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RESUMO
O presente trabalho busca trazer uma análise bibliográfica sobre a inclusão da boa- fé objetiva
e o retorno do instituto da lesão no novo Código Civil, relacionar os dois institutos e sua
implicabilidade no direito contratual.
Iniciaremos tratando do novo paradigma nas relações contratuais dentro do Estado
Democrático de Direito para, num segundo tópico, conhecermos os princípios norteadores de
direito contratual, dedicando maior esmero à boa- fé objetiva. Logo em seguida, analisaremos
os vícios de consentimento, especificamente o instituto da lesão para, na seqüência,
avaliarmos o que este feri a boa-fé esperada nas relações contratuais.
ABSTRACT
The present work searchs to bring a bibliographical analysis on the inclusion of the objective
good- faith and the return of the institute of the injury in the new Civil Code, to relate the two
justinian codes and its implicabilidade in the contractual right. We will initiate inside treating
to the new paradigm in the contractual relations of the Democratic State of Right for, in as a
topical one, to know the principles norteadores of contractual right, dedicating bigger care to
the objective good- faith. Immediately afterwards, we will analyze the assent vices,
specifically the institute of the injury for, in the sequence, to evaluate what this I wounded the
good- faith waited in the contractual relations.
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Graduando em Direito da Faculdade Sete de Setembro - Fa7. Matricu la: 0911144. E-mail:
georgencfrota@gmail.com
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Mestre em Direito pela Un iversidade Federal do Ceará. Professor da cadeira de Direito Civil III da
Faculdade Sete de Setembro – Fa7. E-mail: vanderchaves@netbandalarga.com.br
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INTRODUÇÃO
Um Ordenamento Jurídico pode ser mais solidarista ou individualistas, conforme o
espírito cultural de cada povo. O apego ao formalismo e à literalidade pode tornar o Direito,
aquele que deve amparar a Justiça, coisa diversa do justo. O exercício da influência do Estado
nas relações entre particulares deve, rigorosamente, ser mensurado e criticado, a fim de que se
construa uma efetiva evolução e dinamicidade do nosso ordenamento jurídico; sendo
justificado, pois, este estudo.
Os princípios libertários surgidos no contexto da Revolução Francesa defendem um
Estado não interventor e que os homens possuem o direito a se auto-regulamentarem. Sair da
ótica individualista, porém, voltando-se para uma visão solidarista que ampara o elo mais
fraco quando prejudicado é o novo paradigma do Direito Contratual.
O presente trabalho busca trazer uma análise bibliográfica sobre a inclusão da boa- fé
objetiva e o retorno do instituto da lesão no novo Código Civil, relacionar os dois institutos e
sua implicabilidade no Direito Contratual. Busca-se ainda esclarecer qual o papel do instituto
de lesão no Direito Civil e no que ele atinge o princípio da boa- fé objetiva.
A metodologia empregada foi revisão bibliográfica da boa-fé objetiva e do instituto da
lesão em seus contextos históricos, de Leis, bem como da Jurisprudência.
Iniciaremos tratando do novo paradigma nas relações contratuais dentro do Estado
Democrático de Direito para, num segundo tópico, conhecermos os princípios norteadores de
direito contratual, dedicando maior esmero à boa- fé objetiva. Logo em seguida, analisaremos
os vícios de consentimento, especificamente o instituto da lesão para, na seqüência,
avaliarmos o que este feri a boa-fé esperada nas relações contratuais; encerrando-se com as
conclusões colhidas.
cum + tráher, que significa arrastar com. Citando o ilustre Mestre, Contrato, em Direito
Romano, é acordo formal e expresso de vontade, sobre determinado objeto, destinado a criar
obrigações civis. (2007, p. 279)
Não possui a mesma conotação atual, sendo mais flexível e amplo
contemporaneamente. A doutrina traz o conceito de contrato sem muitas divergências.
Vejamos.
Para CAIO MÁRIO, [...]um acordo de vontades, na conformidade da lei, e com a
finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir
direitos.(2007, v. III, p. 7)
Segundo lição de FABIO UCHOA COELHO, Contrato é o negócio jurídico bilateral
ou plurilateral gerador de obrigação para uma ou todas as partes, às quais correspondem
direitos titulados por elas. (2005, v.III, p. 22)
Na mesma linha, MARIA HELENA DINIZ, O contrato constitui uma espécie de
negócio jurídico, de natureza bilateral ou plurilateral, dependendo, para sua formação, do
encontro de vontade das partes, por ser ato regulamentador de interesse privado (2009, v.III,
p. 11).
