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A expansão marítima e comercial

Durante os séculos XV e XVI, o continente europeu experimentou profundas transformações.


Desde o século XI a Europa feudal passava, lentamente, por mudanças que atingiam todas as
esferas da vida dos homens — as relações políticas, econômicas, culturais, religiosas e sua própria
visão do mundo. No século XV, o sistema feudal e o universo medieval estavam em franco colapso,
e o capitalismo estava dando seus passos iniciais.
As dificuldades com a mão-de-obra servil criaram possibilidade de crescimento da mão-de-obra
livre e assalariada e do arrendamento de terras (formando pequenas propriedades rurais) em
algumas regiões da Europa. As primeiras formas mais organizadas de expansão da navegação
marítima, ligando o sul ao norte da Europa através do Atlântico, desenvolveram-se rapidamente
após esse período de crise, a partir do século XV. Isso contribuiu para criar a possibilidade de
surgimento de novos centros comerciais, por exemplo, em Sevilha e Lisboa. Como já vimos, o
controle dessas rotas era, no Mediterrâneo, das cidades italianas (Gênova e Veneza), e, no norte da
Europa, das cidades de Flandres.
Além das atividades comerciais, das novas classes sociais e do trabalho assalariado, outro elemento
que saiu fortalecido da crise do século XV foi a monarquia centralizada. O enfraquecimento da
nobreza feudal e o apoio da burguesia ao rei foram determinantes para a centralização política por
meio da monarquia.
Mas qual o interesse da burguesia em apoiar o rei?
A monarquia, na realidade, não significava naquele momento apenas a unificação política e jurídica,
mas sobretudo a unidade de moedas, de impostos, de leis e normas, de pesos e medidas, e fronteiras
legais. Com a instituição da monarquia centralizada, os mercados internos estariam definidos e a
economia internacional parcialmente organizada.

E qual o interesse do rei?

Para o rei conseguir unificar seu reino e controlá-lo de forma permanente, ele tinha de lutar ao mesmo
tempo contra os interesses locais dos senhores feudais e a autoridade e posturas universalistas da
Igreja Católica. Por isso, era preciso montar um forte corpo burocrático (funcionários de alfândega,
arrecadadores de impostos, juizes, diplomatas e administradores) e militar (exército e marinha). As
grandes casas comerciais já possuíam alguma experiência com a burocracia nacional e internacional,
além do dinheiro para financiar o Estado.
Por isso, em diversos países a monarquia colaborou na criação das Companhias Comerciais,
concedendo-lhes monopólios sobre determinados produtos ou a exclusividade de certas regiões, e
desenvolveu uma política econômica protetora dos interesses burgueses, o mercantilismo.
Todavia, é preciso lembrar também que a nobreza apoiou a monarquia centralizada, beneficiando-se
diretamente de sua estrutura. Usufruindo os cargos e funções importantes ou honoríficas, a nobreza
obtinha facilidades políticas e comerciais, além de concessões tributárias, constituindo um segmento
privilegiado dentro da estrutura do Estado.
Entre o desejo e a necessidade dos europeus de se lançarem à expansão marítima e sua real capacidade
de realizá-los, existia uma distância muito grande.
Eles não conheciam os oceanos, não possuíam embarcações e instrumentos náuticos adequados para
a navegação em mar aberto, tinham conhecimento cartográfico precário e não sabiam da existência
de alguns continentes (América) e a dimensão real de outros (África e Ásia).
Mesmo com o relativo desenvolvimento científico da época proporcionando avanços técnicos (como
o melhor uso da bússola, do quadrante, do astrolábio e da cartografia) e a construção de instrumentos
(como a luneta astronômica de Galileu e o relógio mecânico) que favoreciam as viagens marítimas,
estas continuaram verdadeiras aventuras, cobertas de medo, mitos e lendas.
Qualquer viagem demorava meses, e as condições reais de sobrevivência nas embarcações eram
precárias e sempre povoadas pelo temor do desconhecido.
Para esses numerosos viajantes, os oceanos e as terras desconhecidas estavam repletos de mistério,
mitos e, às vezes, possibilidades de nova vida. A maioria das lendas e dos mitos foram criados e
veiculados ao longo da Idade Média, recebendo, por isso, forte influência da religião católica. Era
muito forte na época, por exemplo, a ideia da existência de um paraíso (ou Éden) criado por Deus,
perdido em terras desconhecidas. Colombo chegou a acreditar que o havia encontrado, quando
aportou no "Novo Mundo".
Havia também a lenda do Eldorado, ou seja, a terra repleta de prazeres e riquezas, onde quase tudo
era feito de ouro: os conquistadores espanhóis acharam que o haviam encontrado nas terras dos
astecas e incas, em razão da abundância de ouro e prata. Na realidade, essas navegações também
serviram para o homem alargar seus horizontes, desenvolver e acumular conhecimentos. Isso
modificou profundamente a visão e a compreensão do homem sobre si mesmo e o planeta.

