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Acadêmica: Solange Ap.

Sesco Ra: 00183623

O MAL ESTAR NA CIVLIZAÇÃO

Em sua obra, O Mal Estar na Civlização, Freud propõe uma análise das origens
da infelicidade humana, do conflito entre instintos e cultura, e de como a sociedade se
impõe sobre o homem. De acordo com Freud a civilização poupa os homens das
principais fontes de sofrimento, protegendo-os da natureza e regulamentando os
vínculos que criam entre si, mas, em troca, exige o sacrifício de suas pulsões. Para
Freud a civilização e sexualidade coexistem de modo sempre conflituoso. A partir dos
fundamentos biológicos da libido e da agressividade, Freud revela que a repressão e a
sublimação dos instintos sexuais, bem como sua canalização para o mundo do trabalho,
constituem as principais causas das doenças psíquicas de nossa época. À fins
introdutórios, o presente trabalho, propõe uma síntese dos três primeiro capítulos da
obra Freudiana mencionada.

CAPÍTULO I

Freud comenta que é impossível fugir à impressão de que as pessoas comumente


empregam falsos padrões de avaliação, subestimando tudo aquilo que verdadeiramente
tem valor na vida. Segundo ele ao formular qualquer juízo deste tipo, corre-se o risco de
esquecer que o mundo humano e sua vida mental são tão variados, e que devido às
diferenças existentes entre os pensamentos das pessoas e suas ações, e também a
diversidade de seus impulsos plenos de desejo, as coisas não são tão simples. Freud
declara a seu amigo Romain Rolland, que para ele a religião é uma ilusão, apesar de
Romain declarar que a verdadeira fonte de religiosidade consiste num sentimento
peculiar (sensação de ‘eternidade’), um sentimento ilimitado – sem fronteiras –
“oceânico”. A partir destas considerações, Freud propõe uma tentativa de descobrir uma
explicação psicanalítica para o sentimento oceânico. Para ele, não há nada de que
possamos estar mais certos do que do sentimento de nosso eu, do nosso próprio ego. No
sentido do exterior, o ego parece manter linhas de delimitação bem evidente, mas esta
fronteira entre ego e objeto, ameaça desaparecer no ápice do sentimento de amor. Dessa
forma, estas fronteiras não são permanentes. Para Freud o sujeito aprende
gradativamente a distinguir o ego do mundo externo, reagindo a diversos estímulos.
Dessa forma, o ego é confrontado por um objeto, sob a forma de que algo existe
exteriormente e que só é compelido a surgir através de uma ação específica. Por meio de
uma direção determinada das próprias atividades sensórias e de uma ação muscular
apropriada, se pode distinguir entre o que é interno e o que é externo. Segundo Freud,
este é o primeiro passo no sentido da introdução do princípio da realidade. O atual
sentimento do ego é meramente um pequeno resquício de um sentimento altamente
inclusivo que corresponde a um vínculo mais íntimo entre o ego e o mundo que o cerca.
O conteúdo ideacional a ele apropriado seria exatamente o de ilimitabilidade e o de um
vínculo com o universo – sentimento oceânico.

De acordo com Freud no âmbito da mente o componente primitivo mantem-se


normalmente preservado. Nada do que uma vez se formou pode se extinguir assim,
todos os registros da mente são preservados, e pode emergir á superfície em condições
próprias. Freud faz uma analogia utilizando a história da cidade de Roma Quadrata e a
atividade característica da vida psíquica, para argumentar que as fases anteriores do
desenvolvimento na vida mental, não desaparecem e continuam a existir, mas que
comparando o passado de uma cidade com o passado da mente, o pressuposto é
impróprio, pois segundo Freud só na mente é possível à preservação de todas as etapas
anteriores, ou seja, o passado é conservado na vida mental. Freud afirma que o
sentimento oceânico existe em muitas pessoas e sua origem pode ser remontada a uma
fase primitiva do sentimento do ego.

