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Sumário
5. RESUMO ................................................................................................ 46
6. LISTA DE QUESTÕES DA AULA ............................................................... 47
6.1. Gabarito ......................................................................................................................... 57
1. APRESENTAÇÃO PESSOAL
2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Neste curso nos basearemos no programa do edital de 2014, que por sua vez
foi idêntico ao de 2012 na disciplina Comércio Internacional.
20 Resumão Rodrigo e
Missagia
3. INTRODUÇÃO
antigos até o mundo atual, as trocas de mercadorias entre os países têm sido
uma atividade de grande importância em suas economias. Atualmente, muitos
países são extremamente dependentes das importações e/ou das exportações
de bens e serviços.
Nesta aula inicial, vamos tratar das “Políticas Comerciais” e suas implicações
no crescimento econômico. Analisaremos também as diversas barreiras
alfandegárias impostas pelos países como mecanismo de contenção de
importações, e como isso tem variado ao longo dos anos. Trata-se de uma
abordagem teórica, em que apresentaremos os principais conceitos e
características das relações comerciais entre países, sem ainda entrar no
detalhe das normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), que será
estudada em aula própria.
4. POLÍTICAS COMERCIAIS
4.1. Mercantilismo
1
O Balanço de Pagamentos é um relatório financeiro apresentado pela autoridade monetária
nacional (Banco Central), que discrimina as transações do país com o exterior, estas
contabilizadas em termos de moeda estrangeira. Nele são registradas as importações,
exportações, financiamentos, juros, lucros, empréstimos etc. A Balança Comercial é um dos
itens do Balanço de Pagamentos e evidencia o total das importações e das exportações de
mercadorias do país.
RESOLUÇÃO:
O mercantilismo consistia em um pensamento econômico onde o Estado
assumia a responsabilidade por praticamente TUDO na vida da sociedade,
atuando nas áreas política, econômica, social, financeira etc.
No campo econômico, o objetivo era a obtenção, a qualquer custo, de saldo
positivo na balança comercial, obtido com a imposição de barreiras comerciais,
visando a acumulação de moedas preciosas. Entendia-se que esta seria a única
forma de atingir o desenvolvimento. Vejam. Em princípio, o aumento da
população só faria a economia crescer se fosse relativo à população
economicamente ativa, mas como a questão pedia a alternativa "não
relacionada ao mercantilismo", não poderíamos mesmo marcar a letra D, pois
ela tem relação com o mercantilismo. Segundo o pensamento mercantilista,
"homens e mercadorias são a verdadeira força econômica".
A única alternativa que não tem a ver com o que foi dito e contém uma parte
incorreta é a letra c, pois afirma que os princípios mercantilistas foram
aplicados de forma homogênea na Europa do século XVII, o que não é verdade,
pois os países se encontravam em estágios diferentes de desenvolvimento, e a
acumulação de ouro e prata dependia, em parte, dos estoques oriundos das
colônias. Como nem todos os países possuíam colônias ricas em ouro e prata
como Espanha e Portugal, a forma de acumular riqueza variava de um país para
o outro.
Resposta: Letra C
Comentário:
1ª assertiva: (V).
2ª assertiva: (V).
3ª assertiva (F): desde quando a metrópole se preocupava com o bem-estar
das pessoas nas colônias?
4ª assertiva (F): no mercantilismo só havia incentivo às exportações, e
restrições às importações.
5ª assertiva (F): o mercantilismo era um sistema protecionista.
Resposta: Letra B
....
Porém, esse sistema de acúmulo indefinido de ouro e prata veio a ser
contestado, primeiramente por David Hume (1760). Segundo ele, o fato de os
preços internos caírem com a perda de ouro e prata não era tão ruim assim.
Isso porque essa queda de preços levava a um aumento nas exportações.
Assim, o país deficitário na Balança Comercial tenderia a melhorar sua situação
naturalmente com o tempo (e com o comércio). Por outro lado, os países
superavitários, devido ao alto preço dos seus produtos, tenderiam a enfrentar
uma redução nas exportações. Assim, sem que houvesse intervenção estatal na
economia, o próprio mercado trataria de ajustar os desequilíbrios na
Balança Comercial dos países. Começava a ruir a justificativa protecionista.
