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COMÉRCIO INTERNACIONAL

PARA O CONCURSO DA RECEITA FEDERAL – 2015


Aula 00 (Demo) – Políticas Comerciais
Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

Aula Demo – Políticas Comerciais

Sumário

1. APRESENTAÇÃO PESSOAL ....................................................................... 1


2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ................................................................... 3
3. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 5
4. POLÍTICAS COMERCIAIS ......................................................................... 6
4.1. Mercantilismo ................................................................................................................... 7

4.2. Livre-Cambismo ............................................................................................................. 11

4.3. Protecionismo ................................................................................................................ 24

4.4. Deterioração dos Termos de Troca ................................................................................. 37

5. RESUMO ................................................................................................ 46
6. LISTA DE QUESTÕES DA AULA ............................................................... 47
6.1. Gabarito ......................................................................................................................... 57

1. APRESENTAÇÃO PESSOAL

Somos Luiz Roberto Missagia e Rodrigo Luz, Auditores-Fiscais da Receita


Federal, aprovados, respectivamente, nos concursos de 1996 e 1994.
Eu, Luiz Missagia, comecei a trabalhar na DRF Rio Grande (RS), em dezembro
de 1997. Lá atuei no despacho aduaneiro, fiz visita aduaneira a navios e atuei
no setor de processos aduaneiros gerais, onde chegava tudo aquilo que foge da
rotina. Nestes casos, você tem que se virar para dar uma solução, seja
autuando, seja liberando. Foi um grande aprendizado na área aduaneira.
Em 1999 fui para Vitória, mais especificamente na Alfândega da RFB do Porto
de Vitória (ES), onde estou até hoje. Já atuei no porto seco, onde se faz
despacho de importação, de exportação e trânsito aduaneiro. Lá trabalhei com

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regimes especiais, bagagem desacompanhada e, principalmente, aplicação de


penalidades. Fui supervisor por lá, e depois chefiei o Serviço de Despacho
Aduaneiro (SEDAD). Já participei de algumas dessas “operações especiais”, em
conjunto com a Polícia Federal, que, às vezes, saem na mídia, em que
buscamos, nos estabelecimentos das empresas importadoras ou até mesmo nas
residências dos sócios, provas de cometimento de fraudes.
Como professor de cursos preparatórios para concursos, atuo desde 1999, nas
disciplinas de contabilidade e aduana. Além do Manual de Contabilidade,
escrevi, em conjunto com o também auditor e professor Francisco Velter livros
de Contabilidade Avançada, Auditoria e Matemática Financeira, todos pela
Editora Elsevier. No Ponto dos Concursos estou desde a sua formação. Em
conjunto com o Rodrigo Luz, escrevo cursos on-line no Ponto na área aduaneira
e de comércio internacional desde 2005. Na área aduaneira, além de ministrar
alguns cursos internos na Receita Federal, tenho participado, desde 2004, como
instrutor da Esaf de cursos de formação e de treinamento no local de trabalho.
Por fim, também tenho participado de outros trabalhos interessantes na Receita
Federal, como a Revisão Final do texto do Regulamento Aduaneiro de 2009
(Decreto 6.759/2009, base para a Legislação Aduaneira), Projeto de Elaboração
dos Manuais de Despacho Aduaneiro, “Operação Rio+20” e Copa do Mundo,
estas últimas bem interessantes, recebendo as delegações com os Chefes de
Estado e as seleções de futebol e desembaraçando seus equipamentos,
bagagem e armas dos seguranças oficiais.

Eu, Rodrigo Luz, comecei a trabalhar em 1995 no Aeroporto do Galeão, no Rio


de Janeiro. Por pouco mais de dois anos, vivi a experiência do trabalho de
fiscalização na zona primária (no curso de legislação aduaneira aprende-se que
a zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteiras
alfandegados, enquanto a zona secundária engloba o resto do território
brasileiro).
Desde 1997, trabalho na Inspetoria da Receita Federal no Rio de Janeiro
(IRF/RJ) cobrindo todo o município do Rio, fiscalizando não diretamente as
importações e exportações realizadas a cada dia, mas os importadores e
exportadores em seus respectivos estabelecimentos. Fui Chefe do Serviço de
Controle Aduaneiro e do Serviço de Tecnologia, Chefe-Substituto do Serviço de
Fiscalização e do Serviço de Programação e Seleção para Fiscalização.
Atualmente, atuo “na rua”, fiscalizando as empresas em seus estabelecimentos.
Na zona secundária, além de termos que conhecer a fundo a Legislação

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Aduaneira, temos que estar sempre afiados com as novas normas de


Contabilidade.
Na fiscalização de zona secundária, o AFRFB pode atuar, por exemplo,
revisando o conjunto das importações e exportações realizadas nos últimos
cinco anos, bem como fiscalizando se os produtos importados com isenção
tributária continuam na mão do importador (isto evita a fraude de uma isenção
ser obtida por uma pessoa para uso de outra que não teria tal benefício). Entre
muitas outras coisas, também fiscalizamos se os regimes aduaneiros especiais
concedidos ao importador/exportador, como o drawback ou a admissão
temporária, estão sendo cumpridos à risca (vamos estudar tais regimes aqui).
Depois de ter entrado na RFB, resolvi realizar um outro sonho, o de levantar as
mangas e pegar o giz (naquele tempo, os quadros das salas de aula ainda eram
negros. rs). Comecei em 1998 a dar aulas de Comércio Internacional,
Legislação Aduaneira e Relações Econômicas Internacionais para o concurso da
RFB daquele ano. Já são dezesseis anos de aulas, incluindo as ministradas nos
cursos de formação da Esaf para os candidatos classificados nos concursos para
AFRFB e para ATRFB desde 2004.
Formado em Informática, entrei na RFB e cursei a graduação em Direito,
concluída em 2004. Em 2005, comecei a lecionar também Direito Internacional
Público e lancei meus dois primeiros livros: “Comércio Internacional e
Legislação Aduaneira” e “Relações Econômicas Internacionais”. Em 2009,
escrevi “Comércio Internacional – Questões Comentadas”, sempre pela Editora
Elsevier.

2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Neste curso nos basearemos no programa do edital de 2014, que por sua vez
foi idêntico ao de 2012 na disciplina Comércio Internacional.

1. Políticas comerciais. Protecionismo e livre cambismo. Políticas comerciais


estratégicas. 1.1. Comércio internacional e desenvolvimento econômico. 1.2.
Barreiras tarifárias. 1.2.1 Modalidades de Tarifas. 1.3. Formas de protecionismo
não tarifário.
2. A Organização Mundial do Comércio (OMC): textos legais,estrutura,
funcionamento. 2.1. O Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio (GATT-1994);
princípios básicos e objetivos. 2.2. O Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços
(GATS). Princípios básicos, objetivos e alcance.
3. Sistemas preferenciais. 3.1. O Sistema Geral de Preferências (SGP). 3.2. O
Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC)
4. Integração comercial: zona de preferências tarifárias; área de livre comércio;
união aduaneira. 4.1 Acordos regionais de comércio e a Organização Mundial de

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Comércio (OMC): o Artigo 24º do GATT; a Cláusula de Habilitação. 4.2. Integração


comercial nas Américas: ALALC, ALADI, MERCOSUL, Comunidade Andina de
Nações; o Acordo de Livre Comércio da América do Norte; CARICOM.
5. MERCOSUL. Objetivos e estágio atual de integração. 5.1. Estrutura institucional
e sistema decisório. 5.2. Tarifa externa comum: aplicação; principais exceções.
5.3. Regras de origem.
6. Práticas desleais de comércio. 6.1. Defesa comercial. Medidas Antidumping,
medidas compensatórias e salvaguardas comerciais.
7. Sistema administrativo e instituições intervenientes no comércio exterior no
Brasil. 7.1. A Câmara de Comércio Exterior (CAMEX). 7.2. Receita Federal do
Brasil. 7.3 Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). 7.4. O Sistema Integrado de
Comércio Exterior (SISCOMEX). 7.5. Banco Central do Brasil (BACEN). 7.6.
Ministério das Relações Exteriores (MRE).
8. Classificação aduaneira. 8.1. Sistema Harmonizado de Designação e de
Codificação de Mercadorias (SH). 8.2. Nomenclatura Comum do MERCOSUL
(NCM).
9. Contratos de Comércio Internacional. 9.1. A Convenção das Nações Unidas
sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias.
10. Exportações. 10.1 Incentivos fiscais às exportações.
11. Importações. 11.1. Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico.
Combustíveis: fato gerador, incidência e base de cálculo.
12. Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS 2010).
13. Regimes aduaneiros.

Para cobrir esse conteúdo, programamos a seguinte sequência de aulas,


lembrando que se houver publicação de um edital de AFRFB podemos fazer
adaptações para adequar ao novo edital.

Aula Assunto Professor

Demo Noções Gerais de Comércio Exterior e Políticas Missagia


Comerciais (item 1)

01 Barreiras Tarifárias e Não Tarifárias (itens 1.1, 1.2 e Missagia


1.3)

02 GATT-94 (item 2.1) Rodrigo Luz

03 OMC – Parte I (item 2) Rodrigo Luz

04 OMC – Parte II (item 2) Rodrigo Luz

05 UNCTAD, SGP e SGPC. (item 3) Missagia

06 Práticas Desleais e Defesa Comercial I (item 6) Rodrigo Luz

07 Práticas Desleais e Defesa Comercial II (item 6) Rodrigo Luz

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08 Integração Regional (item 4) Rodrigo Luz

09 Mercosul I - Objetivos, Estrutura, Sistema Decisório Rodrigo Luz


(item 5 e 5.1)

10 Mercosul II - TEC, Regras de Origem (itens 5.2 e 5.3) Rodrigo Luz

11 Instituições Intervenientes (item 7 – parte) e Missagia


Políticas comerciais Estratégicas (item 1 – Parte)

12 Sistema Administrativo (item 7 – parte) Rodrigo Luz

13 Classificação Aduaneira e SH (itens 8 e 8.1) Missagia

14 Nomenclatura Comum do Mercosul (item 8.2) Missagia

15 Contrato internacional de compra e venda, Missagia


Convenção de Viena e Incoterms (item 9)

16 Regimes Aduaneiros I (item 13) Missagia

17 Regimes Aduaneiros II (item 13) Missagia

18 Regimes Aduaneiros III (item 13) Missagia

19 Regimes Aduaneiros IV (item 13) e Exportações e Rodrigo Luz


Importações (itens 10 e 11)

20 Resumão Rodrigo e
Missagia

21 Simulado – Parte I Missagia

22 Simulado – Parte II Rodrigo

Bom, vamos à nossa aula demonstrativa.


Aqui é o Luiz Roberto Missagia.

3. INTRODUÇÃO

Preliminarmente, cabe mencionar que o comércio internacional engloba o


conjunto de transações envolvendo mercadorias e serviços entre os países, não
importando a natureza dessas operações, que podem ser a título oneroso ou
não (compra e venda, doação, aluguel, empréstimo e outras). Desde os tempos

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antigos até o mundo atual, as trocas de mercadorias entre os países têm sido
uma atividade de grande importância em suas economias. Atualmente, muitos
países são extremamente dependentes das importações e/ou das exportações
de bens e serviços.
Nesta aula inicial, vamos tratar das “Políticas Comerciais” e suas implicações
no crescimento econômico. Analisaremos também as diversas barreiras
alfandegárias impostas pelos países como mecanismo de contenção de
importações, e como isso tem variado ao longo dos anos. Trata-se de uma
abordagem teórica, em que apresentaremos os principais conceitos e
características das relações comerciais entre países, sem ainda entrar no
detalhe das normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), que será
estudada em aula própria.

4. POLÍTICAS COMERCIAIS

No ramo genérico das Relações Econômicas Internacionais situa-se o


comércio de mercadorias entre os países. Essas relações comerciais
(compras, trocas e vendas) podem sofrer diferentes níveis de intervenção
governamental conforme a nação. Os governos podem introduzir normas que
incentivem ou que restrinjam essa atividade, ou seja, podem ser mais
protecionistas ou mais liberais em relação ao comércio exterior. É fato
também que as políticas de comércio exterior de cada país variam com o passar
dos anos, sofrendo forte influência da situação política e econômica da época,
tanto em termos internos quanto externos. Não deveria, mas pode ocorrer de
os governos adotarem políticas comerciais que não levam em conta a
situação econômica do País. É possível que, por meio do comércio exterior, o
governo queira beneficiar este ou aquele setor econômico industrial, por
motivos diversos.
Desde a formação dos Estados modernos, o comércio mundial tem passado por
períodos de menor ou maior liberação, ou seja, tem encontrado mais ou menos
resistência por parte dos países. A política externa dos países sempre sofreu
grande influência da situação político-econômica do mundo moderno (I e II
Guerras, Depressão de 1930, queda do Muro de Berlim, Globalização dos anos
1990, Crises Cambiais da década de 1990, Crise Econômica de 2009, etc.). É
comum em épocas de crise econômica, os países tenderem a apelar para o
protecionismo comercial como forma de garantir a continuidade das
indústrias e dos empregos em seus territórios.

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Assim, podemos afirmar que a política comercial de um país é a forma como


o governo lida com as transações envolvendo mercadorias e serviços entre
pessoas de seu País e o mundo exterior (pessoas de outros países). Estamos
falando da forma de lidar com as importações (compras do exterior) e
exportações (vendas ao exterior). O incentivo às exportações e a restrição
das importações são mecanismos normalmente utilizados quando o país
precisa melhorar a sua Balança Comercial, que é um item importante do
Balanço de Pagamentos1. Com a geração de divisas (moeda estrangeira)
oriundas das exportações e de outras fontes, o país obtém os recursos
necessários (divisas) para custear as importações que promove.
O crescimento econômico é normalmente o objetivo maior da adoção de uma
política comercial. Como vimos, dois extremos podem ser observados, sob o
ponto de vista de abertura (ou não) do país ao comércio exterior: o
protecionismo, que prega a imposição de barreiras ao comércio pelo Estado, e
o livre-cambismo, que prega a não intervenção estatal no comércio exterior.
Muito resumidamente, uma política protecionista visa reduzir (ou eliminar)
as transações do país com o exterior, notadamente em relação às importações.
Para atingir tal objetivo, o governo adota algumas medidas ditas restritivas às
importações, que têm o condão de dificultar a entrada de produtos estrangeiros
no país. Um exemplo clássico de política restritiva é a imposição (ou o
aumento) da alíquota do imposto sobre a importação de mercadorias.
Outras formas de protecionismo serão vistas nesta e em outras aulas do curso.
Já as políticas liberais de comércio exterior visam à remoção das barreiras
às transações comerciais (importações e exportações) com os demais países.

