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Doença Mental

Compreender, Avaliar e Intervir

Margarida Ferraz
Psicóloga Clínica e da Saúde
Terapeuta de Aconselhamento/ Psicóloga em Centro de Tratamento de Dependências
Mestre em Psicologia Clinica e da Saúde – Psicologia Forense
Investigadora na área de Psicologia Forense (FPCE-UC)
Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Apresentações 

▪ Nome
▪ Profissão / Área de estudo
▪ Motivação para a formação
▪ O que entende por “doença mental”?

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1. Doença Mental
1.1. Definição
Índice 1.2. Dados Estatísticos

2. Saúde mental vs. Doença mental


3. Patologias mentais
3.1. Esquizofrenia
3.2. Perturbações da Personalidade
3.3. Depressão
3.4. Perturbação Bipolar
3.5. Comportamentos Aditivos
3.6. Perturbações da Ansiedade
3.7. Demência

4. Classificação mental das doenças mentais: DSM-V e CID-10

5. Avaliação e intervenção: noções base


6. Desmistificar os mitos
3
Realidade

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Perturbação Mental

▪ A perturbação mental traduz alterações comportamentais e está


relacionada com o sofrimento, incapacidade ou morbilidade causados por
transtornos mentais, neurológicos ou uso de substâncias.

▪ A sua origem é multicausal, com envolvimento de variáveis genéticas,


biológicas e psicológicas, assim como condições sociais adversas ou outros
fatores ambientais.

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Perturbação Mental

▪ Perturbação Mental caracteriza-se por mudanças ao nível do modo de pensamento


e das emoções, normalmente com tradução comportamental, ou de uma
combinação destes, associados com diminuição (ou perda) da liberdade de agir e/ou
deterioração do dia-a-dia do doente, da sua vida social, do emprego ou das
atividades familiares.

▪ A grande mudança que deve ser operada por todos os agentes sociais é no sentido
de assumirem e mostrarem que a perturbação mental é uma condição médica,
como a diabetes ou a doença cardíaca, que na maior parte dos casos tem
tratamento.

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Perturbação Mental

▪ As perturbações mentais podem afetar qualquer pessoa, independentemente da


sua idade, sexo, estatuto social, rendimentos, raça/etnia, religião, orientação sexual,
personalidade ou qualquer outro aspeto relacionado com a identidade cultural.

▪ Embora a perturbação mental possa ocorrer em qualquer idade, três quartos das
perturbações mentais começam no início da idade adulta.

▪ As perturbações mentais podem assumir muitas formas.


▪ Leves
▪ Graves

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Saúde Mental vs Doença mental

▪ A Saúde Mental é uma parte integrante da saúde e a Organização Mundial


de Saúde (OMS) define-a como: ”o estado de bem-estar no qual o indivíduo
tem consciência das suas capacidades, pode lidar com o stress habitual do
dia-a-dia, trabalhar de forma produtiva e frutífera, e é capaz de contribuir
para a comunidade em que se insere”.

▪ A Saúde Mental engloba o bem-estar psicológico, mas não se reduz a este.

▪ Se o equilíbrio mental de uma pessoa estiver fragilizado ou alterado por uma


perturbação psiquiátrica ou médica, isso pode afetar negativamente a sua
capacidade de escolha, levando não só a uma diminuição das funções a nível
individual, mas também a um nível mais amplo com perdas de bem-estar
para a família e sociedade.
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Perturbação Mental em Números

▪ As doenças e as perturbações mentais tornaram-se, nos últimos anos, na principal causa de


incapacidade e numa das principais causas de morbilidade nas sociedades.

▪ 12% das doenças em todo o mundo são do foro mental


▪ 23% nos países desenvolvidos

▪ Depressão – 3ª causa patológica mundial (1ª nos países desenvolvidos)

 prevê-se que passem a ser a 1ª causa a nível mundial em 2030, com agravamento provável das
taxas de suicídio e para-suicídio.

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Perturbação Mental em Números

▪ 5 das dez principais causas de incapacidade e de dependência psicossocial são


doenças neuropsiquiátricas: depressão (11,8%), alcoolismo (3,3%),
esquizofrenia (2,8%), perturbação bipolar (2,4%) e demência (1,6%).

▪ 165 milhões de pessoas na Europa são afetadas por uma doença ou


perturbação mental anualmente.

▪ ¼ dos doentes com perturbações mentais recebe tratamento e só 10% têm


tratamento considerado adequado.