Outro camarada a contestar o mercantilismo foi Adam Smith. Vejamos. Os
economistas clássicos afirmavam que o livre comércio elevava o padrão de
4.2. Livre-Cambismo
2
Esse assunto não consta mais no programa do concurso AFRFB explicitamente, mas
entendemos que sua compreensão, ainda que superficial, seja importante para a prova.
Assim, no exemplo, o Brasil produz café mais barato que o Japão, que, por sua
vez, produz televisores a custo menor que o Brasil. Segundo Smith, seria
melhor que o Brasil deixasse de produzir televisores e os adquirisse do Japão, e
que este deixasse de produzir café e o comprasse do Brasil. Dessa forma, os
dois países, que, antes da abertura comercial, gastavam 5 horas para produzir
uma unidade de cada produto, passariam a gastar apenas 4 horas para obter
duas unidades de café (no caso do Brasil) e duas unidades de televisor (no caso
do Japão). Após 4 horas de trabalho e com a troca de uma unidade de café por
uma unidade de televisor, cada país teria a mesma quantidade de bens que
antes somente possuíam depois de 5 horas de trabalho. Essa teoria justifica a
abertura comercial dos países.
Na situação acima, segundo Smith, não valeria a pena o Brasil fabricar
televisores. O melhor a fazer seria concentrar toda a mão-de-obra na produção
dos bens onde se possua mais eficiência (café). Consequentemente, o Brasil
fabricaria somente café, e exportaria o excedente para o Japão, que fabricaria
somente televisores, exportando o excedente para o Brasil. Esse exemplo se
baseia no modelo 2x2 (duas nações, dois produtos).
Isso aplicado em todos os países, somente com absoluta liberdade de
movimentação de mercadorias, serviços e capitais de um país para o outro,
faria com que os mesmos atingissem um nível ótimo de bem-estar, já que o
mundo teria se transformado em um único mercado, com os bens sendo
negociados a preços mínimos e com melhor qualidade, independentemente
do país onde fossem produzidos.
A Teoria das Vantagens Absolutas foi então aprimorada por Ricardo, que criou a
Teoria das Vantagens Relativas (ou Comparativas), em que se provou que
mesmo que o país (A) fosse mais eficiente na produção dos dois produtos,
ainda assim valeria a pena comercializar com o exterior (país B), devendo o
país A se especializar na produção do bem em que fosse relativamente mais
eficiente. Por outro lado, o país B, menos eficiente na produção dos dois
produtos, deveria se especializar na fabricação daquele em que fosse menos
ineficiente, ou seja, mais eficiente (em termos relativos).
Veja. Na Teoria das Vantagens Absolutas, supondo 2 países e 2 produtos, o
Brasil é melhor que a Argentina na produção de sapatos, e a Argentina é
Pela Teoria das Vantagens Absolutas, não valeria a pena para os EUA
trocarem produtos com o México, pois os EUA são mais eficientes em ambos os
produtos. Mas, por hipótese, a vantagem dos EUA na produção de trigo é maior
do que na produção de camisas. Como assim?
Em termos relativos, nos EUA o custo de produção do trigo é inferior ao custo
de produção da camisa. No México, o custo de produção da camisa é inferior ao
custo de produção do trigo. Ricardo dizia que o País teria ganhos com o
comércio se exportasse o produto com maior vantagem comparativa. Se não
houvesse comércio entre os países, o México gastaria 10 horas para produzir
uma camisa e 15 horas para fabricar uma unidade de trigo. Por isso, uma
unidade de trigo custaria 1,5 unidade de camisa no México.
Nos EUA, a unidade de trigo custa 0,55 (5/9) da unidade de camisa. Assim,
havendo comércio, o México poderia comprar trigo dos EUA por menos que 1,5
do preço da camisa. Por exemplo, se a base de troca for de 1 para 1, para o
México, em vez de fabricar uma unidade de trigo a um custo de 15 horas, seria
melhor para o México fabricar camisa a um custo de 10 horas e trocá-la com os
EUA por uma unidade de trigo, economizando assim 5 horas de trabalho. Já os
EUA deixariam de gastar 9 horas para produzir uma unidade de camisa,
utilizando apenas 5 horas para produzir trigo e trocando-a por uma camisa,
poupando assim 4 horas de custo.
