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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE
MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO

BERNARDO DE PAULA MASSENA

PROPOSTA DE MÉTODO PARA A MELHORIA DO DESEMPENHO DO SISTEMA


DE GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO: ISO 45001:2018.
ESTUDO DE CASO EM EMPRESA MULTINACIONAL DO SETOR ÓLEO E GÁS

Dissertação apresentada ao Curso de


Mestrado Profissional em Sistemas de Gestão
da Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Mestre. Área de Concentração: Organizações
e Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema de
Gestão pela Qualidade Total.

Orientador:

Prof. Sérgio Luiz Braga França, D. Sc.


Universidade Federal Fluminense

Niterói
2019
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BERNARDO DE PAULA MASSENA

PROPOSTA DE MÉTODO PARA A MELHORIA DO DESEMPENHO DO SISTEMA


DE GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO: ISO 45001:2018.
ESTUDO DE CASO EM EMPRESA MULTINACIONAL DO SETOR ÓLEO E GÁS

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado


Profissional em Sistemas de Gestão da
Universidade Federal Fluminense, como requisito
parcial para obtenção do Grau de Mestre. Área de
Concentração: Organizações e Estratégia. Linha
de Pesquisa: Sistema de Gestão pela
Qualidade Total.

Aprovada em 24 de janeiro de 2019.

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________
Prof. Sergio Luiz Braga França, D.Sc. Orientador(a)
Universidade Federal Fluminense - UFF

____________________________________________
Prof. Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense - UFF

____________________________________________
Prof. Fernando Medina, D.Sc.
Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ
4

DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação às pessoas que sofreram algum tipo acidente enquanto
executavam suas funções no trabalho e às suas famílias.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, por serem a base do meu caráter e por terem me ensinado
a nunca desistir.

Às minhas irmãs Bárbara e Débora, que sempre me apoiaram e acreditaram em mim


e à Sofia, minha afilhada, que veio junto ao período do mestrado, trazendo luz nesta
caminhada.

À minha companheira de vida, Renata Muller, pela motivação diária para enfrentar
este momento de grande dedicação e esforço na minha vida, e por ser “combustível”
em todo processo do mestrado, desde a inscrição até a apresentação.

Ao meu avô Manoel (in memorian) e à minha avó Maria, que sempre foram apoiadores
incontestáveis nos meus momentos mais importantes.

Aos amigos Victor, Allan, Rafael, Jarbas e Roberto, que me apoiaram nos momentos
de incertezas e foram fontes inspiradoras para o meu ingresso ao mestrado.

Ao meu orientador, professor Sergio Luiz Braga França, pela parceria que
construímos, pelo grande incentivo e constante motivação que me deu neste projeto
e por ter agregado valor ao meu crescimento profissional e acadêmico ao longo deste
período.

À professora Dilma Pimentel, pela grande troca de ideias que resultou no tema deste
projeto.

A todos os professores, profissionais e colegas do mestrado de Sistemas de Gestão


que contribuíram de forma direta ou indireta na minha graduação.
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RESUMO

Os acidentes e afastamentos relacionados às atividades do trabalho causam não só


um grande impacto na relação entre empresas e clientes, como perdas financeiras
para organizações e governo, além de um dano irreparável às vítimas e suas famílias.
O alto número de acidentes registrados no Brasil e no mundo fundamenta a relevância
deste assunto. Ao longo do tempo, as empresas buscam formas de evitar acidentes a
partir de investimentos em tecnologias, mudanças na engenharia e treinamentos, e
assim os Sistemas de Gestão de SST evoluem para garantir a proteção aos
colaboradores. A partir das diretrizes da OIT, da OHSAS 18001:2007 e da
necessidade de adaptação ao momento global, a ISO 45001:2018 foi publicada com
o objetivo de aumentar a eficácia dos Sistemas de SST. Neste contexto, a pesquisa
tem como objetivo geral propor um método para a melhoria do desempenho dos
Sistemas de Gestão de SST, com aplicação em uma multinacional do setor de óleo e
gás. De forma apoiar as organizações na adequação dos seus processos, a Lista de
Verificação foi desenvolvida com base em todos os requisitos da nova norma. Este
projeto propõe um método de análise do desempenho do Sistema de Gestão de SST,
com o objetivo de gerar informações que apoiem a elaboração de planos de ação para
as oportunidades de melhoria. Por fim, conclui-se que apesar da organização objeto
de estudo possuir a certificação OHSAS 18001:2007, muitos processos ainda
apresentam oportunidades de melhoria na adequação aos requisitos da norma ISO
45001:2018, em especial quanto aos requisitos suporte, operação e planejamento.

Palavras-Chave: Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho, óleo e


gás, OHSAS 18001, ISO 45001:2018.
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ABSTRACT

Occupational accidents and leaves that come with them not only causes a huge impact
at client-customer’s relationships, also in companies and government’s financial
losses, despite the irrecoverable damage to the victims and its families. The high
quantity of accidents registered in Brazil and worldwide prove the relevance of this
theme. The companies have been looking for ways to avoid accidents by investing in
technologies, engineering design changes and trainings to develop its Occupational
Health and Safety Management Systems, increasing employee’s protection. ILO and
OHSAS 18001:2007 guidelines plus the adaptation demanded by the modern
business, ISO 45001:2018 was published aiming to raise the bar of the OHS
Management System’s effectiveness. In this context, the research’s main objective is
to propose a method for improving the OHS Management System performance by
applying it in a multinational oil and gas company. An Assessment Tool was developed,
based on the new standard requirements, to support the companies in the adaptation
of its processes. This project suggests a method to measure the OHS Management
System’s performance, aiming to generate enough data to support the development of
action plans for the improvement opportunities. To summarize, it can be concluded that
despite the studied organization studied has been recently OHSAS 18001:2007
certified, a lot of its process still shows improvement opportunities regarding the
process adaptation to ISO 45001:2018 requirements, in special support, operation and
planning requirements.

Key words: Occupational Health and Safety Management Systems, oil and gas,
OHSAS 18001, ISO 45001:2018.
8

Lista de Figuras

Figura 1: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ONU ................................... 24


Figura 2: PDCA – OHSAS 18001:2007 ..................................................................... 42
Figura 3: Linha do tempo – processo de criação da norma ISO 45001:2018 ........... 45
Figura 4: PDCA – ISO 45001:2018 ........................................................................... 46
Figura 5: Passo a passo do método de avaliação do sistema de SST ...................... 59
9

Lista de Tabelas

Tabela 1: Quantidade de Acidentes de Trabalho Liquidados e Valor de Benefícios


Urbanos Acidentários Concedidos entre 2011-2016 ................................................. 16
Tabela 2: Acidentes fatais, não fatais e mortes ocasionadas por doenças
ocupacionais ............................................................................................................. 27
Tabela 3: Distribuição de perguntas da Lista de Verificação ..................................... 53
Tabela 4: Peso das Análises ..................................................................................... 66
Tabela 5: Avalição dos resultados............................................................................. 67
Tabela 6: Peso dos requisitos ................................................................................... 69
Tabela 7: Cálculo do IDG .......................................................................................... 70
Tabela 8: Classificação do IDG ................................................................................. 71
10

Lista de Quadros

Quadro 1: Estrutura de Alto Nível.............................................................................. 48


Quadro 2: Comparação estrutural ISO 45001:2018 x OHSAS 18001:2007 .............. 50
Quadro 3: Principais autores por tópico .................................................................... 53
Quadro 4: Lista de Verificação ISO 45001:2018 ....................................................... 54
11

Lista de Gráficos

Gráfico 1: Acidentes de Trabalho 2011-2016 ............................................................ 28


Gráfico 2: Benefícios Urbanos Concedidos 2011-2016............................................. 29
Gráfico 3: Atendimento de tópicos por requisito ........................................................ 64
Gráfico 4: Percentual de atendimento dos requisitos da ISO 45001:2018 ................ 65
12

Lista de Siglas

SST – Saúde e Segurança do Trabalho


OIT – Organização Internacional do Trabalho
CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
OHSAS – Occupational Health and Safety Assessment Series
ISO – International Organization for Standardization
BSI – British Standards Institute
PIB – Produto Interno Bruto
ONU – Organização das Nações Unidas
AEAT – Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho
OSHA – Occupational Safety and Health Administration
EUA – Estados Unidos da América
NOHSC – National Occupational Health and Safety Commission
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
NR – Norma Regulamentadora
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
IOGP – International Association of Oil & Gas Producers
DNV – Det Norske Veritas
SGI – Sistema de Gestão Integrado
PDCA – Plan-Do-Check-Act
ISA – International Federation of the National Standardizing Associations
UNSCC – United Nations Standards Coordinating Committee
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
SGSST – Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................................................................. 15
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA ...................................................... 18
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 19
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 19
1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 20
1.4 QUESTÕES DA PESQUISA ................................................................................ 20
1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................... 20
1.6 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E JUSTIFICATIVA ................................................ 21
1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................ 21

2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 22


2.1 CENÁRIO ATUAL DA SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ........................ 22
2.1.1 Cenário Global ................................................................................................. 22
2.1.1.1 Dados Estatísticos Globais ................................................................. 26
2.1.2 Cenário Nacional .............................................................................................. 28
2.1.2.1 Dados Estatísticos do Brasil ............................................................... 29
2.2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ........................................................... 31
2.2.1 As bases da Saúde e Segurança do Trabalho ................................................. 31
2.2.2 A influência da criação da OIT pelo Mundo ...................................................... 32
2.2.3 Adoção das Leis Trabalhistas Brasileiras ......................................................... 33
2.2.4 As bases da SST no ramo de Óleo e Gás........................................................ 34
2.3 GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO ...................................... 35
2.3.1 A Evolução dos Sistemas de Gestão de SST .................................................. 35
2.3.2 Críticas do processo de certificação de sistemas de gestão ............................ 37
2.3.3 Vantagens do processo de certificação da OHSAS 18001 .............................. 39
2.4 ILO OHS 2001 ..................................................................................................... 40
2.5 OHSAS 18001 ..................................................................................................... 41
2.6 A INSTITUIÇÃO ISO E A NORMA ISO 45001:2018 ............................................. 43
2.6.1 ISO 45001:2018 e a CIPA no Brasil ................................................................. 47
2.6.2 Anexo SL – Estrutura de Alto Nível .................................................................. 48
14

2.6.3 As diferenças entre a OHSAS 18001:2007 e a ISO 45001:2018 ..................... 49

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 51


3.1 CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA DA PESQUISA .................................................. 52
3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .......................................................... 52
3.2.1 Desenvolvimento da Lista de Verificação ......................................................... 54
3.2.2 Validação da Lista de Verificação .................................................................... 55
3.2.3 Aplicação da Lista de Verificação ..................................................................... 56
3.2.4 Avaliação do atendimento das respostas da Lista de Verificação .................... 56
3.3 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS ........................................................... 57
3.3.1 Sistemática de análise dos resultados ............................................................. 57
3.4 LIMITAÇÕES DO MÉTODO ................................................................................ 60

4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 60


4.1 A EMPRESA ........................................................................................................ 61
4.2 AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO .......... 61
4.3 APLICAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO ......................................................... 63
4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA LISTA DE VERIFICAÇÃO............................. 64
4.5 RESULTADO DA AVALIAÇÃO DO SST .............................................................. 65
4.5.1 ESCALA DE PONTOS DA ANÁLISE DOS REQUISITOS .................................................. 66
4.5.2 ÍNDICE DE DESEMPENHO POR REQUISITO – IDR .................................................... 66
4.5.3 PONDERAÇÃO DOS REQUISITOS ........................................................................... 68
4.5.4 ÍNDICE DE DESEMPENHO GLOBAL ......................................................................... 69
4.5.5 CLASSIFICAÇÃO DO IDG ...................................................................................... 70

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES DE ESTUDOS FUTUROS ................................. 72


5.1 PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO ESTUDO......................................................... 72
5.2 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS........................................................ 74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 75
APÊNDICE 01 ........................................................................................................... 81
15

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O tema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) vem ganhando maior


destaque nos últimos anos devido à soma de alguns fatores, entre eles, o custo
relacionado aos afastamentos e mortes ocasionadas em decorrência das atividades
do trabalho vem se tornando cada vez maiores, já que a legislação tem aumentado
sua rigorosidade. Outro fator importante é que a reputação das empresas está mais
sensível à opinião dos consumidores devido à grande facilidade de comunicação
global da atualidade e, além dos governos locais e dos órgãos internacionais estarem
se tornando cada vez mais rígidos em relação a este tema. As grandes corporações
que desenvolvem sistemas de SST eficazes se destacam e se tornam benchmarking
do mercado. (HOHNEN; HASLE, 2011) (SZARYSZOV; KLEINOVÁ, 2014)
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), a partir do documento
publicado no XX Congresso Mundial de Saúde e Segurança no Trabalho em 2014,
apresenta diretrizes governamentais em relação às iniciativas de prevenção de
acidentes, e destacam as consequências além do alto impacto financeiro que os
acidentes apresentam para suas organizações (ILO, 2014). Um sistema de SST bem
implementado pode aumentar a produtividade e a lucratividade de uma empresa, de
acordo com o estudo de (TOMPA et al., 2016), e reduzir custos relacionados a
acidentes, segundo (ROBSON et al., 2007) e (HEMPHILL; KELLEY, 2016).
O relatório “Safety and Health at Work: A Vision for Sustainable Prevention”,
publicado pela OIT, em 2014, apresenta uma estimativa de 2,3 milhões de mortes
anuais no mundo ocasionadas por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, sem
computar os inúmeros acidentes que não são registrados pelas empresas ou até pelos
próprios acidentados. Em 2017, este número foi atualizado para 2,78 milhões de
mortes anuais, em um documento publicado pelo governo da Singapura em parceria
com a Finlândia e a OIT, apresentando a necessidade da uma maior atenção às
iniciativas de SST em escala global. (HAMALAINEN; TAKALA; SAARELA, 2017)
Além de vários outros temas pertinentes, o relatório da OIT também aborda a
importância de programas de prevenção de acidentes em países em desenvolvimento,
onde o retorno do investimento vem não só dos fatores já citados, como redução de
16

custo de acidentes, por exemplo, como também em formas de benefícios sociais e


governamentais, contribuindo ainda para a melhoria das condições de vida e de
trabalho digno nestes países (ILO, 2014).
No Brasil, o número expressivo de acidentes e doenças ocupacionais e seu
custo para o governo é expressivo, segundo dados publicados no Anuário Estatístico
da Previdência Social – AEPS 2013 e 2016, conforme tabela 1:

2011 2012 2013 2014 2015 2016


Quantidade de Acidentes de
741,205 734,434 737,378 732,246 639,113 595,153
Trabalho Liquidados
Valor de Benefícios Urbanos
R$ 310,924,000 R$ 325,421,000 R$ 357,255,000 R$ 356,149,000 R$ 280,583,000 R$ 355,038,000
Acidentários Concedidos

Tabela 1: Quantidade de Acidentes de Trabalho Liquidados e Valor de Benefícios Urbanos


Acidentários Concedidos entre 2011-2016
Fonte: Adaptado de Relatórios AEPS (2013) e AEPS (2016)

A quantidade de acidentes apresentada contempla acidentes de percurso,


acidentes e doenças ocupacionais, com ou sem CAT – Comunicação de Acidente de
Trabalho, e que tenham sido analisados pela perícia médica do INSS – Instituto
Nacional do Seguro Social, que é responsável pelo encaminhamento do trabalhador
para o retorno das atividades ou por emitir o parecer sobre o afastamento e sua
elegibilidade aos benefícios (MINISTÉRIO DA FAZENDA; INSS; DATAPREV, 2016).
Entre os anos de 2011 e 2016 ocorreram aproximadamente quatro milhões e
duzentos mil acidentes registrados na Previdência Social, enquanto o custo
relacionado a estes benefícios teve um impacto de quase dois bilhões de reais neste
mesmo período. O alto custo da Previdência Social com acidentes e doenças
ocupacionais é uma mostra do quão importante as iniciativas de prevenção acidentes
são para o país e o quanto ainda falta evoluir nesta área. A redução destes custos
poderiam trazer mais investimentos em setores essenciais e com recursos escassos
no país (MINISTÉRIO DA FAZENDA; INSS; DATAPREV, 2016).
As empresas buscam cada vez mais a implementação de sistemas de gestão
que integrem a SST, visando aumentar a mitigação de riscos, melhorar a comunicação
e reduzir as falhas operacionais que ocasionem acidentes. Os sistemas podem ser
considerados como a formalização de um conjunto de ferramentas que visam
minimizar o risco de acidentes e doenças relacionadas às atividades de todos os
processos nas empresas. As ferramentas são apresentadas em manuais,
procedimentos e sistemas, onde as organizações buscam engajar todos os
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colaboradores a fim de atingir os seus objetivos e de buscar melhoria contínua nos


resultados de SST. (SZARYSZOV; KLEINOVÁ, 2014) (HEMPHILL; KELLEY, 2016)
Em 1996, a British Standards Institute (BSI) criou um guia de SST a BS
8800:1996, e posteriormente convidou outras organizações de certificação e
normalização para criarem a primeira versão da norma OHSAS (Occupational Health
and Safety Assessment Series) 18001:1999, em 1999, que passou a ser referência
internacional de controle de riscos de acidentes e doenças ocupacionais. Além de
servir como guia para as organizações a norma passa a ser certificável e auditável,
garantindo um compromisso maior das empresas ao se basearem nela. Em 2007 a
OHSAS sofreu uma atualização para se alinhar com as normas internacionais da ISO,
(International Organization for Standardization) ISO 9001:2000 e ISO 14001:2004, a
fim de facilitar a integração dos sistemas de gestão da qualidade, ambiental e de saúde
e segurança no trabalho. (GRANERUD; ROCHA, 2011) (SEGUNDO; SOUZA, 2016)
(BSI, 2007)
Recentemente duas normas comumente utilizadas nos Sistemas de Gestão
Integrados sofreram atualizações significativas, ISO 9001:2015 e ISO 14001:2015,
onde passam a levar em consideração a gestão de riscos, também trazem uma maior
ênfase nos requisitos de liderança e comprometimento da alta direção e buscam
agregar a cadeia de fornecedores de forma mais próxima aos sistemas de gestão das
empresas, entre outras mudanças pontuais. Um dos objetivos da criação da nova
norma de saúde e segurança, a ISO 45001:2018, é apresentar uma linha mais próxima
destas atualizações, além de criar um padrão internacional ISO de referência em SST.
(JONES, 2015) (KAUPPILA; HÄRKÖNEN; VÄYRYNEN, 2015)
Grandes corporações de expressão no cenário nacional e até global, como é o
caso da Petrobras no Brasil, possuem sistemas de auditoria baseados em pontuação
e as notas obtidas pelos fornecedores aumentam caso possuam certificações nos
padrões internacionais de qualidade, SST e de meio ambiente, ou no mínimo atendam
todos os requisitos em seus sistemas de gestão (PETROBRAS, 2017). Esta demanda
tem como objetivo garantir um nivelamento básico dos fornecedores e o cadastro dos
fornecedores depende da certificação dos seus sistemas de gestão nas normas já
reconhecidas pelo mercado.
A partir da criação da ISO 45001:2018, os requisitos destes grandes clientes
serão atualizados, e as auditorias passarão a ser baseadas na nova norma. A OHSAS
18001:2007 não será mais certificável a partir de 2021, de acordo com o BSI - British
18

Standard Institute, responsável pela publicação da antiga norma (BSI, 2017). Desta
forma, existe uma alta probabilidade de migração global em massa das empresas
certificadas para à nova ISO nos próximos anos, assim o entendimento sobre a ISO
45001:2018 se faz fundamental e de grande relevância para as empresas a partir
deste momento.

