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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

CURSO DE DIREITO

Principais Recursos Trabalhistas

Governador Valadares

2019
RECURSOS TRABALHISTAS:

a) Recurso Ordinário:

O recurso ordinário é o recurso mais conhecido e mais importante do Processo


do Trabalho. Na praxe forense, é o recurso mais comum das bancas dos escritórios de
advocacia. É a “apelação do Processo do Trabalho” (PEREIRA, 2018, p. 716).

O recurso ordinário é cabível, no prazo de oito dias, para impugnar sentenças


definitivas (de mérito) e terminativas, proferidas pelas Varas do Trabalho (ou Juízos de
Direito no exercício da jurisdição trabalhista), nos termos do art. 895, inciso I, da CLT.
Nesse caso, o julgamento do recurso é de competência do Tribunal Regional do
Trabalho (TRT).

Se a decisão da Vara do Trabalho reconhece a incompetência da Justiça do


Trabalho, remetendo os autos a outro ramo do Poder Judiciário, também se entende
cabível o recurso ordinário (art. 799, § 2º, da CLT).

O referido recurso é interposto perante o juízo de primeiro grau (art. 1.010,


caput, do CPC), no caso, a Vara do Trabalho. Interposto o recurso, o juiz deve dar vista
ao recorrido para apresentar contrarrazões (art. 1.010, § 1º, do CPC).

‘‘Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro


grau, conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

IV - o pedido de nova decisão.

§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de


15 (quinze) dias.

§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para


apresentar contrarrazões.

§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos


ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de
admissibilidade.’’(grifei)

Mesmo com a subida dos autos ao Tribunal Regional do Trabalho, os


pressupostos recursais são examinados pelo juízo ad quem, que conhece ou não do
recurso ordinário.
Após o cumprimento das formalidades elencadas nos §§ 1º e 2º do art. 1.010 do
CPC, os autos devem ser remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de
admissibilidade, conforme o art. 1.010, § 3º do CPC, in verbis:

‘‘Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro


grau, conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

IV - o pedido de nova decisão.

§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15


(quinze) dias.

§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para


apresentar contrarrazões.

§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão


remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de
admissibilidade.’’(grifei)

A nova regra do Código de Processo Civil de 2015, difere da regra do


CPC/1973, o que permite concluir que, não cabe mais ao juízo de primeiro grau
examinar os pressupostos recursais da apelação, nem lhe negar seguimento.

Ademais, a Súmula 214, c, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio de


interpretação ampliativa, admite o recurso de imediato também nas hipóteses de decisão
“que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o
disposto no art. 799, § 2º, da CLT”.

Não obstante, de acordo com o art. 2º, inciso XI, da Instrução Normativa
39/2016 do TST:

‘‘Art. 2° Sem prejuízo de outros, não se aplicam ao Processo do Trabalho, em


razão de inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes
preceitos do Código de Processo Civil:

(...)

XI - art. 1010, § 3º(desnecessidade de o juízo a quo exercer controle de


admissibilidade na apelação);(INSTRUÇÃO NORMATIVA 39/2016 DO
TST)’’(grifei)

Com isso, prevalece o entendimento de que o juízo a quo continua verificando,


inicialmente, os pressupostos de admissibilidade do recurso ordinário no processo do
trabalho.
As questões de fato não propostas no juízo inferior podem ser suscitadas no
recurso ordinário, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior
(art. 1.014 do CPC).

O art. 895, inciso II, da CLT prevê o cabimento do recurso ordinário, também no
prazo de oito dias, “das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais,
em processos de sua competência originária”, nos dissídios individuais e nos dissídios
coletivos.

No que atine às decisões prolatadas nos dissídios de alçada (que não ultrapassam
dois salários mínimos), não caberá qualquer recurso, salvo se versarem sobre matéria
constitucional (Lei 5.584/1970, art. 2.º , § 4.º), hipótese em que alguns doutrinadores
entendem que o recurso cabível seria o extraordinário (tendo em vista a decisão ter sido
proferida em única instância, ensejando a aplicação do art. 102, II, da CF/1988), e não o
recurso ordinário.

Em relação ao recurso ordinário interposto em face de sentenças proferidas em


reclamações trabalhistas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o art. 895, §§ 1.º e 2.º,
da CLT estabelece que:

“Art. 895 (...)

§ 1.º Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso


ordinário:

I – (Vetado);

II – será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o


relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou
Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor;

III – terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à


sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na
certidão;

IV – terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a


indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir
do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos,
a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão.