Então, mesmo os EUA sendo melhores nos dois produtos, segundo a Teoria
das Vantagens Comparativas ainda vale a pena para eles se dedicarem mais
Comentário:
Conforme vimos no exemplo anterior, pela Teoria das Vantagens Comparativas,
mesmo que um país seja mais eficiente que outro na produção de dois bens,
valeria a pena para cada país exportar o bem que fosse produzido a um custo
menor em seu território.
Gabarito: Letra A
Comentário:
a) (Correta) Essa tese foi levantada por David Hume
b) (Errada) Antes da Teoria das Vantagens Comparativas surgiu a Teoria das
Vantagens Absolutas.
c) (Errada) Na época da assinatura do GATT (1947), o mercantilismo já havia
deixado de ser a base do pensamento econômico-comercial.
d) (Errada) O mercantilismo foi contestado pela Teoria das Vantagens
Absolutas, e não corroborado por ela.
e) (Errada) O mercantilismo era um sistema protecionista, e não liberal.
Resposta: Letra A
....
............
RESOLUÇÃO:
Até o século XVIII, a maioria dos países acreditava que a melhor forma de
proporcionar o crescimento econômico seria por meio do aumento das
exportações, a qualquer custo, e a restrição das importações, gerando, dessa
forma, uma acumulação de riqueza nas nações. Assim, os países procuravam
produzir internamente as mercadorias em substituição às importações, mesmo
que essa produção fosse a um custo bem maior do que a compra no exterior.
Era o mercantilismo, que visava apenas a acumulação de ouro e prata, com um
forte cunho protecionista e intervenção estatal na economia.
RESOLUÇÃO:
(a) (ERRADA) A conversão das moedas em ouro é característica de sistema
monetário, no caso o sistema de Bretton Woods. O livre-cambismo é política
comercial.
(b) (CORRETA) A característica do livre-cambismo puro é essa mesma, qual
seja, a remoção de barreiras ao comércio, apesar de sabermos que, na prática
e na OMC, há exceções institucionais previstas para a imposição de barreiras
em situações específicas.
(c) (CORRETA) As teorias das vantagens absolutas e comparativas
determinavam que os países deveriam se especializar na produção dos artigos
nos quais fossem mais eficientes, levando assim à divisão internacional do
trabalho.
(d) (CORRETA) No livre-cambismo o governo não deve interferir na economia,
deixando-a ao sabor do mercado. Suas atribuições seriam somente as típicas de
RESOLUÇÃO:
(a) (ERRADA) Tarifas protecionistas, subvenção de créditos (subsídios) e
câmbio diferenciado são exatamente características de sistemas comerciais
protecionistas, e não de livre-cambismo. O câmbio diferenciado pode ser
aplicado sob mais de uma forma: pode ser uma taxa para importação e outra
para exportação, ou utilizar uma taxa para produtos essenciais e outra para
produtos supérfluos. É um instrumento de correção do déficit do BP (Balanço de
Pagamentos) proibido pelo FMI e pela OMC.
(b) (ERRADA) Se ao invés de “o livre-cambismo só beneficia os países em
desenvolvimento...” constasse “o livre-cambismo normalmente não beneficia
Comentário:
a) (Errada) O livre-cambismo prega a especialização na produção dos
produtos onde o país seja mais eficiente, sem necessidade de ser
autossuficiente. A letra B explica.
Todas as demais alternativas contemplam características e vantagens do livre-
cambismo.
Resposta: Letra A
4.3. Protecionismo
Comentário:
Medidas compensatórias foram instituídas com o GATT (após a 2ª Guerra)
exatamente para combater os efeitos danosos gerados pelos subsídios.
Resposta: Letra E
.....