1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

O problema desta pesquisa tem como base a análise do Sistema de Gestão de


SST de uma empresa prestadora de serviços, do ramo de óleo e gás, recém
certificado, na OHSAS 18001 comparando aos requisitos da norma ISO 45001:2018.
Empresas como a Petrobras, uma das maiores do país, exigem requisitos mínimos
para prestação de serviços de seus fornecedores. Estes são baseados em seus
procedimentos internos, melhores práticas do mercado, padrões e normas nacionais
e internacionais. Desta forma, os sistemas de gestão dos principais fornecedores
devem contemplar os requisitos exigidos. Esta é uma prática comum encontrada no
mercado, onde as grandes corporações se respaldam por seus fornecedores
possuírem sistemas de SST baseados em normas internacionais. A certificação auxilia
as empresas a atender os requisitos legais do país e que tenham um processo de
melhoria contínua na minimização da exposição ao risco pelos colaboradores. (LO et
al., 2014)
As auditorias realizadas pelos clientes em seus fornecedores, também
conhecidas como auditorias de segunda parte, podem trazer consequências
relevantes. Dependendo do nível da não conformidade, o fornecedor pode perder o
contrato em vigência e a oportunidade de participação em novas licitações. Os
requisitos de Saúde e Segurança no Trabalho são pontos chave destas auditorias, já
que estas empresas são corresponsáveis pelos seus fornecedores e sua imagem na
mídia está diretamente relacionada, logo, em casos de catástrofes nos grandes
fornecedores, os clientes também sofrem as consequências negativas. (TORP;
MOEN, 2006) (HEMPHILL; KELLEY, 2016)
Atualmente, a OHSAS 18001 é a norma mais procurada pelas empresas e mais
utilizada para certificação dos Sistemas de Gestão de SST. A evolução da norma foi
realizada pelas organizações e instituições de maior referência global e passou a
19

seguir a linha da ISO 9001 e ISO 14001, se concretizando como peça chave do
Sistema de Gestão Integrado (LO et al., 2014). A partir da publicação da ISO
45001:2018, a qual substituirá o papel da OHSAS 18001. A certificação do sistema de
SST busca ir além ao envolver a cadeia de fornecedores e trazendo mais
responsabilidades sociais para as empresas (JONES, 2015) (ISO, 2018a) .
As empresas certificadas tendem a uma transição em massa para a norma ISO
nos próximos anos e, consequentemente, as auditorias dos clientes também passarão
a se basear na ISO 45001:2018, seguindo as mesmas evoluções que as atualizações
das ISO 9001:2015 e ISO 14001:2015. A análise relacionando os processos de SST,
certificados na OHSAS, aos requisitos da nova norma mostra-se essencial para que a
empresa objeto de estudo possa realizar o planejamento da adequação do seu
Sistema de Gestão de SST à nova certificação.
A proposta do método de avaliação de desempenho do Sistema de Gestão de
SST prova-se muito importante para a empresa estudada por alguns fatores: do ponto
de vista mercadológico, a mesma possui as informações necessárias para planejar
todas as adequações em seus processos para atender rapidamente os requisitos do
principal cliente em tempo hábil, se posicionando um passo à frente de seus
concorrentes. Do ponto de vista organizacional, a companhia mantém a melhoria
contínua de seu Sistema de Gestão de SST para minimizar os riscos que afetam a
segurança de seus colaboradores, baseando-se em uma nova norma desenvolvida
pelas principais instituições do tema no mundo, como a ISO e a OIT.
Com base no contexto apresentado, a razão da pesquisa está relacionada com
a seguinte questão: Como uma organização deve avaliar o seu Sistema de Gestão de
SST em relação aos requisitos da ISO 45001:2018, de forma que seja possível
identificar um índice comparativo com outras locações ou empresas?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral


20

O objetivo principal da pesquisa é propor um método para a melhoria do


desempenho de um Sistema de Gestão de SST à norma internacional ISO
45001:2018, considerando as informações do estudo de caso em empresa
multinacional que atua no setor de óleo e gás.

1.3.2 Objetivos Específicos

 Realizar um estudo bibliométrico desde às origens dos sistemas de gestão


de SST até a norma ISO 45001:2018;
 Fazer uma análise sobre o cenário atual relacionado à SST;
 Desenvolver uma ferramenta de avaliação entre um sistema de gestão de
Saúde e Segurança do Trabalho e a certificação ISO 45001:2018;
 Apresentar um método para priorização de atendimento aos requisitos da
norma, com base na minimização dos riscos;
 Calcular o Índice de Desempenho Global do Sistema de SST da empresa
objeto de estudo.

1.4 QUESTÕES DA PESQUISA

 Quais são as diferenças entre a ISO 45001:2018 e OHSAS 18001:2007?


 Como uma empresa deve avaliar a conformidade do sistema de SST com base na
ISO 45001:2018?
 Qual método deve ser utilizado para priorização das ações de conformidade?
 Como uma organização pode comparar o Sistema de Gestão de SST de diferentes
locações?

1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

O presente estudo se baseia na análise da norma ISO 45001:2018 e seus


requisitos. O Sistema de Gestão de SST de uma empresa de prestação de serviços
21

do ramo de óleo e gás, com sua unidade principal em Macaé, no estado do Rio de
Janeiro, será avaliado com base nesta norma. O status do sistema atual com relação
à ISO 45001:2018 e a avaliação dos requisitos frente aos processos atuais servirão
como base para o planejamento de ações de adequação do sistema até a
implementação da nova norma. A análise foi realizada com o consentimento e apoio
da organização objeto de estudo e os objetivos específicos dependem das
informações da empresa. O projeto foi desenvolvido entre os anos de 2017 e 2018.

1.6 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E JUSTIFICATIVA

Devido ao fato da norma ISO 45001:2018 ser muito atual e sua publicação ser
recente, este estudo torna-se um dos precursores a realizar esta análise. Esta
pesquisa foi iniciada quando a norma estava em sua versão ISO/DIS 45001, ainda em
processo de votação, e finalizada poucos meses após a sua publicação.
O tema de Saúde e Segurança do trabalho vem ganhando importância já que
os custos que acidentes, doenças e mortes são muito expressivos, não só para as
empresas como também para o governo. A nova norma passa a dividir a
responsabilidade da fiscalização das condições de trabalho de toda a cadeia
suprimentos com as empresas que estão no fim dela, buscando menos tolerância e
mais rigidez.
Segundo a própria ISO, a norma passará a ser o terceiro elemento das normas
de Sistemas de Gestão, antes ocupado pela OHSAS, mas agora com a formalização
da instituição. Além de utilizar a OHSAS 18001 como base, a norma também tem como
referência os principais documentos relacionado a SST da OIT. (ISO, 2018b)
A proposta de método para transição normativa deste trabalho poderá ser
utilizada para a empresa estudada como uma análise do seu Sistema de Gestão de
SST para atendimento da nova norma. Esta pode ser uma vantagem competitiva já
que o seu principal cliente tende a exigir em breve a certificação da ISO 45001:2018
como requisito, no lugar da OHSAS 18001.

1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO


22

O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos. O primeiro capítulo,


caráter introdutório, tem como objetivo a contextualização do tema e a situação-
problema a serem desenvolvidos ao longo do estudo.
O segundo capítulo apresenta uma revisão de literatura sobre os Sistemas de
Gestão de SST, a OHSAS 18001, a instituição ISO e a ISO 45001:2018, as normas e
guias de SST existentes e o tema aplicado ao mercado de óleo e gás. Além dos
conceitos apresentados, este capítulo permite uma discussão abrangente sobre estes
assuntos, gerando maior embasamento teórico para a pesquisa.
O capítulo 3 descreve os procedimentos metodológicos propostos para a
pesquisa empírica, com inspiração na revisão da literatura técnica e científica.
O capítulo 4 apresenta o estudo de caso e o atendimento do objetivo geral da
pesquisa, a partir do desenvolvimento do método e das ferramentas de apoio e da sua
aplicação.
O capítulo 5 apresentas as conclusões e recomendações para futuras
pesquisas, a partir de uma análise crítica do modelo de avaliação de desempenho
proposto.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 CENÁRIO ATUAL DA SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

2.1.1 Cenário Global


23

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima 2.78 milhões de mortes


por ano e 378 milhões de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho no mundo.
De acordo com a instituição, o valor destes acidentes tem um impacto aproximado de
4% do PIB – Produto Interno Bruto global (ILO, 2017a). Além destas informações
apontarem para péssimas condições de trabalho e baixa eficiência dos programas de
prevenção de acidentes nas organizações, também apresentam o impacto econômico
que os governos e as empresas possuem quando estes acidentes ocorrem, conforme
corrobora (TOMPA et al., 2016).

Instituições internacionais de alta representatividade global como a própria OIT


e a Organização das Nações Unidas (ONU), formada por 193 países, incentivam a
criação de programas de melhoria na qualidade de vida e de trabalho decente.
Seguindo esta linha, foi adotado pelos líderes globais a Agenda 2030, que contempla
os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, no ano de 2015, durante a reunião do
conselho geral da ONU onde todas as diretrizes foram elaboradas para cumprir o
prazo de 15 anos, transformando o mundo até 2030. Segundo o próprio documento
da Assembleia Geral da ONU, a Agenda 2030 é um esforço em conjuntos de todas as
nações participantes e pode ser definida como: “um plano de ações para as pessoas,
para o planeta e para a prosperidade” (UN, 2015).

A Agenda 2030 possui uma estrutura de 17 grandes Objetivos de


Desenvolvimento Sustentável conforme figura 1:
24

Figura 1: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ONU


Fonte: (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2016)

Cada objetivo estipulado na Agenda 2030 possui algumas metas, totalizando


possuem 169 metas, onde todas possuem indicadores de controle. O objetivo número
8 – Emprego Digno e Crescimento Econômico se resume em: “Promover o
crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e
produtivo, e trabalho decente para todos” (ONU; GOVERNO FEDERAL, 2015).

Um dos tópicos que compõe o objetivo número 8 explicita: “Proteger os direitos


trabalhistas e promover ambientes de trabalho seguros e protegidos para todos os
trabalhadores, incluindo os trabalhadores migrantes, em particular as mulheres
migrantes, e pessoas com emprego precário” (ONU; GOVERNO FEDERAL, 2015).

Os indicadores deste objetivo são, com livre tradução do autor:

 Taxa de frequência de acidentes ocupacionais fatais e não fatais, por sexo


e por status de migração;
 Aumento no cumprimento das leis nacionais do direito do trabalhador
baseado nas diretrizes da OIT, por sexo e status de migração.

De acordo com a Resolução A/RES/70/1, realizada na 70ª Assembleia Geral


da ONU, todos os países serão responsáveis por garantir fontes de financiamentos
25

internos e/ou externos para o cumprimento das metas estabelecidas. Os países


desenvolvidos serão os líderes dos programas de implementação oferecendo apoio,
juntamente com a ONU em todas as ações necessárias. (ONU; GOVERNO
FEDERAL, 2015)

O objetivo 8 de Trabalho Digno e Crescimento Econômico é uma ação que


apoia a necessidade de programas eficientes e de escala global que visem a melhorar
as condições dos trabalhadores. O Relatório da OIT de 2014: “Safety and health at
work: A vision for sustainable prevention” já abordava o tema da necessidade do
engajamento das nações em suas políticas de prevenção e nos Programas Nacionais
de Trabalho Decente (ILO, 2014). E em 2013, na reunião do G20, as 19 maiores
economias do mundo mais a União Europeia, também já havia sido declarada a
necessidade destes líderes buscarem medidas para garantir a criação de condições
seguras para a saúde e a segurança de todos os trabalhadores. (G20 LABOUR
MINISTERS, 2013)

Anualmente, alguns dos objetivos estipulados serão revisados, para que os


indicadores possam ser analisados profundamente. A revisão do objetivo 8 está
planejada para o ano de 2019, segundo as informações da plataforma do
conhecimento no site do programa (ONU, 2017). Um dos 17 objetivos apresentados
pelo maior órgão internacional de cooperação entre países é tema relacionado à
Saúde e Segurança do Trabalhador, fato que comprova a importância atual deste tema
em escala global.

O assunto SST visto de forma global merece uma atenção especial devido às
mudanças que vem ocorrendo no mundo ocasionadas tanto por avanços tecnológicos
quanto pelo aumento da longevidade, do maior número de mulheres no mercado de
trabalho e das migrações de trabalhadores, que direta ou indiretamente alteram a
cultura local e sua forma de trabalhar (JONES, 2015) (WORLD ECONOMIC FORUM,
2015) . As empresas também seguiram estas mudanças, de acordo com a OIT, as
pequenas e médias organizações possuem mais trabalhadores do que as grandes, na
maioria dos países emergentes. Empresas de médio e pequeno porte tem, em geral,
menor recursos para a criação de sistemas de SST eficientes e condições de trabalho
decentes para todos os colaboradores (ILO, 2014).
26

2.1.1.1 Dados Estatísticos Globais

As informações publicadas pela OIT em seu banco de dados relacionados à


legislação dos países que a integram. Denominado como LEGOSH, o site
http://www.ilo.org/dyn/legosh/en/f?p=LEGPOL:1000 pode ser utilizado para comparar
entre diferentes países informações como:

 Descrição da estrutura regulatória de SST;


 Definições de empregador, trabalhador e os tipos que o país considera,
acidentes e doenças ocupacionais;
 Instituições e programas nacionais relacionados à SST;
 Direitos e deveres dos trabalhadores;
 Obrigações dos empregadores a partir dos princípios e práticas do
gerenciamento de SST nas organizações;
 Obrigações dos empregadores para na garantia de profissionais
competentes focados em SST;
 Consulta, colaboração e cooperação dos trabalhadores e seus
representantes;
 Gestão de riscos e de perigos das atividades;
 Registro, notificação e investigação de acidentes e doenças ocupacionais;
 Fiscalizações de conformidade com a legislação de SST.

Para o preenchimento das informações, desde 2013, colaboradores da OIT em


conjunto com representantes dos países, realizam o levantamento de forma a
contribuir com a ferramenta da instituição. Nem todas as informações de todos os
países estão presentes no site, seja pelo país não possuir alguma norma ou lei para
aquele tema, ou por falta de informações por parte da nação. Infelizmente, até o
momento, alguns países, como o Brasil, não participam da ferramenta da OIT. O Brasil
e a Guiana Francesa, são os únicos países das Américas a não possuírem nenhuma
informação no site. (ILO, 2016)

A OIT também possui outras ferramentas de banco de dados como o ILOSTAT,


que apresenta informações mais específicas relacionadas ao mercado de trabalho,
27

quantidade de horas trabalhadas, produtividade e salários e etc. As informações


relacionadas à SST são limitadas e não são atualizadas com frequência por todos os
países, além de poucos informarem os dados anualmente, o que dificulta o uso desta
fonte para análises mais específicas. (ILO, 2018)

O relatório internacional “Global estimates of occupational accidents and work-


related illness 2017” feito em parceria entre o os governos de Singapura e da Finlândia
com o apoio da OIT, traz uma atualização dos últimos dados apresentados pela OIT
em 2014. Este relatório apresenta dados provenientes de uma compilação entre dados
estatísticos da OIT e dados apresentados por órgãos regionais relacionados ao
assunto. Os dados de mais destaque deste relatório é a estimativa quantidade de
mortes ocasionadas por doenças ocupacionais em 2015, conforme a tabela 2:

Acidentes Acidentes Mortes ocasionadas por


Ano
fatais não fatais doenças ocupacionais

1998 345,436 263,621,966


2000 2,028,003
2001 351,203 268,023,272
2002 1,945,115
2003 357,948 336,532,471
2008 320,580 317,421,473 2,022,570
2010 352,769 313,206,348
2011 1,976,021
2014 380,500 373,986,418
2015 2,403,965

Tabela 2: Acidentes fatais, não fatais e mortes ocasionadas por doenças ocupacionais
Fonte: Adaptado de Relatórios (HAMALAINEN; TAKALA; SAARELA, 2017)

Da mesma forma que a OIT, os autores destacam a dificuldade de obter os


dados estatísticos relacionados à SST, e por isso, em alguns anos não foi possível
realizar uma compilação que fosse considerada adequada. O fato mais relevante
desta tabela é a quantidade de mortes ocasionadas por doenças ocupacionais
registrado no ano de 2015. Este número é um retrato da grande predominância de
mortes ocasionadas por doenças ocupacionais em relação às fatalidades por
acidentes de trabalho. (HAMALAINEN; TAKALA; SAARELA, 2017)
28

2.1.2 Cenário Nacional

No Brasil, a Previdência Social elabora anualmente o Anuário Estatístico da


Previdência Social, onde reporta todas as informações referentes à instituição, dentre
elas, os dados relacionados a acidentes de trabalho. No gráfico 1, é apresentada a
quantidade de acidentes de trabalho liquidados entre o período de 2011 e 2016,
baseado nos Anuários de 2013 e 2016:

Quantidade de Acidentes de Trabalho


Liquidados
800.000 741.205 734.434 737.378 732.246
700.000 639.113
595.153
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016

Gráfico 1: Acidentes de Trabalho 2011-2016


Fonte: (MINISTÉRIO DA FAZENDA; INSS; DATAPREV, 2013)(MINISTÉRIO DA FAZENDA; INSS;
DATAPREV, 2016)

Ainda de acordo com os Anuários publicados os valores de benefícios


concedidos pela Previdência Social durante o período citado são apresentados no
gráfico 2:
29

Valor de Benefícios Urbanos Acidentários Concedidos


R$ 400.000.000 R$ 357.255.000
R$ 356.149.000 R$ 355.038.000
R$ 325.421.000
R$ 350.000.000
R$ 310.924.000
R$ 300.000.000 R$ 280.583.000

R$ 250.000.000

R$ 200.000.000

R$ 150.000.000

R$ 100.000.000

R$ 50.000.000

R$ -
2011 2012 2013 2014 2015 2016

Gráfico 2: Benefícios Urbanos Concedidos 2011-2016


Fonte: adaptado pelo autor de (MINISTÉRIO DA FAZENDA; INSS; DATAPREV, 2013)(MINISTÉRIO
DA FAZENDA; INSS; DATAPREV, 2016)

Durante o período de 2011-2016 a quantidade média de acidentes de trabalho


foi de aproximadamente 700 mil por ano. Os valores apresentados consideram
acidentes e afastamentos por doenças ocupacionais ocorridas no período. O valor
médio de benefícios urbanos concedidos foi de aproximadamente 331 milhões de
reais por ano. Para efeitos de análise, os valores de benefícios contemplam apenas
os acidentes urbanos. (MINISTÉRIO DA FAZENDA; INSS; DATAPREV, 2013)