4.1. Mercantilismo

Na Idade Moderna, a política econômica dos grandes países era


fundamentalmente baseada no mercantilismo (até o século XVIII). Tratava-se
de uma orientação político-econômica (baseada nos estudos de John Locke),
que indicava que o crescimento econômico do país só seria possível pela
acumulação de moedas preciosas (ouro e prata). Além das minas existentes nas
metrópoles e nas colônias, a outra forma de gerar essa acumulação seria

1
O Balanço de Pagamentos é um relatório financeiro apresentado pela autoridade monetária
nacional (Banco Central), que discrimina as transações do país com o exterior, estas
contabilizadas em termos de moeda estrangeira. Nele são registradas as importações,
exportações, financiamentos, juros, lucros, empréstimos etc. A Balança Comercial é um dos
itens do Balanço de Pagamentos e evidencia o total das importações e das exportações de
mercadorias do país.

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exportando mais do que importando. Era o protecionismo comercial a


qualquer custo.
Era uma época de fortalecimento (ou formação) de Estados Nacionais.
Resumidamente, segundo a vertente mercantilista, um país (A) deveria
acumular e não poderia perder ouro e prata, pois isso reduziria a renda interna,
gerando desemprego. Além disso, se um país (A) perdesse ouro e prata
comprando mercadorias do país (B), este (o país B) certamente estaria
acumulando os metais. Isso traria um efeito em cascata, pois o país com
grande quantidade de moedas (B) teria preços altos de mercadorias, e assim os
importados ficariam cada vez mais caros para o país A.
Qual a consequência disso? Países extremamente protecionistas, querendo
exportar a qualquer custo, e restringindo sobremaneira as importações. No
sistema mercantilista, havia forte intervenção estatal na economia. As
atividades de importação e exportação eram controladas pelo Estado, a quem
cabia promover o bem-estar da nação.
Além do incentivo às exportações e restrição (quase total) às
importações, também se acumulava ouro e prata por meio da extração das
minas das colônias, prática comum para Portugal e Espanha. A Inglaterra, por
sua vez, não tendo sido contemplada com colônias fornecedoras de metal
precioso, tinha de exportar produtos (industrializados) para receber ouro e
prata.
......

Questão 1. (AFRF/98) Indique a opção que não está relacionada


com a prática do mercantilismo:
a) O comércio exterior deve ser estimulado, pois um saldo positivo na
balança fornece um estoque de metais preciosos.
b) O princípio segundo o qual o Estado deve incrementar o bem-estar
nacional.
c) O conjunto de concepções que incluía o protecionismo, a atuação ativa do
Estado e a busca de acumulação de metais preciosos, que foram aplicadas em
toda a Europa homogeneamente no século XVII.
d) A riqueza da economia depende do aumento da população e do volume de
metais preciosos do país.

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e) Uma forte autoridade central é essencial para a expansão dos mercados e


a proteção dos interesses comerciais.

RESOLUÇÃO:
O mercantilismo consistia em um pensamento econômico onde o Estado
assumia a responsabilidade por praticamente TUDO na vida da sociedade,
atuando nas áreas política, econômica, social, financeira etc.
No campo econômico, o objetivo era a obtenção, a qualquer custo, de saldo
positivo na balança comercial, obtido com a imposição de barreiras comerciais,
visando a acumulação de moedas preciosas. Entendia-se que esta seria a única
forma de atingir o desenvolvimento. Vejam. Em princípio, o aumento da
população só faria a economia crescer se fosse relativo à população
economicamente ativa, mas como a questão pedia a alternativa "não
relacionada ao mercantilismo", não poderíamos mesmo marcar a letra D, pois
ela tem relação com o mercantilismo. Segundo o pensamento mercantilista,
"homens e mercadorias são a verdadeira força econômica".
A única alternativa que não tem a ver com o que foi dito e contém uma parte
incorreta é a letra c, pois afirma que os princípios mercantilistas foram
aplicados de forma homogênea na Europa do século XVII, o que não é verdade,
pois os países se encontravam em estágios diferentes de desenvolvimento, e a
acumulação de ouro e prata dependia, em parte, dos estoques oriundos das
colônias. Como nem todos os países possuíam colônias ricas em ouro e prata
como Espanha e Portugal, a forma de acumular riqueza variava de um país para
o outro.
Resposta: Letra C

Questão 2. (INÉDITA) Até o século XVIII, as grandes


potências mundiais adotavam o sistema mercantilista. Sobre esse
sistema, observe as assertivas abaixo e assinale a opção correta:
( ) O Estado era o responsável por garantir o bem-estar da nação.
( ) Os países deveriam acumular ouro e prata a qualquer custo, de forma a
manter seus preços altos e sua mercadoria valorizada no mercado internacional
( ) Os metais preciosos extraídos das colônias deveriam ser utilizados para
importação de bens para garantir o desenvolvimento e a melhoria do padrão de
vida da população das colônias.

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( ) Para que houvesse geração de renda, o comércio exterior deveria ser


incentivado nos dois sentidos, sendo as importações consideradas benéficas
para estimular o emprego e o desenvolvimento.
( ) Os defensores do protecionismo contestavam o sistema mercantilista, por
entenderem que deveria haver barreiras para reduzir ou impedir as importações
de mercadorias.
a. VFFFV
b. VVFFF
c. FVFFF
d. VVVVF
e. FFVVV

Comentário:
1ª assertiva: (V).
2ª assertiva: (V).
3ª assertiva (F): desde quando a metrópole se preocupava com o bem-estar
das pessoas nas colônias?
4ª assertiva (F): no mercantilismo só havia incentivo às exportações, e
restrições às importações.
5ª assertiva (F): o mercantilismo era um sistema protecionista.
Resposta: Letra B
....
Porém, esse sistema de acúmulo indefinido de ouro e prata veio a ser
contestado, primeiramente por David Hume (1760). Segundo ele, o fato de os
preços internos caírem com a perda de ouro e prata não era tão ruim assim.
Isso porque essa queda de preços levava a um aumento nas exportações.
Assim, o país deficitário na Balança Comercial tenderia a melhorar sua situação
naturalmente com o tempo (e com o comércio). Por outro lado, os países
superavitários, devido ao alto preço dos seus produtos, tenderiam a enfrentar
uma redução nas exportações. Assim, sem que houvesse intervenção estatal na
economia, o próprio mercado trataria de ajustar os desequilíbrios na
Balança Comercial dos países. Começava a ruir a justificativa protecionista.
Outro camarada a contestar o mercantilismo foi Adam Smith. Vejamos. Os
economistas clássicos afirmavam que o livre comércio elevava o padrão de

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vida mundial em função do aumento da produção. A produção em grande


escala possibilita alcançar novos mercados, por meio do aumento da oferta e
redução do custo. Adam Smith era o grande ícone desta turma. Porém, o que
se observa na história (e ainda hoje) é que os países agiam de acordo com seus
interesses, ou seja, pregavam a liberação comercial apenas quando esta lhes
era favorável. Na prática, quando o país A defende o livre-cambismo (abertura
comercial) é porque está interessado em que os outros países (B, C, D,...)
abram seus mercados para as mercadorias exportadas por ele (A), caso típico
dos Estados Unidos da América (EUA) e de algumas das grandes potências da
União Europeia. É o que se chama de neomercantilismo, onde os países
tendem a impor medidas restritivas às importações, visando à obtenção de
superávits comerciais.
Na segunda metade do século XX, diversos países (inclusive o Brasil) tentaram
incrementar seu parque industrial, por meio da implantação de um sistema de
restrições às importações para viabilizar o processo de industrialização e
crescimento. Nesse período, diversas nações experimentaram políticas
protecionistas com o objetivo de se desenvolverem economicamente. Outras
nações, como EUA, Inglaterra e França, já possuíam indústrias maduras e
potencial exportador bem mais avançado nessa época. Mas estes (os países
desenvolvidos) também se utilizaram da política de restrições às importações,
protegendo suas indústrias nascentes e seus empregos, com o objetivo de
fomentar o crescimento econômico. Além disso, os EUA e a Europa sempre
foram muito protecionistas também em relação a suas produções agrícolas.
O liberalismo também pode ser apontado como característica dos blocos
econômicos de integração (NAFTA, União Européia, Mercosul, etc.), que
objetivam a liberação e o crescimento do volume de trocas entre os países-
membros, por meio da redução de boa parcela destes entraves ao comércio.
Vejamos as características principais destas duas políticas comerciais (livre-
cambismo e protecionismo), conferindo suas vantagens e desvantagens.

4.2. Livre-Cambismo

O termo "livre-cambismo" se refere a um pensamento econômico no qual os


governos devem eliminar todo e qualquer entrave ao comércio internacional.
Essa é a essência do pensamento. É o que seria o livre-cambismo puro (ou
teórico). Na prática, sabemos que isso não existe, pois os governos, amparados
ou não pelas regras da OMC (Organização Mundial do Comércio), mesmo se
dizendo liberais economicamente, em maior ou menor escala, acabam
intervindo no comércio exterior impondo algum tipo de restrição ou proteção.

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Nos idos de 1770, interessava para a burguesia o aumento do volume de


comércio e, consequentemente, a mínima intervenção estatal para que os
comerciantes pudessem executar suas atividades sem burocracia e sem
impedimentos. Isso aplicado ao comércio internacional implica queda de
barreiras, ou livre comércio. Para os economistas clássicos, “o livre
comércio levará ao crescimento econômico”. Seu pensador mais ilustre foi
Adam Smith, que pregava em seu livro A Riqueza das Nações que, “o
indivíduo, ao procurar o seu próprio interesse (lucro), também estaria
promovendo o interesse e o bem-estar da sociedade”. Isso significa que o
governo deve estimular a atividade privada, e intervir o mínimo possível.
Ora, esse pensamento significa que seria melhor o Estado deixar a economia se
regular por si só, ou seja, de acordo com as leis de mercado (oferta e
procura), pois os empresários, ao criarem seus negócios (empresas), com o
objetivo de geração de lucro, iriam, naturalmente, gerar empregos, o que por
sua vez aumentaria a renda dos trabalhadores, que poderiam consumir
produtos fabricados pelas indústrias de outros países, a preços mínimos, e
assim a coisa caminharia, num ciclo (virtuoso) de geração de renda, sem
intervenção estatal, rumo ao crescimento, elevando o bem-estar da sociedade
como um todo. Pensamento tipicamente capitalista, certo?
Veremos que, na contramão desse pensamento, havia os ideais
protecionistas.
Após David Hume ter contestado as vantagens do sistema protecionista, Adam
Smith passou a afirmar que o país que levantasse barreiras para proteger suas
indústrias perderia economicamente com tal medida.
Vejamos. Adam Smith criou a Teoria das Vantagens Absolutas2, por meio da
qual os países deveriam se especializar na produção daqueles bens em que
fossem mais eficientes. Essa maior eficiência na produção, segundo a teoria de
Smith, era medida pela quantidade de horas gastas na fabricação de um
determinado bem, ou seja, quanto menor a quantidade de mão-de-obra gasta
para produzir o produto X (=custo), mais eficiente seria o país na produção de
X.
Veja no quadro abaixo o exemplo hipotético. Os números representam a
quantidade de horas gastas em cada país para fabricar uma unidade do
produto. Essa quantidade representa o custo do mesmo.

2
Esse assunto não consta mais no programa do concurso AFRFB explicitamente, mas
entendemos que sua compreensão, ainda que superficial, seja importante para a prova.

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País/Produto Café Televisor


Brasil 2 3
Japão 3 2

Assim, no exemplo, o Brasil produz café mais barato que o Japão, que, por sua
vez, produz televisores a custo menor que o Brasil. Segundo Smith, seria
melhor que o Brasil deixasse de produzir televisores e os adquirisse do Japão, e
que este deixasse de produzir café e o comprasse do Brasil. Dessa forma, os
dois países, que, antes da abertura comercial, gastavam 5 horas para produzir
uma unidade de cada produto, passariam a gastar apenas 4 horas para obter
duas unidades de café (no caso do Brasil) e duas unidades de televisor (no caso
do Japão). Após 4 horas de trabalho e com a troca de uma unidade de café por
uma unidade de televisor, cada país teria a mesma quantidade de bens que
antes somente possuíam depois de 5 horas de trabalho. Essa teoria justifica a
abertura comercial dos países.
Na situação acima, segundo Smith, não valeria a pena o Brasil fabricar
televisores. O melhor a fazer seria concentrar toda a mão-de-obra na produção
dos bens onde se possua mais eficiência (café). Consequentemente, o Brasil
fabricaria somente café, e exportaria o excedente para o Japão, que fabricaria
somente televisores, exportando o excedente para o Brasil. Esse exemplo se
baseia no modelo 2x2 (duas nações, dois produtos).
Isso aplicado em todos os países, somente com absoluta liberdade de
movimentação de mercadorias, serviços e capitais de um país para o outro,
faria com que os mesmos atingissem um nível ótimo de bem-estar, já que o
mundo teria se transformado em um único mercado, com os bens sendo
negociados a preços mínimos e com melhor qualidade, independentemente
do país onde fossem produzidos.
A Teoria das Vantagens Absolutas foi então aprimorada por Ricardo, que criou a
Teoria das Vantagens Relativas (ou Comparativas), em que se provou que
mesmo que o país (A) fosse mais eficiente na produção dos dois produtos,
ainda assim valeria a pena comercializar com o exterior (país B), devendo o
país A se especializar na produção do bem em que fosse relativamente mais
eficiente. Por outro lado, o país B, menos eficiente na produção dos dois
produtos, deveria se especializar na fabricação daquele em que fosse menos
ineficiente, ou seja, mais eficiente (em termos relativos).
Veja. Na Teoria das Vantagens Absolutas, supondo 2 países e 2 produtos, o
Brasil é melhor que a Argentina na produção de sapatos, e a Argentina é

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melhor que o Brasil na produção de vinhos. Então, vale a pena a Argentina


comprar sapato do Brasil e não produzi-los, enquanto que ao Brasil é melhor
comprar vinho da Argentina e só produzir sapato, e não vinho.
Se compararmos, por hipótese, EUA e México na produção de trigo e camisas,
vê-se que os EUA são mais eficientes na produção de ambos os produtos. Veja
a tabela hipotética de custo de produção em horas gastas para produzir uma
unidade de cada bem.

