Petição Inicial Do RHC - 166960 PDF

STJ-Petição Eletrônica recebida em 12/07/2018 18:33:46 (e-STJ Fl.
1)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Habeas Corpus de Origem n.º 2096447-89.2018.8.26.0000

Processo de Origem n.º 0005093-26.2016.8.26.0052
60
69
:59 16
:36 RHC
JEFERSON RONCONI DOS SANTOS, brasileiro, divorciado, advogado
9 - -00
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, seção Espírito Santo, sob o n.º 22.175, com
01 00
16
endereço profissional na Rua São Francisco, n.º 215, Centro, Vitória/ES, CEP: 29.015-
200,, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar HABEAS
6/2 0.7
CORPUS, com pedido de LIMINAR e dispensa de informações, com esteio nos

1/0 .21
permissivos legais alinhados no inciso LXVIII do artigo quinto da Constituição Federal

c/c o inciso VI do artigo 648 e § 2º do artigo 654 do Código de Processo Penal, em favor
: 2 06
de HUGO ALEXANDRE GABRICH, brasileiro, natural de Ipatinga/MG, nascido em

Em r: 1
20/03/1966, portador da Carteira de Identidade nº 4.0844-7 SSP/MG, inscrito no CPF

sob o nº 610.337.236-49, filho de Hugo Gabrich e Gardênia de Campos Gabrich, tendo
po
como objeto decisão que negou a ordem ao habeas corpus de n.º 2096447-
89.2018.8.26.0000 impetrado perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
sso
pelos fatos e fundamentos a seguir alinhados:

pre
1) DA SITUAÇÃO JURÍDICA DO PACIENTE

Im
O Paciente se viu denunciado pela suposta prática dos crimes previstos no

Petição Eletrônica protocolada em 13/07/2018 08:25:06
artigo 121, § 2º, incisos I, IV e VI (conjugado com os incisos primeiro e segundo, do seu
parágrafo segundo, letra A) e 121, § 2º, incisos I e IV, este combinado com o artigo 14,
inciso segundo, todos do Código Penal.
__________________________________________________________________________________________________
RUA SÃO FRANCISCO, N° 215, CENTRO, VITÓRIA/ES – CEP: 29.015-200
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Documento eletrônico e-Pet nº 3143619 com assinatura digital
Signatário(a): JEFERSON RONCONI DOS SANTOS:03101847702 NºSérie Certificado: 67432777830155070398751115135339908827
Id Carimbo de Tempo: 100344581070220 Data e Hora: 12/07/2018 18:33:47hs
STJ-Petição Eletrônica recebida em 12/07/2018 18:33:46 (e-STJ Fl.2)
A prisão do Réu foi decretada em 18/11/2016, conforme se observa às fls.

164/165.
Ato seguinte, foi apresentadas Alegações Finais pelo Membro do MP,

estando o processo aguardando manifestação do assistente de acusação, fls. 2.017.
60
69
2) DA RELATIVIZAÇÃO DA SÚMULA 691 DO STF – E DA IMPOSSIBILIDADE
JURISPRUDENCIAL DE CONHECIMENTO DE HC COMO SUCEDÂNEO RECURSAL
:59 16
Excelentíssimo Senhor Ministro Relator, não são raros os casos nos quais
:36 RHC
pessoas ficam injustificadamente mantidas em cárcere preventivo, aguardando o
julgamento do mérito do Writ impetrado junto à Tribunal de Justiça.
9 - -00
É sabido, Ilustríssimo Ministro Relator, que a realidade de nosso
01 00
16
Tribunais Superiores está cada vez mais afetada pelo caráter democrático do Habeas
Corpus, tendo em vista sua intensa utilização.
6/2 0.7
1/0 .21
Assim, em total respeito às decisões judiciais artesanais, aquelas que

fogem da prática padronizada e que, por conseguinte, abordam as vicissitudes do caso
: 2 06
concreto, a verdade é uma só: não há norma penal em abstrato que deva ser aplicada
Em r: 1
indiscriminadamente a quaisquer casos.

po
A fortiori, não se pode permitir a aplicação automática da Súmula 691 do

Tribunal Máximo, considerando a completa ausência de participação democrática na
sso
criação desses instrumentos jurídicos.

pre
Há de se reconhecer que as súmulas se prestam a operacionalizar o

Im
Ordenamento Jurídico Pátrio, regulando matérias e dirimindo controvérsias, com o

especial fim de permitir uma maior segurança jurídica.
Nessa linha, quando há particularidades de um caso que demonstrem

haver necessidade de se combater a ilegalidade da uma decisão, argumentos como:
“inexistência de recurso contra indeferimento de liminar em Habeas Corpus”, “supressão de
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
instâncias” ou “contrariedade à entendimento sumulado” não podem obstar ao

conhecimento do mérito.
Assim é o entendimento pacificado de nossa jurisprudência, orientando-

se expressamente ao comando normativo do §2º, artigo 654 do Código de Processo
Penal.
60
69
Seguindo uma interpretação lógica, não há sentido algum em condicionar
a deliberação judicial quanto à flagrante constrangimento ilegal a um formalismo
:59 16
excessivo, quando, em contrapartida, há dever do magistrado em conceder a ordem de
:36 RHC
Habeas Corpus de ofício.
Infelizmente, inaugura-se um período de irracionalidade ao nosso

sistema jurídico. 9 - -00
01 00
16
Com a lucidez de sempre, assim entende Gustavo Henrique Badaró:
6/2 0.7
“(...) Portanto, a nova situação surgida com a mudança jurisprudencial, não

1/0 .21
parece ter trazido racionalidade ao sistema, mas, ao contrário, tornou-o ilógico

na medida em que não se conhece do habeas corpus, mas tem-se que analisá-lo
: 2 06
para ver se não é o caso de ilegalidade flagrante e concedê-lo de ofício! E, o que

é ainda pior, além de ilogicidade, abre-se a porta para perigosa seletividade e
Em r: 1
discricionariedade”. (Processo Penal, 5ª Edição, 2017, p. 968)

po
A despeito de referida súmula não abordar exatamente a situação

sso
processual do caso em comento, tendo em vista que o indeferimento do Habeas Corpus

se deu em caráter definitivo, mediante julgamento colegiado, é certo que este
pre
instrumento revela um pouco da preocupação com o excesso de Writs impetrados em

nossos tribunais superiores.
Im
Exatamente em consonância com esse temor, é que nosso Supremo

Tribunal Federal, no julgamento do HC 109.956/PR em 2012, sob relatoria do
Eminente Ministro Marco Aurélio, decidiu quanto à impossibilidade de impetração de
Habeas Corpus para atacar indeferimento de outro Habeas Corpus, tendo em vista a
existência de recurso próprio: o Recurso Ordinário em Habeas Corpus.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
A partir desse paradigmático Writ é que a jurisprudência do nosso

Tribunal Máximo foi sendo fixada nesse sentido, havendo decisões similares em
diversos outros Habeas Corpus.
Atualmente, portanto, vigora em nosso Ordenamento Jurídico pátrio o
60
entendimento de que não é possível a impetração de HC substitutivo de Recurso
69
Ordinário, o conhecido ROC, tendo o Superior Tribunal de Justiça também se
posicionado nesse sentido, especialmente a partir do julgamento do HC 221.200/DF.
:59 16
Todavia, Nobre Ministro Relator, o mesmo colega Ministro Marco
:36 RHC
Aurélio, posteriormente, atento às possíveis injustiças decorrentes do sistema adotado,
posicionou-se no sentido de admitir a impetração substitutiva:
9 - -00
“toda vez que a liberdade de ir e vir, e não somente questões ligadas ao
processo-crime, à instrução deste, esteja em jogo na via direta, quer porquanto
01 00
16
expedido mandado de prisão, quer porque já foi cumprido, encontrando-se o
paciente sob custódia”
6/2 0.7
E ainda.
1/0 .21
: 2 06
“Sensibiliza a angústia da comunidade jurídica e acadêmica com a

circunstância de o recurso ordinário seguir parâmetros instrumentais que
Em r: 1
implicam a demora na submissão ao órgão competente para julgá-lo. Isso

acontece especialmente nos Tribunais de Justiça e Federais, onde se aponta que,
po
a rigor, um recurso ordinário em habeas corpus tramita durante cerca de três a

quatro meses até chegar ao Colegiado, enquanto o cidadão permanece preso,
sso
cabendo notar que, revertido o quadro, a liberdade, antes a ordem natural das
coisas, cuja força é inafastável, não lhe será devolvida. O habeas corpus, ao
pre
contrário, tem tramitação célere, em razão de previsão nos regimentos em

geral”.
Im
Referida manifestação, proferida durante julgamento do HC 115.601/SP

em 2013, demonstra a importância de atenção às particularidades do caso em concreto,
com vistas à sanar eventual ilegalidade na restrição da liberdade de algum individuo.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Dessa forma, Nobre Ministro, pugna-se para que o formalismo

procedimental instituído pelo Código de Processo Penal não seja óbice para o
conhecimento do presente e, consequentemente, a revogação do édito constritivo do
paciente, ante o nítido constrangimento ilegal na manutenção desta, conforme será mais
fortemente demonstrado.
60
69
2) DO PEDIDO LIMINAR E DISPENSA DE INFORMAÇÕES.
:59 16
Insignes Ministros, conforme acentua Ada Pellegrini, de natureza cautelar
é a concessão liminar de habeas corpus, que embora não autorizada pela lei, se esboça
:36 RHC
em doutrina na esteira da concessão in limine do Mandado de Segurança.
9 - -00
A liminar no habeas corpus quer na sua modalidade preventiva ou na
repressiva, insere-se entre os provimentos cautelares que Calamandrei classificou como
01 00
16
antecipatórios de um provimento decisório definitivo. (O Processo em sua Unidade, Rio
de Janeiro: Forense, 1984. 11/72).
6/2 0.7
1/0 .21
Os requisitos para a concessão de liminar são fornecidos pela doutrina, in

litteris:
: 2 06
Em r: 1
“(...) como medida excepcional, a liminar em habeas corpus exige requisitos: o

periculum in mora (a probabilidade de dano irreparável) e o fumus boni iuris
po
(elementos de impetração que indiquem a existência de ilegalidade no

constrangimento)”. (Júlio Fabbrini Mirabete. Código de Processo Penal
sso
Anotado. Editora Atlas. São Paulo. 2001)

pre
“Apesar da omissão do legislador, a doutrina processual penal, na trilha das

manifestações pretorianas, tem dado acolhida à liminar no habeas corpus,
Im
emprestando-lhe o caráter de providencia cautelar”. (Alberto Silva Franco.

Medida Liminar em Habeas Corpus, RBCC, nº 1, p. 72)
Neste front impõe-se restar induvidoso na consciência de Vossa Excelência

a incidência do fumus boni iuris e a percepção do periculum in mora. Assim requer que
seja declarada nula a decisum que indeferiu o pleito de instauração do incidente de
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
insanidade mental do paciente, cuja constrição se mostra absurda e ilegal, revolvendo-se

em verdadeiro constrangimento ilegal, conforme será alinhavado a seguir.
Firma-se, pela via heróica, a súplica de concessão da liminar na espécie,

visando cessar o constrangimento ilegal imposto ao paciente. O fulcro desta pretensão
encontra-se inserto no § 2º, do artigo 654, do Código de Processo Penal. Tem-se esta
60
ordem devidamente instruída para a obtenção da postulação em tela.
69
:59 16
4) DA DECISÃO DE ATACADA. AUSÊNCIA DE ANÁLISE DOS FUNDAMENTOS
CALCADOS NO HABEAS CORPUS DE ORIGEM. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX DA
:36 RHC
CF/88. NÍTIDO CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
Ilmos. Ministros, o presente writ tem como objeto a decisão exarada no

9 - -00
bojo da ação de Habeas Corpus de n.º 2096447-89.2018.8.26.0000, que contém a seguinte
01 00
ementa:
16
6/2 0.7
HABEAS CORPUS Roubo qualificado Revogação da prisão preventiva

Impossibilidade Presença dos requisitos ensejadores da segregação
1/0 .21
cautelar Excesso de Prazo Inocorrência - Ordem denegada.

: 2 06
Naqueles autos virtuais, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,

Em r: 1
exarou acórdão negando a ordem, sob os seguintes fundamentos, em síntese:

po
1) Presença de fundamentação legítima para pautar a prisão preventiva,

nos termos do artigo 93, IX da CF/88.
sso
2) Inaplicabilidade do artigo 319 do CPP, uma vez que a pena máxima ao

pre
crime em tela, seria maior que 04 anos.

3) Primariedade e bons antecedentes, por si só não são suficientes a
Im
ensejar a revogação da prisão.

4) A demora exacerbada do processo, não pode ser atribuída ao poder

judiciário.
Data maxima venia, os eminentes Julgadores de piso não analisaram

detidamente os argumentos levantados por esse Impetrante quando do manejo do writ,
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
tendo, de maneira genérica e bastante vaga, negado a ordem, resumindo-se, a “copiar” a

decisão que negou a revogação da prisão, sustentando a existência dos elementos do
artigo 312 do CPP.
Dessa forma, atacaremos ponto a ponto os argumentos lançados no

acórdão, rogando pela melhor análise da situação do Paciente, rogando por Justiça.
60
69
5) DA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA PARA MANUTENÇÃO DA
CUSTÓDIA PREVENTIVA. OFENSA AO INCISO IX, DO ARTIGO 93 DA CARTA
:59 16
MAGNA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS CONSTANTES DO ARTIGO 312 E 313 DO
CPP.
:36 RHC
Eméritos Ministros, a r. decisão fustigada é revestida de fragilidade ímpar.
A medida odiosa da custódia preventiva requer razões firmes e inequívocas,
9 - -00
estabelecidas no artigo 311 e seguintes do Código de Processo Penal Pátrio, não
01 00
16
podendo ser utilizada de forma infundada e vazia, como in casu.
6/2 0.7
É imperativo constitucional, expresso no artigo 93, inciso IX, da

1/0 .21
Constituição Federal, que as decisões emanadas do Poder Judiciário devem ser

suficientemente fundamentadas, sob pena de invalidade.
: 2 06
Em r: 1
A decisão da Juíza de primeiro grau, fls. 164/165, reiterada pela decisão

de fls. 1.892/1.894, ressalvou a gravidade do delito e sua suposta fuga do distrito da
po
culpa como hipóteses suficientes para a manutenção do decreto prisional.

sso
O Tribunal de Justiça, por sua vez, sobre esse ponto, decidiu da seguinte
forma:
pre
“Com efeito, não se vislumbrou nesta instância o apontado

constrangimento ilegal, porque a decisão (fls. 164/165 dos autos de
Im
Primeiro Grau) que firmou a necessidade da custódia cautelar do

paciente reveste-se de fundamentação legítima, pautada pelos termos do

artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, com substrato nos indícios
de autoria e prova da materialidade, mormente se considerando que o
paciente evadiu-se do distrito da culpa após o cometimento dos delitos,
e que os crimes "foram cometidos com extrema frieza pelo indiciado, que
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
calculou o melhor momento de ceifar a vida de sua ex companheira e deu

seu acompanhante, o que evidencia sua periculosidade concreta e a
necessidade de ser afastado do convívio social". Tais motivos são
plenamente aptos a justificar a prisão com vistas à garantia da ordem
pública, conveniência da instrução criminal e segurança da futura
aplicação da lei penal”.
60
Não se verifica nas decisões elementos que se subsumam aos requisitos do
69
artigo 312 do Código de Processo Penal. O mero discurso sobre as circunstâncias
autorizadoras da segregação cautelar e a gravidade do delito, por si só, não emprestam
:59 16
arrimo válido à decisão em testilha.
:36 RHC
A Magistrada primeva, fundamenta a prisão preventiva unicamente na
hipótese de terem os fatos sido praticados em razão do termino do relacionamento, o
9 - -00
que demonstra a personalidade agressiva do acautelado, bem como repulsa social,
além do fato de ter-se evadido do distrito da culpa.
01 00
16
6/2 0.7
“Isso porque se tratam de crimes de homicídio e tentativa de homicídio

qualificados, hediondos por definição legal, o primeiro praticado em contexto de
1/0 .21
violência doméstica e familiar contra a mulher, por não aceitar o indiciado o

término do relacionamento com a vítima. Ambos os crimes, ademais, foram
: 2 06
cometidos com extrema frieza pelo indiciado, que calculou o melhor momento de
ceifar a vida de sua ex companheira e de seu acompanhante, o que evidencia sua
Em r: 1
periculosidade concreta e a necessidade de ser afastado do convívio social. Além

disso, após o cometimento dos crimes em questão, o indiciado evadiu-se do
po
distrito da culpa, o que demonstra que está se ocultando propositalmente a fim

de furtar-se à aplicação da lei penal”. (decisão fls. 164/165)
sso
O pedido de revogação da prisão preventiva não comporta deferimento. Isto

porque os fundamentos que a ensejaram e que se encontram devidamente
pre
fundamentados na decisão de fls. 164/165 ainda permanecem. Os fatos

praticados pelo acusado revestem-se de extrema gravidade, tendo o delito sido
Im
praticado contra a vítima pelo simples fato de o réu não aceitar o término do
relacionamento, o que demonstra personalidade agressiva, não consoante á

moralidade média, o que causa repulsa social. Logo, presente o requisito da
garantia da ordem pública.
Não obstante, o réu evadiu-se do distrito da culpa, dificultando o regular
andamento da instrução processual, portanto, observa-se a necessidade de se
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
garantir a aplicação da lei penal, eis que solto, já demonstrou intenção em se

furtar à ação da justiça. (Decisão fls. 1.892/1.894)
Verifica-se que as decisões hostilizadas estão imbuídas de alegações

genéricas, calcando-se, sobretudo, na gravidade abstrata do delito, não tendo sido
evidenciada a necessidade da prisão do Paciente, o que está a lhe acarretar o alegado
60
constrangimento ilegal.
Ressalte-se, ainda, que a prisão preventiva com base na garantia da ordem
69
pública deve ser vista com cautela, pois este requisito impõe conceito muito amplo,
:59 16
devendo ser avaliado segundo criteriosa análise dos fatos e circunstâncias presentes nos
autos, os quais somente poderão embasar a manutenção da custódia se apurados
:36 RHC
concretamente.
5.1) bis in idem – ocorrência – valoração de atos preparatórios à

9 - -00
consucução do crime - decreto/manutenção da segregregação cautelar
01 00
16
Lamentavelmente, a despeito das exigências legais acima mencionadas, a
6/2 0.7
ilustre magistrada sustentou a manutenção da prisão preventiva do acusado sob o

fundamento de que o delito seria de extrema gravidade, pois teria sido cometido “pelo
1/0 .21
simples fato de o réu não aceitar o término do relacionamento”, defendendo, na

: 2 06
sequência, a personalidade agressiva do réu.

