Smart City - Uma síntese sobre este conceito
Jaquionias Ferraz Novais Castro∗
† Programa de Pós-graduação em Ciências da Computação, Universiade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, Brasil
fjaquionias@gmail.com
Resumo—Smart City tem se tornando um conceito cada vez
mais comum no contexto atual. A exploração de muitos recursos
tecnológicos que tem evoluido rapidamente, conciêntização da
necessidade de evolução da sociedade em termos tecnológicos e a
facilidade de acessos as telecomunicações são grandes fatores
que impacatam no desenvolvimento das cidades para torna-
la inteligentes e quebram barreiras. O presente trabalho tem
como foco trazer alguns pontos importantes sobre as Cidades
Inteligentes no sentido de contextualização, alguns desafios, a
relação entre este e outros conceitos da IoT e uma relação entres
estes conceitos e alguns trabalhos que serão desenvolvidos no
contexto de comunicação multimédia.
I. I NTRODUÇÃO
A urbanização, a procura por condições sociais melhores
e o avanço digital tem contribuído bastante para construção
de um cenário evolutivo voltado para otimização de serviços
oferecidos aos cidadãos de muitas cidades [1]. O avanço
tecnológico é outro ponto que tem sido constante e em grande
escala. Muitas áreas adotam a tecnologia com o foco de
evoluírem e se tornarem cada vez melhores. Com isso, o
surgimento de novos conceitos com Internet of Things (IoT) e
outros tem sido algo cada vez mais evidente. Em um cenário
global, o uso de tecnologias não se restringe apenas as pessoas,
empresas e seus diversos setores, mas também é uma poderosa
aliada no avanço das cidades e no desenvolvimento social.
Muitas aplicações tecnológicas estão voltadas para otimização
de recursos já existentes e implantação novos, esse tipo de
aplicação é muito abordado no contexto das Smart Cities [2].
Smarty City é uma condição que conta com o apoio de
vários recursos como dispositivos de monitoramento,enlaces
cada vez mais robustos e eficientes, sistemas capazes de
gerenciar e processar uma grande quantidade e variedade
de dados, auxiliando no desenvolvimento das cidades. Esse
desenvolvimento impacta diretamente nas condições em que
vivem os cidadãos, e tem como objetivo melhorar a qualidade
de vida. Sendo assim, são notáveis grandes quantidades de
aplicações para diversos cenários em que estes cidadãos vivem,
entre eles alguns como monitoramento de trânsito, gerencia-
mento inteligente do meio ambiente, aplicações para área de
saúde, educação e segurança tanto para o setor público quanto
ao setor privados [3]. A próxima seção trás uma visão mais
abrangente sobre as Smart Cities.
II. C ONTEXTO ATUAL SOBRE S MART C ITIES
Apesar de ser um assunto bastante abordado por diversos
pesquisadores e pessoas da sociedade a definição de cidades
inteligentes ainda tem sido um ponto muito discutido ao redor
do mundo. Vários aspectos podem ser observados na tentativa
de caracterização de uma cidade e classificação como Smart
City. Alguns desses aspectos estão envolvidos com questões de
sustentabilidade, qualidade de vida, urbanização e inteligência
[4]. Estes aspectos estão concentrados em superar os desafios
e revolver problemas com o apoio da tecnologia a fim de
melhorar a estrutura em que as pessoas vivem. Na prática, o
tema Smart City ainda não é bem claro para sociedade, visto
que existem muitos pontos de vista diferentes sobre o assunto,
porém sempre existe a associação a alguma tecnologia [5].
Existem diversos classificadores para os estágios da
evolução rumo a uma cidade inteligente, e podem ser trata-
dos com pilares. Em um sentindo mais unificados pode-
se verificar quatro pontos, sendo eles definidos como fases:
Vertical, Horizontal, Conectado e Inteligente. Onde na fase
vertical observa-se a aplicação da tecnologia para melhoria dos
serviços urbanos e a gestão desses serviços. A fase Horizontal
diz respeito à concentração da informação e construção de
um ambiente gerencial transversal capaz de gerir os serviços.
Em uma fase posterior, os serviços interconectam trocando
informações em um ambiente gerencial, sendo esta a fase
Conectado. Na última fase, Inteligente, toda uma cidade é
gerenciada em tempo real de forma a oferecer aos cidadãos,
serviços otimizados e mais informação [5].