País/Produto Trigo Camisa


EUA 5 9
México 15 10

Pela Teoria das Vantagens Absolutas, não valeria a pena para os EUA
trocarem produtos com o México, pois os EUA são mais eficientes em ambos os
produtos. Mas, por hipótese, a vantagem dos EUA na produção de trigo é maior
do que na produção de camisas. Como assim?
Em termos relativos, nos EUA o custo de produção do trigo é inferior ao custo
de produção da camisa. No México, o custo de produção da camisa é inferior ao
custo de produção do trigo. Ricardo dizia que o País teria ganhos com o
comércio se exportasse o produto com maior vantagem comparativa. Se não
houvesse comércio entre os países, o México gastaria 10 horas para produzir
uma camisa e 15 horas para fabricar uma unidade de trigo. Por isso, uma
unidade de trigo custaria 1,5 unidade de camisa no México.
Nos EUA, a unidade de trigo custa 0,55 (5/9) da unidade de camisa. Assim,
havendo comércio, o México poderia comprar trigo dos EUA por menos que 1,5
do preço da camisa. Por exemplo, se a base de troca for de 1 para 1, para o
México, em vez de fabricar uma unidade de trigo a um custo de 15 horas, seria
melhor para o México fabricar camisa a um custo de 10 horas e trocá-la com os
EUA por uma unidade de trigo, economizando assim 5 horas de trabalho. Já os
EUA deixariam de gastar 9 horas para produzir uma unidade de camisa,
utilizando apenas 5 horas para produzir trigo e trocando-a por uma camisa,
poupando assim 4 horas de custo.
Então, mesmo os EUA sendo melhores nos dois produtos, segundo a Teoria
das Vantagens Comparativas ainda vale a pena para eles se dedicarem mais

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ao trigo, deixarem de fabricar camisas e adquiri-las dos mexicanos, que não


produziriam mais trigo, somente camisas, e as venderiam aos EUA.
..........

Questão 3. (Analista Comércio Exterior / Emgepron/2014) O


princípio das vantagens absolutas no comércio internacional foi
formulado por Adam Smith em seu livro a Riqueza das Nações, no
século XVIII. Ele explica os fluxos de importação e exportação de um
país como sendo determinado:
(A) pela diferença entre os custos de produção dos países para mercadorias
semelhantes.
(B) pelas especialidades que cada país tem.
(C) pelo poder político absoluto que os países têm, uns em relação ao outros.
(D) os países de regime totalitários são absolutos nas relações comerciais
mantidas com os demais países de regimes democráticos.
Comentário:
Conforme vimos no texto, segundo a Teoria das Vantagens Absolutas, se o País
A produz a mesma mercadoria a custo menor que o País B, então é melhor para
o País B deixar de produzi-la e passar a importá-la do País A.
Gabarito: Letra A

Questão 4. (Analista Comércio Exterior / Emgepron/2014) O


princípio das vantagens comparativas no comércio internacional
elaborado por David Ricardo, no século XIX, difere do principio das
vantagens absolutas de Adam Smith, anteriormente formulado no
século XVIII. Dentre as afirmativas abaixo, assinale a que melhor
caracteriza o principio das vantagens comparativas.:
(A) O comércio internacional é estabelecido pela comparação entre os custos
nacionais dos segmentos produtivos. Assim, os produtos de menores custos
serão exportados e os de maiores custos serão importados.
(B) O comércio se consagra a partir das comparações dos custos de produção
entre países, sendo os menores custos determinantes dos produtos exportados
por um país e os maiores custos determinantes dos produtos importados.
(C) A comparação entre as necessidades dos países envolvidos com o comércio
é o que importa para definir o que será exportado e importado.
(D) Tudo no comércio internacional deve ser comparado, vendido e comprado.

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Comentário:
Conforme vimos no exemplo anterior, pela Teoria das Vantagens Comparativas,
mesmo que um país seja mais eficiente que outro na produção de dois bens,
valeria a pena para cada país exportar o bem que fosse produzido a um custo
menor em seu território.
Gabarito: Letra A

Questão 5. (INÉDITA) O sistema mercantilista possuía como um


dos pilares de sustentação o argumento de que um país deveria
acumular ouro e prata para manter os preços de seus produtos
valorizados em relação ao preço do produto importado. Essa
justificativa
a. começou a perder força quando foi colocada a tese de que, mantendo os
preços internos baixos, o país exportaria mais, e assim acumularia ouro e prata,
compensando o déficit acumulado.
b. foi derrubada inicialmente pela teoria das vantagens comparativas, de
David Ricardo.
c. vigorou até a assinatura do GATT/47, ocasião em que os países deixaram
de utilizar o mercantilismo.
d. foi corroborada pela Teoria das Vantagens Absolutas, de Adam Smith.
e. foi utilizada para que os países abrissem seus mercados aos produtos
importados.

Comentário:
a) (Correta) Essa tese foi levantada por David Hume
b) (Errada) Antes da Teoria das Vantagens Comparativas surgiu a Teoria das
Vantagens Absolutas.
c) (Errada) Na época da assinatura do GATT (1947), o mercantilismo já havia
deixado de ser a base do pensamento econômico-comercial.
d) (Errada) O mercantilismo foi contestado pela Teoria das Vantagens
Absolutas, e não corroborado por ela.
e) (Errada) O mercantilismo era um sistema protecionista, e não liberal.
Resposta: Letra A
....

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Essas e outras teorias colocaram uma pá de cal no protecionismo. Elas levam as


nações a uma especialização da produção, ou a uma divisão internacional
do trabalho, e dependem totalmente da liberação comercial para serem postas
em prática. Isso quer dizer que, segundo os clássicos, a imposição de barreiras
poderia prejudicar a alocação ótima dos recursos de produção (capital,
trabalho), e possivelmente geraria um custo muito grande para o país, por
manter uma indústria ineficiente funcionando, como seria o caso, em nosso
exemplo hipotético, da fabricação de televisores no Brasil e de café no Japão. A
ideia é transferir os recursos para a produção eficiente.
Uma outra vantagem disso é que a especialização da produção possibilitaria ao
país produzir em larga escala (ganhos de escala), ou seja, com os mesmos
custos fixos produzir mais unidades de um mesmo produto. Isso aumentaria a
produção, reduzindo o preço final do produto. Para o consumidor, certamente é
a melhor opção, pois permite a possibilidade de escolha no mercado
internacional, caso o produto nacional seja ruim e/ou caro.
O livre-cambismo é, portanto, uma política comercial baseada na livre
concorrência, na desregulamentação das atividades de comércio exterior
(não intervenção estatal), na especialização internacional na produção.
Todos esses fatores levariam ainda, segundo seus defensores, a uma maior
solidariedade entre as nações. Que beleza....
Pois bem. A tendência mundial passou a ser o livre-cambismo. Veio a Revolução
Francesa (1789) e os ideais liberais em diversas áreas (política, cultural etc.).
Na economia não poderia ser diferente. De lá pra cá, os países tem se
esforçado para que o mundo não volte mais à era do protecionismo exacerbado.
Porém, em momentos de forte crise, é comum que os países mais afetados
levantem barreiras para proteger suas indústrias. Isso ocorreu, por exemplo, na
década de 1930, após o crash da bolsa de NY, nos anos 1970, com as crises do
petróleo, e, mais recentemente, com a crise econômica enfrentada pelos
principais países da Europa.

Diversas vantagens são apontadas pelos defensores do livre-cambismo, tais


como (isso cai muito em prova):
a) Aumento da produção, da competitividade e, consequentemente, da
qualidade (incremento tecnológico) das mercadorias fabricadas pelos
produtores-exportadores;
b) Exportações a preços mínimos com vantagens comparativas, devido à
redução de custos na produção, que passaria a operar com ganhos de

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escala (quanto maior a quantidade produzida, menor o custo unitário de


fabricação);
c) Geração de emprego e renda mesmo nos países mais atrasados, tendo em
vista que mesmo os absolutamente ineficientes poderiam obter ganhos na
especialização; e
d) Distribuição ótima dos fatores de produção.

Fatores de produção são trabalho (mão-de-obra), capital, tecnologia e


recursos naturais. Ex: se o Brasil é bom (é eficiente) na fabricação de sapatos,
mas não é bom (é ineficiente) na fabricação de vinhos, é melhor ele realocar
seus recursos (fatores) de produção para fabricar sapatos. Os trabalhadores
brasileiros sabem fazer melhor sapato do que vinho (por hipótese), portanto a
alocação ótima dos recursos produtivos brasileiros seria na produção de
sapatos, e não na de vinhos. Deixaríamos para importar o vinho dos argentinos
ou dos chilenos. Se deslocássemos uma parte da terra, da mão-de-obra e do
capital também para fabricar vinho, estaríamos com uma distribuição ineficiente
dos recursos produtivos (pessoal, por favor, tudo isso por hipótese, pois
sabemos que a produção nacional de vinho tem evoluído bastante nos últimos
anos !!!!!)
No sistema livre-cambista, o Estado não interfere diretamente nas atividades
econômicas, ficando seu papel restrito a tarefas como:
• Manutenção da soberania nacional;
• Preservação da justiça;
• Manutenção da lei e da ordem;
• Complementação das atividades (produção, importação, exportação)
onde não haja interesse do setor privado;
• Redução das barreiras relativas ao comércio exterior.

E como ocorre aumento de competitividade nesse sistema? O produtor nacional


sofrerá a concorrência dos produtos importados, pois o governo não poderia
impor, indiscriminadamente, barreiras às importações dos similares
estrangeiros. Essa proteção em forma de barreiras acontecia no Brasil com os
carros, e com o setor de informática, até o início da década de 1990. Com a
abertura comercial, aumentou a concorrência. As empresas brasileiras tiveram
que se modernizar para concorrer com os produtos importados. A teoria das
vantagens absolutas utiliza um modelo 2x2 (dois produtos, dois países) para

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explicar o contexto geral. Não significa que, na prática, uma só empresa


funcionará em cada setor, afinal, a concorrência (quando leal) é saudável para
tornar as indústrias mais eficientes e os produtos com mais qualidade.

............

Questão 6. (AFTN/96): O livre-cambismo é uma doutrina de


comércio que parte do pressuposto de que a natureza desigual dos
países e regiões torna a especialização uma necessidade, sendo o
comércio o meio pelo qual todos os participantes obtêm vantagens
dessa especialização. Cada país deveria especializar-se na produção de
bens onde consegue maior eficiência, trocando o excedente por outros
bens que outros países produzem com mais eficiência. O principal
argumento contra o livre-cambismo, desde o século XIX (A. Hamilton e
F.List), se concentra na idéia de que:.
a) O livre-cambismo é incapaz de promover a justiça social;
b) No livre-cambismo, somente se beneficiam do comércio os países que
apresentam uma pauta de exportações onde a maioria dos produtos possui
demanda inelástica. Quando isso não ocorre, a concorrência é predatória;
c) O livre-cambismo é bom para os países de economia madura, mas os
países com indústrias nascentes necessitam de alguma forma de proteção;
d) O livre-cambismo atende apenas aos interesses dos grandes
exportadores, que usam a liberdade econômica para estabelecer monopólios e
cartéis;
e) Na verdade não existe livre-cambismo na prática. Todos os países são
protecionistas em razão da intervenção do Estado.

RESOLUÇÃO:
Até o século XVIII, a maioria dos países acreditava que a melhor forma de
proporcionar o crescimento econômico seria por meio do aumento das
exportações, a qualquer custo, e a restrição das importações, gerando, dessa
forma, uma acumulação de riqueza nas nações. Assim, os países procuravam
produzir internamente as mercadorias em substituição às importações, mesmo
que essa produção fosse a um custo bem maior do que a compra no exterior.
Era o mercantilismo, que visava apenas a acumulação de ouro e prata, com um
forte cunho protecionista e intervenção estatal na economia.

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Em oposição a esse pensamento, Adam Smith pregava, em seu livro a Riqueza


das Nações, que “o indivíduo, ao procurar o seu próprio interesse (lucro),
também estaria promovendo o interesse e o bem-estar da sociedade”. Isso
significou uma completa inversão na direção do pensamento econômico, ou
seja, o Estado não deveria mais intervir na economia, nem no comércio
exterior. Os países deveriam se especializar na produção daquilo em que
fossem melhores, para produzir maiores quantidades a preços menores. Surgia
a especialização da produção, e o Estado não deveria intervir nas relações
privadas, deixando o fluxo do comércio internacional a cargo do mercado.
Dentre as correntes contrárias ao livre-cambismo (List e Hamilton), destacou-se
o argumento de que, sem a devida proteção às indústrias nascentes, os países
em desenvolvimento não conseguiriam se estabelecer no mercado
internacional, pois os grandes concorrentes, com seus preços inferiores, sempre
venceriam a disputa com os produtores jovens. Argumentava-se que toda
indústria nascente necessita de alguma forma de proteção para se estabelecer
no mercado.
Vamos às alternativas, observando que o enunciado busca saber o pensamento
do economista alemão F. List:
(a) (ERRADA) Dizer que o livre-cambismo era incapaz de produzir a justiça
social até poderia ser dito pelas correntes contrárias ao pensamento, mas isso
nem o protecionismo era capaz de garantir. Os pensamentos eram econômicos,
e não de cunho social. Assim, esse jamais foi o principal argumento contra o
livre-cambismo, colocado por List.
(b) (ERRADA) A demanda inelástica é aquela que não se altera (ou se altera
pouco) conforme o preço do produto, dada a essencialidade do mesmo, ou a
falta de concorrência. É o caso dos produtos agrícolas exportados pelos países
em desenvolvimento, pois a procura por esses produtos não sofre grandes
variações, nem mesmo em função da renda do consumidor. Na verdade, quem
se beneficia mais do livre-cambismo são os países que exportam produtos com
demanda elástica da renda (aumenta a demanda com o aumento da renda do
consumidor), como é o caso dos países exportadores de produtos
industrializados.
(c) (CORRETA) Os países cujos produtores-exportadores já se estabeleceram no
comércio internacional (indústrias maduras) se beneficiam mais do livre-
cambismo, pois têm condições de enfrentar a concorrência com preços
reduzidos. Já as indústrias nascentes podem quebrar se tiverem de enfrentar,
inicialmente, a concorrência internacional sem a devida proteção. Esse era o
argumento de List para a imposição de barreiras ao comércio.

