Вы находитесь на странице: 1из 185

UFCD 1527

Instalações,
Equipamentos e
Ferramentas
UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Detalhe da UFCD:
Objetivos

 Identificar e caracterizar equipamentos e ferramentas.


 Identificar e caracterizar a rede elétrica e de ar comprimido e seus componentes.
 Utilizar a rede elétrica e de ar comprimido e seus componentes.
Recursos Didáticos

Conteúdos

 Componentes da rede de ar comprimido


 Riscos e cuidados na utilização da rede de ar comprimido
 Utilização dos vários componentes da rede de ar comprimido
 Regulação de pressão
 Componentesda rede eléctrica
 Riscos e cuidados na utilização da rede eléctrica
 Modo de utilização de equipamentos e ferramentas eléctricas

Página 1 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Detalhe da UFCD:__________________________________________________________________________________________________________ 1
PRINCÍPIOS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS______________________________________________________________________________________4
UNIDADES DE PRESSÃO______________________________________________________________________________________________________5
LEIS DE PASCAL____________________________________________________________________________________________________________ 6
LEIS DOS GASES PERFEITOS___________________________________________________________________________________________________7
Lei de Boyle_______________________________________________________________________________________________________________7
Lei de Charles______________________________________________________________________________________________________________7
Lei de Gay-Lussac___________________________________________________________________________________________________________9
Lei de Boyle-Mariot_________________________________________________________________________________________________________9
PRODUÇÃO DE AR COMPRIMIDO_____________________________________________________________________________________________12
COMPRESSORES ALTERNATIVOS______________________________________________________________________________________________14
COMPRESSORES ROTATIVOS_________________________________________________________________________________________________18
Compressores de Parafuso:__________________________________________________________________________________________________20
CONTROLO DE COMPRESSORES______________________________________________________________________________________________23
Controlo On/Of___________________________________________________________________________________________________________25
UNIDADES DE CONDICIONAMENTO DO AR_____________________________________________________________________________________32
FILTROS DE AR____________________________________________________________________________________________________________36
LUBRIFICADORES__________________________________________________________________________________________________________36
SISTEMA DE TUBAGENS_____________________________________________________________________________________________________38

Página 2 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
Queda de Pressão_________________________________________________________________________________________________________40
DIMENSIONAMENTO DE CONDUTAS___________________________________________________________________________________________1
VÁLVULAS PNEUMÁTICAS____________________________________________________________________________________________________2
CONTROLO DE FLUXO_______________________________________________________________________________________________________5
CILÍNDROS PNEUMÁTICOS___________________________________________________________________________________________________ 5
Quais são os riscos do ar comprimido?_________________________________________________________________________________________7
O Sistema de Energia El´etrica______________________________________________________________________________________________11
Op¸co˜es B´asicas_________________________________________________________________________________________________________16
Corrente alternada / corrente cont´ınua________________________________________________________________________________________16
Produ¸c˜ao_______________________________________________________________________________________________________________24
Transporte_______________________________________________________________________________________________________________35
Distribui¸c˜ao_____________________________________________________________________________________________________________36
Comercializa¸c˜ao__________________________________________________________________________________________________________38
Riscos e cuidados na utilização da rede elétrica_________________________________________________________________________________42

Página 3 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

PRINCÍPIOS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Presentemente a maior parte dos processo industriais de manufacturação recorrem ao ar comprimido por forma a levar a cabo sequências automatizadas
de produção.
•O estudo do comportamento, assim como da aplicação do ar comprimido para a transmissão de energia, é conduzido por um ramo da mecânica
designado por pneumática.
A razão subjacente à utilização de ar comprimido é a de efectuar trabalho.
A realização de trabalho requer a aplicação de energia cinética a um objecto do que resulta o seu deslocamento.
No caso concreto de um sistema pneumático, a energia é armazenada num estado de potencial sobre a forma de ar comprimido.

A utilização de ar comprimido para a realização de algumas tarefas não é um conceito recente!

O primeiro compressor que pode ser considerado o precursor dos modernos compressores foi desenvolvido apenas no século XVIII pelo Inglês John
Wilkinson.

Presentemente, e com a introdução dos sistems de actuação pneumáticos, a indústria beneficia de uma estratégia pouco onerosa
para a automatização de processos.

•Disponibilidade do ar.
•Baixo índice de poluição.
•Compressibilidade do ar.
•Fácil transporte (tubagens ou contentores).
•Utilização em meios com risco de incêndio ou explosão.

Equipamentos leves e compactos.


Página 4 de 185 Luis Lopes
UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
•Elevado grau de controlo da pressão, velocidade e força.
•Fácil manutenção.

Desvantagens: o custo por metro cúbico de ar comprimido é relativamente elevado visto que, uma parte substancial da energia consumida no processo
de compressão, é perdida sobre a forma de calor. (baixo rendimento)

O AR E A PRESSÃO ATMOSFÉRICA

O planeta Terra está rodeado de ar até uma altitude de aproximadamente 1600 km acima da sua superfície.
Esta camada de ar em torno do planeta é designado por atmosfera. A atmosfera é principalmente composta por:
nitrogénio (78%)
oxigénio (21%)
Devido ao peso da massa de ar que circunda o planeta, uma pressão é execida na sua superfície.
A esta força por unidade de área é dada o nome de pressão atmosférica
Foi primeiramente medida, recorrendo a uma coluna de mercúrio, por Torricelli no século XVII
A pressão atmosférica, ao nível normal das águas do mar, é de 760 mm de mercúrio, i.e. 760 mmHg
Presentemente, a unidade milímetro de mercúrio está obsoleta no que se refere à unidade de medida da pressão seja ela atmosférica ou de qualquer
outra natureza.

UNIDADES DE PRESSÃO

P=F/A
A unidade SI de pressão é N/m2 ou seja o pascal (Pa).

Apesar de grande parte dos países terem aderido ao sistema internacional de unidades, existe no entanto alguma inércia no que se refere a abandonar
outros sitemas de unidades obsoletos e muitas vezes imprecisos.

Página 5 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
Ex. kg/cm2, atm, psi

Para aplicações industriais, uma co-unidade de pressão é ainda aceite pelo SI e essa unidade é o bar.

1 bar ~ P atmosférica =0,1MPa

Consideração a ter em conta quando e fala de pressão: Pressão Absoluta Vs. Pressão Relativa

A pressão absoluta é a pressão medida a partir do vácuo e a pressão relativa é a pressão medida acima da
pressão atmosférica.

LEIS DE PASCAL
As leis de Pascal relativas à pressão num fluído (tanto líquido como gasoso) podem ser sumariadas da seguinte forma:
•A pressão é a mesma em todas as direcções de um volume contido (negligenciando o peso do fluído)
•A pressão actua simultaneamente e igualmente em todas as direcções.
A pressão age sempre em ângulos rectos a qualquer superfície em contacto como fluído.

Página 6 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

LEIS DOS GASES PERFEITOS


As relações, num gas perfeito, entre três quantidades físicas distintas: pressão, volume e temperatura podem ser expressas recorrendo a quatro leis
básicas.

•O termo gás perfeito refere-se a um gás puro, i.e sem misturas


•A menos de um pequeno desvio, o ar comporta-se como um gás perfeito

Lei de Boyle
O volume do gás varia de forma inversamente proporcional à pressão absoluta.

Lei de Charles

O volume de gás é directamente proporcional à temperatura

Página 7 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Página 8 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Lei de Gay-Lussac
A pressão absoluta do gás é directamente proporcional à temperatura absoluta.

Lei de Boyle-Mariot
Em aplicações práticas as três variáveis analisadas podem sofrer alterações simultaneamente

As três leis revistas anteriormente podem ser concatenadas em uma: P1.V1.T2 = P2 . V2 . T1

Página 9 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

PANORÂMICA DE UM SISTEMA DE AR COMPRIMIDO

O requisito óbvio de um sistema de ar comprimido é o de que este seja capaz de fornecer o fluxo de ar necessário a uma dada pressão para a
operação de um conjunto de equipamentos consumidores.

Página 10 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Não é obrigatório os componentes estarem afastados!

Página 11 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
Além da etapa de produção, um sistema completo de ar comprimido envolve também um conjunto de dispositivos de controlo e de actuação.

O controlo do ar comprimido no circuito é levado a cabo por válvulas.

As válvulas podem desempenhar o papel de regulação de pressão ou controlo de fluxo.

No que se refere aos actuadores pneumáticos existentes estes são essecialmente de dois tipos:
cilíndros
•motores pneumáticos.

Os primeiros são usados para desenvolver trabalho no sentido axial (ou, indirectamente, no sentido semi-ângular) e os motores pneumáticos no sentido
ângular.

PRODUÇÃO DE AR COMPRIMIDO

Produção e condicionamento do ar comprimido

Produção: Compressor
Condicionamento: Filtros, secadores, lubrificadores, refrigeradores COMPRESSORES

• É o coração de uma instalação de ar comprimido

Página 12 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
• O seu objectivo é elevar a pressão do ar admitido à pressão necessária
ao funcionamento de um dado conjunto de actuadores.
A energia necessária à realização dessa função é fornecida mecânicamente através de um motor eléctrico acoplado ou, menos frequentemente, por um
motor de combustão interna.

Página 13 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
Duas famílias distintas de compressores: os de deslocamento positivo
e os dinâmicos

•Nos compressores de deslocamento positivo, a compressão do ar dá- se pela redução física do volume de uma massa constante de ar.
•Nos compressores dinâmicos o fenómeno de compressão é devido à transmissão de energia cinética ao ar acelarando-o

Compressores de deslocamento positivo:


• Alternativos
• Rotativos
• Palhetas
• Para
• Fuso

COMPRESSORES ALTERNATIVOS
Os compressores alternativos ou de vaivém consistem em um ou mais pistões que se movem no interior de um ou mais cilindros.
Os pistões estão mecanicamente ligados a uma cambota que, por sua vez, está adaptada a um motor eléctrico ou motor de combustão interna

Página 14 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Página 15 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
A potência consumida no processo de compressão pode ser consideravelmente reduzida se a compressão do ar for
executada em dois ou mais estágios com refrigeração do ar entre estágios.

Compressor a Dois Estágios

Melhor Desempenho

O intercooler consiste num permutador de calor projectado para reduzir a temperatura do ar comprimido proveniente do
primeiro estágio
• Arrefecimento a Ar
• Arrefecimento a Água

Cilíndros são de acção simples: existe apenas uma sucção e uma compressão por ciclo para cada cilíndro.

Página 16 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
•Outra estratégia de compressão passa pela utilização de cilíndros de dupla acção.

Página 17 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Num compressor com cilíndros de dupla acção a compressão do ar toma lugar em ambos os lados do pistão implicando o dobro do
número de compressões por revolução.

COMPRESSORES ROTATIVOS
• A redução de volume não é conseguida por pistões mas pelo
movimento de rotação de um conjunto de peças móveis.

Os tipos mais conhecidos são os de palhetas e os de parafuso

Página 18 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Os compressores de palhetas possuem um rotor cilíndrico colocado de forma excêntrica relativamente ao eixo de
outro cilindro dentro do qual roda.
O rotor possui entalhes radiais dentro
dos quais são transportadas palhetas móve

Página 19 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
Este tipo de compressores possui dimensões e pesos baixos e funcionam a velocidades elevadas.
Injecção constante de lubrificante:
Reduzir o atrito
Colmatar fugas

Resultado colateral: Arrefecimento do ar


Necessidade de filtros de óleo!

Compressores de Parafuso:

•São concebidos a partir de dois parafusos, um com contorno convexo e


outro côncavo.

•O ar é aprisionado numa cavidade entre espirais adjacentes e obrigado a comprimir por redução do volume .

Página 20 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
Os compressores rotativos possuem a vantagem de fornecer um fluxo de ar práticamente contínuo sem grandes componentes de alta frequência.
•Devido à sua concepção a trepidação associada ao funcionamento destas máquinas é muito menor.
As pressões fornecidas são quando comparadas com os compressores a pistão

PARÂMETROS DE DESEMPENHO DE COMPRESSORES


Os parâmetros básicos que definem o desempenho de um compressor são:
A pressão a que este é capaz de fornecer o ar
O fluxo nominal de ar fornecido
Consumo de potência.

A pressão do ar debitada por um compressor é fornecida pelo fabricante, em termos relativos!!!!!


A capacidade é frequentemente expressa em decímetro cúbico normal por segundo ou, alternatitivamente em metro cúbico normal por hora.

O que é um metro cúbico normal?

O ar é comprimível estando portanto o seu volume dependente da pressão e da temperatura.

