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UNIDADE 4

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA RECEITA E DA


DESPESA1
Objetivos da Unidade 4

Os objetivos desta unidade do Curso Controle Social das Contas Públicas são:
 Conhecer as definições básicas de Receita Orçamentária, Receita Extraorçamentária,
Despesa Orçamentária e Despesa Extraorçamentária.
 Compreender como é realizado o processo de compra no poder público, bem como suas
etapas de execução.
 Aprofundar os conhecimentos pré-existentes sobre o orçamento público.

O que é o Orçamento?

Orçamento

O Orçamento é um processo de planejamento contínuo e dinâmico que o Estado se utiliza para


definir e executar seus planos e programas de trabalho. Apresenta, de um lado, as receitas que se
espera arrecadar e, do outro, as despesas que estão autorizadas a ser realizadas. Ressalte-se
que o valor da receita prevista no Orçamento não limita o poder de arrecadar, enquanto a quantia
fixada da despesa tem o caráter limitativo e imperativo, proibindo a Administração de efetuar
despesa além dos créditos concedidos.
Quanto mais rigoroso tecnicamente for o planejamento, menores serão as divergências entre o
planejado e o executado, portanto, é muito importante um planejamento adequado para

1
O conteúdo desta Unidade baseia-se originalmente nos fascículo 9 “Execução Orçamentária da Receita” e 10
“Execução Orçamentária da Despesa”, do Curso Orçamento Público – Planejamento, execução e controle, da
Fundação Demócrito Rocha (FDR).
elaboração do Orçamento e sua devida implantação pela Administração Pública, a fim de que a
existência dos Créditos Adicionais tenda a reduzir-se.
O Estado, como ente que tem sob sua responsabilidade a satisfação das necessidades básicas
da coletividade, necessita, para tanto, dispor de recursos financeiros que a sociedade lhe entrega
diretamente por meio de tributos e indiretamente por meio de transferências; como também
decorrentes de atividades industriais e comerciais ou venda de seus próprios bens. Também
recebe recursos com a simples finalidade de repassar para a entidade de origem, semelhante ao
que ocorre com as empresas da iniciativa privada, como, por exemplo, nos casos em que
descontam tributos de seus servidores e prestadores de serviços para serem repassados
posteriormente para as entidades competentes e gerenciadoras dos referidos tributos.
A Receita Pública, segundo o aspecto do Orçamento, é classificada em:

a) Receitas Orçamentárias
b) Receitas Extraorçamentárias

O site do Tesouro Nacional2 traz um glossário com os principais termos usados no


Orçamento Público. Vale a pena dar uma olhada nele durante o módulo para tirar possíveis
dúvidas. Outra boa fonte de pesquisa é a publicação Orçamento Público: Decifrando a
Linguagem, da Unicef3

Receitas orçamentárias

As receitas orçamentárias são aquelas que integram ou não o Orçamento Público e não
possuem o caráter devolutivo. São assim chamados todos os recursos recebidos necessários à
efetivação dos programas de governo estabelecidos na Lei Orçamentária Anual (LOA). Sua
arrecadação depende de autorização do legislativo, que se dá através da própria Lei do
Orçamento. São compostas pelos seguintes itens: os tributos, as rendas, as transferências, as
alienações, os retornos de empréstimos e as operações de crédito por prazo superior a doze
meses.
A Receita Orçamentária, segundo sua fonte ou modo de arrecadar, pode ser assim classificada:
Receitas Derivadas: são aquelas provenientes da competência ou do poder de tributar os
rendimentos ou o patrimônio da coletividade; vêm, portanto, do patrimônio particular das pessoas
físicas ou jurídicas. São compostas pelos impostos, pelas taxas e pelas contribuições sociais.
Receitas Originárias: são aquelas provenientes da venda de bens e serviços pertencentes ao
patrimônio público, mediante a cobrança de um preço. São exemplos: as receitas patrimoniais
(alugueis e juros de aplicações financeiras), as alienações de bens e os recebimentos de
empréstimos.
No Brasil, quando da execução do Orçamento, a receita orçamentária obedece ao regime contábil
de caixa, significando que o reconhecimento como receita se dá somente quando os recursos são
efetivamente arrecadados.

