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UNIVERSIDADE IGUAÇU-UNIG

GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

DISCENTES

ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO ATENDIMENTO EMERGENCIAL EM


PACIENTES GRANDE QUEIMADO

NOVA IGUAÇU-RJ
2017
UNIVERSIDADE IGUAÇU-UNIG
GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO ATENDIMENTO EMERGENCIAL EM


PACIENTES GRANDE QUEIMADO

Trabalho entregue à disciplina de Saúde


pública e primeiros socorros, do curso de
Graduação em Fisioterapia 2° Período
Docente:

NOVA IGUAÇU-RJ
2017
INTRODUÇÃO

A queimadura é uma ferida traumática causada, principalmente, por agentes térmicos,


químicos, elétricos ou radioativos. Acontece nos tecidos de revestimentos do corpo
humano, podendo destruir parcial ou totalmente a pele e seus anexos, e também as
camadas mais profundas, como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e osso.
Os pacientes vítimas de queimaduras apresentam variadas sequelas físicas, sendo elas
motoras ou respiratórias. A fisioterapia, por sua vez, atua em todas as consequências da
queimadura, não apenas no que tange à motricidade e ao sistema respiratório, mas
contribui para a saúde psicológica dos indivíduos, favorecendo a recuperação do paciente
queimado.
A atuação do Fisioterapeuta na equipe multiprofissional é fundamental para a prevenção
de sequelas e redução de tempo de permanência do paciente no hospital.
Com os constantes avanços tecnológicos e da ciência médica reduziram-se
significativamente a morbidade e a mortalidade ocasionadas pelas queimaduras. Além
dos novos recursos terapêuticos utilizados no tratamento das queimaduras, o processo de
reabilitação também vem se modernizando. Há pouco tempo a fisioterapia só poderia
iniciar sua abordagem terapêutica após a alta hospitalar. Hoje apresenta grande alteração,
iniciando já na fase aguda da injúria térmica e permanecendo até aproximadamente dois
anos após a alta hospitalar, ambulatorialmente nas queimaduras de espessura total.

DEFINIÇÃO DE QUEIMADURA
Queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes
térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Atuam nos tecidos de revestimento do corpo
humano, determinando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir
camadas mais profundas, como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos. As
queimaduras são classificadas de acordo com a sua profundidade e tamanho, sendo
geralmente mensuradas pelo percentual da superfície corporal acometida.
A lesão pode ocorrer em duas fases: imediata ou tardia. O dano que ocorre no momento
da exposição à origem da queimadura é imediata, sendo que lesões tardias resultam de
ressuscitação inadequada, tratamento indevido como aplicação de gelo e consequente
progressão da queimadura. A pele é capaz de tolerar temperatura de 40 °C por rápidos
períodos. Porém, quando as temperaturas excedem esse ponto, há um aumento
logarítmico na magnitude de destruição do tecido.
Uma queimadura de espessura total, também conhecida como queimadura de terceiro
grau, tem três zonas de lesão tecidual que formam basicamente círculos concêntricos. A
zona central é conhecida como zona de coagulação, e é a região de maior destruição de
tecido. O tecido nesta zona está necrótico (morto) e não consegue ser reparado.
Junto à zona de necrose fica uma região de menor lesão. Essa zona é conhecida como
zona de estase, porque imediatamente após a lesão, o sangue que flui para essa região está
estagnado. As células nesta zona estão lesionadas, mas não de modo irreversível. Se,
subsequentemente, as células forem privadas de oxigênio ou de fluxo sanguíneo, essas
células viáveis morrerão e se tornarão necróticas. Cuidados oportunos e adequados para
queimaduras preservarão o fluxo sanguíneo e o fornecimento de oxigênio a essas células
lesionadas. A ressuscitação do doente resulta em morte das células no tecido lesionado, e
uma queimadura de espessura total.
Considere por um instante um doente que está sofrendo de isquemia miocárdica ou
acidente vascular cerebral. Uma redução no fluxo sanguíneo impede o coração ou o
cérebro de receber o oxigênio necessário para a sobrevivência celular. No modelo de uma
lesão por queimadura, os tecidos da zona de estase também sofrem com o recebimento
inadequado de oxigênio. Desprovido de fluxo sanguíneo e de oxigênio por muito tempo,
o tecido morre; se for preservado ou restabelecido o fluxo sanguíneo, o tecido vulnerável
da zona estase se mantém variável.
Um erro comum que resulta em dano à zona de estase é a aplicação de gelo por alguém
com boas intenções que está no local ou mesmo um socorrista. Quando é colocado gelo
na pele em uma tentativa de parar o processo de queimadura, o gelo causa vasoconstrição,
evitando o restabelecimento do fluxo sanguíneo necessário para minimizar a lesão
resultante da queimadura. Argumenta-se que quando o gelo é aplicado a uma queimadura
o doente tem alguma redução da dor; porém, a analgesia (alívio da dor) será às custas de
destruição adicional do tecido. Por esses motivos, o gelo deve ser evitado e toda
queimadura existente deve ser detida com uso de água em temperatura ambiente, e a
analgesia deve ser providenciada com medicações orais ou parenterais (todas as outras
vias).
A zona mais afastada é conhecida como zona de hiperemia. Esta zona tem lesões celulares
mínimas e é caracterizada pelo aumento do fluxo sanguíneo depois de uma reação
inflamatória iniciada pela lesão da queimadura.
Profundidade da queimadura
A estimativa de profundidade da queimadura pode ser enganosamente difícil até mesmo
aos mais experientes socorristas. Quase sempre, a queimadura que parece ser de espessura
facial (segundo grau) mostrará ser de espessura total (terceiro grau) em 24 a 48 horas. A
superfície de uma queimadura pode parecer ser de espessura parcial a uma primeira vista,
mas depois, quando do desbridamento no hospital, a epiderme superficial se separa,
revelando uma escara branca de queimadura de espessura total por debaixo. Como a
queimadura pode evoluir com o passar do tempo, é sempre prudente evitar o julgamento
final da profundidade da queimadura por até 48 horas após a lesão. No geral, é melhor
simplesmente dizer ao doente que a lesão é ou superficial ou profunda, e que é preciso
tempo para determinar a profundidade definitiva da queimadura. Além disso, o socorrista
não deve nunca tentar calcular a profundidade da queimadura até que tenham sido feitas
tentativas para primeiro desbridar a lesão no hospital.

TIPOS DE QUEIMADURAS

-Primeiro grau: ocorrem somente vermelhidão e ardor na pele, uma vez que a epiderme
é a única região acometida. Atingem as camadas superficiais da pele, causando
vermelhidão, inchaço, dor local, as vezes insuportável, sem formação de bolhas.(Fig.1)

-Segundo grau: formam-se bolhas, a muita dor e, também, perda de líquido na área
queimada já que, além da epiderme, a derme também é atingida. Atingem as camadas
mais profundas da pele, ou seja, derme e epiderme, causando formação de bolhas, pele
avermelhada, com manchas e coloração variável, dor, inchaço, desprendimento de
camadas da pele, é possível estado de choque.(Fig. 2)

-Terceiro grau: afeta toda a epiderme, derme e a camada mais profunda da pele; o tecido
celular subcutâneo. A dor é pouca, ou ausente. São as queimaduras mais profundas que
atingem todas as camadas da pele, podendo chegar aos ossos. Apresentam pouca ou
nenhuma dor e coloração torna-se branca ou surge a coloração preta, devido a
carbonização dos tecidos.(Fig. 3-4)

-Quarto grau: em razão do comprometimento da pele, os ossos, tendões, toda vasos


sanguíneos e/ou inervações ficam expostos. A região atingida pode ficar preta, em
virtudes da carbonização dos tecidos ali encontrados.(Fig. 5-6-7)

Muitos profissionais consideram que as queimaduras vão até o terceiro grau,


contemplando os casos em que toda a pele é queimada independente do quão
comprometida a região ficou, e sem levar em conta se houve ou não a evidenciação de
outras estrutura.
Outros incluem mais um item de classificação, considerando as queimaduras mais graves,
intensas, como sendo as de quatro grau, já citadas.
Outra forma de classificar a gravidade das queimaduras é analisá-las de acordo com o
tamanho da área que foi comprometida. Uma porcentagem acima de 15% já é algo
significativo; acima de 40% existe um risco considerável de a pessoa ir a óbito; e acima
de 70%, suas chances de sobrevivência são mínimas. Isso porque elas podem provocar
disfunção em diversas estruturas ou sistemas corporais, além de afetar a pele
propriamente dita.
Assim, cuidado e atenção, a fim de evitar esse problema, são fundamentais. Até porque,
em muitos casos, provocam manchas que nem sempre são fáceis de tratar.
Biografia.