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Perturbação Mental em Números – Portugal

▪ Mais de um quinto dos portugueses sofre de uma perturbação psiquiátrica (22,9%).

▪ Portugal é o 2º país com prevalência mais elevada de doenças psiquiátricas na Europa.

▪ Cerca de 4% da população adulta apresenta uma perturbação mental grave, 11,6% uma
perturbação de gravidade moderada e 7,3% uma perturbação de gravidade ligeira.

▪ As perturbações de ansiedade são as que apresentam uma prevalência mais elevada (16,5%),
seguidas pelas perturbações do humor (7,9%).

▪ As perturbações de controlo dos impulsos (3,5%) e as perturbações pelo abuso de substâncias


(1,6%) também estão representadas.

▪ As perturbações mentais e do comportamento representam 11,8%, mais do que as doenças


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oncológicas (10,4%).
Patologias Mentais

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Depressão

▪ As perturbações depressivas são caracterizadas por tristeza, perda de interesse ou prazer,


sentimentos de culpa ou de autoestima baixa, perturbações do sono ou do apetite, sensação de
cansaço e baixo nível de concentração.

▪ A depressão pode ser duradoura ou recorrente, prejudicando substancialmente a capacidade de


uma pessoa funcionar no trabalho ou na escola ou lidar com a vida diária.

▪ Na sua forma mais grave, a depressão pode levar ao suicídio.

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Depressão

▪ As perturbações depressivas incluem duas subcategorias principais:

a) perturbação depressiva major/ episódio depressivo, que envolve sintomas como humor
deprimido, perda de interesse e do prazer e diminuição da energia; dependendo do número e
gravidade dos sintomas, um episódio depressivo pode ser categorizado como ligeiro, moderado
ou grave;

b) a distimia, uma forma persistente ou crónica de depressão ligeira; os seus sintomas são
semelhantes aos do episódio depressivo, mas tendem a ser menos intensos e durar mais tempo.

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Depressão
Sintomas: * Perda do apetite e do peso (ou aumento)

* Tristeza persistente, “sensação de vazio” * Dificuldade em adormecer ou acordar muito cedo; ou excesso
de sono
* Falta de esperança ou pessimismo
* Diminuição do desejo e funcionamento sexual
* Choro fácil
* Alterações da atenção, concentração e memória
* Falta de interesse/prazer com qualquer atividade
* Queixas psicossomáticas (por exemplo: queixas de dores,
* Cansaço/Falta de energia queixas digestivas)

* Irritabilidade * Ideias de convicção inabalável sobretudo negativas

* Sentimentos de culpa, ruína, “de que não vale a pena” * Ouvir vozes sem estar ninguém presente sobretudo com
conteúdo negativo
* Preocupações/medos infundados de tudo

* Ideias de agressão ao próprio, de morte e de suicídio 15


Depressão – Major
▪ Os pacientes podem parecer infelizes, com olhos lacrimejantes, testa enrugada, cantos da
boca voltados para baixo, postura retraída, pouco contato visual, perda da expressão
facial, pouco movimento corporal e mudanças no discurso (p. ex., voz suave, perda da
prosódia, uso de palavras monossilábicas).

▪ A nutrição pode estar gravemente comprometida, exigindo intervenção imediata.

▪ Alguns pacientes depressivos negligenciam a higiene pessoal ou mesmo seus filhos, entes
queridos ou animais de estimação.

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Depressão – Major
Para o diagnóstico, ≥ 5 dos seguintes devem ter estado presentes quase todos os dias durante o período de 2 semanas, e um
deles deve ser humor deprimido ou perda de interesse ou prazer:

▪ Humor deprimido durante a maior parte do dia

▪ Diminuição acentuada do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades durante a maior parte do dia

▪ Ganho ou perda de peso significativo (> 5%) ou diminuição ou aumento do apetite

▪ Insónia (muitas vezes insónia de manutenção do sono) ou hipersónia

▪ Agitação ou atraso psicomotor observado por outros (não autorrelatado)

▪ Fadiga ou perda de energia

▪ Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada

▪ Capacidade diminuída de pensar, concentrar-se ou indecisão

▪ Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, tentativa de suicídio ou um plano específico para cometer suicídio
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Depressão - persistente
Sintomas depressivos que persistem por ≥ 2 anos sem remissão são classificados como transtorno
depressivo persistente (TDP). Os sintomas tipicamente começam insidiosamente durante a adolescência e
podem persistir por muito anos ou décadas. O número de sintomas muitas vezes oscila acima e abaixo do
limiar para episódio depressivo maior. Os pacientes afetados podem estar habitualmente melancólicos,
pessimistas, sem senso de humor, passivos, letárgicos, introvertidos, hipercríticos de si mesmos e dos outros
e queixosos. Pacientes com TDP também têm maior probabilidade de ter ansiedade, uso de substâncias ou
transtornos de personalidade subjacentes.

