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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB

Avaliação da UNIDADE I - Parte II – Valor 5,0 – Data de Entrega 23/03/2019


Disciplina: Introdução à Filosofia
Curso: Direito - Noturno
Profa: Scheila Cristiane Thomé
Alunas: Juliane Moreira Gomes e Thayná Ribeiro Silva

1. Como Platão define os sofistas no seu diálogo “O Sofista”?

Platão, grande filósofo grego que viveu entre 428/427 a.C. a 348/347 a.C.,
foi um dos maiores representantes do gênero dialógico na Grécia Antiga. Os
críticos filosófico-literários costumam dividir a sua obra em três fases: a juvenil,
período de formação das doutrinas platônicas, a intermediária, na qual o filósofo
escreveu algumas das suas grandes obras como: A República, Banquete e
Fédon, e a fase posterior, que demonstra um amadurecimento estilístico em
trabalhos como: Sofista, O Político e As Leis.
De acordo com Daniel Rossi Nunes Lopes, professor da Universidade de
São Paulo, foi a obra Protágoras, obra da fase juvenil de Platão, que primeiro
tratou das diferenças entre os conceitos de filósofo e sofista. Porém, apenas na
terceira fase da sua carreira, Platão conseguiu distinguir de forma mais clara
essas distinções. Segundo Lopes, em “Sofista”, esta categoria de pensadores “é
apresentada como o falso filósofo, que professa o falso saber, e que, por isso se
encontra no âmbito do não-ser, em contraposição ao filósofo, que se encontra
no âmbito do ser”. Apesar de a distinção entre os dois conceitos estar presente
em vários níveis, José Tadeu Arantes, da Agência Fapesp acredita que “o ponto
fundamental que os distingue é o fato de o sofista ser um profissional que
apregoa poder ofertar ensinamentos em troca de dinheiro”.
A sofística apresenta como algumas de suas características mais
importantes: o objetivo de preparar os jovens para a disputa política e jurídica; a
preocupação primordial com a forma no lugar do conteúdo do discurso; o uso da
retórica como técnica de persuasão e da própria sofística como instrumento de
manipulação, desenvolvimento da noção de prova devido à sua postura
relativista quanto à questão “saber” e da “verdade” e o privilégio da opinião doxa,
que consiste em uma crença ingênua, a ser superada para a obtenção do
verdadeiro conhecimento.
A obra “O Sofista”, datada de cerca de 367 a.C., aponta uma série de
definições de Platão por meio de um diálogo lógico-discursivo através de quatro
personagens: Teodoro, Sócrates, Teeteto e o Estrangeiro de Eleia ou ainda o
Hóspede de Eleia, visitador oriundo da cidade natal de Parmênides, que na
verdade é o próprio Platão encarnando esse personagem. A conversa é então
comandada pelo Estrangeiro de Eleia; Sócrates, por sua vez, se mantém calado,
e o jovem filósofo Teeteto apenas concorda com as ideias, desempenhando um
papel secundário no diálogo.
O debate é iniciado por Teodoro que se dirige a Sócrates e apresenta a
ele um estrangeiro vindo de Eleia, conhecido de Zenão
e Parmênides. Em determinado momento da conversa o estrangeiro propõe que
se proceda a definição de “sofista”, de forma que os presentes saibam sua
natureza. Porém, isso não acontece com brevidade, pois o estrangeiro, antes,
inicia um tipo de “aquecimento” intelectivo. Ele vai subdividindo cada aspecto em
mais dois, tomando aquele para análise e o subdividindo novamente; e assim,
após um exame dicotômico de cada possibilidade antecedente, continua até
chegar ao ponto principal da questão – o pescador com anzol – e finaliza o
processo de introdução à discussão. Neste ponto do debate, o sofista já fica
definido como um pescador.
Ademais, durante a condução do diálogo, Teeteto e o Estrangeiro de
Eléia entram em acordo para não mais titularem os sofistas como meros leigos,
e então, o Hóspede de Eleia (Platão) indica seis definições de sofista:
1: Na primeira definição o sofista é considerado um caçador
interesseiro de jovens ricos. O estrangeiro retoma a ideia do pescador com o
anzol – trazida no início da discussão – e o compara com o sofista, enquanto
aquele fisga sua caça aquática de forma violenta, este captura sua presa
doméstica pela arte da persuasão;
2: Numa segunda parte, Platão apregoa que o sofista é um
comerciante – por atacado – das ciências. Com a imprecisão da primeira
definição, que é simplória diante de toda a complexidade da sofística, o filósofo
que “interpreta” o estrangeiro informa nessa nova caracterização, que o sofista
é aquele que troca o conhecimento por dinheiro, da mesma forma que um
comerciante vende frutas ou legumes, ou seja, o conhecimento se torna uma
mercadoria e o sofista um mercador;
3 e 4: A terceira e quarta definições se unem e o sofista é tratado
como um pequeno comerciante de primeira ou de segunda-mão, que é
comparado com aquele que vende de sua própria produção ou da produção de
terceiros no varejo;
5: A quinta caracterização é a do erístico mercenário. Neste
período o Hóspede de Eleia aponta que o sofista é um erístico que emprega a
arte erística da contestação e do combate, sem se importar com a verdade, com
o único objetivo de ganhar o litígio. Como leciona essa arte com interesses
financeiros, vendendo o seu conhecimento em disputas privadas, conclui-se que
seria um Erístico Mercenário;
6: Por fim, Platão propõe uma sexta definição, dessa vez, muito
mais intensa, e abrangente: a do sofista como o refutador. Através das suas
arguições, este obtém resultado de método autêntico e genuinamente nobre,
pois na medida em que a tudo contesta, purifica as almas das opiniões que são
um obstáculo às ciências. A purificação consiste na arte de separar, mas no
sentido exclusivo de dissociar e reter o melhor, rejeitando o pior.

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