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III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS)

DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE

MODOS DE CONSTRUIR SENTIDOS NOS NOVOS


LETRAMENTOS: ANÁLISE DE UMA PRÁTICA DE
LETRAMENTO DIGITAL

Thayse Figueira Guimarães1

Introdução

As novas tecnologias de comunicação e informação tornam-se, na


contemporaneidade, tanto um tópico de pesquisa quanto um importante caminho
para a compreensão dos significados da vida social (HINE, 2000). Marca da vida
social pós-moderna, a Internet é um local de poucas ou nenhuma fronteira. Isso faz
dela um campo com enormes possiblidades de observação da vida social, onde são
expostas as transformações pelas quais passam as condições das relações sociais
humanas. Nesse cenário, este trabalho apresenta discussão sobre os discursos a
que somos expostos pelas práticas de letramentos digitais e focaliza como tais
práticas invadem o horizonte de sentidos das pessoas na cultura contemporânea,
redefinindo roteiros de subjetivação. Parto da compreensão da centralidade dos
novos letramentos na vida social contemporânea, tendo em vista o papel que
representam tanto na ampliação de repertórios de significados dos jovens, como na
diversidade das relações que podem viver (MOITA LOPES, 2010). Proponho
explorar a centralidade de tais letramentos na vida social contemporânea e fazê-los
dialogar com as práticas do letramento escolar, tendo em vista as experiências de
circulação cotidiana dos jovens nessas práticas sociais.
O presente trabalho busca discutir pesquisa de caráter etnográfico realizada
com um grupo de jovens, no espaço da sala de aula e das redes sociais virtuais do
facebook e do twitter. Mais especificamente, apresento as performances discursivo-
corpóreas em práticas de letramento digital de Luan, garoto negro, de 18 anos.
Analiso suas práticas de interação no twitter e suas narrativas de experiência
pessoal de interação na escola e nas redes sociais virtuais. O foco da análise são as
subjetividades do participante e a forma como são re-feitas nas performances do
mundo virtual. O objetivo era compreender multitude dos lugares socio-políticos
presentes nas performances encenadas nos letramentos escolar e digital (LEANDER
et al, 2010) e as interseccionalidades (os atravessamentos) dessas práticas.
A fim de atingir tais objetivos, foi traçada a seguinte pergunta de pesquisa:

1
Doutoranda no programa de pós-graduação Interdisciplinar em Linguística Aplicada,
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Brasil).
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Como os/as adolescentes participantes dessa pesquisa


constroem/encenam suas performances identitárias em ações discursivo-
corpóreas nos ambientes de sociabilidades do virtual e da escola?

Para isso apoio-me no conceito-chave dos letramentos como prática social


situada (MOITA LOPES, 2010; BARTON e HAMILTON, 2008) e na noção de
performance/performatividade como apresentada por Butler (BULTER, 1990).
Acredito que tais referências teóricos nos ajudam a pensar os temas do nosso
tempo sob outras bases, principalmente com relação à possibilidade de construção
de um corpo e subjetividades múltiplas no mundo virtual. O construto teórico de
análise dos dados é o conceito de posicionamento, interpretado por meio de pistas
de contextualização(GUMPERZ, [1982]1998). Com base nesse aparato, investigo os
posicionamentos de Luan no espaço virtual, no ato de narrar e nos eventos
narrados.
Creio que o desenvolvimento das tecnologias e suas consequências para o
cotidiano tem criado novos nichos de observação das práticas sociais
contemporâneas e imposto à escola desafios com relação às práticas que privilegia.
Os resultados apontam a importância da legitimação de práticas de letramento não
escolar e das formas de vida por elas evocadas, tendo em vista novos roteiros
de subjetivação que invadem o horizonte de sentidos da cultura contemporânea e
desafiam sociabilidades sedimentadas.