Considerando esse quadro, o Acordo Geral de Tarifas e Comércio
(GATT/47), foi celebrado em 1947 para impulsionar o comércio mundial após
a 2ª Guerra Mundial. Basicamente, o Acordo pregou o livre-cambismo como
regra geral, e os países assumiram o compromisso de não mais adotar medidas
protecionistas indiscriminadamente, como era feito antes. Deveriam cumprir o
Acordo e somente impor barreiras ao comércio como exceção, nas situações
específicas permitidas pelas suas regras. Cada um dos seus artigos foi
concebido para combater as práticas protecionistas citadas acima.
Assim, foram estabelecidas diversas situações (exceções) em que os países
poderiam impor determinadas medidas protecionistas (barreiras comerciais),
sob as mais diversas justificativas. Vamos resumir algumas dessas justificativas
para imposição de barreiras, previstas no GATT.
Dentre as justificativas para a imposição de barreiras ao comércio estão:
1. segurança nacional;
2. proteção às indústrias nascentes (somente para países em
desenvolvimento);
3. melhoria do balanço de pagamentos;
4. defesa comercial;
5. exceções gerais;
6. razões de instabilidade doméstica.
As razões acima são toleradas pelo GATT para imposição de barreiras. São as
exceções ao sistema de livre comércio. Por ora vamos comentar algumas
dessas situações.
Vejamos as situações protecionistas toleradas pelo GATT.
Um país poderá impor restrições ao comércio de artigos considerados essenciais
à segurança nacional (item 1), como é o caso de material bélico e de outros
produtos negociados em tempos de guerra. Entende-se que o país tem o direito
de possuir sua indústria bélica equipada, assim como deve regular a entrada e
saída desse tipo de produto em seu território. Também é considerada de
questão nacional a escassez de produtos essenciais, quando se permite a
imposição de restrições à exportação desses produtos. É o caso de alimentos
ou energia, por exemplo.
Por questões de sobrevivência e abastecimento, a agricultura local deve ser
incentivada, mesmo que mais ineficiente que a do concorrente
estrangeiro. Isso para garantir que um país não fique dependente de
importação de alimentos. Então, por questão de segurança nacional, permite-
se a imposição de barreiras para garantir a produção e/ou o abastecimento de
alimentos.
A justificava de imposição de barreiras para proteção às indústrias
nascentes de um país (item 2 acima) já foi comentada quando falamos sobre
os estágios do desenvolvimento industrial de um país, estabelecidos pelo
alemão Friedrich List. A OMC permite a adoção de barreiras tarifárias às
importações de mercadorias de um setor de forma a estabelecer a proteção
aduaneira necessária à criação de um determinado ramo de indústria.
Reparem. Não estamos falando de criação de firmas (empresas), mas sim de
um ramo industrial. Assim, por exemplo, caso um país não possua indústria
automotiva e comece a instalar esse ramo industrial em seu território, por meio
da instalação de fábricas, poderia impor barreiras às importações de veículos,
somente enquanto permanecesse nesse estágio de desenvolvimento.
Outra justificativa (prevista no GATT) é a imposição de barreiras
comerciais com o objetivo de ajustar o saldo deficitário do balanço de
pagamentos (item 3). Esta situação ocorre quando o país importa mais do
que exporta e, consequentemente, registra mais saída de divisas do que
entrada, e está perdendo reservas. Com a imposição de barreiras às
importações, o país espera deslocar recursos de sua atividade mais eficiente
para a menos eficiente. Ora, esse pensamento vai na contramão da Teoria das
Vantagens Comparativas, pois o país estará investindo em uma indústria não
eficiente, em vez de comprar no exterior, onde o produto sai mais barato, e
direcionar seus recursos para o setor mais produtivo. Em um primeiro instante,
será atingida a redução das importações. Porém, em uma segunda etapa, não
se terá o benefício desejado, conforme as explicações acima. Muitos recursos
seriam gastos com uma atividade ineficiente.