▪ Para o diagnóstico, os pacientes devem ter tido humor deprimido na maior parte do dia por mais dias
do que não por ≥ 2 anos e ≥ 2 dos seguintes: • Baixo apetite ou comer em excesso
• Insónia ou hipersónia
• Baixa energia ou fadiga
• Baixa autoestima
• Falta de concentração ou dificuldade em tomar decisões
• Sentimentos de desespero
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Ansiedade
▪ As perturbações de ansiedade referem-se a um grupo de distúrbios mentais
caracterizados por sentimentos de ansiedade e medo, incluindo perturbação de
ansiedade generalizada (PAG), perturbação de pânico, perturbações fóbicas,
incluindo a fobia social, perturbação obsessiva-compulsiva (POC) e perturbação de
stress póstraumático (PSPT).

▪ Se a ansiedade for exagerada e prolongada, poderá tratar-se de um problema mais


grave. Apenas se pode falar em perturbações de ansiedade quando existe um medo e
ansiedade desproporcionado, que perduram há pelo menos seis meses e que têm um
verdadeiro impacto na vida quotidiana.

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Ansiedade

Ataque de pânico
▪ O ataque de pânico acontece quando os sintomas de ansiedade (sensações, pensamentos)
são tão intensos que se torna difícil perceber se se trata apenas ansiedade ou se estamos
realmente em perigo de morrer ou de enlouquecer.
▪ A pessoa sente que não tem qualquer controlo sobre o seu corpo ou mente.
▪ O ataque de pânico dura apenas alguns minutos, e apesar de a sensação de perder o
controlo, a pessoa poder desmaiar por exemplo, não representa perigo para a vida.
▪ Os sintomas surgem sem aviso e duram geralmente entre alguns minutos a uma hora.

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Ansiedade
▪ Como lidar com uma crise de ansiedade?

1. Apesar das suas sensações e sintomas serem assustadores, não são perigosos.

2. O que sente é apenas um exagero das reações normais do corpo à ansiedade.

3. A sua intensidade irá diminuindo pouco a pouco.

4. Tentar não pensar em: “o que pode acontecer?”…”e se eu desmaiar?”… “e se eu perder o controlo?”.

5. Manter-se no presente; verifique o que realmente está a acontecer e não o que pode vir a acontecer.

6. Classificar o medo numa escala de 0 a 10; o medo só se mantém num nível elevado durante alguns segundos.

7.Concentrar-se numa tarefa muito simples, como contar de 100 para trás ou visualizar uma imagem de calma.

8. À medida que deixa de acrescentar pensamentos assustadores ao medo, este vai gradualmente desaparecendo.

9. Quando o medo surgir, manter a calma, dando-lhe tempo para que desapareça, sem fugir dele.

10. Praticar técnicas de relaxamento, com frequência.


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Esquizofrenia
▪ A esquizofrenia é uma perturbação mental complexa e grave, que afeta cerca de 21 milhões de
pessoas em todo o mundo.

▪ Patologia do cérebro que afeta de forma grave a capacidade de pensar da pessoa, a sua vida
emocional e o seu comportamento em geral.

▪ Provoca uma série de sintomas, conhecidos como “sintomas psicóticos”. Na lista incluem-se:
▪ sintomas positivos - alucinações; delírios ; défices cognitivos.
▪ sintomas negativos - dessubstancialização da personalidade; insuficiência social e
dificuldade de integração social.

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Esquizofrenia

▪ Tipo Paranóide
Um tipo de esquizofrenia no qual os critérios a seguir são preenchidos:

A. Preocupação com um ou mais delírios ou alucinações auditivas


frequentes.

B. Nenhum dos seguintes é proeminente: fala desorganizada,


comportamento desorganizado ou catatônico ou afeto embotado
ou inapropriado.