Fundamentação teórica

Para além da perspectiva tradicional de letramento, como fenômeno que


ocorre na mente das pessoas, em que tornar-se letrado é desenvolver habilidades
de decodificação e de cognição (BLOOME; BAILEY, 1992), assumo, neste trabalho,
que Letramentos têm a ver com o que as pessoas fazem com a linguagem
(MOITA LOPES, 2008). Com o modo como constroem significados nos contextos de
interações sociais em que estão envolvidas: na família, na escola, na religião,
comunidade de prática, espaços de afinidades na Internet, em conjunto com as
estruturas macro-sociais em que estamos sócio-historicamente situados.
Essa noção de letramento é orientada por uma visão de linguagem
performativa, ou seja, enquanto ação social no mundo. Para a filosofia clássica, a
linguagem é entendida como possuidora de uma relação direta com a
realidade, um reflexo “fiel” de uma realidade anterior e exterior a ela. A
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imagem da essencia da linguagem humana ainda determina muito o modo como


compreendemos e como nos relacionamos com os objetos no mundo. Em geral,
nosso conhecimento sobre as coisas é explicado (ou negado) por meio de um status
ontológico atribuído a elas (CAVELL, 1979). Entretanto, aquilo que parece ser
uma mera representação tem o poder de produzir o objeto sobre o qual
fala (BUTLER, 1990). De acordo com essa perspectiva, não há uma linguagem no
seu sentido representacional, mas incontáveis jogos de linguagem, dos quais
aprendemos a participar em nossa cultura (Wittgeinstein II [1953]1996). Nesse
sentido, os estados supostamente “pré discursivos” se estabeleceram como
fatos naturais pela repetição no modo como foram nomeados. Tal perspectiva lança
luz para a questão da linguagem em uso, para o que fazemos com ela e como
operamos com ela no mundo (Wittgeinstein II [1953]1996).
Isso significa que ao utlizar uma língua, não estamos aprendendo nome de
coisas, sua pronúncia ou gramática, mas o que é um nome e como agir
(Wittgeinstein II [1953]1996). É nesse sentido que linguagem, nas ponderações de
Butler (BUTLER, 1997 p 8), só pode ser pensada em conjunto com a agência, isto
é, fazemos coisas com a linguagem, mas a linguagem é também as coisas que
fazemos. A linguagem é performativa porque produz as próprias condições
que descrevem (PENNYCOOK, 2007). O uso da linguagem está sempre associado
a uma forma de ação no mundo com o outro, que pela repetitividade (ou ensino
ostensivo, segundo Wittgenstein id.) ganha status de essencia e aparencia de
estabilidade. Nesse sentido, o processo de significação está desvinculado do modelo
referencial. A exatidão conceitual é um atributo do uso, do aqui-agora.
Butler extende o carater performativo da linguagem para descrever o sujeito
social como resultado de repetições que imprimem sua aparência de estabilidade, e
essas repetições são, ao mesmo tempo, o modo de operar práticas de sujeição e
dominação, e a possiblidade que temos de resistência e mudança. Nessa linha de
argumentação, o gênero é o performativo, pois sua enunciação “constitui a
identidade que pretende ser” (BUTLER, 1990). Com base nessa compreensão, a
teorização de Butler (id.) desmantela as conexões que vinculem as categorias sexo,
gênero e desejo a uma suposta essência interior ou a um substrato biológico. É na
citação repetida das normas construídas em sociedade, em sua iterabilidade, que o
gênero (e as identificações em geral) adquire uma aparência de substância sólida e
imutável (PENNYCOOK, 2007). Entretanto, se a performance só existe ao ser
encenada, não se remetendo a uma natureza essencial, sempre há a possibilidade
de fazer diferente, ainda que haja constrangimentos à inauguração de novos
sentidos (MOITA LOPES, 2008).
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Essa visão coloca os processos sociointeracionais como responsáveis pela


