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Por que não creio "no Batismo com o Espírito Santo" como é pregado

hoje.
Não vou aqui fazer uma introdução bonita nos moldes do que chamo "estilo americano" [1] ou como os jornalistas gostam de fazer em
suas matérias. Se você veio até aqui você já sabe a história do pentecostalismo e está familiarizado com o debate acerca do batismo
com o Espírito Santo. Vamos direto ao assunto.

Então o termo "batismo com Espírito Santo" é muito utilizado para descrever o que chamam de "segunda benção" ou um "enchimento
do Espírito Santo". Quando confessamos que Jesus é o Senhor, ele nos sela com o Espírito Santo (Ef. 1:13-14), e o Espírito Santo
passa a habitar em nós (1 Co 6:19), mas para os pentecostais há ainda uma segunda vinda do Espírito Santo que te encherá de uma
maneira sobrenatural e a única forma de saber que você recebeu esse segundo enchimento do Espírito é falar em línguas [estranhas].
Eles tomam como base o livro de Atos, onde de fato, vemos em três ocasiões pessoas falando em línguas e profetizando após o
recebimento do Espírito. Porém, vale ressaltar que o livro de Atos é um livro cujo estilo literário é conhecido como descritivo, pois ele
narra uma história, ou seja, sequência de eventos e não tem como objetivo ser uma norma, como é o caso das epístolas, mas os irmãos
passaram a dizer que Atos é sim uma narrativa. Em outra parte eu vou descrever as dificuldades que tenho com esse pensamento.
Fora o livro de Atos, nós vemos esse assunto sendo tratado na primeira carta de Paulo à igreja de Corinto, que de fato é um livro
normativo. Mas antes de entrar na carta aos coríntios eu quero descrever aqui rapidamente sobre as ocorrências do livro de Atos.

Em Atos 2:4 lemos pela primeira vez do fenômeno falar em línguas, já aqui temos muitos argumentos acerca da natureza dessas
línguas; uns dizem que são línguas estranhas e outros que são línguas humanas. Não vou entrar nessa disputa, apenas vou falar dos
objetivos de cada relato. Aqui temos o dia de Pentecostes, muitos peregrinos vindo para Jerusalém, uma boa oportunidade para de
forma eficiente falar de Jesus Cristo. Foi por isso que o Senhor antes de subir aos céus falou para que ficassem em Jerusalém (At 1:4)
para que no dia certo eles fossem usados para proclamar às boas novas de uma forma sobrenatural.

Chegado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar (v. 1) e eles foram cheios do Espírito Santo e começaram a
falar em línguas (v. 3-4) de forma que os peregrinos que vinham para Jerusalém ouviam em suas próprias línguas (v. 8). Pedro depois
de explicar tudo o que aconteceu, muitos foram convertidos (v. 41). Como vemos aqui as línguas tinham um objetivo de proclamar as
boas novas, como que um judeu iria falar de Jesus para um medo sem saber falar a sua língua? E também serviu de um sinal externo,
um poder sobrenatural, que só podia ser de Deus. O fato é que Jesus antes de partir falou-lhes que eles receberiam poder do Espírito
[tão somente] para servirem de testemunhas de Cristo. (v. 8).

Agora vamos para outra parte muito usada: a oração de Pedro e João e o recebimento do Espírito pelos Samaritanos. Sabemos que
após o dia de pentecostes a coisa ficou estreita para o lado dos apóstolos devido as perseguições. Enquanto os Apóstolos ficaram em
Jerusalém (v. 8:1) e os outros discípulos saíram anunciando o evangelho. Através da pregação e realização de sinais e prodígios de
Felipe em Samaria, muitos creram e isso chegou até os ouvidos dos apóstolos que foram até lá conferir, aí chegamos na parte onde
Pedro e João impondo as mãos nos novos convertidos, eles recebiam o Espírito Santo. Aqui não vemos manifestação sobrenatural,
porém pelo fato de Simão o mágico ter mostrado interesse em "adquirir" esse dom de fazer com que recebessem o Espírito Santo, dá a
entender que houve uma manifestação sobrenatural, eu até concordo com isso, mas vamos entender o motivo pelo qual João e Pedro
foram enviados e porque eles não haviam ainda recebido o Espírito Santo. Note também aqui que não é usado o termo "batizado com o
Espírito Santo".
Quem conhece de bíblia sabe da rixa dos judeus com os samaritanos que remonta a época dos Reis, e isso fica evidente em Lucas 9:51
quando João perguntou pra Jesus se este queria que eles [João e Tiago] mandasse descer fogo do céu para consumir os samaritanos,
remontando ao episódio de Elias e os israelitas quando Elias mandava descer fogo e os consumia. Então era preciso que João visse
que o evangelho era também para os samaritanos e não somente para os judeus, e qual outra forma de provar para ele que os
samaritanos também estavam no plano de Deus senão uma experiência in loco? Por isso João foi com Pedro.

Olha que interessante agora, logo mais Felipe prega para o eunuco e não vemos nenhum relato do eunuco falando em línguas ou
profetizando!

