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AIBRECHT RITSCHL E A TEOLOGIA LIBERAL CLÁSSICA:

A Imanência de Deus na Cultura Ética

Do ponto de vista histórico, porém, o “liberalismo” refere-se a um movimento


específico do protestantismo que dominou a teologia acadêmica entre o final do
século 19 e o começo do século 20. Ele surgiu primeiramente na Alemanha entre
alunos e seguidores de Schleiermacher e Hegel, e encontrou sua forma de maior
influência na escola de Albrecht Ritschl.
Os termos “Ritschliano” e “protestante liberal clássico” são quase sinônimos. É
claro que o liberalismo clássico também foi um fenômeno à parte. É impossível
apresentar uma lista completa de características que descrevam
apropriadamente cada teólogo liberal daquela era. Por isso, a melhor maneira
de definir a teologia liberal clássica é estudá-la historicamente - através de seus
pensadores mais representativos. Há três pensadores que se destacam como
os mais representativos da essência da teologia liberal do final do século 19 e
início do século 20: Albrecht Ritschl, Adolf Hamack e Walter Rauschenbusch.

A Teologia Liberal Clássica

Que características esses teólogos compartilhavam e o que os englobaram em


um movimento coeso?

Um quadro geral:

a) Antes de mais nada é preciso entender que a teologia cristã precisava


adaptar-se à nova mentalidade científica e filosófica sem se perder.
Assim, a teologia liberal caracterizou-se, nas palavras de Claude Welch
“pelo reconhecimento máximo das afirmações do pensamento
moderno”.
b) Uma segunda característica da teologia liberal era sua ênfase na
liberdade que o pensador cristão possuía, como indivíduo, de criticar e
reconstruir crenças tradicionais. Isso implicava uma rejeição da
autoridade da tradição ou da hierarquia da igreja e do controle exercido
por elas sobre a teologia. É claro que nem todos os teólogos liberais
eram rebeldes. Aliás, a maioria deles possuía uma profunda
compreensão da natureza comunal da verdade cristã. Ainda assim,
estavam resolvidos a exercer o direito de romper com as crenças
tradicionais quando isso parecia correto e necessário.
c) Em terceiro lugar, a teologia liberal concentrava-se na dimensão prática
ou ética do Cristianismo. Ritschl e seus seguidores tinham a tendência
de evitar aquilo que consideravam especulação vazia e tentavam
moralizar a doutrina centrando todo o discurso teológico em torno do
conceito do reino de Deus.
d) Em quarto lugar, a maioria dos teólogos liberais procurava basear a
teologia em alguma outra fundação que não fosse a autoridade
absoluta da Bíblia. Acreditavam que o dogma tradicional da inspiração
sobrenatural das Escrituras havia sido irremediavelmente enfraquecido
pela pesquisa histórico-crítica. Não apenas as tradições da igreja, mas
também grande parte da própria Bíblia são como a "‘palha do milho”,
que esconde dentro de si os “grãos” preciosos da verdade imutável.
e) O elemento final, que era talvez o fundamento inconsciente de todas
as outras características, era o movimento contínuo da teologia liberal
em direção à imanência divina às custas da transcendência. Esse
movimento iniciado pelo Iluminismo continuou durante a época dos
grandes pensadores alemães do início do século 19. É claro que
Ritschl e outros teólogos liberais não buscavam intencionalmente a
dissolução da transcendência de Deus em favor da imanência - essa
ênfase à imanência faz mais parte do legado de Ritschl do que dos
seus objetivos.

A Vida e a Carreira de Albrecht Ritschl:

Albrecht Ritschl foi uma figura-chave para a teologia liberal do final do século 19.
Apesar de não poder ser comparado a Schleiermacher em termos de
originalidade, criatividade ou influência duradoura, ele exerceu uma influência
tão grande entre 1875 e 1925 que o ritschlianismo tornou-se praticamente
sinônimo do protestantismo liberal. Assim, enquanto Schleiermacher fundou uma
época da teologia, mas não uma escola, Ritschl fundou uma escola, mas não
uma época.