construção de significados atribuídos ao mundo e abre possibilidades de
entendermos nossas identidades como coisa mutável e variada, criada na dinâmica
discursiva e sustentada por ela, numa lógica que engendra corporalidade e
linguagem (Moita Lopes, 2002). A noção de identidade, nesse caso, está
estreitamente conectada ao modo como, semioticamente, agimos com os nossos
corpos nas práticas de letramentos em que nos envolvemos.
A meu ver, o lugar das sociabilidades das salas de aula e do
ciberespaço são centrais para a observação etnográfica das performances
identitárias. A participação nesses eventos de letramento são significativas na
contestação e negociação de significados no mundo (MOITA LOPES, 2010). No caso
deste trabalho, essas práticas são tomadas como mediadoras dos sentidos sobre
gênero/sexualidade e raça, pois da mesma forma que podem fixar exclusão e
preconceito (comum nos letramentos escolares), elas instauram a auteridade e a
possibilidade de reconstrução de sentidos calcificados. Da perspectiva performativa
do discurso e das identidades sociais, mesmo que a escola (como uma instituição
tradicional) proponha roteiros prontos de subjetivação para todos os indivíduos
daquela instituição, os sujeitos podem encenar outras performances,
constestatórias de significados tradicionais daquelas práticas. Essas ações
contestatórias podem ser encenadas não somente naquele espaço de interação,
mas também pelas performances discursivas no espaço virtual que oferece a
possibilidade experimentarmos fisicamente mundo materiais e abstrados, espaços
naturais e construídos, ampliando nossos experiências de sociabilidades neste
mundo.
Isso, a meu ver, é fundamental para compreender como as pessoas, ao se
envolverem em práticas de letramento mudam o seu lugar social no mundo, seu
modo de viver em sociedade, suas inserções na cultura e sua relação com os outros
(SOARES, 2000 p37). Em resumo, letramento envolve, inevitavelmente, mudança
(BARTON, 1994), visto que sempre envolve construção de conhecimento com o
outro. Cada vez que os sujeitos agem discursivamente nessas práticas,
significados estão sendo negociados em conjunto e novos significados podem ser
encenados como performatividades que se constituem por meio de tomadas de
agência. O espaço interacional da sala de aula e do ciberespaço, dessa
forma, são lugares de lutas performativas e só ganha significação pelas
práticas e vivências dos/as participantes, que estão durante todo o tempo
engajados em diferentes tipos de relações entre si.
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Isso significa que tais práticas são crucialmente marcadas por nossas
experiências de construção de um corpo com significados de gênero/sexualidade e
raça. Nesse tocante, as experiência na escola e no espaço virtual devem ser
compreendidas como corpóreas.

Natureza, Sujeito e contexto de pesquisa

Abalizada pela proposta de Erickson (1986), utilizo o termo pesquisa


interpretativa de caráter etnográfico para me referir a natureza desta pesquisa,
cuja abordagem analítica privilegia a observação participante, com interesse nos
significados atinentes à vida social. Deve-se considerar aspecto etnográfico desta
pesquisa, uma vez que “constitui-se de um processo deliberado de investigação
guiado por um ponto de vista” (ERICKSON, 1984 p. 51). Enquanto
pesquisadora/participante, entrei nesta pesquisa com algumas visões de mundo,
frutos de minhas experiências pessoais e conhecimentos construídos com base nas
leituras e estudos que realizo no campo dos letramentos e das performances de
gênero/sexualidade e raça, como linguista aplicada. É deste lugar que observo e
participo dos eventos interacionais na escola e nas redes sociais virtuais.
O contexto de investigação do presente trabalho é bipartido. O primeiro
espaço é de uma escola estadual, localizada na região Norte Fluminense do Estado
do Rio de Janeiro. E o segundo, é o ciberespaço, espaço de interconexão aberta,
por abarcar a pluralidade, a fragmentação e a colaboração em nível global e não
totalizável (LEVY, 1999).
Os dados desta pesquisa foram gerados, no ano de 2011, nas aulas de
redação, em uma turma de 3º ano do ensino médio, composta por vinte e seis
adolescentes, na faixa etária de 17 a 20 anos. Entre os alunos/as desta turma, 12
adolescentes eram negros ou não-brancos. Dos vinte e seis alunos, sete eram
meninos e dezenove eram meninas. Na época da realização do estudo, alguns
adolescentes saíram do colégio e outros entraram para esta turma.
A outra parte da pesquisa, com o foco de investigação nas redes sociais,
selecionei três estudantes para poder acompanhar suas práticas pelas redes sociais
do twitter e facebook2. Esses jovens me chamaram a atenção porque se envolviam
nas práticas on-line de forma mais significativa que nas práticas de letramento
2
Twitter: rede social que permite aos usuários enviar e receber mensagens de até
140 caracteres, conhecido como tweets.Outra ferramenta desse microblogging é o retweet
(RT), que consiste em replicar uma determinada mensagem de um usuário. Followers são as
pessoas que segue um usuário e following são as pessoas que um usuário segue.
Facebook: rede social onde usuário cria um perfil que contém fotos e lista de
interesses pessoais. Nessa rede os usuários participa de grupos de amigos, onde podem
trocar mensagens públicas ou privadas entre si.
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escolar e suas performances identitárias no espaço virtual, frequentemente,