Uma definição arquitetônica para cidades inteligentes parte
da formulação e estruturação onde um conjunto de recur-
sos, meios de comunicação, sistemas de gerenciamento e
distribuição de serviços são classificados e subdivididos em
camadas. Essas camadas são: Camada de Detecção, Camada
de Transporte, Camada de Gerenciamento e Camada de Apli-
cação. Na camada de detecção estão presentes vários métodos
de captura de dados onde sensores estão atuando no moni-
toramento captando dados para serem transportados a centrais
de processamento, nesse momento a camada de transporte
faz sua atuação juntamente com a camada de Gerenciamento.
Esses dados são processados e podem ser utilizados como
informações e estas informações são aplicadas nas várias
aplicações que estão distribuídas na camada de Aplicação [6].
Neste cenário, com a aplicação de vários recursos destaque-se
a IoT visto que, principalmente nas camadas de detecção como
na camada de aplicação, existem diversos dispositivos como
sistemas embarcados, aplicações ZigBee, RFID, entre outros,
conectados trocando informações e com acesso a Internet.
Diversas aplicações estão presentes no contexto de cidades
inteligentes, dentre elas são algumas: Sistemas de Trânsito
inteligente com o controle de fluxo de veículos, vídeovigilân-
cia, roteamento do tráfego de veículos, controles de acesso
a estacionamentos, controle de emissão de gazes no meio
ambiente; Sistema de Transportes Inteligente monitorando e
controlando transportes públicos, rotas de ônibus, horários;
Sistemas Inteligentes de Fábricas, monitorando e controlando
poluição do meio ambiente, consumo de energia [7]. Existem
muitas outras aplicações que potencializam ainda mais o
contexto das Smart Cities [8].
Contudo ao se falar de Smart Cities não se refere apenas
à tecnologia e recursos tecnológicos para apoio e melhoria
da qualidade de vida das pessoas. Outros pontos devem ser
levados em consideração como questões culturais, políticas,
geográficas, históricas e principalmente a reestruturação do
que já se tem de tecnologia para atender a demanda das
cidades inteligentes. Já existem grandes fontes de dados, em
vários cenários, porém nem todas estão interconectadas e
falando a mesma língua. O fluxo de movimentação desses
dados faz com que gere um grande consumo de largura de
banda e aumente a latência no transporte. Estas fontes de
dados estão ligadas constantemente para captação de mais
dados, gerando mais consumo de energia. O tratamento desses
dados requer sistemas de informação altamente capazes. Até
mesmo o acesso a tecnologia. Estes são alguns exemplos dos
muitos desafios que se tem na implementação das cidades
inteligentes. Ainda existem muitas limitações, principalmente
no tratamento dos dados produzidos e coletados, visto que na
prática são muitos os pontos explorados para captação. Outro
ponto que deve ser bem estudado é baixo consumo de energia
e a interconexão de diversos recursos distribuídos. Para superar
esse quadro de desafios, muito mais avanços são necessários. A
aplicação da 5G, surgimento de dispositivos cada vez menores
e com baixo custo e consumo de energia podem ser saídas na
resolução de alguns desses desafios [9].
Dentro do contexto geral da IoT existem vários conceitos,
tais como as Cidades Inteligentes, Cidades Verdes, conceitos
de Sustentabilidade, porém Cidades Inteligentes tem estado
mais em foco. Outros pontos que estão sendo muito explorados
na "Internet das Coisas" é a utilização de dispositivos cada
vez mais potentes, com baixo consumo de energia e com cus-
tos bem baixos para diversas atividades. Esses equipamentos
podem ser utilizados na construção de protótipos, no desen-
volvimento soluções para ambientes específicos. Muitas dessas
já são aplicadas nas Cidades Inteligentes, como a exemplo o
controle de semáforos, medição do índice de poluição do meio
ambiente, medição da temperatura. [10]
Altamente programáveis estes dispositivos podem ser uti-
lizados no desenvolvimento de protótipos aplicados em diver-
sos contextos, por exemplo, no desenvolvimento de ferramen-
tas que auxiliam gerenciamento de redes. O monitoramento
das redes em tempo real pode melhorar a forma que alguns
serviços são oferecidos, como por exemplo, a transmissão
multimídia. Esse tipo de transmissão demanda bastante de uma
rede e estão sujeitas as instabilidade presentes nos enlaces,
algo que pode interferir na forma com que essas transmissões
são realizadas. Monitorar alguns aspectos de transmissão mul-
timídias na rede a fim de dar uma melhor estrutura para esses
tipo de serviços é um alternativa de apoio aos projetos de rede.