Quando se estabelece a capacidade de um compressor é necessário definir para que condições é que esse fluxo é válido.

Ao volume definido deve estar associado um valor de pressão e temperatura.

Norma: P=1 bar e T=20ºC

O ar nestas condições é conhecido como ar livre (free air) ou normal.

A capacidade de um compressor é fornecida pelo fabricante em unidades normais ou f.a.d. (free air delivered)

A medida volumétrica no sistema de internacional de unidades é o litro (ou metro cúbico)


Página 21 de 185 Luis Lopes
UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

A razão de fluxo de ar fornecido por um compressor é definido em dm3/s (f.a.d.).

Outro parâmetro adicional apresentado nos compressores excitados por motor eléctrico é a potência consumida.

SI Potência expressa em watt (W)

Página 22 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
DIMENSIONAMENTO DE COMPRESSORES
Não é uma tarefa determinística!!!!
É necessário admitir (adivinhar!?) um conjunto de condições de funcionamento....

Depende:
Da pressão de funcionamento dos actuadores
Dimensão da rede de tubagem
Do fluxo requerido
Do ciclo de trabalho
Possibilidade de expansão do circuito

Regra Empírica: somar os consumos médios de todas as máquinas existentes na planta e instalar um compressor com o dobro da capacidade de volume
de ar requerido.

CONTROLO DE COMPRESSORES

As características do ar comprimido debitado pelo compressor devem ser adaptadas aos requisitos dos dispositivos de actuação pneumática.
O factor de utilização pode não ser constante o que obriga a uma carga irregular aplicada ao compressor.

Página 23 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
Devido ao normal dimensionamento da máquina, a saída do compressor estará acima do consumo médio exigido

Sem uma estratégia de controlo o ar em excesso fornecido seria libertado para a atmosfera => perda de energia => gastos adicionais

Para cargas irregulares, é possível aplicar uma das seguintes estratégias de controlo:
• Controlo On/Off
• Controlo por Estrangulamento
• Controlo por Inibição da Compressão
• Controlo de Velocidade

Página 24 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Controlo On/Off

Requisitos de ar altamente intermitentes.


Nesta estratégia de controlo, um pressostáto (tipo normalmente fechado) liga ou desliga o motor eléctrico associado ao compressor em função da carga.
• Dispositivo sensor pneumáticamente ligado ao acumulador

Por forma a minimizar o desgaste mecânico e eléctrico o número de arranques deve ser mantido inferior

Página 25 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
Estrangulamento da Entrada
A admissão do ar no compressor é controlada por uma válvula pneumática proporcional.

Controlo da Compressão

Controlo de Velocidade

Volume varrido por um compressor alternativo de um cilíndro

Página 26 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

d2
Qs  4 l 
Aesar da variação da velocidade do motor oder ser um método muito eficiente ara alguns tios de comressores, é
tecnológicamente comlexa e cara do onto de vista económico.

ACUMULADORES

O acumulador ar comprimido é uma peça fundamental num sistema pneumático.

Página 27 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
Entre as diversas funções que lhe são associadas é possível enumerar as seguintes:
• Manutenção da Pressão Constante
• Minimização do desgaste do compressor
• Contribuição para a redução da humidade no circuito

Para instalações fornecidas por compressores alternativos, o volume pulsado de ar comprimido gerado é uniformizado pelo tanque de ar.
Uniformização da pressão é fundamental para a operação dos actuadores

•Pelo facto do acumulador poder manter a pressão no interior do circuito nos intervalos de tempo de vazio de carga permite uma actuação mais
espaçada do compressor.

•Nos períodos em que não existem solicitações o compressor pode ser mantido em repouso.

Capaz de complementar o débito do compressor em instantes de pico

• Outra função associada ao reservatório: Redução da humidade

A capacidade de retenção de água pelo ar atmosférico aumenta com a temperatura e diminui com a pressão.

• A humidade resultante da condensação, se não for removida, acumula-se nas diversas partes do sistema de distribuição.
• Com a adição de um acumulador ao circuito pneumático, a condensação gerada pela compressão do ar a jusante do reservatório é reduzida.
• O ar perde grande parte da sua temperatura enquanto armazenado.
ESTRUTURA FÌSICA
Página 28 de 185 Luis Lopes
UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
Em termos de concepção, um acumulador é essencialmente um reservatório no qual a ar é mantido sobre pressão.

Os acumuladores podem ser de gás estanque, de mola ou gravíticos.

Página 29 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

DIMENSIONAMENTO DE UM ACUMULADOR

O dimensionamento do volume de um acumulador de ar comprimido é muitas vezes levado a cabo recorrendo a


regras empíricas.

V(res m3) = 1/10 X Cap. Comp (m3/min)

Estas regras empíricas conduzem normalmente a um sobredimensionamento do reservatório.


Frequentemente esse sobredimensionamento é útil quando existem picos de consumo superiores à capacidade do compressor.

Página 30 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
•Um acumulador deve ser suficientemente grande para comportar todo o ar debitado pelo compressor durante um minuto
Desta forma o dimensionamento do acumulador deve ser tal que implique um limite máximo de 20 arranques do compressor

Página 31 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

UNIDADES DE CONDICIONAMENTO DO AR
• Refrigeradores
• Secadores
• Reguladores
• Lubrificadores
• Filtros de Ar REFRIGERADORES (aftercooler)
É um dispositivo colocado entre o compressor e o acumulador com o objectivo de remover a humidade do ar comprimido.
Permutador de calor capaz de reduzir a temperatura do ar debitado pelo compressor provocando assim a condensação da humidade no ar.
Normal em sistemas de grande porte. Em sistemas de pequeno porte o acumulador e as tubagens encarregam-se desta tarefa

SECADORES

Página 32 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

O aftercooler não consegue remover toda a água do ar.(apenas 60 a 70%)

Secadores:
Refrigeração
Absorção
Adsorção

Página 33 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Página 34 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
Refrigeração: Maior consumo energético Absorção/Adsorção:
Manutenção

Página 35 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
REGULADORES DE PRESSÂO

• Devem ser usados a montante de qualquer sistema de actuação pneumático

• Estabelecer o menor valor de pressão para o qual o equipamento opera de forma satisfatória
• O consumo de ar é minimizado e o desempenho do sistema completo de ar comprimido aumenta

Funciona com base num sistema de equilíbrio de forças!

Página 36 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

FILTROS DE AR
Dois tipos de filtros de ar:
Um montado a montante do compressor
Outro(s) a jusante
O filtro de ar a montante possui como principal função a retenção de partículas em suspensão no ar.
As impurezas transportadas pelo ar sugado contribuiriam para um maior desgaste da máquina

A jusante do compressor o filtro de ar contribui para a retenção de partículas


e também de gotículas de água ou óleo.

LUBRIFICADORES
O ar depois de filtrado e regulado deve ser lubrificado

Página 37 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas
•Óleo deve ser injectado e transportado pelo fluxo de ar por forma a fornecer a lubrificação adequada às válvulas, cilíndros e motores presentes no
sistema
A quantidade de óleo debitada deve ser devidamente ajustada.
O lubrificador deve ser posicionado o mais próximo possível da unidade que vai servir

Não são capazes de fornecer lubrificação adequada a uma distância superior a 10 m.

Página 38 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

SISTEMA DE TUBAGENS

A etapa que se segue à produção e condicionamento é o transporte.

O transporte do ar comprimido, desde o ponto de produção até ao ponto de consumo, é realizado por uma rede de tubagens.

As condutas de transporte devem ser concebidas em materiais próprios para o efeito.

Tipo de Material Pressão Máxima/bar


Cobre 250
Alumínio 125
Aço Inoxidável 2500-4500
Nylon @ 100ºC 7-10
Vinil @25ºC 8-10
Borracha @ 80ºC 3-7

O seu correcto dimensionamento é um factor primordial por forma a serem garantidas as condições correctas de funcionamento

Importante: Garantir baixas quedas de pressão

O comprimento total do tubo, assim como o número de curvas, deve ser minimizado
Uma das topologias normalmente usadas nas redes de distribuição de ar comprimido é a estrutura em anel.
As tubagens principais devem ser montadas com um gradiente de 1 a 2% na direcção do fluxo do ar
As tomadas de ar são efectuadas pela parte superior do tubo.

Página 39 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Página 40 de 185 Luis Lopes


UFCD1527: Instalações, Equipamentos e Ferramentas

Queda de Pressão

Manutenção de uma pressão constante em todos os pontos do circuito


•Qualquer queda de pressão na rede de tubagens representa um desperdício de energia

A queda de pressão num circuito pneumático é devida aos fenómenos de fricção e depende:
• do diâmetro e comprimento efectivo das condutas
• do fluxo de ar

P  800  l  2 ar @ f .a.d .
 R  Pressão Absoluta de Saída
comp
Rcomp
d
5.3 Pressão Absoluta de Entrada
Comprimento em metros, fluxo de ar em l/s e diâmetro em mm

Página 41 de 185 Luis Lopes


Por razões económicas é ideal que a queda de pressão total seja

<< 0,1 bar.

DIMENSIONAMENTO DE CONDUTAS
Quando se determina o diâmetro do sistema de tubagens deve ter-se sempre presente a
possibilidade de expansão futura do sistema
A velocidade máxima do ar na conduta principal deve ser majorada a 9 m/s (tipicamente 6m/s)

4 ar
d
 vmax 
Rcom
Diâmetro Nominal / mm
15 20 25 32 40 50 65 80 100 125 150 200
VÁLVULAS PNEUMÁTICAS

As válvulas são elementos de um circuito de ar comprimido usadas para o controlo e regulação


da energia pneumática.

Uma válvula pode pertencer a um dos seguintes grupos:


•Controlo da direcção
Regulação do fluxo
•Regulação da pressão

CONTROLO DA DIRECÇÂO
As válvulas de controlo de direcção podem ser catalogas segundo o número de estados e o
número de portas I/O (orifícios)
2 ou 3 estados
2 a 5 portas

Uma válvula com dois estados e três aberturas é designada por válvula 3/2

As válvulas são constituídas por uma sede metálica (ou de material sintético) no interior do qual
existe um mecanismo que se encarrega de todos os desvios de fluxo de ar.

Este mecanismo poderá consistir:


• Num pistão distribuidor
• Num diafragma.

A direcção do fluxo no interior da válvula depende da posição relativa do pistão distribuídor.


Estratégias de comando de válvulas:
Manual (botão, pedal, etc.)
• Mecânica (rolete, haste, etc.)
• Eléctrica (solenóide)
• Pneumática
• Mista
Representação de válvulas em simbologia CETOP

Em dois ou três quadrados adjacentes

Representação pictórica, para cada estado, das portas e direcções do


fluxo a elas associadas

Numa representação pictórica do tipo de controlo associado à válvula


CONTROLO DE FLUXO

Regulaç
ão da
velocid
ade em
actuado
res
pneumá
ticos

CILÍNDROS PNEUMÁTICOS

Existem basicamente dois tipos de cilíndros pneumáticos:


