Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Cadernos PDE
I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
A ARTE ENTRE A MAGIA E A FOTOGRAFIA: REFLEXÕES E
PRÁTICAS SOBRE A IMAGEM NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
1 INTRODUÇÃO
1
Professora de Arte, atuando pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, no Colégio Estadual Unidade Polo. Possui
pós-graduação em Literatura e Ensino. Área de concentração: Linguística, Letras e Artes.
2
Orientadora: Graduada em Educação Artística (UNIOESTE), Especialista em Psicopedagogia, Educação de
Jovens e Adultos e Metodologia do Ensino de Arte, Mestrado em Educação (UEM), cursando Doutorado em
Educação (UEM). Professora no curso de Graduação em Artes Visuais/UEM.
Sob essa perspectiva, o presente trabalho foi elaborado, como resultado das
atividades desenvolvidas durante a participação no Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE), nos anos de 2014 e 2015, da Secretaria de Educação do
Paraná (SEED). Em etapa conclusiva, pretendemos apresentar sinteticamente as
atividades realizadas durante este processo de formação continuada.
A escolha do tema pautou-se na possibilidade de superar a resistência de
alunos à compreensão da relação homem e imagem e sua utilização no contexto
social. Consideramos, inicialmente, que essa compreensão da imagem não seja
atrativa devido a atribuição natural de espelho da realidade.
Neste sentido, estabelecemos algumas indagações: Como contribuir para que
o aluno construa um olhar mais reflexivo com relação à imagem? Como vencer a
resistência do aluno quanto à compreensão da imagem? Como contribuir para que o
aluno perceba a importância da imagem nas relações entre pessoas? Como levar o
aluno a se posicionar conscientemente diante das imagens contemporâneas?
Além de aproximar o aluno da compreensão da relação entre homem e
imagem, o trabalho objetivou: proporcionar ao aluno a compreensão da cultura
visual em contextos distintos, com vistas a compreender a situação humana na
sociedade contemporânea, caracterizada pela abundância de imagens; potencializar
um aprendizado que favoreça a construção da criticidade por meio do trabalho com
imagens no processo de criação e distribuição da mesma; estabelecer conexão
sobre o uso da imagem visual na Pré-História, surrealismo de Magritte e imagens
fotográficas contemporâneas.
Para realizar essa abordagem buscamos referências teóricas e práticas que
discutem as relações entre homem e imagem, visando uma compreensão crítica da
cultura visual em contextos históricos distintos. As teorias abordadas partem de
conceitos discutidos por Flusser (2009) e Gombrich (2012), que consideram que o
mundo contemporâneo é dominado pelas imagens técnicas produzidas pela
fotografia.
Neste processo, foi possível uma reflexão maior acerca da imagem
contemporânea produzida pela fotografia, percebendo o processo de manipulação
que envolve o ato de fotografar. No processo de ensino e aprendizagem, essa
dinâmica possibilitou um diálogo entre linhas, formas e cores, permitindo ao aluno a
interpretação da cultura visual da qual faz parte, bem como as de outros tempos e
lugares.
2 BREVE RETROSPECTIVA HISTÓRICA SOBRE A IMAGEM
3 REFLEXÕES METODOLÓGICAS
4 IMPLEMENTAÇÃO NA ESCOLA
3
Disponível em:< http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3878/Manipulação-Fotográfica>. Acesso em: 19
ago. 2014.
4
Disponível em: http://veja.abril.com.br/211009/ditadura-photoshop-p-108.shtml.
Acesso em: 18 out. 2014.
