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Introdução

Este artigo tem como objetivo analisar os impactos dos chamados “Paraísos
Fiscais” em uma economia capitalista subdesenvolvida (como o Brasil) e relacionar as
principais ideias do autor estudado na disciplina, Nurkse, sobre o tema. Começaremos
conceituando o que são paraísos fiscais, onde são localizados e como esta prática
beneficia a população mais rica e, consequentemente, prejudica os mais pobres.
Relacionando estes fatos, com a teoria de Desenvolvimento Econômico Equilibrado
por Nurkse, conhecido principalmente pelo seu paradoxo que dizia que “os países são
pobres porque são pobres”. Estaria a pratica de paraísos físico de acordo com a teoria
escrita pelo autor? E por fim, o liberalismo econômico, ideia tão ascendente a partir da
década de 70, como é a sua visão e suas criticas diante desta prática.
Desenvolvimento

No ano passado, um estudo concluiu que 1% da população global detém mesma


riqueza dos 99% restantes. Afinal, o que estaria por trás de tamanha acumulação de
capital? Seriam o grande esforço e genialidade dos empresários que gerarem lucros
tão grandes capazes de deter tanta riqueza? Na verdade há uma vista gama de
teorias e explicações para este fato. Uma delas, é que as práticas de paraísos fiscais
estariam diretamente relacionadas ao acumulo de riquezas. Mas afinal, o que é um
paraíso fiscal? “É um país que cobra pouco ou nenhum imposto de pessoas ou
empresas interessadas em guardar seu dinheiro por lá. São lugares cuja legislação
autoriza esse tipo de transação. Para o país, mesmo cobrando taxas inferiores à
maioria dos outros países, ser um paraíso fiscal rende ganhos com serviços e
empregos, já que as instituições financeiras têm sede nesses locais.” (Nexo Jornal,
São Paulo, 04 de Abril de 2016). Ou seja, adotam uma política flexível no que se
refere à cobrança de impostos para o capital que é depositado em suas instituições
financeiras e, além disso, acaba garantindo o anonimato ou sigilo da composição
acionária das empresas.

Não há um conceito de paraísos fiscais de ampla aceitação por as empresas ou


bancos estarem buscando benéficos tributários, natureza não cooperativa (práticas
comercias ilegais) e burlar o fisco por não exigir garantias acerca de sua origem sendo
atrativos para a lavagem de dinheiro obtido com atividades ilícitas gerando
consequências que afetam a economia mundial. Portanto, são lugares, espalhados
pelo mundo, onde as grandes transnacionais tem a oportunidade de garantir impostos
mínimos diante dos lucros de seus investimentos, e é comum a pessoa
jurídica/empresa, por meio da criação de uma companhia offshore, a aplicar ou
movimentar o dinheiro.

De acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento


Econômico), existem mais de 40 lugares no mundo que se encaixam na definição de
paraíso fiscal. Eles variam de países como a Suíça a territórios britânicos como a Ilha
de Jersey e a Ilha de Man. Até alguns Estados americanos são paraísos fiscais:
Delaware, Nevada e Wyoming se beneficiam do sistema federativo e tem legislações
fiscais bem generosas e os métodos para fiscalizar variam em cada país. A legislação
brasileira impõe que aquele cidadão que quer “aplica dinheiro no exterior precisa
declarar os valores à Receita Federal e ao Banco Central. O governo brasileiro cobra
25% de imposto do contribuinte que envia dinheiro para países considerados paraísos
fiscais (Nexo Jornal, São Paulo, 04 de Abril de 2016).”.
Diante aos conceitos apresentados, percebe-se a preferência em praticar essas
ações de transações financeiras nestes lugares e o quanto é comum para estes
grupos de pessoas ou instituições. O benefício foi relatado para aquela determinada
situação e se for observar a outra esfera, a redução do imposto implicaria à vida das
pessoas que precisam e utilizam o assistencialismo do governo. Nesse sentido, o
principal argumento é que “estocando suas riquezas em paraísos fiscais, empresas e
pessoas evitam impostos nos países onde eles fazem negócios e ganham dinheiro.
Isso priva governos locais de recursos para serviços públicos e projetos de
infraestrutura (BBC Brasil, São Paulo, 9 novembro 2017)”. Ou seja, a falta do
arrecadamento destes impostos que deveria ser feito pelo governo (adquiridos dos
altos ganhos de lucros pelas empresas dentro do país), reflete diretamente e
significativamente o bem-estar da população que, principalmente, em países
subdesenvolvidos carecem por benefícios que são direitos de todos os cidadãos
como: saneamento básico, educação, saúde, infraestrutura e entre outros. Além de
afetar o investimento público pela falta de recursos, muitas vezes pela má gestão
aplicada nesses tipos de países, acaba ocorrendo um aumento no imposto do cidadão
comum, para que o mínimo seja implementado por politicas governamentais. Além do
mais, como sabemos, a ocorrência de crises financeiras em regiões em
desenvolvimento são mais comuns, seja pela moeda instável, por falhas nas
implantações de medidas econômicas ou até mesmo choques externos. Todos esses
fatores, geram inflação, outro maleficio que recai ainda mais para as pessoas com
rendas inferiores, porque como sabemos, no Brasil, a maior parte dos impostos são
cobradas em cima de produtos e serviços e uma variação significativa, pode ser
crucial para essas famílias.