Cilíndros de efeito simples
Cilíndros de duplo efeito
Quais são os riscos do ar comprimido?
Apesar das vantagens que o ar comprimido oferece, é necessário manuseá-lo com muito
cuidado e cautela. Ele apresenta vários perigos se não forem tomadas as precauções adequadas.
A seguir, apresentamos quais são os principais riscos do ar comprimido. Continue
acompanhando!
Riscos para a pele
Um jato comprimido de ar contra a pele pode resultar em ferimentos graves na pessoa atingida.
Ele pode ocasionar até mesmo o acúmulo de ar nos tecidos moles, que é chamado tecnicamente
de enfisema subcutâneo.
É possível também que aconteça hemorragia interna e o gás penetra pelos poros da área que
entra em contato com ele. Isso pode gerar infecções, porque o ar comprimido possui impurezas
(como partículas de óleo, graxa).
Riscos para órgãos internos e externos
Um jato de ar direcionado ao ouvido pode romper o tímpano, que é uma membrana muito
sensível do sistema auditivo. Outro risco é o de descolamento da retina dos olhos. As partículas
de metais ou outros materiais que estejam próximos ao ar comprimido podem ser lançadas
como projéteis que podem ser perigosos para rosto, olhos e pele.
Quando o ar comprimido alcança os órgãos internos, por meio da pele ou por ferimentos, a
bolha de ar pode viajar pela corrente sanguínea e atingir o coração, gerando sintomas similares
ao de ataque cardíaco. Se a bolha alcançar o cérebro, pode provocar um derrame.
Risco de choque e incêndio
Quando algum imprevisto acontece no ambiente fabril como, por exemplo, o rompimento de
uma mangueira, a massa de ar contida nas tubulações tende a se espalhar muito rapidamente
pela atmosfera, podendo gerar eletricidade estática e, como consequência, faíscas elétricas.
Em ambientes com a presença de substâncias inflamáveis, essas situações devem ser evitadas ao
máximo, por meio de um rigoroso programa de inspeção e manutenção, já que um incêndio
pode ser iniciado e propagado rapidamente.
É importante contar com extintores adequados e dentro da validade no local. Dessa forma, caso
haja algum foco de incêndio devido ao vazamento de ar comprimido, ficará mais fácil combater
o problema.
Quais são as consequências da falta de
prevenção?
Toda a linha de produção pode ser paralisada quando um acidente acontece, já que
equipamentos e tubulações podem ser danificados. De imediato, esses problemas comprometem
o planejamento e os prazos de entrega, com prejuízos patrimoniais, financeiros e na imagem da
empresa. Vale lembrar que os danos humanos não são mensuráveis financeiramente.
Em resumo, as consequências da falta de prevenção são perdas financeiras nos sistemas
produtivos, no pagamento de indenizações trabalhistas e multas. Então, todos devem trabalhar
em conjunto, visando a segurança e a eficiência da infraestrutura industrial com a adoção de
práticas seguras.
Quais cuidados tomar?
A medida mais importante é o treinamento da equipe. Isso é fundamental para transmitir o
conhecimento sobre o manuseio do material, mostrando os riscos do ar comprimido e como
administrar as operações corretamente.
Mostre aos colaboradores os ambientes que contêm o ar, explique o significado
das sinalizações e tenha certeza de que todos estão devidamente informados. Uma forma
eficiente de garantir isso é respeitar a determinação da NBR 6493/1994, principalmente sobre a
cor da tubulação de ar comprimido. Todos os tubos industriais, da saída do compressor até a
máquina, devem ser azuis, não importando a bitola ou a rigidez.
Treinar o time para momentos emergenciais é uma boa ideia também. Sempre que ocorrer um
vazamento, aja o mais rápido possível para encontrar suas causas e solucioná-lo o quanto antes.
Alguns funcionários utilizam o ar comprimido para limpar roupas e acessórios. Essa prática
parece inofensiva, mas abre brechas para acidentes, porque partículas podem alcançar outras
pessoas próximas.
Em todos os casos, informe sempre aos trabalhadores da necessidade de se manter afastado de
uma mangueira desconectada e aguardar uma ação dos profissionais responsáveis. Confira
outras dicas:
• certifique-se de que todas as conexões estão seguramente presas antes de abrir uma válvula
pressurizada;
• nunca abra um registro de serviço rapidamente, sempre faça-o lentamente;
• mantenha o ar comprimido longe de olhos, ouvidos, nariz e boca;
• fique atento às impurezas presentes no material, como cádmio, ferro, mercúrio, óleos e graxas.

Quais são os EPIs necessários para se trabalhar


com o ar comprimido?
É fundamental que a empresa forneça os equipamentos de proteção individual (EPIs)
apropriados para os colaboradores trabalharem em segurança. Veja quais são os principais EPIs
abaixo:
• óculos com proteção lateral: muitas vezes, as substâncias manipuladas com o ar comprimido
podem ser nocivas para os olhos, como óleos, tintas e solventes. O óculos também é uma
proteção caso haja algum acidente com o ar comprimido em que aconteça lançamento de
projétil;
• luvas: a luva permite que você tenha mais firmeza no manejo do maquinário, além de ser uma
possibilidade de proteção contra agentes tóxicos, como solventes;
• protetor auricular: o compressor de ar é um aparelho que provoca barulho. Ruídos por tempo
prolongado acima do limite tolerável podem ser prejudiciais para a audição. Com o protetor
auricular, você evita esses problemas;
• proteção respiratória: a máscara é fundamental para proteger as vias respiratórias contra vapores
tóxicos, principalmente em processos de pintura e pulverização;
• botas de segurança: elas protegem os pés contra a queda de produtos químicos e materiais
pesados. Utilizá-las é essencial para ter mais segurança no trabalho.
Qual a importância de um profissional de
segurança do trabalho para a prevenção de
problemas com ar comprimido?
O profissional da área de segurança do trabalho tem um papel decisivo para o empreendimento.
Ele realiza a análise e notificação de riscos existentes no ambiente laboral, propõe ações
preventivas, executa as normas de projetos de reforma, construção, ampliação e de fluxos de
processos, coloca em prática procedimentos de segurança e estuda dados estatísticos de
acidentes e doenças associados ao trabalho.
Nas ações com o ar comprimido, o profissional da área de segurança tem um papel crucial na
prevenção de acidentes e na redução de riscos. É ele que auxilia na gestão de procedimentos,
equipamentos e ferramentas, para que tudo esteja disposto de forma a favorecer a
operacionalidade, preservando as condições de proteção dos colaboradores.
O trabalho educativo também é essencial, pois muitos dos acidentes são provocados pelo
manuseio inapropriado do ar comprimido. Alguns operadores fazem brincadeiras com o gás, o
que pode provocar sérios acidentes.
Outra prática comum e altamente arriscada é a tentativa de limpeza da roupa e dos cabelos com
o ar comprimido, o que expõe o corpo aos graves riscos que nós citamos anteriormente. Assim,
a conscientização é uma fase importante do processo de prevenção.
Como proceder em caso de acidentes com ar
comprimido?
Em casos de acidentes com ar comprimido, chame o serviço de emergência imediatamente. A
seguir, apontaremos quais são os principais procedimentos de primeiros socorros a serem
realizados.
Ferimentos em tecidos moles
Os tecidos moles são os nossos vasos sanguíneos elinfáticos, além de músculos, gordura,
tendões e nervos, equivalendo a cerca de 50% do peso corporal de uma pessoa adulta. Caso haja
ferimentos superficiais, é essencial lavar bem as mãos com sabão e água corrente, lavando
muito bem a ferida.
Para secar, o ideal é cobrir com gaze estéril, no sentido de dentro para fora. Coloque compressas
sobre a área ferida. Não convém utilizar algodão, pois podem libertar -se alguns filamentos. Só
retire corpos estranhos, como farpas e cacos de vidro, se eles saírem facilmente. Faça uma
atadura sobre o ferimento com curativo.

Contusões
As contusões são lesões produzidas por golpes ou impactos, sem causar dilaceração ou ruptura
da pele. Essa ocorrência é mais grave quanto maior for a velocidade de impacto e o peso do
agente que a provoca. Utilize bolsas de gelo ou compressas de água gelada na região afetada e
estimule o repouso da área nas primeiras 24 horas.
Observe se a mancha, que inicialmente é arroxeada, vai se tornando azulada ou esverdeada e,
por fim, amarelada. Essa modificação é sinal de recuperação. Vale lembrar que,
independentemente da lesão, caso você perceba algum sinal de gravidade, procurar por ajuda
médica é imprescindível.
Neste conteúdo, você descobriu os riscos do ar comprimido e como é possível utilizá-lo de
forma correta. Esse material auxilia as atividades industriais de diversas maneiras, seja como
fonte de energia ou alimentando dispositivos pneumáticos. Com isso, você reduz os custos com
eletricidade e adota uma opção mais sustentável em sua gestão.
Como um técnico ou engenheiro de segurança do trabalho que deseja evitar acidentes na
empresa, você precisa conscientizar os funcionários e mostrar que todos são essenciais para o
sucesso do negócio. A análise do ambiente do trabalho e a identificação dos possíveis perigos
não pode falhar também.
Realize treinamentos para preparar os colaboradores. Além disso, o uso de EPIs de qualidade é
indispensável. Portanto, faça uma pesquisa de mercado e encontre um fornecedor de EPIs
adequados às exigências do trabalho industrial que seja habilitado.
O Sistema de Energia El´etrica
Conceito Geral
O Sistema de Energia El´etrica (SEE) ´e um sistema bastante complexo,
concebido com a fun¸c˜ao principal de entregar energia el´etrica aos
consumidores. A energia el´etrica ´e produzida1 em centrais el´etricas, as
quais, normalmente, se situam em locais afastados dos pontos de consumo.
Por isso, ´e necess´ario transportar a energia, desde os locais onde ela ´e
produzida, at´e aos locais onde ela ´e consumida. O transporte de energia
el´etrica necessita de uma infraestrutura f´ısica2 , constitu´ıda por linhas a
´ereas ou cabos subterrˆaneos. Esta infraestrutura f´ısica compreende ainda a
existˆencia de equipamentos destinados a criar as condi¸c˜oes para que a
transmiss˜ao se fa¸ca com perdas reduzidas – os transformadores. Finalmente, a
energia el´etrica ´e entregue aos clientes, com a qualidade adequada.

Grandezas fundamentais
Para observar, estudar e compreender o funcionamento do SEE, usam-se duas
grandezas fundamentais: a corrente3 e a tens˜ao. A corrente el´etrica ´e um
fluxo organizado de eletr˜oes num material, em geral, um metal. Nos metais, h´a
eletr˜oes que podem libertar-se da estrutura da nuvem eletr´onica e mover-se
livremente atrav´es do material, originando, assim, uma corrente el´etrica. Para
manter a corrente de eletr˜oes, ´e preciso fornecer energia, uma vez que os eletr˜oes
a v˜ao perdendo, nas colis˜oes com a estrutura do material. E´ por

1
Na verdade, a energia el´etrica n˜ao ´e produzida, mas sim transformada a partir de energia j
´a exis- tente noutras formas. Por facilidade de linguagem, usaremos a palavra “produ¸c˜ao” (e
“consumo”), tendo presente que nos estamos a referir a` palavra “transforma¸c˜ao”.
2
Existem formas de transmitir energia el´etrica sem fios, usando tecnologias avan¸cadas, tais como a
indu¸c˜ao direta ou a indu¸c˜ao magn´etica ressonante. No entanto, n˜ao existem ainda aplica¸c˜oes
comerciais destas tecnologias para potˆencias elevadas, principalmente devido ao seu baixo rendimento –
apenas uma pequena parte da energia transmitida ´e recebida pelo recetor.
3
O nome correto ´e “intensidade de corrente”, mas por facilidade de linguagem usaremos apenas a
palavra “corrente”.
O Sistema de Energia El
´etrica
esta raz˜ao que os fios condutores aquecem quando s˜ao percorridos por correntes
el´etricas. A tens˜ao pode ser entendida como uma medida da energia que ´e
necess´ario fornecer para manter a corrente. Existe ainda uma terceira grandeza,
chamada potˆencia, que envolve o produto da tens˜ao pela corrente.
Para representar a tens˜ao usam-se, normalmente, as letras V ou U , sendo o
Volt (V) a unidade do Sistema Internacional (SI) em que se mede a tens˜ao.
Quanto `a corrente, ela representa-se pela letra I e mede-se em Amp`ere (A). A
potˆencia mede-se em Volt-Amp`ere (VA)4 e representa-se pela letra S.

1.1.1 Requisitos

O funcionamento do SEE ´e bastante complexo, por diversas raz˜oes, a principal das quais
´e a necessidade de obedecer a uma condi¸c˜ao essencial: a produ¸c˜ao de energia
el´etrica tem de igualar, em cada instante, exatamente o consumo verificado
nesse instante, adicionado das perdas observadas na transmiss˜ao da energia el
´etrica. A satisfa¸c˜ao desta condi¸c˜ao ´e essencial, uma vez que as caracter
´ısticas da energia el´etrica n˜ao a tornam adequada a ser armazenada.
Na verdade, a energia el´etrica pode ser armazenada, utilizando, para o
efeito, as conhe- cidas baterias. No entanto, a quantidade de energia el
´etrica que ´e poss´ıvel armazenar em baterias ´e m´ınima, quando comparada
com os movimentos de energia associados `a satisfa¸c˜ao do consumo de um
pa´ıs. N˜ao sendo poss´ıvel armazenar energia na sua forma el´etrica, a
condi¸c˜ao referida tem de ser assegurada em cada instante.
Apesar de se usarem t´ecnicas avan¸cadas de previs˜ao dos consumos, ´e
evidente que a sua efic´acia n˜ao pode ser total, pelo que a utiliza¸c˜ao de
sofisticados sistemas de controlo ´e essencial, n˜ao s´o para regular a energia
fornecida pelas centrais el´etricas com essa capaci- dade, como tamb´em para
gerir o trˆansito de energia nas interliga¸c˜oes el´etricas que unem Portugal e
Espanha.
Al´em deste requisito fundamental, que envolve a opera¸c˜ao de todo o SEE,
existem ainda outros requisitos de segunda ordem, mas tamb´em importantes:

• A energia el´etrica deve ser fornecida em qualquer local onde seja solicitada.
• A energia el´etrica deve obedecer a crit´erios de qualidade: frequˆencia
constante, tens˜ao controlada, forma de onda sinusoidal, fiabilidade elevada5 .
• Os custos de produ¸c˜ao devem ser minimizados.
• O impacte ambiental deve ser contido.
O Sistema de Energia El
´etrica

1.1.2 Estrutura e componentes


Na Figura1.1mostra-se um esquema ilustrativo da estrutura de um SEE.