diferenciavam-se das que faziam em sala de aula, sendo, muitas das vezes,
contraditórias.
Descrevo a seguir um dos participantes desta pesquisa, que chamerei de
Luan. Na época da pesquisa, Luan tinha 18 anos, era twitteiro (twitter) e também
possuia conta no Facebook, Orkut, Tumblr, MSN, Youtube e outros. Participava
dessas redes sociais como um modo de se promover, de ser visto. No twitter já
chegou a admistrar três contas ao mesmo tempo, uma referente ao seu perfil e
outras duas que eram fakes. Também interage bastante pelo facebook, onde posta
mensagens e fotos que são sempre comentadas por seus amigos, inclusive da
turma. Utiliza quase todos os dias o MSN e o Skype para manter/fazer contatos.
Orgulha-se de possuir mais de 2 mil amigos no Skype e MSN, quase 2 mil amigos
no Facebook e mais de 80 mil seguidores no twitter. Na sala de aula de Redação e
Filosofia, participa pouco. Gosta de ficar sentado no fundo da sala. Sobre sua
sexualidade, posiciona-se como alguém que confunde as pessoas.
Estrategicamente, na sala de aula e nas redes sociais assume posicionamentos e
performances que se aproximam, no senso comum, ora de práticas ditas gays, ora
de práticas da masculinidade hegemônica. Ainda tenta dar conta de um ethos
interacional3 de pessoa bem informada e conectada, que privilegia um estilo de vida
baseado em suas experiências de contato global. Nas redes sociais,só mantém
contato com as pessoas da sala de aula, que também compartilham desse ethos
interacional.

Análise dos dados

Como referêncial teórico analítico, utilizo a noção de performance


(BUTLER, 1990, 2003), a de posicionamento (VAN LANGENHOVE; HARRÉ, 1999;
WORTHAM, 2001) e das pistas de contextualização (WORTHAM, 2001;
GUMPERZ, 1998). O conceito de posicionamento é utilizado, nesta análise,
porque permite-nos observar os mecanismos pelos quais os sujeitos sociais se
localizam nas interações e torna possível que se identifiquem às diversas
performances/performatividades encenadas nas práticas de construções de
significados uns com os outros. Partindo dessa premissa, os participantes de uma
interação fazem uso de uma série de sinalizações, aprendidas sócio-culturalmente,
para entender e interpretar o conjunto de informações que constroem nossos
posicionamentos nos contextos interacionais. Por isso creio que a análise das pistas
3
Modos de ser e agir na construção de significados no processo interacional, que
mobiliza performances identitárias (MOITA LOPES, 2010).
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contextuais é um caminho útil para entendermos os posicionamentos discursivos


nos eventos sociais. As Pistas de contextualização, segundo Gumperz (1998:149-
152), são:
[...] quaisquer traços da forma linguística e/ou não-linguística (i.e, os
gestos, postura etc.) que contribuem para assinalar as pressuposições
contextuais - o código, o dialeto e processos de mudança de estilo,
fenômenos prosódicos, escolha entre opções sintáticas e lexicais, expressões
formulaicas, estratégias de fechamento e sequenciação - podem todas ter
funções de contextualização