QUEIMADURAS POR ELETRICIDADE

Queimaduras por eletricidade são lesões devastadoras que podem facilmente ser
menosprezadas. Em muitos casos, a aparente lesão do tecido não reflete com exatidão a
magnitude da lesão real. A destruição e necrose do tecido são muito maiores que o trauma
visualmente aparenta, porque a maior parte da destruição ocorre internamente conforme
a eletricidade é conduzida através do corpo do doente. O doente terá queimaduras
externas nos pontos de aterramento. Conforme a eletricidade ocorre pelo corpo do doente,
as camadas profundas do tecido são destruídas, apesar das lesões aparentemente menores
na superfícies.

QUEIMADURAS CIRCUNFERENCIAIS

Queimaduras circunferenciais do tronco ou membros podem produzir uma situação de


risco à vida ou ao membro como resultado da escara espessa e inelástica que se forma.
Queimaduras circunferenciais do tórax podem contrair a parede torácica a tal ponto que
o doente fica sufocado devido à incapacidade de ventilar . Queimaduras circunferenciais
das extremidades criam um efeito tipo torniquete que pode deixar um braço ou perna sem
pulso. Assim, todas as queimaduras circunferenciais devem ser tratadas como emergência
e doentes devem ser transportados a um centro de queimados ou para o centro de trauma
local se este não estiver disponível. Escarotomias são incisões cirúrgicas feitas através de
escara da queimadura para permitir a expansão dos tecidos mais profundos e a
descompressão das estruturas vasculares previamente comprimidas e quase sempre
ocultas

LESÕES POR INALAÇÃO DE FUMAÇA

A causa principal de morte em incêndios não é lesão térmica, mas a inalação de fumaça
tóxica. Todo doente com histórico de exposição à fumaça em um espaço fechado deve
ser considerado como em risco de ter uma lesão por inalação. Vítimas com queimaduras
no rosto ou fuligem no escarro correm risco de lesãoo por inalação de fumaça; porém, a
ausência desses sinais não exclui o diagnóstico de uma inalação tóxica. É essencialmente
importante manter um alto índice de suspeita, pois sinais e sintomas podem não se
manisfetar por dias após a exposição.

Condições que sugerem inalação de fumaça

 Incêndio em espaço confinado


 Confusão ou agitação
 Queimaduras no rosto ou tórax
 Sobrancelhas ou pelos nasais chamuscados
 Fuligem no escarro
 Rouquidão, perda de voz ou estridor

Há três elementos na inalação de fumaça: lesão térmica, asfixia e lesão pulmonar tardia
induzida por toxina. Ar seco é um mau condutor de calor, a inalação de ar quente
associada a um incêndio de estrutura raramente induz à lesão térmica das vias aéreas
abaixo do nível das cordas vocais. A grande área de superfície da nasofaringe atua de
modo eficaz como trocador de calor e resfria o ar quente inalado para quase a temperatura
do corpo no momento em que o ar alcança o nível das cordas vocais.

Asfixiantes

Dois produtos gasosos clinicamente importantes como asfixiantes são monóxido de


carbono e cianeto de hidrogênio. As duas moléculas são classificadas como asfixiantes
e, por isso, causam morte celular por hipóxia ou asfixia celular. Doentes com asfixia
devido à fumaça que contém um ou ambos desses componentes terão suprimento de
oxigênio insuficiente para os tecidos, apesar da leitura adequada da pressão arterial ou
oximetria de pulso.
O monóxido de carbono se liga à hemoglobina com muito mais afinidade que o oxigênio.
Os sintomas da inalação de monóxido de carbono dependem da duração da gravidade da
exposição e dos níveis séricos resultantes. Os sintomas podem variar de dor de cabeça
leve ao coma e morte. O ensino tradicional diz que doentes intoxicados com monóxido
de carbono desenvolvem uma coloração na pele vermelho-cereja “clássica”. Infelizmente,
com frequência esse é um sinal tardio no qual não se deve confiar ao se considerar
diagnóstico.
Sintomas de intoxicação por monóxido de carbono:

 Leves
 Dor de cabeça
 Fadiga
 Náusea

 Moderados
 Dor de cabeça intensa
 Vômito
 Confusão
 Torpor/sonolência
 Aumento da frequência cardíaca e frequência ventilatória

 Graves
 Convulsões
 Coma
 Parada cardiorespiratória
 Morte

O tratamento da intoxicação por monóxido de carbono é a remoção do doente da origem


e a administração de oxigênio. Ao respirar ar ambiente (21% de oxigênio), o corpo
eliminará metade do monóxido de carbono em 250 minutos. Quando é colocado em 100%
de oxigênio, a meia-vida do complexo de monóxido de carbono-hemoglobina é reduzida
para 40 a 60 minutos. Por muitos anos, o oxigênio hiperbárico foi considerado o
tratamento de escolha para a intoxicação moderada ou grave por monóxido de carbono.
O uso de oxigênio hiperbárico reduz a meia-vida do monóxido de carbono em 20 a 30
minutos e considera-se que diminui a incidência de sequelas de longo prazo devido à
exposição ao monóxido de carbono .

LESÃO PULMONAR INDUZIDA POR TOXINA


Os componentes térmicos e asfixiantes de uma lesão por inalação em geral são aparentes
no momento do resgate. Por outro lado, os sinais e sintomas de lesão pulmonar induzida
por toxina normalmente não se manifestam por vários dias. Os primeiros dias após uma
lesão por inalação de fumaça costumam ser descritos como “período de lua de mel”.
Durante esse período, o doente pode parecer enganosamente estável, com pouca ou
nenhuma disfunção pulmonar. A gravidade dessa lesão pulmonar é altamente dependente
de dois fatores: a composição da fumaça e a duração da exposição.
Em termos simples, fumaça é o produto da combustão incompleta, ou seja, poeira
química. Os componentes químicos na fumaça reagem com a mucosa da traquéia e dos
pulmões e lesionam as células que revestem as vias aéreas e pulmões. Compostos como
amônia, ácido clorídrico e dióxido de enxofre formam ácidos e álcalis corrosivos quando
inalados e reagem com água. Esses tóxicos causam necrose das células que revestem a
traquéia e os bronquíolos. Normalmente, essas células tem minúsculas estruturas
semelhantes a pelos, chamadas de cílios. Sobre esses cílios há uma cobertura de muco
que captura e transporta os detritos inalados para a orofaringe, onde os detritos são
engolidos e chegam ao trato GI. Alguns dias após uma lesão por inalação, essas células
necróticas, e os detritos que essas células normalmente capturam, se acumulam em vez
de serem removidas. o resultado é um aumento de secreção, entupimento das vias aéreas
com muco e detritos celulares, e um aumento na taxa de pneumonia com risco à vida.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
O primeiro e mais importante elemento no atendimento a um doente com exposição à
fumaça é determinar a necessidade de intubação orotraqueal. É necessária a contínua
reavaliação da perviedade da via aérea para se reconhecer o desenvolvimento de sinais de
obstrução da mesma. Mudança no caráter da voz, dificuldade de lidar com secreções ou
salivação, são sinais iminentes de oclusão de via aérea. Sempre que houver dúvida quanto
a perviedade da via aérea do doente, o socorrista deve proceder assegurando a via aérea
por meio de intubação orotraqueal. Em alguns casos, pode ser necessária a intubação de
sequência rápida, se possível, para controlar a via aérea. No caso de longos períodos de
transporte, deve ser considerado um encontro com uma unidade capaz de providenciar
controle definitivo da via aérea.
Doentes com inalação de fumaça devem ser transportados a centros de queimados mesmo
na ausência de queimaduras de superfície. Centros de queimados tratam de um número
maior de doentes com inalação de fumaça e oferecem meios exclusivos e ventilação
mecânica.