§ 2.º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar


Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das
sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento
sumaríssimo”(grifei)

De acordo com Ives Gandra da Silva Martins Filho (2016, p. 326) é obrigatório
no recurso ordinário: ‘‘depósito do valor da condenação, até o limite de R$ 8.183,06.
Não exige prequestionamento, uma vez que a devolutividade é ampla e de toda a
matéria impugnada, ainda que não abordada na sentença (CPC/73, art. 515 e § 1º);
NCPC, art. 1.013, caput e § 1º; Súmulas 393 e 422 do TST)’’ (FILHO, 2016, p. 326).

No que tange aos efeitos, é apenas devolutivo (porque devolve toda a matéria de
fato e de direito), pois já pode ser iniciada a execução provisória. É possível a
apreciação originária de matéria não abordada na sentença, sem que isso constitua
supressão de instância, quando se tratar de omissão (CPC/73, art. 516; NCPC, art.
1.013). A necessidade de devolução do processo à Vara, para apreciação do mérito, se
dá quando esta deixou de examiná-lo por acolher alguma preliminar de extinção do
feito. (FILHO, 2016, p. 326)

b) Agravo de Petição:

No processo do trabalho, o agravo de petição é o recurso cabível na execução.


Segundo o art. 897, a, da CLT, cabe agravo de petição, no prazo de oito dias, das
decisões do juiz, nas execuções.

Desta forma, pode-se exemplificar o cabimento do agravo de petição em face da


sentença de embargos à execução, à arrematação, à adjudicação, bem como sentença em
ação de embargos de terceiro, incidente à execução. (GARCIA, 2017, p. 375)

Exige-se a delimitação de matérias e valores impugnados, como pressuposto


recursal específico, no agravo de petição. Nesse sentido, o art. 897, § 1º, da CLT assim
prevê: “O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar,
justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata
da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença”

Nas precisas lições de Gustavo Filipe Barbosa Garcia (2017, p. 327):

Se a decisão recorrida for do juiz de 1º grau, o julgamento do agravo de


petição compete a uma das Turmas do Tribunal Regional a que estiver
subordinado o prolator da sentença (ou ao Tribunal Pleno, se não houver
divisão em Turmas), a quem este deve remeter as peças necessárias para o
exame da matéria controvertida, em autos apartados, ou nos próprios autos,
se tiver sido determinada a extração de carta de sentença (art. 897, § 3º, da
CLT). (GARCIA, 2017, p. 327)

Cumpre mencionar também que o juiz da execução deve determinar a extração


de cópias das peças necessárias, que serão autuadas em apartado (conforme o § 3º do
art. 897, parte final), e remetidas à instancia superior para apreciação, após contraminuta
(art. 897, § 8º, da CLT), quando o agravo de petição versar apenas sobre as
contribuições sociais.
c) Agravo de Instrumento:

O agravo de instrumento, encontra-se previsto no art. 897, b, da CLT, sendo


cabível, no prazo de oito dias, em face de “despachos que denegarem a interposição de
recursos”. A finalidade do agravo de petição, in casu, é impugnar decisão que nega o
seguimento a outro recurso.

Diferentemente do processo civil, o agravo de instrumento, no âmbito da Justiça


do Trabalho, não é cabível em face de outras decisões interlocutórias (arroladas no art.
1.015 do CPC). Ademais, prevalece no âmbito trabalhista, a regra principiológica da
irrecorribilidade de imediato das decisões interlocutórias (conforme o art. 893, § 1º, da
CLT).

O art. 897, § 2º, da CLT explicita que o agravo de instrumento interposto contra
a decisão que não recebe agravo de petição (isto é, que nega seguimento a esse recurso)
não suspende a execução da sentença. O agravo de instrumento é julgado pelo Tribunal
que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada (art. 897, §
4º, da CLT).

Nos termos do art. 897, § 5º, da CLT, sob pena de não conhecimento, as partes
devem promover a formação do instrumento do agravo, de modo a possibilitar, caso
provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de
interposição:

‘‘Art. 897. (...)

(...)

I – obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada,46 da certidão da


respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do
agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão
originária,48 do depósito recursal referente ao recurso que se pretende
destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito
recursal a que se refere o § 7º do art. 899 da CLT;

II – facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao


deslinde da matéria de mérito controvertida.’’(grifei)

Todavia, na hipótese de o agravo de instrumento ser interposto contra a decisão


que nega seguimento ao recurso para o Tribunal Superior do Trabalho (TST), como por
exemplo, o recurso de revista, o mesmo deve ser processado nos próprios autos do
processo do recurso denegado, ou seja, não há formação de instrumento. De todo modo,
com a generalização e a efetivação do processo eletrônico, a tendência é não haver mais
autos físicos e, por consequência, tornar-se desnecessária a formação de autos de agravo
de instrumento.
Quanto às contrarrazões, o agravado deve ser intimado para oferecer resposta ao
agravo e ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao
julgamento de ambos os recursos (art. 897, § 6º, da CLT).

Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal


(como o recurso ordinário, o agravo de petição, o recurso de revista), observando, se for
o caso, daí em diante o procedimento relativo a esse recurso (art. 897, § 7º, da CLT)

O agravo de instrumento exige o depósito recursal. O agravante deve efetuar o


pagamento do depósito recursal, cujo valor corresponde a 50% do valor do depósito do
recurso que se deseja destrancar, devendo ser comprovado o seu recolhimento no ato da
interposição do recurso (art. 899, § 7º, da CLT).

De acordo com a Lei 7.701/1988, art. 2º, inciso II, f, compete a Seção
Especializada em Dissídios Coletivos, em última instancia, julgar aos agravos de
instrumento interpostos contra decisão denegatória de recurso ordinário nos processos
de sua competência; e no art. 3º, inciso III, f, do mesmo diploma legal, compete a Seção
Especializada de Dissídios Individuais julgar, em ultima instância, os agravos de
instrumento interpostos contra decisão denegatória de recurso ordinário em processo de
sua competência. Por fim, o art. 5º, b, da mesma Lei, estabelece que as Turmas do
Tribunal Superior do Trabalho, tem, cada uma, competência para julgar, em ultima
instancia, os agravos de instrumento das decisões de Presidente de Tribunal Regional
que denegar seguimento a recurso de revista, explicitando em que efeito a revista deve
ser processada, caso provido.

d) Recurso de Revista:

O Recurso de Revista tem natureza jurídica de recurso extraordinário,


diferentemente dos recursos ordinários, não tem como objetivo a reforma da decisão, e
sim a uniformização da jurisprudência.

Cabe recurso de revista em duas hipóteses: 1) de decisão do TRT em recurso


ordinário; e 2) de decisão do TRT em agravo de petição. Não cabe recurso de revista em
face de decisão do TRT em agravo de instrumento (Súmula 218 do TST).

Nas palavras de Renato Saraiva (2018, p. 356):

O recurso de revista somente será cabível quando: a) a questão for


exclusivamente de direito; b) o recorrente estiver diante de uma das hipóteses
específicas de cabimento de recurso de revista; e) a matéria estiver
prequestionada; d) quando a causa oferecer transcendência com relação aos
reflexos gerais de natureza econômica, política, social e jurídica (art. 896-A,
§ 1°, CLT). (SARAIVA, 2018, p. 356)
O recurso de revista admite-se portanto, na violação direta e literal da
Constituição Federal ou de lei federal, bem como na divergência jurisprudencial (com
decisões de outros TRTs, da Seção de Dissídios Individuais – SDI do TST, ou de
súmulas do TST e Vinculantes do STF, desde que a matéria já não seja sumulada em
sentido contrário ou pacificada por jurisprudência iterativa e notória do TST). Admite-
se o conhecimento de recurso pela tese de contrariedade à súmula ou orientação
jurisprudencial já cancelada ou com redação modificada, mas que se encontrava vigente
à época da interposição do recurso (TST-E-ED-RR-563100-38.2007.5.09.0069, SBDI-
1, Rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, DEJT de 4.4.2014).

No caso de a norma invocada vir de acordo coletivo, sentença normativa, lei


estadual ou regulamento empresarial, o recurso só é admissível se a norma tem vigência
no âmbito jurisdicional de mais de um TRT (OJ 147 da SBDI-1 do TST).

Se o recurso de revista for interposto em processo de execução de sentença,


somente é viável com base em violação literal e direta de dispositivo constitucional,
conforme art. 896, § 2º, da CLT e Súmula 266 do TST (não cabe por contrariedade a
orientação jurisprudencial do TST – Súmula 442 do TST).

Nos ritos sumaríssimos, o recurso de revista somente é cabível com base na


contrariedade à Súmula Vinculante do STF, TST ou dispositivo constitucional (CLT,
art. 896, § 9º).

O recurso de revista visa complementar o depósito recursal até o valor da


condenação, ou fazer o depósito de R$ 16.366,10, não bastando complementar o
depósito anterior até atingir o valor previsto para a revista (Súmula 128, I, do TST).

Outro requisito do recurso de revista é o prequestionamento da matéria, ou seja,


necessidade de a matéria estar expressamente debatida na decisão recorrida (Súmula
297 do TST). Por fim, o último requisito é a transcendência política, jurídica,
econômica e social da questão debatida (CLT, art. 896-A; ainda pendente de
regulamentação pelo TST).

O recurso de revista tem apenas efeito devolutivo, e, excepcionalmente, admite-


se a concessão de efeito suspensivo por meio de ação cautelar (Súmula 414, I, do TST).