Em r: 1
Ora, Excelentíssimo Desembargador, a pretensa alegação de que o crime

po
teria sido motivado pelo fim do relacionamento com a vítima já fora considerada no
momento em que a denúncia ministerial imputou ao acusado a prática do delito de
sso
homicídio qualificado pela torpeza (artigo 121, §2º, inciso I).

pre
Dessa forma, defender a manutenção da segregação cautelar com base no

fato de o réu não ter aceitado o fim do relacionamento com a vítima, seria penalizar
Im
duplamente este acusado pela mesma circunstância, a primeira vez na qualificação do

delito e, posteriormente, como fundamento da necessidade da prisão preventiva.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
O órgão ministerial foi claro, por ocasião do oferecimento da denúncia (fls.

175), ao referir-se à caracterização da torpeza da suposta conduta delitiva do acusado,
explicando que:
“A motivação Torpe, que animou a conduta do denunciado contra a vítima Edna
foi decorrente de vingança diante da não reconciliação do casal e do exagerado
sentimento de ciúme e de posse pelo indiciado. A motivação do crime foi torpe
60
também em relação à vítima Daniel, dado o sentimento de ciúme e de posse em
relação a Edna, que foi alimentado com sua presença no local, bem como por
69
acreditar que sua pessoa era óbice à reconciliação”
:59 16
Por amor à argumentação, resta impossível que a presente defesa não
:36 RHC
levante a constatação simples de que, sem o suposto descontentamento do réu com o
fim do relacionamento com a vítima, não haveria sequer razões para se imaginar o
cometimento do próprio delito.
9 - -00
Assim, percebe-se a nítida caracterização de Bis in Idem na decisão que
01 00
16
manteve a segregação cautelar do acusado Hugo Gabrich, cuja ocorrência deve ser
6/2 0.7
veementemente afastada pela função democrática do Processo Penal.

1/0 .21
Em síntese, portanto, torna-se clistalino que o Ilustre Presentante do

Ministério Público não se desincumbiu do ônus de provar, de forma específica e atenta
: 2 06
às peculiaridades do caso concreto o motivo pelo qual o réu Hugo Gabrich deve ser
Em r: 1
mantido cautelarmente segregado.

po
Infelizmente, reitera-se, o mesmo fundamento que serviu para a

sso
caracterização do próprio delito, e que correspondeu à denúncia pelo suposto homicídio

em sua modalidade qualificada, corroborou também o pedido ministerial pela prisão
pre
preventiva do acusado.
Im
Outro ponto que merece ser combatido é concernente à referência de que o

réu teria demonstrado frieza ao ter planejado o “melhor momento de ceifar a vida de
sua ex companheira e de seu acompanhante, o que evidencia sua periculosidade
concreta e a necessidade de ser afastado do convívio social”.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Pois bem, mais uma vez percebe-se que a manutenção da prisão

preventiva do acusado foi calcada em elementos que não poderiam ser utilizados para
tal, tendo em vista que o planejamento quanto à consecução de qualquer crime é
elemento tido como ato preparatório do delito e, logicamente, difere-se dos atos tidos
como executórios.
Vale dizer que, diferentemente do que ocorre com os atos executórios, o
60
Ordenamento Jurídico pátrio veda eventual punição aos atos preparatórios do delito,
69
conforme se extrai do julgado a seguir:
:59 16
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - HOMICÍDIO QUALIFICADO
TENTADO - PRONÚNCIA - DESCLASSIFICAÇÃO PARA DELITOS
:36 RHC
QUE NÃO SÃO DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI -
NECESSIDADE - EXECUÇÃO NÃO INICIADA. - A despeito de estar
demonstrado o animus necandi, verificando-se que o crime doloso contra a vida
9 - -00
não chegou nem mesmo a ter a sua execução iniciada, restringindo-se a
conduta delitiva à fase de preparação, não há que se falar em pronúncia. - Em
01 00
16
regra, os atos preparatórios não são puníveis, salvo quando
6/2 0.7
configurarem, por si mesmos, infração penal. - Não demonstrada a

ocorrência de crime doloso contra a vida e, amoldando-se a conduta imputada,
1/0 .21
em tese, à delitos de diversas espécies, impõe-se a desclassificação e a

consequente remessa dos autos ao Juízo competente, nos termos do artigo 419
: 2 06
do Código de Processo Penal. (TJ-MG - Rec em Sentido Estrito:

10512140020771001 MG, Relator: Alberto Deodato Neto, Data de
Em r: 1
Julgamento: 16/06/2015, Câmaras Criminais / 1ª CÂMARA CRIMINAL,

Data de Publicação: 26/06/2015)
po
Nessa linha, independentemente da discussão quanto à autoria delitiva do

sso
crime em questão, defende-se que não haja penalização desproporcional ao acusado,

pre
apoiando-se numa frágil lógica que mantém sua prisão preventiva.

Im
Aqui, não se deve permitir que a segregação cautelar de quaisquer

acusados por crimes seja sustentada com base na consideração de atos preparatórios à
consucução do delito, sob pena de grave ofensa ao princípio da lesividade penal.
Assim, eventual decisão que valora elementos tidos como indispensáveis

para a consecução do delito, não deve ser suficiente para, além de necessariamente
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
contribuir para a existência do crime em si, manter este acusado preso preventivamente,
ignorando-se o regular andamento do processo.
Assim, mostra-se imprescindível, em face do princípio constitucional da

inocência presumida, a demonstração dos elementos objetivos, indicativos dos motivos
concretos autorizadores da medida constritiva, pois todo réu tem direito de saber os
60
motivos que ensejaram a manutenção de sua custódia derivada do flagrante.
69
Sem esses pressupostos, a custódia cautelar se constitui em intolerável
:59 16
antecipação de sua culpabilidade, atentando frontalmente contra o que dispõe o inciso
:36 RHC
LVII, artigo 5º da Constituição da República.
Importante, ainda levar em consideração que o Paciente encontra-se

9 - -00
encarcerado por quase 02 (dois anos), o que somente leva a crer na hipótese de
cumprimento prévio de pena, ofendendo, assim, a presunção de inocência.
01 00
16
Não se pode perder de vista que, no Estado Democrático de Direito a
6/2 0.7
liberdade é a regra e que a Constituição da República de 1.988 preconiza a presunção de

1/0 .21
não culpabilidade como garantia fundamental do indivíduo.

: 2 06
Sendo assim, a liberdade do paciente somente pode ser restringida antes

Em r: 1
do trânsito em julgado de sentença condenatória, conforme o artigo 283 do CPP, que

ainda continua vigente, quando bastante plausível a periculosidade do agente e o risco
po
concreto à sociedade, o que, data venia, não é o caso dos autos.

sso
Portanto, o constrangimento ilegal a que está submetido o Paciente, é

evidente, pois carece de fundamentação a decisão que decretou a prisão preventiva em
pre
seu desfavor.
Im
Sobre o tema expressou-se Magalhães Noronha ao tratar da matéria, no

livro Curso de Direito Processual Penal, 2ª edição, página 170, verbis:
“Medida excepcional que é, e, não obstante o Juiz gozar de algum arbítrio, como
vimos, impõe, entretanto, o código que a decretação seja sempre fundamentada, a
fundamentação, primeiramente, pressupõe provas, da existência do crime e
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
suficientes indícios da autoria, depois deve-se fundar em motivos de ordem

pública, conveniência da instrução criminal ou garantia da aplicação da lei,
Outrossim, na inafiançabilidade do delito ou na presença da causas dos números
II e III, do artigo 313, já considerados.”
No mesmo sentido, Hélio Tornaghi, in Instituições de Processo Penal,

volume IV, página 334, assim prelecionou, verbis:
60
69
“O Juiz deve mencionar de maneira clara e precisa os fatos que o levam a
:59 16
considerar necessária a prisão para a garantia da ordem pública ou para
assegurar a instrução criminal ou aplicação da lei penal substantiva. Não basta
:36 RHC
de maneira alguma, não é fundamentação, frauda a finalidade da lei e ilude as
garantias da liberdade o fato de o Juiz dizer “considerando que a prisão é
necessária para a garantia da ordem pública”.
9 - -00
A corroborar o entendimento acima explicitado, colaciono o seguinte
01 00
16
aresto jurisprudencial do Augusto Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
6/2 0.7
“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO

1/0 .21
CIRCUNSTANCIADO TENTADO E RECEPTAÇÃO. PRISÃO

PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. CONVENIÊNCIA
: 2 06
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. GRAVIDADE ABSTRATA DO CRIME.

FALTA DE INDICAÇÃO DE ELEMENTOS CONCRETOS A
Em r: 1
JUSTIFICAR A MEDIDA. MOTIVAÇÃO INIDÔNEA. OCORRÊNCIA.

ORDEM CONCEDIDA. 1. A prisão processual deve ser configurada no caso
po
de situações extremas, em meio a dados sopesados da experiência concreta,

porquanto o instrumento posto a cargo da jurisdição reclama, antes de tudo, o
sso
respeito à liberdade. In casu, prisão provisória que não se justifica ante a

fundamentação inidônea. 2. Ordem concedida a fim de que o paciente possa
pre
aguardar em liberdade o trânsito em julgado da ação penal, se por outro motivo

não estiver preso, sem prejuízo de que o Juízo a quo, de maneira fundamentada,
Im
examine se é caso de aplicar uma das medidas cautelares implementadas pela Lei
n.º 12.403/11, ressalvada, inclusive, a possibilidade de decretação de nova prisão,

caso demonstrada sua necessidade.” (STJ - HC 236158 / SP - Relatora Ministra
MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA - SEXTA TURMA - Data do
Julgamento: 03/05/2012 - Data da Publicação/Fonte DJe 14/05/2012).
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Colaciono, outrossim, o recente entendimento do Egrégio Sodalício, verbis:
“HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO EM FLAGRANTE

CONVERTIDA EM PREVENTIVA. RELAXAMENTO DA PRISÃO.
MORA NA PROLAÇÃO DA DECISÃO CONVERSÓRIA.
INOCORRÊNCIA. LIBERDADE PROVISÓRIA. POSSIBILIDADE.
AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO ART. 312 DO CPP.
60
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. ORDEM
PARCIALMENTE CONCEDIDA. (…) Verificado nos autos que o paciente não
69
oferece risco a qualquer das hipóteses do art. 312 do CPP, é de se conceder a
:59 16
ordem para sanar o constrangimento ilegal suscitado.” (TJMG, Habeas Corpus
1.0000.12.093163-9/000, Rel. Des. Nelson Missias de Morais, 2ª CÂMARA
:36 RHC
CRIMINAL, julgamento em 13/09/2012, publicação da súmula em 21/09/2012).
“HABEAS CORPUS' - TRÁFICO DE DROGAS - PRISÃO EM

FLAGRANTE - CONVERSÃO EM PREVENTIVA - DECRETO
9 - -00
CALCADO EM HIPÓTESES E CONJECTURAS - AUSÊNCIA DE
FATOS CONCRETOS INDICANDO A NECESSIDADE DA CUSTÓDIA
01 00
16
- GRAVIDADE EM ABSTRATO DO DELITO INSUFICIENTE PARA A
6/2 0.7
DECRETAÇÃO DA MEDIDA EXTREMA - ORDEM CONCEDIDA. - A

prisão preventiva, como medida excepcional que é - e, agora, com edição da Lei
1/0 .21
12.403/2011, muito mais ainda -, não pode ser assentada em hipóteses e

conjecturas, ou mesmo na gravidade em abstrato do delito, devendo resultar de
: 2 06
fatos concretos, que demonstrem a presença dos requisitos do artigo 312 do

Em r: 1
CPP.” (TJMG, Habeas Corpus 1.0000.12.044592-9/000, Rel. Des.(a) Beatriz

Pinheiro Caires, 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 29/03/2012,
po
publicação da súmula em 13/04/2012).
“HABEAS CORPUS - TRÁFICO - PEDIDO DE LIBERDADE

sso
PROVISÓRIA INDEFERIDO EM 1º GRAU - CONSTRANGIMENTO

ILEGAL CARACTERIZADO - APLICAÇÃO DE MEDIDA CAUTELAR
pre
PREVISTA NA LEI 12.403/11 - ORDEM CONCEDIDA. 1 - A pequena

quantidade de droga apreendida, bem como as condições pessoais abonadoras da
Im
paciente, são condições que fazem presumir a ausência de periculosidade por sua
parte. 2 - O Juiz deve fundamentar sua decisão, quanto à liberdade da paciente,

em fatos concretos, configurando a fundamentação alicerçada na gravidade
abstrata do delito flagrante constrangimento ilegal.” (TJMG, Habeas Corpus
1.0000.12.122603-9/000, Rel. Des. Paulo Cézar Dias, 3ª CÂMARA
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
“TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE.

LIBERDADE PROVISÓRIA. DECLARAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE DA DISPOSIÇÃO QUE VEDAVA SUA
CONCESSÃO. POSSIBILIDADE EM TESE. AUSÊNCIA DOS
REQUISITOS AUTORIZADORES DA PRISÃO PREVENTIVA. ORDEM
CONCEDIDA. IMPOSIÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS
DA SEGREGAÇÃO EM CÁRCERE. - Diante da nova redação do art. 2º da Lei
60
8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), dada pela Lei 11.464/07, e da recente
69
declaração de inconstitucionalidade da disposição do art. 44 da Lei 11.343/06,
que vedava a concessão de liberdade provisória nos crimes hediondos,
:59 16
equiparados e afins, foi restituído aos acusados de delitos de tóxicos o direito de
esperar o julgamento em liberdade, desde que não estejam presentes na hipótese
:36 RHC
os requisitos autorizadores da prisão preventiva, que impõe a manutenção do
encarceramento provisório do agente. - E, assim, ausentes os requisitos que
autorizam a decretação da prisão preventiva, de acordo com a nova
9 - -00
redação do art. 321 do CPP, dada pela Lei 12.403/11, o juiz deverá
conceder a liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas
01 00
16
cautelares previstas no art. 319 do CPP, observados os critérios
constantes no art. 282, do CPP. (...).” (TJMG, Habeas Corpus
6/2 0.7
1.0000.12.122960-3/000, Rel. Des. Duarte de Paula, 7ª CÂMARA CRIMINAL,

1/0 .21
julgamento em 13/12/2012, publicação da súmula em 11/01/2013).

: 2 06
Desta forma, é necessária a revogação da custódia do paciente, nada

havendo de concreto nos fatos apontados na decisão que possa constituir algum risco à
Em r: 1
garantia da ordem pública, para mantê-lo segregado.

po
Logo, em virtude dos princípios da necessidade e proporcionalidade, é

sso
importante asseverar que a prisão antes do trânsito em julgado da sentença

condenatória não pode perder de vista o resultado final do processo, sob pena de trazer
pre
consequências mais graves do que o provimento final buscado na ação penal.

Im
Portanto, se ao final da persecução criminal não restar materializada a

imposição de cárcere, face à possibilidade de absolvição ou mesmo por conta da

concessão de benefícios despenalizadores, ilógica a manutenção da privação de sua
liberdade durante a instrução criminal, devendo o status libertatis ser restabelecido, em
homenagem ao princípio da presunção de inocência constitucionalmente garantida.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Sobre o tema, colaciono o recente entendimento do Egrégio Tribunal de

Minas Gerais, verbis:
“HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. FLAGRANTE.

CONVERSÃO EM PRISÃO PREVENTIVA. DECISÃO CARENTE DE
CONCRETA FUNDAMENTAÇÃO. REVOGAÇÃO. PENA-FINAL.
SUBSTITUIÇÃO. ORDEM CONCEDIDA. 1- Diante da excepcionalidade da
60
prisão cautelar exige-se concreta fundamentação da decisão judicial que converte
o flagrante em prisão preventiva, sendo inaceitável que ilações genéricas sejam
69
suficientes para justificar a segregação processual. 2- Sendo, em tese, possível a
:59 16
aplicação de benefícios despenalizadores em caso de eventual condenação,
inviável negar ao paciente responder ao feito criminal em liberdade. 3- Ordem
:36 RHC
concedida, com aplicação de medidas cautelares.” (TJMG, Habeas Corpus
1.0000.12.126886-6/000, Rel. Des. Antônio Armando dos Anjos, 3ª CÂMARA
9 - -00
“HABEAS CORPUS - TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES -
01 00
PRISÃO
16
PREVENTIVA - CONSTRANGIMENTO ILEGAL
CARACTERIZADO - ORDEM CONCEDIDA COM APLICAÇÃO DE
6/2 0.7
MEDIDAS CAUTELARES. 1. Não demonstrada a necessidade da imposição da

medida excepcional ante a situação fática e os parâmetros legais, configurada
1/0 .21
está à restrição ilegal ao direito de liberdade. 2. Ante a possibilidade de

substituição da pena corporal por restritiva de direitos no delito previsto no art.
: 2 06
33, caput da Lei nº 11.343/06 quando aplicada a causa de diminuição estampada

Em r: 1
no parágrafo 4º do aludido dispositivo, aferindo-se ser o caso, em tese, pelas

condições pessoais do paciente e narrativa dos fatos a ele imputados de aplicação
po
da benesse, mostra-se desproporcional o acautelamento em estabelecimento

prisional.” (TJMG, 3ª C. Crim., HC 1.0000.12.080273-1/000, Rel. Des. Paulo
sso
Cézar Dias, v.u., j. 21.08.2012; pub. DJe de 27.08.2012).

pre
Em outro viés, importante consignar que as circunstâncias autorizadoras

da odiosa medida drástica, estão disciplinadas no artigo 312 do Código de Processo
Im
Penal. O dispositivo legal em apreço traz as quatro únicas possibilidades de decretação

da prisão preventiva, quais sejam: garantia da ordem pública, garantia da ordem

econômica, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei
penal.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
A ordem econômica não faz parte do rol de circunstâncias aplicáveis ao

caso sub lite. Não há razão fática e jurídica no diapasão de arrimar o decreto de prisão
preventiva.
A decisão fora motivada na prevenção da ordem pública, sem o amparo

de nenhum fato concreto. Além disso, fundamentou-se na suposta tentativa de fuga do
60
Réu.
69
A ordem pública não foi vilipendiada pela conduta imputada ao Paciente.
:59 16
:36 RHC
Conforme os ensinamentos do douto professor Nestor Tavora (2015. Pg.
937), garantia da ordem pública significa:
9 - -00
“Entende-se garantia da ordem pública como risco considerável de reiteração de
ações delituosas por parte do acusado, caso permaneça em liberdade, seja porque
01 00
16
se trata de pessoa propensa à prática delituosa, seja porque, se solto, teria os
mesmos estímulos relacionados com o delito cometido, inclusive pela
6/2 0.7
possibilidade de voltar ao convívio com os parceiros do crime. Acertadamente,

essa corrente, que é a majoritária, sustenta que a prisão preventiva poderá ser
1/0 .21
decretada com o objetivo de resguardar a sociedade da reiteração de crimes em

virtude da periculosidade do agente”.
: 2 06
Em r: 1
Dessa forma, conforme já exaustivamente explicitado, o Paciente é réu

primário, não possuindo outros processos em curso, não possuindo envolvimento com
po
organização criminosa, razão pela qual não há qualquer motivo para reiteração delitiva
e manutenção do decreto prisional.
sso
pre
Além disso, claramente se trata de suposto crime passional específico,

não havendo qualquer razão para que haja reiteração delitiva. Como exemplo o aresto
Im
infra, verbis:
“PRISÃO PREVENTIVA. PRONÚNCIA. FUNDAMENTAÇÃO (FALTA).