Neste contexto se encaixa a IoT no desenvolvimento de um
protótipo baseado em um dispositivo altamente programável e
componentes eletrônicos de baixo custo. Esta é mais uma das
muitas aplicações que podem ser desenvolvidas com o apoio
da IoT.
III. C ONCLUSÕES
O conceito Smart City é visto de várias formas, com isso
se torna difícil criar critérios para definir se uma determinada
estrutura abrange as características de uma cidade inteligente,
visto que quanto se categoriza uma cidade desta forma,
não se fala apenas em uma estrutura física ou lógica de
um determinado ambiente ou de um conjunto de ambientes,
envolve também concepções sociais, econômicas, governa-
mentais, entre outras. Apesar disso, mesmo com tantos pontos
de vista sobre o assunto, é possível perceber que na maioria
das situações existe o envolvimento de alguma tecnologia
que serve de norteio neste sentido. Já existem muitas cidades
com grandes avanços tecnológicos, sociais e governamentais e
podem ser classificadas de alguma maneira como Smart City
e que de alguma forma orienta e melhora as condições de
vida da sociedade que tem se tornado mais evoluída [11].
Esses avanços tiveram como contribuição a grande inserção da
tecnologia em meio a sociedade. As redes sociais, surgimento
de uma sociedade mais colaborativa e digital, o surgimento
de grandes centros de dados, capazes de processar grandes
volumes de informação, uso da nuvem para armazenamento
e disponibilização das informações, avanços nas redes de
telecomunicação como a 5G proporcionando a comunicação
em tempo real. São alguns pontos em destaque e que norteiam
o caminho a se seguir neste avanço que o torne ainda maior
para as tecnologias, para as pessoas, das entidades e num
contexto global da sociedade e suas cidades.
R EFERENCIAS
[1] F. Kon and E. F. Z. Santana, Cidades Inteligentes: Conceitos, platafor-
mas e desafios. SBC, 2016.
[2] A. Zanella, N. Bui, A. Castellani, L. Vangelista, and M. Zorzi, “Internet
of things for smart cities,” IEEE Internet of Things Journal, vol. 1, no. 1,
pp. 22–32, Feb 2014.
[3] S. Talari, M. Shafie-khah, P. Siano, V. Loia, A. Tommasetti, and J. P. S.
Catalão, “A review of smart cities based on the internet of things
concept,” Energies, vol. 10, no. 4, 2017.
[4] B. N. Silva, M. Khan, and K. Han, “Towards sustainable smart cities:
A review of trends, architectures, components, and open challenges in
smart cities,” Sustainable Cities and Society, vol. 38, pp. 697 – 713,
2018.
[5] M. A. Cunha, E. Przeybilovicz, J. F. M. Macaya, and F. Burgos, Smart
cities: transformação digital de cidades. Programa Gestão Pública e
Cidadania, 2016, vol. 1.
[6] Z. Ning, J. Huang, and X. Wang, “Vehicular fog computing: Enabling
real-time traffic management for smart cities,” IEEE Wireless Commu-
nications, vol. 26, no. 1, pp. 87–93, February 2019.
[7] H.-P. Lu, C.-S. Chen, and H. Yu, “Technology roadmap for building
a smart city: An exploring study on methodology,” Future Generation
Computer Systems, vol. 97, pp. 727 – 742, 2019.
[8] J. Jin, J. Gubbi, S. Marusic, and M. Palaniswami, “An information
framework for creating a smart city through internet of things,” IEEE
Internet of Things Journal, vol. 1, no. 2, pp. 112–121, April 2014.
[9] B. Han, S. Wong, C. Mannweiler, M. R. Crippa, and H. D. Schotten,
“Context-awareness enhances 5g multi-access edge computing reliabil-
ity,” IEEE Access, vol. 7, pp. 21 290–21 299, 2019.
[10] D. B. de Godoy, J. F. Souza, E. R. Barea, and C. A. Marcondes, “Honiot:
Arquitetura de honeynet com controle de propagação de malwares para
dispositivos de iot,” Gramado| RS, p. 24, 2019.
[11] T. Yigitcanlar, “Smart cities: an effective urban development and
management model?” Australian Planner, vol. 52, no. 1, pp. 27–34,
2015.