2.1.2.1 Dados Estatísticos do Brasil

As informações sobre acidentes no país não são de fácil acesso a partir dos
órgãos públicos da Previdência Social e do Ministério do Trabalho e Emprego. Os
Anuários Estatísticos de Acidentes do Trabalho (AEAT) podem ser encontrados no
site da Previdência Social, em dados abertos de SST. A data de acesso desta página
foi dia 18 de abril de 2018 e apenas foram encontrados os anuários publicados entre
os anos de 2008 e 2015. (SECRETARIA DE PREVIDÊNCIA, 2016)
Já os dados abertos da Previdência Social e INSS apresentam a última versão
da publicação, de 2016. Por isso, os anuários da Previdência Social foram os
escolhidos para serem usados como base deste trabalho, pois apresenta as
informações necessárias sobre acidentes de trabalho e de seus impactos nos cofres
30

públicos. A fonte do banco de dados da previdência social pode ser encontrada no site
do DataPrev, com atalho disponível no site da Previdência. Onde funciona de forma
semelhante à um sistema e as informações podem ser filtradas e analisadas, porém
não são de fácil utilização. (DATAPREV, 2018)
A publicação dos Anuários Estatísticos da Previdência Social demora em média
um ano após o fim do período anterior, por exemplo, o anuário de 2017 tem previsão
de publicação para o fim de 2018, enquanto o Anuário de 2016 foi publicado em janeiro
de 2018. Este atraso na publicação das informações faz com as iniciativas baseadas
nestes dados estejam sempre com um período de defasagem.
Os dados estatísticos apresentados pelo site do Ministério do Trabalho e
Emprego não apresentam nenhuma informação sobre acidentes de SST posterior a
novembro de 2016. O site não apresenta as informações de forma clara, que auxiliem
em uma análise dos dados apresentados, desta forma, nenhuma pessoa que acesse
o conteúdo consegue enxergar o real status da saúde e segurança dos trabalhadores
deste país. (MTE, 2016)
Outra importante fonte de informações é o Observatório Digital de Saúde e
Segurança do Trabalho, iniciativa criada pela SMARTLAB de Trabalho Decente,
formada pelo Ministério Público do Trabalho e pela Organização Internacional do
Trabalho Brasil, sendo conduzida pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Na sua
primeira versão, publicada em abril de 2017, as informações a seguir definem os tipos
de informação que a iniciativa apresenta:
“Indicadores de incidência, número de notificações de acidentes (CATs), gastos
previdenciários acumulados, dias perdidos de trabalho, mortes acidentárias,
localização geográfica, ramos de atividade e perfil das vítimas”. (MPT; OIT, 2017)
De acordo com o Observatório, o número de acidentes com CAT registrada é
aproximadamente de 4 milhões entre o período de 2012 a 2017, quase 15 mil pessoas
vieram a óbito e o total acumulado de gastos com a Previdência Social é próximo de
R$ 27 bilhões de reais. (MPT; OIT, 2017)
Os dados apresentados pelo Observatório são de fontes oficiais do governo
brasileiro, contudo, muitos acidentes não são reportados pelas empresas e em outros
casos até pelos próprios acidentados (MENDES et al., 2014). Os altos números
provam a necessidade de atenção nas políticas públicas e nas legislações
relacionadas.
31

A parceria da OIT com o Ministério Público do Trabalho é uma ação fruto dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, onde visam buscar uma maior
assertividade nos dados. Além disso outra campanha relacionada à prevenção de
acidentes o “World Day for Safety and Health at Work” ou Dia Mundial da Saúde e
Segurança do Trabalho, celebrado no dia 28 de Abril, teve como tema no ano de 2017
a otimização da coleta de dados de SST (ILO, 2017b). O que prova que o Brasil está
buscando o caminho indicado pela OIT, o primeiro passo, como a coleta de dados de
forma mais abrangente, já foi dado, o país necessita valorizar as informações e usá-
las como base para campanhas e políticas em conjunto com o setor privado, para
reduzir os custos do país na previdência social e aumentar a segurança dos
trabalhadores.

2.2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

2.2.1 As bases da Saúde e Segurança do Trabalho

A OIT pode ser considerada a primeira instituição que buscou melhorias nas
condições de trabalho. A organização foi criada em 1919, a partir da assinatura do
Tratado de Versalhes, incluindo todos os países signatários e com o objetivo de criar
melhores condições para os trabalhadores da época. É formada por uma estrutura
chamada de tripartite, composta por representantes de governos, de organizações de
empregadores e de trabalhadores de 183 estados-membros. (SZARYSZOV;
KLEINOVÁ, 2014) (JONES, 2015) (OIT, 2018)
Desde a fundação da OIT, diversas Convenções e Protocolos foram instituídos,
os quais tem implantação obrigatória dos países membros, enquanto as
Recomendações podem ser analisadas para implantação ou não pelos órgãos locais.
A primeira Conferência da OIT teve como resultado seis convenções, que abordavam
assuntos como: a regulamentação de horas de trabalho e a proteção dos empregados
quanto a acidentes e doenças ocupacionais por exemplo. (LEITÃO, 2016) (OIT, 2018)
Em 1944, os textos da OIT sofreram suas modificações mais relevantes. A
chamada Declaração de Filadélfia foi responsável por apresentar a carta de princípios
e objetivos da Organização baseados em quatro valores fundamentais, ainda
considerados atualmente, segundo a página da OIT no Brasil (OIT, 2018):
32

 O trabalho deve ser fonte de dignidade;


 O trabalho não é uma mercadoria;
 A pobreza, em qualquer lugar, é uma ameaça à prosperidade de todos;
 Todo o ser humano tem o direito de perseguir o seu bem-estar material em
condições de liberdade e dignidade, segurança econômica e igualdade de
oportunidades.
Em 1969 a OIT recebeu o Prêmio Nobel da Paz, que afirmou a influência da
Organização no mundo e serviu de base para que instituições nacionais de referência,
como BSI (britânica) e OSHA (americana), por exemplo, fossem criadas para
fortalecer ainda mais o discurso da SST no mundo. (OIT, 2014)

2.2.2 A influência da criação da OIT pelo Mundo

A seguir, um breve resumo de como surgiram os órgãos nacionais de Saúde e


Segurança do Trabalhador de três países desenvolvidos e como estes tiverem
influência da Organização Internacional do Trabalho.
Seguindo os conceitos formalizados pela OIT, o governo dos Estados Unidos
da América (EUA) criou a OSHA – Occupational Safety and Health Administration no
ano de 1971. A instituição vinculada ao Ministério do Trabalho dos EUA foi fundada
com o objetivo de criar normas e procedimentos que garantam condições seguras aos
trabalhadores. De acordo com informações publicadas pela própria OSHA, as
condições de trabalho no país melhoraram drasticamente desde a criação do órgão,
chegando a reduzir até 65% dos acidentes com fatalidades entre 1970 e 2010. (OSHA,
2016)
A partir do aumento da quantidade das operações marítimas, o governo do
Reino Unido instituiu o Ato 1971: Mineral Workings (offshore installations), com
tradução livre Trabalhos Minerais (embarcações sobre o mar). Este ato, decretado
pela Rainha Elizabeth II, em 1971, é considerado o marco para a regulamentação das
medidas de Saúde e Segurança nos trabalhos sobre o mar. No capítulo 6, do
documento, o Ato informa que a secretaria do estado seria responsável pela
regulamentação para auxiliar a prevenção de acidentes. O Ato também enfatiza a
responsabilidade dos donos das embarcações pela segurança dos trabalhadores a
bordo. (HER`S MAGESTY STATIONERY OFFICE, 1971)
33

Em 1970 foi criado o Comitê de SST no Reino Unido, para buscar melhorias
nas legislações internas. Neste mesmo ano, o Comitê passou a se reunir com
empresas, trabalhadores e a fazer visitas em outros países, como os EUA e a recém
instituída OSHA, por exemplo, para buscar conhecimento e entender como os outros
países gerenciavam a SST e suas legislações. Em 1972, o Comitê publicou um
relatório e Lord Robens, o diretor deste, levou o nome informal do documento
conhecido como “Robens Report” ou em tradução livre, Relatório de Robens (SIRRS,
2016). Este relatório trouxe ideias e conceitos sobre acidentes de trabalho,
regulamentação e o papel do estado, já que as iniciativas internas das empresas não
eram suficientes para reduzir o grande número de acidentes. (BROWNE, 1973)
Utilizando o relatório como base, em 1974 o Reino Unido publica o Ato 1974,
The Health and Safety at Work, etc., que é considerado a base das normas e leis de
SST no país. Este Ato unificou as considerações de SST de todos os ramos de
atuação que existiam no momento, passou a responsabilizar diretamente o
empregador pelos riscos que a força de trabalho está exposta e pelos acidentes
ocorridos, traz a noção de responsabilidades de saúde e segurança dos trabalhadores
durante o serviço, além de instituído a necessidade de criação de novas leis de SST.
É considerado um marco na regulamentação britânica de SST, já que veio a facilitar a
inovação do gerenciamento de saúde e segurança no trabalho, partir da
recomendação de regulamentação própria, onde tinha o foco em trazer as
oportunidades de melhoria dos sistemas, vendo das próprias organizações. (JONES,
2015) (SIRRS, 2016)
As primeiras diretrizes de SST da Austrália também utilizaram como base os
mesmos conceitos apresentados pelo “Relatório de Robens”. Os estados da Austrália
inicialmente construíram suas diretrizes de forma independente, apesar de baseados
nos mesmos conceitos. A partir dos anos 90, o governo australiano criou a Comissão
Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional ou NOHSC (National Occupational
Health and Safety Commission), com o objetivo de unificar e regulamentar a SST no
país. A partir de 2004, as diretrizes nacionais australianas passaram a ser alinhadas
com a publicação da OIT de 2003, “Global Strategy on Occupational Safety and
Health”. (BLUFF, 2012)

2.2.3 Adoção das Leis Trabalhistas Brasileiras


34

Seguindo as diretrizes internacionais da OIT, o Brasil passou a contemplar em


sua legislação a obrigação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em estabelecer
normas relativas à SST em 1977. Sendo assim, no ano seguinte, em 1978, o MTE
instituiu a portaria número 3.214 para atender os requisitos da lei e criou as 28
Normas Regulamentadoras (NR). Estas normas possuem instruções e requisitos
básicos mandatórios para cada tema. Atualmente existem 36 NRs no Brasil, sendo
todas de caráter obrigatório para empresas privadas, públicas e para todos as
instituições que possuem trabalhadores em regime CLT, Consolidação das Leis
Trabalhistas, conforme previsto no artigo 157 desta lei. (ALMEIDA; LIMA, 2018) (DIAS,
2011)

2.2.4 As bases da SST no ramo de Óleo e Gás

Em 1988, o maior desastre da história no setor de Óleo e Gás serviu como um


importante marco nas questões de Saúde e Segurança dos trabalhadores. O acidente
na plataforma de petróleo Piper Alpha causou a morte de 164 pessoas, após
sucessivas falhas que ocasionaram uma série de explosões. O acidente poderia ter
sido evitado com medidas de segurança eficazes. Apenas 61 pessoas sobreviveram
ao acidente e puderam relatar alguns dos problemas ocorridos. (MILLER, 1991)
O responsável pela investigação do acidente foi juiz Willian Douglas Cullen,
conhecido como Lorde Cullen, que publicou o relatório considerado como marco para
a evolução das questões de segurança no setor de óleo e gás. O relatório, composto
por 106 recomendações de melhoria, foi publicado em 1990. O grande foco do relatório
é entender as causas do acidente e em como evitar acidentes como este (MILLER,
1991). Cullen enumerou diversas críticas em seu relatório, mostrando que pequenas
falhas do processo de segurança da Piper Alpha ocasionaram uma reação em cadeia
que culminou na catástrofe. O relatório foi considerado pelo governo britânico como
uma fonte relevante para a criação das legislações e das instituições com o foco no
setor SST. (HUDSON, 2000)
Um dos pontos chave de melhorias propostas por Lord Cullen foi a criação dos
“Safety Cases”, sugerindo uma sistematização dos processos de segurança, citando
recém-publicada norma ISO 9000:1987. Os “Safety Cases” deveriam conter objetivos
claros, gerenciamento de riscos e deveria ser um documento atualizado
35

constantemente, para que servisse como base para operações seguras


continuadamente. De acordo com Hudson, 2000, à medida que as grandes
multinacionais passaram a adotar os “Safety Cases” estes se espalharam pelo mundo
evoluindo para o que conhecemos como os Sistemas de Gestão de SST. (GRAAF;
HUDSON, 2002) (HUDSON, 2000)
Em 1974 foi criado o Fórum Internacional de Exploração e Produção de Óleo e
Gás (atualmente conhecido como IOGP – International Association of Oil & Gas
Producers), com o objetivo de unificar discussões e oportunidades de melhoria par ao
setor de produção e exploração, além de ter um foco particular nas medidas de
proteção à segurança das pessoas e do meio ambiente. Em 1987 foram publicadas
as primeiras estatísticas globais de performance em segurança, com as empresas e
países participantes, e em 1994 lançou o documento: “Guidelines for the development
and application of health, safety and environmental management systems”, em
tradução livre: Diretrizes para o desenvolvimento e implantação de sistemas de saúde,
segurança e meio ambiente (IOGP, 1994). A publicação deste guia foi realizada em
conjunto com os membros participantes, para garantir seu embasamento nas
experiências de cada empresa e o comprometimento dos mesmos em usá-la como
guia na implantação de seus sistemas de SST e meio ambiente.
A empresa estudada neste trabalho, utilizou o guia da IOGP citado como base
para a primeira versão de seu Sistema de Gestão de SST e o desenvolve
continuamente ao passar dos anos, a partir de programas internos, planos de ação
devido a acidentes recorrentes e por requisitos de clientes, até o sistema de SST atual.

2.3 GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

2.3.1 A Evolução dos Sistemas de Gestão de SST

A origem dos sistemas de gestão passa por contribuições na área da qualidade


até padrões específicos para cada área de atuação das organizações. A
implementação de um sistema de gestão traz como benefícios maior controle de
36

custos, visão sistêmica dos processos, redução de retrabalho, minimização dos riscos
de saúde e segurança no trabalho e aumento da satisfação do cliente, por exemplo.
(TORP; MOEN, 2006) (MOHAMAD et al., 2014)
A partir da evolução dos sistemas de gestão de qualidade e da sua filosofia, a
gestão passou a levar em consideração as consequências ao meio ambiente nas
etapas dos processos, ao mesmo tempo em que as legislações nacionais passaram a
ser mais rigorosas e as ações para minimização de perdas em processo começaram
a ser vistas como oportunas fontes de redução de custo. (MOHAMAD et al., 2014)
A gestão de SST começou a ser modelada a partir de diretrizes, leis e
recomendações, feitas a partir dos governos locais, sindicatos e também de demandas
dos clientes. As empresas que possuíam menores índices de acidentes passaram a
ter suas práticas adaptadas para outros mercados e até para concorrentes, a partir do
benchmarking. As características que elas apresentavam em comum eram, por
exemplo: preocupação da gerência e seu envolvimento na construção da cultura de
segurança, alto número de treinamentos focados em segurança nas atividades,
melhores práticas de contratação, métodos de análises de riscos, entre outros fatores
que compõe hoje um Sistema de Gestão de SST. Essas práticas passaram a ser mais
comuns e adaptadas de empresa para empresa, sendo alinhadas às estratégias da
corporação e com metas e objetivos a serem atendidos. (ROBSON et al., 2007)
(VINODKUMAR; BHASI, 2011) (WALTERS; WADSWORTH, 2017)
O governo britânico e a OIT tem um papel importante na institucionalização dos
sistemas de SST. Os primeiros guias e diretrizes internacionais mais relevantes foram
publicados pelo governo britânico e pelo BSI. Em 1991 o departamento de SST criou
o guia “Managing for health and safety - HSG65”, com sua terceira edição publicada
em 2013, que traz informações e conceitos relevantes sobre como criar bases para
um Sistema de Gestão de SST. Em 1996, o BSI criou com o apoio da DNV a BS
8800:1996, que serviu como uma diretriz, mais completa que o HSG65. Em 1999 a
publicação da OHSAS 18001:1999 foi um marco, como a primeira norma internacional
de gestão de SST certificável, trazendo mais credibilidade aos sistemas de gestão de
SST das corporações. (VINODKUMAR; BHASI, 2011) (HEALTH AND SAFETY
EXECUTIVE, 2013) (JONES, 2015)
A OIT publicou em 2001 um guia genérico denominado de “ILO-OSH:2001
Guidelines on occupational safety and health management systems” com orientações
da maior organização do tema SST no mundo. Este guia serviu como uma confirmação
37

da tendência positiva que as empresas estavam começando a apresentar: a


implantação de sistemas de gestão de SST com processos cada vez mais robustos,
focados no atendimento à legislação e em gerenciar os riscos que os colaboradores
estão expostos nas atividades, além de seguir o caminho dos sistemas de gestão da
qualidade e do meio ambiente. (ILO, 2001) (JONES, 2015)
A publicação da OHSAS 18001:2007 foi realizada com o objetivo de apresentar
uma estrutura mais acessível à integração com os outros sistemas, de qualidade e
meio ambiente. A norma, inclusive, apresenta no seu anexo A um quadro de
correspondência entre as normas OHSAS 18001:2007, ISO 14001:2004 and ISO
9001:2000, mostrando o alinhamento entre os requisitos. A OHSAS versão 2007
apresenta como uma das principais referências a publicação da OIT de 2001,
mostrando o alinhamento das instituições. (BSI, 2007)
A publicação da norma ISO 45001:2018 neste ano, confirmou o objetivo da
instituição de facilitar a integração entre as normas. A estrutura de alto nível é a mesma
utilizada pelas normas publicadas a partir de 2015. A ISO 45001:2018, apesar de muito
alinhada com a OHSAS 18001, possui alguns requisitos diferentes, que buscam
atuação da liderança nos processos de segurança, maior rigidez na cadeia de
fornecedores e a gestão dos riscos, por exemplo, trazendo uma nova face aos
sistemas de SST das empresas. (KAUPPILA; HÄRKÖNEN; VÄYRYNEN, 2015)
(HEMPHILL; KELLEY, 2016) (ISO, 2018a)
A partir da possibilidade de certificação dos sistemas de gestão baseados em
normas internacionais, muitas empresas passaram a implementar as certificações
com o objetivo de garantir um nível de qualidade dos seus sistemas. (AUDIFFREN;
GUARNIERI; RALLO, 2014). De acordo com a literatura, existem pontos positivos e
pontos negativos em processos de certificação de sistemas de gestão. A seguir as
duas perspectivas serão apresentadas.