2
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/servicos/glossario/glossario_a.asp
3
http://www.investimentocrianca.org.br/SimIC/TireDuvidas/decifrando.pdf
Todavia, é imperioso acrescentar que com o advento das Normas Brasileiras de Contabilidade
Aplicadas no Setor Público, vigentes de forma obrigatória a partir do exercício de 2010, as receitas
sob o aspecto contábil devem ser reconhecidas no momento do fato gerador.

Receitas Extraorçamentárias

São aquelas que não integram o Orçamento Público. A arrecadação dessas receitas não depende
de autorização legislativa. Constituem as entradas em dinheiro ou crédito de terceiros de que o
Estado se torna devedor como simples depositário ou como agente que contraiu uma obrigação,
portanto, os ingressos são normalmente atrelados a uma obrigação. É verdade que o dinheiro
recebido, a título de Receita Extraorçamentária, soma-se às disponibilidades financeiras, mas, em
contrapartida, constitui um passivo exigível (Dívida Flutuante) e a qual deve ser restituída a quem
de direito.
São exemplos dessas receitas as cauções, fianças, depósitos para garantia de instâncias,
consignações em folha de pagamento a favor de terceiros, retenções na fonte, salários não
reclamados e operações de crédito por antecipação da receita orçamentária.

Classificação da receita orçamentária

As Receitas Orçamentárias estão classificadas, por categorias econômicas, em Receitas


Correntes e Receitas de Capital.

Receitas Correntes: são aquelas destinadas a atender ao funcionamento da máquina


administrativa do governo. Citamos como exemplos os recursos destinados ao pagamento de
pessoal, material de consumo, juros da dívida, dentre outros.
As Receitas Correntes dividem-se em: Receita Tributária, Receita de Contribuição, Receita
Patrimonial, Receita Agropecuária, Receita Industrial, Receita de Serviço, Transferências
Correntes e Outras Receitas Correntes.
Receitas de Capital: são aquelas destinadas à aquisição de bens ou criação de novos serviços
pelo Estado.
As Receitas de Capital classificam-se em Operações de Crédito, Alienação de Bens, Amortização
de Empréstimos Concedidos, Transferências de Capital e Outras Receitas de Capital.

No Brasil, a maior fonte de financiamento dos serviços públicos, nas três esferas de governo, são
os tributos de forma direta e indiretamente por meio das transferências. Nosso Sistema Tributário
Nacional (STN) traz uma divisão de competência para arrecadação de tributos nos três âmbitos
federados, previstos na Constituição Federal de 1988.

Importância dos impostos para a União, Estados e Municípios

No âmbito da União e dos Estados, as Receitas Tributárias são o sustentáculo da arrecadação.


Na União, o imposto de maior relevância, em termos de volume de arrecadação é o Imposto de
Renda (IR), representando, em 2010, R$ 45,6 bilhões estimados ou 1,37% de participação no
Produto Interno Bruto (PIB). A informação é da Receita Federal do Brasil (RFB).
Nos Estados, o imposto de maior relevância em volume de arrecadação é o Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que chega a representar, em geral, cerca de 90%
da arrecadação total.
Nos Municípios, o imposto de maior relevância em termos monetários é o Imposto Sobre Serviços
(ISS). Em termos percentuais, o ISS tem representatividade, mas em termos monetários, quem
sustenta financeiramente os Municípios são as transferências governamentais da União e dos
Estados para os Municípios, que também provêm de impostos. Em 2009, Fortaleza, por exemplo,
obteve 29% de receita própria em relação às receitas correntes. O ISS representou R$ 294
milhões, naquele ano, aos cofres municipais.

Estágios da Receita Orçamentária

A Receita Pública percorre os seguintes estágios:

1. Previsão;
2. Lançamento;
3. Arrecadação e
4. Recolhimento.

1. Previsão: indica a expectativa da receita por parte da Fazenda Pública, representando o que se
pretende arrecadar no exercício financeiro com o objetivo de custear os serviços públicos
programados para o mesmo período. A previsão é o estágio anterior à execução em que se
considera que a receita foi autorizada, entretanto, quando ocorre erro de planejamento ou
orçamentação, esta receita não poderá ser arrecadada.

2. Lançamento: é o ato da repartição competente que identifica a procedência do crédito fiscal,


individualizando e cadastrando o contribuinte, discriminando a espécie, o valor e o vencimento do
tributo devido ao Poder Público por força da lei anterior que o criou.