a) Albrecht Ritschl nasceu em 1822 na família de um bispo da igreja


protestante prussiana. Quando criança, interessava-se pela música e logo
cedo em sua juventude mostrou grande capacidade intelectual. O jovem
Ritschl começou seus estudos teológicos em Bonn e continuou-os em
Tübingen e Halle, acabando por voltar para Bonn, a fim de concluir seu
preparo acadêmico. Durante sua formação universitária, foi influenciado
por Schleiermacher, Kant e F. C. Baur, um estudioso hegeliano do Novo
Testamento.
b) Apesar de ter publicado muitos artigos e livros, a obra mais importante de
Ritschl foi um tratado de três volumes intitulado A Doutrina Cristã da
Justificação e Reconciliação, lançado em etapas entre 1870 e 1874. Seu
tradutor para o inglês, o teólogo escocês H. R. Mackintosh, comentou
sobre ela: “Depois que Schleiermacher publicou sua obra Christliche
Glaube [A Fé Cristã], em 1821, nenhum tratado dogmático deixou marcas
tão profundas no pensamento na Alemanha e por todo o mundo como
este”.

O Método Teológico de Ritschl:

a) Assim como no caso de Schleiermacher, muita da importância de Ritschl


para a teologia moderna encontra-se em sua abordagem da teologia e
não nas suas propostas doutrinárias específicas. No final do século 19, o
Cristianismo parecia estar perdendo cada vez mais terreno para as
ciências seculares. A teologia cristã tradicional estava sitiada por forças
como o materialismo e o positivismo.
b) Ritschl acreditava que o conflito entre a teologia e a ciência surgia por não
se distinguir adequadamente entre o que era conhecimento “científico” e
“religioso”. Ele afirmava que o conhecimento científico busca a
objetividade teórica pura, é a desinteressada cognição das coisas em si.
Esse conhecimento procura compreender a natureza interna da realidade
de um ponto de vista neutro.
c) O conhecimento religioso está ligado ao valor das coisas para atingir o
bem maior do indivíduo. Uma outra forma de descrever essa distinção é
dizer que, para Ritschl, o conhecimento científico só pode ser sobre a
forma como as coisas são, enquanto o conhecimento religioso é sempre
também sobre a forma como as coisas deveriam ser. Esses julgamentos
não podem e nem devem ser desinteressados ou neutros.
d) Ritschl seguiu Kant ao procurar eliminar a metafísica de dentro da teologia
e aproximar ao máximo a religião da ética. Ele rejeitou todas as
especulações sobre a natureza de Deus em si, isoladas de seu impacto
sobre os seres humanos (apesar de, nesse caso, ter apelado mais para
Lutero do que para Kant). Porém, Ritschl diferiu de Kant ao declarar que
Deus é conhecido de fato através de seus feitos.

Deus e o Reino de Deus:

a) A doutrina acerca de Deus apresentada por Ritschl foi profundamente


afetada por sua metodologia teológica. A primeira e mais forte
evidência disso é que ele tinha muito pouco a dizer sobre Deus em si.
Ele afirmava que a teologia cristã só estava interessada no impacto
que Deus tem sobre as pessoas e no julgamento apropriado deste
julgamento.
b) Ritschl também não falou muito sobre a Trindade, por exemplo, pois a
via como uma doutrina sobre o ser interior de Deus, estando acima e
além da relação de Deus com o mundo, sendo, portanto, uma doutrina
impossível de se articular em termos de julgamento de valores.
c) Assim, ele também não via nenhum papel positivo para os atributos
metafísicos tradicionais de Deus como a onipotência, a onisciência e
a onipresença. Apesar de não negá-los explicitamente, parecia
dispensar os atributos, considerando-os parte da esfera do
conhecimento teórico e não religioso. Para Ritschl, a principal
afirmação teológica do Cristianismo é “Deus é amor”.
d) Ritschl estava muito mais interessado no reino de Deus do que no
próprio Deus. Jesus havia proclamado o reino de Deus, que, de acordo
com Ritschl, é a unidade dos seres humanos organizados de acordo
com o amor.12 A fé cristã apropria-se desse reino revelado em Jesus
como sendo o bem maior da humanidade. A fé, portanto, conhece o
Deus proclamado por Jesus como sendo amor. Fora isso, ela não tem
nenhum interesse no “ser de Deus”.