1. A preventiva e a oriunda de pronúncia são espécies de prisão provisória; delas
se exige venham sempre fundamentadas. Ninguém será preso senão por ordem
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente. 2. A superveniência
de pronúncia não atrapalha o raciocínio relativo à preventiva sem efetiva
fundamentação. Quando existente a ilegalidade, vai à frente – protrai no tempo.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
3. Gravidade e circunstâncias do fato criminoso (clamor público), bem como a

proteção à integridade física dos acusados, não justificam, por si sós, prisão de
natureza provisória. 4. Caso de falta de precisa fundamentação, tanto em relação
à preventiva quanto à resultante da pronúncia. 5. Caso, também, em que não
mais se justifica, pelo excesso de tempo, prisão de cunho provisório. 6. Habeas
corpus deferido para se revogar a prisão.” (HABEAS CORPUS Nº 41.182 - SP
(2005⁄0010479-2), RELATOR: MINISTRO HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, R.
60
P⁄ACÓRDÃO: MINISTRO NILSON NAVES, IMPETRANTE: ANTÔNIO
69
CLÁUDIO MARIZ DE OLIVEIRA E OUTRO, IMPETRADO: QUINTA
CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
:59 16
SÃO PAULO, PACIENTE: SUZANE LOUISE VON RICHTHOFEN).
:36 RHC
A decisão da magistrada, ratificada pelo Acórdão atacado, reveste-se de
emoção ímpar, principalmente no momento em que funda a prisão única e
exclusivamente na forma como o crime foi cometido, ou seja, na gravidade abstrata do
9 - -00
delito. Não há uma linha sequer, em ambas as decisões, tratando da possibilidade de
reiteração delitiva.
01 00
16
6/2 0.7
Portanto, de acordo com doutrina e jurisprudência, a prisão preventiva

poderá ser decretada com fundamento na garantia da ordem pública sempre que dados
1/0 .21
concretos - não se pode presumir a periculosidade do agente a partir de meras ilações,

: 2 06
conjecturas desprovidas de base empírica concreta - demonstrarem que, se o agente

permanecer solto, voltará a delinquir, o que não há nos presentes autos!
Em r: 1
po
Por outro lado, observa-se que o Paciente foi preso em 18/11/2016, ou seja,
a mesma semana em que o crime ocorreu, o que Data Maxima Venia, não indica qualquer
sso
tentativa de fuga.
pre
A boa-fé do Réu, bem como o seu intuito de cooperar com a justiça foi
tamanha que, inclusive, e 18/11/2016, houve a indicação ao Delegado de Polícia de Belo
Im
Horizonte/MG, a informação que o Réu se encontrava internado na CEPSI – Central

Psíquica para tratamento do quadro CID 10, F32.3, conforme ficou atestado pela médica
psiquiátrica, Dra. Maria da Piedade M Bruzzi, CRM 13565 .
A prisão, ocorreu exatamente quando tomou conhecimento do mandado

de prisão expedido, ou seja, na mesma semana do crime.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Anteriormente a isso, não havia qualquer outra ordem ou restrição da

liberdade do ora acusado. O simples fato de ter viajado a outro Estado, em busca de
tratamento médico adequado, não indica a sua intenção de fuga. Não há sequer uma
linha de elemento para fundamentar tal pretensão.
Importante observar que tais argumentos sequer foram analisados pelo
60
Acórdão atacado, resumindo-se a reafirmar que o Paciente havia evadido do distrito da
culpa, estando, portanto, em fuga.
69
:59 16
Assim, é aviltante a reiterada fundamentação de que o Réu tentou fugir da
aplicação da lei penal. É simplesmente incompatível a situação fatual da sua entrega e
:36 RHC
prisão à autoridade policial com a tentativa de fuga.
Tal argumento não pode ser tido como válido, principalmente porque,
9 - -00
sequer havia qualquer ordem de restrição ao Paciente, além da sua nítida boa-fé, ao
01 00
16
tomar conhecimento da existência do mandado de prisão, buscar a autoridade policial,
entregando-se!
6/2 0.7
1/0 .21
Outrossim, resta demonstrado, através dos documentos juntados às fls.

(fls. 203/213), que o Réu encontrava-se internado em clínica, visando o restabelecimento
: 2 06
da sua saúde.
Em r: 1
Data Maxima Venia, é preciso que as decisões judiciais sejam calcadas com
po
fundamentações solidas, baseadas na realidade dos autos, dissociadas de emoções e

sentimento inquisitorial medieval.
sso
Além disso, faz-se necessária a correta e completa análise dos argumentos

pre
lançados pela defesa, principalmente em razão do princípio da correlação.

Im
O paciente não busca clemência ou piedade com este pleito. Almeja,

simplesmente, o direito de defender-se em liberdade da imputação que lhe é desferida.

Roga pelo respeito as suas garantias constitucionais e ao sagrado direito à liberdade.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Cumpre-nos dizer que a revogação da custódia preventiva dar-se-á

quando cessarem os elementos que a autorizaram. Conforme ficou demonstrado, jamais
existiram motivos para a constrição do paciente, de forma preventiva.
Pelo inciso LVII, do artigo 5º da Constituição Federal “ninguém será

considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”. Tem-se,
60
assim, que a culpa só se caracteriza quando a sentença se torna definitiva, tendo sido
69
esgotadas todas as possibilidades recursais.
:59 16
Ante o exposto, pugna-se pela revogação/ relaxamento da prisão
:36 RHC
preventiva, uma vez que inexistem os elementos constantes dos artigos 312 e 313 do
CPP, sendo desnecessária a prisão preventiva nesse momento processual.
9 - -00
6) POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS ALTERNATIVAS À PRISÃO,
CONSTANTES DO ARTIGO 319 DO CPP. AUSÊNCIA DE ANÁLISE PELO
01 00
MAGISTRADO DE PISO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
16
6/2 0.7
Cultos Ministros, após a reforma de 2011, advinda com a lei 12.402/2011,

1/0 .21
passou-se a ser critério obrigatório a analise das medidas alternativas à prisão,

principalmente por se tratar da prisão a ultima ratio.
: 2 06
Em r: 1
Nesse sentido, pedimos vênia para transcrever trecho do 1Manual de

Processo Penal do Professor Renato Brasileiro, esclarecendo tal obrigatoriedade.
po
Em outras palavras, verificando o magistrado que tanto a prisão preventiva

sso
quanto uma das medidas cautelares previstas no Projeto do novo CPP são
idôneas a atingir o fim proposto, deverá optar pela medida menos gravosa,
pre
preservando, assim, a liberdade de locomoção do agente.

Im
Com efeito, observa-se que as medidas cautelares diversas da prisão,

devem ser analisadas antes de ser a prisão preventiva decretada, principalmente por
essa a ultima ratio.
1
LIMA, Renato Brasileiro de Manual de processo penal: volume único / Renato Brasileiro de Lima – 4. ed. rev.,
ampl. e atual. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2016. pág. 1.379.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Sem embargos, não se pode olvidar que a inexistência de análise das

referidas medidas, torna a prisão ilegal, havendo, portanto, nítido constrangimento
ilegal, devendo, a prisão ser relaxada.
A lei não possui institutos inócuos ou desnecessários. A análise da prisão

preventiva, passa, em primeira mão, pela análise do quanto disposto do artigo 319 do
60
CPP, diverso do quanto entendido pelo TJ/SP.
69
Outrossim, importante analisar que o Tribunal “a quo”, de maneira
:59 16
bastante inusitada, se referiu às medidas cautelares da seguinte forma:
:36 RHC
“Outrossim, trata-se de crime com pena privativa de liberdade
máxima superior a 04 anos, não havendo que se falar na aplicação
do art. 319, do Código de Processo Penal”.
9 - -00
01 00
16
Data maxima venia, é sabido que tal requisito é aplicável, somente, a
liberdade provisória com fiança, o que sequer foi requerido!
6/2 0.7
1/0 .21
A estranha fundamentação demonstra o quanto genérica e dissonante dos

autos, é a decisão atacada.
: 2 06
Em r: 1
Resta bastante plausível a possibilidade de utilização de medidas

alternativas à prisão do Réu, dispostas no artigo 319 do CPP, o que sequer foi
po
analisado pela magistrada de piso.

sso
Destarte, não se pode olvidar que o monitoramento eletrônico, bem como o

recolhimento domiciliar, tem se mostrado instrumento capaz de restaurar parcialmente
pre
a liberdade do Réu, trazendo menor prejuízo, além de atingir aos objetivos processuais
almejados.
Im
Razoável, pois, a aplicação ao ora Réu do monitoramento eletrônico ou seu

recolhimento domiciliar, principalmente na medida em que o Réu sequer ostenta
periculosidade concreta de reiteração delitiva, conforme já amplamente argumentado,
ou mesmo tentou evadir-se da aplicação da lei penal.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Com efeito, a decisão atacada encontra-se eivada de irregularidades, uma

vez que sequer analisou as outras medidas cautelares diversas da prisão constantes do
artigo 319 do CPP, conquanto merece ser a prisão relaxada, o que desde já se requer.
Outrossim, em sendo o entendimento dessa Corte, que seja aplicada uma

das medidas alternativas à prisão, constantes do artigo 319 do CPP, uma vez que
60
imperiosa e de Direito.
69
:59 16
7) DO NÍTIDO CONSTRANGIMENTO ILEGAL. CUMPRIMENTO ANTECIPADO DE
PENA. EXCESSO DE PRAZO SEM QUE HAJA DECISÃO DE PRONÚNCIA. PRISÃO
:36 RHC
PREVENTIVA QUE PERDURA POR MAIS DE 594 (QUINHENTOS E NOVENTA E
QUATRO) DIAS. VIOLAÇÃO A DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO.
9 - -00
Ilibado Ministro Relator, compulsando-se detidamente os autos, conclui-se
01 00
que o Réu encontra-se custodiado há mais 594 (quinhentos e noventa e quatro) dias, sem
16
que sequer tenha sido pronunciado.
6/2 0.7
Tal situação beira o absurdo, principalmente quando se conclui que o

1/0 .21
crime ocorreu em 12/11/2016 e a denúncia foi ofertada em 21/11/2016, tendo sido a

: 2 06
denúncia, inclusive aditada, o que corroborou para o atraso processual.

Em r: 1
A morosidade processual, em nenhuma hipótese pode ser reputada à

po
defesa ou mesmo a complexidade dos autos, principalmente por se tratar de

procedimento com tão somente um Réu.
sso
Há claramente violação aos mais caros princípios do Estado Democrático

pre
de Direito, em especial ao da razoabilidade e da duração razoável do processo,

insculpidos no artigo 5º, LXXVIII da CF/88.
Im
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a

razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Notadamente o decreto prisional, constante às fls. 164/165 foi

devidamente cumprido, vindo, ainda, o Paciente a comparecer perante a Autoridade
Policial espontaneamente.
Assim, até a presente data, o Réu encontra-se recluso há exatos 509

(quinhentos e nove) dias, sem que sequer ter sido pronunciado.
60
O Constrangimento Ilegal é latente, uma vez que não há razoabilidade em
69
se manter alguém preso por quase 02 (dois) anos, sem uma definição.
:59 16
Outrossim, o argumento de que, com o encerramento da instrução
:36 RHC
criminal, não há mais que se falar em constrangimento ilegal não pode prevalecer, uma
vez que o Paciente encontra-se, nitidamente, em cumprimento antecipado de pena, sem
sequer ter sido pronunciado. 9 - -00
01 00
16
Em recente decisão no HC n.º 143.017/ES, o Ilustre Ministro Marco Aurélio
entendeu, em sede liminar, que:
6/2 0.7
1/0 .21
2. O Juízo considerou a gravidade concreta da imputação para assentar a

periculosidade do paciente. Inexiste a constrição automática tendo em conta o
: 2 06
crime supostamente cometido, levando à inversão da ordem processual, que

direciona, presente o princípio da não culpabilidade, a apurar para, selada a
Em r: 1
culpa, prender, em verdadeira execução de pena. Reiterados são os

pronunciamentos do Supremo sobre a impossibilidade de potencializar a infração
po
versada no processo. Os contornos do delito surgem como elemento neutro,

insuficiente a respaldar o argumento alusivo à preservação da ordem pública.
sso
Esta fica vinculada à observância da legislação em vigor, devendo a preventiva

basear-se no artigo 312 do Código de Processo Penal.
pre
O paciente está preso, sem culpa formada, há 3 anos, 1 mês e 16 dias. Nada
justifica tal fato. Surge o excesso de prazo. Privar da liberdade, por prazo
Im
desproporcional, pessoa cuja responsabilidade penal não veio a ser declarada em

definitivo viola o princípio da não culpabilidade. Concluir pela manutenção da

medida é autorizar a transmutação do pronunciamento mediante o qual
implementada, em execução antecipada de sanção, ignorando-se garantia
constitucional.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
3. Defiro a liminar pleiteada. Expeçam alvará de soltura a ser cumprido com as

cautelas próprias: caso o paciente não se encontre recolhido por motivo diverso
da preventiva formalizada no processo nº 0018606-90.2013.8.08.0012, da
Quarta Vara Criminal do Tribunal do Júri da Comarca de Cariacica/ES.
Advirtam-no da necessidade de permanecer com a residência indicada ao Juízo,
atendendo aos chamamentos judiciais, de informar eventual transferência e de
adotar a postura que se aguarda do cidadão
60
69
O deferimento de liminar em habeas corpus, como se sabe, é medida de
caráter excepcional, cabível apenas se a decisão impugnada estiver eivada de ilegalidade
:59 16
flagrante, demonstrada de plano, ou quando a situação constante dos autos evidenciar
:36 RHC
manifesto constrangimento ilegal, como é o caso dos autos.
O Supremo Tribunal Federal, bem como Superior Tribunal de Justiça tem

9 - -00
se manifestado no sentido do reconhecimento do constrangimento ilegal em casos
semelhantes, conforme se denota dos arestos abaixo colacionados.
01 00
16
6/2 0.7
Habeas corpus. 2. Tentativa de roubo. Prisão em flagrante convertida em

preventiva. 3. Alegação de ausência dos requisitos autorizadores da custódia
1/0 .21
cautelar (art. 312 do CPP). Demonstrada a necessidade da prisão para garantia

da ordem pública. Fundado receio de reiteração delitiva. 4. Excesso de prazo da
: 2 06
custódia cautelar. Paciente preso preventivamente há mais de dois anos.

Constrangimento ilegal configurado. É firme o entendimento do Supremo
Em r: 1
Tribunal Federal de que somente o excesso indevido de prazo imputável ao

aparelho judiciário traduz situação anômala que compromete a efetividade do
po
processo, além de tornar evidente o desprezo estatal pela liberdade. 5. Ausência

de prévia manifestação das instâncias precedentes. Dupla supressão de instância.
sso
Superação. 6. Ordem concedida, de ofício, para que o paciente seja posto em

liberdade, se por algum outro motivo não estiver preso, determinando ao Juízo de
pre
origem que analise a necessidade de aplicação das medidas cautelares previstas

no art. 319 do CPP. (HC 129668, Relator(a): Min. GILMAR MENDES,
Im
Segunda Turma, julgado em 23/08/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-226

DIVULG 21-10-2016 PUBLIC 24-10-2016)
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO.

INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. MÉRITO. PRINCÍPIO DA
OFICIALIDADE. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRISÃO PREVENTIVA.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. EXCESSO DE PRAZO NA

SEGREGAÇÃO CAUTELAR. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE
E DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO. OBSERVÂNCIA.
DEMORA NÃO ATRIBUÍVEL À DEFESA.CONSTRANGIMENTO
ILEGAL CARACTERIZADO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
1. O habeas corpus não pode ser utilizado como substitutivo de recurso
próprio, a fim de que não se desvirtue a finalidade dessa garantia
60
constitucional, com a exceção de quando a ilegalidade apontada é flagrante,
69
hipótese em que se concede a ordem de ofício.
2. No particular, a defesa sustenta haver constrangimento ilegal na prisão
:59 16
preventiva por ausência de fundamentação, bem como excesso de prazo na
segregação cautelar.
:36 RHC
3. Sobre a fundamentação da custódia cautelar, a sentença de pronúncia
justificou a necessidade de manutenção da medida extrema na gravidade
concreta do delito, tendo em vista o modus operandi, revelador da
9 - -00
periculosidade social do agente. O decreto prisional, por sua vez, não foi
carreado aos autos. Não há que se falar, nesse contexto, em constrangimento
01 00
16
ilegal por ausência de motivação.
4. Sobre o excesso de prazo, a Constituição Federal, no art. 5º, inciso
6/2 0.7
LXXVIII, prescreve: "a todos, no âmbito judicial e administrativo, são

1/0 .21
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a

celeridade de sua tramitação". Eventual constrangimento ilegal por excesso
: 2 06
de prazo não resulta de um critério aritmético, mas de uma aferição realizada

pelo julgador, à luz dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, levando
Em r: 1
em conta as peculiaridades do caso concreto, de modo a evitar retardo abusivo e

desarrazoado na prestação jurisdicional.
po
5. In casu, o tempo de prisão preventiva do paciente (3 anos e 11 meses)

tornou-se excessivo e desarrazoado tendo em vista que a causa é simples
sso
(somente um réu e uma vítima); a audiência de instrução e julgamento foi

finalizada em julho/2014 (ou seja, há 2 anos e 4 meses); e o recurso em sentido
pre
estrito interposto pela defesa contra a sentença de pronúncia (em maio/2015)

demorou 10 meses para ser remetido ao Tribunal de origem (embora tenha sido
Im
recebido 2 meses após a interposição). Além disso, a demora no trâmite

processual não se deve a causas atribuíveis à defesa. Constrangimento ilegal

configurado.
6. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para substituir
a segregação preventiva do paciente pelas medidas cautelares insculpidas no
art. 319, I e IV, do Código de Processo Penal, salvo se por outro motivo
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
estiver preso, sem prejuízo da fixação de outras medidas cautelares. (HC

354.295/BA, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA
TURMA, julgado em 01/12/2016, DJe 14/12/2016)
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, adotada no Brasil

através do Decreto n. 678/92, consigna a ideia de que toda pessoa detida ou retida tem o
60
direito de ser julgada dentro de um prazo razoável ou ser posta em liberdade, sem
prejuízo de que prossiga o processo.
69
:59 16
Assim, toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à
presença de um Juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e
:36 RHC
tem direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou ser posta em liberdade, sem
prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias
que assegurem o seu comparecimento em juízo.
9 - -00
Notadamente, não se pode esperar que 594 (quinhentos e noventa e
01 00
16
quatro) dias, seja um prazo razoável, principalmente em razão de aditamento
6/2 0.7
perpetrado pelo Membro do Ministério Público, visando a formação da culpa.

1/0 .21
Outrossim, com relação à súmula 52 do STJ, relacionada no acórdão

: 2 06
atacado, não possui aplicabilidade aos processos afetos à competência do Tribunal do

Júri.
Em r: 1
po
Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça editou a súmula 21 nos

seguintes termos:
sso
“Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento

pre
ilegal da prisão por excesso de prazo da instrução”

Im
Tal súmula possui aplicabilidade à ritualística do Tribunal do Júri, não

obstante haver reservas com relação a sua real aplicabilidade no processo penal
moderno.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Assim, Data maxima venia, o Tribunal de Justiça fundamenta a prisão

preventiva com base em argumentos dissonantes do quanto discutidos nos autos,
tendo inclusive indicado se tratar de roubo qualificado.
Ora, da simples leitura da denúncia, percebe-se que o crime em tela seria

de homicídio e não latrocínio.
60
A situação beira o absurdo!
69
:59 16
A generalização das decisões, não pode ser utilizada perante o processo
penal, onde se tutela os bens jurídicos mais caros.
:36 RHC
Por fim, o argumento de que a demora no processo não pode ser atribuída
ao Poder Judiciário é no mínimo risível. 9 - -00
01 00
16
Ora, se o Estado deseja prender provisoriamente, violando o princípio da
inocência, que o faça atendendo ao princípio da duração razoável do processo.
6/2 0.7
1/0 .21
Pensar em manter alguém preso por mais de 02 anos, sem sequer ser
pronunciado é no mínimo absurdo!
: 2 06
Em r: 1
Da simples leitura dos autos, observa-se que o atraso na marcha processual

não pode ser atribuída à defesa.
po
Dessa forma, o constrangimento ilegal é marcante e nítido, tratando-se,

sso
claramente de prisão que se tronou ilegal, passível de aplicação de uma das medidas
constantes do artigo 319 do CPP, como por exemplo o monitoramento eletrônico ou
pre
prisão domiciliar.
Im
Assim, resta claro que a presente situação é de flagrante constrangimento

ilegal, necessitando, portanto, ser imediatamente relaxada, com a expedição do imediato
alvará de soltura.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
8) DOS BONS ANTECEDENTES DO PACIENTE E AUSÊNCIA DE OUTROS

PROCESSOS EM CURSO.
Ilibados Ministros, o Paciente ostenta todas as circunstâncias pessoais

favoráveis, sendo primário, com bons antecedentes, possuindo residência fixa no
distrito da culpa.
60
Assim, o Paciente é pessoa íntegra, nunca tendo respondido a qualquer
69
outro processo criminal.
:59 16
Além disso, o Paciente contribuiu com as investigações, apresentando-se
:36 RHC
espontaneamente à autoridade policial, o que, sobremaneira, coloca-o em situação
favorável e apta a ver sua liberdade restabelecida.
9 - -00
É de se aplicar aqui também, o princípio constitucional de que ninguém
01 00
16
será considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória
(CF. art. 5º, LVII).
6/2 0.7
1/0 .21
Dessa forma, a prisão processual, nesse momento mostra-se ilegal, além de

ser desnecessária ante todos os elementos aqui demonstrados.
: 2 06
Em r: 1
9) DOS PEDIDOS.
po
Ex positis, por tudo que foi exaustivamente provado, requer o impetrante:

sso
a) Distribuição do presente Habeas Corpus para uma das Egrégias Turmas

desse Superior Tribunal de Justiça.
pre
b) Seja concedida a ordem através da medida liminar, para que se faça

Im
cessar imediatamente a coação ilegal, determinando-se a expedição de alvará de soltura,

ante o nítido constrangimento ilegal.
c) Caso não seja acolhido o pedido liminar, no trâmite regular do feito,

depois de colhidas as informações da Autoridade Coatora e ouvida a Douta
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Procuradoria, requer o acatamento da presente pelos fundamentos apresentados, com a

concessão da ordem impetrada.
d) A concessão da ordem visando, ainda, o restabelecimento do status

libertatis do Réu ou, caso assim entenda, a aplicação de medidas alternativas à prisão,
a exemplo do monitoramento eletrônico ou recolhimento domiciliar.
60
e) Intimação da data do julgamento do presente Habeas Corpus, visando
69
a possibilidade de sustentação oral.
:59 16
Acredita o impetrante no elevado senso de JUSTIÇA que sempre norteou
:36 RHC
as decisões desta Cada de Justiça, assim como, no absoluto respeito de Vossas
Excelências às garantias constitucionais do cidadão.
9 - -00
Requer por derradeiro, que as intimações processuais sejam efetivadas
01 00
16
EXCLUSIVAMENTE em nome desta Signatária, DRA. FLÁVIA AQUINO DOS
SANTOS, OAB/ES 8.887, SOB PENA DE NULIDADE, ainda que outro seja o
6/2 0.7
Firmatário da presente, a teor do disposto no artigo 272 caput, e parágrafos 2º e 5º do

1/0 .21
Código de Processo Civil/2015, indicando o endereço constante do rodapé desta, qual

seja Rua São Francisco, n° 215, Centro, Vitória/ES – CEP: 29.015-200, para fins do
: 2 06
disposto nos artigos 273 e 274, do mesmo diploma legal.

Em r: 1
po
Pede deferimento.
sso
Vitória/ES, 26 de Junho de 2018.

pre
Im
JEFERSON RONCONI DOS SANTOS

OAB/ES 22.175
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JEFERSON RONCONI DOS SANTOS e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 14/05/2018 às 11:11 , sob o número 20964478920188260000.
fls. 1
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 872FBA7.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Processo de Origem n.º 0005093-26.2016.8.26.0052
URGENTE- LIMINAR
60
69
:59 16
:36 RHC
JEFERSON 9 - -00RONCONI DOS SANTOS, brasileiro, divorciado,
01 00
advogado inscrito na Ordem dos Advogados Seção Espírito Santo sob o n.º
16 22.175, com
endereço profissional na Rua São Francisco, nº 215, Centro, Vitória/ES, CEP: 29.015-200,
6/2 0.7
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar HABEAS CORPUS, com

1/0 .21
pedido LIMINAR e dispensa de informações, com esteio nos permissivos legais

alinhados no inciso LXVIII do artigo quinto da Constituição Federal c/c o inciso VI do artigo
: 2 06
648 e § 2º do artigo 654 do Código de Processo Penal, em favor de HUGO ALEXANDRE

Em r: 1
GABRICH, brasileiro, natural de Ipatinga/MG, nascido em 20/03/1966, portador da Carteira

de Identidade nº 4.0844-7 SSP/MG, inscrito no CPF sob o nº 610.337.236-49, filho de Hugo
po
Gabrich e Gardênia de Campos Gabrich, tendo como objeto a decisão que negou a
revogação e relaxamento da prisão preventiva, exarada pelo r. Juízo da 1ª Vara do
sso
Júri – Foro Central Criminal de São Paulo/SP nos autos do processo n.º 0005093-
pre
26.2016.8.26.0052, pelos fatos e fundamentos a seguir alinhados:

Im
1) DA SITUAÇÃO JURÍDICA DO PACIENTE

O Paciente se viu denunciado pela suposta prática dos crimes

previstos no artigo 121, § 2º, incisos I, IV e VI (conjugado com os incisos primeiro e
segundo, do seu parágrafo segundo, letra A) e 121, § 2º, incisos I e IV, este combinado com
o artigo 14, inciso segundo, todos do Código Penal.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 2
A prisão do Réu foi decretada em 18/11/2016, conforme se observa
às fls. 164/165.
Na ocasião da apresentação de Resposta à Acusação (fls. 220/223), a
60
defesa requereu a liberdade do paciente fundamentanda nos preceitos legais da legislação
69
penal vigente .
:59 16
Ainda assim, o MM. Juiz deixou para decidir ao final da instrução (fls.
226/227), quando indeferiu o pleito e a liberdade do Réu (fls.1890/1892), cerceando o
:36 RHC
direito da defesa.
2) DO PEDIDO LIMINAR E DISPENSA DE INFORMAÇÕES. 9 - -00

Insigne Desembargador, conforme acentua Ada Pellegrini, de natureza
01 00
16
cautelar é a concessão liminar de habeas corpus, que embora não autorizada pela lei, se
6/2 0.7
esboça em doutrina na esteira da concessão in limine do Mandado de Segurança.

1/0 .21
A liminar no habeas corpus quer na sua modalidade preventiva ou na

repressiva, insere-se entre os provimentos cautelares que Calamandrei classificou como
: 2 06
antecipatórios de um provimento decisório definitivo. (O Processo em sua Unidade, Rio de

Em r: 1
Janeiro: Forense, 1984. 11/72).

po
Os requisitos para a concessão de liminar são fornecidos pela

doutrina, in litteris:
sso
pre
“(...) como medida excepcional, a liminar em habeas corpus exige

requisitos: o periculum in mora (a probabilidade de dano irreparável)
Im
e o fumus boni iuris (elementos de impetração que indiquem a

existência de ilegalidade no constrangimento)”. (Júlio Fabbrini

Mirabete. Código de Processo Penal Anotado. Editora Atlas. São Paulo.
2001)
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 3
“Apesar da omissão do legislador, a doutrina processual penal, na
trilha das manifestações pretorianas, tem dado acolhida à liminar no
habeas corpus, emprestando-lhe o caráter de providencia cautelar”.
(Alberto Silva Franco. Medida Liminar em Habeas Corpus, RBCC, nº 1,
p. 72)
60
Neste front impõe-se restar induvidoso na consciência de Vossa
69
Excelência a incidência do fumus boni iuris e a percepção do periculum in mora. Assim
:59 16
requer que seja declarada nula a decisum que indeferiu o pleito, cuja constrição se mostra
absurda e ilegal, revolvendo-se em verdadeiro constrangimento ilegal, conforme será
:36 RHC
alinhavado a seguir.
Firma-se, pela via heróica, a súplica de concessão da liminar na

9 - -00
espécie, visando cessar o constrangimento ilegal imposto ao paciente. O fulcro desta
pretensão encontra-se inserto no § 2º, do artigo 654, do Código de Processo Penal. Tem-se
01 00
16
esta ordem devidamente instruída para a obtenção da postulação em tela.
6/2 0.7
1/0 .21
3) DO NÍTIDO CONSTRANGIMENTO ILEGAL. CUMPRIMENTO ANTECIPADO DE PENA.

EXCESSO DE PRAZO SEM QUE HAJA DECISÃO DE PRONÚNCIA. PRISÃO
: 2 06
PREVENTIVA QUE PERDURA POR MAIS DE 509 (QUINHENTOS E NOVE) DIAS.

Em r: 1
VIOLAÇÃO A DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO.

po
Ilibado Desembargador Relator, compulsando-se detidamente os

autos, conclui-se que o Réu encontra-se custodiado há mais 509 (quinhentos e nove) dias,
sso
sem que sequer tenha sido pronunciado.
Tal situação beira o absurdo, principalmente quando se conclui

pre
que o crime ocorreu em 12/11/2016 e a denúncia foi ofertada em 21/11/2016,

Im
tendo sido a denúncia, inclusive aditada, o que corroborou para o atraso

processual.
A morosidade processual, em nenhuma hipótese pode ser

reputada à defesa ou mesmo a complexidade dos autos, principalmente por se
tratar de procedimento com tão somente um Réu.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 4
Há claramente violação aos mais caros princípios do Estado
Democrático de Direito, em especial ao da razoabilidade e da duração razoável do processo,
insculpidos no artigo 5º, LXXVIII da CF/88.
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados
60
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade
de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
69
2004)
:59 16
:36 RHC
Notadamente o decreto prisional, constante às fls. 164/165 foi
devidamente cumprido, vindo, ainda, o Paciente a comparecer perante a
Autoridade Policial espontaneamente.
9 - -00
Assim, até a presente data, o Réu encontra-se recluso há exatos 509
01 00
16
(quinhentos e nove) dias, sem que sequer ter sido pronunciado.
6/2 0.7
O Constrangimento Ilegal é latente, uma vez que não há razoabilidade

em se manter alguém preso por quase 02 (dois) anos, sem uma definição.
1/0 .21
Outrossim, o argumento de que, com o encerramento da instrução

: 2 06
criminal, não há mais que se falar em constrangimento ilegal não pode prevalecer, uma vez
Em r: 1
que o Paciente encontra-se, nitidamente, em cumprimento antecipado de pena, sem sequer

ter sido pronunciado.
po
Em recente decisão no HC n.º 143.017/ES, o Ilustre Ministro Marco

sso
Aurélio entendeu, em sede liminar, que:

pre
2. O Juízo considerou a gravidade concreta da imputação para

Im
assentar a periculosidade do paciente. Inexiste a constrição

automática tendo em conta o crime supostamente cometido, levando

à inversão da ordem processual, que direciona, presente o
princípio da não culpabilidade, a apurar para, selada a culpa, prender,

em verdadeira execução de pena. Reiterados são os pronunciamentos
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 5
do Supremo sobre a impossibilidade de potencializar a infração
versada no processo. Os contornos do delito surgem
como elemento neutro, insuficiente a respaldar o argumento alusivo à

preservação da ordem pública. Esta fica vinculada à observância da
legislação em vigor, devendo a preventiva basear-se no artigo 312 do
Código de Processo Penal.
60
O paciente está preso, sem culpa formada, há 3 anos, 1 mês e 16
69
dias. Nada justifica tal fato. Surge o excesso de prazo. Privar da
:59 16
liberdade, por prazo desproporcional, pessoa cuja responsabilidade
penal não veio a ser declarada em definitivo viola
:36 RHC
o princípio da não culpabilidade. Concluir pela manutenção da medida
é autorizar a transmutação do pronunciamento mediante o qual
9 - -00
implementada, em execução antecipada de sanção, ignorando-se
garantia constitucional.
01 00
16
3. Defiro a liminar pleiteada. Expeçam alvará de soltura a ser
6/2 0.7
cumprido com as cautelas próprias: caso o paciente não se encontre

1/0 .21
recolhido por motivo diverso da preventiva formalizada no processo

nº 0018606-90.2013.8.08.0012, da Quarta Vara Criminal do Tribunal
: 2 06
do Júri da Comarca de Cariacica/ES. Advirtam-no da necessidade de

Em r: 1
permanecer com a residência indicada ao Juízo, atendendo aos

chamamentos judiciais, de informar eventual transferência e de
po
adotar a postura que se aguarda do cidadão

sso
O deferimento de liminar em habeas corpus, como se sabe, é medida

de caráter excepcional, cabível apenas se a decisão impugnada estiver eivada de ilegalidade
pre
flagrante, demonstrada de plano, ou quando a situação constante dos autos evidenciar

manifesto constrangimento ilegal, como é o caso dos autos.
Im
O Supremo Tribunal Federal, bem como Superior Tribunal de Justiça

tem se manifestado no sentido do reconhecimento do constrangimento ilegal em casos

semelhantes, conforme se denota dos arestos abaixo colacionados.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 6
Habeas corpus. 2. Tentativa de roubo. Prisão em flagrante convertida
em preventiva. 3. Alegação de ausência dos requisitos autorizadores
da custódia cautelar (art. 312 do CPP). Demonstrada a necessidade
da prisão para garantia da ordem pública. Fundado receio de
reiteração delitiva. 4. Excesso de prazo da custódia cautelar. Paciente
preso preventivamente há mais de dois anos. Constrangimento ilegal
60
configurado. É firme o entendimento do Supremo Tribunal Federal de
69
que somente o excesso indevido de prazo imputável ao aparelho
judiciário traduz situação anômala que compromete a efetividade do
:59 16
processo, além de tornar evidente o desprezo estatal pela liberdade.
:36 RHC
5. Ausência de prévia manifestação das instâncias precedentes. Dupla
supressão de instância. Superação. 6. Ordem concedida, de ofício,
para que o paciente seja posto em liberdade, se por algum outro
9 - -00
motivo não estiver preso, determinando ao Juízo de origem que
analise a necessidade de aplicação das medidas cautelares previstas
01 00
16
no art. 319 do CPP.
6/2 0.7
(HC 129668, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma,

1/0 .21
julgado em 23/08/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-226 DIVULG

21-10-2016 PUBLIC 24-10-2016)
: 2 06
Em r: 1
po
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO.

INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. MÉRITO. PRINCÍPIO DA
sso
OFICIALIDADE. HOMICÍDIO QUALIFICADO.

pre
PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. EXCESSO DE

PRAZO NA SEGREGAÇÃO CAUTELAR. PRINCÍPIOS DA
Im
PROPORCIONALIDADE E DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO.