Assim, os países, por meio do GATT, entenderam que esse tipo de justificativa
não pode perdurar a vida inteira. Se um país está com problemas crônicos em
seu Balanço de Pagamentos, deve procurar investir em infra-estrutura, recursos
humanos, tecnologia etc., para que também possa auferir ganhos com o
comércio naturalmente, em vez de impor barreiras às exportações dos demais
países. O GATT, assim como o FMI (Fundo Monetário Internacional),
prevê situações nas quais um déficit crônico no Balanço de Pagamentos
do país pode ser corrigido por meio da imposição (temporária) de
barreiras.
Nesse caso, tais medidas protecionistas somente podem ser utilizadas para
equilibrar o balanço de pagamentos de um país que esteja não somente
perdendo reservas, mas que estas se encontrem à míngua, ou seja, em um
nível crítico. E esse tipo de restrição só pode ser aplicada pelo tempo e na
medida do necessário para afastar ameaça iminente de redução de suas
reservas monetárias ou para aumentá-las, no caso de serem muito exíguas,
com o objetivo de resguardar sua posição financeira exterior.
Outra justificativa para a imposição de restrições comerciais mais discutidas na
OMC é a proteção contra as chamadas práticas desleais de comércio
(dumping e subsídios), contemplada pelo item 4 acima. Trata-se do mecanismo
de defesa comercial. O assunto será desenvolvido por completo em aula
própria. Por ora, chamo a atenção ao fato de que, se um país pratica dumping
(exportação a preços menores que o praticado nas vendas internas) ou se
utiliza de subsídios (fornecimento de auxílio financeiro governamental a
empresas), causando algum tipo de dano às indústrias domésticas do país do
importador, este (o país importador) poderá adotar medidas restritivas
(protecionistas) para combater a atitude considerada comercialmente desleal da
outra parte. A OMC possui acordos nesse sentido, que prevêem a adoção de
medidas antidumping (para combater o efeito danoso do dumping) e
compensatórias (para combater o efeito dos subsídios danosos). São medidas
instituídas para combater as duas práticas desleais de comércio.
O GATT possui também permissão para uso de medidas de salvaguarda,
aplicadas para reduzir/eliminar os efeitos de aumento imprevisto (surto) do
volume de importações de determinada mercadoria. São medidas restritivas
que podem ser aplicadas temporariamente quando as indústrias do país
sofrem dano gerado pelo aumento das importações. Trata-se de uma forma de
resguardar (salvaguardar) as indústrias de um país. No caso das medidas de
salvaguarda, cabe ressaltar que não se trata de atitude para combater
uma prática desleal de comércio por parte de outros países. A aplicação
dessas medidas é um ato de defesa comercial, protecionista, mas aceito pelo
GATT.
acordo, uma vez que o sistema liberal não prima pela proteção aos setores
ineficientes por meio da imposição de barreiras. É o caso, por exemplo, de:
- redução do desemprego, uma vez que, com o setor industrial doméstico
protegido por barreiras comercias, as empresas fabris se desenvolveriam,
gerando mais empregos;
- diminuição da diferença salarial (entre os trabalhadores do campo e da
cidade), por meio do incentivo da migração de pessoas do campo para cidade.
Os trabalhadores urbanos historicamente recebiam salários maiores. Com a
migração, aumentaria a oferta de mão-de-obra na cidade, reduzindo o salário.
Por outro lado, no campo haveria menor oferta de mão-de-obra, e o salário
tenderia a subir;
- melhoria dos termos de troca (modelo de substituição das importações, a
ser visto a seguir).
.....
Questão 11. (AFRF/98) Entre as opções abaixo, indique aquela que
não constitui argumento utilizado pelo protecionismo:
a) É preciso manter as indústrias de um país em um nível tal que possam
atender à demanda em caso de um corte de fornecimento externo devido a
uma guerra.
b) O comércio e a indústria são mais importantes para um país do que a
agricultura e, portanto, devem ser submetidos a tarifas para evitar a
concorrência com produtos estrangeiros.
c) A adoção de tarifas favorece a criação de empresas nacionais.
d) Quando há capacidade ociosa, as tarifas contribuem para aumentar o
nível de atividade e de emprego, e, portanto, de renda de um dado país.
e) As indústrias-chave da defesa nacional devem ser protegidas para evitar a
ação de fornecedores estrangeiros.