Agora vamos para Pedro na casa de Cornélio e a inclusão dos gentios no capítulo 10. Os judeus não podiam nem ficar perto de um
gentio (At 10.28) que dirá imaginar que eles estavam inclusos no projeto de Deus, embora Jesus já tivesse lhes falado que eles [os
apóstolos] seriam testemunhas até os confins da terra (At 1.8). Então Pedro está lá, falando das coisas de Deus e de repente o Espírito
Santo cai sobre todos os que estavam ouvindo as palavras de Pedro e estes começam a falar em línguas e a profetizarem (v. 44-46), o
que foi isso senão Deus falando para Pedro que os gentios também estavam no projeto de Deus? Agora vamos nos atentar as palavras
do próprio Pedro quando ele diz "pode alguém recusar a água [batismo com água], para que não sejam batizados estes que, assim
como nós, receberam o Espírito Santo?" (v. 47). Está nítido aqui o objetivo dessa manifestação sobrenatural.

Até agora podemos notar um padrão: onde houve manifestação de línguas, o número de fieis presente era superior a um e vou explicar
o porquê da relevância dessa informação. Lembra que após a pregação de Felipe em Samaria ele pregou para o eunuco? Pois é, ele
não precisou de uma experiência sobrenatural para crer no Senhor Jesus. Outra prova de que os sinais e prodígios serviam para
testemunhar que Cristo era o Caminho está na cura de Enéias. Pedro vendo Enéias que há anos era paralítico, falou "Enéias, Jesus
Cristo te cura! Levanta-te e arruma o teu leito." (At 9:34) e qual foi o resultado desse prodígio realizado por Pedro? Lemos em seguida
"Viram-no todos os habitantes de Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor." (v. 35). Não precisou de ninguém falar em línguas
para que eles se convencessem de que Jesus é o Senhor e se converteram.

Agora vamos para o último relato do livro de Atos sobre manifestação de línguas, no capítulo 19. Paulo vendo uns discípulos pergunta
se eles haviam recebido o Espírito Santo e estes lhe responderam dizendo que nem sabiam o que era esse tal Espírito Santo, dando a
entender que eles eram discípulos de João e não ouviram o sermão de João Batista acerca do Batismo de Jesus (Mt 3:11-12). Então
Paulo impondo-lhes as mãos estes recebem o Espírito Santo e começam a falar em línguas e a profetizar, servindo de sinal de uns para
os outros.

Outro caso de muita confusão é acerca da menção do "batismo com o Espírito Santo" mencionado por João e que muitos inferem o
segundo batismo a esse termo. Mas isso não pode ser entendido dessa forma, pois ao fazer isso, estaremos ignorando a regra de ouro
da interpretação bíblica: o contexto. Pois em Mateus 3:11 quando João compara o seu batismo [do arrependimento] com o batismo do
Senhor Jesus dizendo que o batismo de Jesus é com o Espírito Santo, ele está apenas dizendo que ao confessarmos Jesus como
nosso Senhor recebermos o Espírito Santo que é o penhor de nossa herança (Ef. 1:13-14), tanto é que João não apenas menciona o
batismo com o Espírito Santo mas fala do batismo com fogo e que muitos irmãos ignorando o verso doze afirmam que o fogo é um fogo
bom, ora, se João menciona dois batismo no verso onze e no verso doze ele usa dois objetos para descrever a consequência: o trigo (b.
Espírito Santo) é recolhido no celeiro e a palha (b. fogo) jogada no fogo, não podemos dar outro significado aqui ao fogo senão ao fogo
do juízo. Dizer que o fogo é um fogo bom, purificador é um erro grotesco. Eu nunca vi palha ser purificada por fogo. Se jogarmos palha
no fogo ela simplesmente desaparecerá.

Agora que desmistificamos os relatos do livro de Atos acerca das experiências com línguas, vamos para a norma, que é onde esse tema
deveria ser tratado.
Em 1 Co 12,14 Paulo trata acerca dos dons espirituais. Pelo teor da carta, subentende-se que os irmãos de Corinto estavam dando um
valor muito grande ao dom de línguas, pois há muitas menções ao dom de línguas entre os capítulos doze até o quatorze.
Eu quero chamar a atenção para a seguinte questão: ao dizer que (1) há dois batismos distintos e (2) que a única evidência de que o
crente foi "batizado com o Espírito Santo", os irmãos estão inconscientemente afirmando que para eu receber qualquer outro dom
(palavra de sabedoria, palavra do conhecimento, profecia) eu teria que obrigatoriamente falar em línguas, caso contrário eu não tenho
como provar que fui "batizado". E isso é um absurdo, uma vez que os dons são para a edificação da igreja (1 co 14:4) e também serve
para testemunhar a presença de Deus (1 co 14:25). Ou seja, só quem pode contribuir com a obra é quem tiver sido "batizado com o
Espírito Santo"?