OBSERVÂNCIA. DEMORA NÃO ATRIBUÍVEL À DEFESA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. ORDEM CONCEDIDA

DE OFÍCIO.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 7
1. O habeas corpus não pode ser utilizado como substitutivo de
recurso próprio, a fim de que não se desvirtue a finalidade dessa
garantia constitucional, com a exceção de quando a ilegalidade
apontada é flagrante, hipótese em que se concede a ordem de ofício.
2. No particular, a defesa sustenta haver constrangimento ilegal na

prisão preventiva por ausência de fundamentação, bem como excesso
60
de prazo na segregação cautelar.
69
3. Sobre a fundamentação da custódia cautelar, a sentença de
:59 16
pronúncia justificou a necessidade de manutenção da medida
extrema na gravidade concreta do delito, tendo em vista o modus
:36 RHC
operandi, revelador da periculosidade social do agente. O decreto
prisional, por sua vez, não foi carreado aos autos. Não há que se
9 - -00
falar, nesse contexto, em constrangimento ilegal por ausência de
motivação.
01 00
16
4. Sobre o excesso de prazo, a Constituição Federal, no art. 5º,
6/2 0.7
inciso LXXVIII, prescreve: "a todos, no âmbito judicial e

administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os
1/0 .21
meios que garantam a celeridade de sua tramitação". Eventual

: 2 06
constrangimento ilegal por excesso de prazo não resulta de um

critério aritmético, mas de uma aferição realizada pelo julgador, à luz
Em r: 1
dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, levando em conta

po
as peculiaridades do caso concreto, de modo a evitar retardo abusivo

e desarrazoado na prestação jurisdicional.
sso
5. In casu, o tempo de prisão preventiva do paciente (3 anos e 11

meses) tornou-se excessivo e desarrazoado tendo em vista que a
pre
causa é simples (somente um réu e uma vítima); a audiência de

Im
instrução e julgamento foi finalizada em julho/2014 (ou seja, há 2

anos e 4 meses); e o recurso em sentido estrito interposto pela

defesa contra a sentença de pronúncia (em maio/2015) demorou
10 meses para ser remetido ao Tribunal de origem (embora tenha
sido recebido 2 meses após a interposição). Além disso, a demora no
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 8
trâmite processual não se deve a causas atribuíveis à defesa.
Constrangimento ilegal configurado.
6. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para

substituir a segregação preventiva do paciente pelas medidas
cautelares insculpidas no art. 319, I e IV, do Código de Processo
Penal, salvo se por outro motivo estiver preso, sem prejuízo da
60
fixação de outras medidas cautelares.
69
(HC 354.295/BA, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
:59 16
QUINTA TURMA, julgado em 01/12/2016, DJe 14/12/2016)
:36 RHC
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, adotada no Brasil
através do Decreto n. 678/92, consigna a ideia de que toda pessoa detida ou retida tem o
9 - -00
direito de ser julgada dentro de um prazo razoável ou ser posta em liberdade, sem prejuízo
de que prossiga o processo.
01 00
16
6/2 0.7
Assim, toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora,
à presença de um Juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e
1/0 .21
tem direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou ser posta em liberdade, sem
prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que
: 2 06
assegurem o seu comparecimento em juízo.

Em r: 1
Notadamente, não se pode esperar que 509 (quinhentos e nove) dias,

po
seja um prazo razoável, principalmente em razão de aditamento perpetrado pelo Membro do

Ministério Público, visando a formação da culpa.
sso
Data maxima venia, o artigo 319 do Digesto Processual Penal, possui

meios diversos da prisão, o que a nosso ver, pode ser aplicado.
pre
Assim, resta claro que a presente situação é de flagrante

Im
constrangimento ilegal, necessitando, portanto, ser imediatamente relaxada, com a

expedição do imediato alvará de soltura.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 9
4) DOS BONS ANTECEDENTES DO PACIENTE E AUSÊNCIA DE OUTROS PROCESSOS
EM CURSO.
Ilibado Desembargador, o Paciente ostenta todas as

circunstâncias pessoais favoráveis, sendo primário, com bons antecedentes,
possuindo residência fixa no distrito da culpa.
60
Assim, o Paciente é pessoa íntegra, nunca tendo respondido a
qualquer outro processo criminal.
69
Além disso, o Paciente contribuiu com as investigações,
:59 16
apresentando-se espontaneamente à autoridade policial, o que, sobremaneira, coloca-o em
:36 RHC
situação favorável e apta a ver sua liberdade restabelecida.
É de se aplicar aqui também, o princípio constitucional de que

ninguém será considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória (CF. art. 5º, LVII). 9 - -00
01 00
16
Dessa forma, a prisão processual, nesse momento mostra-se ilegal,
6/2 0.7
além de ser desnecessária ante todos os elementos aqui demonstrados.

1/0 .21
5) DA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA PARA MANUTENÇÃO DA

: 2 06
CUSTÓDIA PREVENTIVA. OFENSA AO INCISO IX, DO ARTIGO 93 DA CARTA MAGNA.

Em r: 1
AUSÊNCIA DOS REQUISITOS CONSTANTES DO ARTIGO 312 E 313 DO CPP.

POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS ALTERNATIVAS À PRISÃO,
po
CONSTANTES DO ARTIGO 319 DO CPP.

sso
Eméritos Desembargadores, a r. decisão fustigada é revestida de

fragilidade ímpar. A medida odiosa da custódia preventiva requer razões firmes e
pre
inequívocas, estabelecidas no artigo 311 e seguintes do Código de Processo Penal Pátrio,

não podendo ser utilizada de forma infundada e vazia, como in casu.
Im
É imperativo constitucional, expresso no artigo 93, inciso IX, da

Constituição Federal, que as decisões emanadas do Poder Judiciário devem ser

suficientemente fundamentadas, sob pena de invalidade.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 10
A decisão da Juíza de primeiro grau, fls. 164/165, reiterada
pela decisão de fls. 1.892/1.894, ressalvou a gravidade do delito e sua suposta
fuga do distrito da culpa como hipóteses suficientes para a manutenção do decreto
prisional.
Não se verifica na decisão elementos que se subsumam aos requisitos

do artigo 312 do Código de Processo Penal. O mero discurso sobre as circunstâncias
60
autorizadoras da segregação cautelar e a gravidade do delito, por si só, não
69
emprestam arrimo válido à decisão em testilha.
:59 16
A Magistrada primeva, fundamenta a prisão preventiva
unicamente na hipótese de terem os fatos sido praticados em razão do termino do
:36 RHC
relacionamento, o que demonstra a personalidade agressiva do acautelado, bem
como repulsa social, além do fato de ter-se evadido do distrito da culpa.
9 - -00
“Isso porque se tratam de crimes de homicídio e tentativa de
homicídio qualificados, hediondos por definição legal, o primeiro
01 00
16
praticado em contexto de violência doméstica e familiar contra a
6/2 0.7
mulher, por não aceitar o indiciado o término do relacionamento com

a vítima. Ambos os crimes, ademais, foram cometidos com extrema
1/0 .21
frieza pelo indiciado, que calculou o melhor momento de ceifar a vida

: 2 06
de sua ex companheira e de seu acompanhante, o que evidencia sua

periculosidade concreta e a necessidade de ser afastado do convívio
Em r: 1
social. Além disso, após o cometimento dos crimes em questão, o

po
indiciado evadiu-se do distrito da culpa, o que demonstra que está se

ocultando propositalmente a fim de furtar-se à aplicação da lei penal”.
sso
(decisão fls. 164/165)

pre
O pedido de revogação da prisão preventiva não comporta

Im
deferimento. Isto porque os fundamentos que a ensejaram e que se

encontram devidamente fundamentados na decisão de fls. 164/165

ainda permanecem. Os fatos praticados pelo acusado revestem-se de
extrema gravidade, tendo o delito sido praticado contra a vítima pelo
simples fato de o réu não aceitar o término do relacionamento, o que
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 11
demonstra personalidade agressiva, não consoante á moralidade
média, o que causa repulsa social. Logo, presente o requisito da
garantia da ordem pública.
Não obstante, o réu evadiu-se do distrito da culpa, dificultando o

regular andamento da instrução processual, portanto, observa-se a
necessidade de se garantir a aplicação da lei penal, eis que solto, já
60
demonstrou intenção em se furtar à ação da justiça. (Decisão fls.
69
1.892/1.894)
:59 16
:36 RHC
Verifica-se que as decisões hostilizadas estão imbuídas de alegações
genéricas, calcando-se, sobretudo, na gravidade abstrata do delito, não tendo sido
evidenciada a necessidade da prisão do paciente, o que está a lhe acarretar o alegado
constrangimento ilegal. 9 - -00
Ressalte-se, ainda, que a prisão preventiva com base na garantia da
01 00
16
ordem pública deve ser vista com cautela, pois este requisito impõe conceito muito amplo,
6/2 0.7
devendo ser avaliado segundo criteriosa análise dos fatos e circunstâncias presentes nos
1/0 .21
autos, os quais somente poderão embasar a manutenção da custódia se apurados

concretamente.
: 2 06
Assim, mostra-se imprescindível, em face do princípio constitucional

Em r: 1
da inocência presumida, a demonstração dos elementos objetivos, indicativos dos motivos

concretos autorizadores da medida constritiva, pois todo réu tem direito de saber os motivos
po
que ensejaram a manutenção de sua custódia derivada do flagrante.

sso
(TJ-MG - Rec em Sentido Estrito: 10512140020771001 MG, Relator:

Alberto Deodato Neto, Data de Julgamento: 16/06/2015, Câmaras
Criminais / 1ª CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 26/06/2015)
pre
Im
Importante, ainda levar em consideração que o Paciente encontra-se

encarcerado por quase 02 (dois anos), o que somente leva a crer na hipótese de
cumprimento prévio de pena, ofendendo, assim, a presunção de inocência.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 12
Não se pode perder de vista que, no Estado Democrático de Direito a
liberdade é a regra e que a Constituição da República de 1.988 preconiza a presunção de
não culpabilidade como garantia fundamental do indivíduo.
Sendo assim, a liberdade do paciente somente pode ser restringida

antes do trânsito em julgado de sentença condenatória, conforme o artigo 283 do CPP, que
ainda continua vigente, quando bastante plausível a periculosidade do agente e o risco
60
concreto à sociedade, o que, data venia, não é o caso dos autos.
69
Portanto, o constrangimento ilegal a que está submetido o Paciente, é
:59 16
evidente, pois carece de fundamentação a decisão decretou a prisão preventiva em seu
desfavor.
:36 RHC
Sobre o tema expressou-se Magalhães Noronha ao tratar da matéria,
no livro Curso de Direito Processual Penal, 2ª edição, página 170, verbis:
9 - -00
01 00
16
“Medida excepcional que é, e, não obstante o Juiz gozar de algum
6/2 0.7
arbítrio, como vimos, impõe, entretanto, o código que a decretação

seja sempre fundamentada, a fundamentação, primeiramente,
1/0 .21
pressupõe provas, da existência do crime e suficientes indícios da

autoria, depois deve-se fundar em motivos de ordem pública,
: 2 06
conveniência da instrução criminal ou garantia da aplicação da lei,

Em r: 1
Outrossim, na inafiançabilidade do delito ou na presença da causas

dos números II e III, do artigo 313, já considerados.”
po
sso
No mesmo sentido, Hélio Tornaghi, in Instituições de Processo Penal,

volume IV, página 334, assim prelecionou, verbis:
pre
Im
“O Juiz deve mencionar de maneira clara e precisa os fatos que o

levam a considerar necessária a prisão para a garantia da ordem

pública ou para assegurar a instrução criminal ou aplicação da lei
penal substantiva. Não basta de maneira alguma, não é
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 13
fundamentação, frauda a finalidade da lei e ilude as garantias da
liberdade o fato de o Juiz dizer “considerando que a prisão é
necessária para a garantia da ordem pública”.
A corroborar o entendimento acima explicitado, colaciono o seguinte
60
aresto jurisprudencial do Augusto Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
69
:59 16
“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO
CIRCUNSTANCIADO TENTADO E RECEPTAÇÃO. PRISÃO PREVENTIVA.
:36 RHC
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO
CRIMINAL. GRAVIDADE ABSTRATA DO CRIME. FALTA DE
INDICAÇÃO DE ELEMENTOS CONCRETOS A JUSTIFICAR A
MEDIDA. 9 - -00
MOTIVAÇÃO INIDÔNEA. OCORRÊNCIA. ORDEM
CONCEDIDA. 1. A prisão processual deve ser configurada no caso de
01 00
16
situações extremas, em meio a dados sopesados da experiência
6/2 0.7
concreta, porquanto o instrumento posto a cargo da jurisdição

1/0 .21
reclama, antes de tudo, o respeito à liberdade. In casu, prisão

provisória que não se justifica ante a fundamentação inidônea. 2.
: 2 06
Ordem concedida a fim de que o paciente possa aguardar em

Em r: 1
liberdade o trânsito em julgado da ação penal, se por outro motivo

não estiver preso, sem prejuízo de que o Juízo a quo, de maneira
po
fundamentada, examine se é caso de aplicar uma das medidas

cautelares implementadas pela Lei n.º 12.403/11, ressalvada,
sso
inclusive, a possibilidade de decretação de nova prisão, caso

demonstrada sua necessidade.” (STJ - HC 236158 / SP - Relatora
pre
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA - SEXTA TURMA - Data do

Im
Julgamento: 03/05/2012 - Data da Publicação/Fonte DJe

14/05/2012).
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 14
Colaciono, outrossim, o recente entendimento do Egrégio Sodalício,
verbis:
“HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO EM FLAGRANTE

CONVERTIDA EM PREVENTIVA. RELAXAMENTO DA PRISÃO. MORA NA
60
PROLAÇÃO DA DECISÃO CONVERSÓRIA. INOCORRÊNCIA. LIBERDADE
PROVISÓRIA. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO ART.
69
312 DO CPP. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. ORDEM
:59 16
PARCIALMENTE CONCEDIDA. (…) Verificado nos autos que o paciente
não oferece risco a qualquer das hipóteses do art. 312 do CPP, é de se
:36 RHC
conceder a ordem para sanar o constrangimento ilegal suscitado.”
(TJMG, Habeas Corpus 1.0000.12.093163-9/000, Rel. Des. Nelson
Missias
9 - -00
de Morais, 2ª CÂMARA
13/09/2012, publicação da súmula em 21/09/2012).
CRIMINAL, julgamento em
01 00
16
6/2 0.7
“HABEAS CORPUS' - TRÁFICO DE DROGAS - PRISÃO EM FLAGRANTE -

1/0 .21
CONVERSÃO EM PREVENTIVA - DECRETO CALCADO EM

HIPÓTESES E CONJECTURAS - AUSÊNCIA DE FATOS
: 2 06
CONCRETOS INDICANDO A NECESSIDADE DA CUSTÓDIA -

Em r: 1
GRAVIDADE EM ABSTRATO DO DELITO INSUFICIENTE PARA A

DECRETAÇÃO DA MEDIDA EXTREMA - ORDEM CONCEDIDA. - A
po
prisão preventiva, como medida excepcional que é - e, agora, com

edição da Lei 12.403/2011, muito mais ainda -, não pode ser
sso
assentada em hipóteses e conjecturas, ou mesmo na gravidade em

abstrato do delito, devendo resultar de fatos concretos, que
pre
demonstrem a presença dos requisitos do artigo 312 do CPP.” (TJMG,

Im
Habeas Corpus 1.0000.12.044592-9/000, Rel. Des.(a) Beatriz

Pinheiro Caires, 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 29/03/2012,

publicação da súmula em 13/04/2012).
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 15
“HABEAS CORPUS - TRÁFICO - PEDIDO DE LIBERDADE
PROVISÓRIA INDEFERIDO EM 1º GRAU - CONSTRANGIMENTO
ILEGAL CARACTERIZADO - APLICAÇÃO DE MEDIDA CAUTELAR
PREVISTA NA LEI 12.403/11 - ORDEM CONCEDIDA. 1 - A
pequena quantidade de droga apreendida, bem como as condições
pessoais abonadoras da paciente, são condições que fazem presumir
60
a ausência de periculosidade por sua parte. 2 - O Juiz deve
69
fundamentar sua decisão, quanto à liberdade da paciente, em fatos
concretos, configurando a fundamentação alicerçada na gravidade
:59 16
abstrata do delito flagrante constrangimento ilegal.” (TJMG, Habeas
:36 RHC
Corpus 1.0000.12.122603-9/000, Rel. Des. Paulo Cézar Dias, 3ª
CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 18/12/2012, publicação da
súmula em 10/01/2013).
9 - -00
01 00
16
“TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE.
6/2 0.7
LIBERDADE PROVISÓRIA. DECLARAÇÃO DE

INCONSTITUCIONALIDADE DA DISPOSIÇÃO QUE VEDAVA SUA
1/0 .21
CONCESSÃO. POSSIBILIDADE EM TESE. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS

AUTORIZADORES DA PRISÃO PREVENTIVA. ORDEM CONCEDIDA.
: 2 06
IMPOSIÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA SEGREGAÇÃO

Em r: 1
EM CÁRCERE. - Diante da nova redação do art. 2º da Lei 8.072/90

(Lei dos Crimes Hediondos), dada pela Lei 11.464/07, e da recente
po
declaração de inconstitucionalidade da disposição do art. 44 da Lei

sso
11.343/06, que vedava a concessão de liberdade provisória nos

crimes hediondos, equiparados e afins, foi restituído aos acusados de
pre
delitos de tóxicos o direito de esperar o julgamento em liberdade,

desde que não estejam presentes na hipótese os requisitos
Im
autorizadores da prisão preventiva, que impõe a manutenção do

encarceramento provisório do agente. - E, assim, ausentes os

requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, de
acordo com a nova redação do art. 321 do CPP, dada pela Lei
12.403/11, o juiz deverá conceder a liberdade provisória,
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 16
impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art.
319 do CPP, observados os critérios constantes no art. 282, do
CPP. (...).” (TJMG, Habeas Corpus 1.0000.12.122960-3/000, Rel.
Des. Duarte de Paula, 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em
13/12/2012, publicação da súmula em 11/01/2013).
60
Desta forma, é necessária a revogação da custódia do paciente, nada
69
havendo de concreto nos fatos apontados na decisão que possa constituir algum risco à
:59 16
garantia da ordem pública, para mantê-lo segregado.
:36 RHC
Logo, em virtude dos princípios da necessidade e
proporcionalidade, é importante asseverar que a prisão antes do trânsito em julgado da
sentença condenatória não pode perder de vista o resultado final do processo, sob pena de
9 - -00
trazer consequências mais graves do que o provimento final buscado na ação penal.
Portanto, se ao final da persecução criminal não restar materializada a