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(d) (ERRADA) De fato os grandes exportadores podem se beneficiar do livre-


cambismo, mas os pequenos que conseguirem penetração em mercados
externos também podem obter benefícios com o comércio. Muito cuidado
quando aparecerem palavras como “somente”, “apenas”, “nunca”, “jamais”,
“sempre” e semelhantes nas alternativas. E esse também não era o agumento
de List.
(e) (ERRADA) De fato alguma forma de intervenção estatal, mesmo que
mínima, sempre haverá. Porém, este jamais foi um argumento contra o livre-
cambismo, que era o que se perguntava na questão.
Resposta: Letra C

Questão 7. (AFRF/98) Não é verdadeiro, em relação ao Livre-


Cambismo, que:
a) Todas as moedas devem ser conversíveis em ouro.
b) O governo deve remover todos os obstáculos legais para o funcionamento
de um comércio livre.
c) Existe uma divisão internacional do trabalho.
d) O governo deve se limitar à manutenção da lei e da ordem.
e) Existe uma especialização de funções, motivada pela distribuição desigual
de recursos naturais ou por outros motivos.

RESOLUÇÃO:
(a) (ERRADA) A conversão das moedas em ouro é característica de sistema
monetário, no caso o sistema de Bretton Woods. O livre-cambismo é política
comercial.
(b) (CORRETA) A característica do livre-cambismo puro é essa mesma, qual
seja, a remoção de barreiras ao comércio, apesar de sabermos que, na prática
e na OMC, há exceções institucionais previstas para a imposição de barreiras
em situações específicas.
(c) (CORRETA) As teorias das vantagens absolutas e comparativas
determinavam que os países deveriam se especializar na produção dos artigos
nos quais fossem mais eficientes, levando assim à divisão internacional do
trabalho.
(d) (CORRETA) No livre-cambismo o governo não deve interferir na economia,
deixando-a ao sabor do mercado. Suas atribuições seriam somente as típicas de

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Estado, como a manutenção da lei, da ordem, da justiça e a atuação (como


agente) no mercado somente nas atividades onde inexistir o interesse privado.
(e) (CORRETA) Os países possuem diferentes níveis de recursos naturais,
humanos e de capital. Uns têm terra boa para plantio de uva, outros de soja,
outros detêm tecnologia para produção de eletrônicos, e assim por diante. Esse
é o motivo, segundo as teorias das vantagens absolutas e comparativas, para
que cada um se especialize naquilo que conseguir produzir com mais eficiência.
Resposta: Letra A

Questão 8. (AFRF/2000) Julgue as opções abaixo e assinale a


correta:
a) O livre-cambismo é uma doutrina de comércio estabelecida através de
tarifas protecionistas, a subvenção de créditos, a adoção de câmbios
diferenciados.
b) O livre-cambismo só beneficia os países em desenvolvimento, que
apresentam uma pauta de exportações onde a maioria dos produtos possui
demanda inelástica.
c) O livre-cambismo é uma doutrina pela qual o governo não provê a
remoção dos obstáculos legais em relação ao comércio e aos preços.
d) O livre-cambismo defende a adoção de tarifas em situação de defesa
nacional.
e) O livre-cambismo rege que a livre troca de produtos no campo
internacional, os quais seriam vendidos a preços mínimos, num regime de
mercado, se aproximaria ao da livre concorrência perfeita.

RESOLUÇÃO:
(a) (ERRADA) Tarifas protecionistas, subvenção de créditos (subsídios) e
câmbio diferenciado são exatamente características de sistemas comerciais
protecionistas, e não de livre-cambismo. O câmbio diferenciado pode ser
aplicado sob mais de uma forma: pode ser uma taxa para importação e outra
para exportação, ou utilizar uma taxa para produtos essenciais e outra para
produtos supérfluos. É um instrumento de correção do déficit do BP (Balanço de
Pagamentos) proibido pelo FMI e pela OMC.
(b) (ERRADA) Se ao invés de “o livre-cambismo só beneficia os países em
desenvolvimento...” constasse “o livre-cambismo normalmente não beneficia

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os países em desenvolvimento...”, estaria correta a assertiva, de acordo com a


tese de Prebisch, pois a pauta de exportações dos países em desenvolvimento
em geral contempla uma maioria de produtos básicos. A demanda por esse tipo
de bem (arroz, frango, laranja etc.) não aumenta na mesma proporção que a
renda do consumidor, pois garantido o abastecimento essencial (roupa, comida,
habitação), o consumidor que dispuser de excedente de renda não comprará
mais comida ou outros produtos básicos, mas procurará bens mais sofisticados.
Isso significa que a demanda por esses bens (básicos) é inelástica (varia pouco)
em relação à renda do consumidor.
(c) (ERRADA) É exatamente o oposto. O livre-cambismo prega a eliminação das
barreiras ao comércio.
(d) (ERRADA) Atenção !!! A doutrina do livre-cambismo puro não prevê adoção
de tarifas! É claro que isso é utópico, não existe. O argumento de proteção à
indústria nacional, como o próprio nome diz, é um argumento protecionista,
inclusive previsto na OMC.
(e) (CORRETA) É a essência do sistema livre-cambista. Sem intervenção estatal
na economia, os produtores se especializariam na fabricação/produção de bens
nos quais fossem mais eficientes. O consumidor, por sua vez, poderia escolher
o melhor produto entre o nacional e o importado, considerando qualidade e
preço, em um mercado com uma infinidade de compradores e vendedores.
Como não há tarifa, a competição entre produtores domésticos e estrangeiros
seria equiparada, aproximando-se do regime de concorrência perfeita.
Resposta: Letra E

Questão 9. (INÉDITA) Sobre o livre cambismo e seus argumentos


favoráveis, assinale a alternativa INCORRETA:
a. Para que os países atingissem o desenvolvimento, seus defensores
pregavam a variedade do parque fabril de forma que o país pudesse ser
autossuficiente na produção de bens, principalmente alimentos.
b. Os fatores de produção deveriam ser transferidos para as atividades
eficientes, e as ineficientes deveriam ser abandonadas, importando-se o que
fosse necessário, para que recursos não fossem desperdiçados em atividades
ineficientes.
c. Um país que se especializasse na fabricação de bens que conseguisse
produzir a custos baixos teria ganhos com o comércio.
d. Os ganhos de escala seriam um efeito natural para os países que
aumentassem a produção dos bens em que fossem mais eficientes.

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e. O aumento da concorrência levaria ao incremento tecnológico das


indústrias nacionais.

Comentário:
a) (Errada) O livre-cambismo prega a especialização na produção dos
produtos onde o país seja mais eficiente, sem necessidade de ser
autossuficiente. A letra B explica.
Todas as demais alternativas contemplam características e vantagens do livre-
cambismo.

Resposta: Letra A

4.3. Protecionismo

Agora vamos comentar as desvantagens (sob o ponto de vista de quem


contesta) do livre-cambismo. Seus opositores diziam que essas oportunidades
comerciais não são apresentadas para os países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento. Isso quer dizer que os países com perfil de produção agrícola
teriam de se especializar somente na produção de bens primários (arroz, feijão,
milho, frutas, ...) para exportá-los, ficando fadados a se tornarem eternos
produtores rurais.

O temor gerado pelos possíveis efeitos negativos que o livre-cambismo puro


poderia trazer para suas economias, aliado aos argumentos apresentados por
economistas opositores do liberalismo total para os países em desenvolvimento,
levou alguns países a buscar, invariavelmente, alguma forma de proteção para
seus mercados.
No que seria um sistema protecionista puro, o Estado controla toda a
atividade produtiva, a promoção das exportações, a entrada de produtos
estrangeiros no mercado nacional, as barreiras impostas para proteção das
indústrias nacionais, enfim, regula o mercado com o objetivo de levar o país ao
desenvolvimento econômico. Também é um sistema que, nos dias atuais, não
teria como dar certo, tendo em vista o enorme aumento no volume de comércio
exterior.
Talvez o principal argumento contra os livre-cambistas fosse de que a queda de
todas as barreiras ao comércio beneficiaria, de imediato, apenas os países cujas

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indústrias já se encontrassem em estágios avançados (as indústrias maduras).


Essa tese foi criada por Friedrich List, economista alemão, que pregava a
proteção às indústrias nascentes da Alemanha no século XIX, por meio da
imposição de barreiras às importações, para que estas não tivessem que
concorrer com as já maduras indústrias inglesas.
Segundo List, o processo de industrialização de um país possui cinco etapas.
Segundo ele, à época, a Inglaterra já estaria na etapa final (mais avançada) de
desenvolvimento industrial, e a Alemanha não. Para atingir a fase mais
avançada de industrialização, a única maneira seria protegendo suas indústrias
nas etapas inicias, ou seja, enquanto o país não possuísse indústrias maduras
em determinado setor, para que se alcançasse o desenvolvimento industrial
pleno, seria imperioso instituir tarifas às importações de produtos
concorrentes. Assim, a indústria poderia se instalar sem o enfrentamento da
concorrência, e posteriormente, e paulatinamente, quando ela já estivesse
madura o suficiente, as barreiras poderiam então ser removidas.
Essa seria a única maneira de as indústrias jovens conseguirem sobreviver. É
o que se chama de proteção às indústrias nascentes. Esse tipo de barreira
está previsto na Organização Mundial do Comércio (OMC), desde o GATT/1947,
sob certas condições, e por prazo limite, para que a indústria se estabeleça.
O mecanismo de proteção às indústrias nacionais por parte dos governos é
implementado, na prática, por meio de barreiras ao comércio internacional.
Essas imposições governamentais criam dificuldades aos exportadores
estrangeiros para penetrar no mercado nacional em igualdade de condições
com o fabricante doméstico, reservando o consumidor nacional para o produtor
local, que com isso não sofre concorrência externa e acaba cobrando preços
mais elevados dos consumidores. Por esse motivo, o protecionismo é
considerado uma política discriminatória, pois, com o objetivo de alcançar o
crescimento, o governo coloca as indústrias nacionais em uma situação
privilegiada em relação aos produtores estrangeiros, distorcendo a
concorrência.
Os protecionistas defendiam (e defendem) que o desenvolvimento econômico
seria alcançado com o crescimento das indústrias nacionais, e
consequentemente da renda. Haveria melhoria no balanço de pagamentos,
em virtude da queda do volume das importações. O crescimento da produção
local também tenderia a gerar mais empregos para o país que impusesse a
barreira.

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Uma das consequências ruins do protecionismo seria o aumento de preços no


mercado interno, considerando a falta de concorrência estrangeira. A reboque
desse aspecto, viria a redução da poupança, da renda e dos investimentos.
Como consequência natural, a indústria nacional tenderia a se tornar
ineficiente, reduzindo o nível do emprego, abrindo assim caminho para o
surgimento de monopólios e de oligopólios.
Bom, vocês verão, em outra aula desse curso, o desenvolvimento completo
acerca do surgimento do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), em 1947.
Por ora, resumidamente, na década de 1930, o mundo vivia mergulhado em
uma enorme crise econômica, após a quebra da Bolsa de Nova York. Os países,
para enfrentar a crise, adotaram diversas medidas protecionistas, tais como:
a) desvalorizações competitivas da taxa de câmbio
b) utilização de bases de cálculo arbitrárias para o imposto de importação
c) elevação abusiva da alíquota do imposto de importação
d) concessão de subsídios governamentais para estímulo às exportações e/ou
redução das importações, que gerassem danos aos produtores de outros
países, uma vez que os produtos passariam a ser exportados a preços
subsidiados.
e) Utilização de cotas de importação
f) Prática de dumping (também será estudado por completo em outra aula.
Ocorre quando uma mercadoria é vendida ao exterior por preço inferior
ao que normalmente ela é vendida internamente no país de exportação)

Questão 10. (INÉDITA) O período que antecedeu a 2ª Guerra


Mundial evidenciava crise econômica, impulsionada pelo crash da Bolsa
de Nova York. Em relação ao comércio internacional, diversas medidas
eram adotadas pelos países visando ao enfrentamento da crise. Dentre
elas, podemos destacar, EXCETO:
a. Utilização de bases de cálculo arbitrárias ou fictícias para cálculo do
imposto de importação
b. Aumento desregrado da alíquota do imposto de importação
c. Desvalorizações competitivas da taxa de câmbio
d. Utilização de cotas de importação
e. Utilização de medidas compensatórias

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Comentário:
Medidas compensatórias foram instituídas com o GATT (após a 2ª Guerra)
exatamente para combater os efeitos danosos gerados pelos subsídios.
Resposta: Letra E

.....
Considerando esse quadro, o Acordo Geral de Tarifas e Comércio
(GATT/47), foi celebrado em 1947 para impulsionar o comércio mundial após
a 2ª Guerra Mundial. Basicamente, o Acordo pregou o livre-cambismo como
regra geral, e os países assumiram o compromisso de não mais adotar medidas
protecionistas indiscriminadamente, como era feito antes. Deveriam cumprir o
Acordo e somente impor barreiras ao comércio como exceção, nas situações
específicas permitidas pelas suas regras. Cada um dos seus artigos foi
concebido para combater as práticas protecionistas citadas acima.
Assim, foram estabelecidas diversas situações (exceções) em que os países
poderiam impor determinadas medidas protecionistas (barreiras comerciais),
sob as mais diversas justificativas. Vamos resumir algumas dessas justificativas
para imposição de barreiras, previstas no GATT.
Dentre as justificativas para a imposição de barreiras ao comércio estão:
1. segurança nacional;
2. proteção às indústrias nascentes (somente para países em
desenvolvimento);
3. melhoria do balanço de pagamentos;
4. defesa comercial;
5. exceções gerais;
6. razões de instabilidade doméstica.