Exemplo de aplicação em países fiscais foi quando Mauricio Macri, presidente da


Argentina, era diretor de uma empresa offshore com sede nas Bahamas (mesmo que
em sua campanha eleitoral, defendia medidas mais duras contra a corrupção entre
políticos). “Na América Latina, os danos foram calculados por um relatório da Cepal
(Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe): a evasão fiscal de empresas
e pessoas gerou uma perda de US$ 190 bilhões em 2014 - ou 4% do PIB (BBC
Brasil).”. Portanto, há dados que comprovam a evasão e mesmo que a consequência
pela falta de investimento interno não tenha sido calculada, não é preciso muito para
percebemos os reflexos que toda a região tem sofrido, principalmente, os mais pobres.

No continente ao lado, constata-se que na África, as receitas perdidas por


decorrência da evasão de impostos, são estimadas em US$ 14 bilhões por ano. “Esse
dinheiro, de acordo com a Oxfam (confederação de ONGs que lutam contra a
pobreza), poderia cobrir os custos de cuidados com a saúde de quatro milhões de
crianças e empregar professores suficientes para educar todas as crianças do
continente. Estima-se que a África perca mais dinheiro com evasão fiscal do que
recebe de ajuda internacional (BBC Brasil, São Paulo, 9 novembro 2017).”.

Percebemos então, o tamanho do beneficio para as empresas com a prática de


declaração em paraísos fiscais e por outro lado as grandes consequências pelas
evasões de impostos em territórios subdesenvolvidos. Será que é possível superá-los?
Apesar da ocorrência de reuniões e acordos entre as principais economias mundiais
para controlar ou ao menos minimizar os “rombos” fiscais consequentes, muitos
destes agentes são beneficiados (como o caso do Reino Unido e alguns estados dos
EUA) e dessa forma, não se posicionam totalmente contra esta pratica até porque, o
uso de paraísos fiscais não é necessariamente ilegal. Porém, com as crescentes
repercussões negativas, seja a maior fragilidade causada em países e continentes em
desenvolvimentos, ou pelo vazamento de informações sigilosas, cada vez mais, os
agentes acreditam na necessidade de debater e procurar medidas para encontrar
meios de minimizar os problemas encontrados.

Para o autor, Nurkse, muito conhecido pelo seu polêmico paradoxo de que “os
países são pobres porque são pobres”, o autor acredita que “o crescimento de um
determinado país fica limitado pelo tamanho de seu mercado interno. Como o
crescimento é pequeno (em termos de produção ou renda), os investimento ficam
muito restritos nos países subdesenvolvidos (pet economia UFPR)”. Um fator que
agrava a situação desses países é a insuficiência de recursos financeiros. Ou seja, os
baixos níveis de poupança e renda, a reduzida acumulação (para investimento) e
produtividade e insuficiente nível de renda per capita formam um “ciclo vicioso”, pois
os países não aumentam sua produção por não haverem meios de investimentos.
Dessa forma, os capitais deveriam se distribuir numa mesma proporção entre as
indústrias, haja visto o crescimento da demanda por diferentes bens, esta ideia ficou
conhecida como “Teoria do Crescimento Equilibrado”. Assim, as empresas cresceriam
juntas e gerariam renda para produziriam para outros bens que seriam adquiridos por
outros empregados, e quanto maior fosse o mercado, maior seria o crescimento e a
expansão da economia e dos investimentos. Ou seja, crescimento equilibrado tem por
fim de aumentar o tamanho do mercado e criar estímulos adicionais aos
investimentos.
Relacionando as ideias do autor com o fato e as consequências adquiridas das
praticas ocorridas em paraísos fiscais, é possível perceber que, mesmo que hoje em
dia há países essencialmente rurais e outros que houveram uma grande mudança
estrutural (principalmente no século anterior com a ascensão da industrialização), os
investimentos que para Nurkse, devem ser a força motora para gerar maior incentivo e
produtividade em setores industriais e posteriormente aumentar a renda do país, na
realidade atual não passa da primeira etapa. Ou seja, há incentivos (como no Brasil),
de qualificar a mão de obra e posteriormente essa mão de obra vai para os setores
produtivos (não levando em conta os grandes períodos de desemprego), desta forma
as empresas conseguem adquirir lucros obtidos da maior produtividade, porem, a
repartição desse “prêmio” é estagnada em paraísos fiscais. Na verdade, apenas uma
parte vai para o investimento ou consumo de bens dos empresários internamente, mas
em grande parcela (a que deveria ser recolhida pelo governo, para implementar
programas visando melhorias para toda a população), é perdida, gerando uma
concentração de renda abundante.