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Esquizofrenia

▪ Tipo Desorganizado
Um tipo de Esquizofrenia no qual os critérios a seguir são preenchidos:

A. Todos os seguintes são proeminentes:

(1)fala desorganizada
(2) comportamento desorganizado
(3) afeto embotado ou inapropriado

B. Não preenche critérios para o tipo Catatônico.

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Esquizofrenia

▪ Tipo Catatónico
Um tipo de Esquizofrenia no qual o quadro clínico é dominado por pelo menos dois dos seguintes:
(1) imobilidade motora, conforme evidenciada por catalepsia (incluindo flexibilidade cérea) ou estupor;
(2) agitação extrema (atividade motora excessiva aparentemente sem propósito e não influenciada
por estímulos externos);
(3) negativismo extremo (resistência aparentemente imotivada a todas as instruções ou manutenção
de uma postura rígida contra tentativas de ser movido), ou mutismo;
(4) peculiaridades de movimento voluntário conforme evidenciadas por posturas inadequadas
(assumir voluntariamente posturas inapropriadas ou bizarras) movimentos estereotipados,
maneirismos predominantes ou esgares proeminentes;
(5) ecolalia ou ecopraxia.
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Esquizofrenia

▪ Tipo Indiferenciado
Um tipo de esquizofrenia no qual sintomas que satisfazem o critério A estão presentes, mas os critérios
não são satisfeitos para os tipos Paranóide, Catatônico Desorganizado.

▪ Tipo Residual - Um tipo de Esquizofrenia no qual os critérios a seguir são satisfeitos:


A. Critério A para Esquizofrenia (ou seja, sintomas da fase ativa) não são mais satisfeitos.
B. Há evidências contínuas do distúrbio conforme indicado pela presença de sintomas negativos ou de
dois ou mais sintomas incluídos no critério A para Esquizofrenia, presente em uma forma atenuada
(ex., crenças estranhas experiências perceptivas incomuns).

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Esquizofrenia

▪ Não é conhecida uma causa única para a esquizofrenia.

▪ Diferentes fatores - genéticos, ambientais, consumo de substâncias - contribuem


para o desenvolvimento da esquizofrenia.

▪ Os primeiros sinais de esquizofrenia surgem durante a adolescência ou no início da


idade adulta.

▪ A esquizofrenia tem um grande impacto na vida das pessoas, uma vez que pode
afetar de forma profunda o seu estilo de vida e a sua imagem social.

27
Esquizofrenia

▪ O tratamento consiste essencialmente na medicação antipsicótica e em outras


terapias.

 O objetivo é reduzir ou eliminar os sintomas, de modo a permitir que o indivíduo


participe nas atividades diárias e reduza o número de recaídas.

▪ As recaídas são mais prováveis quando os medicamentos antipsicóticos são


interrompidos ou tomados irregularmente.

▪ É muito importante, no plano de tratamento, garantir que as pessoas com


esquizofrenia aderem ao plano de tratamento e de prevenção de recaídas.

https://www.youtube.com/watch?v=b84DbNHcoI4
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Perturbações da Personalidade

▪ As Perturbações da Personalidade são características da personalidade;


padrões duradouros de perceção, relação e pensamento acerca do ambiente
e de si mesmo, e são exibidos numa ampla faixa de contextos sociais e
pessoais importantes.
▪ É somente quando as características de personalidade são inflexíveis e
inadaptadas, e causam, tanto comprometimento funcional significativo como
sofrimento subjetivo, que elas constituem a Perturbação de Personalidade.

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Perturbações da Personalidade
▪ As perturbações do Eixo II são designadas como uma anomalia no
desenvolvimento psíquico, traduzindo-se assim numa desarmonia no que
respeita à afetividade, organização, integração da vida afetivo-emocional e
excitabilidade assim como a integração deficitária dos impulsos, das atitudes e
condutas.
▪ Entende-se por PP “um padrão estável de experiência interna e
comportamento que se afasta marcadamente do esperado para o individuo
numa dada cultura, é global e inflexível, tem início na adolescência ou no início
da idade adulta, é estável ao longo do tempo e origina sofrimento, ou
incapacidade.”

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Perturbações da Personalidade

▪ Relacionado com esta problemática está uma determinante essencial na vida


e no desenvolvimento de qualquer indivíduo, ou seja, a infância, que nestes
casos é tipicamente disfuncional.

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Perturbações da Personalidade

Existem diversas perturbações da personalidade, que podem ser reunidas em três grupos
distintos, com base em semelhanças descritivas.

Grupo A - PPersonalidade Paranoide, Esquizoide, Esquizotípica - As pessoas com estas


perturbações são frequentemente descritas pelos outros como sendo esquisitas ou
excêntricas.