Apesar de reconhecer a transcendência de Deus, essa identificação do


ser de Deus com o desenvolvimento de seu reino no mundo leva a teologia de
Ritschl para a direção da imanência. Certamente, teólogos liberais que vieram
depois dele chegaram a essa conclusão e, no geral, a ênfase da doutrina do
liberalismo acerca de Deus estava na imanência dentro da História e não na
transcendência sobre ela.

Pecado e Salvação:

Para Ritschl, o reino de Deus também é o significado interior das doutrinas do


pecado e da salvação. Tendo em vista que o reino de Deus é considerado pelos
cristãos como o bem maior, a teologia deve entender como pecado aquilo que
se opõe a esse reino.

a) A visão de que o pecado é, inicialmente, um ato intencionalmente errado


torna esse conceito trivial. O pecado também não é uma disposição
inerente para o mal, já que essa visão remove o elemento da
responsabilidade.
b) No lugar da doutrina tradicional do pecado, Ritschl propôs a existência de
um “reino de pecado”, “uma teia de ações e reações pecaminosas que
surge a partir da inclinação egoísta de todo homem e aumenta ainda mais
essa tendência”. O pecado é, antes de mais nada, egoísmo. Seu caráter
essencial está na contradição do ideal humano de unidade centrado em
tomo do amor, que é o reino de Deus. Porém, esse pecado não é herdado.
Ele é universal, mas não existe outra explicação para sua universalidade
além do fato de que todos os indivíduos pecam.
c) A salvação é, inicialmente, o pleno frutificar do reino de Deus na terra. Em
consequência disso, o Cristianismo não é uma religião de outro mundo,
mas sim a religião de um mundo em transformação através da atuação
ética inspirada pelo amor.

É em suas doutrinas sobre o pecado e a salvação que fica mais evidente o


aspecto “terreno” da teologia de Ritschl. Ele acreditava que a salvação não é,
em primeiro lugar, uma questão de se atingir um estado abençoado no pós-vida
- apesar de jamais haver negado esse estado.

Cristologia:

A cristologia clássica, de acordo com o Credo de Calcedônia (451 d.C.),


afirma que Jesus Cristo foi a única pessoa a ter duas naturezas distintas – a
humana e a divina. Sua natureza divina consiste em sua “divindade”.

a) Ritschl rejeitava firmemente essa formulação tradicional sobre a divindade


de Jesus, afirmando que ela era científica e não religiosa.16 Ele
argumentava que essa formulação não é um julgamento sobre o valor de
Jesus, mas uma asserção desinteressada acerca de algo que Jesus
supostamente já possuía antes de qualquer impacto que ele teve sobre
as pessoas e independente disso.
b) De acordo com ele, a verdadeira avaliação de Jesus está interessada em
sua conduta histórica, em suas convicções religiosas e em seus motivos
éticos e não em suas supostas qualidades inatas ou em seus poderes,
“pois é através das primeiras características mencionadas e não destas
últimas é que ele exerce uma influência sobre nós”.
c) Assim, Ritschl argumentava que a afirmação da divindade de Jesus é um
julgamento que os cristãos fazem tomando por base o valor de sua vida
ao efetuar a salvação. Pelo fato de ter se transformado no portador único
do reino de Deus, ele é visto pelos cristãos como tendo o mesmo valor
que Deus.
d) Ritschl interpretava a divindade de Jesus como a “vocação” singular dada
a ele por Deus, seu Pai, para que fosse a incorporação perfeita do reino
de Deus entre os homens - uma vocação que Jesus cumpriu com
perfeição. Por ter tomado essa tarefa e cumprido essa vocação exclusiva
com perfeição, sua pessoa tomou-se a influência histórica que possibilita
a realização do bem maior de Deus e da humanidade. Assim, os cristãos
confessam que Jesus é “Deus”, pois esse é o julgamento de seu valor
baseado no impacto de sua vida para Deus e para a humanidade.
Ritschl recusava-se a discutir a origem da singularidade do caráter do “Reinado
Profético” de Jesus. Porém, ele não se conteve e discutiu o conceito da
preexistência de Cristo.

