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DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA
São Luís-MA
2017
MECANISMOS VIRAIS DE EVASÃO DA RESPOSTA IMUNE
VARIAÇÕES ANTIGÊNICAS
INDUÇÃO DE TOLERÂNCIA
Os estudos sobre as relações entre vírus e célula e sobre a biologia dos vírus permitiram
esclarecer vários mecanismos usados pelos vírus para alterar o sistema imunológico, o que leva
a deficiências na resposta imunológica causando a imunossupressão. Cada vírus prepara uma
estratégia exclusiva, conforme a sua biologia, Dentre os mecanismos gerais, estão a produção de
proteínas que coíbem a função das citocinas e protegem a célula infectada do IFN-I e TNF-a, a
destruição, infecção ou alteração dos linfócitos T e B, eliminação, inibição ou indução da
maturação das células dendríticas, o que altera o nível de secreção de citocinas e de expressão
de receptores nas DCs, o que resulta em perda nas suas relações com as células do sistema
imunológico, principalmente os linfócitos T e interferência com a manifestação de antígenos,
inibindo a ação das proteínas TAP- 1 e TAP-2 e inibição da formação do complexo peptídeo-
MHC-I no retículo endoplasmático (RE);
As primeiras respostas na infecção pelo vírus da hepatite B não são específicas, sendo
mediadas pelas células imunes que reconhecem as células infectadas e retribuem com a
produção de IFN α/β e IFN γ, que interferem na síntese viral por indução de diversas proteínas e
recrutam e ativam macrófagos e as células de Kupffer, que secretam TNF e IL-12 que ativa a
célula NK, que também são ativadas após reconhecerem que o complexo de
histocompatibilidade classe I está expresso fracamente ou não estão expressos e irão agir
eliminando as células infectadas diretamente através de lise celular ou mediada pela produção
de TNFe IFN γ. As células de Kupffer são essenciais na inibição da replicação do vírus da
hepatite B através da formação de IFN α/β, TNF, e IFN γ, além do recrutamento de linfócitos T
e células NK (BARONE; VISO, 2006).
A resposta celular contra o vírus da hepatite B é mediada por linfócitos T, que são
responsáveis pela lesão hepática tanto na fase aguda como na fase crônica da doença. A resposta
imune adaptativa ao vírus da hepatite B é detectada muitas semanas depois da inoculação e é
iniciada com um aumento da replicação viral, podendo, nesse período, serem detectados
linfócitos T específicos, tanto CD4+ como CD8+. Estudos sugerem que os hepatócitos
requerem altas doses de antígenos do vírus da hepatite B para induzir a produção de IFN γ por
linfócitos T CD8+ ativados, já que na presença de pequenas quantidades de antígenos AgHBs
ou AgHBe, os hepatócitos preferencialmente estimulam a degranulação dos linfócitos CD8+ e
há pouca expansão clonal e pouca apoptose. Linfócitos T CD4+ reconhecem os antígenos
peptídicos exógenos através de moléculas de MHC-II de células apresentadoras de antígeno
(APC). Por outro lado, são linfócitos T CD8+que reconhecem e direcionam as células novas que
exibem antígenos virais sintetizados endogenamente apresentados por moléculas de MHC-I
(BARONE; VISO, 2006; CHANG, 2010).
Ocorre uma falha na resposta específica dos linfócitos T nos pacientes cronicamente
contaminados que adquirem vírus da hepatite B na idade adulta. A alta ativação de linfócitos T
causada por altos níveis de antígenos virais podem resultar num desgaste de células T e até
mesmo deleção clonal. A extensão dessas vias imunes inibitórias pode mudar o estado da
hepatite crônica de imunotolerante a imunoativo e estado de portador sadio à cirrose. As células
T podem ocultar células efetoras específicas para vírus da hepatite B pela persistência do vírus
da hepatite B com a associação da indução de células T regulatórias. A frequência de células T
regulatórias esteve ampliada no sangue periférico e no fígado de pacientes infectados com vírus
da hepatite B sendo que a frequência de células T regulatórias circulantes correlacionou-se com
altos títulos de carga viral. Em paciente com hepatocarcinoma celular associado ao vírus da
hepatite B, a frequência de célula T regulatória circulante também foi correlacionada com a
progressão da doença e mortalidade (BARONE; VISO, 2006; CHANG, 2010).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHANG, K. M. Hepatitis B Immunology for Clinicians. Clin. Liver. Dis., Philadelphia, v. 14,
n.3, p. 409-424, Aug. 2010.
KLEIN, J.; HOREJSI, V. Defence against invaders. In: ______. Immunology. 2. ed. Malden,
MA: Backwell Science, Cap. 21, p. 532-595,1997.
KLEIN, J.; HOREJSI, V. T-Lymphocyte and natural killer cell responses. In: ______.
Immunology. 2. ed. Malden, MA: Backwell Science, Cap. 16, p. 465-482, 1997.