As Grandes Navegações

A necessidade cada vez maior de obter matéria-prima para manufaturados e moedas levou os
europeus a partirem para a navegação marítima, buscando novas rotas comerciais.

Os primeiros países a se lançarem na expansão marítima em busca de ampliação das atividades e das
rotas comerciais foram Portugal e Espanha, seguidos pela Inglaterra, França e Holanda. Diversas
razões determinaram o pioneirismo dos países ibéricos (Espanha e, principalmente, Portugal) na
expansão marítima:
a) a localização estratégica da península Ibérica, voltada para o Atlântico, possibilitou que Lisboa,
Porto, Sevilha e outras cidades da península se estruturassem como centros comerciais importantes
durante o século XV;
b) isso significa que nesses dois países já existia uma burguesia ligada ao comércio, relativamente
organizada e com profundos interesses na expansão comercial;
c) a monarquia centralizou o poder na Espanha e em Portugal antes que em qualquer outro país
europeu, principalmente devido à guerra de Reconquista (contra os árabes-muçulmanos) entre os
séculos XI e XII e pelas especificidades do feudalismo na península — a aliança, especialmente em
Portugal, entre a incipiente burguesia comercial e a monarquia também foi anterior a qualquer outro
país da Europa;
d) finalmente, a burguesia, apoiada pelo Estado, financiou uma série de estudos náuticos,
astronômicos, cartográficos e também apoiou a construção naval.
Com a morte de D. Henrique (1460), as conquistas portuguesas no litoral africano cessaram. As áreas
ocupadas foram consolidadas com a organização de numerosas feitorias (entrepostos comerciais) e
fortalezas, que asseguraram para Portugal o monopólio da região. Com o tempo, esses pequenos
núcleos começaram a dar lucros, pois dali eram retirados marfim, ouro e escravos.
Sob o reinado de D. João II (de 1481 a 1495), a Coroa portuguesa iniciou os preparativos para alcançar
os mercados indianos através de uma rota costeando o litoral africano (o "Périplo Africano"). Diversas
viagens foram realizadas com o objetivo de contornar a África para atingir as índias. As expedições
portuguesas sempre seguiam em direção ao sul, para chegar aos limites do continente africano.
Em 1487-1488, o navegador Bartolomeu Dias chegou ao fim dessa etapa contornando o cabo da Boa
Esperança, no extremo sul do continente. Assim, ele alcançou a costa oriental da África e abriu
definitivamente a possibilidade de uma nova rota para as índias.
Todavia, em 1492 o navegador Cristóvão Colombo, em nome da Coroa espanhola, descobriu novas
terras (o continente americano), que foram erroneamente consideradas como parte da Ásia. Esse fato
preocupou Portugal, que temia, no futuro, o poder da Espanha nas índias e a perda do monopólio da
rota africana para aquela região.
O possível conflito entre as duas Coroas foi resolvido após algumas negociações, em 1494, com o
Tratado de Tordesilhas, que estabelecia as áreas de domínio de cada país. O marco de separação ficou
estabelecido a 370 léguas a ocidente do arquipélago de Cabo Verde (no oceano Atlântico): a leste do
meridiano, o monopólio das rotas de navegação e as terras seriam de Portugal e a oeste, da Espanha.

