastou, propositadamente, dos
sacerdotes infiéis de sua época (sem detrimento do sacerdócio ordenado por Deus), indo para os que eram pescadores, que trabalhavam
duramente. Ele disse ainda: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (Jo 5.17).
Samuel Johnson ficou tão impressionado com o ensino de Cristo sobre o trabalho que escreveu no seu relógio, em grego, as palavras de João 9.4:
"É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar". Johnson sentiu
fortemente o impacto dessas palavras porque estava, constantemente, cônscio de seu fracasso na produção daquilo lhe era requerido.
Cônscio de seus dons extraordinários, ele acreditava que, quanto à produção, seria sempre devedor. O tempo para a nossa contribuição se torna
mais curto a cada dia. Esse profundo senso de dívida levou Johnson a escrever uma curta oração no início do seu prodigioso trabalho de
compilar o dicionário da língua inglesa: Ó Deus, que até aqui tem me sustentado, capacita-me a proceder neste labor e em toda a tarefa de meu
estado atual; que quando, no último dia, eu prestar contas do talento que me foi entregue, possa receber teu perdão, por amor de Jesus Cristo.
O entendimento cristão do significado do trabalho é derivado, em grande parte, da convicção central de que cada ser humano é, realmente, feito
à imagem do Deus vivo (Gn 1.36). Qualquer pessoa de razoável entendimento saberá que isso não se refere ao nosso corpo,pois não pensam em
Deus como um ser físico. O homem existe não fisicamente, mas funcionalmente à imagem de Deus. Agimos como ele, apesar de nosso pecado e
nossa finitude, porque ele é o criador infinito e nós, finitos e receptivamente criativos. Somos criativos porque nascemos livres e, portanto,
capazes de fazer diferença. O principal modo de fazer diferença no mundo em que vivemos é por meio de nosso trabalho diário. Pela nossa
labuta, podemos deixar o mundo diferente do modo como o encontramos. Um ser humano é, portanto, tanto criado quanto criador, e neste
paradoxo reside muito do significado da pessoalidade. Parte do poder da visão cristã da vida reside no modo como as idéias simplistas dos
homens são rejeitadas e os paradoxos últimos são revestidos de ousadia. É imenso o significado ético do homem como criador finito. O conceito,
muito longe do de bondade natural humana, é logicamente compatível com a doutrina do pecado original.
Algumas das diferenças que os homens têm liberdade para fazer poderão, até mesmo, ser desastrosas quanto às suas conseqüências para a
humanidade. A dignidade do homem não reside em sua bondade, de cuja essência ele carece, mas em sua responsabilidade que surge de sua
liberdade de ação. Isso tem efeito fortíssimo sobre toda a ciência da ética.
A ética cristã do trabalho é muito necessária para o mundo moderno. Parte dessa necessidade surge do fato de que muito do trabalho é, na
verdade, odiado e suportado somente por causa do salário. Tal atitude é fadada a destruir toda a ordem social. Muito do conceito de um dia
honesto de trabalho para um dia de salário digno se deriva de fontes cristãs. O orgulho do trabalho bem feito deveria ser restaurado, e isso
não se faz sem a introdução de profundas convicções.
O conceito mais profundo de trabalho é aquele ligado ao chamado divino. Houve tempo quando a idéia de chamado era aplicada,
quase exclusivamente, ao trabalho do clero e de missionários, mas essa limitação hoje é vista como obsoleta. Grande parte do que
se chama renovação da igreja, iniciada na última metade do século vinte, veio de uma extensão do sentido de vocação, incluindo
agora todos os aspectos da vida comum. Por que, hoje se pergunta, uma pessoa não poderia ser chamada para ser pedreiro ou
banqueiro? Por que um bombeiro não poderia ter consciência de uma vocação sagrada? Afinal de contas, ele está envolvido
no trabalho de salvar vidas e de evitar muito sofrimento. Por que uma mulher não poderia se sentir chamada para ser mãe (uma
missão), esposa ou bibliotecária? É totalmente possível que alguns dos agrupamentos mais efetivos de cristãos, no futuro, sejam
baseados em considerações vocacionais.
Uma importante nova característica na relação entre o Cristianismo e o trabalho cotidiano está na preparação para a aposentadoria.
Para o cristão, a aposentadoria é libertação para serviço. A pessoa aposentada poderá começar um capítulo totalmente novo na
vida, em vez de ficar improdutiva. A filosofia cristã de trabalho é a de que o trabalho nunca está totalmente terminado.

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