01 00
16
imposição de cárcere, face à possibilidade de absolvição ou mesmo por conta da concessão
6/2 0.7
de benefícios despenalizadores, ilógica a manutenção da privação de sua liberdade durante a

1/0 .21
instrução criminal, devendo o status libertatis ser restabelecido, em homenagem ao princípio

da presunção de inocência constitucionalmente garantida.
: 2 06
Sobre o tema, colaciono o recente entendimento do Egrégio Tribunal

Em r: 1
de Minas Gerais, verbis:

po
“HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. FLAGRANTE.

sso
CONVERSÃO EM PRISÃO PREVENTIVA. DECISÃO CARENTE DE

CONCRETA FUNDAMENTAÇÃO. REVOGAÇÃO. PENA-FINAL.
pre
SUBSTITUIÇÃO. ORDEM CONCEDIDA. 1- Diante da

Im
excepcionalidade da prisão cautelar exige-se concreta fundamentação

da decisão judicial que converte o flagrante em prisão preventiva,

sendo inaceitável que ilações genéricas sejam suficientes para
justificar a segregação processual. 2- Sendo, em tese, possível a
aplicação de benefícios despenalizadores em caso de eventual
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 17
condenação, inviável negar ao paciente responder ao feito criminal em
liberdade. 3- Ordem concedida, com aplicação de medidas
cautelares.” (TJMG, Habeas Corpus 1.0000.12.126886-6/000, Rel.
Des. Antônio Armando dos Anjos, 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento
em 22/01/2013, publicação da súmula em 29/01/2013).
60
“HABEAS CORPUS - TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES - PRISÃO
69
PREVENTIVA - CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO -
:59 16
ORDEM CONCEDIDA COM APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES. 1.
Não demonstrada a necessidade da imposição da medida excepcional
:36 RHC
ante a situação fática e os parâmetros legais, configurada está à
restrição ilegal ao direito de liberdade. 2. Ante a possibilidade de
9 - -00
substituição da pena corporal por restritiva de direitos no delito
previsto no art. 33, caput da Lei nº 11.343/06 quando aplicada a
01 00
causa de
16
diminuição estampada no parágrafo 4º do aludido
6/2 0.7
dispositivo, aferindo-se ser o caso, em tese, pelas condições pessoais

do paciente e narrativa dos fatos a ele imputados de aplicação da
1/0 .21
benesse, mostra-se desproporcional o acautelamento em

estabelecimento prisional.” (TJMG, 3ª C. Crim., HC
: 2 06
1.0000.12.080273-1/000, Rel. Des. Paulo Cézar Dias, v.u., j.

Em r: 1
21.08.2012; pub. DJe de 27.08.2012).

po
Em outro viés, importante consignar que as circunstâncias

sso
autorizadoras da odiosa medida drástica, estão disciplinadas no artigo 312 do Código de

Processo Penal. O dispositivo legal em apreço traz as quatro únicas possibilidades de
pre
decretação da prisão preventiva, quais sejam: garantia da ordem pública, garantia da

Im
ordem econômica, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a

aplicação da lei penal.
A ordem econômica não faz parte do rol de circunstâncias aplicáveis

ao caso sub lite. Não há razão fática e jurídica no diapasão de arrimar o decreto de prisão
preventiva.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 18
A decisão fora motivada na prevenção da ordem pública, sem o
amparo de nenhum fato concreto. Além disso, fundamentou-se na suposta tentativa de fuga
do Réu.
A ordem pública não foi vilipendiada pela conduta imputada ao

Paciente.
60
Conforme os ensinamentos do douto professor Nestor Tavora (2015.
Pg. 937), garantia da ordem pública significa:
69
:59 16
“Entende-se garantia da ordem pública como risco considerável de
:36 RHC
reiteração de ações delituosas por parte do acusado, caso permaneça
em liberdade, seja porque se trata de pessoa propensa à prática
delituosa, seja porque, se solto, teria os mesmos estímulos
9 - -00
relacionados com o delito cometido, inclusive pela possibilidade de
voltar ao convívio com os parceiros do crime. Acertadamente, essa
01 00
16
corrente, que é a majoritária, sustenta que a prisão preventiva poderá
6/2 0.7
ser decretada com o objetivo de resguardar a sociedade da reiteração

de crimes em virtude da periculosidade do agente”.
1/0 .21
: 2 06
Dessa forma, conforme já exaustivamente explicitado, o Paciente é

Em r: 1
réu primário, não possuindo outros processos em curso, não possuindo envolvimento com
po
organização criminosa, razão pela qual não há qualquer motivo para manutenção do decreto
prisional.
sso
Além disso, claramente se trata de suposto crime passional

específico, não havendo qualquer razão para que haja reiteração delitiva.
pre
Como exemplo o aresto infra, verbis:

Im
“PRISÃO PREVENTIVA. PRONÚNCIA. FUNDAMENTAÇÃO (FALTA). 1. A

preventiva e a oriunda de pronúncia são espécies de prisão provisória;
delas se exige venham sempre fundamentadas. Ninguém será preso
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 19
senão por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente. 2. A superveniência de pronúncia não atrapalha o
raciocínio relativo à preventiva sem efetiva fundamentação. Quando
existente a ilegalidade, vai à frente – protrai no tempo. 3. Gravidade
e circunstâncias do fato criminoso (clamor público), bem como a
proteção à integridade física dos acusados, não justificam, por si sós,
60
prisão de natureza provisória. 4. Caso de falta de precisa
69
fundamentação, tanto em relação à preventiva quanto à resultante da
pronúncia. 5. Caso, também, em que não mais se justifica, pelo
:59 16
excesso de tempo, prisão de cunho provisório. 6. Habeas corpus
:36 RHC
deferido para se revogar a prisão.” (HABEAS CORPUS Nº 41.182 - SP
(2005⁄0010479-2), RELATOR: MINISTRO HÉLIO QUAGLIA BARBOSA,
R. P⁄ACÓRDÃO: MINISTRO NILSON NAVES, IMPETRANTE: ANTÔNIO
9 - -00
CLÁUDIO MARIZ DE OLIVEIRA E OUTRO, IMPETRADO: QUINTA
CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
01 00
16
PAULO, PACIENTE: SUZANE LOUISE VON RICHTHOFEN).
6/2 0.7
1/0 .21
A decisão da magistrada de piso reveste-se de emoção ímpar,

principalmente no momento em que funda a prisão única e exclusivamente na
: 2 06
forma como o crime foi cometido, ou seja, na gravidade abstrata do delito. Não há
Em r: 1
uma linha sequer, em ambas as decisões, tratando da possibilidade de reiteração

delitiva.
po
Portanto, de acordo com doutrina e jurisprudência, a prisão

sso
preventiva poderá ser decretada com fundamento na garantia da ordem pública sempre que
dados concretos - não se pode presumir a periculosidade do agente a partir de meras
pre
ilações, conjecturas desprovidas de base empírica concreta - demonstrarem que, se o

agente permanecer solto, voltará a delinquir, o que não há nos presentes autos!
Im
Por outro lado, observa-se que o Paciente foi preso em 18/11/2016,

ou seja, a mesma semana em que o crime ocorreu, o que Data Maxima Venia, não indica
qualquer tentativa de fuga.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 20
A boa-fé do Réu, bem como o seu intuito de cooperar com a justiça foi
tamanha que, inclusive, e 18/11/2016, houve a indicação ao Delegado de Polícia de Belo
Horizonte/MG, a informação que o Réu se encontrava internado na CEPSI – Central Psíquica
para tratamento do quadro CID 10, F32.3, conforme ficou atestado pela médica psiquiátrica,
Dra. Maria da Piedade M Bruzzi, CRM 13565 .
A prisão, ocorreu exatamente quando tomou conhecimento do
60
mandado de prisão expedido, ou seja, na mesma semana do crime.
69
Anteriormente a isso, não havia qualquer outra ordem ou
:59 16
restrição da liberdade do ora acusado. O simples fato de ter viajado a outro Estado,
em busca de tratamento médico adequado, não indica a sua intenção de fuga. Não
:36 RHC
há sequer uma linha de elemento para fundamentar tal pretensão.
Assim, é aviltante a reiterada fundamentação de que o Réu tentou

9 - -00
fugir da aplicação da lei penal. É simplesmente incompatível a situação fatual da sua entrega
e prisão à autoridade policial com a tentativa de fuga.
01 00
16
Tal argumento não pode ser tido como válido, principalmente
6/2 0.7
porque, sequer havia qualquer ordem de restrição ao Paciente, além da sua nítida
1/0 .21
boa-fé, ao tomar conhecimento da existência do mandado de prisão, buscar a

autoridade policial, entregando-se!
: 2 06
Outrossim, resta demonstrado, através dos documentos juntados às

Em r: 1
fls. (fls. 203/213), que o Réu encontrava-se internado em clínica, visando o

restabelecimento da sua saúde.
po
sso
Data Maxima Venia, é preciso que as decisões judiciais sejam calcadas

com fundamentações solidas, baseadas na realidade dos autos, dissociadas de emoções e
pre
sentimento inquisitorial medieval.

Im
O paciente não busca clemência ou piedade com este pleito. Almeja,

simplesmente, o direito de defender-se em liberdade da imputação que lhe é desferida.

Roga pelo respeito as suas garantias constitucionais e ao sagrado direito à liberdade.
Cumpre-nos dizer que a revogação da custódia preventiva dar-se-á

quando cessarem os elementos que a autorizaram. Conforme ficou demonstrado, jamais
existiram motivos para a constrição do paciente, de forma preventiva.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 21
Pelo inciso LVII, do artigo 5º da Constituição Federal “ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”. Tem-se,
assim, que a culpa só se caracteriza quando a sentença se torna definitiva, tendo sido
esgotadas todas as possibilidades recursais.
60
Além disso, bastante plausível a possibilidade de
69
utilização de medidas alternativas à prisão do Réu, dispostas no artigo 319
do CPP, o que sequer foi analisado pela magistrada de piso.
:59 16
Destarte, não se pode olvidar que o monitoramento eletrônico, bem
:36 RHC
como o recolhimento domiciliar, tem se mostrado instrumento capaz de restaurar
parcialmente a liberdade do Réu, trazendo menor prejuízo, além de atingir aos objetivos
processuais almejados.
9 - -00
Ora, razoável a aplicação ao ora Réu do monitoramento eletrônico ou
01 00
16
seu recolhimento domiciliar, principalmente na medida em que o Réu sequer ostenta
periculosidade concreta de reiteração delitiva, conforme já amplamente argumentado, ou
6/2 0.7
mesmo tentou evadir-se da aplicação da lei penal.

1/0 .21
Assim sendo, com espeque nos dispositivos legais inerentes à espécie,

somados aos argumentos expendidos no bojo desta peça, roga o impetrante o acolhimento
: 2 06
da presente ordem de habeas corpus, com o fito de restaurar o status libertatis do paciente,
Em r: 1
por ser de inteira JUSTIÇA, determinando-se a expedição do competente Alvará de

Soltura em favor de HUGO ALEXANDRE GABRICH.
po
sso
6) DOS PEDIDOS.
pre
Ex positis, por tudo que foi exaustivamente provado, requer o

impetrante:
Im
a) Distribuição do presente Habeas Corpus para uma das Egrégias

Câmaras desse Tribunal de Justiça.
b) Seja concedida a ordem através da medida liminar, para que se

faça cessar imediatamente a coação ilegal, determinando-se a expedição de alvará de
soltura, ante o nítido constrangimento ilegal.
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 22
c) Caso não seja acolhido o pedido liminar, no trâmite regular do
feito, depois de colhidas as informações da Autoridade Coatora e ouvida a Douta
Procuradoria de Justiça, requer o acatamento da presente pelos fundamentos apresentados,
com a concessão da ordem impetrada.
d) A concessão da ordem visando, ainda, o restabelecimento

do status libertatis do Réu ou, caso assim entenda, a aplicação de medidas
60
alternativas à prisão, a exemplo do monitoramento eletrônico ou recolhimento
69
domiciliar.
:59 16
e) Intimação da data do julgamento do presente Habeas
Corpus, visando a possibilidade de sustentação oral.
:36 RHC
Acredita o impetrante no elevado senso de JUSTIÇA que sempre
norteou as decisões desta Cada de Justiça, assim como, no absoluto respeito de Vossas
9 - -00
Excelências às garantias constitucionais do cidadão.
Pede deferimento.
01 00
16
6/2 0.7
Vitória/ES para São Paulo/SP, 06 de abril de 2018.

1/0 .21
: 2 06
JEFERSON RONCONI DOS SANTOS

OAB/ES 22.175
Em r: 1
po
sso
pre
Im
__________________________________________________________________________________________________
TEL: (27) 3315-7010
__________________________________________________________________________________________________
fls. 23

SJ 1.2.6.2 - Serv. de Entrada e Distrib. de Feitos Originários de
Dir. Criminal
Rua da Glória, 459 - 1º andar - Liberdade - CEP: 01510-001
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 874A5DB.
TERMO DE DISTRIBUIÇÃO COM CONCLUSÃO
60
Processo nº: 2096447-89.2018.8.26.0000
Classe Assunto: Habeas Corpus - Homicídio Qualificado
69
PacienteImpetrante: Hugo Alexandre Gabrich e outro, JEFERSON RONCONI
DOS SANTOS
:59 16
Tipo Completo da Parte Nome da Parte Passiva Principal Não informado
Passiva Principal Não
:36 RHC
informado:
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ADRIANA ZOVEDI LOPES, liberado nos autos em 14/05/2018 às 15:50 .
Relator(a): Miguel Marques e Silva
Órgão Julgador: 14ª Câmara de Direito Criminal
9 - -00
01 00
16
Habeas Corpus nº 2096447-89.2018.8.26.0000 .

6/2 0.7
Entrado em: 14/05/2018

1/0 .21
Tipo da Distribuição: Prevenção ao Magistrado

Impedimento: Magistrados impedidos Não informado
: 2 06
Observação: Prevenção pelo HC n. 2033978-41.2017.8.26.0000

Em r: 1
O presente processo foi distribuído nesta data, por processamento eletrônico, conforme
descrito abaixo:
po
RELATOR: Des. Miguel Marques e Silva

sso
ÓRGÃO JULGADOR: 14ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL

pre
São Paulo, 14/05/2018 15:48:19.
Alessandra Guardia Dos Santos

Im
Supervisor(a) do Serviço
CONCLUSÃO
Faço estes autos conclusos ao Des. Miguel Marques e Silva.

São Paulo, 14 de maio de 2018.
Alessandra Guardia Dos Santos

Supervisor(a) do Serviço

fls. 24
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 877AD5E.
PODER JUDICIÁRIO
DESPACHO LIMINAR
60
69
Habeas Corpus nº 2096447-89.2018.8.26.0000
Impetrante: JEFERSON RONCONI DOS SANTOS
:59 16
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MIGUEL MARQUES E SILVA, liberado nos autos em 15/05/2018 às 14:43 .
Paciente: Hugo Alexandre Gabrich
Comarca: São Paulo
:36 RHC
Relator(a): MIGUEL MARQUES E SILVA
Órgão Julgador: 14ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL
Vistos, etc...
9 - -00
O advogado Jeferson Ronconi dos Santos impetra este
habeas corpus em favor de HUGO ALEXANDRE GABRICH, com pedido de
01 00
liminar.
16
Sustenta o impetrante que o paciente sofre
6/2 0.7
constrangimento ilegal por parte do MM. Juízo de Direito da 1ª Vara Criminal da

Comarca de São Paulo, em razão do excesso de prazo na manutenção da custódia
1/0 .21
cautelar, já que se encontra preso há mais de 509 (quinhentos e nove) dias sem que
sequer tenha sido pronunciado (fls. 03). Aduz, ainda, que estão ausentes os
: 2 06
requisitos autorizadores da prisão preventiva, bem como que há ausência de

fundamentação idônea e que se trata de réu primário, portador de bons antecedentes
Em r: 1
e que possui residência fixa (fls. 09).

Postula, liminarmente, pela revogação da prisão
po
preventiva, com a consequente expedição do alvará de soltura. Subsidiariamente,

pede a aplicação de medidas alternativas à prisão.
sso
No entanto, as circunstâncias de fato e de direito

deduzidas na presente impetração não autorizam a concessão da liminar alvitrada,
uma vez que não evidenciam a presença do fumus boni iuris e do periculum in mora
pre
necessários.
Ademais, a liberdade provisória não dispensa o exame
Im
minudente acerca do preenchimento de requisitos objetivos e subjetivos típicos

desse instituto, portanto, inadequado à sumária cognição que distingue a presente

fase do procedimento.
Indefiro, por conseguinte, a liminar.
Requisitem-se informações da autoridade judiciária
indigitada coatora, remetendo-se os autos, em seguida, à Douta Procuradoria Geral
de Justiça.

MIGUEL MARQUES E SILVA
fls. 25
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
Secretaria Judiciária
SJ 5.10 - Serv. de Proces. de Habeas Corpus e Mandados de Segurança
Rua da Glória, 459 - 10º Andar - CEP: 01510-001
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 879BF87.
Processo nº: 2096447-89.2018.8.26.0000 (PROCESSO DIGITAL)
(FAVOR USAR ESTA REFERÊNCIA NA RESPOSTA)
14ª Câmara de Direito Criminal
Origem nº: 0005093-26.2016.8.26.0052
Paciente: Hugo Alexandre Gabrich
60
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARIA APARECIDA DE SOUZA TOALIAR, liberado nos autos em 16/05/2018 às 11:11 .
69
Senhor(a) Juiz(a) de Direito,
:59 16
por determinação do(a) Excelentíssimo(a) Sr.(a)
:36 RHC
Desembargador(a) Relator(a), Miguel Marques e Silva, transmito a Vossa
Excelência a anexa cópia do r. despacho e da petição inicial do "Habeas Corpus"
acima especificado, solicitando as necessárias informações, a serem prestadas no
9 - -00
prazo de 48 horas.
Comunico, outrossim, que foi INDEFERIDA a
01 00
16
medida liminar, conforme despacho anexo por cópia.