Grupo B - PPersonalidade Antissocial, Boderline, Histriónico, Narcísica - Os indivíduos


tendem a parecer dramáticos, emotivos ou erráticos.
Grupo C - PPersonalidade de Evitamento, Dependente, Obsessivo-compulsivo - Estes
indivíduos têm tendência a parecer ansiosos ou medrosos.

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Tipos de Perturbações da Personalidade

▪ GRUPO A — ESTRANHOS, EXCÊNTRICOS

▪ Perturbação de Personalidade Paranóide - Desconfiança, suspeita: os


motivos dos outros são interpretados como malévolas.

▪ Perturbação de Personalidade Esquizoide - Padrão de alheamento da vida


social e uma restrição da expressividade emocional.

▪ Perturbação de Personalidade Esquizotípica - Padrão de instabilidade no


relacionamento próximo, distorções cognitivas ou preceptivas e
comportamento excêntrico.

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Tipos de Perturbações da Personalidade

▪ GRUPO B —TEATRAIS, EMOTIVOS, LÁBEIS

▪ Perturbação de Personalidade Antissocial - Um padrão de desrespeito e violação dos direitos dos


outros.

▪ Perturbação de Personalidade Borderline - Instabilidade nas relações interpessoais, na


autoimagem e nos afetos, com impulsividade marcada.

▪ Perturbação de Personalidade Histriónico - Emocionalidade exagerada e procura constante da


atenção dos outros.

▪ Perturbação de Personalidade Narcísica - Grandeza, necessidade de admiração, falta de


empatia.
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Tipos de Perturbações da Personalidade

▪ GRUPO C —ANSIOSOS, TEMEROSOS

▪ Perturbação de Personalidade de Evitamento - Inibição social,


hipersensibilidade à avaliação negativa dos outros

▪ Perturbação de Personalidade Dependente - Conduta dependente e


submissa, incapacidade de tomar decisões, preocupação com o ser
abandonado

▪ Perturbação de Personalidade Obsessivo-Compulsivo - Preocupação com


a ordem, perfecionismo e controlo

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Perturbação Bipolar

▪ A perturbação bipolar é uma doença mental que afeta cerca de 60


milhões de pessoas em todo o mundo.

▪ As pessoas com perturbação bipolar passam por drásticas alterações


de humor. Por vezes têm episódios maníacos, durante os quais se
sentem muito felizes e mais enérgicas e ativas do que o normal.
Outras vezes, passam por episódios depressivos, com sentimentos de
profunda tristeza e quebra de energia.

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Perturbação Bipolar

▪ Os sintomas mais comuns durante os episódios maníacos são:


▪ energia excessiva, com grande agitação e aceleração do pensamento, que pode
ser observada por um discurso muito rápido e por vezes confuso;
▪ sentimentos eufóricos e crenças irrealistas, que fazem com que a pessoa se
sinta com uma autoestima exacerbada;
▪ diminuição da necessidade de sono, podendo passar dias com pouco ou
nenhum sono, sem se sentir cansado;
▪ descontrole de impulsos, que podem manifestar-se por gastos excessivos e
comportamentos imprudentes;
▪ conduta sexual inadequada;
▪ abuso de drogas e comportamentos paranoicos.
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Perturbação Bipolar
▪ Já os sintomas dos episódios depressivos são os mesmos que se
manifestam em quem sofre de depressão:
▪ tristeza profunda e persistente;
▪ alterações no sono;
▪ redução do apetite e perda de peso ou aumento do apetite acompanhado por
aumento de peso;
▪ irritabilidade ou agitação;
▪ dificuldades de concentração e em tomar decisões;
▪ fadiga ou perda de energia;
▪ sentimentos de culpa e impotência;
▪ pensamentos suicidas. 38
Perturbação Bipolar
▪ A perturbação bipolar começa tipicamente na adolescência ou
durante o início da vida adulta e permanece ao longo de toda a vida.

▪ Frequentemente, o diagnóstico é difícil e, como consequência, muitos


doentes sofrem desnecessariamente durante anos ou até mesmo
décadas.

▪ Cerca de 80-90% dos indivíduos com perturbação bipolar tem um


familiar com essa doença ou com depressão.

39
Perturbação Bipolar
▪ Os fatores ambientais também têm uma grande
influência: stress extremo, distúrbios de sono, drogas e álcool podem
desencadear episódios em pacientes mais vulneráveis.

▪ A perturbação bipolar é uma doença com tratamento relativamente


eficaz.

▪ O tratamento faz-se geralmente com medicação e pode ser


complementado com psicoterapia.