Somente dez anos depois, seguindo pela mesma rota de Bartolomeu Dias, Vasco da Gama chegou a
Calicute, Índia, estabelecendo a rota marítima para as índias (1497-1498) através do continente
africano.
O sucesso de Vasco da Gama permitiu a Portugal lutar concretamente pela hegemonia comercial nas
índias. Para tanto, a Coroa organizou a maior e mais bem equipada frota que já saíra de portos
lusitanos em direção ao Oriente: a esquadra comandada pelo capitão-mor Pedro Álvares Cabral.
Durante a viagem, algumas caravelas "distanciaram-se" do litoral africano, levando Cabral a aportar
no Brasil em 22 abril de 1500. Em 2 de maio, ele partiu do litoral baiano para Calicute (Índia). Lá
chegando, bombardeou a cidade e iniciou o domínio lusitano no comércio oriental.
A Espanha começou sua expansão pelo Atlântico com certo atraso em relação a Portugal,
principalmente devido ao prolongamento da guerra de Reconquista (o último reino conquistado foi
Navarra, em 1492), que acabou atrasando a centralização do Estado espanhol.
Os avanços e sucessos da expansão marítima portuguesa influenciaram o progresso da navegação na
Espanha. No entanto, os espanhóis não contavam com pessoas capacitadas (geógrafos, navegadores
e construtores de navios) para seu desenvolvimento; por isso, foram buscar a experiência de por-
tugueses e italianos.
Um desses navegadores estrangeiros sediados na Espanha ganhou a confiança da Coroa espanhola
para desenvolver um projeto ao mesmo tempo fantasioso e ousado para a época. O genovês Cristóvão
Colombo acreditava que a Terra era redonda e, portanto, seria possível alcançar as índias viajando
sempre para oeste. Hoje sabemos que sua teoria estava correra, mas ele não sabia da existência de um
extenso continente (a América) entre a Ásia e a Europa, o que impediu a plena realização de seu
projeto.
As descobertas de Colombo desencadearam uma disputa entre Portugal e Espanha e o crescimento,
nas duas décadas seguintes, da navegação marítima espanhola. Em 1499, o piloto florentino Américo
Vespúcio partiu, a serviço da Espanha, em uma de suas viagens para o Ocidente e confirmou que as
"novas terras" eram realmente um novo continente, a América.

A expansão marítima dos outros países europeus

Durante todo o século XVI, o monopólio das navegações à América esteve nas mãos de Portugal e
Espanha. Países como a França e a Inglaterra estavam atrasados porque durante o século XV
enfrentaram vários problemas que dificultaram as navegações, entre os quais a Guerra dos Cem Anos.
Os franceses tentaram achar uma passagem para o Pacífico através do Atlântico norte, nas viagens de
Juan Verrazano (à Nova Inglaterra, em 1524) e Jacques Cartier (ao Canadá, em 1534). Sem conseguir
sucesso, eles se entregaram à pirataria, principalmente no Brasil (Maranhão e Rio de Janeiro) e, mais
tarde, à formação de colônias na América do Norte.
Os ingleses também procuraram uma passagem para a Ásia pelo extremo norte do continente
americano e pelo mar do Norte (1553, Richard Chancellor). Cabot, a serviço da Coroa inglesa,
navegou por quase toda a costa leste da América do Norte e nada encontrou nesse sentido. Já o
navegador Francis Drake realizou uma viagem bem-sucedida em torno do mundo: em 1578 percorreu
todo o litoral da América do Sul e a costa oeste da América Central e da América do Norte, seguindo
para o continente australiano (1579); em 1580 retornou à Inglaterra.

Sem conseguir atingir a Ásia por outra rota, a Inglaterra partiu, na segunda metade do século XVI,
para a pirataria contra a Espanha, oficializada pelo Estado inglês. Os piratas ingleses ficaram
conhecidos como corsários, pois recebiam a Carta do Corso (corso = ataque e caça a navios
mercantes), e proporcionaram altos lucros para a Coroa. Nessa mesma época a Inglaterra iniciou seus
negócios no tráfico de escravos, da África para a América.
Se as navegações francesas e inglesas no continente não alcançaram um êxito imediato, pelo menos
serviram para iniciar a ocupação do litoral da América do Norte, que mais tarde seria explorado.
A Holanda realizou algumas viagens exploratórias pelo mar do Norte e de Barents, que sempre
esbarraram na região gelada do norte. A atuação dos holandeses na expansão marítima ocorreu de
maneira mais indireta. Eles financiaram, por exemplo, a expansão ultramarina de Portugal, a
instalação da indústria manufatureira de açúcar no Brasil e seu refinamento e comercialização na
Europa. Na segunda metade do século XVI, a Holanda também iniciou seus negócios altamente
lucrativos no tráfico de escravos africanos para a América.
In: http://elaine-abreu.blogspot.com.br/p/expansao-maritima-e-comercial.html