... como Fundador e Senhor do Reino de Deus, Cristo é


objeto do conhecimento eterno e da vontade de Deus tanto
quanto o é a unificação moral da humanidade, que se fez
possível através Dele e da qual Ele é protótipo; ou ainda,
que, não apenas no tempo, mas também na eternidade do
conhecimento e na vontade Divina, Cristo precedeu Sua
comunidade.

e) Em outras palavras, para Ritschl, Cristo já existia apenas no sentido de


que suas obras são eternamente conhecidas por Deus e fazem parte da
vontade do Pai. Essa afirmação da preexistência ideal de Cristo parece
transgredir descaradamente os limites estabelecidos pelo próprio Ritschl
para a teologia.

Avaliação:

A reputação de Ritschl como teólogo moderno de importância duradoura


foi questionada durante a metade do século 20, em grande parte por causa das
críticas devastadoras de pensadores neo-ortodoxos como Karl Barth e Emmil
Brunner.

A relevância de Ritschl:

Numa era em que a teologia cristã era cada vez mais acusada de ser
irrelevante ao progresso ético devido à sua concentração em um outro mundo,
Ritschl usou de sua capacidade espiritual e intelectual para mostrar o poder
moralizador da verdade cristã central da redenção da humanidade no reino de
Deus. Como resultado de sua influência, toda uma geração de pastores e
professores cristãos desenvolveu o “evangelho social”.

a) Conforme a observação de Richmond: “em certos pontos, a teologia de


Ritschl parece confinar a religião a uma área restrita própria e deixar para
a ciência e filosofia “não-religiosas” (ou seja, profanas) o universo mais
amplo do ‘conhecimento humano’.
b) Richmond define o problema dizendo: “Ritschl e seus contemporâneos do
século 19 não entendiam a natureza divina de Cristo em termos de
substância e nem de consubstancialidade com Deus, simplesmente
porque esses termos haviam se tornado incompreensíveis, para não dizer
sem sentido, na Alemanha pós-iluminista”.
c) Em outras palavras, assim como os outros pensadores liberais, Ritschl
estava inclinado a aceitar o consenso da sociedade moderna, educada e
pós-iluminista como norma para a teologia. Isso levou Barth e outros
críticos da teologia liberal no século 20 a chamar o pensamento de Ritschl
- de modo rude, porém um tanto merecido - de “protestantismo de
cultura”.

Adolf Harnack:

Conforme observamos anteriormente, a teologia de Ritschl deu origem a


toda uma escola de teólogos liberais, cuja influência permeou as principais
igrejas protestantes da Europa e da América entre o final do século 19 e o início
do século 20. Dois membros da escola Ritschliana destacam-se pelas formas
criativas como desenvolveram ideias a partir de seus fundamentos: o estudioso
alemão Adolf Harnack e o professor americano de origem alemã Walter
Rauschenbusch.
Adolf Harnack foi, talvez, o mais brilhante e popular defensor da teologia
liberal protestante na virada do século. Ele foi professor de história da igreja na
Universidade de Berlim de 1888 até aposentar-se, em 1921. Suas palestras
atraíam centenas de alunos e seus escritos (aproximadamente mil e seiscentos
títulos) eram grandemente aclamados no mundo acadêmico. Harnack era amigo
íntimo do Imperador Wilhelm da Alemanha, que deixou a seu encargo várias
instituições culturais importantes, incluindo a Biblioteca Real de Berlim.
Em 1914, ele recebeu do Imperador o título de cavaleiro. Harnack, que
escreveu o discurso imperial para o povo alemão anunciando o início da Ia
Guerra Mundial, apoiava fortemente a política de guerra do Imperador. Este foi
um dos fatores que fez com que seu mais notável aluno, o teólogo suíço Karl
Barth, se voltasse contra ele.

Buscando os “grãos” na palha das escrituras:


Harnack procurou identificar o cerne (“os grãos”) do Cristianismo
autêntico, que ele chama de “Evangelho”, e separá-lo da palha - as formas
culturais através das quais ele é comunicado no Novo Testamento e nas
tradições históricas da cristandade.32 Ele propôs a tese de que Jesus proclamou
a mensagem sobre Deus, o Pai, e não sobre si mesmo: “O Evangelho, conforme
foi proclamado por Jesus, tem a ver somente com o Pai e não com o Filho”.

a) Harnack encontrou muito pouco do evangelho no Antigo Testamento.