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Comportamentos Aditivos

▪ Os comportamentos aditivos/dependências são uma condição complexa, que se


manifesta pelo uso compulsivo de substâncias – álcool, drogas ou tabaco -, apesar
dos seus efeitos nefastos para a saúde.

▪ As pessoas com dependências sentem um desejo intenso por determinada


substância e têm dificuldade em deixar de a consumir. Ao longo do tempo, vão
desenvolvendo uma certa tolerância, o que faz com que precisem de quantidades
cada vez maiores.

▪ Em algumas destas substâncias (por ex. heroína) desenvolve-se também uma


dependência física, o que se traduz pelo aparecimento de sintomas de abstinência
quando o consumo é reduzido ou interrompido subitamente.

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Comportamentos Aditivos

▪ As pessoas começam a consumir estas substâncias pelas mais variadas


razões: para se sentirem melhor, para terem um melhor desempenho,
por curiosidade ou por influência dos outros.

▪ Adição é um estado de intoxicação crónica e periódica originada pelo


consumo repetido de uma droga, natural ou sintética, caraterizada
por (OMS, 1957):
▪ Uma compulsão para continuar a consumir;
▪ Uma tendência ao aumento da dose;
▪ Uma dependência psíquica e/ou física
▪ Consequências prejudiciais para o sujeito/sociedade
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Comportamentos Aditivos

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Comportamentos Aditivos

Elementos da experiência aditiva


▪ São potentes modificadores de humor e das sensações – da dor, da
tensão e da consciência.
▪ Os efeitos da experiencia têm uma enorme centralidade – aumentam
o sentido de autocontrolo, poder e autoestima.
▪ Os efeitos são imediatos, no sujeito ou no seu meio – simplificação,
predição e efeito imediato da experiência.
▪ Nenhum objeto e aditivo per si – o leque de objetos aditivos e as suas
consequências são disso exemplo – contínuo evolutivo,
politoxicodependências.

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Comportamentos Aditivos

Fenómeno das Adições


Substâncias Comportamentos
Cannabis Internet
Cocaína Desporto
Heroína Compras
Crack Solário
LSD Cirurgias Estéticas
Metanfetaminas Jogo
Tabaco Gadgets
Álcool Sexo

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Comportamentos Aditivos

▪ A expansão da adição como uma forma de pensar e agir sobre


desejos, sentimentos e comportamentos e uma aquisição notável
não só da atual realidade terapêutica, mas também da realidade
social e cultural contemporânea (Keane, 2004).
▪ Tendo como ponto de partida o álcool e as drogas, o leque de objetos
potencialmente aditivos tem vindo a alargar-se, juntando
substâncias e comportamentos, de tal modo que falar de adições
pode contemplar o tabaco, jogo, o sexo, a comida, as compras, a
internet entre outros.

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Comportamentos Aditivos
Sintomas dos Comportamentos Aditivos (Griffiths, 1998)

▪ Saliência – Uma atividade converte-se na mais importante na vida do sujeito e


domina os seus pensamentos, sentimentos e comportamentos.

▪ Modificação de humor – experiências subjetivas que as pessoas experimentam


como consequência de desenvolver a atividade.

▪ Tolerância – Processo que implica incrementar a quantidade de uma atividade para


obter os efeitos anteriores.

▪ Síndrome de Abstinência – Estados emocionais desagradáveis e/ou efeitos físicos


que ocorrem quando uma atividade particular é interrompida ou reduzida.

▪ Conflito – Entre o sujeito e as pessoas que se encontram ao seu redor; conflito com
outras atividades que o sujeito deveria realizar e conflito intraindividual.
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Comportamentos Aditivos
Sintomas dos Comportamentos Aditivos (Griffiths, 1998)

▪ Recaída – tendência a regressar aos primeiros padrões de atividade, restaurando


os padrões mais extremos da adição depois de um período de abstinência ou
controlo.

▪ Perda de Controlo – Episódios de uso compulsivo. Inversão de tempo e energia


importantes no comportamento de adição.

▪ Deterioração progressiva da qualidade de vida – devido às consequências


negativas da prática da conduta aditiva. Afeta todas as áreas de vida do sujeito;
produz-se progressivamente através de etapas.

▪ Uso continuado – prática continuada do comportamento, causando dano pessoal


e familiar.
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Comportamentos Aditivos
Sintomas dos Comportamentos Aditivos (Griffiths, 1998)

▪ Negação ou Autoengano – o sujeito rejeita as consequências da adição na sua


vida, reduzindo a ansiedade e protegendo o sistema de adição. O sujeito insiste em
usar a substância/manter o comportamento.