As razões acima são toleradas pelo GATT para imposição de barreiras. São as
exceções ao sistema de livre comércio. Por ora vamos comentar algumas
dessas situações.
Vejamos as situações protecionistas toleradas pelo GATT.
Um país poderá impor restrições ao comércio de artigos considerados essenciais
à segurança nacional (item 1), como é o caso de material bélico e de outros
produtos negociados em tempos de guerra. Entende-se que o país tem o direito

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de possuir sua indústria bélica equipada, assim como deve regular a entrada e
saída desse tipo de produto em seu território. Também é considerada de
questão nacional a escassez de produtos essenciais, quando se permite a
imposição de restrições à exportação desses produtos. É o caso de alimentos
ou energia, por exemplo.
Por questões de sobrevivência e abastecimento, a agricultura local deve ser
incentivada, mesmo que mais ineficiente que a do concorrente
estrangeiro. Isso para garantir que um país não fique dependente de
importação de alimentos. Então, por questão de segurança nacional, permite-
se a imposição de barreiras para garantir a produção e/ou o abastecimento de
alimentos.
A justificava de imposição de barreiras para proteção às indústrias
nascentes de um país (item 2 acima) já foi comentada quando falamos sobre
os estágios do desenvolvimento industrial de um país, estabelecidos pelo
alemão Friedrich List. A OMC permite a adoção de barreiras tarifárias às
importações de mercadorias de um setor de forma a estabelecer a proteção
aduaneira necessária à criação de um determinado ramo de indústria.
Reparem. Não estamos falando de criação de firmas (empresas), mas sim de
um ramo industrial. Assim, por exemplo, caso um país não possua indústria
automotiva e comece a instalar esse ramo industrial em seu território, por meio
da instalação de fábricas, poderia impor barreiras às importações de veículos,
somente enquanto permanecesse nesse estágio de desenvolvimento.
Outra justificativa (prevista no GATT) é a imposição de barreiras
comerciais com o objetivo de ajustar o saldo deficitário do balanço de
pagamentos (item 3). Esta situação ocorre quando o país importa mais do
que exporta e, consequentemente, registra mais saída de divisas do que
entrada, e está perdendo reservas. Com a imposição de barreiras às
importações, o país espera deslocar recursos de sua atividade mais eficiente
para a menos eficiente. Ora, esse pensamento vai na contramão da Teoria das
Vantagens Comparativas, pois o país estará investindo em uma indústria não
eficiente, em vez de comprar no exterior, onde o produto sai mais barato, e
direcionar seus recursos para o setor mais produtivo. Em um primeiro instante,
será atingida a redução das importações. Porém, em uma segunda etapa, não
se terá o benefício desejado, conforme as explicações acima. Muitos recursos
seriam gastos com uma atividade ineficiente.
Assim, os países, por meio do GATT, entenderam que esse tipo de justificativa
não pode perdurar a vida inteira. Se um país está com problemas crônicos em
seu Balanço de Pagamentos, deve procurar investir em infra-estrutura, recursos

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humanos, tecnologia etc., para que também possa auferir ganhos com o
comércio naturalmente, em vez de impor barreiras às exportações dos demais
países. O GATT, assim como o FMI (Fundo Monetário Internacional),
prevê situações nas quais um déficit crônico no Balanço de Pagamentos
do país pode ser corrigido por meio da imposição (temporária) de
barreiras.
Nesse caso, tais medidas protecionistas somente podem ser utilizadas para
equilibrar o balanço de pagamentos de um país que esteja não somente
perdendo reservas, mas que estas se encontrem à míngua, ou seja, em um
nível crítico. E esse tipo de restrição só pode ser aplicada pelo tempo e na
medida do necessário para afastar ameaça iminente de redução de suas
reservas monetárias ou para aumentá-las, no caso de serem muito exíguas,
com o objetivo de resguardar sua posição financeira exterior.
Outra justificativa para a imposição de restrições comerciais mais discutidas na
OMC é a proteção contra as chamadas práticas desleais de comércio
(dumping e subsídios), contemplada pelo item 4 acima. Trata-se do mecanismo
de defesa comercial. O assunto será desenvolvido por completo em aula
própria. Por ora, chamo a atenção ao fato de que, se um país pratica dumping
(exportação a preços menores que o praticado nas vendas internas) ou se
utiliza de subsídios (fornecimento de auxílio financeiro governamental a
empresas), causando algum tipo de dano às indústrias domésticas do país do
importador, este (o país importador) poderá adotar medidas restritivas
(protecionistas) para combater a atitude considerada comercialmente desleal da
outra parte. A OMC possui acordos nesse sentido, que prevêem a adoção de
medidas antidumping (para combater o efeito danoso do dumping) e
compensatórias (para combater o efeito dos subsídios danosos). São medidas
instituídas para combater as duas práticas desleais de comércio.
O GATT possui também permissão para uso de medidas de salvaguarda,
aplicadas para reduzir/eliminar os efeitos de aumento imprevisto (surto) do
volume de importações de determinada mercadoria. São medidas restritivas
que podem ser aplicadas temporariamente quando as indústrias do país
sofrem dano gerado pelo aumento das importações. Trata-se de uma forma de
resguardar (salvaguardar) as indústrias de um país. No caso das medidas de
salvaguarda, cabe ressaltar que não se trata de atitude para combater
uma prática desleal de comércio por parte de outros países. A aplicação
dessas medidas é um ato de defesa comercial, protecionista, mas aceito pelo
GATT.

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Outro caso de justificativa prevista no GATT para imposição de barreira são as


Exceções Gerais (item 5). É o caso, por exemplo, de o país querer impor
restrições às importações de mercadorias (Artigo XX do GATT):
- que atentem contra a moral e os bons costumes
- para proteger a vida humana, dos animais e dos vegetais
- que se relacionem à importação de ouro e prata
- para a proteção de tesouros nacionais de valor artístico, histórico ou
arqueológico
- para proteção de marcas e patentes e contra artigos que violem direitos
autorais
.....
Voltando aos produtos alimentícios, no caso de desequilíbrio doméstico na
produção (item 6), o GATT previu ainda a imposição de barreiras à
exportação para prevenir situação de penúria de produtos alimentares ou de
outros produtos essenciais ao país exportador. Isso ocorre em situações onde
demanda e oferta não estão em sintonia.
O GATT prevê ainda a restrição à importação ou à exportação necessárias para
a aplicação de normas, regulamentos, classificação, controle de qualidade ou
comercialização de produtos destinados ao comércio internacional. Esse
dispositivo vem sendo interpretado de forma distorcida pelos países,
propositalmente, levando à adoção de exigências muitas vezes impossíveis de
serem atingidas pelo exportador, que, na realidade, encobertam uma forma de
proteção à indústria nacional. É o caso dos produtores agrícolas da União
Européia, que, com o objetivo de proteção ao seu mercado doméstico, fazem de
tudo para impedir a importação de produtos concorrentes. Para isso alegam que
os mesmos não se enquadram em normas técnicas exigidas por autoridades
destes países. Para evitar o protecionismo camuflado sob o título de barreiras
técnicas, a OMC procura estabelecer regras para a imposição desse (e de
qualquer outro) tipo de exigência descabida. Para este fim, a OMC possui o
Acordo de Barreiras Técnicas (TBT).
....
Vimos então os casos previstos no GATT para imposição de barreiras ao
comércio. Vale ressaltar que outras justificativas são alegadas por alguns países
para impor barreiras ao comércio, porém sem que haja uma previsão nos
artigos do GATT para tal, vale dizer, tais argumentos não são aceitos no

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acordo, uma vez que o sistema liberal não prima pela proteção aos setores
ineficientes por meio da imposição de barreiras. É o caso, por exemplo, de:
- redução do desemprego, uma vez que, com o setor industrial doméstico
protegido por barreiras comercias, as empresas fabris se desenvolveriam,
gerando mais empregos;
- diminuição da diferença salarial (entre os trabalhadores do campo e da
cidade), por meio do incentivo da migração de pessoas do campo para cidade.
Os trabalhadores urbanos historicamente recebiam salários maiores. Com a
migração, aumentaria a oferta de mão-de-obra na cidade, reduzindo o salário.
Por outro lado, no campo haveria menor oferta de mão-de-obra, e o salário
tenderia a subir;
- melhoria dos termos de troca (modelo de substituição das importações, a
ser visto a seguir).

.....
Questão 11. (AFRF/98) Entre as opções abaixo, indique aquela que
não constitui argumento utilizado pelo protecionismo:
a) É preciso manter as indústrias de um país em um nível tal que possam
atender à demanda em caso de um corte de fornecimento externo devido a
uma guerra.
b) O comércio e a indústria são mais importantes para um país do que a
agricultura e, portanto, devem ser submetidos a tarifas para evitar a
concorrência com produtos estrangeiros.
c) A adoção de tarifas favorece a criação de empresas nacionais.
d) Quando há capacidade ociosa, as tarifas contribuem para aumentar o
nível de atividade e de emprego, e, portanto, de renda de um dado país.
e) As indústrias-chave da defesa nacional devem ser protegidas para evitar a
ação de fornecedores estrangeiros.

RESOLUÇÃO:
Reparem que as alternativas assinaladas como “correta” são aquelas que
caracterizam argumentos utilizados pelos protecionistas. A resposta é a
alternativa que não representa argumento a favor do protecionismo.

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(a) (CORRETA) A imposição de barreiras para manter indústrias de produtos


estratégicos e garantir o abastecimento em caso de corte de fornecimento
externo é previsto como um das questões de segurança nacional. Esse corte
pode ocorrer nos casos de guerra, por exemplo.
(b) (ERRADA) Nenhum dos defensores do protecionismo declarou que comércio
e indústria são mais importantes que a agricultura. Prebisch dizia que os países
produtores agrícolas teriam perdas internacionais cada vez maiores com suas
trocas em relação aos produtos industrializados que adquirissem. Por isso
pregava a sua industrialização a qualquer custo. Digamos que ele defendeu que
seria fundamental o país possuir indústrias para competir no mercado externo,
mas não que estas fossem mais importantes do que a agricultura. De forma
oposta, a agricultura é de fato tão importante para um país que o GATT previu
a imposição de barreiras a importações de produtos agrícolas em algumas
situações, pois a produção de alimentos é considerada estratégica para os
países.
(c) e (d) (CORRETAS) A imposição de tarifas fará, teoricamente, com que as
indústrias se desenvolvam, gerando renda e emprego para o país que as impôs,
a despeito dos efeitos negativos que essa tarifa possa causar.
(e) (CORRETA) A proteção às indústrias-chave do país, como a indústria bélica
ou a produção de alimentos, é considerada uma questão de segurança nacional,
sendo por esse motivo um dos casos previstos de imposição de tarifas no
GATT/OMC. A afirmativa da letra A é uma consequência dessa previsão.
Resposta: Letra B

Questão 12. (AFRF/2000) Entre as razões abaixo, indique aquela


que não leva à adoção de tarifas alfandegárias.
a) Aumento de arrecadação governamental;
b) Proteção à indústria nascente;
c) Estímulo à competitividade de uma empresa;
d) Segurança nacional (defesa);
e) Equilíbrio do Balanço de Pagamentos.

RESOLUÇÃO:

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(a) (CORRETA) Apesar de não ser o objetivo principal de uma tarifa de


importação, se mesmo com a tarifa o volume de importações for significativo, o
país registrará um aumento em sua arrecadação tributária.
(b) (CORRETA) Em várias ocasiões nesse trabalho já foi citado o argumento de
proteção à indústria nacional nascente como favorável ao protecionismo.
(c) (ERRADA) É exatamente o oposto. Com a tarifa, os fornecedores externos
acabam não participando do mercado doméstico, e as empresas nacionais não
sofrerão com essa competição estrangeira. Foi o que ocorreu no Brasil durante
muitos anos com diversos bens, como os automóveis e os bens de informática,
devido à reserva de mercado.
(d) e (e) (CORRETA) Também já foram citados esses dois argumentos
(segurança nacional e equilíbrio do BP) como favoráveis ao protecionismo,
incentivando a adoção de tarifas.
Resposta: Letra C

Questão 13. (ACOMEX/2002) O argumento em favor da proteção às


indústrias nascentes ganhou força com a publicação do “Report on
Manufactures”, de Alexander Hamilton, que defendeu o
desenvolvimento nos Estados Unidos da América e o uso de tarifas para
promovê-lo. A respeito dos instrumentos de proteção a indústrias
nascentes é correto afirmar que:
a) o argumento que analisa as economias de escala produzidas pela
proteção a indústrias nascentes defende como instrumento principal as firmas,
em vez de indústrias, uma vez que, ao concentrar os benefícios nas mãos de
poucos agentes privados, preferencialmente um monopólio, criam-se condições
para que a indústria local se desenvolva mais rapidamente.
b) desde que ocorra, a proteção a indústrias nascentes atinge os resultados
pretendidos a custos semelhantes, não importando muito se utiliza
instrumentos tais como cotas, subsídios ou tarifas.
c) o argumento que analisa a aquisição de experiência pela economia
nacional, baseado no princípio de se “aprender fazendo”, o que permite
justificar a proteção a tais indústrias por tempo indeterminado,
preferencialmente longo, já que a inovação é condição necessária à
manutenção da competitividade industrial.
d) entre as principais críticas aos instrumentos utilizados para proteger
indústrias nascentes estão os argumentos que apontam algumas de suas
implicações, a exemplo da dificuldade de se escolher corretamente as indústrias

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que devem receber proteção, a relutância das indústrias a dispensar a proteção


recebida e seus efeitos deletérios sobre outras indústrias.
e) entre as principais críticas aos instrumentos utilizados para proteger
indústrias nascentes estão os argumentos que apontam algumas de suas
implicações, a exemplo da dificuldade de se combinar as indústrias que devem
receber proteção com o modelo de substituição de importações, a concordância
das indústrias em dispensar a proteção recebida e seus efeitos deletérios sobre
outras indústrias.