4
Os mu´ltiplos das unidades s˜ao: kilo (k) = 103 ; Mega (M) = 106 ; Giga (G) = 109 ; Tera (T) =
1012 , e os submu´ltiplos s˜ao: mili (m) = 10−3 ; micro (µ) = 10−6 ; nano (n) = 10−9 ; pico (p) = 10−12 .
5
Veremos, mais tarde, o significado destes conceitos.
Figura 1.1: Estrutura do Sistema de Energia El´etrica (SEE); Fonte: J.P. Sucena Paiva, Redes de
Energia El´etrica: Uma An´alise Sist´emica, IST Press, 2007.

A energia el´etrica ´e produzida em trˆes tipos de infraestruturas, ordenadas por n


´ıvel de potˆencia:

• Centrais de grande potˆencia, da ordem das centenas ou um milhar de


MVA. Estas centrais podem ser: t´ermicas (ou termoel´etricas), quando
se processa a transfor- ma¸c˜ao da energia t´ermica associada a um
combust´ıvel f´ossil, como o carv˜ao, ou o g´as natural, em energia el
´etrica; ou h´ıdricas (ou hidroel´etricas), quando se apro- veita a energia
potencial e cin´etica associada ao curso de um rio. A localiza¸c˜ao das
unidades de produ¸c˜ao t´ermica e h´ıdrica est´a concentrada em s´ıtios
especificamente selecionados para responder a condicionamentos de
natureza infraestrutural (abas- tecimento de combust´ıvel, existˆencia de
cursos de ´agua de refrigera¸c˜ao), no caso das t´ermicas, e de natureza
geogr´afica (disponibilidade do recurso energ´etico prim´ario, em condic¸˜oes
de poder ser aproveitado), no caso das h´ıdricas.
• Centrais de m´edia ou pequena potˆencia, da ordem das dezenas de MVA.
Estas cen- trais podem ser: pequenas centrais hidroel´etricas; e´olicas, que
aproveitam a energia do vento; fotovoltaicas, associadas `a
transforma¸c˜ao de energia da radia¸c˜ao solar. Todas estas unidades de
produ¸c˜ao se designam por produ¸c˜ao descentralizada, ou dispersa6 , pois
n˜ao se encontram concentradas em locais espec´ıficos, antes se encon- tram
distribu´ıdas em locais muito diversificados, escolhidos devido `a
abundˆancia do recurso energ´etico prim´ario.
• Centrais de muito pequena potˆencia, instaladas nos locais de consumo
de energia el´etrica, no ˆambito das chamadas microgera¸c˜ao e
minigera¸c˜ao, normalmente de ori- gem fotovoltaica. A microgera¸c˜ao
compreende unidades de produ¸c˜ao instaladas nos locais de consumo dom
´estico, com potˆencias da ordem das unidades de kVA; a mi- nigerac˜ao

est´a associada a unidades de produ¸c˜ao instalada nos locais de


consumo industrial, com potˆencias da ordem das dezenas ou centenas de
kVA.
6
O nome t´ecnico ´e Produ¸c˜ao em Regime Especial (PRE).
O Sistema de Energia El
´etrica
A energia produzida nas grandes centrais t´ermicas e h´ıdricas ´e entregue `a
rede de trans- porte, composta por linhas a´ereas de Muito Alta Tens˜ao
(MAT). Esta tens˜ao extrema- mente elevada ´e adequada para transportar a
energia el´etrica a grandes distˆancias, uma vez que as perdas no transporte
diminuem quando se aumenta a tens˜ao. S˜ao os transfor- madores que permitem
mudar o n´ıvel de tens˜ao a que se efetua o transporte de energia, de modo a
obter o n´ıvel ´otimo de perdas, do duplo ponto de vista t´ecnico e econ´omico.
Tens˜oes muito elevadas n˜ao s˜ao adequadas para transportar a energia el´etrica
a um n´ıvel regional ou local, onde as distˆancias envolvidas s˜ao menores. Para
distˆancias relativamente pequenas n˜ao ´e economicamente vantajoso usar MAT,
porque os investimentos neste n´ıvel de tens˜ao s˜ao muito avultados. Assim, a
energia el´etrica ´e transferida para a rede de distribuic¸˜ao que funciona nos n
´ıveis de tens˜ao: Alta Tens˜ao (AT), M´edia Tens˜ao (MT) e Baixa Tens˜ao
(BT). As unidades de produ¸c˜ao descentralizada encontram-se normalmente
ligadas `a rede de distribui¸c˜ao em AT ou em MT. A microgera¸c˜ao e a
minigera¸c˜ao est˜ao ligadas na rede de distribui¸c˜ao em BT.

Op¸co˜es B´asicas

O SEE foi desenvolvido a partir de trˆes op¸c˜oes b´asicas que foram


tomadas no passado long´ınquo: o SEE funciona em corrente alternada, `a
frequˆencia de 50 Hz7 e ´e trif´asico. Vamos ver o que significam estes
conceitos e as op¸c˜oes b´asicas que foram tomadas para convergir nesta
solu¸c˜ao:

Corrente alternada / corrente cont´ınua

Num sistema em corrente alternada8, as grandezas fundamentais variam no


tempo se- guindo uma forma de onda sinusoidal; num sistema em corrente cont
´ınua9 , estas grande- zas s˜ao constantes no tempo. Os SEE funcionam, na sua
esmagadora maioria, em corrente alternada, o que quer dizer que as grandezas
fundamentais podem ser representadas ma- tematicamente por um seno ou por
um cosseno. A Figura1.2ilustra um exemplo da varia¸c˜ao no tempo da tens˜ao e
da corrente, num circuito em corrente alternada do SEE.
O Sistema de Energia El
´etrica
O per´ıodo da onda ´e 20 ms, o que significa que a forma de onda se
repete ao fim de 20 ms (mili segundo). O per´ıodo representa-se pela letra
T e mede-se em segundo (s). Ao inverso do per´ıodo d´a-se o nome de
frequˆencia, que se representa pela letra f e cuja unidade SI ´e o Hertz (Hz).
No caso do SEE, tem-se:

1 = 50 Hz (1.1)
T = 20 × 10−3 s → f =
T

A frequˆencia ser 50 Hz significa que a forma de onda se repete 50 vezes num segundo.
7
Em algumas partes do mundo, como no continente americano e em parte da A´ sia, usa-se 60 Hz,
como se ver´a mais `a frente.
8
AC – Alternating current.
9
DC – Direct current.
4
Tensão e 4
0 corrente 0
3
0 3
0 0
2
0 2
0 0
1
0 1
0 0
00 0 V
0 5 1 1 2 2 3 3 4
- 0 5 0 5 0 5 0-
10 I
1
-
0 -0
20 2
-
0 -
0
30 3
-
0 Temp -0
40 4
o
0 0
(ms)

Figura 1.2: Exemplo da tensa˜o e da corrente num circuito de corrente alternada.

Uma outra grandeza importante ´e a frequˆencia angular, que se representa pela


letra grega “omega” (ω) e se mede em rad/s. A rela¸c˜ao entre a frequˆencia e a
frequˆencia angular ´e a seguinte:

ω = 2πf = 314 rad/s (1.2)

Como se pode observar na Figura1.2, as grandezas fundamentais, tens˜ao e


corrente, tˆem um valor m´aximo. No entanto, os aparelhos que medem as
grandezas fundamentais, que s˜ao os volt´ımetros e os amper´ımetros,
normalmente, n˜ao medem o valor m´aximo (max) das grandezas, mas sim um
outro valor, designado valor eficaz (ef). O valor eficaz das grandezas ´e o que
contribui, efetivamente, para a transferˆencia de potˆencia u´til entre dois sistemas.
Para grandezas de varia¸c˜ao sinusoidal, a rela¸c˜ao entre o valor m´aximo da
tens˜ao e da corrente e o respetivo valor eficaz ´e:

Vmax = 2Vef

Imax √
= 2Ief (1.3)

Na Figura1.2deu-se um exemplo de varia¸c˜ao no tempo da tens˜ao e da corrente


em que estas duas grandezas se apresentavam em fase, isto ´e, as grandezas
atingem os valores m´aximos ou anulam-se no mesmo instante de tempo. Em
regra, isto n˜ao se passa assim: a tens˜ao e a corrente est˜ao desfasadas, isto ´e,
n˜ao atingem o valor m´aximo ou anulam-se

Corrente (A)
Tensão (V)
ao mesmo tempo. A corrente pode estar atrasada em rela¸c˜ao `a tens˜ao,
isto ´e, atinge o valor m´aximo depois de a tens˜ao o ter atingido, ou pode dar-
se a situa¸c˜ao contr´aria. Na Figura1.3representa-se o caso em que a corrente est
´a atrasada em rela¸c˜ao `a tens˜ao.

40
Tensão e 4
0 corrente 0
30 3
0 0
20 2
0 0
10 1
0 0
0 0 V
0 5 1 1 2 2 3 3 4
- 0 5 0 5 0 5 0-
I
10 1
0
- -
0
20 2
0
- -
0
30 3
0
- -
0
Temp

Corrente (A)
Tensão (V)

40 4
0
o (ms)
0

Figura 1.3: Exemplo da corrente atrasada em relac¸a˜o a` tensa˜o num circuito de corrente alternada.

Em face do exposto, pode concluir-se que a tens˜ao e a corrente podem expressar-se ma-
tematicamente atrav´es de:

v(t) = √ 2Vef sin (314t) V
i(t) = 2Ief sin (314t − φ) A
(1.4)

O ˆangulo que se representa pela letra grega “fi” (φ) ´e o ˆangulo de desfasagem
entre a tens˜ao e a corrente. O cosseno deste ˆangulo tem um papel
importante nos SEE: ao cosseno do ˆangulo φ d´a-se o nome de fator de
potˆencia.
Para obter a potˆencia, o ponto de partida ´e o produto da tens˜ao pela corrente. A
potˆencia
´e, na realidade, representada atrav´es de um nu´mero complexo, da´ı tomar
o nome de potˆencia complexa. A parte real deste nu´mero complexo chama-se
potˆencia ativa, mede- se em Watt (W) e representa-se pela letra P ; a parte
imagin´aria ´e a potˆencia reativa, que se mede em volt-amp`ere-reativo (var)
e se representa pela letra Q. Podemos ent˜ao escrever que:

S = P + jQ (1.5)
E´ poss´ıvel demonstrar que:

P = Vef Ief cos φ


(1.6)
Q = Vef Ief sin φ

Apenas em aplica¸c˜oes muito espec´ıficas, como por exemplo, a


transmiss˜ao de energia el´etrica a longu´ıssimas distˆancias, se justifica o uso
da corrente cont´ınua. No caso geral, s˜ao trˆes as vantagens da corrente
alternada sobre a corrente cont´ınua e que justificam a sua utiliza¸c˜ao
generalizada:

• Maior simplicidade na constru¸c˜ao dos geradores e dos motores e maior


seguran¸ca na sua explora¸c˜ao.

• Maior facilidade na interrupc¸˜ao da corrente.

• Facilidade em variar a tens˜ao recorrendo ao uso de transformadores.

Em caso de perturba¸c˜oes no SEE, ´e muitas vezes necess´ario interromper a


corrente, por exemplo, no caso de curto-circuitos: interromper uma corrente
cont´ınua ´e uma tarefa muito complicada; interromper uma corrente alternada
´e mais simples, j´a que o processo de interrupc¸˜ao beneficia da passagem peri
´odica por zero da corrente.

No entanto, o fator determinante para a generaliza¸c˜ao do uso da corrente


alternada nos SEE ´e a que se mencionou em terceiro lugar. J´a vimos que
para que a transmiss˜ao de energia el´etrica se fa¸ca com perdas reduzidas ´e
necess´ario elevar a tens˜ao, a qual ter´a de ser reduzida `a medida que nos
aproximamos das instala¸c˜oes dos clientes. Esta fun¸c˜ao ´e realizada pelos
transformadores. Acontece que estes equipamentos, de extrema utilidade para o
bom funcionamento do SEE, s´o funcionam em corrente alternada10 .