3. Arrecadação: é o recebimento das receitas do Estado pelos agentes arrecadadores, que


recebem dos contribuintes e os entregam ao tesouro público. Os agentes podem ser divididos em
dois grupos:
 agentes arrecadadores públicos: que são os agentes fazendários (tesouraria,
delegacias, postos fiscais etc) e
 agentes arrecadadores privados: que são os bancos autorizados pelo Estado para
efetuarem a arrecadação dos tributos. Atualmente, a quase totalidade da
arrecadação dos tributos é efetuada pela rede bancária autorizada.
O artigo 11 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) menciona ser requisito essencial da
responsabilidade fiscal a arrecadação dos tributos de competência de cada ente, devendo o
gestor adotar medidas administrativas ou judiciais sempre que a arrecadação dos tributos não
ocorrer naturalmente. Este mesmo artigo traz punição para o descumprimento desta regra através
da proibição da realização de transferências.
4. Recolhimento: consiste na entrega dos valores arrecadados pelos agentes arrecadadores
públicos ou privados às repartições ou ao Banco Oficial. É o momento a partir do qual o valor está
disponível para o Tesouro Público Federal, Estadual ou Municipal. Este recolhimento é feito em
uma conta única para cada nível de governo, que abriga todas as receitas arrecadadas
(orçamentárias e extraorçamentárias), obedecendo ao princípio da unidade de caixa ou unidade
de tesouraria.

Cuidados com a evasão e a sonegação

O artigo 13 da LRF ordena que as receitas previstas sejam desdobradas, pelo Poder Executivo,
em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, das medidas de
combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da
dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança
administrativa.
A evasão fiscal pode se dar de forma lícita ou ilícita.
Evasão Fiscal Lícita (também chamada de Elisão) ocorre quando se utiliza de meios lícitos
para evitar a ocorrência de fato que gere tributo.
Evasão Fiscal Ilícita (também chamada Sonegação) ocorre quando se utiliza de meios para
ocultar ou mascarar a ocorrência de fato gerador de tributo, ou seja, o fato ocorreu, gerou tributo,
mas o contribuinte esconde de forma fraudulenta a ocorrência.
No segundo caso, o fator educacional é muito importante para a sociedade, haja vista que a
cidadania tem que ser exercida em todos os sentidos e a população tem um papel fundamental na
fiscalização desses recursos.

ESTUDO DE CASO 1

Os males trazidos pela evasão fiscal

Suponhamos que uma indústria venda um produto ou mercadoria por R$ 100,00 (cem reais) com incidência
de 17% (dezessete por cento) de ICMS, e 10% (dez por cento) de IPI, entretanto a Nota Fiscal não é
emitida.

Vejamos o que ocorre em termos de prejuízo para União, Estados e Distrito e Municípios:
1. União: como a receita tributada da empresa ficou a menor em R$ 100,00 (cem reais), o cálculo de todas
as receitas tributárias (Imposto de Renda e IPI) ou as receitas de contribuições (COFINS, PIS, CSL), não
foi considerado.
2. Estado e Distrito Federal: deixou de arrecadar, em tese, R$ 17,00 (dezessete reais) de ICMS e de
receber da União o Fundo de Participação dos Estados (FPE), proporcionalmente a receita sonegada.
3. Municípios: deixou de receber R$ 4,25 (quatro reais e vinte e cinco centavos) que corresponde a 25%
(vinte e cinco por cento), da receita do ICMS, representado pela cota-parte das transferências
constitucionais estaduais, destinada aos municípios. Deixa de receber também, da União, o Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), correspondente a receita sonegada.
Como podemos observar, o prejuízo é enorme em todas as esferas de governo, mais particularmente para a
sociedade, porque se o Estado arrecada menos, terá menos recursos para aplicar em suas necessidades
básicas. Por tudo isso é de fundamental importância exigir a Nota Fiscal quando da compra de produtos,
mercadorias ou prestação de serviços.

Da execução orçamentária

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em seu artigo 52, exige que seja elaborado o Relatório
Resumido da Execução Orçamentária, abrangendo todos os Poderes e o Ministério Público,
que deverá ser publicado até 30 dias após o encerramento de cada bimestre, e será composto de:

Balanço Orçamentário: que especificará, por categoria econômica:


a) as receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como previsão atualizada; e
b) as despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa
liquidada e o saldo;

Demonstrativos da Execução das:


a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão
atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a
previsão a realizar;
b) as despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa; e
c) as despesas, por função e subfunção.