RESOLUÇÃO:
Reparem que as alternativas assinaladas como “correta” são aquelas que
caracterizam argumentos utilizados pelos protecionistas. A resposta é a
alternativa que não representa argumento a favor do protecionismo.
RESOLUÇÃO:
RESOLUÇÃO:
(a) (ERRADA) Monopólio é considerado desvio de comércio. O país que impõe
barreiras ao comércio para prover proteção à indústria nacional não objetiva
com essa atitude desenvolver monopólios em setores produtivos. O foco da
proteção às indústrias nascentes são as indústrias (setor produtivo), e não as
firmas (empresas). Assim, só caberia a imposição de tarifas quando for o caso
de implantação de um setor industrial em um país (ex: setor automotivo), e
não pelo surgimento de novas firmas de um setor já maduro.
(b) (ERRADA) O custo para o governo em conceder um subsídio é maior do que
o custo de se aplicar uma tarifa. O governo gasta para conceder subsídios,
enquanto que arrecada com a imposição de tarifas. Há de se analisar ainda os
diferentes impactos nos preços dos concorrentes importados, que tendem a
subir com a imposição de proteção aos produtos nacionais. Além disso, o
sistema de proteção mais transparente e preferido pelo GATT/OMC é a tarifa.
(c) (ERRADA) A proteção às indústrias nacionais defendida é por tempo
DETERMINADO, enquanto o setor produtivo específico ainda não for maduro o
suficiente para competir com o fornecedor externo.
(d) (CORRETA) Quando se vai proteger o mercado nacional, o governo tem de
selecionar o setor que receberá a proteção (automotivo, brinquedos,
informática etc.). Imaginem a disputa dos fabricantes nacionais por proteção ao
seu setor. Isso pode gerar inúmeras “negociações” entre governo e produtores,
e até mesmo a corrupção. Difícil também para o governo é a tarefa de
determinar o período de vigência da proteção. De fato, toda indústria nascente
necessita de alguma forma de proteção. Isso é verdade, pois é muito difícil para
que um setor produtivo iniciante consiga florescer competindo abertamente
com o concorrente estrangeiro já maduro. Isso é questão de necessidade. A
outra coisa é a escolha governamental de qual indústria proteger. Isso já é
questão POLÍTICA. O fato de uma indústria necessitar de proteção não quer
Comentário:
A proteção às indústrias nascentes é prevista para viabilizar a instalação de um
novo ramo industrial no país (ex: setor têxtil). Isso significa que o país não
possui nenhuma indústria desse novo ramo e deseja possuir. Não pode ser
aplicada a barreira para a instalação de uma nova empresa industrial de um
ramo já existente no país.
Resposta: Letra B
Comentário:
Não precisa comentar mais, né?. Está literal no texto da aula. Melhoria dos
termos de troca é justificativa para imposição de barreiras, mas não está
prevista nos artigos do GATT.
Resposta: Letra C
RESOLUÇÃO:
(a) (CORRETA) Apesar de não ser o objetivo principal de uma tarifa de
importação, se mesmo com a tarifa o volume de importações for significativo, o
país registrará um aumento em sua arrecadação tributária.
(b) (CORRETA) Em várias ocasiões nesse trabalho já foi citado o argumento de
proteção à indústria nacional nascente como favorável ao protecionismo.
(c) (ERRADA) É exatamente o oposto. Com a tarifa, os fornecedores externos
acabam não participando do mercado doméstico, e as empresas nacionais não
sofrerão com essa competição estrangeira. Foi o que ocorreu no Brasil durante
......
comércio com terceiros países, seriam impostas barreiras. Não deu certo nem o
sistema de substituição de importações nem a ALALC.
Finalmente, como contraponto à livre circulação de mercadorias, os opositores
afirmavam também que o livre-cambismo, até como consequência do que já foi
dito, concentraria a renda na mão dos mais ricos, ou seja, não propiciaria a tão
sonhada distribuição de renda. Os países que não conseguissem gerar
exportadores competitivos teriam problemas com sua balança comercial.