1.2.250 Hz / 60 Hz

Nos pa´ıses em que o SEE evoluiu de acordo com as tendˆencias que


prevaleceram na Europa usa-se a frequˆencia de 50 Hz. Nos Estados Unidos
da Am´erica e nos pa´ıses tecnologicamente influenciados por este pa´ıs usa-se a
frequˆencia de 60 Hz. Esta divis˜ao das frequˆencias de opera¸c˜ao do SEE ´e uma
circunstˆancia infeliz, mas que hoje ´e irremedi´avel. Pode, todavia, perguntar-se
porque raz˜ao n˜ao se usam frequˆencias inferiores a 50 Hz ou superiores a 60 Hz.

N˜ao se usam frequˆencias inferiores a 50 Hz porque produzem uma inc


´omoda cintila¸c˜ao na luz emitida pelas lˆampadas. N˜ao ´e conveniente
usar frequˆencias superiores a 60 Hz porque as perdas nos circuitos magn´eticos
crescem com a frequˆencia.
10
Hoje em dia existem transformadores de corrente cont´ınua que s˜ao constru´ıdos recorrendo a dis-
ja´
positivos eletr´onicos de potˆencia. No entanto, ainda n˜ao se fabricam para potˆencias elevadas.
1.2.3Nu´mero de fases

O SEE ´e trif´asico, isto ´e, quando se pretende transmitir energia el´etrica


de um emissor para um recetor usam-se trˆes condutores. As vantagens do
sistema trif´asico relativamente ao monof´asico, em que se usa apenas um
condutor (e respetivo retorno para fechar o circuito), podem ser encontradas
ao n´ıvel da gera¸c˜ao, da transmiss˜ao e da utiliza¸c˜ao da energia el´etrica.
Contudo, ´e ao n´ıvel da transmiss˜ao da energia el´etrica que as vantagens s˜ao
mais evidentes, pelo que ser´a sobre a vantagem associada `a transmiss˜ao
de energia que nos iremos debru¸car.
Suponhamos que pretendemos transmitir a potˆencia P , entre um emissor e
um recetor, localizados a uma distˆancia d. Para transmitir esta potˆencia
precisamos de um condutor com comprimento 2d, uma vez que ´e necess´ario
assegurar um retorno, de modo a fechar o circuito el´etrico. Se, em vez de um
condutor, usarmos trˆes condutores e o retorno se fizer por um condutor u´nico
(chamado neutro), precisamos de um condutor com comprimento 4d, mas
conseguimos transmitir uma potˆencia 3P . Isto significa que duplicamos o
com- primento do condutor, mas triplicamos a potˆencia transmitida, o que ´e
uma vantagem significativa. Acresce que, em muitas circunstˆancias, ´e poss
´ıvel suprimir o condutor de retorno, uma vez que, se o sistema for
convenientemente equilibrado, ele ´e percorrido por corrente nula. Nestas
circunstˆancias, a economia ´e ainda maior: aumentamos o com- primento
dos condutores em 50 % e triplicamos a potˆencia transmitida. Devido a
esta economia assinal´avel, os SEE s˜ao, com poucas exce¸c˜oes, trif´asicos.
Sendo os sistemas trif´asicos, podem definir-se duas tens˜oes: uma tens˜ao
simples, medida entre uma fase e o neutro, e uma tens˜ao composta, medida
entre duas fases. A rela¸c˜ao entre tens˜ao simples (s) e tens˜ao composta (c)
´e:


Vc = 3V (1.7)

Organiza¸c˜ao

Habitualmente, o SEE divide-se nos seguintes cinco blocos: 1) Produ¸c˜ao; 2)


Transporte;
3) Distribuic˜ao; 4) Comercializa¸c˜ao; 5) Consumo.
Produ¸c˜ao

A atividade de produ¸c˜ao de energia el´etrica ´e aberta `a iniciativa


privada, exercida em regime de livre concorrˆencia, mediante a atribuic¸˜ao
de licen¸ca. O papel do Estado ´e criar condi¸c˜oes de desenvolvimento do
mercado e monitorizar o sistema, para garantir abastecimento.

Centrais t´ermicas

As centrais t´ermicas podem ser de dois tipos: as convencionais e as de ciclo combinado.


Nas centrais t´ermicas convencionais queima-se um combust´ıvel f´ossil, o
carv˜ao, para obter energia t´ermica. O calor, assim libertado na combust˜ao
do carv˜ao, aquece ´agua que percorre as tubagens, localizadas dentro da
caldeira, fazendo com que a ´agua passe do estado l´ıquido ao estado de
vapor. O vapor ´e encaminhado para uma turbina de vapor, empurrando as
suas p´as e obtendo energia mecˆanica (associada ao movimento das p´as do rotor
da turbina). Acoplado no mesmo veio onde roda a turbina, encontra-se um
gerador el´etrico, o qual transforma a energia mecˆanica em energia el´etrica.
Entretanto, o vapor ´e arrefecido num condensador11 , que obriga a ´agua a
retornar ao estado l´ıquido. Esta ´agua
´e introduzida na caldeira e o processo ´e reiniciado (ver Figura1.4).

Figura 1.4: Esquema de uma central t´ermica convencional; Fonte: Kalipedia.

O rendimento, isto ´e, o quociente entre a energia el´etrica obtida `a sa´ıda e a


energia t´er- mica colocada `a entrada, das centrais t´ermicas convencionais ´e
baixo, da ordem dos 35%. Acresce que o carv˜ao ´e um combust´ıvel
extremamente poluente, contribuindo acentuada- mente para a emiss˜ao de gases
nocivos para a atmosfera, os chamados gases de efeito de estufa. Por estas
raz˜oes, h´a muitos anos que n˜ao se constroem em Portugal, e na Europa em
geral, centrais t´ermicas convencionais.

A tecnologia do ciclo combinado a g´as natural veio substituir a tecnologia


do carv˜ao. Nas centrais de ciclo combinado queima-se g´as natural. Uma
mistura de ar e dos gases provenientes da combust˜ao empurra as p´as de uma
turbina de g´as, `a qual est´a acoplado um gerador el´etrico, de forma a obter
energia el´etrica `a sa´ıda, num processo similar ao que ocorre nas centrais t
´ermicas convencionais. O rendimento desta transforma¸c˜ao ´e tamb´em
baixo, da ordem dos 30%, o que significa que uma parte substancial da energia t
´ermica colocada `a entrada n˜ao ´e convertida em energia el´etrica. A
energia t´ermica dispon´ıvel ´e ent˜ao encaminhada para uma caldeira onde se obt
´em vapor por aquecimento de ´agua que percorre as tubagens existentes nesta
segunda caldeira. O vapor assim obtido
´e encaminhado para uma segunda turbina, esta de vapor, a qual aciona um
segundo gerador el´etrico, de forma a obter mais energia el´etrica(ver
Figura1.5). Repare-se que esta tecnologia opera com dois ciclos: o ciclo do g´as e
o ciclo do vapor, da´ı o seu nome de ciclo combinado.
11
N˜ao confundir com os condensadores el´etricos, que tˆem inu´meras aplica¸c˜oes em sistemas de
energia, e que s˜ao dispositivos capazes de armazenar energia el´etrica.
Figura 1.5: Esquema de uma central t´ermica de ciclo combinado; Fonte: Sagan-gea.

O rendimento total do processo, isto ´e o quociente entre a energia t´ermica


colocada `a entrada na combust˜ao do u´nico combust´ıvel, o g´as natural, e
a energia el´etrica obtida
`a sa´ıda no conjunto dos dois geradores, ´e agora bem mais elevado, da
ordem dos 55– 60%. O g´as natural ´e um combust´ıvel menos poluente do
que o carv˜ao, tipicamente a polui¸c˜ao originada pelas emiss˜oes associadas `a
queima de g´as natural ´e cerca de metade das referentes ao carv˜ao. Por esta
raz˜ao, todas as centrais t´ermicas instaladas em Portugal, e na Europa, nos u
´ltimos anos usam esta tecnologia.

Centrais h´ıdricas

Nas centrais h´ıdricas aproveita-se o desn´ıvel existente entre dois pontos do leito
de um rio e o caudal de ´agua, isto ´e, o volume de ´agua que atravessa
uma determinada ´area, na unidade de tempo, para empurrar as p´as de uma
turbina hidr´aulica e obter, depois, energia el´etrica atrav´es de um gerador el
´etrico12 montado no mesmo veio da turbina (ver Figura1.6).

O rendimento deste processo ´e bem mais elevado do que o das centrais t


´ermicas, da ordem dos 80%. Acresce que a produ¸c˜ao de energia el´etrica
´e conduzida com recurso a uma fonte prim´aria renov´avel, o que torna estes
empreendimentos extremamente valiosos. O problema das centrais h´ıdricas ´e que
n˜ao podem ser colocadas em qualquer lugar, antes requerem a existˆencia de
condi¸c˜oes geogr´aficas adequadas para a sua instala¸c˜ao.
Existem dois tipos de centrais h´ıdricas: as de fio-de-´agua e as de albufeira.
Nas centrais de fio-de-´agua, o recurso ´e aproveitado na exata medida da
sua disponibilidade, isto ´e, as condic˜oes geogr´aficas do local n˜ao
permitem o armazenamento de ´agua: quando o recurso ´e insuficiente, a
central para; quando o recurso excede a potˆencia da central, o excedente ´e
desperdi¸cado. As centrais com albufeira s˜ao muito mais valiosas; a albufeira ´e
12
Os geradores das centrais h´ıdricas, e tamb´em das centrais t´ermicas, s˜ao do tipo designado
por s´ın- crono. Os geradores s´ıncronos chamam-se alternadores.
Figura 1.6: Esquema de uma central h´ıdrica; Fonte: electricenergyiespn.

um reservat´orio natural, proporcionado pela existˆencia de condi¸c˜oes geogr


´aficas prop´ıcias, que permite armazenar a ´agua afluente. Consegue-se, deste
modo, uma gest˜ao otimizada do recurso h´ıdrico, pois a central pode funcionar
mesmo em per´ıodos de seca, recorrendo
`a ´agua armazenada em per´ıodos de abundˆancia.

Centrais e´olicas

Os aproveitamentos e´olicos transformam a energia cin´etica associada `a


velocidade do vento em energia mecˆanica, obtida atrav´es da rota¸c˜ao das p´as
do rotor da turbina e´olica. Mais uma vez, no veio onde roda a turbina e´olica est
´a instalado um gerador el´etrico13 , o qual permite obter energia el´etrica (ver
Figura1.7).

O rendimento dos geradores e´olicos depende da velocidade do vento a que est˜ao


a operar, mas situa-se, tipicamente, na casa dos 35–40%. Naturalmente que a
valia dos geradores e´olicos resulta de usarem um recurso renov´avel, isento
de emiss˜oes nocivas. A sua prin- cipal desvantagem relaciona-se com a
incapacidade de regularem a potˆencia fornecida, ao contr´ario das centrais t
´ermicas e h´ıdricas de albufeira que possuem essa capacidade. Este problema
´e importante, na medida em que para conseguir balancear a gera¸c˜ao com o
consumo, condic¸˜ao essencial ao funcionamento do SEE, como j´a vimos, ´e
necess´aria capacidade de regula¸c˜ao da potˆencia gerada nas centrais el´etricas.

Uma ´area onde se est˜ao a verificar evolu¸c˜oes assinal´aveis ´e na instala¸c˜ao de


geradores e´oli- cos no mar, o chamado offshore. O motor do desenvolvimento
do offshore ´e a progressiva exaust˜ao dos locais com caracter´ısticas ideais em
terra, a prazo, e o benef´ıcio de regimes de ventos mais uniformes. Em Portugal
est´a instalada uma unidade de demonstra¸c˜ao de tecnologia, ao largo da P
´ovoa do Varzim, a 6 km de terra e 60 m de profundidade – o projeto
WindFloat (ver Figura1.8).
13
Os geradores que equipam as unidade de produ¸c˜ao e´olica s˜ao, na sua maioria, de um tipo
distinto dos que equipam as centrais t´ermicas e h´ıdricas. Os geradores e´olicos s˜ao do tipo ass
´ıncrono, tamb´em conhecidos por geradores de indu¸c˜ao.
Figura 1.7: Esquema de um gerador e´olico; Fonte: Nordex.

Figura 1.8: Gerador e´olico offshore em Portugal – projeto WindFloat; Fonte: EDP.