QUEIMADURAS POR PRODUTOS QUÍMICOS

A maioria dos produtos químicos que causam queimaduras químicas são ácidos fortes ou
bases. A corrosão pode ser causada por compostos químicos corrosivos como o ácido
sulfúrico e hidróxido de sódio. O ácido fluorídrico pode causar danos até o osso e suas
queimaduras, por vezes, não são imediatamente evidentes. Queimaduras químicas podem
ser de primeiro, segundo ou queimaduras de terceiro grau, dependendo da duração do
contato com o produto, a força da substância e outros fatores.(Fig.8-9)
Sintomas

Os sintomas das queimaduras químicas podem variar de acordo com a maneira como a
queimadura tiver ocorrido. As queimaduras causadas pela ingestão de produtos químicos
serão tratadas de modo diferente das queimaduras na pele. Os sintomas de queimadura
química podem depender de alguns dos seguintes fatores:

 extensāo do contato com o produto químico


 se o produto químico tiver sido inalado ou ingerido
 se a pele estava intacta durante o contato (sem cortes ou ferimentos abertos)
 local do contato
 a quantidade de produto químico utilizado
 a concentração do produto químico
 potência do produto químico
 se o produto era um gás, líquido ou sólido

Por exemplo, um produto químico alcalino ingerido causará queimaduras dentro do


estômago, o que produzirá sintomas diferentes de outras queimaduras químicas. Em geral,
os sintomas mais frequentes associados às queimaduras químicas são:
 pele escurecida ou morta (geralmente observados em queimaduras com ácidos)
 irritação, vermelhidão ou queimadura na região afetada
 dormência ou dor na região afetada
 perda ou alterações da visão se os produtos químicos entrarem em contato com os
olhos
Se os produtos químicos tiverem sido ingeridos, também poderão ocorrer alguns dos
seguintes sintomas:

 batimento cardíaco irregular


 cefaleia (dor de cabeça)
 hipotensão
 parada cardíaca (ataque cardíaco)
 dificuldade para respirar ou tosse
 convulsões
 sensação de fraqueza ou tontura
 espasmos musculares.

Prevenção

A prevenção das queimaduras químicas envolve o desenvolvimento de comportamentos


seguros e precauções de segurança em casa, no trabalho e em qualquer lugar em que esses
produtos químicos sejam utilizados. Essas ações e precauções incluem:

 manter os produtos químicos fora do alcance das crianças


 armazenar os produtos químicos em local adequado e com segurança após o uso
 utilizar os produtos químicos em um ambiente bem ventilado
 deixar os produtos químicos nas embalagens originais contendo etiquetas de
advertências
 evitar o uso desses produtos químicos
 evitar misturar produtos químicos
 comprar produtos químicos somente em embalagens protetoras
 manter os produtos químicos longe de alimentos e bebida
 usar equipamentos e roupas de proteção para utilizar os produtos químicos.

QUEIMADURAS POR RADIAÇÃO

Queimaduras por radiação são causadas pela exposição prolongada à luz (a partir do sol),
UV curtimento de cabines, terapia de radiação (em pessoas em terapia contra o câncer),
lâmpadas solares, fallout radioativo e raios-x. De longe, a queimadura mais comum
associada com radiação é a exposição ao sol, especificamente as ondas gamas de
comprimento de luz UVA e UVB, sendo o UVB o mais perigoso. As cabines de
bronzeamento artificial também emitem estes comprimentos de onda e podem causar
danos semelhantes à pele, tais como irritação, vermelhidão, inchaço e inflamação. Casos
mais graves de queimaduras de sol resultam no que é conhecido como envenenamento de
sol ou "insolação". Queimaduras por micro-ondas são causadas pelos efeitos térmicos da
radiação do micro-ondas.(Fig. 10-11)

Consequências do excesso de radiação

As principais consequências causadas pelo excesso de radiação são:


 Queimaduras na pele;
 Cataratas;
 Distúrbios gastrointestinais, provocados pela morte das células do trato
gastrointestinal, causando sintomas como náuseas, vômitos e diarreias graves;
 Síndrome cerebral, causada pela inflamação do tecido cerebral, e que muitas vezes
leva à morte. Os sintomas principais costumam ser náuseas, vômitos, sonolência,
convulsões, incapacidade de andar e coma;
 Doenças do sangue, sendo a leucemia a doença mais comum, caracterizada por
sintomas como perda de apetite, náuseas e vômitos. A leucemia causada pela
radiação pode provocar morte rápida, cerca de 3 semanas após exposição à radiação.
 Distúrbios no sistema reprodutor, como infertilidade, falta de menstruação e
diminuição do apetite sexual;
 Câncer, devido às alterações celulares que a radiação provoca no corpo;
 Bebês com malformações.
Alguns dos efeitos causados pela radiação, como infertilidade e malformações em recém-
nascidos, pode durar décadas para desaparecer.

Como se proteger da radiação

Para se proteger da exposição à radiação nuclear e dos seus efeitos no caso de algum
acidente nuclear, é preciso:
 Limitar o tempo de exposição à fonte de radiação;
 Ir para o mais longe possível da fonte de radiação. No caso de um acidente nuclear,
é necessário evacuar a área atingida pela radiação, que deve ser maior de acordo com
a quantidade de radiação emitida;
 Usar roupas próprias que dificultem o contato da radiação com a pele e com os
pulmões, como luvas e máscaras;
 Evitar comer ou beber água que tenha origem no local contaminado, pois isso, leva
a radiação diretamente para o interior do corpo, causando danos mais graves ao
organismo.
 Distúrbios gastrointestinais como náuseas e vômitos podem ser imediatamente
percebidos após a ingestão de alimentos contaminados principalmente em bebês e
crianças.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
A maior prioridade no atendimento a um doente exposto a agentes químicos é a segurança
pessoal e da cena. Como em uma emergência, o socorrista deve sempre se proteger
primeiro. Se houver alguma possibilidade de exposição a perigo químico, garantir a
segurança da cena e determinar se é necessário usar alguma roupa especial ou
equipamentos de respiração. Evitar contaminação do equipamento e dos veículos de
emergência; um veículo contaminado cria risco de exposição a todos os outros no seu
caminho. Tentar obter identificação do agente químico o quanto antes. Retire todas as
roupas do doente, já que podem estar contaminadas com agente químico, seja na fora
líquida ou em pó. As roupas contaminadas precisam ser descartadas com cuidado. Se
alguma substância particulada ficar sobre a pele, esta deverá ser escovada. Em seguida,
enxágue (lavagem) o doente com abundantes quantidades de água. A lavagem dilui a
concentração do agente contaminante e retira todo reagente remanescente. O importante
na lavagem é usar grandes quantidades de água. Um erro comum é enxaguar o
doente com 1 ou 2 litros de água e depois parar o processo de lavagem assim que a água
começar a se acumular no chão. Quando a lavagem é feita com pouca quantidade de
líquido, o agente irritante se espalha pela superfície do corpo do doente e não é levado
embora com o líquido. Não conseguir providenciar adequado escoamento e drenagem do
líquido da
lavagem pode causar lesão a áreas do corpo do doente antes não expostas e não lesionadas
se a lavagem contaminada se acumular sob o mesmo. Um modo simples de conseguir
escoamento em um ambiente pré-hospitalar é colocar o doente sobre uma prancha e
depois incliná-lo com uso de uma armação de madeira ou outros meios para elevar a
cabeça. Na extremidade inferior, coloque um saco plástico grande para recolher o
escoamento contaminado
. Normalmente evita-se o uso de agentes neutralizantes para queimaduras químicas. É
comum no processo neutralizante que estes agentes liberem calor em uma reação
exotérmica. Desse modo, um socorrista bem-intencionado pode criar uma queimadura
térmica além da queimadura química. Soluções para descontaminação mais disponíveis
comercialmente são feitas para fins de descontaminação do equipamento, e não de
pessoas.