RESOLUÇÃO:
(a) (ERRADA) Monopólio é considerado desvio de comércio. O país que impõe
barreiras ao comércio para prover proteção à indústria nacional não objetiva
com essa atitude desenvolver monopólios em setores produtivos. O foco da
proteção às indústrias nascentes são as indústrias (setor produtivo), e não as
firmas (empresas). Assim, só caberia a imposição de tarifas quando for o caso
de implantação de um setor industrial em um país (ex: setor automotivo), e
não pelo surgimento de novas firmas de um setor já maduro.
(b) (ERRADA) O custo para o governo em conceder um subsídio é maior do que
o custo de se aplicar uma tarifa. O governo gasta para conceder subsídios,
enquanto que arrecada com a imposição de tarifas. Há de se analisar ainda os
diferentes impactos nos preços dos concorrentes importados, que tendem a
subir com a imposição de proteção aos produtos nacionais. Além disso, o
sistema de proteção mais transparente e preferido pelo GATT/OMC é a tarifa.
(c) (ERRADA) A proteção às indústrias nacionais defendida é por tempo
DETERMINADO, enquanto o setor produtivo específico ainda não for maduro o
suficiente para competir com o fornecedor externo.
(d) (CORRETA) Quando se vai proteger o mercado nacional, o governo tem de
selecionar o setor que receberá a proteção (automotivo, brinquedos,
informática etc.). Imaginem a disputa dos fabricantes nacionais por proteção ao
seu setor. Isso pode gerar inúmeras “negociações” entre governo e produtores,
e até mesmo a corrupção. Difícil também para o governo é a tarefa de
determinar o período de vigência da proteção. De fato, toda indústria nascente
necessita de alguma forma de proteção. Isso é verdade, pois é muito difícil para
que um setor produtivo iniciante consiga florescer competindo abertamente
com o concorrente estrangeiro já maduro. Isso é questão de necessidade. A
outra coisa é a escolha governamental de qual indústria proteger. Isso já é
questão POLÍTICA. O fato de uma indústria necessitar de proteção não quer

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dizer que o governo necessariamente colocará uma tarifa de importação


naquele setor, assim como vale o contrário: às vezes, mesmo uma indústria
não sendo iniciante recebe proteção governamental (barreiras às importações).
Isso acontece bastante. Outro problema: após se acostumar com a proteção, é
difícil uma indústria aceitar passivamente a retirada posterior dessa proteção.
(e) (ERRADA) As empresas não têm que concordar em dispensar a proteção. O
governo é que tem que definir por quanto tempo ela valerá.
Resposta: Letra D

Questão 14. (INÉDITA) Sobre a justificativa protecionista


prevista no GATT/47 para proteção às indústrias nascentes, NÃO
podemos afirmar que:
a. A proteção deveria ser aplicada somente pelos países em
desenvolvimento.
b. Uma nova empresa industrial que quisesse ser constituída teria o direito
de pedir proteção ao governo sobre a importação dos concorrentes, para que
ela pudesse se instalar no mercado.
c. As barreiras poderiam ser levantadas, porém provisoriamente, pelo
período de tempo necessário à instalação do novo ramo industrial.
d. Esse argumento surgiu devido à constatação de que os países se
encontravam em níveis distintos em relação ao parque fabril.
e. A imposição de barreiras às importações seriam a única forma de
desenvolver indústrias novas que pudessem competir com a concorrência
estrangeira.

Comentário:
A proteção às indústrias nascentes é prevista para viabilizar a instalação de um
novo ramo industrial no país (ex: setor têxtil). Isso significa que o país não
possui nenhuma indústria desse novo ramo e deseja possuir. Não pode ser
aplicada a barreira para a instalação de uma nova empresa industrial de um
ramo já existente no país.
Resposta: Letra B

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Questão 15. (INÉDITA) Dentre as justificativas para imposição


de barreiras ao comércio previstas no GATT, podemos destacar, com
exceção de:
a. Medidas de defesa comercial
b. Correção temporária de déficit no Balanço de Pagamentos
c. Melhoria dos termos de troca
d. Proteção às indústrias nascentes
e. Segurança nacional

Comentário:
Não precisa comentar mais, né?. Está literal no texto da aula. Melhoria dos
termos de troca é justificativa para imposição de barreiras, mas não está
prevista nos artigos do GATT.
Resposta: Letra C

Questão 16. (AFRF/2000) Entre as razões abaixo, indique aquela


que não leva à adoção de tarifas alfandegárias.
a) Aumento de arrecadação governamental;
b) Proteção à indústria nascente;
c) Estímulo à competitividade de uma empresa;
d) Segurança nacional (defesa);
e) Equilíbrio do Balanço de Pagamentos.

RESOLUÇÃO:
(a) (CORRETA) Apesar de não ser o objetivo principal de uma tarifa de
importação, se mesmo com a tarifa o volume de importações for significativo, o
país registrará um aumento em sua arrecadação tributária.
(b) (CORRETA) Em várias ocasiões nesse trabalho já foi citado o argumento de
proteção à indústria nacional nascente como favorável ao protecionismo.
(c) (ERRADA) É exatamente o oposto. Com a tarifa, os fornecedores externos
acabam não participando do mercado doméstico, e as empresas nacionais não
sofrerão com essa competição estrangeira. Foi o que ocorreu no Brasil durante

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muitos anos com diversos bens, como os automóveis e os bens de informática,


devido à reserva de mercado.
(d) e (e) (CORRETA) Também já foram citados esses dois argumentos
(segurança nacional e equilíbrio do BP) como favoráveis ao protecionismo,
incentivando a adoção de tarifas.
Resposta: Letra C

......

4.4. Deterioração dos Termos de Troca

Acerca da justificativa de melhoria dos termos de troca (modelo de substituição


de importações), em 1959, no âmbito da Comissão Econômica da ONU para a
América Latina (CEPAL), o economista argentino Raúl Prebisch criou uma teoria
chamada de Deterioração dos Termos Internacionais de Troca. Segundo
essa teoria, os países em desenvolvimento (produtores agrícolas) só
tinham a perder com o modelo do livre-cambismo e com a divisão
internacional do trabalho.
Em seus estudos, ele constatou que os preços dos produtos industrializados ao
longo do tempo aumentava proporcionalmente mais do que o preço dos
produtos primários. Isso porque a demanda pelos produtos primários
(produzidos e oferecidos pelos países em desenvolvimento) não cresce tanto
quanto a procura por produtos industrializados (oferecidos pelos países
industrializados), quando ocorre aumento na renda do consumidor, ou seja, o
produto primário possui baixa elasticidade-renda da demanda. Nessa
situação, satisfeitas as condições básicas de sobrevivência (alimentação,
moradia e vestuário), a procura por alimentos não sofrerá grandes variações a
partir de então. Por outro lado, a procura por bens mais sofisticados, de alto
valor agregado, oferecidos pelos países desenvolvidos, será tanto maior quanto
maior a renda do consumidor.
Vamos ver um exemplo hipotético: uma pessoa ganha salário mínimo no Brasil.
Como sabemos, sua renda mal dá pra comer e morar. Aliás, não dá nem pra
isso. No máximo, consegue pôr arroz e feijão na mesa para sua família, mas
não todos os dias. Aí, finalmente, o sujeito consegue um emprego um pouco
melhor e passa a incluir no cardápio carnes, legumes, verduras e frutas.
Depois, consegue outro emprego ainda melhor, que lhe permite pagar plano de
saúde e alugar uma casa melhor. Em seguida, o sujeito é promovido, e seu
salário já dá pra pagar um colégio particular para os filhos e pra comprar um

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carrinho velho. Se o salário aumentar, talvez possa querer comprar um carro


melhor, home-theater, notebook, iphone, ipod, ipad etc. Se aumentar mais
ainda, talvez queira comprar um outro carro e trocar seus aparelhos eletrônicos
por outros melhores, além de comprar novos video-games para os filhos, e
assim por diante. Não há limite, não é mesmo? Por isso a demanda por produto
industrializado acaba sendo elástica em relação à renda.
E o arroz com feijão? Por que o indivíduo, quando teve aumento de salário, não
comprou mais e mais arroz e feijão? Porque ele não precisava mais disso. A
comida é uma necessidade básica do ser humano. Porém, quando atendida essa
necessidade, você não vai querer ficar comprando mais e mais comida. Chega
um momento em que essa demanda estaciona. Já o consumo de bens mais
elaborados (eletrônicos, por exemplo) não tem limite. Se a renda do indivíduo
aumentar, ele vai querer carros melhores, novos computadores,
eletrodomésticos mais sofisticados, Blue-Ray, Iphone, Smartphone etc.
Vejam outro fato que contribuiu para reduzir ainda mais a demanda mundial
pelas matérias-primas exportadas pelos países subdesenvolvidos. Quando se
desenvolve um novo produto sintético nos países desenvolvidos, o mercado fica
ainda pior para os países exportadores de produtos básicos. Ora, se o Brasil
exportava algodão, por exemplo, para fabricação de roupas, a descoberta de
fios sintéticos (poliéster, nylon, poliamida etc.) como substitutos práticos e
baratos certamente teve um impacto negativo nas nossas exportações de
algodão.
E assim, em épocas de bonança, os preços dos produtos industrializados
tendiam (e tendem) a subir mais do que os preços dos produtos primários e
tendem a cair menos em épocas de crise, uma vez que são produzidos em
países desenvolvidos (pelo menos naquela época), onde a mão-de-obra é mais
escassa e os sindicatos, mais organizados. Isso é o que Prebisch chamou de
Deterioração dos Termos de Troca, ou seja, com o tempo, o que os países
subdesenvolvidos recebiam pelas exportações de seus produtos básicos daria
para comprar uma quantidade cada vez menor de produtos industrializados
oriundos dos países desenvolvidos.
Prebisch defendeu então que esses países deveriam se industrializar a qualquer
custo, pois a riqueza só seria distribuída (difundida aos países periféricos) com
a exportação de bens industrializados. Exportar produtos primários não estava
com nada. Na situação em que se encontravam, os países subdesenvolvidos
tinham que, pela mesma quantidade de produtos industrializados, oferecer uma
quantidade cada vez maior de seus produtos primários aos países
desenvolvidos. É a deterioração dos termos internacionais de troca.

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Foi implantado na região (América Latina), em consequência dessa tese, o


modelo de industrialização conhecido como substituição das
importações, utilizado com certo sucesso, até a década de 1970. Trata-se de
um modelo protecionista, onde basicamente os países restringiam as
importações que pudessem concorrer com os produtos fabricados por suas
indústrias incipientes. A ideia era substituir o importado pelo produto nacional.
Esse modelo de industrialização ficou conhecido como industrialização
voltada para dentro (para abastecer o mercado interno). O modelo que se
contrapôs a esse foi o modelo exportador, ou industrialização voltada para
fora. Ambos serão estudados na aula seguinte.
No mesmo contexto, para não ter de concorrer diretamente com as economias
avançadas (EUA, Inglaterra, França etc.), surgiu a ideia de integrar o continente
em uma só região econômica, sem barreiras na comercialização de bens entre
as partes, que procurariam desenvolver suas indústrias de forma
complementar, e não concorrente. Por outro lado, para que essas indústrias
pudessem sobreviver em suas fases iniciais de implantação, sistemas de
proteção seriam aplicados às importações de países de fora do bloco. Surgia a
ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio), em 1960, que
não logrou sucesso, e veio a ser substituída pela ALADI (Associação Latino-
Americana de Integração) em 1980.
Resumidamente, a ALALC objetivava ser uma zona de livre comércio, onde não
há restrições à movimentação de mercadorias e serviços de um país para o
outro. Não deu certo basicamente porque a época (anos 1960 e 70) era de
grande instabilidade política na região (ditaduras nacionalistas) e os principais
países (Brasil e Argentina) não estavam dispostos a abrir mão de possuir
alguma indústria para então importar do vizinho. Aí não há bloco econômico
que vá adiante. Já a ALADI iniciou com objetivo mais brando no curto prazo,
qual seja, a instalação de zonas preferenciais na região, contemplando
reduções tarifárias para listas de produtos negociados. A ALADI vigora até hoje
e será estudada em tópico próprio.
Voltando à CEPAL, podemos dizer que Raúl Prebisch levantou a voz em favor
dos países em desenvolvimento da América Latina exatamente em uma das
reuniões da Comissão, que consiste em uma espécie de grupo criado para
discutir problemas relacionados aos países que vivem ao sul dos Estados
Unidos. Como se chegou à conclusão de que o comércio livre não estava
resolvendo os problemas destes países, a solução proposta foi instituir o modelo
de "substituição das importações" na região, e um bloco econômico onde as
indústrias seriam complementares e as mercadorias circulariam livremente
entre os países da América Latina. Daí surgiu a ALALC. Com relação ao

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comércio com terceiros países, seriam impostas barreiras. Não deu certo nem o
sistema de substituição de importações nem a ALALC.
Finalmente, como contraponto à livre circulação de mercadorias, os opositores
afirmavam também que o livre-cambismo, até como consequência do que já foi
dito, concentraria a renda na mão dos mais ricos, ou seja, não propiciaria a tão
sonhada distribuição de renda. Os países que não conseguissem gerar
exportadores competitivos teriam problemas com sua balança comercial.
.....
Questão 17. (AFRF/2000) Para explicar a relação entre comércio de
produtos primários e industrializados, a Comissão Econômica para
América Latina (CEPAL) apresentou uma série de estudos e propostas.
Acerca da CEPAL pode-se fazer as seguintes afirmativas abaixo, exceto:
a) A CEPAL teve um papel decisivo na criação da ALALC.
b) Os países produtores de bens primários deveriam diversificar sua
produção, deixando de ser produtores de monoculturas.
c) Os países em desenvolvimento deveriam abrir suas economias para
torná-las mais competitivas e assim conquistarem espaço no comércio
internacional.
d) Os países em desenvolvimento deveriam procurar exportar produtos
manufaturados.
e) O comércio internacional tendia a gerar uma desigualdade básica nas
relações de troca (uma deterioração nas relações de troca) pois os preços das
matérias-primas (dos países em desenvolvimento) tendia a declinar a longo
prazo, enquanto o preço dos produtos manufaturados (fabricados em geral em
países desenvolvidos) tendia a subir.

RESOLUÇÃO:
(a) (CORRETA) A ALALC foi concebida no contexto dos estudos de Raul Prebisch
junto à CEPAL sobre a dificuldade dos países latino-americanos em competirem
com as indústrias dos países desenvolvidos. Então a idéia foi integrar
economicamente o continente, aplicando barreiras às importações de terceiros
países, mas liberando o comércio intra-bloco, de forma que as economias se
complementassem.
(b) (CORRETA) Prebisch entendia que não havia outra forma que não a
industrialização para melhorar os termos internacionais de troca, e assim obter

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ganhos com o comércio. Na realidade a assertiva não está perfeita, pois faltou
citar que os países deveriam se industrializar.
(c) (ERRADA) É exatamente o oposto. Segundo a CEPAL, os países em
desenvolvimento deveriam impor barreiras às importações de produtos
industrializados, para poderem desenvolver suas próprias indústrias. A abertura
seria somente entre os países do continente, ou seja, da ALALC.
(d) (CORRETA) A exportação de produtos manufaturados traria mais benefícios
aos PED (países em desenvolvimento) do que se estes exportassem somente
produtos agrícolas, segundo a CEPAL, pois os preços desse tipo de produto
(manufaturado) tendem a aumentar com o tempo, ao contrário dos produtos
primários, cujos preços decrescem com o tempo, gerando deterioração dos
termos de troca para os países que dependem de exportações de produtos
básicos.
(e) (CORRETA) Já comentado. É a tese de deterioração dos termos
internacionais de troca.
Resposta: Letra C

Questão 18. (ACE/MDIC/2008) Julgue o item seguinte, relativo aos


instrumentos básicos de política comercial.
Embora o GATT proíba, como regra geral, a aplicação de medidas restritivas de
caráter quantitativo, a imposição de cotas de importação é reconhecida como
medida de política comercial legítima, quando de caráter condicional,
excepcional e temporário, para a correção de desequilíbrios do mercado
doméstico.
RESOLUÇÃO:
Conforme vimos, o GATT prega, como regra geral, a não aplicação de medidas
restritivas (principalmente cotas). Porém, há diversos casos de exceções
legítimas previstas pelo próprio acordo (vide artigos XI e XII do GATT na aula
respectiva), como no caso de salvaguardas, utilizadas para combater um
aumento inesperado nas importações de produtos com concorrentes com o
nacional.
Resposta: Certa

Questão 19. (ACE/MDIC/2008) Julgue o item seguinte, relativo aos


instrumentos básicos de política comercial.