Centrais fotovoltaicas

O princ´ıpio de funcionamento das centrais j´a abordadas – t´ermicas, h´ıdricas e e


´olicas –
´e semelhante, baseado sempre na existˆencia de um grupo turbina-gerador.
As centrais fotovoltaicas configuram um princ´ıpio de funcionamento
completamente diferente, pois n˜ao existe, nem turbina, nem gerador.
Os pain´eis fotovoltaicos s˜ao constitu´ıdos por um material – o sil´ıcio –, o
qual, depois de convenientemente tratado, possui caracter´ısticas especiais,
quando ´e colocado ao sol. Os
fot˜oes, que s˜ao as part´ıculas constituintes da radia¸c˜ao solar, deslocam os
eletr˜oes do sil´ıcio para uma banda de condu¸c˜ao, onde adquirem a capacidade de
se movimentarem e, assim, gerarem uma corrente el´etrica. Esta corrente el
´etrica ´e cont´ınua, pelo que a liga¸c˜ao dos pain´eis fotovoltaicos a uma rede
el´etrica de corrente alternada requer a instala¸c˜ao de um dispositivo de
interface. Tal dispositivo designa-se por inversor, o qual transforma corrente
cont´ınua em corrente alternada, recorrendo a dispositivos eletr´onicos de
potˆencia14 (ver Figura1.9).

Figura 1.9: Esquema de uma central fotovoltaica; Fonte: Unesa.

Historicamente, a energia fotovoltaica apresentava duas desvantagens: o custo


elevado e o baixo rendimento. O custo dos pain´eis fotovoltaicos tem vindo
a descer, de forma sustentada, nos u´ltimos anos, estando, hoje em dia, pr
´oximo dos valores praticados para os conversores e´olicos. Quanto ao
rendimento, os avan¸cos n˜ao foram t˜ao espetaculares, situando-se em valores
da ordem de 10–15%, valores estes que n˜ao sofreram grandes altera¸c˜oes
nos u´ltimos anos.

Centrais de cogera¸c˜ao

As centrais de cogera¸c˜ao s˜ao centrais t´ermicas de pequena potˆencia, em que


energia t´er- mica que n˜ao pode ser convertida em energia el´etrica ´e usada numa
aplica¸c˜ao u´til. Apli- ca¸c˜oes u´teis s˜ao, por exemplo, aquecimento de ´agua
para climatiza¸c˜ao de espa¸cos (aque- cimento e refrigera¸c˜ao, num processo
conhecido como trigera¸c˜ao), ou calor necess´ario em processos industriais.
Transporte
A atividade de transporte de energia ´e exercida no modo de concess˜ao
exclusiva e em regime de servico pu´blico. O concession´ario da Rede Nacional
de Transporte (RNT) ´e a
14
A eletr´onica de potˆencia teve um desenvolvimento assinal´avel nos u´ltimos anos, sendo, hoje em
dia, correntemente utilizada para otimizar a liga¸c˜ao das fontes de energia renov´avel (principalmente
e´olica e fotovoltaica) `a rede el´etrica.
Redes Energ´eticas Nacionais (REN – www.ren.pt). A REN exerce tamb
´em a fun¸c˜ao de operador do sistema, a quem cabe a gest˜ao t´ecnica
global do SEE. Pelo uso da RNT, a REN recebe uma tarifa, que ´e regulada
pela Entidade Reguladora dos Servi¸cos Energ´eticos (ERSE – www.erse.pt).
A RNT ´e composta pela rede de MAT (ver Figura1.10). Em Portugal existem
trˆes n´ıveis de tens˜ao MAT: 400 kV, 220 kV e 150 kV15 . A rede de
transporte ´e constitu´ıda quase exclusivamente por linhas a´ereas, englobando
apenas alguns troc¸os em cabo subterrˆaneo, explorados a 220 kV e 150 kV,
nomeadamente na regi˜ao da Grande Lisboa.

Figura 1.10: Rede Nacional de Transporte (RNT); Fonte: REN.

Na RNT existem transformadores para adaptar os n´ıveis de tens˜ao no


interior da RNT (MAT/MAT) e transformadores para fazer a interface entre a
RNT e a RND em AT (MAT/AT). Os transformadores est˜ao alojados nas
chamadas subesta¸c˜oes.

Distribui¸c˜ao
A atividade de distribui¸c˜ao de energia ´e exercida no modo de concess˜ao
exclusiva e em regime de servi¸co pu´blico. O concession´ario da Rede

Nacional de Distribui¸c˜ao (RND) ´e a Energias de Portugal – Distribui¸c˜ao


(EDP-Distribui¸c˜ao – www.edpdistribuicao.pt). A
15
Estes nu´meros representam o valor eficaz da tens˜ao composta. Ali´as, sempre que nos referimos a
uma tens˜ao atrav´es de um nu´mero, estamos sempre a referirmo-nos ao valor eficaz da tens˜ao
composta.
EDP-Distribui¸c˜ao exerce tamb´em a fun¸c˜ao de operador da rede de
distribui¸c˜ao, a quem cabe a explora¸c˜ao e manuten¸c˜ao da RND e gerir os
fluxos energ´eticos. Pelo uso da RND, a EDP-Distribui¸c˜ao recebe uma tarifa,
que ´e regulada pela ERSE.
A RND ´e constitu´ıda pelas linhas a´ereas (80%) e cabos subterrˆaneos (20%)
que operam nos n´ıveis de AT e de MT. Em Portugal, usam-se as tens˜oes
de 60 kV em AT, e de 30 kV, 15 kV e 10 kV em MT. Al´em das linhas
e cabos, as redes de distribui¸c˜ao s˜ao ainda constitu´ıdas por subesta¸c˜oes,
postos de seccionamento, postos de transforma¸c˜ao (onde est˜ao alojados os
transformadores MT/BT) e equipamentos acess´orios ligados `a sua
explora¸c˜ao. A Figura1.11mostra um segmento da RND em AT.

Figura 1.11: Segmento da Rede Nacional de Distribui¸ca˜o (RND) em AT; Fonte:


EDP-Distribui¸ca˜o.

A rede de BT ´e uma concess˜ao municipal. A EDP-Distribui¸c˜ao ´e a


titular da grande maioria destas concess˜oes, existindo, no entanto, alguns
pequenos operadores, localizados no norte do pa´ıs. A tens˜ao de opera¸c˜ao
da rede BT ´e 400 V. Em BT usa-se tamb´em a tens˜ao de 230 V, que ´e a
tens˜ao simples correspondente.
Comercializa¸c˜ao
A atividade de comercializa¸c˜ao de energia ´e uma atividade separada da
distribui¸c˜ao, constituindo a u´ltima atividade na cadeia de fornecimento de
energia aos consumidores. E´ uma atividade livre, sujeita `a atribui¸c˜ao de uma
licen¸ca; em Portugal, existem diversos comercializadores de energia el´etrica, que
operam no ˆambito do mercado da energia.
O mercado da energia ´e o Mercado Ib´erico da Energia El´etrica (MIBEL), onde
os produ- tores fazem ofertas de venda e os comercializadores fazem ofertas de
compra. O pre¸co da energia resulta do equil´ıbrio entre a oferta e a procura e
varia de hora para hora, apesar de as tarifas que os clientes pagam n˜ao refletir
ainda esta varia¸c˜ao hor´aria.

O comercializador ´e o representante dos seus clientes no mercado. Ele


compra energia el´etrica, ao pre¸co de mercado, e vende-a aos seus clientes.
Como esta opera¸c˜ao de compra e venda requer o uso da rede de transporte e da
rede de distribui¸c˜ao, os clientes tˆem de pagar uma tarifa de utiliza¸c˜ao das
redes.

Fora do ambiente de mercado, est´a tamb´em consagrada, para prote¸c˜ao dos


consumidores, a figura do Comercializador de U´ ltimo Recurso (CUR), cuja
finalidade ´e servir de garante do fornecimento de eletricidade aos consumidores,
nomeadamente os mais fr´ageis e os que n˜ao pretendem aderir ao regime de
mercado.

1.3.1 Consumo

Os consumidores de energia dom´esticos est˜ao ligados na rede de BT. Os


grandes con- sumidores podem ligar-se diretamente na rede MAT ou na rede AT;
os consumidores industriais encontram-se ligados no n´ıvel de MT.

O diagrama de carga ´e a representa¸c˜ao da potˆencia de carga16 em


fun¸c˜ao do tempo. Os diagramas de carga fornecem informa¸c˜ao
especialmente importante, pois permitem tamb´em determinar a ponta (valor m
´aximo) e a energia consumida (´area sob a curva do diagrama de carga). Na
Figura1.12apresenta-se o diagrama de carga da rede portuguesa nos dias em que a
potˆencia pedida `a rede atingiu o seu m´aximo anual, nos anos de 2010 e 2011.
Figura 1.12: Diagrama de carga nos dias de ponta anual, em 2010 e 2011; Fonte: REN.

16
A palavra “carga” ´e muitas vezes usada como “potˆencia de consumo”
O •comportamento do SEE em regime transit´orio, isto ´e, na sequˆencia de perturba-
¸c˜oes, como sejam, por exemplo, curto-circuitos, manobras de ´org˜aos de prote¸c˜ao, descargas el´etricas.
As• m´aquinas el´etricas, tais como, os transformadores, os geradores, que equipam as centrais produtoras, e os motores,
presentes nas instala¸c˜oes de utiliza¸c˜ao da energia el´etrica, e os aspetos relacionados com o seu comando e regula¸c˜ao.
Os• modernos conversores eletr´onicos de potˆencia, que fazem a interface entre os equipamentos e o SEE, melhorando
os rendimentos e otimizando a explora¸c˜ao dos mesmos.
Riscos e cuidados na utilização da rede elétrica

1
Riscos e cuidados na utilização da rede elétrica

AS CORRENTES ELÉTRICAS E O CORPO HUMANO

2
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Eletrofisiologia

 O tecido animal eé constituıédo por ceé lulas que se encontram imersas no lıéquido intersticial, separadas do

citoplasma por uma finıéssima membrana.

 Quer o líquido intersticial, quer o líquido


intracelular (citoplasma) são eletrólitos onde os
iões potássio, sódio, cloro, etc., se movem
segundo um gradiente de concentração, isto é,
tendem a difundir- se para a zona de menor
concentração.
3
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Eletrofisiologia

 Alguns tipos de ceé lulas sujeitas aà açaã o de um dado estıémulo (de natureza eleé trica, teé rmica, mecaâ nica ou

quıémica), entram em atividade alterando a permeabilidade da membrana

 Gera-se, então, uma corrente iónica

4
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Eletrofisiologia

 O estıémulo excita a ceé lula somente se existir uma intensidade suficiente em relaçaã o aà sua

duraçaã o.

 No caso do estímulo elétrico, a célula é sensível,


em primeira aproximação, à quantidade de
eletricidade.

5
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Electrofisiologia

 Estas consideraçoã es tambeé m saã o vaé lidas para o mué sculo cardıéaco, pois o coraçaã o eé formado por um

elevado nué mero de fibras musculares dispostas em feixes paralelos.

 A diferença essencial do coração em relação a


todos os outros músculos do corpo humano
reside no facto de os estímulos necessários à
sua operação serem produzidos por ele próprio.
6
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Eletrofisiologia

A relaçaã o entre o impulso eleé trico caracterıéstico do ciclo cardıéaco e a sua difusaã o nas fibras musculares eé

representada na figura
seguinte, constituindo o
electrocardiograma.

7
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Efeitos Fisiopatológicos da Corrente elétrica no Corpo Humano

A passagem da corrente eleé trica, atraveé s do corpo humano, pode determinar numerosas alteraçoã es e
lesoã es temporaé rias ou permanentes.

8
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Efeitos Fisiopatológicos da Corrente elétrica no Corpo Humano

A corrente eleé trica pode determinar alteraçoã es permanentes no sistema cardiovascular, na atividade
cerebral e no sistema nervoso central.

Pode ainda ocasionar danos nos aparelhos auditivo,


visual, etc.

9
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Efeitos Fisiopatológicos da Corrente elétrica no Corpo Humano

 Limiar de perceçaã o

 Limiar de não largar. Tetanização


 Paragem respiratória
 Fibrilação ventricular
 Queimaduras

10
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Limiar de percepçaã o

O limiar de percepção ou valor mínimo da corrente sentida por uma pessoa atravessada pela mesma, depende de vários

parâmetros.

Entre eles destacam-se a superfície do corpo, as condições de contacto (superfície de contacto, pele seca ou
húmida, pressão, etc.) e as características fisiológicas do indivíduo.

11
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Limiar de percepçaã o

Segundo a publicação 479-1 CEI 1984, o valor médio


do limiar de percepção, para correntes alternadas de
frequência compreendida entre 15 e 100 hertz é:

0,5 miliamperes

Em corrente contínua o limite é de 2 mA.