QUEIMADURAS QUÍMICAS NOS OLHOS


Podem ser encontradas lesões nos olhos causadas por exposição a álcalis. Uma pequena
exposição nos olhos podem resultar em lesão de risco à visão. Os olhos devem ser
prontamente irrigados com grandes quantidades de líquido de irrigação contínua usando
a lente de Morgan. Se a lente de Morgan não estiver disponível, a irrigação contínua deve
ser obtida manualmente com tubos portáteis EV ou se ambos os olhos estiverem
comprometidos, um tubo nasal é colocado na ponte do nariz e acoplada aos tubos e uma
bolsa EV. A aplicação
de um anestésico local oftálmico, como a proparacaína, simplifica o atendimento do
socorrista ao doente.(Fig 12)

PRIMEIROS SOCORROS EM CASO DE INCÊNDIO

Os primeiros socorros para vítimas de incêndio são:


 Manter a calma e chamar o corpo de bombeiros e uma ambulância ligando
para o número 192 ou 193;
 Molhe um pano limpo e amarre no rosto, como se fosse uma máscara, para
evitar que você respire fumaça;
 Se houver muita fumaça, fique agachado próximo ao chão onde o calor é
menor e há mais oxigênio.
 Retire a vítima com segurança do local de incêndio e deite-a no chão.
 Se o corpo da vítima estiver em chamas, role-a no chão até que elas se
apaguem;
 Verifique se a vítima está respirando e se o coração está batendo;
 Dê espaço para a vítima respirar;
 Não ofereça líquidos.

