A HERANCA DOs MESTRESA. influéncia intelectual da Escola do Recife cul-
ara na codificagao civil de Bevilaqua, oficializada
teas. de janeiro de 1916, conforme se
ela lei 3.071, de 1.° ‘ r
Paseo nas origens do pensamento bevilaquiano e
i j bra.
restigio ainda hoje da sua o! :
BO Otel Escola do Recife teve de lutar muito.
Até la, a : y
Ela, contudo, assume para nos um sentido mais
estrito que oO atribuido por Silvio Romero na sua
Historia da Literatura Brasileira, quando-a dividia em
tres fases, incluindo, além déle proprio e de Tobias,
também Castro Alves, Vitoriano Palhares, Franklin
Tavora, Araripe Junior, Carneiro Vilela, Fagundes
Varela, Rui Barbosa, Celso Magalhaes, Inglés de
Souza, Fausto Cardoso, Anibal Falcao, Martins Ju-
nior, e muitos outros.
iste critério — de considerar “Escola do Recife”
os estudantes de Direito contemporaneos, em Pernam-
buco, a Tobias e Silvio — € evidentemente abusivo.
Alguns — como Castro Alves, Rui e Fagundes —
pouco demoraram 1a, e quase todos se colocaram mes-
mo contra Tobias.
Sem ditivida, nenhum pdde ignora-lo, o que ja re-
presenta muito para a vitalidade intelectual do teuto-
sergipano, porém “Escola” foi constituida apenas por
seus discipulos, diretos ou indiretos.
Graga Aranha — éle préprio um dos ultimos dis-
cipulos diretos de Tobias — delimitou muito bem os
circulos em térno do mestre: “No primeiro momento,
no periodo do concurso, 0 grupo de Tobias Barreto se
fortalecia nos seus adeptos Clovis Bevilaqua, Artur
122Orlando, Martins Junior, Gumersindo Bessa, Fausto
Cardoso, Oliveira Teles, Faelante da Camara, Souza
Bandeira_e, entre outros menos expressivos, Urbano
Santos, Benedito Leite e Francisco Viveiros de Cas-
tro. Foram @stes os principais representantes da ‘Es-
cola do Recife’, inspirada também por Silvio Romero.
Os que mais possuiam a iniciacgdo secreta de Tobias
Barreto, os que mais participavam das suas confidén-
cias e o seguiam de perto, eram sem divida Artur Or-
lando, Gumersindo Bessa e Fausto Cardoso. Os outros
tinham profundas ligacoes, mas por alguns lados esca-
pavam A disciplina do mestre” ?,
‘Vemos assim destacados os nomes de Orlando,
Bessa e Cardoso.
O primeiro recebeu aqui um capitulo especial, pois
sua importanc’a é quase igual a de Silvio Romero e
superior a todos os seus companheiros, sendo de estra-
nhar ter merecido téo pouca atengdo da critica bra-
sileira.
Quanto a Gumersindo Bessa, éle terminou trans-
formado em gloricola_provinciana de Sergipe, confor-
me o prova o que escreveu, Déle, o melhor ainda é o
testemunho dos utimos tempos de int’midade com To-
bias, ja citado antes?
Fausto Cardoso, entretanto — Gilberto Frevre
considerou “bizarra” a sua “lei fundamental da Socio-
genia” * — tinha, as vézes, relampagos de fina lucidez.
Fausto Cardoso estava obcecado, como muitos do
seu tempo, pela tentacdo de aplicar explicagdes natu-
ralisticas & Histéria, 4 Sociedade. Ble nao aceitava «
dualismo Natureza-Cultura, implicito em Tobias — tac
ressaltado na “Recordacao de Kant”, por exemplo —
e também em Silvio. precedidos por Aprigio Guima-
rées no Recife, desde pelo menos 1879, na velha Fa-
culdade de Direito, conforme demonstramos em capi-
tulo anterior.
Nenhum déles percebeu a chave hegeliana; todos
se limitaram, em Filosofia classica alema, a girar enr
volta de Kant, atingindo, no m&ximo, Schopenhauer
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