Freud reforça, então, a hipótese já elaborada e citada anteriormente em seu


texto, O Futuro de uma Ilusão, de que a religião seria oriunda da necessidade do
homem em se relacionar com o pai, ou seja, seria uma reedição do sentimento de
desamparo infantil. A religião, nesse caso, seria explicada pela necessidade inconsciente
de uma proteção e balizamento de nossas ações e procedimentos pessoais contra esse
destino que é desconhecido. Freud ainda acrescenta que a religiosidade seria como que
uma defesa para o eu diante dos perigos oferecidos pelo mundo externo.

CAPITULO II

Para Freud, o fato de que o individuo através do sistema de doutrinas religiosas,


espere ser compensado de qualquer frustração experimentada, é evidentemente infantil e
estranho à realidade, além de ser vergonhoso reconhecer como é imenso o número de
pessoas que não podem deixar de perceber que essa religião é insustentável. Freud ainda
continua referindo-se a vida, como árdua demais para homem e de muitos sofrimentos,
decepções e tarefas impossíveis. Portanto, a fim de suportá-la, segundo Freud, o sujeito
busca medidas paliativas, como: distrações poderosos que faz o ser humano extrair luz
de sua desgraça (atividade científica, por exemplo); satisfações substitutiva, que a
diminuem (arte, por exemplo); e substâncias tóxicas (que alteram a química do corpo)
que torna o sujeito insensível a ela. Para Freud os homens esforçam-se para obter
felicidade, serem felizes e assim permanecer, mas isto implica em dois aspectos: uma
meta positiva e negativa. Por um lado, a ausência de sofrimento e de desprazer, e por
outro, à experiência de intensos sentimentos de prazer. Segundo Freud, o que decide o
propósito da vida é simplesmente o programa do princípio do prazer. Este princípio
domina o funcionamento do aparelho psíquico desde o início, e todas as normas do
universo são-lhe contrárias. De acordo com Freud, o que chamamos de felicidade
provém da satisfação (de preferência, imediata) de necessidades represadas em alto
grau, sendo, por sua natureza, possível apenas como uma manifestação episódica.
Freud diz que nossas possibilidades de felicidade sempre são restringidas por
nossa própria constituição. Ainda, segundo ele, o sofrimento ameaça o homem a partir
de três direções: pelo próprio corpo, determinado à decadência e à ruína; do mundo
externo, que pode que pode confrontar o individuo com forças de destruição tirânica e e
cruel; e dos relacionamentos com os outros homens. Sendo, este último, provavelmente
seja o mais penoso. Conforme Freud, diante da opressão de todas essas possibilidades
de sofrimento, os homens acostumaram a moderar suas reivindicações de felicidade,
pensando serem felizes pelo simples fato de terem escapado à infelicidade ou
sobrevivido ao sofrimento, e que, em geral, a tarefa de evitar o sofrimento coloque a de
obter prazer em segundo plano. Segundo Freud, contra o sofrimento que pode advir dos
relacionamentos humanos, a defesa imediata é o isolamento voluntário, o manter-se à
distância de outras pessoas. A felicidade alcançada por meio deste método é a da
tranquilidade. No entanto, Freud também propõe que há outro caminho, outro método: o
de inserir em uma comunidade humana e com o ajuda de uma técnica norteada pela
ciência, passar para o ataque à natureza e sujeitá-la à vontade humana.

Freud diz que todo sofrimento nada mais é do que sensação que só é sentida
como consequência de certos modos pelos quais o organismo está regulado. O mais
grosseiro desses métodos de influência é o químico: a intoxicação. É fato que existem
substâncias estranhas às quais, quando presentes no organismo, provocam
consequentemente, sensações prazerosas, alterando as condições de sensibilidade do
homem, tornando-o insensível aos impulsos desagradáveis. Para Freud a satisfação da
pulsão é correspondente a felicidade para o homem, um grave sofrimento surge, caso o
mundo externo o deixe parecer, caso se recuse a satisfazer suas necessidades. Outra
técnica para distanciar o sofrimento seria o deslocamento da libido que o aparelho
mental possibilita, decorrente da reorientação os objetivos instintivos de maneira que
amenize a frustração do mundo externo, para isto, conta-se com a assistência da
sublimação dos instintos (a alegria do artista em criar, ou a do cientista em solucionar
problemas ou descobrir verdades). No entanto, Freud afirma que o método não
proporciona uma proteção completa contra o sofrimento, e falha, quando a fonte do
sofrimento é o próprio corpo da pessoa.

