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“Tenho 60 anos e sou presidente do MuCEM, museu em Marselha

que conta a origem dos povos mediterrâneos. De minha parte, sou


de origem francesa, mas não posso afirmar minha ascendência
além de um século, já que nos anos 1870 houve um incêndio em
Paris que destruiu todas as certidões de nascimento.”

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Participei da reabertura do Museu do Louvre, em 1989, e existia o


receio de que o público não aparecesse. Aliás, esse é um receio que
existe em todas as inaugurações de museus, foi a mesma situação
em Lisboa, quando fui diretor do Museu Berardo. Para nossa
alegria, no entanto, a polícia portuguesa nos avisou que havia 20
mil pessoas aguardando para visitá-lo.

E, no Brasil, as pessoas vão aos museus?

Acho que existe um clichê de que os brasileiros não gostam de


museus. Desde os anos 1990, acompanho vários projetos pelo
país, trabalhei na Bienal de São Paulo, em 1998. Sempre que
venho aqui, vejo um público maravilhoso, muito popular. De fato,
há museus no Brasil que não recebem bom público, assim como
há museus na França que vivem vazios. Na minha opinião, existe
um complexo de inferioridade ao pensar que os museus bons
estão na América do Norte e na Europa. Mas não tenho uma
opinião formada sobre o público brasileiro.
Há muitos elogios ao museus cariocas MAR e Museu do
Amanhã. Eles fazem parte de um novo conceito de
museu?

Existe um movimento internacional de renovação de museus. E


esses dois exemplos fazem parte desse movimento. São museus
que têm a preocupação com o lado educacional e, ao mesmo
tempo, também com a inclusão social.

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Como era antes?

Os museus mais tradicionais eram mais voltados para a


conservação e exposição. Hoje, de fato, existe uma maneira de
pensar diferente. Não posso dizer se isso é uma evolução ou não
porque seria apenas uma análise linear. O museu hoje é algo mais
próximo de uma casa de cultura. Não está mais dentro daquele
conceito europeu de guardar um acervo, cuidar dele e expô-lo.

Você é presidente do Museu das Civilizações da Europa e


do mar Mediterrâneo (MuCEM), inaugurado em
Marselha, em 2013. Ou seja, você aborda a origem das
pessoas em uma Europa afundada em questões de
imigração. Como o museu pode ser uma arma a favor
dos imigrantes?
O museu é uma arma de acolhimento cultural para os imigrantes.
Mas essas pessoas também precisam de um acolhimento
econômico, político e social.

Alguma novidade que você possa adiantar sobre o


MuCEM?

Isso ainda não saiu em lugar nenhum: vamos fazer uma exposição
sobre o futebol como forma de arte, a partir de 11 de outubro deste
ano. Nosso interesse não é falar dos grandes jogadores ou clubes,
vamos falar sobre o público do futebol. Nosso método de pesquisa
foi através de entrevistas com torcidas organizadas
principalmente na França, mas também na Espanha e Itália, para
entender melhor esse movimento no Sul da Europa, que é muito
forte.

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O que está sendo mais difícil nessa pesquisa?

Os torcedores guardam muita coisa das torcidas organizadas. É


mais difícil conseguir algo do clube. E é ainda mais difícil adquirir
esse material, seja do clube ou da torcida organizada, pois há um
valor emocional muito grande. Não há dinheiro que compre. É
preciso um trabalho de convencimento.

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