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Em sua obra, O Mal Estar na Civlização, Freud propõe uma análise das origens
da infelicidade humana, do conflito entre instintos e cultura, e de como a sociedade se
impõe sobre o homem. De acordo com Freud a civilização poupa os homens das
principais fontes de sofrimento, protegendo-os da natureza e regulamentando os
vínculos que criam entre si, mas, em troca, exige o sacrifício de suas pulsões. Para
Freud a civilização e sexualidade coexistem de modo sempre conflituoso. A partir dos
fundamentos biológicos da libido e da agressividade, Freud revela que a repressão e a
sublimação dos instintos sexuais, bem como sua canalização para o mundo do trabalho,
constituem as principais causas das doenças psíquicas de nossa época. À fins
introdutórios, o presente trabalho, propõe uma síntese dos três primeiro capítulos da
obra Freudiana mencionada.
CAPÍTULO I
CAPITULO II
Freud diz que todo sofrimento nada mais é do que sensação que só é sentida
como consequência de certos modos pelos quais o organismo está regulado. O mais
grosseiro desses métodos de influência é o químico: a intoxicação. É fato que existem
substâncias estranhas às quais, quando presentes no organismo, provocam
consequentemente, sensações prazerosas, alterando as condições de sensibilidade do
homem, tornando-o insensível aos impulsos desagradáveis. Para Freud a satisfação da
pulsão é correspondente a felicidade para o homem, um grave sofrimento surge, caso o
mundo externo o deixe parecer, caso se recuse a satisfazer suas necessidades. Outra
técnica para distanciar o sofrimento seria o deslocamento da libido que o aparelho
mental possibilita, decorrente da reorientação os objetivos instintivos de maneira que
amenize a frustração do mundo externo, para isto, conta-se com a assistência da
sublimação dos instintos (a alegria do artista em criar, ou a do cientista em solucionar
problemas ou descobrir verdades). No entanto, Freud afirma que o método não
proporciona uma proteção completa contra o sofrimento, e falha, quando a fonte do
sofrimento é o próprio corpo da pessoa.
Freud ainda diz sobre as satisfações obtidas através da fantasia, que dão origem
ao prazer nas obras de arte, prazer que, se faz acessível inclusive àqueles que não a
produzem. A suave narcose a que a arte induz, não faz mais do que ocasionar um
afastamento temporário das pressões das necessidades primitivas, não sendo o bastante
para induzir o sujeito a esquecer de sua angústia real. Outra modalidade de vida,
proposta por Freud, é a modalidade de vida que faz do amor o centro de tudo, que busca
toda satisfação em amar e ser amado. Uma das formas através da qual o amor se
manifesta – o amor sexual – proporciona uma intensa experiência de sensação de prazer
fornecendo-nos assim um meio para busca de felicidade. O lado vulnerável do amor é
que, ao amar, o sujeito fica a mercê do sofrimento e desamparadamente infeliz quando
perde o objeto amado ou o seu amor.
CAPÍTULO III
Como já citado, Freud propõe que existe três fontes de onde provêm nossos
sofrimentos sendo: o poder superior da natureza, a fragilidade de nossos próprios corpos
e a inadequação das regras que procuram ajustar os relacionamentos mútuos dos seres
humanos na família, no Estado e na sociedade. Segundo Freud, o que chamamos de
nossa civilização é em grande parte responsável pela desgraça da humanidade e o
homem seria muito mais feliz se a abandonasse e regredisse às condições primitivas. No
entanto, todas as coisas que o sujeito busca a fim de se proteger contra as ameaças
oriundas das fontes de sofrimento, fazem parte dessa mesma civilização. Freud
argumenta que o fundamento da estranha hostilidade para com a civilização, assumida
por tantas pessoas, consistiu numa longa e duradoura insatisfação com o estado da
civilização então existente, ocasionada por certos acontecimentos históricos específicos,
como por exemplo, a vitória do cristianismo sobre as religiões pagãs; intimamente
relacionadas à baixa estima dada à vida terrena pela doutrina cristã, e o fato de que as
pessoas tomaram conhecimento do mecanismo das neuroses, que ameaçam aniquilar a
baixa quantidade de felicidade desfrutada pelos homens civilizados. Uma pessoa se
torna neurótica pelo fato de não suportar a frustração que a sociedade lhe impõe, a
serviço de seus ideais culturais. Ainda outro fator apresentado por Freud, é que a
humanidade realizou um progresso extraordinário nas ciências naturais e em sua
aplicação técnica, estabelecendo seu controle sobre a natureza, contudo, o poder
recentemente adquirido sobre o espaço e tempo, a subjugação das forças da natureza,
não aumentou a quantidade de satisfação prazerosa que poderiam esperar da vida e não
os tornou mais felizes. O poder sobre a natureza não constitui a única precondição da
felicidade humana, assim como não é o único objetivo do esforço cultural. Sempre
tendemos a considerar objetivamente a aflição das pessoas, mas esse método de
examinar as coisas que parece objetivo por ignorar as variações na sensibilidade
subjetiva é o mais subjetivo possível, de uma vez que coloca os próprios estados
mentais no lugar de quaisquer outros. A felicidade é algo essencialmente subjetivo.
Freud afirma que a palavra civilização descreve a soma integral das realizações
e regulamentos que distinguem nossas vidas das de nossos antepassados animais, e que
servem a dois intuitos, a saber: o de proteger os homens contra a natureza e do de
ajustar os seus relacionamentos mútuos. Ele argumenta que apesar de todas as
atividades culturais e recursos úteis aos homens, considerados proveitosos para
protegerem os homens contra a violência das forças da natureza, para ampliar seus
limites de funcionamento, constituindo-se em materializações do poder que estes
possuem, e mesmo através da ciência e tecnologia, estas coisas soam como fantasias, e
constituem-se também numa realização efetiva de todos os desejos fantasiosos, e ainda
que os homens aumentem sua semelhança como Deus não se sente felizes. Freud afirma
que humanidade espera que a civilização valorize a beleza, além disso, espera ver sinais
limpeza e de ordem. A sujeira de qualquer espécie parece incompatível com a
civilização. A beleza, a limpeza e a ordem ocupam posição especial entre as exigências
da civilização. O que parece caracterizar melhor a civilização é a sua estima e seu
incentivo, em relação às mais elevadas atividades mentais do homem – suas realizações
intelectuais, científicas e artísticas – e o papel fundamental que atribui às ideias na vida
humana. Entre essas ideias, os sistemas religiosos, as especulações da filosofia e os
ideais do homem.