Freud ainda diz sobre as satisfações obtidas através da fantasia, que dão origem
ao prazer nas obras de arte, prazer que, se faz acessível inclusive àqueles que não a
produzem. A suave narcose a que a arte induz, não faz mais do que ocasionar um
afastamento temporário das pressões das necessidades primitivas, não sendo o bastante
para induzir o sujeito a esquecer de sua angústia real. Outra modalidade de vida,
proposta por Freud, é a modalidade de vida que faz do amor o centro de tudo, que busca
toda satisfação em amar e ser amado. Uma das formas através da qual o amor se
manifesta – o amor sexual – proporciona uma intensa experiência de sensação de prazer
fornecendo-nos assim um meio para busca de felicidade. O lado vulnerável do amor é
que, ao amar, o sujeito fica a mercê do sofrimento e desamparadamente infeliz quando
perde o objeto amado ou o seu amor.

Freud escreve que a felicidade na maioria das vezes é buscada no desfrute da


beleza, onde quer que esta se apresente; a beleza das formas e a dos gestos humanos, a
dos objetos naturais e das paisagens e a das criações artísticas e mesmo científicas. O
amor da beleza parece um exemplo perfeito de um impulso inibido em sua finalidade.
Para Freud, beleza e atração são originalmente atributos do objeto sexual. Acrescenta
que, a felicidade constitui um problema da economia da libido do indivíduo. E afirma
que, o homem predominantemente erótico dará preferência aos seus relacionamentos
emocionais com outras pessoas; o narcisista que tende a ser auto-suficiente buscará suas
satisfações principais em seus processos mentais internos; o homem de ação nunca
abandonará o mundo externo, onde pode testar sua força. Uma pessoa nascida com uma
constituição instintiva especialmente desfavorável e que não tenha experimentado
corretamente a transformação e readaptação de seus componentes libidinais
indispensáveis às realizações posteriores, achará difícil obter felicidade em sua situação
externa, em especial se vier a se defrontar com tarefas de certa dificuldade. A esta
pessoa, é lhe oferecida à fuga para a enfermidade neurótica, fuga efetuada quando ainda
é jovem. Outro indivíduo, que vê sua busca de felicidade resultar em nada, pode ainda
encontrar consolo no prazer oriundo da intoxicação crônica, ou então se empenhar na
desesperada tentativa de rebelião que se observa na psicose. Para Freud, a religião
restringe esse jogo de escolha e adaptação, desde que impõe de igual modo a todos o
seu caminho para aquisição da felicidade e da proteção contra o sofrimento. E isto,
consiste em depreciar o valor da vida e deformar o quadro do mundo real de maneira
delirante – maneira que pressupõe uma intimidação da inteligência, forçando as pessoas
a um estado de infantilismo psicológico e a um delírio de massa. A religião consegue
poupá-las de uma neurose individual.