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E RESSUSCITAÇÃO


O objetivo da avaliação primária é sistematicamente avaliar e tratar distúrbios de risco à
vida dada a importância de se preservar a vida. O método ABCDE (via aérea, Respiração,
circulação, incapacidade e exposição) de atendimento de trauma se aplica ao tratamento
de doente de queimadura, embora apresentam desafios exclusivos em cada etapa da
ressuscitação.
Grandes queimaduras quase sempre são uma lesão bastante letal. No entanto, além do
comprometimento das vias aéreas ou respiração relacionando à queimadura, as
queimaduras por si não são normalmente uma lesão de imediato risco à vida, as aparências
gerais das queimaduras podem ser dramáticas e até mesmo grotescas. O socorrista
esclarecido terá cuidado de perceber que o doente também pode ter sofrido um trauma
mecânico e ter lesões internas e menos aparentes, e que apresentam uma ameaça à vida
imediata.
Via aérea
Manter a desobstrução da via aérea é a prioridade número um o atendimento a uma vítima
de queimadura. O calor do fogo pode causar edema da via aérea acima do nível das cordas
vocais e pode obstruir a via aérea. Portanto, é necessária cuidadosa avaliação inicial e
contínua. É um erro acreditar que depois que o socorrista concluiu a avaliação dos ABCs
que a etapa para processo de avaliação do doente está completa e que tudo está bem com
a via aérea dele. Socorristas com probabilidade de passar por períodos prolongados de
transporte precisam estar particularmente atentos à avaliação da via aérea. Por exemplo,
um doente queimado pode ter uma via aérea acessível na avaliação inicial. No momento
seguinte, o rosto, assim como a via aérea, provavelmente vai inchar. Como resultado, uma
via aérea que estava satisfatória inicialmente pode se tornar criticamente estreita ou
obstruída por edema de 30 a 60 minutos mais tarde. A via aérea pode se reduzir a tal ponto
que fica obstruída e o ar não consegue passar.
Um cenário mais provável está relacionado ao efeito fisiológico de uma via aérea
estreitada, mas não obstruída. O estreitamento da traqueia devido ao inchaço da mucosa
aumenta a resistência do influxo de ar durante a inalação. Um aumento na resistência da
via aérea produz um aumento no trabalho de respiração do doente. Um aumento no
trabalho de respiração de uma via aérea inchada pode contribuir ou produzir parada
respiratória mesmo quando o doente em uma via aérea acessível.
Para evitar o estreitamento ou oclusão catastrófica de via aérea, é prudente o controle
inicial da mesma. A intubação desses doente quase sempre difícil e perigosa devido à
anatomia distorcida. Tentativas repetidas e malsucedidas de intubar um doente podem
levar a outro aumento no edema presente e distorção da anatomia.
Outro método de intubação muitas vezes considerado nesses casos é a indução em
sequência rápida ou intubação em sequência rápida. Esse procedimento utiliza agentes
farmacológicos para sedar e paralisar o doente para controle da via aérea. Se o socorrista
perceber que a lesão é bastante significativa, ele pode usar esse procedimento para
assegurar a via aérea, ou pode chamar uma equipe que seja capaz desse procedimento
para avaliação e implementação. No entanto, intervenções farmacológicas impedem ou
eliminam completamente a capacidade do doente controlar a via aérea, e se a intubação
não for bem sucedida, método alternativos de garantia da via aérea têm que ser preparados
com antecedência.
No geral, doentes com queimaduras são os indivíduos mais adequados para lidar com sua
própria via aérea ao adotar uma posição que mantém a via aérea aberta permitindo uma
respiração confortável. Nos casos em que é necessária uma intervenção, a via aérea deve
ser controlada pelo socorrista mais experiente disponível.
Se o doente estiver intubado, devem ser tomadas precauções especiais para a fixação do
tubo endotraqueal (ET) e evitar deslocamento ou extubação acidental. Após a uma
queimadura facial, a pele do rosto quase sempre descasca ou vaza algum liquido, fazendo
com que curativos adesivos não sejam adequados para fixa o tubo ET. O tubo ET pode
ser fixado com o uso de duas fitas umbilicais ou pedaços de tubo endovenoso (EV)
enrolados em volta da cabeça. Uma parte deve passar por cima da orelha e a outra por
baixo da orelha. Bandagens comercialmente disponíveis e dispositivos de velcro também
são indicados.(Fig. 13-14)
Respiração
Assim como com o doente de trauma, a respiração pode ser negativamente afetada por
tais problemas como fraturas de costela, pneumotórax e outras lesões de tórax fechadas
ou abertas. No caso de uma queimadura circunferencial da parede torácica, o desempenho
da parede torácica progressivamente diminui a tal ponto que impede a capacidade de
inalar do doente. Após uma lesão por queimadura, a pele queimada começa a endurecer
e a se contrair enquanto os tecidos moles mais profundos começam a inchar. O resultado
geral é que as queimaduras contraem a parede torácica do mesmo modo como se vários
cintos de couro aos poucos fossem apertando em volta do tórax do doente. Com o passar
do tempo, o doente não consegue mover a parede torácica para respirar.
Ao tentar ventilar doentes com queimadura circunferencial da parede torácica, pode ficar
difícil ou impossível comprimir o dispositivo de máscara com válvula e balão. Em tais
casos, a pronta escarotomia da parede torácica permitirá o restabelecimento da ventilação.
Escarotomia é um procedimento cirúrgico que envolve fazer uma incisão através da
escara endurecida da queimadura permitindo que a queimadura e o tórax se expandam e
se movam com os movimentos respiratórios do doente.
Circulação
Avaliação e tratamento de circulação incluem a aferição da pressa, arterial, avaliação das
queimaduras circunferenciais, e colocação de cateter EV. A medição exata da pressão
arterial se torna difícil ou impossível com queimaduras nas extremidades, e se a pressão
arterial puder ser obtida, pode não refletir corretamente a pressão arterial sistêmica devido
às queimaduras de espessura total e edema das extremidades, Mesmo se o doente tiver
pressão arterial adequada, a perfusão distal do membro pode estar severamente reduzida
devido a lesões circunferenciais. Extremidades queimadas podem ser elevadas durante o
transporte para reduzir o grau de edema no membro afetado.
A colocação de dois cateteres EV de calibre grosso capazes de infusão rápida em grande
volume necessária para ressuscitação é uma exigência para queimaduras que envolvem
mais de 20% da área total da superfície do corpo. Preferivelmente, os cateteres EV não
devem ser colocados através da queimadura ou adjacentes ao tecido queimado; no
entanto, a colocação através da queimadura é adequada se não houver locais alternativos.
Quando o cateter é colocado na queimadura ou próximo à queimadura, devem ser
tomadas medidas especiais para garantir que o cateter não seja deslocado acidentalmente.
Fitas adesivas e curativos normalmente usados para fixar cateteres EV serão ineficazes
se aplicados em cima ou adjacentes ao tecido queimado. Meios alternativos para prender
o tubo do cateter incluem envolver o local com bandagens Kerlix ou Coban. Em alguns
doentes, o socorrista pode não conseguir obter o acesso venoso. O acesso intraósseo (IO)
é um método alternativo e confiável para administrar fluidos EV e também narcóticos.
Doentes de queimadura são também de trauma e podem ter sofrido lesões além das lesões
térmicas. Queimaduras são lesões evidentes e algumas vezes assustadoras, mas é vital
avaliar se há outras lesões internas menos óbvias e que podem ser de risco à mais imediato
do que as queimaduras. Por exemplo, na tentativa de escapar de ser queimado, doentes
podem pular de janelas de edifícios, elementos da estrutura que está queimando podem
desmoronar e cair sobre ele ou pode ficar preso nas ferragens e chamas de um acidente
de carro. Em todos esses casos, o doente sofrerá queimaduras e também trauma. A ameaça
imediata à hemorragia da lesão traumática, e não a queimadura.
Incapacidade
Uma causa de disfunção neurológica de risco à vida que é exclusiva de vítimas de
queimadura é o efeito de toxinas inaladas, como o monóxido de carbono e gás cianídrico
(cianeto de hidrogênio). Essas toxinas podem produzir asfixia.
Avalie quanto ao déficit neurológico ou motor assim como você faria para qualquer outro
doente de trauma. Identifique e imobilize fraturas de ossos longos depois de colocar
curativo ou bandagem limpa se a extremidade estiver queimada. Providencie
imobilização da coluna vertebral se houver suspeita de lesão na coluna.
Exposição/Ambiente
A prioridade seguinte é expor totalmente o doente. Cada centímetro quadrado do doente
deve ser exposto e inspecionado. Joias devem ser prontamente retiradas devido ao
desenvolvimento gradual de inchaço das áreas queimadas que fazem as joias agirem como
atadura de constrição, comprometendo a circulação distal. Em caso de trauma mecânico,
todas as roupas do doente são removidas para a identificação de lesões que possam estar
escondidas pelas roupas. Em uma vítima de queimadura, a retirada das roupas pode ter
um efeito potencialmente benéfico. Roupas e joias podem reter calor residual, que pode
continuar a lesionar o doente. Após uma queimadura com produtos químicos, as roupas
podem estar encharcadas com o agente que queimou o doente. No caso de queimaduras
químicas, o manuseio indevido das roupas da vítima, impregnada de material
potencialmente perigoso, pode resultar em lesão ao doente e também ao socorrista.
O controle da temperatura ambiente é fundamental ao atender doentes com grandes
queimaduras. Doentes com queimaduras não conseguem reter o próprio calor corporal e
são extremamente suscetíveis à hipotermia. A queimadura leva à vasodilatação na pele, a
qual, por sua vez, permite aumento de perda de calor. Além disso, como feridas de
queimaduras abertas vazam e escorrem liquido, a evaporação também aumenta a perda
de calor corporal. Faça todo o possível para preservar a temperatura corporal do mesmo.
Cubra-o com vários cobertores. Mantenha aquecido o compartimento de passageiro da
ambulância ou da aeronave, independente da época do ano. Como regra geral, se os
socorristas estiverem confortáveis, a temperatura ambiente não está aquecida o suficiente
para o doente.
Avaliação Secundária
Após concluir a avaliação primária, o objetivo seguinte é a conclusão da avaliação
secundária. A avaliação secundária de um doente com lesão por queimadura não é
diferente da avaliação no trauma. O socorrista deve fazer uma avaliação completa, da
cabeça aos pés, procurando identificar outras lesões ou quadros clínicos. A aparência das
queimaduras pode ser dramática; no entanto, essas feridas normalmente não são de risco
à vida imediato. Uma avaliação detalhada e sistemática precisa ser realizada do mesmo
modo que seria feita com um doente de trauma.
Estimativa do tamanho da queimadura (avaliação).
A estimativa do tamanho da queimadura é necessária para ressuscitar devidamente o
doente e evitar as complicações associadas a choque hipovolêmico devido à lesão por
queimadura. A determinação do tamanho da queimadura também é usada como
ferramenta para classificar a gravidade da lesão e para triagem. O método mais
amplamente empregado é o da regra dos nove. Esse método aplica o princípio de que
grandes regiões do corpo nos adultos são consideradas como 9% da área total da
superfície corporal. O períneo ou área genital, representa 1%. (Fig. 15)
Crianças têm proporções diferentes das dos adultos. A cabeça da criança é
proporcionalmente maior que a do adulto, e as pernas de uma criança são mais em
proporção que as dos adultos. Sabendo que essas proporções variam nos diferentes grupos
etários, não é adequado aplicar a regra dos nove a doentes pediátricos. Tabelas e
diagramas estão disponíveis para ajudar na estimativa amanho da queimadura em
crianças.
A Tabela de Lund-Browder é um diagrama que leva em conta as alterações relacionadas
à idade nas crianças. Com o uso dessas tabelas, o socorrista mapeia a queimadura e então
determina o tamanho da queimadura com base em uma tabela de referência anexa. Esse
método exige desenhar um mapa das queimaduras e transformar o mapa em área de
superfície queimada calculada. A complexidade desse método dificulta o uso em situação
pré-hospitalar. (Fig. 16)
Pequenas queimaduras podem ser avaliadas usando a regra das palmas. O uso da palma
do doente tem sido amplamente aceito e uma prática de longo tempo para estimar o
tamanho de queimaduras menores. No entanto, não há aceitação unânime do que define
uma palma e qual seu tamanho. A área média da palma somente (não incluindo os dedos
estendidos) é 0.5% da área total da superfície corporal (ATSC) nos homens e 0,4% nas
mulheres. Incluindo o aspecto palmar de todos os cinco dedos estendidos junto com a
palma, a área aumenta para 0,8% da área total da superfície corporal (ATSC) para homens
e 0,7% da ATSC para mulheres. Além das diferenças de sexo no tamanho da palma,
também varia com o peso corporal do doente. Conforme o índice de massa corporal (IMC)
aumenta, a área total da superfície da pele do corpo aumenta e a porcentagem da ATSC
da palma diminui." Assim, na maioria dos casos, a palma mais os dedos do doente podem
ser considerados como aproximadamente 1% da ATSC.(Fig. 17)
Curativos
Antes do transporte, as feridas devem ser cobertas. A finalidade dos curativos é evitar
contínua contaminação e evitar fluxo de ar sobre as feridas, o que ajuda no controle da
dor.
Curativos na forma de pano ou toalha estéril seca são suficientes antes de se transportar
o doente. Vários cobertores são colocados sobre os curativos estéreis das queimaduras
para manter o calor do corpo. Pomadas e cremes antibióticos tópicos não devem s
Pomadas e aplicados até que o doente seja avaliado pelo centro de queimados.
Transporte
Doentes com várias lesões além das queimaduras devem primeiro ser transportados a um
centro de trauma, onde lesões de risco à vida imediato podem ser identificadas e
cirurgicamente tratadas, se necessário. Estando estabilizado em um centro de trauma, o
doente com queimaduras pode ser transportado para um centro de queimados para
definitivo atendimento e reabilitação das queimaduras. A Associação Americana de
Queimaduras (American Burm Association) e o Colégio Americano de Cirurgiões
(American College of Surgeons) identificaram critérios para transportar ou transferir
doentes de queimadura para um centro de queimados. Nessas áreas geográficas sem fácil
acesso a um centro de queimados, a direção médica local determina o destino preferencial
para tais casos.
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS
Orientações para vítimas : tratamento para queimaduras - Primeiro grau

A sua queimadura é superficial, mas para diminuir a chance de ficar cicatriz você deve
tomar os seguintes cuidados:
Primeira semana :

 Lave com água corrente, por 5 minutos, três vezes ao dia, com sabão neutro ou
sabonete de glicerina em toda a área queimada;
 Não é necessário cobrir a área com curativos.

Segunda semana:

 Aplique óleo mineral a cada 12 horas para melhorar coceira e descamação.

Da terceira semana em diante:

 filtro solar (FPS 30 ou maior) durante o dia;


 hidratante neutro todas as noites até a melhora completa.