Expansão marítima e comercial européia


O Comércio com o Oriente era bastante lucrativo para os comerciantes italianos, mas
empobrecia a economia européia, pois os produtos orientais eram pagos, em boa parte, com ouro e
prata, o que provocava uma “hemorragia de metais preciosos”. Na Europa ocidental, a produção de
alimentos não era suficiente para alimentar sua população. Para agravar a situação, a população rural
não tinha poder aquisitivo para adquirir a produção artesanal dos burgos. Assim, o excedente artesanal
deveria ser colocado em outros mercados. A solução natural para todos esses problemas foi a
expansão marítima.
Como Veneza e Gênova dominavam as principais rotas do Mediterrâneo , era necessário
encontrar novas rotas. Os europeus, acostumados à navegação no Mediterrâneo e próximo ao litoral
atlântico, teriam que desenvolver técnicas mais ousadas, ampliar conhecimentos geográficos e
astronômicos para orientação em mar alto, e melhorar a cartografia, essencial para a representação
das novas regiões.

As modernas invenções criavam uma perspectiva favorável paras as navegações: a imprensa


propiciava a divulgação dos avanços, a pólvora era utilizada para armar os navios com canhões e
instrumentos como a bússola e o astrolábio orientavam melhor os navegantes. A introdução do leme
e o uso da vela latina propiciaram o aparecimento da caravela, um navio capaz de enfrentar os grandes
percursos, as grandes ondas do Atlântico e de carregar muita mercadoria. Somem-se, a tudo isso, o
interesse econômico do Estado moderno e a obra missionária da Igreja Católica e temos um plano
estimulante das grandes navegações.
A queda de Constantinopla, em 1453, acelerou a expansão marítima, pois com as rotas
comerciais no Mediterrâneo oriental sob o controle dos turcos, as mercadorias asiáticas alcançaram
um alto preço. Assim, era preciso descobrir novas rotas para evitar o domínio comercial dos turcos e
italianos no Mediterrâneo e atingir as índias diretamente, sem intermediação na aquisição dos
produtos de luxo como tapetes, sedas, porcelanas e especiarias (pimenta, cravo, canela, gengibre, noz-
moscada), tão valiosos e desejados na Europa.

O pioneirismo de Portugal

A grande expansão marítima européia se iniciou com Portugal quando, em 1415, tomou Ceuta,
cidade comercial árabe norte-africana, portanto bem antes da queda de Constantinopla. Localiza-se
na parte mais ocidental da Europa. É um país voltado naturalmente para o atlântico. Desde o século
XIV era comum navios, que ligavam a Itália e para o mar do Norte, aportarem em Lisboa, para
abastecimento e reparos, transmitindo para seus tripulantes conhecimentos e propiciando lucros aos
portugueses. O interesse da monarquia coincidia com o dos comerciantes na busca de riquezas, e os
da nobreza e da Igreja não eram diferentes. A nobreza, pelos saques e terras; o clero, pela expansão
do Cristianismo e os benefícios que isto lhe traria. Pode-se, portanto, considerar essa expansão como
uma renovação do ideal das Cruzadas. Não esquecendo os esforços do infante D. Henrique, o
Navegador, ao fundar em Sagres, 1417, um centro de construção e estudos navais, que reuniu diversos
especialistas como cartógrafos, astrônomos e marinheiros que possuíam conhecimento do que de mais
avançado se sabia na época sobre a arte de navegar, que juntos passaram a estudar o legado náutico
deixado por grandes povos do passado – fenícios, egípcios, gregos, árabes, etc. Foi na Escola de
Sagres que foram realizados, em 1418, os primeiros estudos e projetos de viagens oceânicas. Foi nela
que foram aprimoradas embarcações como a caravela e aperfeiçoados os instrumentos náuticos
necessários a longas viagens, como a bússola e o astrolábio, que haviam sido inventados no Oriente.
É importante ressaltar que os estudos desses especialistas não chegaram a tomar a forma de uma
instituição educacional permanente, mas mesmo assim ficaram conhecidos Escola de Sagre.
As principais etapas do avanço marítimo português foram:
a) 1415 – Conquista de Ceuta, no norte da África, primeiro passo na expansão.
b) 1434 – Alcance do Cabo Bojador, por Gil Eanes. Região de arrecifes pontiagudos, o cabo era
considerado um obstáculo intransponível pelos portugueses. Quando chegavam ali, as caravelas
sofriam sérias avarias ou afundavam. Em poucos anos, cerca de vinte embarcações foram a pique.
Para os supersticiosos, a destruição dos barcos no Bojador devia-se aos monstros que habitavam o
oceano ou à fúria divina.
c) 1488 – Alcance do Cabo da Boa Esperança (Cabo das Tormentas), no extremo sul da África,
por Bartolomeu Dias.
d) 1498 – Chegada de Vasco da Gama às Índias, por navegação, contornando o continente
africano; a mais longa viagem marítima até então.
e) 1500 – chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em sua viagem ás índias.
Feitorias comerciais e militares foram estabelecidas no litoral africano e asiático, como em Calicute,
Goa, Timor e Malaca. Em 1520, os portugueses atingiam a China e o Japão. Para consolidar o seu
domínio no comércio das especiarias, Portugal edificou um império na Ásia, que enriquecia mais
especificamente a nobreza e o Estado. Lisboa era, nas primeiras décadas do século XVI, a principal
praça comercial europeia.