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A ausência de um sistema financeiro eficiente, que permita canalizar a


poupança dos setores tradicionais para as novas indústrias, por representar
uma falha de mercado, justifica o uso de restrições comerciais, tais como tarifas
e subsídios, para proteger a indústria nascente.
RESOLUÇÃO:
Vimos que a imposição de barreiras comerciais como forma de proteção às
indústrias nascentes está autorizada pelo GATT. O detalhe da questão, é que,
nesse caso, o GATT autoriza apenas a adoção de tarifas, e não de subsídios.
Mesmo assim, o gabarito final ficou (indevidamente) como certo.
Resposta: Certa (sob protesto)

Questão 20. (INÉDITA) O GATT/47 foi assinado para evitar que os


países adotassem medidas protecionistas de forma descontrolada, e
assim o comércio internacional pudesse voltar a crescer em grande
escala. Mesmo assim, algumas barreiras ao comércio foram previstas
pelo próprio acordo para utilização pelos países em situações
específicas. Assinale qual das alternativas NÃO contempla uma dessas
medidas protecionistas previstas no GATT:
a. Medidas antidumping e compensatórias
b. Medidas para garantir o abastecimento interno de produtos considerados
estratégicos
c. Medidas para conter o desemprego
d. Medidas de salvaguarda
e. Medidas de proteção às indústrias nascentes aplicadas por países em
desenvolvimento

Comentário:
Lembrem-se. A justificativa para conter o desemprego é nobre, mas não foi
prevista pelo GATT. Até porque, se fosse prevista, possivelmente, a todo
instante, diversos países a alegariam para impor barreiras. As demais
alternativas estão previstas no GATT.
Resposta: Letra C

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Questão 21. (INÉDITA) Sobre a Tese de Deterioração dos


Termos de Troca (1959), o economista argentino Raúl Prebisch
basicamente pregava que:
a. Os países deveriam se especializar na produção de bens em que fossem
mais eficientes.
b. Os preços dos produtos primários tendiam a cair menos do que os preços
dos bens industrializados em épocas de crise, por se tratarem de artigos
essenciais.
c. Adotar o modelo exportador de industrialização, visando obter divisas que
garantissem a situação financeira do país em tempos de crise.
d. Os países da América Latina deveriam reduzir barreiras às importações de
produtos tecnológicos, visando ao desenvolvimento do setor fabril exportador.
e. Os países em desenvolvimento deveriam passar a produzir mercadorias
similares às antes importadas e impor barreiras à importação, visando
desenvolver indústrias para atender o mercado interno.

Comentário:
a) (Errada) Essa é a Teoria das Vantagens Absolutas
b) (Errada) Os preços dos produtos primários caem mais do que os preços
dos industrializados em épocas de crise
c) (Errada) Prebisch pregou que os países deveria adotar o modelo de
substituição de importações
d) (Errada) Prebisch pregava a imposição de barreiras, e não a liberação
comercial
e) (Correta) É o modelo de industrialização voltado para dentro (substituição
de importações)

Resposta: Letra E

4.4.1. Exemplos de Políticas comerciais na história

Até o século XVIII, a política econômica dos grandes países era


fundamentalmente baseada no mercantilismo. Tratava-se de uma orientação
político-econômica onde a única forma possível de crescimento era a
acumulação de moedas preciosas (ouro e prata). Além das minas existentes nas

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metrópoles e nas colônias, a outra forma de gerar essa acumulação seria


exportando mais do que importando. Era o protecionismo comercial a
qualquer custo.
Apesar do pensamento liberal de Adam Smith ter suplantado o mercantilismo,
diversos foram os países que se utilizaram de políticas protecionistas para se
desenvolverem, não mais com o argumento da acumulação de ouro e prata,
mas com as justificativas analisadas na aula.
Os Estados Unidos, mesmo sendo uma nação de extensões territoriais e solo
favoráveis à agricultura, impôs barreiras pesadas às importações com o
objetivo de desenvolver suas indústrias no século XVIII.
A Alemanha, por estar em situação desfavorável na Europa com relação a
Inglaterra e França no século XIX, fez o mesmo, amparado pelo estudo de F.
List, que determinava que os países em estágios menos avançados de
industrialização somente atingiriam novos degraus se adotassem algum tipo de
proteção às suas indústrias nascentes.
O Japão e a extinta União Soviética também se desenvolveram limitando a
liberdade comercial.
Percebe-se que, para atingir o patamar de desenvolvimento das atuais
potências industriais, por algum período de tempo na história, invariavelmente
se fez necessária a adoção de sistemas protecionistas nos momentos iniciais de
implantação do parque industrial.
Isso não vai na contramão das tendências do comércio mundial. Após a 2ª
Guerra Mundial, para combater o viés protecionista dos países que tentavam se
recuperar e se industrializar, foi assinado o GATT (Acordo Geral de Tarifas e
Comércio), cujo objetivo principal era a liberdade nas transações comerciais
entre países e a regulação das medidas de exceção. Assim, o GATT (e
posteriormente a OMC) determinava quando, como, porque e por quanto tempo
poderia ser imposta uma restrição ao comércio por parte de algum país
signatário.
Vimos que a CEPAL defendeu a adoção de um modelo protecionista como
forma de sobrevivência do parque industrial das economias da América Latina,
regime aplicado até os anos 1980, quando se iniciaram os processos de
abertura econômica na região. Era o modelo de substituição das
importações, implantado em parte no Brasil, já que possuíamos um sistema
híbrido, também voltado para as exportações, a ser estudado na aula seguinte.
Após a consolidação da OMC e a regulação e limitação do montante das
barreiras tarifárias (imposto de importação), os países passaram a procurar

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brechas nos textos do Acordo, onde regras de exceção estabelecem a imposição


de medidas restritivas às importações por outros motivos (medidas sanitárias,
fitossanitárias, de segurança etc.).
Nesse sentido, começaram a se utilizar de barreiras com esses argumentos,
com o objetivo de acobertar o real interesse das nações, qual seja, a proteção a
setores específicos da economia, como é o caso da agricultura americana e
europeia. Esse é o protecionismo moderno, quando, por exemplo, uma
nação determina que não pode permitir a importação de um tipo de fruta
porque esta não se enquadra nas normas técnicas daquele país.
Outro caso interessante na história recente é o da China, nação que até os anos
1970/1980 encontrava-se mergulhada no comunismo e fechamento comercial
externo. O país tornou-se membro da OMC em 2001, após 3 anos de
negociação. Foram implantadas em território chinês inúmeras indústrias de
base e grande quantidade de multinacionais, impulsionadas pelo objetivo
empresarial de redução de custos de produção, principalmente de mão-de-obra.
Apesar de a ditadura política ter continuado, a China abriu seu mercado
externo, instituindo uma política comercial agressiva de exportações em massa,
gerando com isso incremento na demanda por importações de matéria-prima e
produtos intermediários.
Bom, pessoal, resta claro que esta aula trata o assunto políticas comerciais de
forma introdutória, uma vez que temas específicos como defesa comercial
(dumping, subsídios e salvaguardas), GATT, OMC e outros serão aprofundados
em tópicos próprios no decorrer do curso.
....
Questão 22. (INÉDITA) Acerca das doutrinas protecionista e livre
cambista de comércio exterior, analise as assertivas abaixo e assinale a
alternativa correta:
( ) Com a assinatura do GATT/47, foram banidas todas as formas de barreiras
às importações, com exceção do caso em que um país tenha que instituir
proteção a sua indústria nascente.
( ) O sistema livre cambista não estava gerando os benefícios esperados aos
países em desenvolvimento no período que antecedeu à 2ª Guerra Mundial. Por
esse motivo, no GATT foi delineada uma política geral protecionista visando ao
desenvolvimento daqueles.
( ) Historicamente, na segunda metade do século XX, observou-se que tanto o
protecionismo quanto o livre-cambismo só surtiram efeitos quando adotados em

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suas formas puras, sendo totalmente fechado no caso do protecionismo, e


totalmente aberto no caso do livre-cambismo.
a. V F V
b. F F V
c. V V F
d. F F F
e. F V F

Comentário:
1ª assertiva (F): não foram banidas todas as barreiras. O GATT instituiu a
liberação como regra e alguns casos específicos onde se pode aplicar barreira
às importações.
2ª assertiva (F): a política por trás do GATT é liberal, e não protecionista
3ª assertiva (F): é inviável e utópico a adoção das modalidades puras do livre-
cambismo ou do protecionismo.
Resposta: Letra D

5. RESUMO

Política comercial ou política econômica externa de um país é a forma como


este regula as transações comerciais entre entes situados no país com pessoas
situadas no exterior. Consiste em incentivar ou restringir as atividades de
importação e de exportação de acordo com os objetivos governamentais.
Livre-cambismo (puro) é a política comercial na qual o governo não deve
intervir nas negociações comerciais privadas, limitando-se a atividades como
manutenção da ordem e da segurança, da soberania nacional e
complementação das atividades privadas onde não houver interesse
empresarial. Importações e exportações não sofrem quaisquer restrições por
parte dos países.
Dentre as vantagens do livre-cambismo estão a livre iniciativa, a
desregulamentação, a livre concorrência, preços mínimos e possibilidade de
escolha para o consumidor.

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Adam Smith foi um dos grandes defensores do livre-cambismo, tendo criado a


Teoria das Vantagens Absolutas. Pela aplicação desta, cada país deveria se
especializar na produção daquilo em que fosse mais eficiente, tornando-se um
exportador desse produto, além de abandonar suas indústrias ineficientes para
adquirir a preços mais baratos no exterior (importar) os produtos que deixasse
de fabricar. A conseqüência disso é uma divisão internacional do trabalho
(especialização da produção).
Posteriormente, Ricardo criou a Teoria das Vantagens Comparativas,
segundo a qual o comércio seria benéfico para dois países mesmo na situação
em que um deles produzisse os dois produtos de forma mais eficiente do que o
outro país.
Protecionismo econômico é a doutrina que sustenta que o livre-cambismo
não tem condições de levar ao crescimento econômico, sendo necessária a
imposição de barreiras para se atingir o desenvolvimento. Os defensores do
protecionismo alegam que o livre-cambismo só gera vantagens para os países
que possuem indústrias maduras.
Há diversos argumentos protecionistas, sendo que alguns deles viraram regras
de exceção no GATT para imposição de barreiras, tais como: segurança
nacional, proteção de indústria nascente, defesa comercial e melhoria do
balanço de pagamentos.
Problemas que podem ser gerados pelo protecionismo: indústria nacional
ineficiente com preços altos, tomando renda da população, limitação da oferta
ao consumidor, formação de monopólios e oligopólios.
Não há uma regra sobre a definição de qual o melhor sistema comercial, se
protecionista ou livre-cambista. A proteção total é absurda, mas a história
mostra que as grandes potências industriais, em algum período, utilizaram
alguma forma de barreira comercial para desenvolver suas indústrias
nascentes. Isso quer dizer que o livre-cambismo puro (ideal) também é algo
utópico.

6. LISTA DE QUESTÕES DA AULA

Questão 1. (AFRF/98) Indique a opção que não está relacionada


com a prática do mercantilismo:
a) O comércio exterior deve ser estimulado, pois um saldo positivo na
balança fornece um estoque de metais preciosos.

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b) O princípio segundo o qual o Estado deve incrementar o bem-estar


nacional.
c) O conjunto de concepções que incluía o protecionismo, a atuação ativa do
Estado e a busca de acumulação de metais preciosos, que foram aplicadas em
toda a Europa homogeneamente no século XVII.
d) A riqueza da economia depende do aumento da população e do volume de
metais preciosos do país.
e) Uma forte autoridade central é essencial para a expansão dos mercados e
a proteção dos interesses comerciais.

Questão 2. (INÉDITA) Até o século XVIII, as grandes


potências mundiais adotavam o sistema mercantilista. Sobre esse
sistema, observe as assertivas abaixo e assinale a opção correta:
( ) O Estado era o responsável por garantir o bem-estar da nação.
( ) Os países deveriam acumular ouro e prata a qualquer custo, de forma a
manter seus preços altos e sua mercadoria valorizada no mercado internacional
( ) Os metais preciosos extraídos das colônias deveriam ser utilizados para
importação de bens para garantir o desenvolvimento e a melhoria do padrão de
vida da população das colônias.
( ) Para que houvesse geração de renda, o comércio exterior deveria ser
incentivado nos dois sentidos, sendo as importações consideradas benéficas
para estimular o emprego e o desenvolvimento.
( ) Os defensores do protecionismo contestavam o sistema mercantilista, por
entenderem que deveria haver barreiras para reduzir ou impedir as importações
de mercadorias.
a. VFFFV
b. VVFFF
c. FVFFF
d. VVVVF
e. FFVVV

Questão 3. (Analista Comércio Exterior / Emgepron/2014) O


princípio das vantagens absolutas no comércio internacional foi
formulado por Adam Smith em seu livro a Riqueza das Nações, no

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século XVIII. Ele explica os fluxos de importação e exportação de um


país como sendo determinado:
(A) pela diferença entre os custos de produção dos países para mercadorias
semelhantes.
(B) pelas especialidades que cada país tem.
(C) pelo poder político absoluto que os países têm, uns em relação ao outros.
(D) os países de regime totalitários são absolutos nas relações comerciais
mantidas com os demais países de regimes democráticos.