2.3.2 Críticas do processo de certificação de sistemas de gestão

Apesar dos sistemas de gestão terem se desenvolvido com o objetivo de


evolução das empresas, o processo de certificação possui pontos importantes a serem
considerados. De acordo com uma pesquisa envolvendo 820 profissionais de SST
realizada por (AUDIFFREN; GUARNIERI; RALLO, 2014) em 2011 na França, 78% dos
38

profissionais afirmaram ser possível atender todos os requisitos da OHSAS 18001 e


ao mesmo tempo apresentar falhas em relação ao cumprimento da legislação. A
certificação pode estar trazendo uma falsa sensação de que o sistema de SST está
garantindo o cumprimento com a legislação. (ROBSON et al., 2007)
A grande quantidade de documentos que a certificação demanda é outro ponto
constante de críticas, tornando a certificação uma burocracia aos olhos dos
colaboradores e dos próprios gerentes, principalmente em empresas que não
possuem um sistema de SST antes da certificação. A falta de entendimento e de
envolvimento dos colaboradores na implementação da norma faz com que estes não
se integrem ao sistema e passem a enxergar o processo de certificação apenas como
uma maior carga de obrigações. (PODGÓRSKI, 2015) (GHAHRAMANI, 2016)
Outro fator importante é que algumas auditorias de sistema focam muito mais
no cumprimento dos requisitos estipulados pela norma e a interação com os
procedimentos do que nos fatores humanos, nos potenciais erros técnicos e no
relacionamento entre empregador e colaboradores, por exemplo, pontos que
agregariam muito mais na prevenção de acidentes e na redução dos riscos das
atividades. Além disso, existe um grande número de empresas certificadoras que
também prestam o serviço de consultoria para certificação, algo incoerente, já que
poderia exercer os dois papeis. Pontos como estes podem ter como consequência
uma empresa certificada com um sistema de SST ineficaz. (FERNÁNDEZ-MUÑIZ;
MONTES-PEÓN; VÁZQUEZ-ORDÁS, 2012) (AUDIFFREN; GUARNIERI; RALLO,
2014) (PODGÓRSKI, 2015)
O certificado, muitas vezes exigido pelos maiores clientes, pode significar para
a empresa o cumprimento de um requisito do cliente, e não uma chancela de norma
internacional para o seu sistema de SST. A implementação do sistema baseado na
OHSAS 18001, não garante por si só a redução das taxas de acidentes, a melhoria
dos processos, o envolvimento dos colaboradores, entre outros, são variáveis que
devem ser levadas em consideração no contexto da empresa para garantir a eficácia
do sistema. A cultura organizacional, o envolvimento da gerência e dos colaboradores,
entre outros fatores, também impactam diretamente nos índices de segurança.
(GHAHRAMANI; SUMMALA, 2017)
Algumas organizações, possuem bons procedimentos, bom planejamento dos
processos de SST, contudo, nem sempre cumprem exatamente o que está descrito
39

nos documentos. E apenas focam nos processos do sistema de SST quando estão
próximos de uma auditoria do cliente ou da certificadora. (GHAHRAMANI, 2017)
A sistemática de uma auditoria pode não ser eficaz ao ponto de identificar
grandes falhas em um sistema SST. Um dos exemplos disso é o caso da explosão de
uma planta de gás da empresa Esso, em Longford, na Austrália em 1998, menos de
um ano após uma auditoria do sistema. Investigações posteriores comprovaram que
o treinamento era ineficaz, falha na metodologia de análise de riscos e um sistema de
auditoria que não funcionava da forma adequada, já que as falhas que ocasionaram a
explosão poderiam ter sido evitadas pelo sistema de SST da empresa. Apesar de
naquele período a OHSAS ainda não era certificável, ela apresentava um sistema de
SST que contemplava manuais, procedimentos, metodologias de análises de riscos,
entre outros requisitos de um sistema de gestão. (HOPKINS, 2000) (HOHNEN;
HASLE, 2011)

2.3.3 Vantagens do processo de certificação da OHSAS 18001

Os benefícios que pode as empresas podem ter com a certificação da norma


internacional de SST são variados. Para a obtenção da certificação, as empresas
devem possuir uma sistemática que auxilia a garantir o cumprimento da legislação
nacional e das demandas das partes interessadas, além disso, exige que os
processos organizacionais tenham um foco na melhoria contínua das condições de
trabalho e minimização de riscos. (SANTOS et al., 2013)
Um estudo realizado por (TOMPA et al., 2016) em indústrias americanas,
apresenta uma relação forte entre a certificação OHSAS 18001 e o aumento das
vendas, a melhora na produtividade e a melhora no faturamento das organizações,
além de redução nos indicadores de SST. O estudo também aponta que as empresas
com SGI (Sistemas de Gestão integrado), ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001,
tendem a apresentar melhores resultados operacionais e de saúde e segurança do
que as empresas sem um SGI.
A certificação OHSAS 18001 pode ser requisito do cliente para seus
fornecedores. Os clientes e os órgãos governamentais, passam a entender que a
empresa possui uma sistemática com política, procedimentos para identificação de
riscos e medidas de controle relacionadas à prevenção de acidentes. Este sistema
40

certificado traz um nível mínimo de confiança do cliente para o provedor de serviço,


podendo inclusive ser determinante na contratação de serviços. (SANTOS et al.,
2013) (LO et al., 2014)
Em alguns casos, apesar desta implementação ser proveniente uma demanda
externa, ela pode acarretar em mudanças positivas para as organizações. O
estabelecimento de metas e o planejamento de como alcança-las, os métodos para
a tratativa de problemas e não conformidades e a característica de melhoria contínua
são uns dos requisitos que a empresa incorpora e garante em seu sistema quando
este é certificado. A cultura de segurança pode ter um potencial fortalecimento com
a implementação dos processos certificas, principalmente se houver envolvimento da
gerência e dos colaboradores. (GRANERUD; ROCHA, 2011)

2.4 ILO OHS 2001

As diretrizes da publicação ILO OHS 2001 - Guidelines on Occupational Safety


and Health Management Systems, pela Organização Internacional do Trabalho, são
um marco importante em relação para sistemas de gestão de SST, já que é
considerado um guia genérico, não certificável, a ser utilizado por qualquer tipo de
organização ou governo. O guia, que se mantém baseado no PDCA, Plan-Do-Check-
Act, seguindo a OHSAS 18001:1999, e também possui etapas semelhantes à norma,
além de um glossário, definindo termos do tema. (ILO, 2001) (JONES, 2015)
Apesar de ter sido publicado em 2001, o guia possui uma grande influência na
última versão da OHSAS 18001:2007 e continuou em este papel na ISO 45001:2018.
As diretrizes sugerem o envolvimento da liderança nas atividades de SST com o
objetivo de estabelecer e manter o sistema de SST. Além disso, também ressalta que
a participação dos colaboradores nos elementos do sistema é essencial para o
estabelecimento de um sistema de SST eficaz. A ISO 45001: 2018, publicada 17 anos
depois, traz um foco importante nestes dois pontos do guia, mostrando a marca do
alinhamento da OIT com a nova norma. (ILO, 2001) (BSI, 2007) (ISO, 2018a)
O documento tem como foco de aplicação em âmbito nacional e o
organizacional. Para o primeiro, o sugere o uso do guia pelos governos nacionais para
aplicação de uma política nacional de SST que dê suporte a partir de normas e leis, e
fiscalize as empresas visando a proteção dos trabalhadores. Já para o segundo, o
41

objetivo é a melhoria contínua da performance em SST pelas organizações, utilizando


o guia como base para os seus sistemas de gestão em busca do trabalho decente,
termo utilizado pela organização se referindo a um trabalho seguro em condições
iguais para todos os seres humanos. (ILO, 2001)

2.5 OHSAS 18001

Em 1996 o guia mais representativo de SST foi publicado pela British Standards
Institute (BSI), o BS 8800. Apesar de não ter sido publicado como um padrão
internacional no momento, passou a ser utilizado como referência de Sistema de
Gestão de SST no mundo inteiro, principalmente na Europa. A OHSAS 18001:1999,
abreviação para Occupational Health and Safety Assessments Series, foi criada com
o apoio de outras instituições de certificação, especialistas e órgãos de SST e passou
a ser certificável devido a demanda internacional. Neste ponto, a OHSAS já era
baseada na melhoria contínua, utilizando o ciclo PDCA no seu desenvolvimento e
trazia requisitos importantes para a criação de procedimentos de SST no sistema de
gestão. (VINODKUMAR; BHASI, 2011) (NAGYOVA et al., 2018)
A partir da grande utilização internacional da OHSAS 18001:1999, que em 2006
já estava presente em 80 países, a BSI realizou um levantamento com diversas
instituições e foi analisada a necessidade de uma atualização na norma, tendo como
ponto chave a compatibilidade com a ISO 9001:2000 e a ISO 14001:2004, buscando
o Sistema de Gestão Integrado. Além de facilitar a integração entre os padrões, a
OHSAS 18001:2007 foi publicada com atualizações sobre a norma anterior em pontos
como a preocupação com a saúde do trabalhador, a importância do método de análise
de risco, entre outras atualizações. A norma compara seus requisitos com a importante
publicação da OIT em 2001, a ILO OHS 2001. (SEGUNDO; SOUZA, 2016)
(NAGYOVA et al., 2018)
De acordo com (SARACINO et al., 2015) a OHSAS 18001 é a certificação
internacional de SST mais reconhecida do mundo. Ela é uma relevante base para um
Sistema de Gestão de SST, e é considerada pré-requisito para prestação de serviços
por muitos clientes. É realizada por empresas certificadoras especializadas e os
processos de saúde e segurança no trabalho devem seguir os requisitos exigidos e a
comprovação de tratativas, o mapeamento dos processos e as medidas de mitigação
42

dos riscos da exposição dos trabalhadores, o que faz com que as empresas sejam
obrigadas a seguir os processos do sistema. A norma garante que as empresas
possuam documentos como política de saúde e segurança, procedimentos para
identificação de riscos, ferramentas de tratativa para desvios, acidentes ou falhas nos
processos, além da implementação de medidas de controle relacionadas aos riscos
identificados. (BSI, 2007) (LO et al., 2014)
A interação do ciclo PDCA com os requisitos da OHSAS 18001 é fundamental
para a melhoria contínua do sistema de SST. Esta característica garante que ações
serão geradas para corrigir falhas do sistema e buscar evitar a reincidência. Para os
clientes, a melhoria contínua dos processos de SST representam como um
compromisso da empresa a favor da proteção dos seus colaboradores. A
representação do ciclo com os requisitos da norma OHSAS 18001:2007 pode ser
analisada na figura 2:

Figura 2: PDCA – OHSAS 18001:2007


Fonte: Adaptado de (BSI, 2007)

A partir de informações da própria BSI, em seu website, a OHSAS 18001 será


descontinuada e as empresas certificadas deverão migrar em até três anos para a ISO
45001:2018. A ISO passou a estar mais próxima da norma OHSAS após grande
repercussão da norma entre as grandes corporações. Esta aproximação trouxe como
consequência a criação do Comitê Técnico para elaboração de novas normas da ISO
43

em 2013, que seria responsável pelo início dos estudos que originaram a ISO
45001:2018. (BSI, 2017)

2.6 A INSTITUIÇÃO ISO E A NORMA ISO 45001:2018

A ISO, International Organization for Standardization, foi fundada em 1947 em


Londres, na Inglaterra, mudando a sua sede posteriormente em 1949 para Genebra,
na Suíça. A sigla ISO deriva da palavra grega isos, que significa isonomia, igualdade.
A criação da organização foi baseada na união de duas instituições: a ISA,
International Federation of the National Standardizing Associations, uma organização
criada nos Estados Unidos com sede na Suíça, e a UNSCC, United Nations Standards
Coordinating Committee, uma organização Britânica com sede em Londres.
(LATIMER, 1997)
A união entre as duas organizações, que enfrentavam dificuldades em se
estabilizar durante o conturbado período antes do fim da Segunda Guerra Mundial,
não foi tão simples no primeiro momento, já que ambas instituições precisavam
encerrar suas atividades para iniciar a nova organização. De acordo com relatos do
livro de Jack Latimer publicado em 1997, “Friendship among equals”, que significa
amizade entre os semelhantes em português, o sucesso da junção das organizações
foi em prol da instituição a ser criada. (LATIMER, 1997)
Nos anos 50, as normas eram conhecidas como recomendações e existem
registros de aproximadamente 100 recomendações terem sido geradas neste período,
enquanto nos anos 60 a ISO publicou aproximadamente 1400. A instituição passou de
um status de pequena para ser reconhecida e solicitada pelas Nações Unidas para
criação de padrões, com membros de 14 países diferentes.
Em 1987 a ISO publica a primeira versão da série ISO 9000, sobre garantia da
qualidade. Este padrão é considerado como um dos elementos chave para o
crescimento da internacionalização das organizações (FONSECA, 2015). A norma
passou a ser certificáveis pelas instituições de normalização e houve significativa
aderência até os dias de hoje, superando a quantidade de um milhão de empresas
certificadas no mundo. A norma de gestão do meio ambiente ISO 14001 foi criada em
1996, permitindo as organizações a inserirem a preocupação com o atendimento da
legislação local e o comprometimento com o cuidado com o meio ambiente em seu
44

sistema de gestão. As normas ISO 9001 foi revisada em 1994, 2000, 2008 e 2015,
enquanto a norma ISO 14001 em 2004, 2009 e 2015. As últimas atualizações, feitas
em 2015, apresentam as suas estruturas baseadas no Anexo SL, ou estrutura de alto
nível, diretriz da ISO para padronização de termos e de estruturas das normas.
Enquanto as empresas utilizavam a OHSAS 18001, a ISO identificou, junto aos
organismos internacionais de padronização, a necessidade de uma atualização no
sistema de gestão de saúde e segurança no trabalho. A última versão da OHSAS
18001, revisada em 2007, já apresentava características estruturais bem semelhantes
às normas da ISO. Juntas, as três normas internacionais vinham sendo amplamente
utilizadas como base do Sistema de Gestão Integrado de diversas empresas. O
Comitê Técnico para criação da ISO 45001:2018, substituta da norma OHSAS, foi
instituído em 2013, quando se iniciou o processo de criação, revisão e validação da
norma.
A ISO possui diretrizes relacionadas à criação das normas, todas devem seguir
as etapas determinadas pela instituição, que são separados em seis etapas: proposta,
preparação, comitês, consultas, aprovação e publicação. Todas elas possuem suas
sub etapas que passam por votações em todas as fases, podendo sempre retornar à
fase anterior, ser revisada ou avançar para o próximo passo. (ISO, 2017)
A ISO 45001:2018 foi oficialmente publicada no dia 12 de março de 2018. A
aprovação do projeto da norma aconteceu em outubro de 2013. A figura 3 ilustra os
momentos chave desde a aprovação do projeto até a publicação da norma:
45

Figura 3: Linha do tempo – processo de criação da norma ISO 45001:2018


Fonte: Adaptado de (ISO, 2017)

A ISO 45001:2018, cujo projeto inicial foi apresentado em 2013, também


apresentará suas estruturas baseadas no Anexo SL. Desta forma, a integração dos
sistemas de gestão foi facilitada pela instituição internacional. A nova norma foi criada
com o objetivo de incluir requisitos já presentes nas normas de qualidade e meio
ambiente, como o aumento da participação da liderança em todos os processos e
passa a levar em consideração a gestão de riscos e ressalta a necessidade da
melhoria contínua nas condições de trabalho. O reconhecimento global de padrões de
segurança se confirmou em 2011, quando os sistemas de SST passaram a ser
reconhecidos como pela OIT, como ferramenta eficaz na redução do número de
fatalidades e de acidentes. (FONSECA, 2015) (JONES, 2015) (KAUPPILA;
HÄRKÖNEN; VÄYRYNEN, 2015)
Alguns dos pontos chave de mudança da nova norma internacional de SST são:
gestão de riscos, papel ativo da liderança, uso de dispositivos eletrônicos no
gerenciamento de documentos e o foco no contexto da organização, por exemplo
(JONES, 2015). o relatório de 2015 do Fórum Econômico Mundial: “A New Paradigm:
Shared Responsibility in Supply Chains”, alinhado com as novas diretrizes da norma,
enfatiza que a gestão da saúde e segurança no trabalho deve passar os limites das
próprias organizações e se expandir para as suas cadeias de suprimentos, garantindo
46

a responsabilidade compartilhada nas condições de trabalho em todo o processo


produtivo. (WORLD ECONOMIC FORUM, 2015)
A norma se manteve com base no PDCA, da mesma forma que a OHSAS
18001 e as diretrizes da ILO OHS 2001, garantindo para a empresa a melhoria
contínua dos processos e a correção de desvios. O PDCA está presente na estrutura
dos requisitos da ISO, onde a ordem destes segue a ordem do ciclo. (HEMPHILL;
KELLEY, 2016) (NAGYOVA et al., 2018)
A figura 4 apresenta alguns de seus requisitos dentro do ciclo, de forma semelhante à
OHSAS:

Figura 4: PDCA – ISO 45001:2018


Fonte: Adaptado de (ISO, 2018a)

A construção da norma também foi alinhada com o discurso da OIT que enfatiza
que os direitos humanos devem ser valorizados em larga escala, de acordo com
(HEMPHILL; KELLEY, 2016). Os autores apresentam a ideia de que a
responsabilidade de garantir que todos os postos de trabalho, até o fim da cadeia,
devem ser dignos e seguros e tratados de forma justa. Segundo este artigo, as
empresas restringem os suas avaliações e auditorias nas empresas chaves de
fornecimento, sem considerarem as menos significativas na cadeia de suprimentos.
Os riscos presentes nestas empresas de menor expressão não são valorizados como
nas de maior expressão, porém todo posto de trabalho deve ser tratado da mesma
47

forma, e a ISO 45001:2018 passará a agregar esta responsabilidade às empresas


certificadas.

2.6.1 ISO 45001:2018 e a CIPA no Brasil

A ISO 45001:2018 tem como uma das mudanças em relação à OHSAS


18001:2007 é participação dos trabalhadores e, quando aplicável, seus
representantes, nos processos de SST. A norma OHSAS também possuía um
requisito que tratava de participação dos trabalhadores, porém a ISO trata a
participação dos trabalhadores no mesmo patamar que o comprometimento da
liderança, por exemplo. Em diversos requisitos da nova norma, os trabalhadores são
citados de forma geral, como gerência e trabalhadores de níveis hierárquicos mais
baixos, uma definição mais abrangente. Em todos os requisitos da norma ISO
45001:2018 do 4 ao 10, a participação dos colaboradores é requisito ou é citada pelo
menos uma vez. (ISO, 2018a)
A legislação brasileira, a partir das Normas Regulamentadoras, exige uma série
requisitos mínimos das empresas. A NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA), atualizada pela última vez em 2011, trata da criação de uma
comissão dentro das organizações, onde tem como objetivo “a prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador”. Todas as empresas são obrigadas a terem uma CIPA cumprindo os
requisitos da NR 5, de acordo com o tipo de atividade e do número de funcionários, a
empresa deve ter uma certa quantidade de membros eleitos na CIPA. (MTE, 2011)
A CIPA deve ser considerada uma importante forma de participação de
representantes dos trabalhadores, atendendo a ISO 45001:2018 em diversos
requisitos. Quando ativa e parte efetiva da empresa, a CIPA pode ser um meio
transformador positivo, tanto na comunicação ativa entre trabalhadores e gerência,
como também uma forma de integrar as necessidades da organização com as
necessidades dos trabalhadores relacionadas à saúde e segurança.
48

2.6.2 Anexo SL – Estrutura de Alto Nível

O “Annex SL – Propposals for management systems standards”, ou High Level


Structure, traduzido para Estrutura de Alto Nível, é considerado um guia para a escrita
de propostas de normas de sistemas gestão da ISO. Todos os novos padrões, ou
atualizações de padrões existentes, seguirão o mesmo modelo. O objetivo da
elaboração desta estrutura é de buscar uniformidade (SZARYSZOV; KLEINOVÁ,
2014). A estrutura utilizada na elaboração das normas é apresentada no quadro 1:

Estrutura de Alto Nível


0 Introdução
1 Escopo
2 Referências normativas
3 Termos e definições
4 Contexto da organização
5 Liderança e participação dos trabalhadores
6 Planejamento
7 Apoio
8 Operação
9 Avaliação de desempenho
10 Melhoria
Anexo A – Guia para uso
Quadro 1: Estrutura de Alto Nível
Fonte: Adaptado de (ISO, 2018a)

A única diferença presente na estrutura da ISO 45001:2018, conforme o quadro


1 em relação às outras normas é que o requisito número 5 apresenta o título Liderança
e Participação dos trabalhadores, enquanto que nas outras normas o título é apenas
Liderança. (NAGYOVA et al., 2018)
A Estrutura de Alto Nível institui um modelo de fácil integração com normas
publicadas com as outras, principalmente a ISO 9001 e a ISO 14001. É uma estrutura
genérica dos padrões dos sistemas de gestão publicados pela instituição, onde as
definições e os tópicos serão comuns aos outros, e o processo de gestão das
certificações se tornam mais consistentes. Para as empresas, ao adequar a uma
norma junto com outra, se torna muito mais simples, sem duplicação de informações
e torna o processo menos burocrático, somando apenas os subtópicos específicos
49

referentes à cada técnica específica. (FONSECA, 2015) (JONES, 2015) (KAUPPILA;


HÄRKÖNEN; VÄYRYNEN, 2015)

2.6.3 As diferenças entre a OHSAS 18001:2007 e a ISO 45001:2018

A norma ISO 45001:2018 manteve alguns termos utilizados pela OHSAS


18001:2007, enquanto novos foram criados, como por exemplo o requisito 4.1 –
Compreensão da organização e seu contexto. Muitos dos requisitos passaram a seguir
a Estrutura de Alto Nível e novos subníveis foram criados de forma a atender os
objetivos da nova norma. As diferenças estruturais entre as duas normas são
representadas pela cor verde no quadro 2.