6/2 0.7
Aproveito a oportunidade para apresentar a Vossa

1/0 .21
Excelência os protestos da minha distinta consideração.

: 2 06
Supervisor(a) do Serviço de Processamento

Em r: 1
Serviço de Processamento de Habeas Corpus e Mandados de Segurança

po
Endereço para encaminhamento das informações:

sj5.10@tjsp.jus.br - Para informações de HCs de câmaras extraordinárias
sso
sj5.10.1@tjsp.jus.br - Para informações de HCs digitais da 1ª e 2ª Câmaras

pre

Im

A(o) Exmo.(a) Senhor(a) Doutor(a)

MM. Juiz(a) de Direito da 1ª Vara do Júri
Foro Central Criminal Barra Funda - Comarca de São Paulo- SP
ref. Proc. nº 0005093-26.2016.8.26.0052
Outro(s) nº(s): 2564/2016
fls. 26
PODER JUDICIÁRIO
SJ 5.10 - Serv. de Proces. de Habeas Corpus e Mandados de
Segurança
Rua da Glória, 459 - 10º Andar - CEP: 01510-001 - .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 87CC2E0.
CERTIDÃO
60
69
Processo nº: 2096447-89.2018.8.26.0000
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CLAUDINEI QUARESMA DA COSTA, liberado nos autos em 17/05/2018 às 09:58 .
:59 16
DOS SANTOS
:36 RHC
informado:
9 - -00
01 00
16
CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO
6/2 0.7
1/0 .21
Certifico que o r. Despacho foi disponibilizado no DJE de hoje. Considera-

: 2 06
se data da publicação o 1º dia útil subsequente.

Em r: 1
São Paulo, 17 de maio de 2018

po
______________________________________________________
Claudinei Quaresma Da Costa Matrícula M315484
sso
Escrevente Técnico Judiciário

pre
Im

fls. 27
fls. 1987
012345679
402 69
0699
647
6166471
50167122567
412 !"#$%!$&!'((")%
*+,")*"-&*.(("./."01&234//5"6...7//5"6/89":"
;<=>2?@ABCDEFGB?@HBC?HID
2516 j

klmnlopqrstuo
Este documento é cópia do original assinado digitalmente por THAIS FORTUNATO BIM. Para acessar os autos processuais, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 882DDFE.
v<w:<x-yz{|x}~2
*<=:}: 467
6591
6312
y|;:}yx:z=:;2 igihggigih
f3iihh9f9f
hihh9f9f
60
69
)y*<|>y'5:;<=y:/.9#
:59 16
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por FLAVIO BARBOSA TOSCANELLI, liberado nos autos em 18/05/2018 às 18:26 .
:36 RHC
& :>:}¡xx=;y):}¢yzy|yz:x:;w<z<yz'
9 - -00
&;<:}£y¤xy>==<£y:=}¥yz;<£¦:x{<z<=}xz|£yy
§UITU?LSRD@C?L}~i¨¨©gihggig3z:¥:z:}:¤<£y{:}<>}<
01 00
16
yz=:;}~...8.6("/ª#/.ª#9#/ª#..8/4':;«|:¥=|z<y;y{<=:}:
6/2 0.7
467
6591
6312{<xxy<{z:x¬"><x}yx:z;yx
1/0 .21
x:|=}:x#
: 2 06
h&;9:}y®:;wzy:/.ª¥y=:z:<<<{z=xy
Em or: 1
{z:®:}=®<y*<=:}:'{y=x:;:x:{z<=y|¢y;=¡=yy}x|;<yy}z<
x|<: "y;{<}¢:=z<::}y|;<<zy<|<>}<;yz<y:><'y}¥yz;::=xy
p
:¥>x#ª¯7ª8#
sso
i*<=:}:¥y=:}|}=<y:;/:}y®:;wzy:/.ª'
pre
y}¥yz;:¥>x#5(75ª'y;y=}|zxy}y<z=y/'°/'!'!:!'y
-±=y*:}<>:<z=y/'°/'!'!'##<z=y¯'=}=xy!!'<;wyxy
Im
0005093-26.2016.8.26.0052 e o código A76F20.
-±=y*:}<>#
:}²}=<¥y=z::w=<:;//77/.ª'y}¥yz;:¥>x#
9¯798#
¨ *<=:}:¥y==<y:;/7/7/.ª3¥>x#/¯¯4:
<{z:x:}y|z:x{yx<¤<|x<£y3¥>x#///7//84#
JKLMNLOLPLO
QDRST??RLMULRDEVTWLMNLXXXYXZ[P\]H\XA]H^H\]HXXY\LPLA_L̀UDULaRLbcDELaULKU@EGUdLLeQ fghi
fls. 28
fls. 1988
012345679
402 69
0699
647
6166471
50167122567
412 !"#$%!$&!'((")%
*+,")*"-&*.(("./."01&234//5"6...7//5"6/89":"
;<=>2?@ABCDEFGB?@HBC?HID
ij<kl=mnno:p:q=;:klnm<m:krkp=<'sn=m:l:o;=k<mnn
Este documento é cópia do original assinado digitalmente por THAIS FORTUNATO BIM. Para acessar os autos processuais, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 882DDFE.
tonuu:vw=;:klnmns:=ln3s>u#//97//64#
x1<m<l<m:87.87/.9sn=m:l:o;=k<m<<<q:olwo<m:y=ul<
zut<ol:ut<o<<to:u:kl<{|nm:;:;no=<=u's>u#686#
60
}-nku=vkn~w:tony<m:;<l:o=<>=m<m::=kmp=num:
69
<wlno=<'q:;pn;n:ul|nto:u:kl:unuo:~w=u=lnum<to=u|nto:y:kl=y<'
:59 16
tno~w<klnnpo=;:sn=to<l=p<mn;:m=<kl::;to:vnm:<o;<m:snvn'
=km=p<kmn=ku:o{|nm:>=l=y<#vo<y=m<m::;pnkpo:ln:y=m:kp=<"u:<
:36 RHC
to=kpt=nt:><lnot:<m<upnkmwl<u'to<l=p<m<utnou:kl=;:klnm:tnuu::;
o:><{|nz:"pn;t<k:=o<'q:;pn;nt:><sno;<o:t:kl=k<:=k:ut:o<m<m<
9 - -00
<qnom<v:;pn;=ky<u|nm:o:u=mkp=<m<yl=;<':<=km<;:m=<kl:wl=>=<{|n
01 00
16
m:<o;<m:snvn#-nku=vkn<=km<~w:u:lo<l<m:tonp:uunpn;t>:n'kn~w<>
<=;twl<{|nm:mn=un;=pm=nu'w;pnkuw;<mn:nwlonl:kl<mn'q:;
6/2 0.7
pn;nnwy:<k:p:uu=m<m:m::t:m={|nm:p<ol<uto:p<lo=<ut<o<n=l=y<m:
1/0 .21
l:ul:;wk<u'=kp>wu=y:m::s:u<#m:;<=u'<=kulow{|nu::kp:oonw#
: 2 06
)|n:ul<u'&p:>:kluu=;n:u:;q<ov<mno'<u=ksno;<{:u~w:
Em or: 1
;:pn;t:l=<;to:ul<o#
*:o;<k:{nzm=utnu={|nm:nuu<&p:>kp=<t<o<nwlo<u
p
=ksno;<{:u'<p<unk:p:uuo=<u'o:kny<kmn;:wutonl:ulnum::ul=;<:
sso
pnku=m:o<{|n#
pre
<=u0nolwk<ln$=;
w=m:=o:=ln
Im
0005093-26.2016.8.26.0052 e o código A76F20.

f9
24
7614

276
99g1f0
0f¡
¢f£0f
¡
94
5062569922067
50
50
1967
2g¤h¥¥x¦51
21
61
921
206
JKLMNLOLPLO
QDRST??RLMULRDEVTWLMNLXXXYXZ[P\]H\XA]H^H\]HXXY\LPLA_L̀UDULaRLbcDELaULKU@EGUdLLeQ fghh
fls. 29
PODER JUDICIÁRIO
Segurança
TERMO DE VISTA À PGJ
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 882DF94.
*+2096447892018826000000000*
Processo nº: 2096447-89.2018.8.26.0000
60
Classe: Habeas Corpus
69
Ação Ação de Origem do Processo Não informado
Assunto: Homicídio Qualificado
:59 16
Órgão Julgador 14ª Câmara de Direito Criminal
Relator Miguel Marques e Silva
:36 RHC
Partes: é paciente HUGO ALEXANDRE GABRICH e
Impetrante JEFERSON RONCONI DOS SANTOS
Foro/Vara de origem: Foro Central Criminal Barra Funda - 1ª Vara do Júri
Nº do processo na origem: 0005093-26.2016.8.26.0052
9 - -00

01 00
16
6/2 0.7
Exmo(a) Senhor(a),
Fica aberta vista à Douta Procuradoria Geral de Justiça para parecer, ficando
1/0 .21
ciente de que a íntegra dos autos do processo eletrônico encontra-se disponível no

endereço http://esaj.tjsp.Jus.br.
: 2 06
Em r: 1
Flavio Barbosa Toscanelli

da SJ 5.10 - Serv. de Proces. de Habeas Corpus e Mandados de Segurança
po
sso
pre
Exmo(a). Senhor(a) Dr(a). Procurador(a) de Justiça.

Im

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUIS ANTONIO DE SAMPAIO ARRUDA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 29/05/2018 às 15:18 , sob o número WPRO18004904831.
fls. 30
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 89B0631.
HABEAS CORPUS no. 2096447-89.2018.8.26.0000
IMPETRANTE: Adv. Jeferson Ronconi dos Santos
60
PACIENTE: HUGO ALEXANDRE GABRICH
69
COMARCA: São Paulo
:59 16
:36 RHC
9 - -00
EGRÉGIO TRIBUNAL
01 00
16
COLENDA CÂMARA
6/2 0.7
EMINENTES DESEMBARGADORES
1/0 .21
: 2 06
Em or: 1
p
1. Cuida-se de pedido de habeas corpus

sso
impetrado em favor do paciente em epígrafe, sob a alegação de

pre
estar ele sofrendo constrangimento ilegal por parte do MM. Juiz de

Direito da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, consistente no
Im
indeferimento de pedido de liberdade provisória, nos autos do

processo crime em que se acha denunciado como incurso no art.

fls. 31

121, § 2º, I, IV, e VI, e no art. 121, § 2º, I e IV, c.c. o art. 14, II,
todos do Código Penal.
60
Alega o impetrante que ocorre excesso
69
de prazo para a formação da culpa, mormente porque o paciente é
:59 16
mantido preso há mais de 500 dias, sem que tenha sido encerrada a
:36 RHC
instrução criminal. Salienta, em complememto, que este faz jus à
liberdade provisória, ainda que cumulada das medidas cautelares
previstas no art. 319 do Código de Processo Penal, uma vez que é
9 - -00
primário e possuidor de bons antecedentes e residência fixa, bem

01 00
16
como que a decisão combatida e aquela que lhe decretou a prisão

6/2 0.7
preventiva não foram devidamente fundamentadas, não devendo

1/0 .21
subsistir.
: 2 06
O pedido liminar foi indeferido (fls. 24).

Em or: 1
Foram prestadas informações pela digna

Autoridade apontada como coatora, dando conta que a fase
p
instrutória foi encerrada, tendo sido determinada a apresentação de

sso
alegações finais pelas partes, na forma de memoriais (fls. 27/28).

pre
2. É caso de denegação da ordem.

Conforme é cediço, a questão do
Im
excesso de prazo não se esgota na simples verificação aritmética

dos prazos previstos na lei processual, devendo ser enfrentada a

fls. 32

luz da razoabilidade, segundo detalhado exame de circunstâncias
típicas do caso concreto.
60
Com efeito, com base em abalizada
69
doutrina e jurisprudência, só se caracteriza o constrangimento
:59 16
ilegal quando o atraso na formação da culpa decorre de ato
:36 RHC
injustificado do Juízo ou do representante do Ministério Público.
Na hipótese em questão isso não ocorre,

9 - -00
sendo possível apurar que o feito tramita em lapso razoável,

01 00
16
especialmente se for levado em conta que se fez necessária a

6/2 0.7
expedição de diversas cartas precatórias, inclusive para a oitiva de

1/0 .21
testemunha de defesa, o que, naturalmente, tornou mais lento o

: 2 06
trâmite processual.
Em or: 1
Ademais, considerando que a produção

da prova foi concluída, restando, tão somente, a apresentação de
p
alegações finais pelas partes para que se proceda ao julgamento do

sso
feito, não mais se há falar em excesso de prazo, mormente porque

pre
já se encontra formada a culpa do paciente.

Nesse sentido é o entendimento
Im
consolidado no E. Superior Tribunal de Justiça que, em sua

Súmula nº 52, fez consignar:

fls. 33

"Encerrada a instrução criminal, fica
superada a alegação de constrangimento
60
por excesso de prazo".
69
:59 16
De outra banda, melhor sorte não
:36 RHC
socorre o paciente quanto ao pleito de concessão da liberdade
provisória, mesmo que cumulada das medidas cautelares previstas
no art. 319 do Código de Processo Penal.
9 - -00
01 00
16
Isso porque, diante da gravidade dos
6/2 0.7
crimes que lhe são imputados, é possível afirmar que o paciente

denota ser portador de intensa periculosidade e, dessa forma, não é
1/0 .21
despropositado conjecturar que, em liberdade, poderá voltar a

: 2 06
delinquir; ou mesmo empreender fuga, frustrando a execução de

Em or: 1
possível reprimenda a ser-lhe imposta, ainda que seja primário.

Por fim, cumpre anotar que, apesar de
p
sso
haver impingido suposta nulidade as decisões em que se decretou e

manteve sua prisão preventiva, por carência de fundamentação, o
pre
impetrante negligenciou quanto a apresentação das cópias

Im
respectivas, o que impossibilita a análise da referida arguição.

3. Ante as razões expostas, o parecer é
pela denegação da ordem.

fls. 34

60
69
LUIS ANTONIO DE SAMPAIO ARRUDA
:59 16
Procurador de Justiça
:36 RHC
LUCIANE MODELLI DE ANDRADE SPERANDIO
Analista Jurídico
9 - -00
01 00
16
6/2 0.7
1/0 .21
: 2 06
Em or: 1
p
sso
pre
Im

fls. 35
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
Secretaria Judiciária
Segurança
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 89B0E3F.
Habeas Corpus - 2096447-89.2018.8.26.0000
60
CONCLUSÃO
69
Faço estes autos conclusos a(o) Exmo(a). Senhor(a)
:59 16
Desembargador(a) Miguel Marques e Silva
:36 RHC
São Paulo, 30 de maio de 2018. 9 - -00
Eu, Flavio Barbosa Toscanelli - M353745, Escrevente Técnico
01 00
16
Judiciário, subscrevi.
6/2 0.7
1/0 .21
: 2 06
Em r: 1
po
sso
pre
Im

fls. 36
PODER JUDICIÁRIO
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 8A42691.
DESPACHO
Habeas Corpus Processo nº 2096447-89.2018.8.26.0000
60
69
Relator(a): MIGUEL MARQUES E SILVA
:59 16
Órgão Julgador: 14ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL
:36 RHC
Voto nº 33187.
9 - -00
01 00
16
Vistos.
6/2 0.7
À Mesa.
1/0 .21
: 2 06
São Paulo, 5 de junho de 2018.

Em r: 1
po

sso
Relator
pre
Im

fls. 37
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Emitido: 07/06/2018 17:14
Processamento de Turmas
Relatório Tira de Julgamento
14ª Câmara de Direito Criminal

Nº do processo Número de ordem
2096447-89.2018.8.26.0000 293
Pauta
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 8A973AB.
Publicado em Julgado em Retificado em
7 de junho de 2018
Julgamento presidido pelo Exmo(a) Sr(a) Juiz (a)
Hermann Herschander
60
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARCOS PAULO VITORIANO QUINTELA, liberado nos autos em 07/06/2018 às 17:14 .
Habeas Corpus
69
Comarca
:59 16
São Paulo
:36 RHC
Turma Julgadora
Relator(a): Miguel Marques e Silva Voto: 33187
Revisor(a): Hermann Herschander
3º juiz(a): Walter da Silva
9 - -00
Juiz de 1ª Instância
01 00
16
Juízes que participaram do processo no 1º grau Não informado
6/2 0.7
Partes e advogados
Paciente : Hugo Alexandre Gabrich
Advogado : JEFERSON RONCONI DOS SANTOS (OAB: 22175/ES)
1/0 .21
Impetrante : JEFERSON RONCONI DOS SANTOS

: 2 06
Em r: 1
Súmula
DENEGARAM A ORDEM. V. U.
po
sso
pre
Sustentou oralmente o advogado: Não houve solicitação de preferência ou

Im
sustentação oral.
Usou a palavra o Procurador:
Impedido(s): Magistrados impedidos Não informado
Jurisprudência
Acórdão Parecer Sentença
SAJ/SG5
fls. 38
PODER JUDICIÁRIO
Registro: 2018.0000426752
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 8AEFCB5.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos do Habeas Corpus nº

2096447-89.2018.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é paciente HUGO
ALEXANDRE GABRICH e Impetrante JEFERSON RONCONI DOS SANTOS.
60
ACORDAM, em 14ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de
69
São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Denegaram a ordem. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
:59 16
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores
:36 RHC
HERMANN HERSCHANDER (Presidente) e WALTER DA SILVA.