Com base no que foi dito, deve-se considerar, então, que o posicionamento
nem sempre está na materialidade linguística. Nesse sentido posicionamento é
construído no discurso e além dele, por isso deve-se obseservar a gama estratégias
de interpretação disponíveis para aos falantes (GUMPERZ, 1982/1998). No que se
refere às ações de natureza linguística, por exemplo, ao comunicar estamos
fazendo uma série de escolhas no âmbito do temático, do lexical, do registro, da
alternância do código etc. Essas escolhas interpenetram ações que são tanto
paralinguísticas – já que o ritmo, a aceleração ou desaceleração da fala, as
alterações de tom de voz, a ênfase, o alongamento, a pausa etc. também
colaboram na construção do sentido – quanto não-linguísticas, como gestos,
posturas, imagens, expressões corporais e faciais (FABRÍCIO, 2002).
Nesse tocante, na análise dos posicionamentos de Luan, considero o que
está no do ato de contar, declarar e além dele, nas interações online e na escola.
Focalizo o gesto de criar, de ser/estar que reivindica performatividades nessas
práticas. Considero que este é um caminho útil para entendermos como encenamos
performances de gênero/ sexualidade e raça nos processos interacionais em que
nos engajamos.
Com base nesse enquadre teórico-metodológico, analiso os posicionamentos
de Luan a partir das seguintes pistas de contextualização (com base em Wortham,
2001):
Referência: diz respeito à nomeação das coisas do mundo e das pessoas.
Predicação: é como o sujeito social caracteriza o objeto e/ou outro sujeito
escolhido.
Índices avaliativos: referem-se às expressões particulares ou modos de falar
estereotipados.
Modalizador epistêmico: tem a ver com o grau de certeza do falante com
relação àquiloque ele está dizendo.
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Ainda, tendo em vista a interação online, considero também os recursos


multisemióticos na construção da interação online: imagens, fotos, postura do
corpo, cores, informações pessoais, amigos, música, mensagens, textos.
A respeito da análise que realizo, por adotar uma metodologia de pesquisa
qualitativa, assumo que as descrições, transcrições e análise feitas neste trabalho
devem ser analisadas como interpretações possíveis. Elas não esgotam outras
possibilidades de interpretações, de acordo com as metas de investigação específica
(GARCEZ, 2002). Ainda, deve-se mencionar que o nome utilizado nessa transcrição
é fictício.

Análise de uma interação em práticas de letramento digital

As cenas apresentadas para análise foi selecionada porque focaliza uma


das principais questões focadas na pergunta de pesquisa: Como os/as
adolescentes participantes dessa pesquisa constroem/encenam suas
performances identitárias em ações discursivo-corpóreas nos ambientes de
sociabilidades do virtual e da escola? Com o objetivo de compreender melhor
como Luan significa suas ações nesses espaços intaracionais, pedi para que ele me
falasse sobre seu bg (background) do twitter e sobre as estratégias que utiliza para
ficar mais popular e ter mais seguidores nessa rede social. Nessa análise, o foco é
no modo como Luan constroi- encena suas ações discursivo-corpóreas através de
seu perfil no Twitter e no modo como interpreta suas ações nesse espaço e no
espaço da sala de aula.
Inicialmente, apresento seu perfil no twitter, para em seguida apresentar a
entrevista. A entrevista aconteceu no intervalo das aulas no dia 19-05-11 e teve
duração de 24:46.
Análise do perfil
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Nessa página, Luan encena suas performances com elementos


multisemióticos que apresentam sua corporificação (PARREIRAS, 2009) e
indexicalizam status de usuário do twitter e pessoa bem informada, quando às
ferramentas dessa rede social. Há uma mistura de imagens e textos utilizados para
gerar significados pelo twitter. Luan apresenta um remix de fotografias que
passaram por processos de edição de imagem e montagem, privilegiando algumas
partes de seu corpo, tais como os olhos, a boca e o peito. O interesse em
evidênciar tais formas corporais, enfatiza a herotização de seu corpo e o modo
como deseja ser identificado naquele espaço social: como uma pessoa sensual.
Associado a isso, o texto que o descreve interage com as imagens,
sublinhando o aspecto fabricado do seu perfil. Luan apresenta combinações de
imagens editadas e texto que o posiciona no “entre lugar” do que são suas
“verdadeiras/fabricadas” identificações. A combinação de elementos
multisemióticos, incluindo aqui as imagens editas e associadas, texto do perfil,
número de followers, follwing e tweets constituiem a meu ver pistas contextuais
importantes que indicam as questões interacionais e a noção de corporalidade que
estão em jogo nessas relações interpessoais. A meu ver, Luan está envolvido em
uma prática de letramento, enquanto constroi formas de identificações corpóreas,
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possíveis de ser admiradas e desejadas pelos outros usuários. Essas identificações


contribuem para o performativo de sua página. Luan sabe que significados naquele
ambiente são performativos, quando o que interessa é ter maior número de
seguidores (followers).
Sequência da entrevista- 19 de maio de 20114