ISO 45001:2018 OHSAS 18001:2007


0 Introdução 0 Introdução
1 Escopo 1 Escopo
2 Referências normativas 2 Referências normativas
3 Termos e definições 3 Termos e definições
4 Contexto da organização 4 Requisitos do sistema de gestão da SST
4.1 Compreensão da organização e seu contexto
Compreensão das necessidades e expectativas Novo requisito
4.2
dos trabalhadores e outras partes interessadas
Determinação do escopo do Sistema de Gestão de
4.3
SST 4.1 Requisitos gerais
4.4 Sistema de Gestão de SST
5 Liderança e participação dos trabalhadores
Recursos, funções, responsabilidades, prestações de
5.1 Liderança e comprometimento 4.4.1
contas e autoridades

5.2 Política de SST 4.2 Política de SST


Funções, responsabilidades e autoridades Recursos, funções, responsabilidades, prestações de
5.3 4.4.1
organizacionais contas e autoridades
5.4 Consulta e participação de trabalhadores 4.4.3.2 Participação e consulta
6 Planejamento 4.3 Planejamento
6.1 Ações para abordar riscos e oportunidades Novo requisito
6.1.1 Generalidades
Identificação de perigo e avaliação de riscos e
6.1.2
oportunidades Identificação de perigos, avaliação de riscos e
4.3.1
6.1.2.1 Identificação de perigo determinação de controles
Avaliação dos riscos de SST e outros riscos para o
6.1.2.2
Sistema de Gestão de SST
50

Avaliação de oportunidades de SST e outras


6.1.2.3 Novo requisito
oportunidades do Sistema de Gestão de SST
Determinação dos requisitos legais e outros
6.1.3 4.3.2 Requisitos legais e outros
requisitos
6.1.4 Plano de ação Novo requisito
6.2 Objetivos de SST e planejamento para alcançá-los
6.2.1 Objetivos de SST 4.3.3 Objetivos e programas
6.2.2 Planejamento para atingir os objetivos de SST
7 Suporte 4.4 Implementação e operação
Recursos, funções, responsabilidades, prestações de
7.1 Recursos 4.4.1
contas e autoridades
7.2 Competência
4.4.2 Competência treinamento e conscientização
7.3 Conscientização
7.4 Comunicação 4.4.3.1 Comunicação
7.5 Informação documentada 4.4.4 Documentação
7.5.1 Generalidades 4.4.5 Controle de documentos
7.5.2 Criação e atualização
4.5.4 Controle de registros
7.5.3 Controle de informação documentada
8 Operação 4.4 Implementação e operação
8.1 Planejamento e controle operacional
4.4.6 Controle operacional
8.1.1 Generalidades
Identificação de perigos, avaliação de riscos e
8.1.2 Eliminar perigos e reduzir riscos de SST 4.3.1
determinação de controles
8.2 Gestão da mudança
8.3 Terceirização
4.6 Análise crítica pela direção
8.4 Aquisição
8.5 Contratados
8.6 Preparação e resposta de emergência 4.4.7 Preparação e respostas a emergências
9 Avaliação de desempenho 4.5 Verificação
Monitoramento, medição, análise e avaliação de
9.1
desempenho 4.5.1 Monitoramento e medição do desempenho
9.1.1 Generalidades
9.1.2 Avaliação da conformidade 4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros
9.2 Auditoria interna 4.5.5 Auditoria interna
9.3 Análise crítica pela Direção 4.6 Análise crítica pela direção
10 Melhoria
10.1 Generalidades
Investigação de incidente, não-conformidade, ação
4.5.3
corretiva e ação preventiva
10.2 Incidente, não conformidade e ação corretiva
4.5.3.1 Investigação de incidente
4.5.3.2 Não-conformidade, ação corretiva e ação-preventiva
10.3 Melhoria contínua Novo requisito

Quadro 2: Comparação estrutural ISO 45001:2018 x OHSAS 18001:2007


51

Fonte: O autor, baseado em (BSI, 2017; ISO, 2018a)

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Este capítulo tem como objetivo apresentar os procedimentos metodológicos


necessários para a realização da pesquisa. O tipo de pesquisa que foi realizado, os
instrumentos de coleta de dados e a forma que estes foram analisados estão
presentes neste tópico para apresentar o leitor o processo geral de construção do
projeto.
52

3.1 CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA DA PESQUISA

A pesquisa deve ser considerada como uma pesquisa exploratória e a natureza


desta pesquisa pode ser classificada como uma pesquisa aplicada, tendo em vista a
aplicação da ferramenta desenvolvida. A forma de abordagem do problema da
pesquisa é qualitativa, já que a coleta de dados será realizada a partir dos documentos
da empresa objeto de estudo. (GIL, 2008)

3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

A pesquisa possui o direcionamento teórico baseado em revisões de literatura


sobre a construção e a evolução dos Sistemas de Saúde e Segurança do Trabalho,
as normas OHSAS 18001:2007 e ISO 45001:2018, suas estruturas, requisitos,
atualizações e críticas, sobre os Sistemas de Gestão e sobre o histórico de saúde e
segurança no trabalho. Os conceitos apresentados, as normas citadas e os processos
relacionados ao tema são parte essencial para o desenvolvimento da ferramenta a ser
proposta.
Para a construção deste trabalho foi utilizado o mapa da literatura, baseado em
(CRESWELL, 2007):
53

Mapa da Literatura Principais autores

2.1 CENÁRIO ATUAL DA SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO (ILO, 2017a) (JONES, 2015) (ONU; GOVERNO
FEDERAL, 2015) (MTE, 2016) (MINISTÉRIO DA
Cenário Global FAZENDA; INSS; DATAPREV, 2013)
Cenário Nacional

2.2 SISTEMAS DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO


(BROWNE, 1973) (MILLER, 1991) (IOGP, 1994)
As bases da Saúde e Segurança do Trabalho (HUDSON, 2000) (BLUFF, 2012) (JONES, 2015)
A influência da criação da OIT pelo Mundo (SIRRS, 2016)
(ALMEIDA; LIMA, 2018)
Adoção das Leis Trabalhistas Brasileiras
As bases para a SST no ramo de Óleo e Gás

2.3 GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO (OIT, 2001) (BSI, 2007) (VINODKUMAR; BHASI,
2011) (GRANERUD; ROCHA, 2011) (MOHAMAD et
A Evolução dos Sistemas de Gestão de SST al., 2014)(JONES, 2015) (PODGÓRSKI, 2015)
Críticas do processo de certificação de sistemas de gestão (WALTERS; WADSWORTH, 2017) (ISO, 2018a)
Vantagens do processo de certificação da OHSAS 18001

2.4 ILO OHS 2001 (OIT, 2001) (BSI, 2007) (JONES, 2015)

(BSI, 2007) (VINODKUMAR; BHASI, 2011)


2.5 OHSAS 18001 (SARACINO et al., 2015) (NAGYOVA et al., 2018)

2.6 A INSTITUIÇÃO ISO E A NORMA ISO 45001


(SZARYSZOV; KLEINOVÁ, 2014) (FONSECA, 2015)
ISO 45001:2018 e a CIPA no Brasil (JONES, 2015) (HEMPHILL; KELLEY, 2016) (NAGYOVA
Anexo SL – Estrutura de Alto Nível et al., 2018) (ISO, 2018a)

As diferenças entre a OHSAS 18001:2007 e a ISO 45001:2018

Quadro 3: Principais autores por tópico


Fonte: O autor, adaptado de (CRESWELL, 2007)

O desenvolvimento desta etapa consiste na elaboração de uma ferramenta com


113 tópicos de análise com base desde o requisito 4 até o 10 da norma ISO
45001:2018. Estes foram distribuídos entre os requisitos, conforme resumo na tabela
3, com tradução livre dos requisitos da norma:

Requisito Tópicos
4 Contexto da Organização 8
5 Liderança e participação dos trabalhadores 16
6 Planejamento 22
7 Apoio 20
8 Operação 19
9 Avaliação de desempenho 18
10 Melhoria 10
Tabela 3: Distribuição de perguntas da Lista de Verificação
Fonte: O autor

A ferramenta foi denominada Lista de Verificação, termo utilizado por


profissionais da área de consultoria para checar conformidade dos requisitos da norma
54

quando analisado um sistema de gestão. A lista foi desenvolvida com o objetivo de


comparar o Sistema de Gestão de SST de uma organização com os requisitos da nova
norma ISO 45001:2018. A aplicação desta foi realizada na empresa objeto de estudo.

3.2.1 Desenvolvimento da Lista de Verificação

A Lista de Verificação foi totalmente baseada nos requisitos da norma ISO


45001:2018 e no seu anexo A, que provém explicações e exemplos para cada
requisito de uma forma prática e objetiva. Seu objetivo é que os tópicos presentes na
lista possam trazer o entendimento real do que é necessário para atender aquele
requisito. O quadro 4 representa o modelo utilizado na Lista de Verificação.

Evidência
ISO 45001:2018 - Requisitos Tópicos Comentários Respostas
Comprobatória
0 Introdução
1 Escopo Atende Atende
Não atende
2 Referências normativas completamente parcialmente

3 Termos e definições
4 Contexto da organização
A empresa define o contexto interno e o externo em que a
organização está inserida e que influencia o seu SGSST? Ex: Em
relação à legislação, governo, clientes, concorrentes e
Compreensão da
4.1 colaboradores.
organização e seu contexto
A empresa possui um levantamento das oportunidades e das
ameaças dos fatores internos e externos que possam afetar o
SGSST?

Compreensão das
As partes interessadas foram definidas e suas expectativas são
necessidades e expectativas
4.2 levadas em consideração em todas as etapas do sistema? Estas
dos trabalhadores e outras
expectativas devem estar presentes como inputs dentro do SGSST.
partes interessadas

Quadro 4: Lista de Verificação ISO 45001:2018


Fonte: O autor, baseado em (ISO, 2018a)

A primeira coluna da ferramenta contém os requisitos da norma, que ainda não


possui tradução oficial e por isso possui tradução livre pelo autor. A segunda coluna
possui os tópicos elaborados para a análise do sistema de SST comparando com a
ISO 45001:2018. A coluna que solicita a “Evidência Comprobatória”, serve para
apontar onde encontrar esta comprovação, em caso de atendimento, de forma a
facilitar uma análise futura. A coluna “Comentários” deve ser utilizada para uma breve
explicação sobre as oportunidades de melhoria naquele tópico ou para sugestões do
aplicador.
55

A coluna de respostas foi baseada em escala com três níveis crescentes de


atendimento à ISO 45001:2018 (0, 1 e 2) e os termos utilizados foram:

 0 – Não atende: quando a empresa não possui nenhum item dos tópicos
ou não possui o processo relacionado àquele assunto;
 1 – Atende parcialmente: quando a empresa não possui evidência
comprobatória ou possui apenas parte dos itens perguntados;
 2 – Atende completamente: quando a empresa efetivamente possui
evidências que provem a resposta positiva à pergunta realizada;

Antes da aplicação, a Lista de Verificação passou por um processo de validação


por profissionais da área, conforme descrito no tópico 3.2.2.

3.2.2 Validação da Lista de Verificação

De forma a obter respaldo profissional, a Lista de Verificação foi enviada a três


profissionais que atuam em contato com sistemas de gestão de SST para a análise
do documento, críticas e sugestões. Além do documento em versão Excel, os
profissionais também receberam nove perguntas a serem respondidas via e-mail, para
que ficasse claro a experiência e a propriedade de cada um sobre o assunto. As nove
perguntas são apresentadas a seguir:

1- Nome:
2- Profissão:
3- Ramo de Atuação:
4- Você considera as perguntas aplicáveis a empresas de diferentes portes?
( ) Sim ( ) Não
5- Você considera as perguntas aplicáveis a empresas de diferentes ramos de
atuação?
( ) Sim ( ) Não
6- Na sua opinião, todas as perguntas da lista são de fácil entendimento?
( ) Sim ( ) Não
56

7- Você considera os sistemas de gestão de saúde e segurança relevante para


as empresas?
( ) Sim ( ) Não
8- Você acredita que a comparação do SGSST de uma empresa com os
requisitos da ISO 45001:2018 pode trazer benefícios?
( ) Sim ( ) Não
9- Você considera a certificação de um SGSST como algo benéfico para as
organizações?
( ) Sim ( ) Não

A partir de duas respostas obtidas, de três possíveis, a Lista de Verificação foi


revisada para garantir que esteja cumprindo o objetivo inicial. Nesta etapa do projeto,
alguns tópicos com possibilidade de duplicidade na avaliação foram descartados e
algumas oportunidades de melhoria sugeridas foram aplicadas. A Lista de Verificação
foi atualizada para a sua versão final antes da aplicação na empresa objeto de estudo.

3.2.3 Aplicação da Lista de Verificação

A aplicação da Lista de Verificação foi realizada com um engenheiro e um


técnico de SST da empresa objeto de estudo, que possuem experiência no sistema
de gestão da organização e que já foram qualificados como auditores internos da
OHSAS 18001:2007, garantindo assim o conhecimento técnico e a familiaridade com
o tema.
Para cada tópico analisado foi necessário apontar uma evidência
comprobatória correspondente, e estes registros foram analisados para garantir que
estão de acordo com o que o requisito demanda.

3.2.4 Avaliação do atendimento das respostas da Lista de Verificação


57

A partir do preenchimento da Lista de Verificação, as respostas consideradas:


“Atende completamente”, “Atende parcialmente” e “Não atende”, foram analisadas
com base na quantidade total de tópicos. Os percentuais de atendimento dos
requisitos representam o status atual dos processos em relação à norma ISO
45001:2018.
Os dados primários apresentam um direcionamento sobre as principais
oportunidades de melhoria em relação à conformidade da norma. O status é
apresentado graficamente de duas formas: Atendimento de tópicos por requisito e
Porcentagem global atendimento dos requisitos da ISO 45001:2018.

3.3 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS

A análise sistêmica dos processos, passando por todos os requisitos apontados


pela norma, foi a fonte de avaliação dos tópicos presentes na Lista de Verificação
desenvolvida. A partir das análises dos tópicos, foi possível gerar informações
suficientes para obter o status da empresa objeto de estudo em relação à norma ISO
45001:2018.
Com o objetivo de gerar insumos em relação à performance do sistema de SST
foi elaborada uma sistemática de pontuação que possibilita a comparação entre a
performance de cada requisito e entre locações. As informações de desempenho entre
requisitos auxiliam à tomada de decisões frente à priorização de ações rumo à
conformidade com a norma. Ao obter índices de desempenho de diferentes locações
é possível obter benchmarkings e realizar trocas entre as locações, visando aumentar
os índices de todas elas.

3.3.1 Sistemática de análise dos resultados

A análise dos tópicos da Lista de Verificação foi realizada de acordo com a


classificação de atendimento à norma. Os termos “Atende completamente”, “Atende
parcialmente” e “Não atende”, receberam os pesos de 2, 1 e 0, respectivamente,
possibilitando uma pontuação por requisito.
58

Para cada requisito foi desenvolvido uma quantidade de tópicos suficientes que
auxiliam na análise da conformidade geral do sistema. A partir da somatória das
respostas multiplicadas pelos respectivos pesos e dividindo o resultado pela
quantidade de tópicos do requisito, foi gerada uma pontuação denominada de IDR –
Índice de Desempenho por Requisito. Este índice apresenta o nível de conformidade
de cada requisito variando entre 100 e 0, sendo 100 o valor representando a
conformidade total daquele requisito, enquanto 0 o valor absoluto de não atendimento.
Os valores intermediários representam o não atendimento total de todos os tópicos do
requisito, podendo conter alguns tópicos com atendimento parcial e/ou não
atendimento aos requisitos da norma.
Para o sistema de SST ser considerado em conformidade com a norma, todos
os requisitos devem obter nota 100, ou seja, atenderem completamente a todos os
tópicos criados na Lista de Verificação. Contudo, no cenário atual, onde a norma foi
recém-publicada e o período de transição até a substituição da OHSAS 18001:2007
vai até 2021, o método de avaliação de desempenho permitirá a identificação de
oportunidades de melhoria com os IDRs abaixo de 100. Para que o plano de ações
em busca da conformidade tenha como primeiros passos a minimização de riscos à
saúde e à segurança dos colaboradores, uma sistemática de ranqueamento dos IDR
foi desenvolvida.
Ao considerar os objetivos principais da organização ISO na publicação da
norma ISO 45001:2018 e os autores presentes nesta revisão bibliográfica, foi possível
graduar os sete requisitos aplicáveis em pesos percentuais. Por exemplo, enquanto o
requisito 6- Planejamento possui peso 20%, o requisito 9- Avaliação de desempenho
possui peso 15%, com somatória dos pesos de cada requisito totalizando 100%. Desta
forma, foi possível diferenciar ações estruturais e documentais de ações práticas e
com resultados de maior impacto na saúde e segurança dos colaboradores.
A partir desta ponderação é possível obter o IDG – Índice de Desempenho
Global, que leva em consideração a somatória dos IDRs multiplicados pelos seus
respectivos valores de ponderação estipulados. A somatória final quando resultando
em 100, significa que a locação atende a todos os tópicos de conformidade da Lista
de Verificação. O valor obtido deve ser utilizado como efeito comparativo de diferentes
locações de uma mesma empresa, viabilizando troca de boas práticas e
potencializando a melhoria contínua dos sistemas de SST das locações.
59

Para classificar os IDGs foi desenvolvida uma tabela com cinco níveis variando
entre insuficiente e muito bom. Esta classificação é importante para segregar as
locações por nível de IDG e poder elaborar os planos de ação por categoria,
simplificando a atuação rumo à conformidade em maior escala.
A figura 5 representa os passos desenvolvidos para o método proposto neste
projeto, descritos em seguida:

Figura 5: Passo a passo do método de avaliação do sistema de SST


Fonte: O autor

 Desenvolvimento dos tópicos: Os 113 tópicos baseados nos requisitos da


norma ISO 45001:2018 foram desenvolvidos e validados para garantir o
entendimento mais objetivo dos respondentes da Lista de Verificação;
 Criação do Peso das Análises: Para cada tópico da Lista, foi elaborada uma
análise entre “Atende completamente”, “Atende parcialmente” e “Não Atende”,
de acordo com a pontuação 2, 1 e 0, respectivamente;
 IDR – Índice de Desempenho por Requisito: O IDR foi desenvolvido para medir
a distância da conformidade naquele requisito específico;
 Ponderação dos Requisitos: O peso para cada requisito foi criado a partir do
impacto direto de cada requisito na mitigação dos riscos nas atividades dos
colaboradores;
 IDG – Índice de Desempenho Global: O IDG é um índice único para a avaliação
do Sistema de Gestão de SST de uma locação/organização, com objetivo de
60

possibilitar um efeito comparativo entre diferentes sistemas, com base nos


requisitos da norma e na Ponderação dos Requisitos;
 Classificação do IDG: Com o objetivo de alocar grupos de locações/empresas
em um mesmo patamar de Sistema de Gestão de SST, foi desenvolvida a
classificação a partir da pontuação do IDG.