12
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Limiar de naã o largar. Tetanizaçaã o

O valor mais elevado da corrente para a qual uma pessoa é ainda capaz de largar o objeto em tensão com que está

em contacto é o limiar de não largar.

Este valor, variável de pessoa para pessoa, é menor para as mulheres e crianças e para indivíduos de baixo peso, os
quais são, em geral, mais sensíveis à corrente elétrica.

13
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Limiar de naã o largar. Tetanizaçaã o

Para a corrente alternada de frequência entre 15 e 100 Hz, esse limite é considerado pela CEI como sendo de 10

mA.

Em corrente contínua o limiar é mais elevado e impreciso, não sendo possível definir um limiar de não largar para
intensidades inferiores a aproximadamente 300 mA.

14
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO
Circulação mão-corpo-mão de uma corrente alternada
15
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Paragem respiratoé ria

Intensidades de corrente inferiores às acima indicadas para o limite de não largar produzem nas vítimas

dificuldades respiratórias e sinais de asfixia.


A passagem da corrente determina uma contração dos músculos adstritos à respiração ou uma paralisia dos centros
nervosos que superintendem à função respiratória.

16
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Paragem respiratória (continuação)

Se a corrente perdurar, aumenta, rapidamente, o risco de morte por asfixia.

Por isso, é fundamental realizar no mais curto lapso de tempo (3 e 4 minutos no máximo) a respiração artificial, a
fim de evitar a asfixia da vítima ou, eventualmente, lesões irreversíveis no tecido cerebral.

17
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Fibrilaçaã o ventricular

Se à corrente elétrica fisiológica normal se sobrepuser uma corrente elétrica de origem externa muitíssimo

maior, é fácil imaginar a perturbação que esta


última ocasiona no equilíbrio elétrico do corpo humano,

principalmente a nível

dos ventrículos.

18
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Fibrilação ventricular (continuação)

À atividade elétrica normal corresponde o pulsar ritmado do músculo cardíaco; sob a ação da atividade elétrica
perturbadora as fibras passam a contrair-se de maneira desordenada, surgindo, então, o fenómeno de fibrilação
ventricular.

Este fenómeno constitui a principal causa da morte por ação da corrente elétrica.

19
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Fibrilação ventricular (continuação)

A fibrilação ventricular foi, durante muito tempo, considerada um fenómeno irreversível.


Actualmente, com o recurso ao desfibrilador, pode parar-se a fibrilação e assim conseguir- se a recuperação da vítima.
No entanto, é imprescindível não perder tempo na prestação dos primeiros socorros até que o desfibrilador possa ser
utilizado.

20
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Fibrilação ventricular (continuação)

A curva de Drinker
mostra-nos a
probabilidade
(expressa em
percentagem) de
reanimação em função
do atraso na primeira
intervenção do
socorrista

Curva de Drinker
21
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Fibrilação ventricular (continuação)

Valores elevados de intensidade de corrente não provocam geralmente fibrilação. Podem, contudo, determinar a
paragem do coração ou induzir alterações orgânicas permanentes no sistema cardiovascular.

22
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Queimaduras

As queimaduras representam a consequência mais frequente dos acidentes devido à eletricidade.

23
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Queimaduras (continuação)

A gravidade das queimaduras elétricas está associada aos seguintes parâmetros físicos:

- tensão,
- intensidade de corrente e
- tempo de passagem da corrente.

24
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Queimaduras (continuação)

Deve notar-se que as queimaduras elétricas devidas a correntes de alta tensão são particularmente graves, pois,
para além das queimaduras nos pontos de contacto, podem surgir queimaduras profundas ao longo do trajeto da
corrente elétrica, ao nível das massas musculares, dos tendões, etc.

25
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Queimaduras (continuação)

- Queimaduras electrotérmicas
- Queimaduras por arco
- Queimaduras mistas

26
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Queimaduras electroteé rmicas

As queimaduras devidas à passagem da corrente — queimaduras eletrotérmicas — estão ligadas à


libertação de calor (W) ao longo do trajeto da corrente e a sua importância depende da lei de Joule:

2
W = R.I .t

como U = R.I, obtém-se W = U.I.t


27
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Queimaduras por arco

São queimaduras devidas à intensa libertação de calor do arco elétrico.

São muito mais vulgares do que as electrotérmicas e em tudo idênticas às queimaduras térmicas de qualquer
outra origem.

28
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Queimaduras por arco

Nos acidentes com correntes de alta tensão podem atingir uma parte importante da superfície cutânea e serem
agravadas pela combustão do vestuário.

Uma outra particularidade da queimadura por arco, quando esta surge ao nível dos olhos, é a possibilidade de
conjuntivites e de outras sequelas do aparelho visual.

29
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Queimaduras mistas

Em certos casos, o arco elétrico e a passagem da corrente associam-se para realizar quer queimadura superficiais,
devido ao arco, quer queimaduras profundas, devido à passagem da corrente.

Este tipo de queimaduras observa-se sobretudo na indústria e nos acidentes elétricos com alta
tensão.

30
AS CORRENTES ELEÉ TRICAS E O CORPO HUMANO

 Queimaduras

Marca elétrica

A marca elétrica, pequena lesão (queimadura) arredondada ou ovalada, que parece incrustada na pele sã, reveste-se
de uma grande importância sob o ponto de vista médico-legal.

31
Riscos e cuidados na utilização da rede elétrica

RISCO DE CONTACTO COM A


CORRENTE ELÉTRICA

32
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Definiçaã o

 Terminologia dos Acidentes elétricos


 Os Cinco Modos de eletrização
 A Equação do Risco elétrico
 Os Diferentes Parâmetros do Risco elétrico
 Intensidade
 Correntes de elevada frequência
 Corrente impulsiva
 Impedância elétrica do corpo humano
 Tensão de contacto. Tensão de segurança

33
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Definição

Pode definir-se risco de contacto com a corrente elétrica como a probabilidade de circulação de uma corrente elétrica
através do corpo humano.

34
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Definição (continuação)

Para que exista possibilidade de circulação de corrente elétrica é necessário:

- que exista um circuito elétrico;


- que o circuito esteja fechado ou possa
fechar-se;

- que no circuito exista uma diferença de potencial.

35
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Definição (continuação)

Além disso, é também necessário:

- que o corpo humano seja condutor;


- que o corpo humano faça parte do circuito;
- que exista, entre os pontos de entrada e de saída da
corrente elétrica no corpo humano, uma diferença de
potencial maior do que zero.

36
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Terminologia dos Acidentes elétricos

A eletrização abrange todos os acidentes elétricos resultantes de contactos com a corrente elétrica, quer
originem ou não acidentes mortais.

A eletrocussão é a designação dada ao acidente


elétrico mortal.
37
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Terminologia dos Acidentes elétricos (continuação)

As eletrizações são consequência quer de contactos diretos quer de contactos indiretos.

Contacto direto — contacto das pessoas com as partes ativas dos materiais e dos equipamentos.

38
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Terminologia dos Acidentes elétricos (continuação)

Partes ativas — condutores ativos e peças condutoras de uma instalação elétrica suscetíveis de estarem em tensão em

serviço normal.

Condutores ativos — condutores afetos à transmissão de energia elétrica (inclui os condutores de fase e o neutro, no caso
da corrente alternada).

39
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Terminologia dos Acidentes elétricos (continuação)

Contacto indireto — contactos de pessoas com massas ou elementos condutores postos acidentalmente sob tensão.

Massa — todo o elemento metálico de um material elétrico suscetível de ser tocado e, normalmente, isolado das partes
ativas, mas podendo ser posto acidentalmente sob tensão.

40
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Terminologia dos Acidentes elétricos (continuação)

Elemento condutor — elemento metálico estranho à instalação elétrica suscetível de propagar um potencial.

41
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Os Cinco Modos de eletrização

1. Contacto com uma parte activa


sob tensão
+
Contacto com uma outra parte activa sob tensão

(frequente e particularmente perigoso)

Contacto bipolar

42
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Os Cinco Modos de eletrização (continuação)

2. Contacto com uma parte activa


sob tensão
+
Contacto com uma massa posta acidentalmente sob tensão

(raro)
Contacto bipolar

43
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Os Cinco Modos de eletrização (continuação)

3.Contacto com uma massa posta


acidentalmente sob
tensão
+
Contacto com uma outra massa posta acidentalmente sob tensão

Contacto bipolar (muito raro)

44
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Os Cinco Modos de eletrização (continuação)

4. Contacto com uma parte activa


sob tensão
+
Terra (muito frequente)

Contacto unipolar

45
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Os Cinco Modos de eletrização (continuação)

5.Contacto com uma massa posta


acidentalmente sob
tensão
+
Terra

(muito frequente)

Contacto unipolar

46
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 A Equação do Risco elétrico

Para que haja eletrização, é necessário que seja estabelecida uma diferença de potencial entre dois pontos
distintos do organismo.

O que é perigoso não é tocar num condutor sob tensão, mas tocar ao mesmo tempo um outro objeto condutor
da eletricidade ou tornado condutor e levado a um potencial diferente por circunstâncias acidentais.

47
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 A Equação do Risco elétrico (continuação)

A energia elétrica fornecida pela fonte de tensão U é

W1 = U.I.t
Quando o corpo humano, condutor, é percorrido pela corrente I, durante o tempo t, a energia dissipada (por efeito
joule) no corpo humano é, conforme vimos:
2
W = R.I .t

48
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 A Equação do Risco elétrico (continuação)

Esta energia é, em geral, menor do que a energia fornecida, ou seja,


W≤W
1

À expressão de W
1 poderá, recorrendo à lei de Ohm (U = RI), ser dado o seguinte aspecto:
2
W = U.I.t = RI .t
1

49
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 A Equação do Risco elétrico (continuação)

Esta última fórmula é válida somente em corrente contínua; se se abstrair o efeito capacitivo e indutivo do corpo
humano, ela manter-se-á válida para a corrente alternada.

Esta é a equação do risco elétrico para os acidentes em alta tensão em que a morte surge devido à extensão
das queimaduras.

50
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 A Equação do Risco elétrico (continuação)

Em baixa tensão, a morte é, sobretudo, condicionada pela ação local da quantidade de eletricidade que atinge o coração.

Q = I .t

51
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Os Diferentes Parâmetros do Risco elétrico

 Intensidade

 Correntes de levada frequência


 Corrente impulsiva
 Impedância elétrica do corpo humano
 Tensão de contacto. Tensão de segurança

52
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Intensidade

O ponto de partida da técnica de proteção das pessoas é a determinação do limiar do perigo para o organismo humano.

Considerar que é a intensidade que mata é desprezar outros fatores como por exemplo, o tempo de passagem da
corrente.

Daí ser importante considerar antes a quantidade de eletricidade Q = I.t

53
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Intensidade (continuação)

A determinação de limiares tem sido objeto de intervenções de diversos cientistas.

No quadro seguinte reproduzem-se vários limiares, alguns dos quais já referidos anteriormente.

54
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Intensidade (continuação)
I (A) Efeitos sobre o corpo humano
20 a 100 Fibrilação ventricular para Sinais elétricos aplicados diretamente ao
. 10 -6 nível do miocárdio ou do encéfalo e de f < 1000 Hz

0,02 . 10-3 Percepção sensorial ao nível da retina: fosfeno


0,045 . 10-3 Percepção sensorial da língua (Dalziel)
0,1 . 10-3 Ligeiras contracções musculares dos dedos (Weber)
0,8 . 10-3 Percepção cutânea para a mulher (Dalziel)
1 . 10-3 Percepção cutânea para o homem
6 . 10-3 Percepção cutânea dolorosa e de não largar (valor de disparo de certos
dispositivos diferenciais a muito alta sensibilidade)

Principais valores de intensidade com efeitos notórios sobre o corpo humano


55
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Intensidade (continuação)
I (A) Efeitos sobre o corpo humano
8,8 . 10-3 Impossibilidade de autolibertação (não largar) para 0,5% dos
indivíduos (Dalziel)
10 . 10-3 Limiar de não largar definido pela CEI
15,5 . 10-3 Impossibilidade de autolibertação para 100% dos indivíduos
20 . 10-3 Possibilidade de asfixia se t> 3 minutos e se o trajeto da corrente atinge o
diafragma (ex.: contacto mão-mão)
25 . 10-3 Limite da categoria 1 de Koeppen (não há repercussão no ritmo cardíaco nem
sobre o sistema nervoso)
30 . 10-3 Possibilidade de fibrilação ventricular (probabilidade > 50% se t > 1,5 do ciclo
cardíaco)

Principais valores de intensidade com efeitos notórios sobre o corpo humano


56
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Intensidade (continuação)
I (A) Efeitos sobre o corpo humano
70 . 10-3 Fibrilação ventricular para t ≥ 1 segundo (Koeppen)
80 . 10-3 Fibrilação ventricular quase certa se t ≥ 1 segundo
2a3 Inibição dos centros nervosos no ser humano
20 Queimaduras muito importantes, mutilações

Principais valores de intensidade com efeitos notórios sobre o corpo humano

57
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA
Zonas
tempo/intensidade de
corrente
dos efeitos fisiológicos da
corrente alternada sobre o
corpo humana

1 Habitualmente,
nenhuma reação;

2 Habitualmente,
nenhum efeito
fisiológico perigoso;

3 Habitualmente, nenhum
dano orgânico
(Tetanização);

4 Efeitos graves
58
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Correntes de elevada frequeâ ncia

A perigosidade da corrente diminui com o aumento da frequência.