Orientações para vítimas tratamento para queimaduras – segundo grau


A sua queimadura foi moderada, mas pode ser tratada em casa. Para diminuir a chance de
ficar cicatriz você deve tomar os seguintes cuidados: Primeira semana: – Realizar limpeza
e aplicação do creme de Sulfadiazina de Prata 1% duas vezes ao dia por 7 (sete) dias. A
Sulfadiazina de Prata 1% é um dos agentes tópicos mais utilizados no tratamento de
queimadura, sendo recomendada em queimaduras de segundo e terceiro graus. É
facilmente aplicada e removida, não provoca dor e apresenta poucos efeitos colaterais.
Como um dos efeitos colaterais da Sulfadiazina de Prata 1%, tem sido relatado episódios
de discreta leucopenia depois de poucos dias de uso, e de alergias em menos de 5% dos
pacientes sem necessidade de interrupção do uso.
Outros cremes também utilizados são o Acetato de Sulfanamida 10%, a Nitrofurazona
0,2% e o Creme de Gentamicina 0,1% (1). O creme de Nitrofurazona 0,2% não tem sido
utilizado nos Estados Unidos da América, entretanto, ainda é utilizado em nosso Serviço
de Queimados. Apresenta ampla ação bacteriostática, embora menor que a da
Sulfadiazina de Prata 1%. Em nosso serviço, quando as lesões apresentam-se limpas com
formação de tecido de granulação, tem sido utilizado o creme de Nitrofurazona 0,2%,
sendo que os pacientes relatam dor e sensação de queimação após a aplicação. Há relatos
na literatura de que esse creme é realmente bastante doloroso à aplicação e que também
apresenta toxidade ao crescimento de queratinócitos em cultura . Assim, a sua utilização
em feridas limpas com presença de tecido de granulação pode ser contraindicada em razão
da dor provocada após a aplicação. Esse creme pode causar dermatite de contato (prurido
e edema) , fato esse também observado em nosso serviço. Com base nas recomendações
desses autores e considerando os efeitos desse produto, entendemos que sua utilização
em feridas limpas ou quando apresentarem crescimento de tecido de granulação não seria
uma escolha adequada.

 Evite expor o curativo a sujeira/umidade;


 Vá ao posto de saúde com a carteira de vacinação para verificar se você precisa
receber o reforço da vacina contra o tétano;
 Retorne antes se estiver com cheiro ruim ou saindo pus;
Na segunda semana, para melhorar a coceira e a descamação, aplique óleo mineral a cada
12 horas. Da terceira semana em diante: – filtro solar (FPS 30 ou maior) durante o dia. –
hidratante neutro todas as noites até a melhora completa. Você deve ser reavaliado em 3
semanas.

Extensão da queimadura (superfície corpórea queimada – scq)


 Regra dos nove (urgência);
 A superfície palmar do paciente (incluindo os dedos) representa cerca de 1% da
SCQ;
 Áreas nobres/queimaduras especiais: Olhos, orelhas, face, pescoço, mão, pé,
região inguinal, grandes articulações (ombro, axila, cotovelo, punho, articulação
coxofemoral, joelho e tornozelo) e órgãos genitais, bem como queimaduras
profundas que atinjam estruturas profundas como ossos, músculos, nervos e/ou
vasos desvitalizado;

Gravidade da queimadura
Condições que classificam como queimaduras graves:
 Extensão/profundidade maior do que 20% de SCQ em adultos;
 Extensão/profundidade maior do que 10% de SCQ em crianças;
 Idade menor do que 3 anos ou maior do que 65 anos;
 Presença de lesão inalatória;
 Politrauma e doenças prévias associadas;
 Queimadura química;
 Trauma elétrico;
 Áreas nobres/especiais (veja o terceiro tópico do item 4);
 Violência, maus-tratos, tentativa de autoextermínio (suicídio), entre outras.

Medidas gerais imediatas e tratamento de queimadura em relação a ferida:

 Limpe a ferida com água e clorexidina degermante a 2%. Na falta desta, use água
e sabão neutro 12;
 Posicionamento: mantenha elevada a cabeceira da cama do paciente, pescoço em
hiperextensão e membros superiores elevados e abduzidos, se houver lesão em
pilares axilares;
 Administre toxóide tetânico para profilaxia/ reforço antitétano;
 Administre bloqueador receptor de H2 para profilaxia da úlcera de estresse;
 Administre heparina subcutânea para profilaxia do tromboembolismo;
 Administre sulfadiazina de prata a 1% como antimicrobiano tópico;
 Curativo exposto na face e no períneo;
 Curativo oclusivo em quatro camadas: atadura de morim ou de tecido sintético
(rayon) contendo o princípio ativo (sulfadiazina de prata a 1%), gaze
absorvente/gaze de queimado, algodão hidrófilo e atadura de crepe;
 Restrinja o uso de antibiótico sistêmico profilático apenas às queimaduras
potencialmente colonizadas e com sinais de infecção local ou sistêmica. Em
outros casos, evite o uso;
 Evite o uso indiscriminado de corticosteróides por qualquer via;
 As queimaduras circunferenciais em tórax podem necessitar de escarotomia para
melhorar a expansão da caixa torácica;
 Para escarotomia de tórax, realize incisão em linha axilar anterior unida à linha
abaixo dos últimos arcos costais;
 Para escarotomia de membros superiores e membros inferiores, realize incisões
mediais e laterais;
 Habitualmente, não é necessária anestesia local para tais procedimentos; porém,
há necessidade de se proceder à hemostasia.– Linhas de incisão para escarotomia:

Trauma elétrico:
 Identifique se o trauma foi por fonte de alta tensão, por corrente alternada ou
contínua e se houve passagem de corrente elétrica com ponto de entrada e saída;
 Avalie os traumas associados (queda de altura e outros traumas);
 Avalie se ocorreu perda de consciência ou parada cardiorrespiratória (PCR) no
momento do acidente;
 Avalie a extensão da lesão e a passagem da corrente;
 Procure sempre internar o paciente que for vítima deste tipo de trauma;
 Avalie eventual mioglobinúria e estimule o aumento da diurese com maior infusão
de líquidos;
 Na passagem de corrente pela região do punho (abertura do túnel do carpo), avalie
o antebraço, o braço e os membros inferiores e verifique a necessidade de
escarotomia com fasciotomia em tais segmentos.
Queimaduras químicas:
 A equipe responsável pelo primeiro atendimento deve utilizar proteção universal
para evitar o contato com o agente químico;
 Identifique o agente causador da queimadura: ácido, base ou composto orgânico;
 Avalie a concentração, o volume e a duração de contato;
 Lembre que a lesão é progressiva, remova as roupas e retire o excesso do agente
causador;
 Remova previamente o excesso com escova ou panos em caso de queimadura por
substância em pó;
 Dilua a substância em água corrente por no mínimo 30 minutos e irrigue
exaustivamente os olhos no caso de queimaduras oculares;
 Interne o paciente e, na dúvida, entre em contato com o centro toxicológico mais
próximo;
 Nas queimaduras por ácido fluorídrico com repercussão sistêmica, institua a
aplicação por via endovenosa lenta de soluções fisiológicas com mais 10ml de
gluconato de cálcio a 10% e acompanhe laboratorialmente a reposição do cálcio
iônico;
 Aplique gluconato de cálcio a 2,5% na forma de gel sobre a lesão, friccione a
região afetada durante 20 minutos (para atingir planos profundos) e monitore os
sintomas dolorosos;
 Caso não haja melhora, infiltre o subcutâneo da área da lesão com gluconato de
cálcio diluído em soro fisiológico a 0,9%, na média de 0,5ml por centí- metro
quadrado de lesão, com o uso de agulha fina de 0,5cm, da borda da queimadura
com direção ao centro (assepsia normal);
 Nos casos associados à dificuldade respiratória, poderá ser necessária a intubação
endotraqueal;

Curativo no enxerto
Curativo de Brown é um curativo compressivo feito no enxerto. Em extremidades feito
com fita crepe. Em outras áreas a gaze é substituída sobre o enxerto. Ele é retirado
somente depois do quinto dia, quando já se deu a integração.( Fig. 18-19)

