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R: Primeiramente, por mais que a CRFB/88 não explicite distinção entre juiz titular e
substituto, o próprio cargo de juiz substituto pressupõe que ele poderá ser deslocado
para comarca diversa para atender a finalidade pública, e sendo assim, o fato do
magistrado substituto ter se recusado a residir na comarca a qual foi transferido irá
afrontar o dispositivo constante do inciso V do artigo 35 da LC35/79 (LOMAN).
Posteriormente, quando afirma que inexiste valores universais, o magistrado está
criticando a teoria ética kantiana que acredita na existência de valores morais universais.
Quando ele afirma existirem normas elaboradas por serem racionais que devem ser
respeitadas, ele está utilizando a teoria da ética contratualista, que entende que desde a
criação (fictícia diga-se de passagem) do contrato social e com a elaboração de normas,
do início das leis, tais leis devem ser elaboradas de forma racional e se efetivamente
forem, nenhum ser racional deverá desrespeitá-las. Por fim, quando ele afirma que não
pode ser fiscalizado em razão de sua independência consagrada do texto constitucional,
equivoca-se pois tal independência não pode ser interpretada absoluta, como alias
nenhum artigo da constituição. Essa independência seré no que diz respeito no livre
convencimento do magistrado ao dar sua sentença, mas nada obsta, pelo contrário, que o
mesmo não possa sofrer algum tipo de controle, seja por sua corregedoria, ou
atualmente também pelo Conselho Nacional de Justiça, conforme reza artigo 14 do
código de ética da magistratura.
3 - Immanuel Kant vai afirmar em sua Metafísica dos Costumes que “(...) não devo
mentir, não importa quão grandes pudessem ser os benefícios para mim e meu amigo.
Mentir é torpe e torna o ser humano indigno de felicidade. Aqui existe uma necessidade
incondicional através de um comando (ou proibição) da razão que tenho que obedecer;
e perante ele todas as minhas inclinações devem silenciar”. Já Nietzsche vai afirmar
em sua Genealogia da Moral que “A rebelião escrava na moral começa quando o
próprio ressentimento se torna criador e gera valores: o ressentimento dos seres aos
quais é negada a verdadeira reação”. A partir das transcrições, compare os
entendimentos desses filósofos sobre ética, moral, razão e instinto. (3 pontos)
R: Para Kant, a ética e moral seriam sinônimos. A busca kantiana, seguindo a tradição
socrática-platônico da busca pela verdade, era por construir um sistema filosófico
seguro para que a verdade seja encontrada. Kant então idealiza um sistema filosófico
onde o imperativo hipotético será para apresentar ao interlocutor as possibilidades de se
chegar a um objetivo, entretanto, não fornecerá “a” resposta correta, onde esta será
encontrada pelo imperativo categórico que, dentre as hipóteses apresentadas pelo
imperativo hipotético, encontrará a resposta moral e racionalmente mais correta, que
será aquela que poderá ser universalizada. Portanto, os imperativos kantianos serão
baseados em uma moral racional onde o aplicador encontrará a resposta universalmente
mais correta, e assim, a racionalidade dominando os instintos. Já para Nietzsche, moral
e ética seriam diferentes, onde a moral seria sempre opressora, seriam os valores
externos e a ética seriam os valores de cada pessoa. Nietzsche não acredita na existência
de apenas uma única resposta correta, mas sim em múltiplas respostas. Para ele, a razão
não deve dominar os instintos, mas sim estar em perfeito equilíbrio, nos dizeres de
Nietzsche, seria o equilíbrio entre o dionisíaco e o apolíneo. Para ele, o homem deve
sempre buscar ser ético, transvalorando os valores que recebeu buscando encontrar
quais seriam efetivamente os valores que aumentassem sua potência de agir, se
afastando daqueles valores que baixem essa potencia de agir. O pensamento
nietzschiano será então uma busca pelos valores éticos e pelo equilíbrio entre razão e
instinto.