Verifica-se, em geral, que uma corrente de elevada frequência não passa pelo interior do corpo, pois devido ao
efeito pelicular tende a passar pela pele sem penetrar no corpo.

59
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Corrente impulsiva

Convencionalmente, a corrente impulsiva é considerada como um conjunto de impulsos que flúem através do

corpo humana num tempo inferior a 10ms.

O limiar da fibrilação ventricular depende do percurso e da forma da onda, do valor de pico e do instante em que o
impulso é aplicado.

60
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Impedaâ ncia eleé trica do corpo humano

As diferentes partes do corpo humano apresentam uma certa impedância composta por elementos resistivos e

capacitivos.

Os valores destas impedâncias dependem de diversos fatores, designadamente:

61
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Impedância elétrica do corpo humano (continuação)

- do trajeto da corrente,
- da tensão de contacto,
- do tempo de passagem de corrente,
- da frequência,
- do estado de humidade da pele,
- da superfície de contacto,
- da pressão exercida
- e da temperatura.
62
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Tensaã o de contacto. Tensaã o de segurança

Na prática, as medidas de proteção referem- se não à corrente resultante de um choque elétrico, pois tal corrente

não é diretamente mensurável, mas ao valor da tensão suscetível de provocar um choque elétrico, ou seja, ao valor
da tensão à qual se encontram submetidos dois pontos diferentes do corpo humano.

63
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Tensaã o de contacto. Tensaã o de segurança

Esta diferença de potencial entre o ponto de entrada e o ponto de saída da corrente é a tensão de contacto U
C
Esta tenção produz no corpo humano a passagem de uma corrente cuja intensidade depende da resistência do
corpo.

O valor desta corrente deve ser compatível com as condições de segurança do gráfico “Zonas tempo/intensidade
de corrente”
64
RISCO DE CONTACTO COM A CORRENTE ELEÉ TRICA

 Tensaã o de contacto. Tensaã o de segurança

O valor da tensão de contacto correspondente ao limite superior (do ponto de vista dos contactos indiretos)

indefinidamente suportável pelo organismo sem gerar efeitos fisiopatológicos perigosos, é a tensão limite
convencional ou tensão de segurança.

65
Riscos e cuidados na utilização da rede elétrica

DISTRIBUIÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA

66
DISTRIBUIÇAÃ O DA ENERGIA ELEÉ TRICA
Distribuiçaã o atraveé s de um PT com secundaé rio do transformador ligado em estrela.
POSTO DE
TRANSF0RMACÃO
15 kV/400 V .

67
DISTRIBUIÇAÃ O DA ENERGIA ELEÉ TRICA
A situaçaã o do neutro em relaçaã o aà terra permite, tendo em conta a situaçaã o das massas da instalaçaã o, definir o
regime de neutro a utilizar na exploraçaã o da instalaçaã o eleé trica.

 Sistema TT
 Sistema TN
 Sistema IT
68
DISTRIBUIÇAÃ O DA ENERGIA ELEÉ TRICA

 Sistema TT

O neutro está ligado directamente à terra e as massas são ligadas directamente à terra através de eléctrodos próprios

e distintos do neutro.

69
DISTRIBUIÇAÃ O DA ENERGIA ELEÉ TRICA

 Sistema TN

O neutro está ligado à terra e as massas estão ligadas ao ponto neutro por condutores de Proteção.

70
DISTRIBUIÇAÃ O DA ENERGIA ELEÉ TRICA

 Sistema IT

O neutro não está ligado à terra ou está ligado à terra por intermédio de uma impedância (neutro

impedante).

71
Riscos e cuidados na utilização da rede elétrica

CONSEQUÊNCIAS DOS CONTACTOS DIRETOS E INDIRETOS

72
CONSEQUEÊ NCIAS DOS CONTACTOS
Consequências dos Contactos Diretos

Na ausência de qualquer Proteção, vejamos o que aconteceria a


uma pessoa em contacto direto com um condutor
ativo de uma instalação elétrica, utilizando o

sistema TT.

73
CONSEQUEÊ NCIAS DOS CONTACTOS
Consequências dos Contactos Diretos

Se for:

R
H = 2000 Ω o valor da resistência do corpo humano;

R
TH = 500 Ω o valor da resistência de contacto do corpo humano com a terra;
R = 1 Ω o valor da resistência de contacto do eléctrodo de terra de serviço,
N
uma.

74
CONSEQUEÊ NCIAS DOS CONTACTOS
Consequências dos Contactos Diretos

a corrente I
H que percorre o corpo humano, é assim calculada:

IH  U R  230  1 0,092 A
H  R N 2000  
R
TH 500

A tensão U
H aplicada ao Homem é UH=RHxIH=2000x0,092= 184V
Trata-se de uma tensão muito superior à tensão de segurança, podendo ser mortal.
75
CONSEQUEÊ NCIAS DOS CONTACTOS
 Consequências dos Contactos indiretos

Uma massa pode ser posta acidentalmente em tensão


no seguimento de um defeito interno ou externo.

76
Riscos e cuidados na utilização da rede elétrica

MEDIDAS PRÁTICAS DE PROTEÇÃO

77
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Sistemas de Proteção contra Contactos Diretos

 Sistemas de Proteção contra


Contactos indiretos
 Aparelhos Diferenciais
 Terra e Resistência de Terra

78
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Sistemas de Proteção contra Contactos Diretos

A Proteção contra contactos Diretos encontra-se assegurada


se se considerar uma das seguintes medidas:
- Afastamento das partes activas
- Interposição de obstáculos
- Recobrimento das partes activas da
instalação
- Uso de tensão reduzida de segurança
79
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Sistemas de Proteção contra Contactos indiretos

A proteção contra contactos indiretos pode ser assegurada ao nível


do próprio aparelho elétrico ou ao nível da instalação elétrica.

- Emprego de tensão reduzida de segurança


- Separação dos circuitos
- Emprego de aparelhos de classe II de
isolamento

80
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

- Inacessibilidade simultânea de massas e elementos


condutores estranhos à instalação

- Isolamento dos elementos condutores


estranhos à instalação

- Estabelecimento de ligações equipotenciais

- Aparelhos Diferenciais

81
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Aparelhos Diferenciais

 Caracterizaçaã o

Numa instalação de corrente alternada (BT) e num circuito sem


defeito, a diferença entre a corrente que passa na fase e a que passa no
neutro (sistema monofásico) é nula e, portanto, o Aparelhos
Diferenciais não dispara, pois não há corrente residual.
Em caso de defeito de isolamento passa uma corrente de defeito e,
em virtude do desequilíbrio das correntes na fase e no neutro, haverá
disparo do Aparelhos Diferenciais
82
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Aparelhos Diferenciais

 Principio de funcionamento

83
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Terra e Resistência de Terra

 Noçoã es gerais

A corrente que flui através do corpo humano escoa-se, em geral, para


o terreno;
só quando uma pessoa está isolada da terra e em contacto
simultâneo com dois pontos a potencial diferente é que tal não
sucede.

Assim, a terra está direta ou indiretamente relacionada com quase


todos os sistemas de Proteção.
84
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Terra e Resistência de Terra

 Noçoã es gerais

A regulamentação elétrica define Terra como a massa condutora da terra .


O elétrodo de terra é o conjunto de materiais condutores
enterrados destinados a assegurar boa ligação elétrica com a
terra.

A resistência de terra é a resistência elétrica de um elétrodo de


terra e do terreno circundante.
85
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Terra e Resistência de Terra

 Noçoã es gerais

Esta é a grandeza que condiciona a difusão da corrente no solo e


depende:
— da resistividade do terreno;
— da forma e dimensões do eléctrodo.

A maior parte das vezes a corrente que se escoa pela resistência da


terra é detectada e pode ocasionar o funcionamento das protecções
previstas para a instalação elétrica.
86
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Terra e Resistência de Terra

 Noçoã es gerais

A função das redes de terra é assim escoar para a terra correntes perigosas produzidas por um defeito ou uma sobretensão e
criar uma zona equipotencial em certos locais, na vizinhança dos quais se podem escoar intensidades importantes como a de
um raio (milhares de amperes) ou certas correntes de defeito.

87
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Terra e Resistência de Terra

 Forma e dimensoã es dos eleé ctrodos

Os eléctrodos mais correntemente utilizados são:

- Anel nas fundações do edifício


- Varetas, tubos (piquets)
- Chapas

88
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Terra e Resistência de Terra

 Mediçaã o da resisteâ ncia de terra

89
MEDIDAS PRAÉ TICAS DE PROTEÇAÃ O

 Terra e Resistência de Terra

 Tensaã o de passo e de Contacto

90
Riscos e cuidados na utilização da rede elétrica

CONCEÇÃO DAS INSTALAÇÕES

91
CONCEÇAÃ O DAS INSTALAÇOÃ ES

As regras de arte, as normas e o bom senso ajudarão a realizar uma instalação elétrica segura. Algumas recomendações
importantes:

- As instalações de utilização deverão ser convenientemente


subdivididas, por forma a limitar os efeitos de eventuais
perturbações e a possibilitar a pesquisa e reparação de avarias.

92
CONCEÇAÃ O DAS INSTALAÇOÃ ES

- A identificação das canalizações deve ser feita para evitar erros


aquando de pesquisa de defeitos, reparação ou modificações
posteriores; em particular, os condutores deverão ser identificados
pelas cores.

- As instalações de utilização deverão ser convenientemente


protegidas por aparelhos cuja atuação automática oportuna e segura
impeça que os valores característicos da corrente ou da tensão da
instalação ultrapassem os limites de segurança da própria
instalação.

93
CONCEÇAÃ O DAS INSTALAÇOÃ ES

- Nas instalações de utilização estabelecidas em locais residenciais


ou de uso profissional, em estabelecimentos recebendo público e em
estabelecimentos agrícolas ou pecuários, os aparelhos de Proteção
contra sobreintensidades deverão ser do tipo disjuntor.

- As proteções das instalações elétricas devem ser seletivas, isto é, um


defeito num dado circuito não pode repercutir-se em nenhum outro
circuito.

94
Riscos e cuidados na utilização da rede elétrica

RIGEM ELÉTRICA

95
INCEÊ NDIOS DE ORIGEM ELEÉ TRICA

A origem elétrica de incêndios é, muitas vezes, invocada na falta de informações mais precisas.

Na realidade, confunde-se, muitas vezes, incêndios de origem elétrica com curto-circuito.

Para um incêndio ter lugar e se propagar é necessária a presença de matérias combustíveis, de ar (oxigénio) e de uma fonte
de calor.

96
INCEÊ NDIOS DE ORIGEM ELEÉ TRICA

A origem dos incêndios nas instalações elétricas


encontra-se:

- na combustão dos isolantes, devido ao efeito Joule


nas partes condutoras;

- no escorvamento de um arco entre peças condutoras,


em particular na rutura dos isolantes;

- numa explosão resultante do funcionamento anormal de um


aparelho elétrico numa atmosfera explosiva.
97
INCEÊ NDIOS DE ORIGEM ELEÉ TRICA

Estatísticas permitem concluir que as causas dos incêndios de


origem elétrica são, por ordem de frequência decrescente:

- elevação de temperatura devido a uma sobreintensidade em


parte da canalização elétrica;

- localização anormal de calor nos isolantes;

- concentração localizada de calor nos contactos defeituosos de


aparelhos de corte ou de aparelhos de utilização;
98
INCEÊ NDIOS DE ORIGEM ELEÉ TRICA

- correntes de defeito entre os condutores e circuitos de terra;

- arcos e faíscas nos aparelhos;

- defeitos nos aparelhos de utilização devido a uma localização


anormal de calor ou a uma falta de dissipação do calor
produzido.

Вам также может понравиться