Execução orçamentária da despesa

O Brasil é um país com grandes desigualdades regionais, por isso é de suma importância a
correta gestão dos recursos públicos, pois quanto maior a pobreza das regiões, maior é a
necessidade de se alocar recursos para atendimento das demandas sociais.
Os estados e municípios brasileiros, em sua maioria, são dependentes financeiramente das
transferências de recursos, sejam federais no caso dos Estados, sejam federais e estaduais, no
caso dos Municípios. Ocorre que a máquina administrativa pública não pode ser vista apenas pelo
lado dos ingressos dos recursos. Há necessidade de se tomar consciência que as demandas
precisam ser priorizadas e definidas no Orçamento, como também a correta execução que pode
melhorar a situação dos entes federados, desde que sejam bem aplicados.
O Estado precisa aprender a gastar bem os recursos. Quanto mais limitados, maior será a
necessidade de preparo da equipe que administra esses recursos, e mais seriamente eles
precisam ser administrados.

O Ente Federado para cumprir seu papel diante da sociedade necessita executar o que foi
previsto e aprovado em Orçamento. A LRF prevê em seu Art. 8o que até trinta dias após a
publicação dos Orçamentos, nos termos em que dispuser a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o
Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso. A programação da despesa orçamentária levará em conta os créditos adicionais e as
operações extraorçamentárias. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício,
observados o limite da dotação e o comportamento da execução orçamentária.

A Despesa Pública, segundo sua natureza, é classificada em:


a) Despesas Orçamentárias: são aquelas fixadas nos Orçamentos Públicos ou derivam da
abertura de créditos adicionais, portanto, dependem de autorização legislativa e não podem
efetivar-se sem crédito orçamentário correspondente. Segundo a categoria econômica são
classificadas como Despesas Correntes ou Despesas de Capital;
b) Despesas Extraorçamentárias: aquelas que não foram fixadas no Orçamento, portanto, não
dependem de autorização legislativa, mas representam saídas financeiras.

Classificação da despesa pública

Constitui despesa pública todo pagamento efetuado pelos agentes pagadores. A despesa na
administração pública é constituída pela obrigação de desembolso financeiro por parte dos cofres
do Estado, com o objetivo de financiar as ações do governo (despesas orçamentárias), bem como
cumprir outras determinações impostas por leis, contratos com pagamento de caução, fianças
(despesa extraorçamentária).
Silva define despesa pública como: “Todos os desembolsos efetuados pelo Estado no
atendimento dos serviços e encargos assumidos no interesse geral da comunidade, nos
termos da Constituição, das leis, ou em decorrência de contratos ou outros instrumentos.”

Classificação das Despesas


Despesas Orçamentárias Despesas Extraorçamentárias
 São os gastos públicos fixados no  São aquelas que não foram fixadas em
Orçamento, ou autorizadas por Orçamento.
abertura de créditos adicionais.  São as saídas de valores que possuem
 Evidenciam a política econômico- características de simples transitoriedade, ou
financeira e o programa do Governo, seja, que foram recebidos anteriormente,
destinado a satisfazer às constituindo, na oportunidade, receitas
necessidades da comunidade. extraorçamentárias.
Exemplos: Despesas de pessoal, Exemplos: recolhimento de Imposto de Renda
despesas com aquisição de material de sobre folha de pagamento, recolhimento de
consumo, etc. imposto retido sobre serviços prestados por
terceiros, devoluções de depósitos e de cauções,
pagamento de Restos a Pagar, resgate de
operações de créditos por antecipação de receita.
Estágios da despesa orçamentária

As despesas orçamentárias, segundo a Lei Nº 4320/64, conhecida como Lei da Contabilidade


Pública, obedecem a três estágios: Empenho, Liquidação e Pagamento. Contudo, embora não
previsto na referida lei, podemos destacar a fixação, a programação e a licitação, como estágios
da despesa. Assim, considerando, observa-se a existência de seis estágios para a despesa, a
seguir comentados.