Pode-se dizer que esses autores, como Nurkse, Rodan, Lewis, que vêem na
industrialização a possibilidade de um arranco tecnológico, como meio para gerar
desenvolvimento, não previram que nem sempre, ou quase nunca, os detentores de
lucros (capitalistas/empresários) iriam decidir usar o dinheiro adquirido para beneficiar
a população mais necessitada e redistribuir de forma mais equitativa o ganho. Os
paraísos fiscais, são bons exemplos dessa situação. Mesmo sabendo que a pratica
esta em empresas criadas tanto em países subdesenvolvidos como em países
desenvolvidos, é possível perceber que essa evasão monetária, prejudica muito mais
as regiões mais pobres. Por isso hoje, é uma das grandes preocupações de órgãos
que se preocupam com a superação da pobreza e mais igualdade de renda per capita,
que esse tema seja debatido, estudado e regulamentado.

O liberalismo econômico é um modelo econômico ascendente a partir da década de


70 e que de fato, conseguiu fazer com que países como Austrália e Nova Zelândia
pudessem se desenvolver rapidamente. Esta teoria tem como essência, a menor
autonomia do Estado e maior poder ao setor privado, tendo como meio o incentivo e
liberdade fiscal aos empresários, para que possam investir mais e garantir benefícios a
população. Ao longo do trabalho, foi possível perceber que os paraísos fiscais
constituem uma boa opção para os investidores, mas por outro lado podem agravar a
situação dos países essencialmente mais pobres. Porém, para os liberais, os paraísos
fiscais são aceitáveis visto que muitos países como o Brasil, por exemplo, possuem
altas taxas de impostos que poderia vir a desestimular toda a produção e muitas vezes
resultar em saídas de grandes empresas e indústrias do país. O que geraria um
problema ainda maior pela visão da macroeconomia. A própria Receita Federal do
Brasil define lugares considerados como paraíso fiscal, como lugares que possuem
uma tributação favorecida. Em muitos casos, a explicação para preferir gerar suas
receitas fora do país de origem é a falta de confiança nas politicas implementadas pelo
governo (principalmente as populistas), que muitas das vezes podem causar ainda
mais estabilidade interna. Não cabe aqui, neste artigo, argumentar se o liberalismo
econômico seria uma boa saída para países em desenvolvimento levando em conta
tanta evasão causada pelos paraísos fiscais, porém, percebemos que há teorias
defensoras e outras bastante criticas, diante da sensibilidade do tema. Mas, fica-se o
questionamento, lembrando que cada país possui sua especificidade a ser superada.
Bibliografia

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http://www.pet-economia.ufpr.br/banco_de_arquivos/00020_TRABALHaO.PDF

http://www.economia.ufpr.br/Teses%20Doutorado/22%20%20DANIEL%20NOJIMA.pdf

https://www.conpedi.org.br/publicacoes/66fsl345/edfu2sd2/9JDwl93Rsu4wx9g3.pdf

http://www.anpocs.com/index.php/encontros/papers/37-encontro-anual-da-anpocs/spg-
2/spg08-2/8714-os-paraisos-fiscais-diante-da-crise-financeira-regimes-internacionais-
e-perspectivas/file

http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/18152/000686620.pdf

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/04/04/Para%C3%ADsos-fiscais-quando-
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