▪ Memoria Eufórica – processo de memória seletiva; lembrança de momentos de


euforia associada a episódios de uso no passado. Não recordam o sofrimento ou as
consequências negativas. Promove a recaída/lapsos.

▪ Estilo de Pensamento – o pensamento do sujeito está enviesado, facilitando o


consumo.

▪ Procura – comportamentos apreendidos. A pessoa aproxima-se das substâncias,


das pessoas ou locais relacionados com a dependência.
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Comportamentos Aditivos
Sintomas dos Comportamentos Aditivos (Griffiths, 1998)

▪ Obsessão ou preocupação excessiva relativa as situações de uso – investimentos


de “energia mental” desproporcionada; deixa de investir em atividades variadas

▪ Desejos Automáticos – são disparados pelas situações, locais ou pessoas


relacionadas com o uso. Ansiedade e ideias repetidas de uso. Ainda aparecem
depois de meses de abstinência.

▪ Frieza Emocional – dificuldade em identificar, controlar e interpretar os


sentimentos.

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Comportamentos Aditivos
▪ Adições Químicas VS. Comportamentais
A principal caraterística das adições comportamentais é a incapacidade de resistir ao
impulso, tentação ou vontade de ter um comportamento que acarreta consequências
negativas para o próprio ou para os demais (Grant, 2010).

Semelhanças com a adição de substâncias:

▪ Tem um início na adolescência e fase de jovem-adulto;


▪ Tem uma história natural que pode exibir padrões crónicos e pautados por recaídas;
▪ Os comportamentos são precedidos por sentimentos de tensão, excitação (prévios ao
comportamento) e de prazer, gratificação e alivio durante o comportamento;

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Comportamentos Aditivos
▪ Relação entre Perturbação Psiquiátrica e Comportamento Aditivo -
Duplos Diagnósticos e Co-morbilidades Psicológicas
Co morbilidade
▪ Perturbações ligadas ao uso de substâncias com sintomas graves induzidos
por substâncias (p.ex. alucinações, depressão decorrente do uso ou d
abstinência).

52
Comportamentos Aditivos

▪ Relação entre Perturbação Psiquiátrica e Comportamento Aditivo -


Duplos Diagnósticos e Co-morbilidades Psicológicas
Duplo diagnóstico
▪ Co-ocorrência de perturbações psiquiátricas e comportamentos aditivos.
São combinações múltiplas, nas quais o doente apresenta uma
perturbação psiquiátrica grave que ocorre independentemente do
comportamento aditivo (e, portanto, o diagnóstico de perturbação
psiquiátrica poderia ser feio, mesmo que não houvesse consumo).

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Demência

▪ A demência é constituída por um conjunto de sintomas que correspondem a um


declínio contínuo e geralmente progressivo das funções nervosas superiores, que
incluem entre muitos outros: perda de memória, diminuição da agilidade mental,
diminuição das funções executivas, dificuldades de expressão, problemas de
compreensão e de julgamento.

▪ A perda de memória é um dos sintomas mais comuns.

▪ Indivíduos com demência têm dificuldade em fazer novas aprendizagens, perdem


frequentemente objetos de valor como carteiras e chaves ou deixam comida ao
lume.

▪ Nos casos mais graves, as pessoas podem também esquecer informação já


aprendida, como por exemplo o nome dos seus entes queridos.
54
Demência

▪ As pessoas com demência podem tornar-se apáticas ou desinteressadas pelas suas


atividades habituais, ter problemas em controlar as suas emoções, perder
empatia (os sentimentos de compreensão e compaixão), ter alucinações, fazer
falsas afirmações.

▪ É comum as pessoas com demência perderem a sua autonomia, uma vez que
podem ter dificuldade em realizar tarefas simples, como alimentar-se, vestir-se ou
cuidar da higiene pessoal.

55
Demência

▪ O tratamento da demência pode variar de acordo com a sua causa e o estado da


doença.

▪ Existem medicamentos para tratar especificamente os sintomas associados à


demência de Alzheimer e outras formas de demência progressiva.

▪ Apesar da medicação não travar a doença ou reverter o dano cerebral causado,


pode melhorar a qualidade de vida e aliviar a carga sobre os seus cuidadores.