1. Fixação: é prevista pela própria Constituição Federal quando proíbe a realização, por qualquer
dos Poderes, de despesas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais autorizados. Ou
seja, é a determinação, por meio de estudos técnicos, dos valores que poderão ser consumidos
pela administração pública quando da execução do Orçamento. Portanto, a fixação determina os
valores máximos de gastos a serem realizados.

2. Programação Financeira: constitui no conjunto de ações desenvolvidas no intuito de manter o


fluxo de caixa do Tesouro, durante o exercício financeiro com finalidade de assegurar às
unidades orçamentárias os recursos financeiros suficientes e em tempo oportuno a execução dos
programas de trabalho, mantendo o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada.

A seguir, citam-se as finalidades da Programação Financeira:


Assegurar às Unidades Orçamentárias, em tempo útil, a soma dos recursos necessários às
suas realizações.
Permitir que o gestor dos recursos possa se organizar previamente, priorizando a execução
dos programas.
Disciplinar os pedidos de liberação de recursos por parte das entidades executoras dos
programas.
Manter o controle sobre os gastos das entidades a fim de se evitar o desequilíbrio financeiro
do ente estatal, de modo a evitar eventuais insuficiências de caixa.

3. Licitação: é o procedimento que tem por objetivo determinar a consulta ou oferta à coletividade,
das obras, compras e serviços do Estado, dando igual oportunidade entre os vários fornecedores
habilitados para oferecerem cotação de preços, a fim de que seja escolhida a condição mais
vantajosa, haja vista o que preceitua o Art. 37, inciso XXI da Constituição Federal.

4. Empenho: é o estágio da despesa de que se serve a Administração Pública para controlar a


execução do Orçamento. Sendo emitido pela unidade que recebeu créditos orçamentários,
através do Orçamento ou posteriormente através da abertura de créditos adicionais.

J. Teixeira Machado Jr. e Heraldo da Costa Reis afirmam que "Na verdade, o empenho é uma
das fases mais importantes por que passa a despesa pública, obedecendo a um processo
que vai até o pagamento. O empenho não cria obrigação e, sim, ratifica a garantia de
pagamento assegurada na relação contratual entre o Estado e seus fornecedores e
prestadores de serviços".
Portanto, o empenho é uma garantia para o fornecedor e, ao mesmo tempo, é uma autorização
para que o gestor público efetue diminuição na dotação orçamentária dos valores contratados,
ensejando, assim, um maior controle da execução dos gastos públicos.

O empenho será formalizado no documento denominado Nota de Empenho, no qual constará o


nome do credor, a especificação e importância da despesa, bem como os demais dados
necessários ao controle da execução orçamentária e ao acompanhamento da programação
financeira. Para emitir o empenho, a unidade necessita verificar a existência de saldo disponível na
dotação que pretende utilizar.

Vale salientar que nenhuma despesa poderá ser realizada sem o competente empenho prévio,
exceto em alguns casos especiais, previstos em lei específica, conforme estabelecido no artigo 60
da Lei Nº 4.320/64. Não se deve, portanto, confundir Nota de empenho com Empenho.

5. Liquidação: compreende o estágio da despesa caracterizado pelo atestado de recebimento da


obra, bens, materiais ou serviços, objeto do contrato com o fornecedor. A Lei N.° 4.320/64 em seu
artigo 63 define que a Liquidação da Despesa "consiste na verificação do direito adquirido
pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito".
Essa fase da despesa garante o pagamento ao fornecedor dos bens ou serviços, pois a unidade
administrativa solicitante deverá atestar o cumprimento da prestação dos serviços ou da entrega
dos bens de acordo com o especificado no empenho, a fim de que se proceda ao respectivo
pagamento.

6. Pagamento: é o último estágio da despesa. O credor comparece perante o agente pagador,


identifica-se, recebe seu crédito e dá a competente quitação; essa atividade constitui a última
operação da despesa. O pagamento de despesa pública nunca deverá ser efetuado em moeda, e
sim através de cheques nominativos, ordens de pagamento, crédito em conta ou, em casos
especiais, em título da dívida pública.

Ressalte-se que todos os estágios da despesa pública devem ser devidamente cumpridos em
respeito ao princípio da Legalidade, objetivando assim uma maior Transparência dos
Recursos Públicos à sociedade; entretanto, deve-se atentar para um cuidado todo especial
para os estágios da Licitação e da Liquidação, pois a maioria das irregularidades possíveis de
serem detectadas no processamento das despesas públicas, pelos Órgãos de Controles Interno
e Externo reside nesses estágios.