5
Disponível em: < http://fotografiatotal.com/12-das-fotografias-manipuladas-maisconhecidas-
da-historia#sthash.OMVzaksX.dpuf>. Acesso em: 15 out. 2014.
própria escola, muitas vezes, o lixo espalhado pelo chão, fora das lixeiras, jogado
nos banheiros, no pátio. Tal ação instigou reflexões, alertando sobre o
comportamento alheio e principalmente pessoal, suscitando o questionamento:
porque encontramos tanto lixo em lugares indevidos? Uma mostra das imagens
produzidas pode ser observada na Figura 9 e na Figura 10:
6
Disponível em:< http://plugcitarios.com/2012/05/fotografia-publicitaria-ate-onde-vai-amanipulacao/>
Acesso em: 19 ago. 2014.
perceber que muitas imagens voltadas para esse fim são construídas para atender
às expectativas do momento e que o espaço de tempo entre o antes e o depois
pode ser simplesmente o tempo necessário para aplicação de alguns truques e
artifícios, como aplicação dos elementos da linguagem visual de acordo com
interesses em manipular e atingir o público alvo, o consumidor.
Este processo foi instigador, gerando discussões sobre a representação da
imagem, sendo possível mostrar aos alunos alguns truques e artifícios utilizados em
fotografias estéticas e de produtos para aguçar o consumidor. Aos poucos, os
próprios alunos foram lembrando situações em que o produto real não correspondia
ao produto fotografado, como no caso das pizzas e lanches.
9) Discussão da representação a partir da obra Isto não é um cachimbo,
de René Magritte (1898-1967); esta abordagem teve por objetivos provocar reflexão
sobre os modos de representação em artes visuais e desenvolver uma percepção
que extrapole a ideia de arte enquanto mímese, como prática concreta de imitação
do real, conforme Martins, Picosque e Guerra (1988).
As discussões consideraram a ambiguidade entre a imagem e palavra e
também o pensamento sobre o modo de ser da representação artística, deslocada
da ideia de cópia fidedigna. Outro fato relevante neste processo de mediação foi
perceber que alguns alunos começaram a questionar outras imagens que circulam e
que em muitos casos pareciam cópias do real.
Nesta abordagem houve a montagem de um mural, em que utilizamos a
imagem do cachimbo de Magritte antecedida pela frase: Isto não é um cachimbo e
logo abaixo, a imagem do bisão com a frase Se isto não é um cachimbo, isto
também não é um bisão e abaixo a frase E as fotografias contemporâneas? Este foi
um momento de interação significativo, enquanto os alunos apreciavam as imagens
os que já haviam se apropriado dos conceitos auxiliavam na compreensão.
Após este percurso pela exploração e compreensão da cultura visual,
conforme sugerido por Hernández (2000) foi realizada uma nova abordagem que
discutiu a junção das duas linguagens: fotografia e pintura, nas produções de alguns
artistas. Na sequência, efetuamos a leitura do texto Fotografias, de Oliveira e Garcez
(2011) e após as discussões, foi lançado um novo desafio.
10) Fotografia impressa e pintura; esta abordagem teve como objetivo
investigar as potencialidades das relações entre linguagens artísticas, forma e
conteúdo, lançada pelo questionamento: é possível inventar novas realidades a
partir da fotografia? Para tanto, os alunos tiveram como referência os trabalhos do
artista Man Ray (1890 – 1976), e com um olhar mais seletivo, produziram imagens
fotográficas manipulando recursos visuais. Neste percurso, escolheram imagens
fotografadas em outros momentos, desenvolvendo, em dupla, uma composição que
misturou fotografia impressa e pintura. A experiência foi socializada em sala,
mostrando a imagem de origem e relatando o percurso de criação, desde os
arranjos dos elementos visuais ao fotografar a imagem ao processo de manipulação
na construção de uma nova imagem, conforme a Figura 11 e a Figura 12:
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta: Ensaio para uma futura filosofia da
fotografia. Rio de Janeiro: Sinergia Relume Dumará, 2009.
GOMBRICH, Ernst H. História da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LCT Editora, 2012.
OLIVEIRA, Jô; GARCEZ, Lucília. Explicando a arte: uma iniciação para entender e
apreciar as artes visuais. Rio de Janeiro: Ediouro, 2011.