9 - -00
Miguel Marques e Silva

01 00
16
RELATOR
Assinatura Eletrônica
6/2 0.7
1/0 .21
: 2 06
Em r: 1
po
sso
pre
Im

fls. 39
PODER JUDICIÁRIO
VOTO Nº: 33187

HC Nº: 2096447-89.2018.8.26.0000 – São Paulo
IMPTE: JEFERSON RONCONI DOS SANTOS
PACIENTE: HUGO ALEXANDRE GABRICH
HABEAS CORPUS Roubo qualificado
60
Revogação da prisão preventiva
69
Impossibilidade Presença dos requisitos
ensejadores da segregação cautelar Excesso de
:59 16
Prazo Inocorrência - Ordem denegada.
:36 RHC
Trata-se de Habeas Corpus impetrado pelo
9 - -00
Advogado Jeferson Ronconi dos Santos em favor de HUGO
01 00
16
ALEXANDRE GABRICH, alegando que este sofre constrangimento ilegal
6/2 0.7
por parte do MM. Juízo de Direito da 1ª Vara do Júri da Comarca de São

1/0 .21
Paulo, fundado em mantê-lo cautelarmente segregado e no excesso de

prazo para a formação da culpa.
: 2 06
Em r: 1
A liminar foi indeferida (fls. 24). Prestadas as

po
informações pela autoridade apontada como coatora (fls. 27/28), opinou a

sso
douta Procuradoria de Justiça pela denegação da ordem (fls. 30/34).

pre
É o relatório.
Im
Segundo consta, o paciente teve sua prisão

preventiva decretada, sendo denunciado por infração ao art. 121, §2º, I,

IV e VI, e art. 121, §2º, I e IV, c.c. Art. 14, II, todos do Código Penal
(fls. 27/28).
Habeas Corpus nº 2096447-89.2018.8.26.0000 . - Voto

Documento eletrônico e-Pet nº 3143619 com assinatura digital 6
fls. 40
PODER JUDICIÁRIO
Alega o impetrante, em síntese, excesso de

prazo na formação da culpa e ausência dos pressupostos autorizadores
da prisão preventiva, a qual foi chancelada sem motivação adequada.
Aduz, ainda, que o paciente preenche os requisitos para responder ao
processo em liberdade, sendo portador de bons antecedentes, com
60
ocupação lícita e residência fixa (fls. 09).
69
:59 16
Em que pesem os argumentos dispendidos, a
:36 RHC
ordem deve ser denegada.
9 - -00
Com efeito, não se vislumbrou nesta instância o
01 00
16
apontado constrangimento ilegal, porque a decisão (fls. 164/165 dos
6/2 0.7
autos de Primeiro Grau) que firmou a necessidade da custódia cautelar

do paciente reveste-se de fundamentação legítima, pautada pelos termos
1/0 .21
do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, com substrato nos

: 2 06
indícios de autoria e prova da materialidade, mormente se considerando

Em r: 1
que o paciente evadiu-se do distrito da culpa após o cometimento dos

po
delitos, e que os crimes "foram cometidos com extrema frieza pelo

sso
indiciado, que calculou o melhor momento de ceifar a vida de sua ex

companheira e deu seu acompanhante, o que evidencia sua
pre
periculosidade concreta e a necessidade de ser afastado do convívio

Im
social". Tais motivos são plenamente aptos a justificar a prisão com

vistas à garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e
segurança da futura aplicação da lei penal.
Outrossim, trata-se de crime com pena privativa

de liberdade máxima superior a 04 anos, não havendo que se falar na
aplicação do art. 319, do Código de Processo Penal.

fls. 41
PODER JUDICIÁRIO
Lado outro, não é demais recordar que em sede
de habeas corpus, a cognição é sumária e por isso vedada a incursão ao
acervo probatório, tarefa que incumbe ao Juízo processante e se
realizada por esta via certamente implicaria supressão de instância.
60
69
É o que reiteradamente têm afirmado a doutrina
:59 16
e jurisprudência dominantes:
:36 RHC
“O habeas corpus não comporta o exame de
9 - -00
provas, análise esta reservada para o momento da sentença, após
assegurada a manifestação das partes sobre o conjunto probatório
01 00
16
reunido, sendo certo que se fosse feita em sede do writ, representaria

6/2 0.7
indevida invasão do mérito, levando a um pré-julgamento do feito”

1/0 .21
(RJDTACRIM 36/435 in Código de Processo Penal Interpretado 11ª

: 2 06
edição- Julio Fabbrini Mirabete Editora Atlas, página 1714).

Em r: 1
po
“Não há como em sede de habeas corpus, em

juízo sumário e sem o devido processo legal, verificar se o acusado
sso
praticou as condutas delituosas referidas, antecipando prematuramente

pre
o julgamento do mérito” (STJ 5ª T. RHC 13.682 Rel. Laurita Vaz

Im
j. 07.10.2003 DJU 10.11.2003, p. 198).
Ademais, é cediço que a primariedade, os bons

antecedentes, o emprego lícito e o domicílio certo são insuficientes à

concessão da liberdade provisória do indivíduo, necessitando, ainda, que
ele não cumpra os requisitos autorizativos da prisão preventiva
(RT/TJSP 615/284 e 645/289).

fls. 42
PODER JUDICIÁRIO
Cite-se:
“O Superior Tribunal de Justiça, em orientação
uníssona, entende que persistindo os requisitos autorizadores da
60
segregação cautelar (art. 312 CPP), despiciendo o paciente possuir
69
condições pessoais favoráveis” (HC 208548/MG Ministro Adilson
:59 16
Vieira Macabu DJ 02.12.2011).
:36 RHC
Por outro lado, não há que se falar em excesso
9 - -00
de prazo.
01 00
16
Com efeito, o período marcado no direito

6/2 0.7
brasileiro para a formação da culpa não é fatal. Trata-se de um

1/0 .21
parâmetro de tempo razoável para as atividades exercidas pelo

: 2 06
Magistrado, mas que sofrem oscilação em razão das peculiaridades

Em r: 1
assumidas pelo caso.

po
É sabido que a jurisprudência é farta ao afirmar

sso
que o excesso de prazo é por vezes plenamente justificável, não podendo

pre
atribuir a culpa da demora ao judiciário. Não há como conferir liberdade

ao custodiado alegando-se apenas o lapso temporal. Há de se verificar,
Im
em cada caso concreto, como já acentuado, as razões determinantes que

impediram a formação da culpa.
Nesse sentido, cite-se o julgado do Colendo

Superior Tribunal de Justiça:

fls. 43
PODER JUDICIÁRIO
“Os prazos indicados para consecução da

instrução criminal servem apenas como parâmetro geral, porquanto
variam conforme as peculiaridades de cada processo, razão pela qual a
jurisprudência uníssona os tem mitigado”. (HC nº 28.525-MS - Relatora
Min. Laurita Vaz).
60
69
Ademais, no caso em questão, segundo
:59 16
informações prestadas pela D. autoridade apontada como coatora (fls.
:36 RHC
27/28), a instrução criminal foi encerrada, tendo sido determinada, em
15/05/2018, abertura de vista às partes para apresentação de memoriais.
9 - -00
Assim, nos termos da Súmula nº 52 do Egrégio

01 00
16
Superior Tribunal de Justiça, “Encerrada a instrução criminal, fica

6/2 0.7
superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo”.

1/0 .21
: 2 06
Posto isto, denega-se a ordem de Habeas

Em r: 1
Corpus.
po

sso
Relator
pre
Im

fls. 44
PODER JUDICIÁRIO
SJ 5.7.2 - Serv. de Proces. da 14ª Câmara de Dir. Criminal
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2096447-89.2018.8.26.0000 e código 8B4CAFF.
CERTIDÃO
60
69
Processo nº: 2096447-89.2018.8.26.0000
:59 16
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUZENIR MARIA DA SILVA MADEI, liberado nos autos em 13/06/2018 às 11:44 .
DOS SANTOS
:36 RHC
informado:
9 - -00
01 00
16
CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO
6/2 0.7
1/0 .21
CERTIFICO que o v. Acórdão foi disponibilizado no DJE hoje.

Considera-se data da publicação o 1° dia útil subsequente.
: 2 06

Em r: 1
po
sso
_______________________________________________
Luzenir Maria Da Silva - Matrícula M314758
pre
Im

fls. 45
PODER JUDICIÁRIO
SJ 5.7.2 - Serv. de Proces. da 14ª Câmara de Dir. Criminal
Rua da Glória, 459 - 8º Andar - CEP: 01510-001 - .
TERMO DE CIÊNCIA À PGJ
*+2096447892018826000000000*
Processo nº: 2096447-89.2018.8.26.0000
60
Classe: Habeas Corpus
69
Assunto: Homicídio Qualificado
:59 16
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUZENIR MARIA DA SILVA MADEI, liberado nos autos em 13/06/2018 às 12:40 .
Relator: Miguel Marques e Silva
Partes: Hugo Alexandre Gabrich e JEFERSON RONCONI DOS
:36 RHC
SANTOS
Todas as Partes Passivas Não informado
Foro/Vara de origem: Foro Central Criminal Barra Funda - 1ª Vara do Júri
Nº do processo na origem: 0005093-26.2016.8.26.0052
9 - -00
01 00
16
6/2 0.7
Exmo(a) Senhor(a),
Fica aberta vista à Douta Procuradoria Geral de Justiça para ciência do v. acórdão,
1/0 .21
ficando ciente de que a integra dos autos do processo eletrônico encontra-se disponível no
endereço http://esaj.tjsp.jus.br
: 2 06
Em r: 1
po
Luzenir Maria Da Silva

sso
da SJ 5.7.2 - Serv. de Proces. da 14ª Câmara de Dir. Criminal

pre
Im
Exmo(a). Senhor(a) Dr(a). Procurador(a) de Justiça.

Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
STJ-Petição Eletrônica recebida em 12/07/2018 18:33:46
69
60
fls. 1
(e-STJ Fl.75)
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JANETE ARAUJO LIRA, liberado nos autos em 21/11/2016 às 18:05 .
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C7F00.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 2
(e-STJ Fl.76)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C804B.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 3
(e-STJ Fl.77)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C8055.
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 4
(e-STJ Fl.78)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 5
(e-STJ Fl.79)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 6
(e-STJ Fl.80)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 7
(e-STJ Fl.81)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 8
(e-STJ Fl.82)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 9
(e-STJ Fl.83)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 10
(e-STJ Fl.84)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 11
(e-STJ Fl.85)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 12
(e-STJ Fl.86)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 13
(e-STJ Fl.87)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 14
(e-STJ Fl.88)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 15
(e-STJ Fl.89)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 16
(e-STJ Fl.90)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C807D.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 17
(e-STJ Fl.91)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 18
(e-STJ Fl.92)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 19
(e-STJ Fl.93)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 20
(e-STJ Fl.94)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 21
(e-STJ Fl.95)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 22
(e-STJ Fl.96)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 23
(e-STJ Fl.97)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 24
(e-STJ Fl.98)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 25
(e-STJ Fl.99)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C808A.
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 26
(e-STJ Fl.100)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 27
(e-STJ Fl.101)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 28
(e-STJ Fl.102)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 29
(e-STJ Fl.103)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 30
(e-STJ Fl.104)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 31
(e-STJ Fl.105)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 32
(e-STJ Fl.106)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 33
(e-STJ Fl.107)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 34
(e-STJ Fl.108)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 35
(e-STJ Fl.109)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 36
(e-STJ Fl.110)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 37
(e-STJ Fl.111)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 38
(e-STJ Fl.112)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 39
(e-STJ Fl.113)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 40
(e-STJ Fl.114)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 41
(e-STJ Fl.115)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 42
(e-STJ Fl.116)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 43
(e-STJ Fl.117)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 44
(e-STJ Fl.118)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 45
(e-STJ Fl.119)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 46
(e-STJ Fl.120)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 47
(e-STJ Fl.121)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 48
(e-STJ Fl.122)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 49
(e-STJ Fl.123)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 50
(e-STJ Fl.124)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 51
(e-STJ Fl.125)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 52
(e-STJ Fl.126)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 53
(e-STJ Fl.127)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 54
(e-STJ Fl.128)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 55
(e-STJ Fl.129)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 56
(e-STJ Fl.130)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 57
(e-STJ Fl.131)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 58
(e-STJ Fl.132)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 59
(e-STJ Fl.133)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 60
(e-STJ Fl.134)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 61
(e-STJ Fl.135)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 62
(e-STJ Fl.136)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 63
(e-STJ Fl.137)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 64
(e-STJ Fl.138)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 65
(e-STJ Fl.139)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 66
(e-STJ Fl.140)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 67
(e-STJ Fl.141)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 68
(e-STJ Fl.142)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 69
(e-STJ Fl.143)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 70
(e-STJ Fl.144)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 71
(e-STJ Fl.145)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 72
(e-STJ Fl.146)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 73
(e-STJ Fl.147)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 74
(e-STJ Fl.148)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 75
(e-STJ Fl.149)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80AA.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 76
(e-STJ Fl.150)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80AA.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 77
(e-STJ Fl.151)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80BA.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 78
(e-STJ Fl.152)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80BA.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 79
(e-STJ Fl.153)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80C4.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 80
(e-STJ Fl.154)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80C4.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 81
(e-STJ Fl.155)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80D3.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 82
(e-STJ Fl.156)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80D3.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 83
(e-STJ Fl.157)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80DB.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 84
(e-STJ Fl.158)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 85
(e-STJ Fl.159)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 86
(e-STJ Fl.160)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80E4.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 87
(e-STJ Fl.161)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80E4.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 88
(e-STJ Fl.162)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 89
(e-STJ Fl.163)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 90
(e-STJ Fl.164)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80FA.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 91
(e-STJ Fl.165)
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0005093-26.2016.8.26.0052 e código 2C80FA.
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 92
(e-STJ Fl.166)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 93
(e-STJ Fl.167)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 94
(e-STJ Fl.168)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 95
(e-STJ Fl.169)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 96
(e-STJ Fl.170)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 97
(e-STJ Fl.171)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 98
(e-STJ Fl.172)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 99
(e-STJ Fl.173)
Im

pre
sso

po
Em r: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 100
(e-STJ Fl.174)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 101
(e-STJ Fl.175)
Im

pre
sso

p
Em or: 1
: 2 06
1/0 .21
6/2 0.7
01 00
9 - -00
16
:36 RHC

:59 16
69
60
fls. 102
(e-STJ Fl.176)

Petição Inicial Do RHC - 166960 PDF

Загружено:

Сведения о документе

Оригинальное название

Авторское право

Доступные форматы

Поделиться этим документом

Поделиться или встроить документ

Параметры публикации

Этот документ был вам полезен?

Это неприемлемый материал?

Авторское право:

Доступные форматы

Petição Inicial Do RHC - 166960 PDF

Загружено:

Авторское право:

Доступные форматы

STJ-Petição Eletrônica recebida em 12/07/2018 18:33:46 (e-STJ Fl.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO

Habeas Corpus de Origem n.º 2096447-89.2018.8.26.0000

CORPUS, com pedido de LIMINAR e dispensa de informações, com esteio nos

permissivos legais alinhados no inciso LXVIII do artigo quinto da Constituição Federal

de HUGO ALEXANDRE GABRICH, brasileiro, natural de Ipatinga/MG, nascido em

20/03/1966, portador da Carteira de Identidade nº 4.0844-7 SSP/MG, inscrito no CPF

pelos fatos e fundamentos a seguir alinhados:

1) DA SITUAÇÃO JURÍDICA DO PACIENTE

O Paciente se viu denunciado pela suposta prática dos crimes previstos no

A prisão do Réu foi decretada em 18/11/2016, conforme se observa às fls.

Ato seguinte, foi apresentadas Alegações Finais pelo Membro do MP,

Assim, em total respeito às decisões judiciais artesanais, aquelas que

indiscriminadamente a quaisquer casos.

A fortiori, não se pode permitir a aplicação automática da Súmula 691 do

criação desses instrumentos jurídicos.

Há de se reconhecer que as súmulas se prestam a operacionalizar o

Ordenamento Jurídico Pátrio, regulando matérias e dirimindo controvérsias, com o

especial fim de permitir uma maior segurança jurídica.

Nessa linha, quando há particularidades de um caso que demonstrem

instâncias” ou “contrariedade à entendimento sumulado” não podem obstar ao

Assim é o entendimento pacificado de nossa jurisprudência, orientando-

Infelizmente, inaugura-se um período de irracionalidade ao nosso

“(...) Portanto, a nova situação surgida com a mudança jurisprudencial, não

parece ter trazido racionalidade ao sistema, mas, ao contrário, tornou-o ilógico

para ver se não é o caso de ilegalidade flagrante e concedê-lo de ofício! E, o que

discricionariedade”. (Processo Penal, 5ª Edição, 2017, p. 968)

A despeito de referida súmula não abordar exatamente a situação

processual do caso em comento, tendo em vista que o indeferimento do Habeas Corpus

instrumento revela um pouco da preocupação com o excesso de Writs impetrados em

Exatamente em consonância com esse temor, é que nosso Supremo

A partir desse paradigmático Writ é que a jurisprudência do nosso

Atualmente, portanto, vigora em nosso Ordenamento Jurídico pátrio o

“Sensibiliza a angústia da comunidade jurídica e acadêmica com a

implicam a demora na submissão ao órgão competente para julgá-lo. Isso

a rigor, um recurso ordinário em habeas corpus tramita durante cerca de três a

contrário, tem tramitação célere, em razão de previsão nos regimentos em

Referida manifestação, proferida durante julgamento do HC 115.601/SP

Dessa forma, Nobre Ministro, pugna-se para que o formalismo

Os requisitos para a concessão de liminar são fornecidos pela doutrina, in

“(...) como medida excepcional, a liminar em habeas corpus exige requisitos: o

(elementos de impetração que indiquem a existência de ilegalidade no

Anotado. Editora Atlas. São Paulo. 2001)

“Apesar da omissão do legislador, a doutrina processual penal, na trilha das

emprestando-lhe o caráter de providencia cautelar”. (Alberto Silva Franco.

Medida Liminar em Habeas Corpus, RBCC, nº 1, p. 72)

Neste front impõe-se restar induvidoso na consciência de Vossa Excelência

insanidade mental do paciente, cuja constrição se mostra absurda e ilegal, revolvendo-se

Firma-se, pela via heróica, a súplica de concessão da liminar na espécie,

Ilmos. Ministros, o presente writ tem como objeto a decisão exarada no

HABEAS CORPUS Roubo qualificado Revogação da prisão preventiva

cautelar Excesso de Prazo Inocorrência - Ordem denegada.

Naqueles autos virtuais, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,

exarou acórdão negando a ordem, sob os seguintes fundamentos, em síntese:

1) Presença de fundamentação legítima para pautar a prisão preventiva,

2) Inaplicabilidade do artigo 319 do CPP, uma vez que a pena máxima ao

crime em tela, seria maior que 04 anos.

ensejar a revogação da prisão.

4) A demora exacerbada do processo, não pode ser atribuída ao poder

Data maxima venia, os eminentes Julgadores de piso não analisaram

tendo, de maneira genérica e bastante vaga, negado a ordem, resumindo-se, a “copiar” a

Dessa forma, atacaremos ponto a ponto os argumentos lançados no

É imperativo constitucional, expresso no artigo 93, inciso IX, da