Vamos para o versículo mais óbvio que faz cair por terra essa tese de que a única evidência de que o Espírito Santo habita em nós é o
falar em línguas, uma vez que não creio que haja dois batismos. Paulo diz "em um só Espírito, todos nós fomos batizados [...] E a todos
nós foi dado beber de um só Espírito." Como que eu posso afirmar que só foi batizado quem fala em línguas se Paulo afirma que nem
todos falam em línguas "São todos mestres? Ou, operadores de milagres? Tê todos os dons de curar? Falam todos em outras línguas?"
(v. 30). Paulo aqui está usando de um recurso literário, uma pergunta retórica, a qual ele já tem a resposta. Se para você não está claro
o suficiente, Paulo ainda diz "Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas" (1 co 14:5). Qualquer um que entenda um pouco de
semântica vai concordar de que o "quisera" indica um desejo não realizado. Eu queria [quisera] ser rico. Ora se eu gostaria de ser rico, é
sinal de que eu não o sou.

Eu até há pouco tempo não entendia o motivo dessa supervalorização do falar em línguas, pois acham que é um sinal de que é cheio do
Espírito Santo, mas lendo as escrituras atentamente, pude notar de que isso não pode ser considerado como tal. Tanto é que Paulo diz
que quem "profetiza é superior ao que fala em outras línguas" (v. 5). Então irmãos, vamos buscar os melhores dons, porque quem fala
em línguas edifica a si mesmo mas o profeta edifica a igreja! (v. 3).

Para fechar esse debate sobre o livro de Atos, já que Atos é tido por alguns irmãos como uma normativa, por que então não vemos o
apóstolo Paulo falando em línguas ao ser cheio do Espírito Santo? Só lemos que após ser batizado ele foi cheio do Espírito Santo. (At
9:17). A desculpa é que ele fala na carta aos coríntios que ele fala muitas línguas (1 co 14:18) apesar de achar que ele está falando e
línguas humanas [Paulo era de Tarso, estudou em Jerusalém, que na época a língua era o Aramaico e ele teve que aprender Hebraico
por causa da Tanak].

Vamos à questão: Atos narrativa descritiva ou normativa?


Para saber qual a diferença, dá uma pesquisada no Google, estou com preguiça de escrever sobre isso. Na internet podemos encontrar
vários estudos a esse respeito, eu vou colocar algumas questões que encontramos no livro de Atos e que não vejo a aplicação das nos
dias de hoje. Não estou dizendo que algumas lições do livro de Atos não sirvam para nós nos dias de hoje, não é isso, o que digo é que
assim como a traição de Davi descrita num livro histórico não serve de exemplo para justificar uma traição, assim também deve ser com
a abordagem ao livro de Atos.

1. Em Atos 5 lemos o triste relato de Ananias e Safira que por terem mentido ao Espírito Santo foram mortos. Primeiro acontece com
Ananias (v. 3), após ser confrontado por Pedro Ananias cai morto (v. 4) e três horas mais tarde (v. 7) chega Safira, esposa do já finado
Ananias e ela também mente e por este motivo cai morta (v. 10), temos dois casos de uma punição grave por um pecado que parece
ser tão comum; mentira (Ef. 4:25). Você já ouviu algum testemunho de algum irmão que foi morto pelo Espírito Santo por ter mentido?
Eu não.

2. Temos lido muitos relatos de irmãos sendo cruelmente assassinados por pregarem o evangelho em Países onde a perseguição ao
cristianismo é ferrenha. Em Atos 5:18-19 após terem sidos presos, um anjo do Senhor abre as portas do cárcere e liberta os apóstolos.
Eles estavam somente presos e foram soltos por um anjo, porque não vemos esses anjos em ação protegendo os irmãos em perigo nas
condições que citei no início do parágrafo?

3. Quando vamos pra igreja, aceitamos Jesus o batismo nas águas não é imediato, em algumas igrejas os novos convertidos passam
por um discipulado, fazem cursos e por aí vai, em Atos 8 Felipe batiza o eunuco logo após pregar o evangelho pra ele, e o eunuco pedir
pra ser batizado, devemos fazer assim nos dias de hoje?

4. O que dizer de Atos 12:23 quando um anjo do Senhor feriu Herodes por não haver dado Glória a Deus? Será se hoje podemos
esperar isso nos dias de hoje?

5. Já ia esquecendo, quando Judas morreu e decidiram substitui-lo, eles lançaram sortes para escolherem Matias, seria esse um
método a ser usado para escolher obreiros para a casa do Senhor? (At 1:26)

Por último, vale ressaltar que eu creio na continuidade dos dons espirituais. Não posso negar pois o Senhor já me proporcionou
experiências sobrenaturais que eu seria um tolo se não cresse.

[1] Sempre que busco alguma informação na internet e entro no site para ler o artigo, há uma grande introdução bem organizada, cheia
de detalhes, fatos e dados. Confesso que as vezes é chato.

https://enarcheenologos.blogspot.com/2019/05/por-que-nao-creio-em-dois-batismos.html

https://esquinapentecostal.blogspot.com/?m=1&fbclid=IwAR1t7BjhsePKvJqhUUhibRj46hRbio
0wBWeIhrmoJGufK68u0PqF3_5yoGI

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