Tratamento para queimaduras – novos curativos em cirurgia plástica de


queimaduras
Para queimaduras de espessura parcial, o uso de substitutos de pele através de
bioengenharia, como o Biobrane, o TransCyte, o Dermagraft, o Apligraf, a cultura da pele
autóloga e a cultura da pele alogênica, é seguro e tão eficaz quanto agentes tópicos,
curativos ou enxerto. A segurança do Integra não foi determinada, pois um estudo relatou
alta taxa de infecção e o julgamento foi encerrado. Para queimaduras de espessura total,
a eficácia da cultura de pele autóloga não pode ser determinada com base nas provas
disponíveis.
Quanto ao uso do oxigênio hiperbárico, levando em consideração artigos com qualidade
técnica, não existem evidências significativas a respeito do seu benefício em intoxicações
por monóxido de carbono, em queimaduras térmicas ou em pega de enxertos. Há
necessidade de mais estudos clínicos randomizados e controlados para aplicação clínica
do oxigênio hiperbárico no tratamento de queimaduras.
O uso da heparina, exceto pelo seu efeito anticoagulante, tem sido questionado no
tratamento de queimadura de pacientes, principalmente no que diz respeito à cicatrização,
à lesão inalatória, à sepse e à dor. A maioria dos estudos relacionados que avaliam via de
aplicação e efeito sobre as queimaduras é insatisfatória quanto à metodologia. Não foram
observadas evidências clínicas fortes. Mostrou menor mortalidade, taxa de infecção e
melhor cicatrização do enxerto. Um segundo estudo mostrou que a heparina tópica
reduziu significativamente o tempo de cicatrização das feridas. O terceiro estudo analisou
o efeito da heparina tópica em queimaduras de segundo grau e concluiu menor tempo de
internação, mortalidade e número de enxertos de pele. Quatro estudos citaram
contraindicações para o uso de heparina em pacientes vítimas de queimaduras. Estas
contraindicações foram sangramento ativo, trauma associado com potencial de
sangramento, úlcera intestinal ativa, trombocitopenia, doença hepática, doenças renais ou
alergia à heparina.
O tratamento para queimadura tópico em queimaduras superficiais e de espessura parcial
tem sido alvo de pesquisas científicas nas últimas décadas. A sulfadiazina de prata foi
usada como controle, e apesar dos resultados positivos com hidrocoloide, filme de
poliuretano, outros agentes tópicos contendo prata e curativos biológicos, necessita-se de
mais pesquisa para avaliação aplicabilidade clínica destes agentes.
O uso de mel foi e concluíram benefícios tanto no tempo de cicatrização quanto no
desenvolvimento de contraturas secundárias.
A aloe vera também foi analisada quanto a sua eficácia na cicatrização de queimadura de
primeiro e segundo graus. E, apesar das diferenças metodológicas entre os estudos, existe
alguma evidência do seu benefício na cicatrização de queimadura de espessura parcial.
O curativo a vácuo é usado para auxiliar drenagem de secreções, redução das taxas de
infecções e aumento do fluxo sanguíneo local. O uso de curativo a vácuo em queimadura
de espessura parcial não possui evidência científica positiva na literatura pesquisada. Há
apenas um artigo randomizado e controlado sobre o tema, o que nos mostra a escassez de
ensaios clínicos randomizados de alta qualidade no curativo a vácuo, tratamento para
queimadura de espessura parcial.
As cicatrizes hipertróficas oriundas de queimaduras profundas e extensas podem se
desenvolver em pessoas que nunca apresentaram tendência a esse tipo de cicatrização.
Não há evidências científicas do benefício quanto ao uso de malhas compressivas no
controle de cicatrizes anormais. Por outro lado, seu custo não é baixo e pode trazer
morbidade, como dor e prurido local.
A presença de alterações craniofaciais secundárias ao uso prolongado da malha em face
foi aventada, porém não comprovada na literatura revisada. Apesar da pouca evidência
na literatura, os autores reforçam a importância de um ortodontista na equipe
multidisciplinar que atende ao paciente vítima de queimadura em face e pescoço, assim
como o uso de molde intraoral para manter a correta oclusão dentária.
A prevenção de acidentes domésticos continua sendo uma das medidas mais eficazes na
redução das queimaduras. Programas de educação continuada, principalmente em escolas
e em comunidades carentes, o uso de detectores de fumaça, além de mudanças na
legislação são capazes de reduzir a incidência de queimaduras.
Crianças, em idade inferior a 14 anos, são vítimas frequentes de queimaduras e de
escaldos. Há um número muito limitado de estudos que permitam tirar conclusões sobre
a eficácia dos programas de prevenção de queimaduras e de escaldos na infância, mais
estudos são necessários para sua certificação, visto que programas de prevenção de curto
prazo não se mostraram efetivos.
Das revisões sistemáticas protocoladas, duas se referem à nutrição do paciente vítima de
queimadura, uma sobre tratamento tópico de queimaduras de face, uma sobre tratamento
do prurido relacionado à queimadura e uma sobre o uso de epitélio autólogo cultivado no
tratamento da área queimada. (Figura 20,21,22,23).

ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA

A atuação da Fisioterapia em Queimaduras deverá ser iniciada o mais brevemente


possível, ainda no ambiente hospitalar. O profissional pode fazer uso das mobilizações
articulares – para evitar perdas de movimentos e aderências de fáscias, músculos e
tendões – exercícios passivos e ativos e massagens. Também pode ser necessária a
prescrição de órteses para manutenção das amplitudes articulares; caso possível, a
hidroterapia é bastante indicada.

É também bastante comum ser necessário o auxílio das técnicas da Fisioterapia


Respiratória. Seja por inalação de gases tóxicos, ou limitação mecânica dos mecanismos
respiratórios, ou ainda para o tratamento de infecções oportunistas (como a pneumonia);
os pacientes queimados poderão precisar de desobstrução brônquica, drenagem postural,
reexpansão pulmonar ou reeducação da função muscular respiratória.
O profissional atuante na Fisioterapia em queimados pode ainda dispor de outras técnicas.
Pesquisas recentes falam da Hipnose e da Acupuntura com objetivos de analgesia, o que
tem trazido bons resultados para as atividades mecânicas da reabilitação. A Eletroterapia,
com o FES, poderá ser usada para reforço muscular; o ultrassom pode incrementar a
resposta inflamatória; o laser pode ajudar no reparo tecidual e a Crioterapia pode ajudar
com a diminuição do metabolismo local e analgesia.
O mais importante é que o paciente com queimaduras tenha um acompanhamento
interdisciplinar o mais rápido possível. Após o acompanhamento hospitalar será
necessário um acompanhamento domiciliar com profissionais especializados a fim de
reestabelecer o máximo de habilidades possíveis e minimizar as sequelas do acidente.
(Figuras 24,25)

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NO PRÉ E NO PÓS OPERATÓRIO EM


QUEIMADURAS
Há pouco tempo a fisioterapia só poderia iniciar sua abordagem terapêutica após a alta
hospitalar. Hoje apresenta grande alteração, iniciando já na fase aguda da injúria térmica
e permanecendo até aproximadamente dois anos após a alta hospitalar,
ambulatorialmente, nas queimaduras de espessura total.
Após a avaliação inicial o fisioterapeuta dará início à avaliação da capacidade do paciente
em movimentar-se, e medirá a amplitude de movimentos disponível do paciente.
Enquanto o fisioterapeuta trabalha com o paciente, ele precisa monitorar continuamente
os sinais clínicos do paciente, para que sejam avaliadas as respostas cardiovasculares e
respiratórias ao tratamento.
As metas para o tratamento reabilitativo fisioterápico são contingentes com o prognóstico
e potencial do paciente. O fisioterapeuta tem como metas: obter uma limpa ferida por
queimadura, para o desenvolvimento da cicatrização e aplicação de enxerto; manter a
amplitude de movimento; impedir complicações ou reduzir as contraturas cicatriciais;
impedir complicações pulmonares; promover total dependência na deambulação e a
independência das atividades do dia a dia; melhorar a resistência cardiovascular.
O exercício ativo é encorajado em todas as áreas queimadas. O exercício ativo tem início
no primeiro dia. Outras formas de exercício só devem ser utilizadas apenas se a confusão,
dor ou outras complicações impedem o exercício ativo. Todas as articulações mesmo das
regiões não queimadas, devem passar por exercícios ativos de amplitude integral.
Geralmente, a amplitude de movimentos ativos são feitas pelo menos três vezes ao dia.
Os dispositivos resistidos podem ser usados nas áreas que não foram queimadas para a
manutenção da força muscular. Os períodos durante os exercícios na piscina são os
melhores momentos para as sessões mais agressivas, por os curativos são retirados e a
pele está úmida. Se o paciente acabou de receber enxerto de pele os exercícios ativos e
passivos serão suspensos por sete a dez dias.
O paciente de queimadura precisará de toda uma vida de exercícios para impedir
contrataras e perdas de movimentos.
O paciente queimado perde grande quantidade de massa corporal. O exercício pode lançar
mão de dispositivos de treinamento de exercícios e do incremento da força, mas eles
podem depender de modificações, com base no estágio do paciente e no estágio de
cicatrização das feridas.
O paciente deve ser encorajado a iniciar exercícios ativos que enfatizarão o sistema
cardiovascular, como andar desde a unidade de queimadura até a unidade de fisioterapia,
andar na bicicleta ergométrica, entre outros. Estes exercícios não só atuarão no sistema
cardiovascular como irão aumentar a amplitude de movimento das extremidades.(Figuras
25, 26)