Despesas extraorçamentárias

São despesas que não dependem de autorização legislativa; portanto, não fazem parte da
execução orçamentária. Correspondem à restituição ou à entrega de valores arrecadados sob
título de receita extraorçamentária, por isso constituem-se obrigações de terceiros, tendo
característica de simples transitoriedade das cifras anteriormente recebidas.
Neste grupo de despesa também estão incluídos os Restos a Pagar que são despesas
empenhadas e não pagas até 31 de dezembro de cada ano, classificando-se em processados e
não processados.
Restos a Pagar Processados são constituídos de despesas já liquidadas, diferentemente dos
Restos a Pagar não Processados que foram apenas empenhados, mas não constituem o direito
do beneficiário ao seu pagamento.

Sob o aspecto contábil os restos a pagar terão validade até o término do exercício financeiro
subsequente ao da respectiva inscrição; não significando dizer que foi extinto o direito do credor de
requerer o pagamento dentro do período prescricional (5 anos). O reconhecimento do direito do
credor posteriormente à prescrição dar-se-á mediante empenho à conta de créditos orçamentários
destinados a atender despesas de igual classificação ou, quando inexistentes, como Despesas de
Exercícios Anteriores.

Além dos Restos a Pagar, as consignações também são classificadas como despesas extra-
orçamentárias. Constituem as consignações os descontos realizados na folha de pagamento dos
servidores, tais como: Contribuição Previdenciária, Imposto de Renda, Seguro, Contribuição
sindical, etc. As consignações deverão ser autorizadas pelo servidor, exceto a Previdência e o
Imposto de Renda.

Execução orçamentária e financeira

No estudo da execução orçamentária e financeira é de fundamental importância se fazer a


distinção entre Créditos Orçamentários e Recursos Financeiros, tendo em vista que para se
realizar despesas, em todos os seus estágios, necessário se faz obrigatoriamente a existência de
Créditos e/ou Recursos Financeiros, haja vista que os recursos movimentados são da coletividade.

Assim sendo, conceitua-se:


Créditos como sendo o montante alocado no Orçamento ou aberto através de decreto. Refere-
se ao Lado Orçamentário.
Recursos Financeiros expressam a quantidade de moeda que se acha disponível. Portanto,
designa-se ao Lado Financeiro

As execuções orçamentária e financeira da despesa ocorrem no início do exercício financeiro para


o qual a Lei Orçamentária foi aprovada, haja vista que disciplina o inciso II do Art. 167 da
Constituição Federal que é vedada a realização de despesas que excedam os créditos
orçamentários. Da mesma forma que é impossível se proceder ao pagamento quando não há
disponibilidade orçamentária.

Dessa forma entende-se por:


Execução Orçamentária: é a utilização dos créditos consignados no Orçamento Geral em todas
as esferas de Governo.
Execução Financeira: representa a utilização dos recursos financeiros, visando atender à
realização dos projetos e/ou atividades atribuídas às Unidades Orçamentárias.
Também se deve ressaltar dentre o aspecto da execução orçamentária e financeira, o conceito na
íntegra de Ordenador de Despesa, extraído do Art. 80 do Decreto-Lei N.º 200/67, que organiza a
Administração Federal:

“Art. 80 - Ordenador de despesas é toda e qualquer autoridade de


cujos atos resultarem emissão de empenho, autorização de
pagamento, suprimento ou dispêndio de recurso da União ou pela
qual esta responda.
Com o objetivo de deixar mais claros os passos da despesa pública, apresentaremos, a seguir, o
fluxo do processo de despes.

Fluxo do processo de despesa

Setor interessado solicita


ao ordenador de despesa Ordenador de despesa
a aquisição do bem e/ou analisa a solicitação e
INÍCIO
a prestação de serviço, autoriza ou não a
mediante justificativa do realização da despesa
gasto.

Se o valor for superior a R$ Despesa Autorizada: a


8.000,00 (compras e serviços e solicitação é despachada
R$ 15.000,00 (obras e serviços para o setor de compras
de engenharia) o pedido será realizar cotação de preço
enviado para a Comissão de independentemente do
Licitação que dará início ao valor.
processo licitatório.