A expansão marítima espanhola.


A Espanha foi o segundo país a se lançar na aventura das grandes navegações. A primeira viagem
marítima financiada pelo país ocorreu em 1492, com Cristóvão Colombo, 77 anos depois de os
portugueses invadirem Ceuta, no Reino de Fez (atual Marrocos), em 1415.
Vários motivos levaram a Espanha a esse "atraso" na busca de uma rota para o comércio de
especiarias que não passasse pelo Mediterrâneo (controlado pelas cidades-estado de Gênova e
Veneza), nem pela costa africana, conhecida pelos portugueses até o Cabo da Boa Esperança, no
extremo sul do continente. Um desses motivos foi a prioridade dada à reconquista da Península
Ibérica, numa luta que se prolongou por 781 anos, a guerra mais longa de que se tem notícia. A
vitória castelhana sobre o Califado de Granada, último reduto muçulmano na península, data
exatamente de 1492. Outro motivo foi a unificação tardia dos reinos cristãos de Leão, Castela,
Aragão e Navarra. O passo mais importante nessa direção foi dado somente em 1469, quando o
casamento de Fernando de Aragão e Isabel de Castela deu origem ao Reino Católico de Fernando e
Isabel, núcleo inicial do que viria a ser a Espanha.
Cristóvão Colombo e seu projeto polêmico
Em meados do século XV, o senso comum ainda afirmava que a Terra era um disco, redondo e plano,
mas os estudiosos já sabiam que nosso planeta era um globo. Por esse motivo é que Colombo, que
mantinha contatos com alguns dos sábios da época, defendia a ideia de chegar às Índias perseguindo
o pôr do sol.
Na verdade, as teorias que serviam de base para os argumentos de Colombo eram de origem
árabe e judaica (esses povos eram os herdeiros diretos da cultura da Antiguidade greco-
macedônica), mas em um período histórico no qual predominavam a luta contra os árabes e a
perseguição da Inquisição inclusive contra os judeus, era quase impossível aos cientistas o
reconhecimento público de que a Terra era um globo. Mesmos assim, a ideia de atingir o Oriente
pelo Ocidente foi arduamente defendida por Colombo. Um debate travado entre ele e os padres da
Universidade de Salamanca, em 1486, custou-lhe a exposição ao ridículo, a pecha de louco e quase
uma condenação à fogueira da Inquisição, braço jurídico da Igreja Católica desde o Concílio de
Trento. Depois, ainda que tivesse conseguido a adesão de algumas pessoas influentes ao seu
projeto de circunavegação, foi graças à influência do banqueiro judeu Santagel que Colombo
ganhou a confiança da própria rainha Isabel de Castela. Finalmente, depois que a coroa espanhola
obrigou a família Pinzón, de grandes navegadores, a se unir a Colombo, a viagem foi aprovada.
Alguns historiadores, aliás, acreditam que, sem os conhecimentos náuticos do Oceano Atlântico que
os Pinzón tinham, Colombo não teria ido muito longe.
As caravelas Santa Maria, Pinta e Nina
Finalmente, em 3 de agosto de 1492, a bordo da caravela Santa Maria, Cristóvão Colombo partiu
do porto de Palos rumo ao oeste, seguido pela Pinta e pela Nina. Setenta dias depois, a esquadra
chegou à ilha de Guanahani, nas Antilhas, rebatizada como San Salvador pelo próprio "Almirante das
Índias".
Colombo faria, nos doze anos seguintes, mais três viagens à América. Na segunda (1493 a 1496),
atingiu as ilhas de Cuba, Jamaica, Espanhola (Haiti e República Dominicana), Borinquén (Porto
Rico), Guadalupe, Dominica e Martinica. Na terceira viagem (1498 a 1500), enquanto os
portuguesesVasco da Gamae Pedro Álvares Cabralchegavam, respectivamente, à Índia e ao que viria
a ser a costa brasileira, Colombo desembarcava na ilha de Trinidad e na costa norte da América do
Sul.
Na quarta e última viagem (1502 a 1504), Colombo navegou pela costa da América Central, ainda
na esperança de encontrar uma passagem para regiões produtoras de especiarias. Morreu em 1504,
acreditando ter atingido um braço da Ásia e contrapondo-se à teoria de que, na verdade, as terras
descobertas eram um novo continente. Tal ideia foi defendida por Américo Vespúcio, a quem coube
a glória de ver seu nome dado, pelo rei Fernando, às terras recém-descobertas.