Nessa entrevista conversávamos sobre suas performances no twiter,


principalmente sobre como ele cria seu bg (Background) e as estratégias que utiliza
para ficar mais popular e ter mais seguidores. Enfatizando o caratér estratégico de
sua interação no twitter, note como sua página inicial é representada nessa
interação.
Excerto 1

1 P e assim/// você acha que o estilo do seu bg


2 influência na sua popularidade/
3 você acha que fica mais populá?
4 Luan dá-tipo assim quando você vai::
5 é tipo assim um twitter de desconhecido/
6 uma pessoa normal/
7 tipo ela ali (aponta para uma das meninas do canto direito)/
8 eu não conheço ela/ vou lá no twitter dela e vejo assim/
9 ela tem dois mil followers mas o twitter dela é tão
10 simples que ela passa despercebido/despercebido/
11 aí: tipo/ tipo assim:: oh:: começou assim/
12 eu lembro começou essa parada do bg/
13 assim de fazer///Foi com dudupassive/
14 P quem é dudupassive?
15 Luan é um twitter que o garoto faz cover do dudu surita/
16 aqueles colírios da capricho/
17 os muleque pegaram e pusseram ele de baton/
18 tipo assim/
19 fizeram montagem dele com maquiagem///
20 aí: tipo/ eles-eles colocaram: e tal /e fizeram esse
21 twitter/ e deu muito certo/

No trecho transcrito, Luan posiciona-se como conhecedor dos jogos


interacionais envolvidos no twitter. Nas linhas 5, 11 e 12, ele lança mão dos
modalizadores epistêmicos: “é tipo assim”; “eu lembro”; “começou assim”, para indicar

4
Legenda (Com base em Marchuschi (1991). P. – pesquisadora;[ - sobreposição de
vozes;/ - pausa de um segundo;///- pausa longa;: - alongamento da vogal por um
segundo;sublinhado – ênfase;sublinhado : fala rápida;MAIÚSCULAS – fala em tom alto;
( ) - explicações da pesquisadora; ((______________)) – trecho inaudível;@ - risos
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o tipo de acesso que ele tem dessas estratégias interacionais. Esses modalizadores
estão sendo utilizados para iniciar uma comparação/exemplificação (linha 5) e uma
narrativa (linhas 11 e 12), que enfatizam o grau de certeza do falante com relação
ao que está dizendo. A partir da linha 5, Luan destaca como estratégia para se
tornar popular no Twitter a necessidade de um bg sofisticado, que chame a atenção
dos usuários. Tal sofisticação é iconizado pela relação criada entre “ twitter tão
simples” e “despercebido”. Nessa relação, ele mostra como um possível usuário
avalia a página inicial do twitter de outro usuário e decide segui-lo ou não.
Ainda vale notar, que as referências feitas ao usuário “dudupassive”
evidência uma persona que se posicionam entre os que fazem performances de
gays sensuais, nesta rede social. O que indexicaliza um subtexto gay a suas
performances sensuais encenadas na sua página inicial (como apontadas na análise
anterior).
Seguindo a interação, Luan irá narrar sua experiência de fake no twitter. Ele
apresenta outras estratégias para se tornar uma audiência popular no twitter.
Também, segue se posicionando como conhecedor daquelas práticas interacionais.