▪ Nos casos de demência em estado inicial é benéfico o treino cognitivo e a prática de


tarefas destinadas a melhorar o desempenho em aspetos específicos do
funcionamento cognitivo. Por exemplo, as pessoas podem ser ensinadas a usar
auxiliares de memória, como mnemónicas ou anotações.
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Reconhecer sinais precoces de perturbação
mental

▪ Muitas vezes é a família, os amigos, os professores, ou a própria pessoa


que reconhecem “que qualquer coisa não está bem” relativamente ao
pensamento, sentimentos, ou comportamentos, mesmo antes de todos
os sintomas de uma perturbação mental surgirem.
▪ Os sintomas das perturbações mentais mais graves (tal como a
esquizofrenia e a perturbação bipolar) raramente surgem de repente.
▪ A vergonha, o medo, a negação e outros sentimentos podem levar os
doentes e/ou as famílias e amigos a não procurarem ajuda.
▪ Cada vez mais se sabe sobre as perturbações mentais e o tratamento tem
evoluído de forma a ser mais seguro e eficaz.

57
Sinais
* Perda de interesse ou abandono do convívio com as pessoas habituais;

* Mudança na maneira habitual de funcionar (na escola, trabalho ou em casa);

* Problemas de concentração, memória, ou do pensamento lógico e da maneira de falar;

* Maior sensibilidade ao som, luz, cheiros e evitamento de locais barulhentos;

* Falta de vontade ou desejo de participar nas atividades habituais, ou apatia;

* Sensação de estar desligado de si próprio e dos que os rodeiam; uma sensação de irrealidade;

* Crenças pouco habituais ou exageradas acerca de poderes pessoais;

* Medo ou desconfiança dos outros ou uma estranha sensação de se sentir nervoso;

* Alterações graves no sono ou no apetite;

* Mudanças nos hábitos de higiene;


58
* Mudanças grandes e rápidas nos sentimentos, ou nos níveis de energia.
Classificação Mental das Doenças Mentais:
DSM-V e CID-10

▪ A 1ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DMS) foi publicada pela
Associação Psiquiátrica Americana (APA) em 1953. O DMS-I consistia numa lista de diagnósticos
categorizados, com um glossário que trazia a descrição clínica de cada categoria diagnóstica

▪ O DMS-II foi publicado em 1968 e era bastante similar ao DMS-I, trazendo discretas alterações na
terminologia.

▪ Em 1980, a APA publicou a 3ª edição, que apresentou um enfoque mais descritivo, com critérios explícitos
de diagnóstico organizados em um sistema multiaxial, com o objetivo de oferecer ferramentas para
clínicos e pesquisadores, além de facilitar a coleta de dados estatísticos.

▪ Em 1994, a APA lançasse o DMS-IV. A evolução do manual representava um aumento significativo de


dados, com a inclusão de diversos novos diagnósticos descritos com critérios mais claros e precisos.

▪ Uma revisão dessa edição foi publicada em 2000 como DMS-IV-TR e foi formalmente utilizada até o início
de 2013.

▪ Atualmente, o DSM-V é a versão mais atualizada.


59
Classificação Mental das Doenças Mentais:
DSM-V e CID-10

▪ A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como


Classificação Internacional de Doenças – CID 10) é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e
visa padronizar a codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde.

▪ A CID 10 fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais,
sintomas, aspetos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou
doenças.

▪ A cada estado de saúde é atribuída uma categoria única à qual corresponde um código CID 10.

Capítulo Código
V F00-F99 Transtornos mentais e comportamentais.
VI G00-G99 Doenças do sistema nervoso.

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Avaliação e Intervenção: Noções Base.

▪ Entrevista Psicológica – Anamnese


▪ Instrumentos de Avaliação Psicológica
▪ Observação direta de Comportamentos
▪ Outras fontes de informação

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Desmistificar os mitos

1. Não há esperança para os “doentes mentais”

2. As pessoas com doença mental são violentas

3. As doenças mentais não me atingem

62
Desmistificar os mitos

4. As doenças mentais surgem nas pessoas fracas de carácter.

5. Os medicamentos são químicos e provocam dependência.

6. A psicoterapia é uma perda de tempo.

63
Desmistificar os mitos

7. Os problemas de saúde mental são incomuns.

8. Os problemas de saúde mental são causados pela pessoa que deles padece.

9. Os problemas de saúde mental são de natureza puramente biológica ou

genética.

64
Desmistificar os mitos

10. Uma psicoterapia leva uma eternidade e foca sempre problemas de infância.

11. Os diagnósticos em Psiquiatria são apenas etiquetas para comportamentos

normais.

65
Obrigada pela vossa atenção! 

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