O Tratado de Tordesilhas
O feito de Colombo levou os governos de Portugal e Espanha a se envolverem em uma disputa
a respeito de qual dos dois países teria a primazia sobre as “novas” terras. Como não chegavam a um
acordo, os reis de Portugal e Espanha pediram ao papa Alexandre VI que servisse de juiz na disputa.
Em 7 de junho de 1494, com o testemunho do papa, representantes dos dois governos chegaram
finalmente a um acordo e assinaram o tratado de Tordesilhas.

O acordo dividia o mundo em dois blocos, a partir de uma linha imaginaria que ficava a 370
léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. As terras já encontradas, ou que viessem a sê-lo, a oeste desse
marco pertenceriam à Espanha. As terras situadas a leste seriam de Portugal.

1. Explique, com suas palavras, o que foram as Grandes Navegações.


Conjunto de expedições marítimas realizadas principalmente por portugueses e espanhóis entre os séculos XV
e XVI, na qual os europeus se lançaram ao mar em busca de novos territórios, de especiarias e de metais
preciosos.

2. Baseado no que foi visto em sala, indique dois perigos enfrentados pelos europeus no mar que, em sua
opinião, mais causavam medo. Justifique.
Na época das Grandes Navegações, os europeus acreditavam que os oceanos eram habitados por monstros e
também que a terra era quadrada e que cairiam no abismo.

3. O que levou os portugueses a se aventurarem por mares desconhecidos se era tão arriscado?
Era preciso encontrar um novo caminho marítimo para as Índias para ter acesso às especiarias.

4. Quem controlava as rotas terrestres para as Índias?


As rotas terrestres eram controladas pelos italianos (genoveses e venezianos), que comerciavam com os árabes
e distribuíam as mercadorias a preços altos.

5. Com relação às Grandes Navegações, explique:

a) O que são as especiarias.


Eram produtos provenientes do Oriente muito valorizados na Europa.

b) Por que as especiarias eram tão cobiçadas.


Devido ao efeito de temperar, conservar alimentos e por serem também utilizados como medicamentos.

c) Por que os portugueses precisavam de um caminho alternativo para as Índias.


Era preciso se livrar dos intermediários no comércio com o Oriente. Além disso, a tomada de Constantinopla
pelos turco-otomanos dificultou o acesso às especiarias.

6. Quais foram as razões para o pioneirismo português?


Portugal foi o primeiro país europeu a ter um governo real fortalecido, tinha uma posição geográfica
privilegiada, uma burguesia mercantil forte, além de ter conhecimento sobre navegação aprendido com os
muçulmanos durante a ocupação do território ibérico.

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