Excerto 2

54 Luan tipo/eu tinha fake/ eu tinha um fake que deu problema/


55 vou contar/vou contar essa história para você/
56 é caso de [família
57 P seu fake?]
58 Luan é:: na época o sbt não tinha feito o twitter
59 o twitter casos de família ainda::
60 aí/eu peguei e fiz/ deu mais ou menos uns 15 mil seguidores/
61 Aí- aí lá eu falava/HOJE É DIA/
62 mais ou menos assim/ mais rápido/
63 aqui você tem uma amiga/ vc pode vir/
64 vou estar com vc sempre. hoje – no dia de hoje vamos falar
65 da amizade e da falsidade” (estiliza a voz) @@@@@@/
66 aí a gente falava/ aí-aí eu falava coisa
67 engraçada e o povo dava rt (retuiter)/
68 falava coisas engraçadas/ o povo dava rt e tal/// já
69 cheguei-já cheguei mais de cem rts/
70 Tipo assim/ não dá pra ver/ mas eu contei
71 depois[até cem
72 P você não tem mais esse fake?]
73 Luan acabou porque a sbt mandou mensagem
74 por e-mail/ e falou se eu não
75 excluir por vontade própria ela ia na rede
76 do twitter brasileiro/ que comanda o twitter no Brasil/
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77 e ia:: tirá/
78 P mas::o que você escreve que o pessoal retwitta mais?
79 Luan ah:: se vc fala alguma coisa engraçada/
80 coisa interessante/
81 Engraçado e inteligente ao mesmo tempo/
82 Fazendo alguma irônia com que acontece no dia-a dia/
83 P hum::
84 Luan a moda hoje é Marilac, né/ Uma travessti lá da europa/
85 P acho que recebi alguma coisa no twitter.
86 Marilac/ Essa Marilac postou um vídeo
87 na Internet que hoje está sucesso no Brasil/
88 Ela foi até no legendário [na semana passada
89 P Qual era o vídeo?]
90 Luan era uma travesti/
91 Ela falou que ela estava na europa tomando uns
92 [bons drinks ]
93 P [NA PISCINA:: eu vi]
94 Luan e a água estava geladinha, ela ia mergulhar/
95 aí: ela disse/ainda teve
96 buatos que eu estava na pior (estiliza a voz)/
97 PORRA:: tava na pior significa tá
98 melhor que a gente/ né?
99 isso aí/ alguém deu rt para mim assim
100 ainda dizem que ela está na pior/
101 P mas você sabe mais dessa história?
102 Luan não sei, o povo diz/ povo diz que a história dela ((???))
103 então:: o twitter também é isso/
104 falava assim::quem disse que a Thayse estava na pior?
105 quer dizer que ela está bem agora/ né?
106 P mas:: porque você acha que esse vídeo ficou popular?
107 Luan é porque tipo/ essas frases dela virou/ tipo camuflou/
108 as pessoas tiram o que ela falou/
109 acrescenta alguma coisa/ muda e tipo posta no twitter
110 e todo mundo acha engraçado e interessante/
111 a notícia corre mais rápido que em outras
112 redes sociais.
113 P legal::
114 Luan tem mais coisas pra falar também/
115 tem uns vídeos engraçados/ tem
116 a-a questão das gírias/
117 as gírias do twitter/ aquelas gírias/
118 ‘Ryca’ assim (escreve no papel para mim) odoce::
119 odoce da marivalda é o:: hoje a:: hoje é::
120 essas gírias que tem no twitter/
121 essas gírias engraçadas vêm todas de vídeo/
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122 é:: muita coisa/ É muito complicado eu falar tudo/


123 só vc vivendo no mundo das coisas que estão
124 interligadas/ assim /pra vc ver como é diferente/
125 P e você se incomoda de como é lá
126 e de como é aqui? (refiro-me à escola)
127 Luan não- não me encomodo não/
128 eu sei diferenciar as coisas/ Aqui eu
129 posso ser chacota de falarem de mim/
130 lá eu sou melhor na página inicial do que ela/
131 do que ela (aponta para as meninas ao redor)
132 aqui eu sou igual a todo mundo/
133 mas lá eu sou diferenciado/
134 P aqui vc é bem quieto/ fica na sua=
135 Luan =aqui eu sou:: despercebido
136 Eu prefiro assim/aqui/não sou nada/
137 sou só o neguim do fundo da sala/

Na história que conta, Luan encena uma persona fake de um programa de


televisão. Ele se posiciona como uma mulher (tendo em vista a apresentadora do
programa) e para sinalizar essa performance, nas linhas 62 a 65, estiliza para mim
sua voz. Aqui ele conta como age estrategicamente para poder se passar como
persona oficial do programa.
A partir da linha 78, quando pergunto sobre suas mensagens retuitadas, ele
evidência uma série de ações que devem ser levadas em conta, caso o usuário
queria ter suas mensagens retuitadas: ah:: se vc fala alguma coisa engraçada/ coisa
interessante/ Engraçado e inteligente ao mesmo tempo/ Fazendo alguma irônia com que

acontece no dia-a dia/. Para ilustrar traz um vídeo viral na Internet: o da marilac