3.4 LIMITAÇÕES DO MÉTODO

Todo método pode apresentar possibilidades de limitações, sendo importante


antecipar-se às críticas, de acordo com (VERGARA, 2014). Algumas destas limitações
são destacadas a seguir:

 Na aplicação da Lista de Verificação, existe a possibilidade de introdução


de viés do pesquisador ou dos respondentes, já que são vinculados à
organização objeto de estudo. O viés pode aparecer também pelo fato do
autor ser o próprio aplicador da metodologia.
 Os tópicos desenvolvidos, mesmo após a validação dos profissionais de
mercado, podem não estar contemplando respostas claras a todos os
requisitos da norma ISO 45001:208.
 A estrutura organizacional da empresa objeto de estudo responde
diretamente para os setores globais, com sedes em diferentes países. Isso
implica em menos autonomia para potenciais de ações identificadas como
necessárias para que o sistema de SST esteja em conformidade com a ISO
45001:2018.
 A aplicação da Lista de Verificação será realizada em apenas uma locação
da empresa, por isso, carece de validação em outras unidades para verificar
consistência do sistema de SST como corporação.

4 ESTUDO DE CASO
61

4.1 A EMPRESA

A empresa objeto de estudo possui alta representatividade no mercado,


considerada umas das maiores prestadoras de serviços do ramo de óleo e gás do
mundo, está presente em mais de 80 países através de diversas bases operacionais,
com mais de 100.000 funcionários diretos e terceirizados em diferentes áreas do ramo.
A organização possui uma complexa estrutura global, de diferentes culturas e
legislações locais e variados tipos de clientes. A soma dessas variáveis resulta em
uma demanda de sistemas robustos e integrados, a fim de garantir consistência na
sua atuação. A partir dos sistemas de treinamentos, às instruções de trabalho e à
grande exposição operacional dos colaboradores em localidades variadas, a empresa
consegue garantir operações de alto padrão de qualidade mesmos com todas as
variáveis.
O Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho corporativo é
composto por procedimentos, instruções de trabalho, campanhas e ações globais, os
quais devem ser seguidos por todas as locações do mundo. Os procedimentos de
saúde e segurança são derivados não apenas das lições aprendidas dentro da
organização, mas como fora dela também. O sistema de SST global possui um
alinhamento muito forte com as diretrizes e normas mais relevantes do assunto como
o IOGP, por exemplo, e com ferramentas benchmarking dos maiores casos de
sucesso dos seus principais clientes e fornecedores, como Shell, Chevron, Exxon
Mobil, Petrobras, Equinor, DuPont, entre outras.
A influência causada pelas legislações locais e pela demanda dos clientes
regionais somadas à complexidade de sua estrutura, resultam na necessidade de
adequação do sistema global de SST da organização para atendimento a esses
requisitos em cada locação. A base de Macaé, situada no estado do Rio de Janeiro,
por exemplo, é um caso onde este tipo de adequação é fundamental.

4.2 AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

A empresa objeto de estudo possui sistemas utilizados por todas as locações


do mundo, onde todos os procedimentos e documentos se encontram em suas
62

revisões mais recentes. Além disso, uma imensa base de dados é gerada a partir
destes sistemas e servem como fonte de desenvolvimento de novos projetos,
investigações de acidentes, oportunidades de melhoria e até treinamentos, por
exemplo.
O mercado de prestação de serviços no ramo de óleo e gás traz uma
necessidade de adaptação muito relevante devido ao grande dinamismo das
operações offshore e onshore. Em alguns casos, a empresa pode prestar diferentes
serviços com diferentes clientes ao mesmo tempo e em uma mesma locação, e isso
traz um exemplo da necessidade de consistência não apenas operacional, mas
também na saúde e segurança, já que o local de trabalho dos colaboradores varia por
cliente e tipo de serviço a ser executado. Análises de riscos dinâmicas, gerenciamento
de mudanças, regras e normas de clientes, são alguns dos itens que a organização
possui como desafio de sistematizar e garantir que seus colaboradores estejam
preparados para seguir em cada tipo e local de operação.
A locação de Macaé é a maior do Brasil e uma das maiores do mundo, com
aproximadamente 800 funcionários. O seu Sistema de Gestão de SST apresenta
algumas particularidades em relação ao sistema corporativo. Um exemplo é que
apesar da própria empresa e da maioria de seus clientes serem multinacionais com
língua inglesa como principal, a legislação brasileira e a Petrobras, maior cliente no
Brasil, exigem que os principais documentos e normas estejam sempre em português,
o que já acarreta em uma necessidade de constantes traduções dos procedimentos e
de instruções de trabalho. Além disso, a legislação brasileira possui 35 Normas
Regulamentadoras, que quando aplicável para as atividades exercidas em suas
operações, se tornam obrigações legais. Estes dois exemplos ilustram a necessidade
de adequação da locação perante ao sistema de SST global.
Anualmente, os clientes com contratos vigentes realizam auditorias de
conformidade operacional, de conformidade legal e contratual, relacionadas à SST. A
Petrobras, por exemplo, cliente de maior expressão histórica no país, exige o
atendimento de requisitos de SST para participação em licitações e para posterior
manutenção dos contratos. Um exemplo é a exigência de conformidade com a OHSAS
18001:2007. Alguns clientes exigem a certificação como condição de participação das
licitações, enquanto outros possuem sistemas de pontuação, onde a certificação do
sistema de SST conta mais pontos e a nota final do postulante a prestador de serviços
se torna mais competitiva.
63

Até o ano de 2017 a Petrobras permitia a realização de uma auditoria


documental para comprovar que o Sistema de Gestão de SST atendia aos requisitos
da norma. Contudo, a partir de 2018, passou a ser exigida a certificação do Sistema
de Gestão de SST das empresas que tenham contratos vigentes e de qualquer outra
que tenha interesse em participar do processo de licitação.
Desta forma, a empresa objeto de estudo iniciou o processo de certificação na
locação operacional de Macaé, para atender ao requisito do cliente e poder concorrer
em futuras oportunidades. Este processo foi finalizado em outubro de 2018 e a
empresa certificou o seu Sistema de Gestão de SST na norma OHSAS 18001:2007
para a locação em questão. Os elementos que compõe este sistema contam com
documentos corporativos e documentos elaborados localmente para cumprir com
todos os requisitos.
A partir da publicação da norma ISO 45001:2018, que substituirá a OHSAS
18001:2007 em 2021, os requisitos de SST do principal cliente serão atualizados e a
empresa deverá se adequar ao novo cenário, certificando o sistema na nova norma.
Para analisar o status de conformidade dos processos do sistema SST atual, baseado
nos requisitos da ISO 45001:2018, foi desenvolvida uma Lista de Verificação, que tem
por objetivo facilitar o entendimento dos requisitos da norma, avaliando os processos
necessários para a conformidade do padrão internacional. Além disso, uma
sistemática de pontuação foi elaborada para auxiliar na identificação dos requisitos
com maior e menor atendimento e para viabilizar comparação entre diferentes
locações da organização.

4.3 APLICAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO

A Lista de Verificação foi desenvolvida logo após o período em que a equipe de


saúde e segurança da empresa objeto de estudo recebeu treinamentos relacionados
aos sistemas de gestão. A equipe passou a ser qualificada tanto realizar as auditorias
internas do sistema de SST, quanto para auxiliar na análise da Lista de Verificação.
Durante as duas primeiras semanas de outubro de 2018, a Lista de Verificação
foi aplicada na locação de Macaé, com a participação do autor deste projeto junto ao
engenheiro e ao técnico de SST, contando com o suporte do estagiário do setor. Esta
aplicação foi realizada a partir da análise de todos os 113 tópicos divididos entre cada
64

requisito, limitando a avaliação aos documentos traduzidos e aos processos citados


na estrutura documental preparada para a certificação OHSAS 18001:2007. Alguns
processos corporativos não foram incluídos nos documentos preparados para a
OHSAS 18001:2007, tendo em visto que o nível de complexidade de adequação às
normas locais extrapolaria o prazo para a certificação exigido pelo cliente.
A aplicação da Lista de Verificação encontra-se no Apêndice 01.

4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA LISTA DE VERIFICAÇÃO

A norma ISO 45001:2018 possui sete requisitos aplicáveis a avaliação, desta


forma, a Lista de Verificação segue a estrutura da norma e seus resultados foram
estratificados, de forma a identificar o desempenho da empresa em cada requisito da
norma. Levando em consideração a quantidade de tópicos e as avaliações “Atende
Completamente”, “Atende Parcialmente” e “Não Atende”, o gráfico 3 apresenta o
status de atendimento para cada requisito de acordo com a norma.

Atendimento de tópicos por requisito


25

20
6
15 8 4
3
6 13
10 5 5 8
1 3
5 2 10 3
8 7 6 6
5 4
0
4- Contexto da 5- Liderança e 6- Planejamento 7- Suporte 8- Operação 9- Avaliação de 10- Melhoria
Organização participação dos desempenho
trabalhadores

Atende Completamente Atende Parcialmente Não Atende

Gráfico 3: Atendimento de tópicos por requisito


Fonte: O autor

A partir do gráfico 3 é possível identificar o resultado de conformidade dos


tópicos da Lista de Verificação para cada requisito da norma ISO 45001:2018. A
empresa objetivo de estudo obteve baixo nível de conformidade principalmente nos
requisitos 8- Operação, 7- Suporte e 6- Planejamento. Estas informações são
65

importantes para serem utilizadas como guia de priorização para o planejamento de


ações que busquem o atendimento completo dos requisitos.

4.5 RESULTADO DA AVALIAÇÃO DO SST

A Lista de Verificação auxilia na avaliação da conformidade dos processos do


Sistema de SST da empresa objeto de estudo, sua análise permite apresentar para a
organização os requisitos com menor índice de conformidade. E, apesar da empresa
ter recentemente certificado o seu Sistema de Gestão de SST na norma OHSAS
18001:2007, esta análise apresenta oportunidades de melhoria para o sistema, em
relação aos requisitos da nova norma ISO 45001:2018.
O gráfico 4 representa os resultados percentuais da Lista de Verificação
desenvolvida neste projeto e aplicada na empresa. Dos 113 tópicos analisados no
Sistema de Gestão de SST, divididos entre os 7 requisitos auditáveis da norma, no
momento da aplicação da Lista, a organização “Atende Completamente” a 40 deles,
“Atende Parcialmente” a 35 e “Não Atende” a 38.

% de global atendimento dos requisitos da


ISO 45001:2018

34% 35%

31%

Atende Completamente Atende Parcialmente Não Atende

Gráfico 4: Porcentagem global de atendimento dos requisitos da ISO 45001:2018


Fonte: O autor

Este levantamento auxilia na tomada de decisões sobre o planejamento das


ações visando buscar a conformidade até 2021, quando a norma ISO 45001:2018 será
exigida pelo principal cliente da empresa. Com o objetivo de orientar a organização a
modelar o plano de ações a partir das análises realizadas com a Lista de Verificação,
66

foi elaborada uma sistemática de índice de desempenho para cada requisito e índice
de desempenho global.

4.5.1 Escala de pontos da análise dos requisitos

Para a análise do atendimento dos requisitos, os tópicos desenvolvidos


necessitam de uma avaliação. As respostas, consideradas como análises neste
projeto, foram definidas como “Atende Completamente”, quando o tópico é identificado
como presente no Sistema de Gestão de SST e possui evidência comprobatória,
“Atende Parcialmente”, quando o tópico é presente no sistema, mas não possui
evidência, quando não é explicitado na documentação do sistema ou quando as
informações não são suficientes para garantir conformidade, e “Não Atende”, quando
o tópico não está presente no sistema da empresa.
De acordo com a tabela 4, o peso das análises foi distribuído entre 2,1 e 0, com
o objetivo de valorar o requisito de acordo com a sua conformidade, do mais conforme,
para o não conforme.

Peso das análises


Atende Atende
Não Atende
Completamente Parcialmente
2 1 0
Tabela 4: Peso das Análises
Fonte: O autor

4.5.2 Índice de Desempenho por Requisito – IDR

De acordo com as análises realizadas na Lista de Verificação, as quantidades


de tópicos categorizados como “Atende Completamente”, “Atende Parcialmente” ou
“Não Atende”, são apresentadas na tabela 5. Os percentuais presentes em cada
requisito são baseados na quantidade categorizada de cada avaliação, dividido pela
quantidade total de tópicos de cada requisito, presentes na tabela 2.
As notas presentes em cada avaliação foram calculadas com base no
percentual de cada item, multiplicado pelo peso da avaliação, conforme tabela 4, e
67

multiplicado por 100, para obter um resultado inteiro. Este resultado pode ser no
máximo 200, quando todos os tópicos são classificados como “Atende
Completamente” e, no mínimo, 0 quando todos são classificados como “Não Atende’,
já que em caso de um requisito obter 100% de “Atende Completamente”, ao multiplicar
por 2 (peso da categoria “Atende Completamente”) e por 100, o resultado é 200, e
assim sucessivamente.
O IDR – Índice de Desempenho por Requisito, é obtido através da soma das
notas de cada avaliação por requisito e dividido por 2, com o objetivo de trazer a escala
do IDR entre 0 e 100. Este índice representa o desempenho dos processos do Sistema
de SST da organização naquele específico requisito, com base na ISO 45001:2018.
Quanto mais próximo de 100, mais próximo da conformidade naquele requisito a
empresa se encontra, em contrapartida, quanto mais próximo de 0, mais distante.

Avaliação dos Resultados


IDR - Índice de
Atende Atende
Requisitos ISO 45001 Nota Nota Não Atende Nota Desempenho por
Completamente Parcialmente
Requisito:
4- Contexto da 5 2 1
125 25 0 75
Organização 62.5% 25% 13%
5- Liderança e participação 8 5 3
100 31 0 66
dos trabalhadores 50% 31% 19%
10 6 6
6- Planejamento 91 27 0 59
45.5% 27% 27%
7 5 8
7- Suporte 70 25 0 48
35% 25% 40%
0 6 13
8- Operação 0 32 0 16
0% 32% 68%
9- Avaliação de 6 8 4
67 44 0 56
desempenho 33.3% 44% 22%
4 3 3
10- Melhoria 80 30 0 55
40% 30% 30%
Tabela 5: Avalição dos resultados
Fonte: O autor

A partir dos cálculos dos IDR apresentados na tabela 5, fica evidente que a
empresa objeto de estudo obteve um bom resultado no requisito 4- Contexto da
Organização, enquanto apresentou baixo IDR no requisito 8- Operação.
A empresa objeto de estudo possui diversas locações no mundo. No Brasil,
além da locação de Macaé, que recentemente obteve a certificação, outras três
locações estão passando pelo processo de implementação da OHSAS 18001:2007
68

devido a demanda do cliente. Além disso, outras locações no exterior já estão


buscando se adaptar aos requisitos da OHSAS, naturalmente estas locações
necessitarão se adequar aos requisitos na norma ISO 45001:2018 até 2021. Sendo
assim, a ferramenta desenvolvida deve ser útil para todas as locações da companhia.
Os IDR apresentados podem ser comparados entre todas as locações, e desta
forma as melhores práticas para cada requisito podem ser compartilhadas, com o
objetivo buscar o desenvolvimento contínuo no Sistema de Gestão de SST de todas
as locações de forma consistente.

4.5.3 Ponderação dos Requisitos

Ao levar em consideração os resultados obtidos pela empresa objeto de estudo,


nota-se que, comparativamente, seu melhor IDR foi no requisito 4- Contexto da
Organização, e seu pior, 8- Operação. Apesar de ambos os requisitos serem
essenciais para a certificação da norma ISO 45001:2018, cada um possui um impacto
nos resultados críticos de SST da empresa. Ao criar um único Índice de Desempenho
Global para cada locação, o impacto de cada requisito deve ser levado em
consideração para que as locações que estiverem com melhores resultados de SST
se diferenciem das que apresentam documentos mais elaborados e menos resultados,
por exemplo. Sendo assim, foi analisado o peso que cada requisito contribui para os
resultados de um sistema de SST.
Alguns autores como (SANTOS et al., 2013) (JONES, 2015) ressaltam que um
dos motivos mais relevantes para a certificação do Sistema de Gestão de SST
buscado pelas empresas é eliminar e reduzir os riscos aos colaboradores e melhorar
as condições de trabalho. Uma das grandes diferenças da nova norma para a OHSAS
18001:2007 é introduzir, com mais eficácia, a participação da liderança nos processos
de segurança. Sendo assim, com base na literatura e na própria norma ISO
45001:2018, foi elaborada uma ponderação dos requisitos baseada no impacto direto
que cada um tem na mitigação dos riscos das atividades principais.
Todos os tópicos da Lista de Verificação foram analisados e para cada requisito
foi considerado um peso, distribuídos de forma percentual sobre o impacto direto de
cada um nos processos de SST. O objetivo desta ponderação é possibilitar a
69

comparação entre locações, focando na saúde e na segurança dos colaboradores. A


ponderação foi criada a partir da interpretação dos pontos mais relevantes da norma
ISO 45001:2018 por profissionais que atuam na área de SST.
Ao utilizar uma somatória simples, não fica claro o real status que locação está
posicionada na busca pela melhoria das condições de trabalho e de minimização de
riscos. Desta forma, cada IDR deve ser multiplicado pelo peso daquele requisito,
apresentado na tabela 6, para obter um índice global.

Peso dos Requisitos %


4- Contexto da Organização 5%
5- Liderança e participação dos trabalhadores 20%
6- Planejamento 20%
7- Suporte 10%
8- Operação 20%
9- Avaliação de desempenho 15%
10- Melhoria 10%
Total 100%

Tabela 6: Peso dos requisitos


Fonte: O autor

4.5.4 Índice de Desempenho Global

O Índice de Desempenho Global – IDG, foi elaborado com o objetivo de obter


um valor comparativo entre diferentes locações de uma organização, ou até entre
empresas diferentes. A comparação viabilizada a partir do IDG cria a possibilidade de
análise de desempenho dos processos de SST para cada local e, consequentemente,
auxilia a organização identificar os pontos fortes a serem compartilhados e os fracos,
a serem tratados.
Ao considerar o peso dos requisitos e os Índices de Desempenho por Requisito
– IDR, foi possível chegar ao resultado global da locação objeto de estudo. A
sistemática de cálculo é a soma da multiplicação do peso de cada requisito pelo IDR
obtido. Por exemplo, o peso do requisito 4- Contexto da Organização foi considerado
como 5%, e o IDR obtido após a aplicação da Lista de Verificação foi de 75, logo, 5%
x 75 = 3.75, e assim sucessivamente. A tabela 7 apresenta os valores obtidos pela
multiplicação do peso pelo IDR de cada requisito:
70

Requisito Peso IDR Peso x IDR


4- Contexto da Organização 5% 75 3.75
5- Liderança e participação dos trabalhadores 20% 66 13.13
6- Planejamento 20% 59 11.82
7- Suporte 10% 48 4.75
8 - Operação 20% 16 3.16
9- Avaliação de desempenho 15% 56 8.33
10- Melhoria 10% 55 5.50
IDG - Índice de Desempenho Global 50.43
Tabela 7: Cálculo do IDG
Fonte: O autor

O IDG obtido pela locação da empresa objeto de foi de 50.43. Este valor
representa o desempenho do sistema de SST da empresa, com base na ISO
45001:2018 e no impacto direto de cada requisito na saúde e na segurança dos
colaboradores.