BOATE KISS
O relógio marcava 3h17 do dia 27 de janeiro de 2013 quando Elissandro Spohr, 28 anos,
o Kiko, escapou pelo portão de ferro da boate Kiss, ganhando a Rua dos Andradas.
Conhecido playboy de Santa Maria, cidade a 300 quilômetros de Porto Alegre, Kiko
estendeu a mão e puxou para a calçada três meninas que se espremiam entre centenas de
outras pessoas em desespero, acotovelando-se para fugir do inferno de fumaça e chamas
em que se transformou a casa noturna. Filho do dono de uma cadeia de revenda de pneus
com filiais pelo Brasil, Kiko era amparado por um segurança, que o conduzia sempre com
uma das mãos nas costas. De camisa branca e calça jeans escura, chorava e berrava:
“Minha boate, minha casa! Perdi tudo”.
A fumaça tomava conta dos 615 metros quadrados da casa noturna que era ponto de
encontro na cidade repleta de universitários. O desespero, até ali, era não pela contagem
de corpos que já ia perto de 40 vítimas, mas pela destruição da Kiss. Nem ele nem os
frequentadores pareciam ter, naquele momento, a noção de que a catástrofe em curso era
produto de uma sucessão de desmandos e erros dos donos da boate e dos poderes públicos.
Uma tragédia que, em minutos, consumiu a vida de mais de 230 jovens, quase todos
recém-saídos da adolescência.
A espuma barata, inapropriada para isolamento acústico de locais fechados e com grande
concentração de público, em contato com os fogos de artifício – também inadequados
para recintos fechados e sem autorização para uso na casa noturna – produziu a fumaça
tóxica que fez da boate Kiss uma espécie de câmara de gás.
Com os corpos ainda sendo retirados e algumas pessoas na agonia dos últimos momentos
de vida, Kiko ficou murmurando durante alguns minutos próximo ao estacionamento do
Carrefour, em frente à boate, antes de deixar o local. A fila de corpos crescia. Gritos,
correria desesperada em busca de ajuda, pedidos de socorro.

RELATO DE CASO

Paciente L.A.C., do sexo masculino, 13 anos de idade, estudante do ensino fundamental,


procurou atendimento de urgência na Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
universitário de Campo Grande, MS, no dia 18 de dezembro de 2015, após sofrer
queimadura grave em um acidente envolvendo uma explosão ao queimar lixo molhado,
contendo livros, com etanol. Após o acidente, o paciente procurou imediatamente a UPA,
e foi encaminhado ao atendimento de urgência, onde foi garantida via aérea definitiva
(intubação orotraqueal) e ressuscitação com Ringer Lactato 4500 ml., sendo admitido no
serviço da Santa Casa/Associação Beneficente de Campo Grande, MS, às 4:30 horas (9 h
após o acidente).

Ao exame físico, foi constatada, aproximadamente, 60% de superfície corporal queimada


(SCQ), calculada pela regra dos noves - Wallace (para superfície queimada em adultos e
crianças a partir de 10 anos de idade), com queimaduras de segundo grau profundo e
terceiro grau em membros inferiores, região genital, tórax, dorso, pescoço, membros
superiores e face.

Apresentou opacidade em olho direito e edema palpebral bilateral. Aparelho respiratório


com roncos presentes à ausculta pulmonar, frequência respiratória de 15 rpm. Aparelho
cardiocirculatório com frequência cardíaca de 96 bpm, ritmo regular. Abdome flácido
com ruídos presentes. Diurese presente. Extremidades com perfusão diminuída, frias e
pulsos filiformes. Sem uso de antibiótico até o momento. Previamente saudável,
acompanhante negava afecções associadas.

CONCLUSÃO
ANEXOS

Figura 1 Queimadura superficial Figura 2 Queimadura de espessura parcial.

Figura 3 Queimadura de espessura total.

Figura 4 Este doente sofreu de queimadura de Figura 5 Queimadura de quarto grau.


espessura parcial e espessura total, caracterizada pela
aparência branca e semelhante ao couro.

Figura 6 Exemplo de queimadura profunda, de espessura


Figura 7 Queimaduras de quarto grau no braço, com
total com chamuscamento da pele e visível trombose dos
queimaduras não somente na pele mas também na
vasos sanguíneos. gordura subcutânea, músculo e osso.
Figura 8 Queimaduras por produtos químicos Figura 9 Queimaduras por produtos químicos

Figura 11 Queimadura por radiação


Figura 10 Queimadura por radiação

Figura 12 Queimadura química nos olhos

Figura 13 e 14 Socorristas podem usar uma faixa


umbilical ou tubos IV para garantir a intubação ET se o
paciente tiver queimaduras no rosto. A= Faixa
umbilical. B= Tubos portáteis
Figura 15 Regra dos Nove.

Figura 16 Tabela Lund-Browder.

Figura 17 A regra das palmas utiliza a palma mais


os dedos do doente para calcular o tamanho de Figura 18 Curativo no enxerto
queimaduras

Figura 19 Curativo no enxerto


Figura 20 Tratamento Hospitalar Figura 21 Tratamento Hospitalar

Figura 22 Tratamento Hospitalar Figura 23 Tratamento Hospitalar

Figura 24 Fisioterapia dermatofuncional

Figura 23 cinesioterapia

Figura 26 Fisioterapia DERMATOFUNCIONAL

Figura 25 cinesioterapia
REFERÊNCIAS

www.nafesaude.com acesso em:06 jun.2017

http://www.rbqueimaduras.com.br/details/279/pt-br/fisioterapia- em-grande- queimado-


-relato- de-caso- em-centro- de-tratamento- de-queimados- na-amazonia- brasileira

http://terapiadomovimento.blogspot.com.br/2009/07/fisioterapeutico-em- pacientes-
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JONES. PHTLS. Atendimento Pré-hospitalar ao Traumatizado. 8°Edição. 5 wall Street.

http://sbqueimaduras.org.br/queimaduras-conceito- e-causas/

https://www.saredrogarias.com.br/noticias/queimadura-
quimica-por- radiacao-e- inalatoria

https://www.tuasaude.com/doencas-causadas- pela-radiacao- nuclear/

https://pt.healthline.com/health/queimaduras-quimicas

https://www.claudiolemos.com/cirurgia-plastica/cirurgia-plastica-feminina/tratamento-
de-queimaduras/

Professional.Disponivel em :<www.nafesaude.com.br>. Acesso em:06 Jun.2017

PHTLS - Atendimento Pré Hospitalar ao Traumatizado - Norman E. McSwain - Scott


Frame - Jeffrey P. Salomone. 8°. ed. [S.l.]: Artmed, 2016. p. 419-421.

http://rbqueimaduras.org.br/details/305/pt-BR/queimadura-em-60--do-corpo-em-paciente-
do-sexo-masculino-de-13-anos-de-idade--relato-de-caso

http://veja.abril.com.br/brasil/eles-sobreviveram-ao-inferno-da-boate-kiss/

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