(linha 84). Para falar sobre tal vídeo ele mais uma vez estiliza a voz, na tentativa
de se aproximar da personagem do vídeo. Quando questionado sobre o porquê de o
vídeo ter se tornado popular, nas linhas 108 a 112, ele apresenta outras séries de
estratégias: “é porque tipo/ essas frases dela virou/ tipo camuflou/ as pessoas tiram o que
ela falou/ acrescenta alguma coisa/ muda e tipo posta no twitter e todo mundo acha

engraçado e interessante/ a notícia corre mais rápido que em outras redes sociais. O modo

como sabe ele que o vídeo tornou-se popular mobiliza um novo ethos interacional
dos letramentos digitais. Ele conta que tal vídeo tornou-se popular pelas estratégias
de remix. Pega-se um conteúdo circulante na internet e mistura com outros para
criar sempre uma coisa nova. Essas estratégias são, a meu ver, jogos de linguagem
( ) cujas regras são organizadas dialogicamente entre os usuários do twitter e que
engendra negociação de identidades. Na construção de suas performances no
twitter Luan transita em contextos lingúistico-identitários que povoa o universo
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trans (BENEDETTII, 2005). As referências (WORTHAM, 2001) utilizadas para


contextualizar as táticas de mobilização nas redes sociais são o vídeo viral da
Marivalda, as gírias ‘ryca’ e ‘odoce da marivalda’. Essas referências ecoam vozes do
universo trans. Luan, valendo-se desses referências linguístico-identitário, ao
mesmo tempo que mostra que conhece os jogos interacionais das práticas on-line,
encena performances que indicializam práticas homoeróticas.
Ainda, a partir da linha 125, quando pergunto sobre as diferenças nos
espaços onde circula, ele se posiciona como conhecedor também dos jogos de
linguagem da escola. Sabe o que pode fazer em cada contexto e quem pode ser. As
diferenças de experiências nesses contextos interacionais, evidênciam como Luan
negocia suas identidades de gênero/sexualidade e raça nos seus engajamentos, em
determinadas práticas e discursos. Suas experiências no contexto interacional da
sala de aula e do mundo virtual, são construídas e postas em oposição pelos pares:
‘aqui’ versus ‘lá’; “chacota”versus “melhor na página inicial”; “igual a todo mundo”
versus “diferenciado”. Além dos termos “despercebido” e “nada” para se referir ao
contexto interacional da sala de aula. Podemos observar que suas identificações no
mundo virtual são construídas como mais interessantes e ricas do que o mundo da
escola.
Coaduanada com a visão performativa da linguagem, as práticas nas quais
Luan se envolve (tanto na escola, como nas redes sociais online) são crucialmente
marcadas por suas experiências de construção de um corpo com significados de
gênero/sexualidade e raça. Nesse tocante, as experiência na escola e no espaço
virtual devem ser compreendidas como corpóreas e definidores de nossos “roteiros
de subjetivação”. Com isso enfatizo as identidades como fenômenos
fundamentalmente sociais e culturais (Bucholtz e Hall, 2005) e o espaço
interacional da sala de aula e do ciberespaço como lugares de lutas performativas,
onde nossas identidades ganham significados pelas práticas e vivências dos/as
participantes.

Considerações finais

Luan, em suas práticas de interação on-line, instaura posicionamentos com


relação aos significados de corporalidade e apresenta subjetividades possíveis de
serem vividas, para além de suas práticas em sala de aula. Seus posicionamentos
nos mostram alternativas que subvertem crenças naturalizadas sobre nossos
corpos e categorias identitárias Em face a isso, suas interações no espaço virtual
devem ser compreendidas como capitalizadores de um mundo plural, onde
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convergência das relações entre seres humanos é central e onde novas


performances identitárias são possíveis e legitimadas.
O modo como Luan interage nas redes sociais virtuais confirmam e reforçam
a urgência de estudos que investiguem as práticas de letramento dos/as alunos/as
fora da escola para fazer dialogar com as do letramento escolar. Importante
também é a compreensão de que as práticas de letramentos com as quais Luan se
envolve no mundo virtual, são cruciais para estudar as hibridizações linguístico-
multimodal-discursivo-culturais que cada vez mais nos desafiam a experimentar e a
compreender a diversidade da vida social e a alteridade que lhe é constitutiva
(MOITA LOPES, 2010).

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