4.5.5 Classificação do IDG

A tabela 8 foi desenvolvida para classificar o IDG obtido por cada locação de
acordo com a nota do IDG entre “Insuficiente”, “Muito baixo”, “Razoável”, “Bom” e
“Muito bom “. A classificação dos IDGs permite que empresas com diversas locações
tenham informações estratégicas que auxiliem nas tomadas de decisão sobre quais
locações seriam certificadas primeiro ou quais precisariam de planos de ação mais
robustos rumo à conformidade da norma, por exemplo.

IDG Classificação Desempenho


0<20 Insuficiente
Nível de conformidade dos processos muito distante de uma eventual certificação.
21<40 Muito baixo
Nível de conformidade baixo, existem alguns processos que estão alinhados com os
41<60 Razoável requisitos da norma, porém o nível de desempenho do Sistema de SST possui
oportunidades de melhoria a serem explorados.
Nível de conformidade regular, apesar de grande parte dos processos estarem
61<80 Bom
alinhados, ainda existem oportunidades de melhoria no Sistema de SST.
Nível de conformidade alto, os processos estão alinhados com os requisitos da norma
81<100 Muito bom e o desempenho do Sistema de SST é bom, a melhoria contínua deve ser buscada,
para garantir consistência no sistema.
71

Tabela 8: Classificação do IDG


Fonte: O autor

A locação da empresa objeto de estudo obteve a nota 50,34, e, de acordo com


a tabela 8, seu desempenho foi classificado como “Razoável”. Tendo em vista que a
certificação ISO 45001:2018 será exigida apenas a partir de 2021, a empresa possui
tempo suficiente para planejar todas as ações necessárias rumo à conformidade da
norma, focando inicialmente as ações nos requisitos com maior peso, para que os
resultados de sejam priorizados.
72

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES DE ESTUDOS FUTUROS

5.1 PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO ESTUDO

Os assuntos relacionados à saúde e à segurança do trabalhador tem tido um


bom destaque na última década, o que faz com que as grandes empresas,
principalmente, passem a buscar melhores práticas e sistemas de SST, protegendo
os colaboradores e evitando passivos trabalhistas. Este movimento gera a
consequência dos grandes clientes exigirem melhorias nos resultados e processos de
SST de sua cadeia de fornecedores de forma geral, buscando elevar o nível de
segurança em grande parte da cadeia daquele mercado.
A publicação da ISO 45001:2018, desenvolvida com base na OHSAS
18001:2007, com o apoio da OIT e alinhada com programas globais da ONU, traz
alguns novos conceitos e necessidades de mudanças nos processos de SST das
organizações, tendendo a elevar o nível dos resultados de SST.
Para o desenvolvimento deste projeto a revisão da literatura foi aprofundada
desde os principais marcos históricos do século passado relacionados à saúde e
segurança, passando pela regulamentação de leis trabalhistas de países como Brasil,
Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, até a evolução dos sistemas de gestão e a
publicação da ISO 45001 no ano de 2018.
A análise da literatura sobre as certificações de sistemas de gestão presente
neste projeto permitiu trazer um relevante questionamento em relação a eficácia da
certificação nos resultados de SST, onde alguns autores apresentam casos que a
certificação não é suficiente para garantir melhorias nos resultados, enquanto outros
apresentam casos de sucesso após certificação do sistema de SST. Para a
contextualização, os dados estatísticos de acidentes de trabalho foram analisados em
escala global e nacional, apesar da baixa consistência das informações.
A implementação da certificação, focada no objetivo de melhora no
desempenho do Sistema de Gestão de SST, não traz resultados positivos apenas para
a organização, também impacta a qualidade de vida dos colaboradores e de suas
famílias presentes naquela região. O bom desempenho dos Sistemas de SST deve
ser de responsabilidade das empresas, já que tem o potencial de influenciar a vida
73

dos colaboradores, de seus familiares e até de causar consequências para os cofres


públicos.
De forma a cumprir os objetivos deste projeto, a Lista de Verificação foi
desenvolvida e aplicada para viabilizar uma análise detalhada dos processos de SST
da locação com base no atendimento da ISO 45001:2018. O método de análise de
desempenho proposto foi elaborado para possibilitar a identificação das oportunidades
de melhoria, frente ao atendimento da ISO 45001:2018 por cada requisito, e o efeito
comparativo do desempenho do sistema de SST entre diferentes locações, apoiando
a tomada de decisões estratégicas quanto a elaboração de planos de ação. O método
proposto é de caráter generalista, podendo ser aplicado em qualquer tipo de mercado
e tamanho de organização.
A aplicação da Lista de Verificação na empresa objeto de estudo gerou
informações relevantes quanto ao status dos processos de SST frente aos requisitos
da ISO 45001:2018. Apesar da empresa ter obtido a certificação OHSAS 18001:2007
do Sistema de Gestão de SST na locação de Macaé, RJ, os resultados da análise da
Lista de Verificação demostraram que a locação tem alguns processos distantes do
atendimento total dos requisitos da norma ISO 45001:2018.
Ao aplicar o método de análise de desempenho proposto neste projeto, os IDR
– Índice de Desempenho por Requisito obtidos apresentaram os inputs necessários
para a elaboração do plano de ações para o processo de certificação até 2021. Além
disso, o resultado do IDG – Índice de Desempenho Global da locação foi classificado
como “Regular”.
A organização objeto de estudo possui a demanda de certificação da OHSAS
18001:2007, solicitada pelo seu maior cliente no país. Esta demanda também foi
extrapolada para outras locações do país, com um prazo de atuação um pouco mais
extenso. Desta forma, a adequação do Sistema de Gestão de SST à nova norma ISO
45001:2018 se faz necessária e a aplicação da Lista de Verificação e do método
proposto nas outras locações resultaria em informações relevantes quanto às
estratégias para o desenvolvimento do Sistema de SST.
74

5.2 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

De forma a explorar o conteúdo deste projeto para o desenvolvimento dos


tópicos aqui apresentados, sugere-se extrapolação da aplicação do método para
outras locações da empresa objeto de estudo, com o objetivo de ênfase no efeito
comparativo, e nas diferenças entre duas locações de uma mesma organização.
Para estudos futuros, sugere-se uma análise da eficácia da Lista de Verificação
em relação à certificação da norma, com o objetivo de garantir o sucesso da aplicação
da ferramenta e possibilitar a melhoria contínua da mesma. Em relação ao método de
análise de desempenho dos sistemas de SST, sugere-se ir mais a fundo, após
aplicação em outras organizações e suas locações, focando no desenvolvimento
colaborativo entre os sistemas de SST que o efeito comparativo pode trazer.
75

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APÊNDICE 01

Evidência
ISO 45001:2018 - Requisitos Lista de Verificação Comentários Respostas
Comprobatória
0 Introdução
1 Escopo Atende Atende
Não
completame parcialmen
2 Referências normativas atende
nte te
3 Termos e definições
4 Contexto da organização
A empresa define o contexto interno e o
Manual SGI - O contexto da organização deve ser melhor definido, a partir de uma
externo em que a organização está inserida e
Entendendo a análise mais profunda sobre os benchmarkings do mercado, citando
que influencia o seu SGSST? Ex: Em relação à X
Organização e seu os maiores concorrentes, caracterizando os principais clientes e
legislação, governo, clientes, concorrentes e
contexto trazendo explicações sobre os perfis de colaboradores da empresa.
colaboradores.
Compreensão da
4.1 organização e seu A matriz SWOT deveria contemplar itens alinhados aos objetivos
contexto A empresa possui um levantamento das estratégicos da organização e levar em consideração o ambiente
oportunidades e das ameaças dos fatores Manual SGI - interno e externo característico da locação. Para elaboração desta
X
internos e externos que possam afetar o Matriz SWOT matriz um time multifuncional deveria ser instituído. Qual é a
SGSST? metodologia de revisão da SWOT? É necessária uma revisão periódica
da SWOT, de forma a mantê-la condizente com a realidade.

As partes interessadas estão definidas, contudo, é indicado um


Compreensão das As partes interessadas foram definidas e suas Manual SGI - aprimoramento do layout das partes interessadas e de um maior
necessidades e expectativas são levadas em consideração em Necessidades e alinhamento em relação às formas de atendimento/monitoramento.
4.2 expectativas dos todas as etapas do sistema? Estas expectativas expectativas das Uma metodologia para atendimento de cada parte interessada pode X
trabalhadores e outras devem estar presentes como inputs dentro do partes ser explanada. As expectativas dos colaboradores não são baseadas
partes interessadas SGSST. interessadas nas opiniões dos mesmos, é importante utilizar a CIPA para o devido
alinhamento.
Determinação do O SGSST possui escopo documentado com O escopo é definido, porém não apresenta detalhamento, dá margem
Manual SGI -
4.3 escopo do sistema de abrangência bem definida e alinhado ao 4.1 e às dúvidas e ao não entendimento do leigo, em um eventual processo X
Escopo do SGI
gestão de SST 4.2? de auditoria.
82

O escopo é apenas para operações realizadas na Base Macaé,


O escopo do sistema está levando em contudo, não é possível desmembrar o gerenciamento de SST das
consideração todas as atividades que possam Manual SGI - operações offshore e onshore dos processos desempenhados na
X
influenciar de alguma forma o sistema de SST e Escopo do SGI base. Empresas concorrentes possuem suas operações certificadas,
seus processos? este é um ponto importante a ser levado em consideração para a
melhoria contínua do sistema de SST.

Existe manual ou sequência de interação entre


Manual SGI N/A X
os processos de SST da empresa?
Os riscos e as ameaças do presente não devem ser os mesmos do
Existem planos de ação baseados nos riscos e
Sistema de gestão de futuro. Constantemente esta análise deve ser revisitada, de forma a
4.4 oportunidades provenientes dos fatores N/A X
SST buscar a melhoria contínua, visando minimizar as fraquezas,
internos e externos à organização?
transformar as oportunidades em forças e atenuar as ameaças.

O SGSST está alinhado com a missão, com os A empresa não possui uma missão coorporativa, assim o time de SST
N/A X
valores e os objetivos da companhia? Brasil elaborou uma missão e uma visão específica para a sua locação.

5 Liderança e participação dos trabalhadores

A política cita de forma muito abrangente, contudo nos documentos


A gerência incentiva e participa de diálogos
N/A do sistema de gestão não existe nenhuma explicação sobre os X
relacionados à SST constantemente?
diálogos de SST.

A alta direção garante todos os recursos


necessários para que o sistema de SST seja
mantido e melhorado continuamente? EPIs,
N/A Na política é informado que os recursos são garantidos pela gerência. X
projetos de melhoria para minimização de
Liderança e riscos para o colaborador e metas gerenciais
5.1
comprometimento de SST são exemplos de recursos.

A gerência possui ferramentas que garantem a Apesar da empresa possuir um sistema que trata destes assuntos, não
participação ativa dos colaboradores na N/A foi encontrado como este papel é desempenhado pelos X
melhoria do SGSST? colaboradores e nem como eles o fazem.

A gerência atua diretamente nos planos de Sim, utilizando a metodologia de planos de ação e a sistemática de
ação de melhorias das condições de trabalho N/A cobrança de prazos que a empresa possui. Contudo, esta sistemática X
apontados pelos colaboradores? não foi encontrada nos documentos do sistema de gestão.
83

Procedimento de O gerenciamento de competência dos colaboradores é feito via


A gerência busca continuamente melhorar as
Treinamento sistemas online e de acordo com a necessidade técnica de cada
competências dos colaboradores a partir de X
Competência e colaborador. No procedimento, poderia ser mais explicado sobre
treinamentos e conscientização em SST?
Conscientização como estes treinamentos são definidos para cada um.

A partir das ferramentas apresentadas no manual, a empresa busca


Procedimento de
A gerência atua de forma a desenvolver ou instituir a cultura de segurança de SST atuando com os colaboradores
Treinamento
manter uma cultura de segurança com todos em diversas frentes. Contudo, falta uma explicação sobre esta X
Competência e
os colaboradores? sistemática e sobre a forma a qual a liderança é treinada para
Conscientização
incentivar e fortalecer a cultura de segurança com os colaboradores.

A política de SST foi definida e é comunicada e


Manual SGI -
entendida por todos colaboradores e partes N/A X
Política SGI
interessadas?

O procedimento de Procedimento Comunicação não contempla


A política é atualizada periodicamente e Manual SGI -
nenhuma informação sobre a divulgação da política para as partes X
comunicada a todas as partes interessadas? Política SGI
interessadas.
5.2 Política de SST Manual SGI -
Em casos de mudanças na alta gerência, os Papéis,
mesmos mantém ou atualizam os responsabilidades N/A X
compromissos declarados na política? e autoridades
organizacionais
A política mantém coerência com os objetivos
Manual SGI -
estratégicos da organização e os objetivos e N/A X
Objetivos e Metas
metas do SGSST?
Manual SGI -
São definidas, documentadas e comunicadas a
Papéis,
todos os envolvidos, as responsabilidades e Falta a informação de como estas resposabilidades são comunicadas
responsabilidades X
Funções, autoridades de cada indivíduo em todos os para os colaboradores.
e autoridades
responsabilidades e processos de SST?
5.3 organizacionais
autoridades
Existem programas eficazes de
organizacionais Não foram encontrados programas e campanhas de SST nos
empoderamento dos colaboradores para
N/A documentos do sistema de gestão, apesar da empresa possuir um X
pararem atividades inseguras sem sofrerem
programa de empoderamento de parar trabalhos inseguros.
sanções?
Consulta e participação Os colaboradores dão feedbacks constantes Procedimento de
5.4 N/A X
de trabalhadores relacionados aos processos de SST? Comunicação
84

Existem mecanismos de fácil acesso para todos


Procedimento de
os colaboradores exporem situações de riscos N/A X
Comunicação
e possíveis soluções?

Cada reporte de segurança é analisado pelo gerente do colaborador e,


A gerência garante análises e respostas às
quando o plano de ação for para o gerente, este deve responder. A
solicitações de melhorias em SST de seus N/A X
sistemática não é apresentada em nenhum dos procedimentos do
colaboradores?
sistema de gestão.
Procedimento de
Os colaboradores são treinados para garantir a O procedimento não cita o sistema de competências, que possui uma
Treinamento,
participação efetiva nos processos e programas seção de treinamentos de SST, fundamentais para o crescimento X
Competência e
de SST? profissional dos colaboradores.
Conscientização
6 Planejamento
Manual SGI -
Os riscos e as oportunidades de melhoria do Ações para
N/A X
sistema de SST são documentados? abordar riscos e
Ações para abordar oportunidades
6.1
riscos e oportunidades Manual SGI -
A análise dos riscos e das oportunidades é A análise de risco sistêmica deveria conter informações informando
Ações para
baseada nos contextos externos, internos e nas quais ajustes devem ser feitos quando o contexto houver uma X
abordar riscos e
partes interessadas? mudança.
oportunidades
6.1.1 Generalidades

Identificação de perigo
6.1.2 e avaliação de riscos e
oportunidades

Manual SGI -
Ações para
Existe um método para identificação de riscos? N/A X
6.1.2. abordar riscos e
Identificação de perigo oportunidades
1
Os colaboradores são treinados para
N/A N/A X
identificarem os riscos de suas atividades?
85

Manual SGI -
Identificação de
O local de trabalho possui análises de riscos e perigods,
Falta informar como os visitantes e os terceirizados da unidade são
instrui todos os visitantes, terceirizados e avaliação de X
informados dos riscos que estão expostos na locação.
colaboradores sobre os mesmos? riscos e
determinação de
controles
Quando há cortes de equipe, redução de
operações ou mudanças no alinhamento
estratégico da coorporação, os riscos
N/A N/A X
relacionados às atividades são reavaliados, no
sentido de identificar riscos potencializados
devido às mudanças ocorridas?

Procedimento de
Gerenciamento
Todas as potenciais emergências decorrentes
de Perigos e
das atividades executadas e os locais onde são N/A X
Riscos da Saúde e
executados são mapeadas e documentadas?
Segurança no
Trabalho

As instruções de trabalho contemplam os EPIs mandatórios e as


Os procedimentos de operação e instruções de atividades são apresentadas com análises de risco e como mitigar os
atividades contemplam os riscos os quais os N/A riscos, contudo, não existe instrução de trabalho para todo tipo de X
colaboradores estão expostos? atividade ou equipamento. Além disso, esta sistemática não é
apresentada no sistema de gestão de SST.

Procedimento de
Gerenciamento
O histórico de acidentes e seus tipos são
de Perigos e
levados em consideração na identificação dos N/A X
Riscos da Saúde e
riscos?
Segurança no
Trabalho
Avaliação dos riscos de
6.1.2. SST e outros riscos para
Perguntas já realizadas em outros tópicos
2 o sistema de gestão de
SST
86

A empresa busca formas de minimizar os riscos Procedimento de


das atividades a partir de disponibilização de Gerenciamento
recursos financeiros ou de pessoal para de Perigos e Não está descrito como a empresa garante a disponibilidade de
X
melhorias estruturais, nos processos Riscos da Saúde e recursos para a ações destacadas no tópico.
produtivos ou melhorias na forma da execução Segurança no
dos serviços? Trabalho
Avaliação de
Procedimento de
oportunidades de SST e
6.1.2. Gerenciamento
outras oportunidades Existem programas e campanhas estratégicas
3 de Perigos e Existem programas e campanhas na empresa, contudo estas não são
do sistema de gestão que busquem envolver os colaboradores com o X
Riscos da Saúde e apresentados quais, quando ou qual objetivo de cada um.
de SST objetivo de potencializar a cultura de SST?
Segurança no
Trabalho
Os planos de ação são registrados no sistema onlina, porém o
Existem planos de ação para atingir ou manter
N/A controle dos planos de ação necessita uma sistemática nos X
alto desempenho nos indicadores de SST?
documentos do sistema de gestão.
Existe um processo definido para analisar Procedimento de
todos os requisitos legais relacionados aos Requisitos N/A X
serviços da empresa? Aplicáveis
A empresa garante que os requisitos exigidos
Procedimento de
Determinação dos por clientes, sindicatos, associações e
Requisitos N/A X
6.1.3 requisitos legais e instituições ligadas ao tipo de atividade estão
Aplicáveis
outros requisitos sendo cumpridos?
Não foi encontrado nada relacioando a como os outros requisitos são
Existe um documento que monitora o
levados em consideração nos documentos do sistema de gestão.
cumprimento dos requisitos legais e outros N/A X
Deve-se levar em consideração acordos coletivos e exigências dos
requisitos das partes interessadas?
clientes, por exemplo.
Os planos de ação criados possuem análise de A análise de eficácia é levada em consideração apenas para não
N/A X
eficácia? conformidades e observações de auditoria interna e externa.
6.1.4 Plano de ação Quando a empresa apresenta indicadores
abaixo do esperado, planos de ação são N/A Não foram encontrados detalhes sobre o tópico no sistema de gestão. X
elaborados visando alcançar os resultados?
Objetivos de SST e
6.2 planejamento para
alcançá-los

Todos os níveis hierárquicos possuem metas de Quadro de O quadro de Objetivos e Metas não apresenta estratificação por
6.2.1 Objetivos de SST X
SST a serem atingidas? Objetivo e Metas função e o desdobramento das metas para cada cargo.
87

Os objetivos e seus indicadores estão alinhados Quadro de


Os objetivos e metas estão alinhados com todos os pontos da política. X
com a política da empresa e suas estratégias? Objetivo e Metas
Os objetivos são atualizados quando atingidos,
Não foi encontrada sistemática de resolução de desvios das metas no
de forma a buscar melhoria contínua nos N/A X
manual.
índices e na minimização dos riscos?