Se o valor for inferior a R$ Setor de Compras envia


8.000,00 (compras e serviços e cotação com o vencedor
R$ 15.000,00 (obras e serviços para o setor de
de engenharia) faz a pesquisa contabilidade proceder ao
de preço, prepara o mapa empenhamento da
comparativo de preços e despesa.
escolhe o vencedor.

Após o empenhamento
Fornecedor entrega o bem ou da despesa o setor de
realiza o serviço que será contabilidade emite a
atestado pelo solicitante e/ou Nota de Empenho para
almoxarifado do Órgão. ser entregue ao
Fornecedor, pelo setor de
compra.
A despesa será, então,
liquidada e posterior-
FIM
mente paga.

Como isso vem sendo feito em sua cidade? Há preocupação por parte dos gestores em
informar como ocorrem os gastos públicos?

Execução da despesa e a LRF


Os artigos 48 e 49 da LRF tratam da transparência da Gestão Fiscal. Para tanto, os entes
federados deverão dar ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos:
 aos planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias
 as prestações de contas e o respectivo parecer prévio
 ao Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal
 as versões simplificadas desses documentos.
 Além disso, serão realizadas audiências públicas.
Como foi mostrado neste fascículo, a despesa pública obedece a limites e procedimentos previstos
em leis, portarias e na própria Constituição. Os ordenadores de despesas que descumprirem
essas normas sofrerão as penalidades nelas previstas. Nesse contexto, faz-se necessário que,
além de obediência às normas, seja também observada a qualidade do gasto público.
O controle da qualidade do gasto público deve ser exercido pela sociedade. Portanto, fique
de olho e questione a qualidade e a necessidade dos gastos públicos, pois só assim você
estará exercendo sua cidadania.

ESTUDO DE CASO 2

TCM vai monitorar portais

O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) vai checar se as contas públicas disponibilizadas pelos sites
das prefeituras conferem com os recursos declarados mensalmente ao órgão. A medida se baseia na Lei de
Transparência (lei complementar Nº 131), em vigor desde o último dia 27, que determina a publicação
detalhada e em tempo real, na Internet, de como os governos estaduais, o Distrito Federal e os municípios
com mais de 100 mil habitantes gastam os recursos arrecadados. O tribunal iniciou os procedimentos de
tomada de contas especiais para analisar o site de cada um dos oito municípios cearenses que já estão
obrigados a se adequar à Lei da Transparência.

A proposta é verificar se a lei está sendo cumprida. Caso não mantenha os dados on line atualizados, o
município será impedido de receber repasses voluntários do Governo Federal. Na análise, o TCM levará em
conta a atualização, qualidade e a confiabilidade das informações sobre receitas e despesas públicas,
divulgadas no site das prefeituras.
A fiscalização terá por base o Sistema de Informações Municipais (SIM), dados financeiros que os
municípios disponibilizam mensalmente ao TCM."Basta uma checagem do SIM contra o que está colocado
no site da transparência para saber se as informações são verdadeiras ou não``, explicou o presidente do
TCM, conselheiro Ernesto Sabóia.

"A população às vezes quer saber quem foi que participou de uma determinada licitação, quanto foi que as
pessoas que perderam ofereceram de lance”, exemplificou o presidente do TCM. O órgão ainda vai
considerar a “qualidade” das informações disponibilizadas. "O TCM entende que as informações têm de ser
prestadas numa linguagem do cidadão, porque o grande objetivo dessa lei é que as pessoas comuns
possam ter acesso a essas informações”, esclareceu Ernesto.

O dirigente da Corte de Contas destaca o sentido pedagógico que a divulgação das informações deve ter,
inclusive por parte do próprio tribunal. Para servir de exemplo aos municípios, o TCM também está
divulgando em sua página (www.tcm.ce.gov.br) os dados de sua execução orçamentária.
(Fonte: Jornal O POVO 01/06/2010)

Expediente

Presidente da Fundação Demócrito Rocha


Luciana Dummar

Coordenação da Universidade Aberta do Nordeste


Sérgio Falcão

Coordenadora geral do curso


Eloísa Vidal

Coordenador editorial
Ricardo Moura

Coordenadora acadêmica-administrativa
Ana Paula Costa Salmin

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