O fundamento ético do contrato é a vontade humana, desde que atue em conformidade
com a ordem jurídica. Os novos paradigmas do Direito Contratual trazem a função solidarista,
militando a favor da superação do individualismo do direito obrigacional clássico.
conteúdo, antes de primar por meras limitações à ação estatal, passa a reconhecer obrigações
positivas ao Estado.
O Ordenamento Jurídico deve acompanhar as vicissitudes sociais para ser legítimo. Os
objetivos fundamentais sacramentados na Constituição de 1988 devem ser respeitados nas
relações entre particulares.
3.1) Conceito
A boa-fé exige das partes um comportamento correto, ético. Segundo CARLOS
ROBERTO GONÇALVES, impõe um padrão de conduta reta, com probidade, honestidade e
lealdade, nos moldes do homem comum.
Difere da função social do contrato. Enquanto esta limita a autonomia de vontade para
proteger a sociedade dos efeitos do contrato; a boa- fé objetiva analisa a conduta e os efeitos
internos do contrato, referindo-se à eticidade da conduta das partes.
Extraído de artigo publicado na Revista Âmbito Jurídico realizado pelo grupo de
pesquisa e iniciação científica Processo de Conhecimento, coordenado pela Faculdade de
Direito da Associação Educacional Toledo de Presidente Prudente/SP, sob a orientação do
Professor-doutor Gelson Amaro de Souza,
A expressão boa-fé tem sua origem etimológica a partir da
expressão latina fides, [...], significa a fidelidade e coerência no
cumprimento da expectativa de outrem [...]
4.1) Lesão
A necessidade e o calor do impulso podem gerar contratos desarrazoados. A
necessidade patrimonial pode influenciar diretamente alguém a realizar contrato mesmo
sabendo da existência de manifesta desproporção entre a prestação e contraprestação,
comprometendo a própria subsistência do contratante e de sua família.
CONCLUSÕES
O direito obrigacional existe com o intuito de estabelecer diretrizes ético-jurídicas para
a auto-regulamentação dos particulares.
Por um complexo de condições próprias da vida social, alguns podem, agindo com plena
liberdade, receber mais ou menos do que a justiça queria que lhes fosse atribuída e a chegada
da exigência da boa- fé nas relações contratuais tem por função auxiliar no alinhamento do
contrato às reais intenções para as quais foi realizado, dirigismo contratual.
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A lesão é prejuízo. Não um prejuízo comum, mas uma manifesta desproporção causada
por circunstâncias que a conduta correta e ética esperada das partes não poderia admitir. O
contrato tem por objetivo a circulação de riquezas e não pode compactuar com o
aproveitamento em cima da boa-fé. Não se preocupa em punir a atitude maliciosa do
favorecido, mas em proteger o lesado.
Constata-se que a lesão possui fundo moral, através da boa- fé nos contratos, visando
ajustar os negócios aos seus devidos termos, eliminando-se distorções provocadas pelo
aproveitamento da necessidade ou inexperiência de outrem.
O conteúdo axiológico da lesão encontra guarida exatamente no princípio da boa- fé
objetiva (art. 422, CC), exigindo conduta reta e proba das partes no momento da celebração
dos contratos, mais especificamente nos deveres anexos de informação (quanto à
inexperiência) e lealdade (quanto à necessidade).
O instituto da lesão desempenha papel importante ao lado da boa- fé objetiva na
revisão dos contratos, especialmente nos de natureza bancária. A lesão pode se fazer presente
no contrato, não só por valor de prestação desproporcional. A falta de paridade contratual
pode decorrer, por exemplo, de uma cláusula abusiva ou de uma abdicação a direito, tornando
o negócio desarrazoado.
O código de 2002 trouxe uma visão social do contrato entendendo que, não só por
estar tipificada, a lesão se faz mister por ferir a boa- fé objetiva do contrato, onde deve haver
lealdade entre as partes e o credor deve evitar prejudicar o devedor sempre que possível.
O Estado não pode coadunar com o aproveitamento de uns sobre outros por
necessidade ou inexperiência ou, ainda, por qualquer circunstância de inferioridade entre as
partes que acarrete desproporção nas relações contratuais e enriquecimento sem causa.
Referências
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Saraiva, 2006.
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Edição, 2009.
PEREIRA, Caio Mário Silva. Lesão nos Contratos. Editora Forense. 6ª Edição, 2001.
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Edição, 2007.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil . Volumes I e III, Editora Atlas. 10ª Edição, 2010.
COELHO, Fábio Uchoa. Curso de Direito Civil . Volume III. Editoria Saraiva. Edição, 2005
MARMELSTEIN, George. Curso de Direitos Fundamentais. Editora Atlas. 2ª Edição, 2009.
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em: http://www.investidura.com.br/biblioteca-juridica/artigos/direito-civil/2288-o-instituto-
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