Portanto, pode-se afirmar basicamente, que, a estrutura do recurso de revista é


sucinta. É composta por uma folha de rosto, dirigida ao Presidente do Tribunal Regional
do Trabalho, e pela folha de razões, endereçada ao Tribunal Superior do Trabalho. Cabe
ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho o juízo de admissibilidade.
e) Embargos de Declaração:

Persiste muitas discussões doutrinárias a respeito da natureza dos embargos de


declaração, se recurso ou simples exercício do direito de petição, uma vez que são
julgados pelo próprio órgão judicial que proferiu a decisão impugnada, normalmente
sem a sua modificação, mas apenas com esclarecimento ou integração. (GARCIA,
2017)

Nas palavras de Gustavo Filipe Barbosa Garcia (2017, p. 372):

Segundo a previsão expressa dos arts. 994, inciso IV, e 1.022 do CPC, os
embargos de declaração são previstos como modalidade específica de
recurso. Logo, conclui-se que possuem natureza recursal para o mesmo órgão
prolator da decisão (CLT, art. 897-A; CPC/73, arts. 535- 538; NCPC, arts.
1.022 a 1.026). (GARCIA, 2017, p. 372)

Nessa linha, o art. 1.022 do CPC prevê o cabimento dos embargos de declaração,
contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade, eliminar contradição,
suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou
a requerimento e corrigir erro material.

Também podem ser opostos com o objetivo de prequestionamento da matéria


(Súmula 297 do TST). A matéria estará prequestionada quando no acórdão recorrido
houver tese explícita acerca do assunto que se deseja impugnar. Caso contrário, devem
ser opostos embargos de declaração, sob pena de preclusão (Súmula 184 do TST).

O prazo dos embargos de declaração é de 5 (cinco) dias; sendo em dobro o prazo


para a fazenda pública (OJ 192, SDI-I, do TST).

Em regra, o efeito dos embargos de declaração é regressivo, já que não há


devolução da matéria. No entanto, admite-se efeito modificativo à decisão quando há
sanação de omissão sobre determinado ponto que compromete a decisão anteriormente
tomada, por se tratar de matéria prejudicial (Súmula 278 do TST). Nesses casos, o
Supremo Tribunal Federal exige, que seja dada vista à parte contrária, para
contrarrazoar os embargos, entendimento coincidente com o teor da OJ 142 da SBDI-1
do TST, cujo item II dispensa o estabelecimento do contraditório no julgamento dos
embargos de declaração para obtenção do efeito suspensivo da sentença, em razão do
efeito devolutivo do recurso ordinário.

Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição do recurso


cabível para reforma da decisão, exceto quando intempestivos, irregular a representação
da parte ou ausente a sua assinatura (CPC/73, art. 538; NCPC, art. 1.026); sendo
intempestivos, comprometem o recurso posterior, pois não evitaram a consumação do
trânsito em julgado da decisão (TST-E-ED-RR 1.508/2003-101- 15-00.9, SBDI-1, Rel.
Min. Vantuil Abdala, DJ de 1º.6.2007).
O Juiz ou Tribunal pode aplicar multa não excedente de 2% sobre o valor da
causa se os embargos forem manifestamente protelatórios (NCPC, art. 1.026, § 2º) e, no
caso de novos embargos protelatórios, elevar para 10% essa multa, cujo depósito prévio
é condição para se recorrer, exceto para a Fazenda Pública e para os beneficiários da
justiça gratuita, que a recolherão ao final (NCPC, art. 1.026, § 3º).

Sob esse prisma, ensina Leone Pereira (2018):

1) primeira oposição – quando os embargos forem manifestamente


protelatórios, o juiz ou tribunal, declarando que o são, condenará o
embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 2% sobre o valor
da causa;

2) novos embargos – em havendo reiteração de embargos protelatórios, a


multa é elevada a 10%, ficando condicionada a interposição de qualquer
outro recurso ao depósito do valor respectivo. (PEREIRA, 2018, p. 715)
REFERÊNCIAS:

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-Lei nº 5.442, de 01.mai.1943.


Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm >
Acesso em: 04. jun. 2019.

MARTINS, Ives Gandra da Silva. Manual esquemático de direito e processo do


trabalho. 23ª. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2016. 494p.

GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de direito processual do trabalho. 6ª ed.


rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017. 644p.

PEREIRA, Leone. Recursos Trabalhistas em Espécie. In: ______. Manual de Processo


do Trabalho. 5ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2018. Capítulo XIX.

SARAIVA, Renato; UNHARES, Aryanna. Processo do Trabalho: concursos públicos.


14ª ed. Ver., atual e ampl. Salvador: JusPODIVM, 2018.

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