CAPÍTULO III

Como já citado, Freud propõe que existe três fontes de onde provêm nossos
sofrimentos sendo: o poder superior da natureza, a fragilidade de nossos próprios corpos
e a inadequação das regras que procuram ajustar os relacionamentos mútuos dos seres
humanos na família, no Estado e na sociedade. Segundo Freud, o que chamamos de
nossa civilização é em grande parte responsável pela desgraça da humanidade e o
homem seria muito mais feliz se a abandonasse e regredisse às condições primitivas. No
entanto, todas as coisas que o sujeito busca a fim de se proteger contra as ameaças
oriundas das fontes de sofrimento, fazem parte dessa mesma civilização. Freud
argumenta que o fundamento da estranha hostilidade para com a civilização, assumida
por tantas pessoas, consistiu numa longa e duradoura insatisfação com o estado da
civilização então existente, ocasionada por certos acontecimentos históricos específicos,
como por exemplo, a vitória do cristianismo sobre as religiões pagãs; intimamente
relacionadas à baixa estima dada à vida terrena pela doutrina cristã, e o fato de que as
pessoas tomaram conhecimento do mecanismo das neuroses, que ameaçam aniquilar a
baixa quantidade de felicidade desfrutada pelos homens civilizados. Uma pessoa se
torna neurótica pelo fato de não suportar a frustração que a sociedade lhe impõe, a
serviço de seus ideais culturais. Ainda outro fator apresentado por Freud, é que a
humanidade realizou um progresso extraordinário nas ciências naturais e em sua
aplicação técnica, estabelecendo seu controle sobre a natureza, contudo, o poder
recentemente adquirido sobre o espaço e tempo, a subjugação das forças da natureza,
não aumentou a quantidade de satisfação prazerosa que poderiam esperar da vida e não
os tornou mais felizes. O poder sobre a natureza não constitui a única precondição da
felicidade humana, assim como não é o único objetivo do esforço cultural. Sempre
tendemos a considerar objetivamente a aflição das pessoas, mas esse método de
examinar as coisas que parece objetivo por ignorar as variações na sensibilidade
subjetiva é o mais subjetivo possível, de uma vez que coloca os próprios estados
mentais no lugar de quaisquer outros. A felicidade é algo essencialmente subjetivo.

Freud afirma que a palavra civilização descreve a soma integral das realizações
e regulamentos que distinguem nossas vidas das de nossos antepassados animais, e que
servem a dois intuitos, a saber: o de proteger os homens contra a natureza e do de
ajustar os seus relacionamentos mútuos. Ele argumenta que apesar de todas as
atividades culturais e recursos úteis aos homens, considerados proveitosos para
protegerem os homens contra a violência das forças da natureza, para ampliar seus
limites de funcionamento, constituindo-se em materializações do poder que estes
possuem, e mesmo através da ciência e tecnologia, estas coisas soam como fantasias, e
constituem-se também numa realização efetiva de todos os desejos fantasiosos, e ainda
que os homens aumentem sua semelhança como Deus não se sente felizes. Freud afirma
que humanidade espera que a civilização valorize a beleza, além disso, espera ver sinais
limpeza e de ordem. A sujeira de qualquer espécie parece incompatível com a
civilização. A beleza, a limpeza e a ordem ocupam posição especial entre as exigências
da civilização. O que parece caracterizar melhor a civilização é a sua estima e seu
incentivo, em relação às mais elevadas atividades mentais do homem – suas realizações
intelectuais, científicas e artísticas – e o papel fundamental que atribui às ideias na vida
humana. Entre essas ideias, os sistemas religiosos, as especulações da filosofia e os
ideais do homem.

De acordo com Freud, a civilização entra em cena com o principio de regular os


relacionamentos sociais. A vida humana em comum só se torna possível quando se
reúne uma maioria mais forte do que qualquer individuo isolado e que permanece unida
contra todos os indivíduos separados. A substituição do poder do individuo pelo poder
de uma comunidade constituí o passo decisivo da civilização. A primeira exigência da
civilização, portanto, é a da justiça, ou seja, a garantia de que uma lei, uma vez criada,
não seja violada em favor de um indivíduo. A liberdade do sujeito não constitui um dom
da civilização. O desenvolvimento da civilização impõe restrições a ela, e a justiça
exige que ninguém fuja a essas restrições. O impulso de liberdade, portanto, é regido
contra as formas e exigências específicas da civilização ou contra a civilização em
geral.O homem sempre defenderá sua reivindicação à liberdade individual contra a
vontade do grupo.

De acordo com Freud a sublimação do instinto constitui um aspecto


particularmente evidente do desenvolvimento cultural, é ela que torna possíveis as
atividades psíquicas superiores, científicas, artísticas ou ideológicas, o desempenho de
um papel tão importante na vida civilizada. É impossível desprezar o ponto até o qual a
civilização é construída sobre uma renúncia ao instinto, o quanto ela pressupõe
exatamente a não-satisfação de instintos poderosos.

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