Questão 4. (Analista Comércio Exterior / Emgepron/2014) O


princípio das vantagens comparativas no comércio internacional
elaborado por David Ricardo, no século XIX, difere do principio das
vantagens absolutas de Adam Smith, anteriormente formulado no
século XVIII. Dentre as afirmativas abaixo, assinale a que melhor
caracteriza o principio das vantagens comparativas.:
(A) O comércio internacional é estabelecido pela comparação entre os custos
nacionais dos segmentos produtivos. Assim, os produtos de menores custos
serão exportados e os de maiores custos serão importados.
(B) O comércio se consagra a partir das comparações dos custos de produção
entre países, sendo os menores custos determinantes dos produtos exportados
por um país e os maiores custos determinantes dos produtos importados.
(C) A comparação entre as necessidades dos países envolvidos com o comércio
é o que importa para definir o que será exportado e importado.
(D) Tudo no comércio internacional deve ser comparado, vendido e comprado.

Questão 5. (INÉDITA) O sistema mercantilista possuía como um


dos pilares de sustentação o argumento de que um país deveria
acumular ouro e prata para manter os preços de seus produtos
valorizados em relação ao preço do produto importado. Essa
justificativa
a. começou a perder força quando foi colocada a tese de que, mantendo os
preços internos baixos, o país exportaria mais, e assim acumularia ouro e prata,
compensando o déficit acumulado.
b. foi derrubada inicialmente pela teoria das vantagens comparativas, de
David Ricardo.

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c. vigorou até a assinatura do GATT/47, ocasião em que os países deixaram


de utilizar o mercantilismo.
d. foi corroborada pela Teoria das Vantagens Absolutas, de Adam Smith.
e. foi utilizada para que os países abrissem seus mercados aos produtos
importados.

Questão 6. (AFTN/96): O livre-cambismo é uma doutrina de


comércio que parte do pressuposto de que a natureza desigual dos
países e regiões torna a especialização uma necessidade, sendo o
comércio o meio pelo qual todos os participantes obtêm vantagens
dessa especialização. Cada país deveria especializar-se na produção de
bens onde consegue maior eficiência, trocando o excedente por outros
bens que outros países produzem com mais eficiência. O principal
argumento contra o livre-cambismo, desde o século XIX (A. Hamilton e
F.List), se concentra na idéia de que:.
a) O livre-cambismo é incapaz de promover a justiça social;
b) No livre-cambismo, somente se beneficiam do comércio os países que
apresentam uma pauta de exportações onde a maioria dos produtos possui
demanda inelástica. Quando isso não ocorre, a concorrência é predatória;
c) O livre-cambismo é bom para os países de economia madura, mas os
países com indústrias nascentes necessitam de alguma forma de proteção;
d) O livre-cambismo atende apenas aos interesses dos grandes
exportadores, que usam a liberdade econômica para estabelecer monopólios e
cartéis;
e) Na verdade não existe livre-cambismo na prática. Todos os países são
protecionistas em razão da intervenção do Estado.

Questão 7. (AFRF/98) Não é verdadeiro, em relação ao Livre-


Cambismo, que:
a) Todas as moedas devem ser conversíveis em ouro.
b) O governo deve remover todos os obstáculos legais para o funcionamento
de um comércio livre.
c) Existe uma divisão internacional do trabalho.
d) O governo deve se limitar à manutenção da lei e da ordem.

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e) Existe uma especialização de funções, motivada pela distribuição desigual


de recursos naturais ou por outros motivos.

Questão 8. (AFRF/2000) Julgue as opções abaixo e assinale a


correta:
a) O livre-cambismo é uma doutrina de comércio estabelecida através de
tarifas protecionistas, a subvenção de créditos, a adoção de câmbios
diferenciados.
b) O livre-cambismo só beneficia os países em desenvolvimento, que
apresentam uma pauta de exportações onde a maioria dos produtos possui
demanda inelástica.
c) O livre-cambismo é uma doutrina pela qual o governo não provê a
remoção dos obstáculos legais em relação ao comércio e aos preços.
d) O livre-cambismo defende a adoção de tarifas em situação de defesa
nacional.
e) O livre-cambismo rege que a livre troca de produtos no campo
internacional, os quais seriam vendidos a preços mínimos, num regime de
mercado, se aproximaria ao da livre concorrência perfeita.

Questão 9. (INÉDITA) Sobre o livre cambismo e seus argumentos


favoráveis, assinale a alternativa INCORRETA:
a. Para que os países atingissem o desenvolvimento, seus defensores
pregavam a variedade do parque fabril de forma que o país pudesse ser
autossuficiente na produção de bens, principalmente alimentos.
b. Os fatores de produção deveriam ser transferidos para as atividades
eficientes, e as ineficientes deveriam ser abandonadas, importando-se o que
fosse necessário, para que recursos não fossem desperdiçados em atividades
ineficientes.
c. Um país que se especializasse na fabricação de bens que conseguisse
produzir a custos baixos teria ganhos com o comércio.
d. Os ganhos de escala seriam um efeito natural para os países que
aumentassem a produção dos bens em que fossem mais eficientes.
e. O aumento da concorrência levaria ao incremento tecnológico das
indústrias nacionais.

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Questão 10. (INÉDITA) O período que antecedeu a 2ª Guerra


Mundial evidenciava crise econômica, impulsionada pelo crash da Bolsa
de Nova York. Em relação ao comércio internacional, diversas medidas
eram adotadas pelos países visando ao enfrentamento da crise. Dentre
elas, podemos destacar, EXCETO:
a. Utilização de bases de cálculo arbitrárias ou fictícias para cálculo do
imposto de importação
b. Aumento desregrado da alíquota do imposto de importação
c. Desvalorizações competitivas da taxa de câmbio
d. Utilização de cotas de importação
e. Utilização de medidas compensatórias

Questão 11. (AFRF/98) Entre as opções abaixo, indique aquela que


não constitui argumento utilizado pelo protecionismo:
a) É preciso manter as indústrias de um país em um nível tal que possam
atender à demanda em caso de um corte de fornecimento externo devido a
uma guerra.
b) O comércio e a indústria são mais importantes para um país do que a
agricultura e, portanto, devem ser submetidos a tarifas para evitar a
concorrência com produtos estrangeiros.
c) A adoção de tarifas favorece a criação de empresas nacionais.
d) Quando há capacidade ociosa, as tarifas contribuem para aumentar o
nível de atividade e de emprego, e, portanto, de renda de um dado país.
e) As indústrias-chave da defesa nacional devem ser protegidas para evitar a
ação de fornecedores estrangeiros.

Questão 12. (AFRF/2000) Entre as razões abaixo, indique aquela


que não leva à adoção de tarifas alfandegárias.
a) Aumento de arrecadação governamental;
b) Proteção à indústria nascente;
c) Estímulo à competitividade de uma empresa;
d) Segurança nacional (defesa);

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e) Equilíbrio do Balanço de Pagamentos.

Questão 13. (ACOMEX/2002) O argumento em favor da proteção às


indústrias nascentes ganhou força com a publicação do “Report on
Manufactures”, de Alexander Hamilton, que defendeu o
desenvolvimento nos Estados Unidos da América e o uso de tarifas para
promovê-lo. A respeito dos instrumentos de proteção a indústrias
nascentes é correto afirmar que:
a) o argumento que analisa as economias de escala produzidas pela
proteção a indústrias nascentes defende como instrumento principal as firmas,
em vez de indústrias, uma vez que, ao concentrar os benefícios nas mãos de
poucos agentes privados, preferencialmente um monopólio, criam-se condições
para que a indústria local se desenvolva mais rapidamente.
b) desde que ocorra, a proteção a indústrias nascentes atinge os resultados
pretendidos a custos semelhantes, não importando muito se utiliza
instrumentos tais como cotas, subsídios ou tarifas.
c) o argumento que analisa a aquisição de experiência pela economia
nacional, baseado no princípio de se “aprender fazendo”, o que permite
justificar a proteção a tais indústrias por tempo indeterminado,
preferencialmente longo, já que a inovação é condição necessária à
manutenção da competitividade industrial.
d) entre as principais críticas aos instrumentos utilizados para proteger
indústrias nascentes estão os argumentos que apontam algumas de suas
implicações, a exemplo da dificuldade de se escolher corretamente as indústrias
que devem receber proteção, a relutância das indústrias a dispensar a proteção
recebida e seus efeitos deletérios sobre outras indústrias.
e) entre as principais críticas aos instrumentos utilizados para proteger
indústrias nascentes estão os argumentos que apontam algumas de suas
implicações, a exemplo da dificuldade de se combinar as indústrias que devem
receber proteção com o modelo de substituição de importações, a concordância
das indústrias em dispensar a proteção recebida e seus efeitos deletérios sobre
outras indústrias.

Questão 14. (INÉDITA) Sobre a justificativa protecionista


prevista no GATT/47 para proteção às indústrias nascentes, NÃO
podemos afirmar que:

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a. A proteção deveria ser aplicada somente pelos países em


desenvolvimento.
b. Uma nova empresa industrial que quisesse ser constituída teria o direito
de pedir proteção ao governo sobre a importação dos concorrentes, para que
ela pudesse se instalar no mercado.
c. As barreiras poderiam ser levantadas, porém provisoriamente, pelo
período de tempo necessário à instalação do novo ramo industrial.
d. Esse argumento surgiu devido à constatação de que os países se
encontravam em níveis distintos em relação ao parque fabril.
e. A imposição de barreiras às importações seriam a única forma de
desenvolver indústrias novas que pudessem competir com a concorrência
estrangeira.

Questão 15. (INÉDITA) Dentre as justificativas para imposição


de barreiras ao comércio previstas no GATT, podemos destacar, com
exceção de:
a. Medidas de defesa comercial
b. Correção temporária de déficit no Balanço de Pagamentos
c. Melhoria dos termos de troca
d. Proteção às indústrias nascentes
e. Segurança nacional

Questão 16. (AFRF/2000) Entre as razões abaixo, indique aquela


que não leva à adoção de tarifas alfandegárias.
a) Aumento de arrecadação governamental;
b) Proteção à indústria nascente;
c) Estímulo à competitividade de uma empresa;
d) Segurança nacional (defesa);
e) Equilíbrio do Balanço de Pagamentos.

Questão 17. (AFRF/2000) Para explicar a relação entre comércio de


produtos primários e industrializados, a Comissão Econômica para

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América Latina (CEPAL) apresentou uma série de estudos e propostas.


Acerca da CEPAL pode-se fazer as seguintes afirmativas abaixo, exceto:
a) A CEPAL teve um papel decisivo na criação da ALALC.
b) Os países produtores de bens primários deveriam diversificar sua
produção, deixando de ser produtores de monoculturas.
c) Os países em desenvolvimento deveriam abrir suas economias para
torná-las mais competitivas e assim conquistarem espaço no comércio
internacional.
d) Os países em desenvolvimento deveriam procurar exportar produtos
manufaturados.
e) O comércio internacional tendia a gerar uma desigualdade básica nas
relações de troca (uma deterioração nas relações de troca) pois os preços das
matérias-primas (dos países em desenvolvimento) tendia a declinar a longo
prazo, enquanto o preço dos produtos manufaturados (fabricados em geral em
países desenvolvidos) tendia a subir.

Questão 18. (ACE/MDIC/2008) Julgue o item seguinte, relativo aos


instrumentos básicos de política comercial.
Embora o GATT proíba, como regra geral, a aplicação de medidas restritivas de
caráter quantitativo, a imposição de cotas de importação é reconhecida como
medida de política comercial legítima, quando de caráter condicional,
excepcional e temporário, para a correção de desequilíbrios do mercado
doméstico.
Questão 19. (ACE/MDIC/2008) Julgue o item seguinte, relativo aos
instrumentos básicos de política comercial.
A ausência de um sistema financeiro eficiente, que permita canalizar a
poupança dos setores tradicionais para as novas indústrias, por representar
uma falha de mercado, justifica o uso de restrições comerciais, tais como tarifas
e subsídios, para proteger a indústria nascente.

Questão 20. (INÉDITA) O GATT/47 foi assinado para evitar que os


países adotassem medidas protecionistas de forma descontrolada, e
assim o comércio internacional pudesse voltar a crescer em grande
escala. Mesmo assim, algumas barreiras ao comércio foram previstas
pelo próprio acordo para utilização pelos países em situações
específicas. Assinale qual das alternativas NÃO contempla uma dessas
medidas protecionistas previstas no GATT:

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a. Medidas antidumping e compensatórias


b. Medidas para garantir o abastecimento interno de produtos considerados
estratégicos
c. Medidas para conter o desemprego
d. Medidas de salvaguarda
e. Medidas de proteção às indústrias nascentes aplicadas por países em
desenvolvimento

Questão 21. (INÉDITA) Sobre a Tese de Deterioração dos


Termos de Troca (1959), o economista argentino Raúl Prebisch
basicamente pregava que:
a. Os países deveriam se especializar na produção de bens em que fossem
mais eficientes.
b. Os preços dos produtos primários tendiam a cair menos do que os preços
dos bens industrializados em épocas de crise, por se tratarem de artigos
essenciais.
c. Adotar o modelo exportador de industrialização, visando obter divisas que
garantissem a situação financeira do país em tempos de crise.
d. Os países da América Latina deveriam reduzir barreiras às importações de
produtos tecnológicos, visando ao desenvolvimento do setor fabril exportador.
e. Os países em desenvolvimento deveriam passar a produzir mercadorias
similares às antes importadas e impor barreiras à importação, visando
desenvolver indústrias para atender o mercado interno.

Questão 22. (INÉDITA) Acerca das doutrinas protecionista e livre


cambista de comércio exterior, analise as assertivas abaixo e assinale a
alternativa correta:
( ) Com a assinatura do GATT/47, foram banidas todas as formas de barreiras
às importações, com exceção do caso em que um país tenha que instituir
proteção a sua indústria nascente.
( ) O sistema livre cambista não estava gerando os benefícios esperados aos
países em desenvolvimento no período que antecedeu à 2ª Guerra Mundial. Por
esse motivo, no GATT foi delineada uma política geral protecionista visando ao
desenvolvimento daqueles.

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( ) Historicamente, na segunda metade do século XX, observou-se que tanto o


protecionismo quanto o livre-cambismo só surtiram efeitos quando adotados em
suas formas puras, sendo totalmente fechado no caso do protecionismo, e
totalmente aberto no caso do livre-cambismo.
a. V F V
b. F F V
c. V V F
d. F F F
e. F V F

6.1. Gabarito

1) C 7) A 13) D 19) C
2) B 8) E 14) B 20) C
3) A 9) A 15) C 21) E
4) A 10) E 16) C 22) D
5) A 11) B 17) C
6) C 12) C 18) C

Um abraço.
Missagia

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