.....
Questão 17. (AFRF/2000) Para explicar a relação entre comércio de
produtos primários e industrializados, a Comissão Econômica para
América Latina (CEPAL) apresentou uma série de estudos e propostas.
Acerca da CEPAL pode-se fazer as seguintes afirmativas abaixo, exceto:
a) A CEPAL teve um papel decisivo na criação da ALALC.
b) Os países produtores de bens primários deveriam diversificar sua
produção, deixando de ser produtores de monoculturas.
c) Os países em desenvolvimento deveriam abrir suas economias para
torná-las mais competitivas e assim conquistarem espaço no comércio
internacional.
d) Os países em desenvolvimento deveriam procurar exportar produtos
manufaturados.
e) O comércio internacional tendia a gerar uma desigualdade básica nas
relações de troca (uma deterioração nas relações de troca) pois os preços das
matérias-primas (dos países em desenvolvimento) tendia a declinar a longo
prazo, enquanto o preço dos produtos manufaturados (fabricados em geral em
países desenvolvidos) tendia a subir.
RESOLUÇÃO:
(a) (CORRETA) A ALALC foi concebida no contexto dos estudos de Raul Prebisch
junto à CEPAL sobre a dificuldade dos países latino-americanos em competirem
com as indústrias dos países desenvolvidos. Então a idéia foi integrar
economicamente o continente, aplicando barreiras às importações de terceiros
países, mas liberando o comércio intra-bloco, de forma que as economias se
complementassem.
(b) (CORRETA) Prebisch entendia que não havia outra forma que não a
industrialização para melhorar os termos internacionais de troca, e assim obter
ganhos com o comércio. Na realidade a assertiva não está perfeita, pois faltou
citar que os países deveriam se industrializar.
(c) (ERRADA) É exatamente o oposto. Segundo a CEPAL, os países em
desenvolvimento deveriam impor barreiras às importações de produtos
industrializados, para poderem desenvolver suas próprias indústrias. A abertura
seria somente entre os países do continente, ou seja, da ALALC.
(d) (CORRETA) A exportação de produtos manufaturados traria mais benefícios
aos PED (países em desenvolvimento) do que se estes exportassem somente
produtos agrícolas, segundo a CEPAL, pois os preços desse tipo de produto
(manufaturado) tendem a aumentar com o tempo, ao contrário dos produtos
primários, cujos preços decrescem com o tempo, gerando deterioração dos
termos de troca para os países que dependem de exportações de produtos
básicos.
(e) (CORRETA) Já comentado. É a tese de deterioração dos termos
internacionais de troca.
Resposta: Letra C
Comentário:
Lembrem-se. A justificativa para conter o desemprego é nobre, mas não foi
prevista pelo GATT. Até porque, se fosse prevista, possivelmente, a todo
instante, diversos países a alegariam para impor barreiras. As demais
alternativas estão previstas no GATT.
Resposta: Letra C
Comentário:
a) (Errada) Essa é a Teoria das Vantagens Absolutas
b) (Errada) Os preços dos produtos primários caem mais do que os preços
dos industrializados em épocas de crise
c) (Errada) Prebisch pregou que os países deveria adotar o modelo de
substituição de importações
d) (Errada) Prebisch pregava a imposição de barreiras, e não a liberação
comercial
e) (Correta) É o modelo de industrialização voltado para dentro (substituição
de importações)
Resposta: Letra E
Comentário:
1ª assertiva (F): não foram banidas todas as barreiras. O GATT instituiu a
liberação como regra e alguns casos específicos onde se pode aplicar barreira
às importações.
2ª assertiva (F): a política por trás do GATT é liberal, e não protecionista
3ª assertiva (F): é inviável e utópico a adoção das modalidades puras do livre-
cambismo ou do protecionismo.
Resposta: Letra D
5. RESUMO
6.1. Gabarito
1) C 7) A 13) D 19) C
2) B 8) E 14) B 20) C
3) A 9) A 15) C 21) E
4) A 10) E 16) C 22) D
5) A 11) B 17) C
6) C 12) C 18) C
Um abraço.
Missagia