Os objetivos levam em consideração os riscos e Não existe vinculação dos objetivos com riscos e oportunidades
as oportunidades de melhoria na mitigação dos N/A levantadas pelos colaboradores em relação às suas atividades. Os X
riscos das atividades? objetivos e metas são relacionados apenas à política.
Os objetivos possuem planos de ação
Planejamento para De acordo com o manual, os planos de ação são inseridos no sistema
documentados com prazos, responsáveis, Quadro de
6.2.2 atingir os objetivos de online quando os objetivos não são alcançados. Não existe análise de X
metas e um planejamento detalhado para Objetivo e Metas
SST eficácia dos planos de ação.
serem alcançados?
7 Suporte
A empresa garante os recursos necessários
para a execução de todas as atividades de
Manual SGI -
7.1 Recursos forma segura? Recursos de infra-estrutura, de N/A X
Recursos
equipamentos, de pessoal e de tecnologia
devem ser considerados.
Os colaboradores (próprios e terceiros) são Procedimento de
Falta inserir a necessidade dos treinamentos dos terceirizados. Estes
capacitados e retreinados para avaliarem os Treinamento,
poderiam estar inclusos em uma coluna da matriz de treinamento, X
riscos e realizarem atividades de forma segura, Competência e
com o mínimo necessário para desempenhar suas funções.
de acordo com as suas funções? Conscientização

Existe uma matriz de treinamentos que define Procedimento de


todos os tipos de treinamentos que cada Treinamento,
N/A X
colaborador deverá receber, segundo sua Competência e
função? Conscientização
7.2 Competência
Procedimento de
Os colaboradores são retreinados quando
Treinamento,
mudam de função ou retornam após um longo N/A X
Competência e
período de inatividade?
Conscientização

Procedimento de
Os colaboradores são retreinados
Treinamento, O treinamento de Análise de Riscos deveria ser realizado
sazonalmente nos principais treinamentos de X
Competência e sazonalmente e não ser permanente.
analises de riscos?
Conscientização
88

Os colaboradores são empoderados com o


direito de recusa a realizar atividades inseguras Existe o programa de empoderamento para o colaborador para
ou para pararem atividades de outros quando N/A trabalho inseguro, porém este não é discriminado nos documentos do X
identificarem algum potencial risco não sistema de gestão de SST
contemplado?
Um dos treinamentos do sistema de competências é sobre mentoria,
Existe um programa eficaz de mentoria para
N/A processo que não funciona em todos os setores e sua sistemática não X
novos colaboradores?
está explicitada nos documentos do sistema de gestão.

Os colaboradores são informados dos A Parada de Segurança e os Diálogos Diários de Segurança são as
acidentes e suas causas quando relacionados ferramentas utilizadas para informar os acidentes para cada setor. Os
7.3 Conscientização N/A X
às atividades que exercem para documentos do Sistema de SST não apresentam como os acidentes
conscientização? são passados no processo de conscientização dos colaboradores.

As comunicações internas sobre SST levam em


Nem todos os colaboradores possuem fluência na língua inglesa.
consideração a fluência de todos os
N/A Alguns treinamentos online de SST estão disponíveis apenas em X
colaboradores, para que todos entendam as
inglês.
informações?
A empresa possui formas de comunicação com Sim, estas informações estão presentes no sistema de cadastro do
a família de todos os seus colaboradores para o colaborador. Contudo, estas informações não foram encontradas nos X
caso de acidentes? documentos do sistema de SST.

As comunicações externas, quando recebidas a


partir das partes interessadas, possuem um Procedimento de
N/A X
processo definido para garantir resposta e Comunicação
7.4 Comunicação análise das informações?

Os visitantes e terceirizados são informados


dos riscos e do que devem fazer em casos de Apenas encontradas informações sobre novos colaboradores, não
N/A X
situações de emergência nas unidades de sobre visitantes e sua indução.
serviço da empresa?

A comunicação externa pode ser mais explorada em relação aos


Existe um documento definindo o processo de assuntos de SST. Os acidentes compartilhados pelos clientes nas
Procedimento de
comunicação interna e externa relacionado a reuniões de segurança devem estar contemplados no procedimento. X
Comunicação
SST? Inclusive, os treinamentos mandatórios que os clientes exigem
também possuem um processo de comunicação até sua incorporação.

Informação
7.5
documentada
89

7.5.1 Generalidades
Procedimento de
Os documentos criados pela empresa possuem
Controle de
número de referência, versão e informações N/A X
Informações
como data última revisão e aprovadores?
Documentadas
Não foi encontrada a lista de controle de registros, citada no
procedimento, e nenhum registro de documentos e versões
A empresa possui um processo que garante
obsoletas. Os documentos obsoletos armazenados no servidor devem
7.5.2 Criação e atualização que os documentos obsoletos não são N/A X
conter uma observação no corpo do documento, para evitar que
utilizados pelos colaboradores?
sejam impressos e utilizados obsoletos. A forma de armazenamento
dos documentos também deve ser informada.
Procedimento de
Os documentos relacionados às análises de Controle de
N/A X
risco são revisados com frequência definida? Informações
Documentadas

Os documentos de SST que os colaboradores devem ter acesso se


encontram nos sistemas online. Porém, seria mais fácil centralizar os
Os documentos de SST aplicáveis estão
N/A documentos gerados pelo sistema de SST, bem como instruções de X
disponíveis aos colaboradores?
preenchimento, listas de presença atualizadas e outros tipos de
documento em um local específico no Sistema de Gestão de SST.

Não foi encontrada nenhuma informação sobre este assunto no


A empresa possui um procedimento que define sistema de SST. A empresa possui uma extensão do pacote office que
Controle de como os documentos abertos ao público e N/A permite o colaborador informar se o documento é confidencial ou X
7.5.3 informação confidenciais são geridos? público, porém não foi encontrada evidência registrada sobre como
documentada fazê-lo.
Lista Mestra de
A empresa possui um procedimento que define
Controle de
como os documentos físicos e digitais serão Falta a informação de forma de armazenamento X
Documentos do
armazenados e por quanto tempo?
SGI
A empresa possui uma lista mestra de controle Lista Mestra de
de todos os procedimentos e documentos Controle de
N/A X
aplicáveis e suas revisões, para fins de Documentos do
rastreabilidade? SGI
8 Operação
90

Existe uma reunião da alta direção com o foco A reunião de Análise Crítica é apresentada no manual, porém não é
de realizar o planejamento anual dos objetivos detalhada sobre os assuntos que esta deve abordar. A empresa já
Manual SGI -
de SST, campanhas e programas a serem possui uma reunião sazonal da equipe de SST que define estes X
Planejamento e Análise Crítica
8.1 abordados e novos treinamentos a serem tópicos, esta reunião pode ser citada no procedimento e apresentada
controle operacional incluídos? como fonte de revisões documentais e planejamento de SST.

Esta reunião utiliza como base os resultados Não é apresentada nenhuma informação sobre a revisão do plano de
N/A X
históricos e os objetivos estratégicos de SST? ações anterior nas reuniões de Análise Crítica no Manual.

8.1.1 Generalidades
Com o objetivo de tornar as tarefas com o
menor risco possível, são implementadas ações Procedimento
que visem reduzir o risco até a última Gerenciamento
Eliminar perigos e instância? Considerando a hierarquia: 1- de Perigos e
8.1.2 Não está clara a informação sobre como exercer isso na prática. X
reduzir riscos de SST Eliminar o risco, 2- substituir a atividade por Riscos da Saúde e
uma mais segura, 3- melhorias na engenharia Segurança no
dos processos, 4- controles operacionais e 5- Trabalho
Uso de EPIs.
Existe um processo definido para o Padrão de Gestão
Falta citar este procedimento com mais clareza no manual. X
gerenciamento de mudanças? de Mudanças

Quando uma mudança no processo, no


equipamento ou na atividade é planejada, os
Apesar de presente na empresa, o processo não é citado nos
riscos são analisados novamente, de forma a N/A X
documentos do sistema de gestão de SST.
identificar se novas fontes de riscos estão
presentes devido as mudanças?
8.2 Gestão da mudança Todos os colaboradores devem ser informados quando alguma
Os novos riscos causados por mudanças
mudança no documento de análise de risco ou em algum documento
temporárias ou permanentes são informados N/A X
de SST é feita. Esta afirmação poderia estar presente no
aos colaboradores?
procedimento de comunicação.

Nas instruções da análise crítica poderiam ser verificadas os exemplos


As mudanças necessárias são analisadas para
de gerenciamento de mudança, para analisar se existe oportunidade
verificar oportunidades de melhoria na etapa N/A X
de melhoria no processo, para evitar recorrência no gerenciamento
de planejamento das atividades?
de mudança.
91

Os serviços ou produtos providos


externamente possuem os mesmos controles, Não foi encontrada nenhuma informação sobre a avaliação de riscos
métodos de análise de risco e importância na N/A dos serviços realizados por fornecedores nos documentos do Sistema X
elaboração dos planos de ação que os serviços de Gestão de SST.
8.3 Terceirização locais?
Existem itens de controle que medem a Não foi encontrada nenhuma informação sobre a avaliação de riscos
performance em SST nas atividades providas N/A dos serviços realizados por fornecedores nos documentos do Sistema X
externamente? de Gestão de SST.

A empresa audita os fornecedores de materiais


Não foram encontradas informações sobre auditorias em
críticos quanto ao cumprimento de normas e N/A X
fornecedores críticos.
legislações aplicáveis?
A empresa analisa a sua cadeia de
fornecedores de forma a garantir que não há
crianças trabalhando ou qualquer tipo de Não foram encontradas informações sobre auditorias em
8.4 Aquisição N/A X
trabalho análogo ao escravo direta ou fornecedores críticos.
indiretamente envolvidos na produção dos
itens comprados?
A empresa possui procedimentos de testes em
equipamentos críticos recebidos por
N/A Não foram encontrados esses tipos de informação. X
fornecedores antes dos mesmos entrarem em
operação?
Os colaboradores contratados e terceirizados
Manual SGI -
recebem todos os EPIs necessários para a Não foi encontrada de forma clara esta informação. X
Política SGI
execução das atividades necessárias?

O procedimento de resposta a emergências não informa se os


Os colaboradores contratados e terceirizados
colaboradores recebem este tipo de instrução na semana de
estão cientes do que fazer em casos de N/A X
treinamentos iniciais, por exemplo. O procedimento não cita o
emergência nas unidades de serviço?
calendário de treinamentos nem como estes são evidenciados.
8.5 Contratados
As condições de trabalho oferecidas aos
colaboradores contratados e terceirizados são Não foi encontrada nenhuma declaração como esta nos documentos
N/A X
as mesmas que para os colaboradores da de SST.
organização?

Existe um critério relacionado à SST bem


Os documentos do sistema de gestão não apresentam a sistemática
definido para seleção de empresas N/A X
existente em relação à contratação de fornecedores.
terceirizadas?
92

A empresa possui procedimentos de resposta à O procedimento de resposta à emergências, não entra em detalhes
N/A X
emergência em suas unidades de serviço? de como são realizados e evidenciados.

A empresa realiza treinamentos de


Preparação e resposta N/A Falta citar o cronograma de treinamentos no procedimento. X
8.6 atendimento à emergências periódicos?
de emergência
Os treinamentos são avaliados e
oportunidades de melhoria são analisadas para O procedimento de resposta a emergências não entra em detalhes de
N/A X
melhoria contínua do atendimento às como deve ser realizada a análise dos treinamentos.
emergências?
9 Avaliação de desempenho
Existe um processo definido de avaliação dos
No manual, o item Avaliação de Desempenho poderia conter as
indicadores de SST que contemple:
informações sobre as reuniões sazonais de apresentação dos
periodicidade, plano de ações (para metas não
N/A resultados de SST. Trimestralmente as informações são passadas aos X
são alcançadas), e algum tipo comunicação
colaboradores, sistemática poderia ser informada no manual do
com os colaboradores sobre a performance da
sistema de gestão.
organização?
Procedimento de
Os reportes de identificação de riscos e não
Identificação de
conformidades realizados pelos colaboradores N/A X
Não
são analisados periodicamente?
Monitoramento, Conformidades
medição, análise e
9.1 Esta informação não está presente de forma clara no manual. O
avaliação de
As tendências observadas dos riscos tópico Melhoria Contínua, poderia citar que a recorrência de reportes
desempenho
reportados são levadas em consideração no N/A com semelhantes é levada em consideração no planejamento de X
planejamento de ações de prevenção em SST? campanhas e programas anuais, esta análise deve ser feita ou na
reunião de análise crítica ou na reunião trimestral de SST.

A ferramenta de avaliação anual de desempenho contempla a


Todos os colaboradores são avaliados também
performance em número e qualidade dos reportes de segurança,
por sua performance em SST, na realização de
N/A além do envolvimento dos colaboradores em incidentes e na X
reportes, de atitude segura e outras
resolução de planos de ação. Esta sistemática não é explicada e
características que impactem o sistema?
poderia ser utilizada nos documentos do sistema de SST.

9.1.1 Generalidades

A empresa analisa periodicamente o Procedimento de


Avaliação da
9.1.2 cumprimento das suas operações com a Requisitos N/A X
conformidade
legislação e com as normas aplicáveis? Aplicáveis
93

Este processo possui atualização constante e Falta uma citação sobre os requisitos do cliente/outros requisitos.
Procedimento de
planos de ação que auxiliem a empresa a Falta explicar como os outros requisitos são cumpridos pela
Requisitos X
cumprir todos os requisitos legais e os outros companhia, como as exigências pontuais de cada cliente, por
Aplicáveis
requisitos? exemplo.
Quando encontrados pontos de não
Procedimento de
conformidade, a empresa cria planos de ação
Requisitos N/A X
com prazo, responsável e análises de eficácia
Aplicáveis
para garantia do cumprimento legal?

O procedimento não cita algum calendário de auditorias durante o


A empresa realiza auditorias internas ano. Os gerentes já realizam periodicamente uma auditoria de SST em
X
periódicas relacionadas ao sistema de SST? seus setores e este tipo de auditoria deve ser citado para representar
a robustez do sistema.

Não está sendo contemplado o uso do sistema online existente para


Planos de ação com prazo, responsáveis e planos de ação de auditoria. Além disso, Auditoria Interna não deve
análises de eficácia são elaborados como N/A ser considerada apenas como a auditoria da ISO, o tópico pode X
resultado das auditorias? contemplar, em um mesmo procedimento, os documentos que são
utilizados em auditorias de clientes e de SST, por exemplo.

O procedimento cita diversos documentos a serem utilizados em tipos


diferentes de auditoria, contudo nem todos estes documentos
9.2 Auditoria interna A empresa possui um documento com a
apresentam nomenclatura de acordo com o procedimento de
metodologia, escopo e responsáveis pelo N/A X
Controle de Informações Documentadas. O procedimento não
processo de auditoria interna?
explicita como deve ser feita cada auditoria e os documentos citados
não explicam como cada uma deve ser realizada e evidenciada.

Programa de O procedimento não deixa claro qual fluxo cada tipo de auditoria deve
O resultado da auditoria é apresentado para a
Inspeção e seguir, se seus resultados devem ser apresentados aos gestores da X
direção e para os colaboradores?
Auditoria Interna área ou aos diretores, por exemplo.

As auditorias levam em consideração desde a


Programa de Não está clara o motivo de cada tipo de auditoria citada no
política de SST, procedimentos, análises de
Inspeção e procedimento. Uma explicação para cada tipo de auditoria poderia X
risco, conhecimento dos colaboradores e
Auditoria Interna clarificar e trazer mais objetividade ao procedimento.
execução das atividades dos mesmos?
A empresa realiza reuniões gerenciais
Análise crítica pela Manual SGI -
9.3 periódicas com o objetivo de analisar o sistema N/A X
Direção Análise Crítica
de SST?
94

Falta uma metodologia para a reunião de Análise Crítica. Todas as


Na reunião os gerentes/diretores realizam
ações da reunião anterior devem ser revisitadas e comparadas para
análises da performance em SST da empresa Manual SGI -
avaliar a eficácia das ações tomadas. O documento Ata de Análise X
comparando com as metas e objetivos Análise Crítica
Crítica poderia apresentar explicação de como deve ser aplicado e
estabelecidos?
onde deve ser evidenciado.

Os planos de ação decorrentes das reuniões


Manual SGI - Falta a informação de que as ações anteriores estão sendo avaliadas a
anteriores são analisados para avaliar eficácia X
Análise Crítica cada nova reunião de Análise Crítica.
das tratativas?
Como resultado da reunião, são gerados
planos de ação para ajustes das metas,
Manual SGI -
melhoria de performance ou alinhamento dos N/A X
Análise Crítica
resultados com as estratégias previamente
estipulados?
Na reunião são analisadas as auditorias
internas, os indicadores de performance, os Manual SGI -
N/A X
principais desvios encontrados no sistema e as Análise Crítica
tendências que a empresa vem apresentando?

Falta inserir este tipo de informação no manual. Quando pertinente,


Os outputs da reunião, quando pertinentes,
N/A os colaboradores devem ser informados sobre ações que impactem X
são apresentados aos colaboradores?
diretamente as suas atividades.
10 Melhoria

10.1 Generalidades

Na ocorrência de incidentes a empresa garante


que o processo de comunicação interna
(colaboradores) e externa (governo, clientes e Plano de Resposta
N/A X
outras partes interessadas), atendimento e de Emergência
suporte estão de acordo com a legislação
local?
Incidente, não
10.2 conformidade e ação Existe um processo definido de como os
Procedimento de
corretiva incidentes e não conformidades serão
Identificação de
investigados, tratados e implementadas ações Falta informação sobre como analisar e evitar recorrências. X
Não
reativas e preventivas, de forma a evitar para
Conformidades
novas ocorrências?
Os colaboradores participam da investigação
Não foi encontrado este tipo de informação nos documentos do
dos incidentes graves ou não conformidades N/A X
sistema de SST.
críticas?
95

No procedimento de Identificação de Não Conformidades, a análise


A eficácia das ações corretivas decorrente dos de eficácia está muito generalista. Um prazo deve ser estipulado para
incidentes e não conformidades é analisada, de N/A determinar se a ação foi eficaz ou não. Nos casos de NC críticas, X
forma a evitar reincidência? incidentes e acidentes, deve-se ter uma sistemática mais específica e
um processo bem definido para acompanhamento.
Procedimento de
A empresa possui registros dos incidentes e
Identificação de
não conformidades críticas, assim como suas N/A X
Não
tratativas e análises de eficácia das ações?
Conformidades
Existem programas ou iniciativas inseridas ao
sistema criados para reduzir ou acabar com a Não foi encontrado este tipo de informação nos documentos do
N/A X
reincidência de incidentes e não sistema de SST.
conformidades críticas do mesmo tipo?
Procedimento de
Os métodos de solução de problemas utilizado pela empresa devem
Existem métodos para analisar as causas raízes Identificação de
ser exemplificados, a partir do momento que os incidentes forem X
dos incidentes e não conformidades? Não
incluídos no procedimento de NC.
Conformidades
A empresa possui campanhas, programas e A empresa possui campanhas e programas oriundos de análises de
ações preventivas para fortalecer a cultura de reincidência de incidentes, contudo estes programas e campanhas
N/A X
SST e evitar reincidência das não não estão sendo citados nos documentos do sistema de gestão de
conformidades? SST.

A empresa busca constantemente por Manual SGI -


10.3 Melhoria contínua melhorias em seus processos de trabalho e Melhoria N/A X
gestão para melhoria do sistema de SST? Contínua

As performances da empresa são comparadas


Não foi encontrado este tipo de informação nos documentos do
com benchmarkings de clientes, concorrentes N/A X
sistema de SST.
e do mercado como um todo?

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