Até mesmo no Novo Testamento, ele se apresenta incrustado com
histórias fantásticas de milagres, anjos, demônios e catástrofes
apocalípticas.
b) Ele argumentava que, ao longo da história, a igreja havia sido coberta
com a palha de conceitos filosóficos estranhos a ela, como a
identificação grega do Logos com Cristo.

Walter Rauschenbusch:

Harnack recusava-se a aplicar o ideal do reino de Deus a questões


políticas específicas; ele chegou a criticar duramente aqueles que desejavam
usar esse ideal para alimentar movimentos revolucionários de Reforma. Walter
Rauschenbusch, pelo contrário, gastou a maior parte de sua energia criativa
como teólogo fazendo justamente isso.
Rauschenbusch era filho de um pastor luterano alemão que se tornou
batista logo depois de emigrar para os Estados Unidos. Walter passou por uma
experiência profunda de conversão ainda aos nove anos de idade. Tendo sentido
o chamado de Deus para o ministério, ele freqüentou o Rochester Seminary em
Nova York, onde seu pai havia se tornado professor no departamento de língua
alemã. O primeiro cargo do jovem pastor foi em Hell’s Kitchen, uma parte
extremamente pobre da cidade de Nova York. Lá, ele envolveu-se com o
crescente movimento socialista e ajudou a fundar um jornal socialista religioso.
Em 1891, Rauschenbusch passou vários meses estudando o Novo
Testamento na Alemanha, onde recebeu influência da ênfase Ritschliana sobre
o reino ético de Deus como coração e alma do evangelho. Quando voltou para
os Estados Unidos, envolveu-se por completo no recém-criado movimento do
“evangelho social”, tornando-se seu expoente de maior competência teológica e
principal proclamador.

a) Rauschenbusch publicou a obra que acabaria por tornar-se a teologia


sistemática do movimento do evangelho social, A Theology for the
Social Gospel [Uma Teologia para o Evangelho Social], em 1917.
b) Nela, procurava redefinir cada uma das principais doutrinas cristãs em
termos de realidade social e histórica do Reino do Amor, que, para ele,
equivalia à “humanidade organizada de acordo com a vontade de Deus”.
c) O significado principal de Jesus, por exemplo, encontrava-se no novo
conceito de Deus que ele ofereceu à humanidade. Ao invés de retratar a
Deus como um monarca, Jesus “democratizou a concepção de Deus” ao
tomá-lo pela mão e chamá-lo de “Pai”. Assim, Rauschenbusch definiu a
salvação como “a socialização voluntária da alma”.
d) O movimento do evangelho social americano representou a expressão
mais prática e concreta da teologia liberal clássica. A maior parte dos
métodos teológicos e temas fundamentais desse movimento tem suas
origens em Ritschl, mas esses eram combinados com um fervor
evangélico pela reforma social que não existia na teologia liberal europeia.
Apesar do liberalismo continuar a ser uma força que merece
reconhecimento, a Ia Guerra Mundial destruiu uma grande parte da teologia
liberal clássica e, com ela, o evangelho social. Uma nova forma de teologia
protestante, a neo-ortodoxia, iria dominar as próximas décadas. O novo
movimento criticava duramente a teologia liberal de pensadores como Ritschl,
Hamack e Rauschenbusch. Um dos expoentes dentre os novos pensadores, H.
Richard Niebuhr, elaborou a frase que hoje em dia é considerada a condenação
clássica do liberalismo:
... “Um Deus sem ira trouxe homens sem pecado a um reino sem
julgamento através das ministrações de um Cristo sem cruz”.

Por detrás de todas as outras insatisfações com a teologia liberal, havia o


medo da neo-ortodoxia de que a ênfase liberal no reino de Deus dentro da
História acabaria por dissolver Deus no mundo. O esforço humano passaria,
então, a substituir a soberania divina e uma apoteose pouco sutil da humanidade
tomaria o lugar da adoração ao santo Deus.

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