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PLANO DE AULA

Unidade Didáctica IV-O Texto Dramático: Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente

Sumário: Continuação do estudo do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente:


análise da cena d’O Fidalgo.

OBJECTIVOS:
• Compreender enunciados orais nas suas implicações linguísticas e paralinguísticas;
• Comunicar oralmente de forma adequada, tendo em conta a oportunidade, o tempo
disponível e a situação;
• Compreender enunciados escritos;
• Analisar a cena d’O Fidalgo do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente;
• Indicar os símbolos cénicos que acompanham a personagem, explicitando a sua
simbologia;
• Analisar o percurso cénico d’ O Fidalgo, indicando o seu contributo para a veiculação da
mensagem subjacente à cena;
• Identificar os pecados de que o Fidalgo é acusado:
Luxúria;
Soberba;
Tirania.
• Analisar os argumentos e estratégias de defesa utilizadas pelo Fidalgo, salientando o
peso que assumem na sua condenação;
• Classificar a personagem de acordo com a sua Concepção/Formulação:
Tipo;
• Indicar a funcionalidade da personagem-tipo;
• Identificar o tipo de retrato da personagem:
retrato psicológico.
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• Reconhecer a irrelevância do retrato físico da personagem;
• Identificar os diferentes Modos de Representação do Discurso no Texto Dramático:
Diálogo;
Monólogo;
Apartes.
• Identificar fenómenos de evolução semântica;
• Reconhecer o valor semântico que o vocábulo Fidalgo assume na actualidade.

CONTEÚDOS:
• Compreensão de enunciados orais nas suas implicações linguísticas e paralinguísticas;
• Comunicação adequada à situação e ao tempo disponível;
• Compreensão de enunciados escritos;
• Análise da cena O Fidalgo do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente;
• Indicação dos símbolos cénicos que acompanham a personagem, explicitando a sua
simbologia;
• Análise do percurso cénico d’ O Fidalgo, indicando o seu contributo para a veiculação da
mensagem subjacente à cena;
• Identificação dos pecados de que o Fidalgo é acusado:
Luxúria;
Soberba;
Tirania.
• Análise dos argumentos e das estratégias de defesa utilizadas pelo Fidalgo, salientando
o peso que assumem para a sua condenação;
• Classificação da personagem de acordo com a sua Concepção/Formulação:
Tipo.
• Indicação da funcionalidade da personagem-tipo;
• Identificação do tipo de retrato da personagem:
retrato psicológico.
• Reconhecimento da irrelevância de um retrato físico da personagem;
• Identificação dos diferentes Modos de Representação do Discurso no Texto Dramático:
Diálogo;
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Monólogo;
Aparte.
• Identificação de fenómenos de evolução semântica;
• Reconhecimento do valor semântico que o vocábulo Fidalgo assume na actualidade;
Desenvolvimento da aula:
A professora entra na sala de aula e cumprimenta os alunos. Com o objectivo de
verificar a presença/ausência dos mesmos faz a chamada pelo Livro de Ponto. 3m
De seguida, é solicitada a abertura das lições a um aluno.
Plano de Quadro 1

2m
Posto isto, a docente informará que irá dar continuidade às aulas leccionadas pelo
colega Bruno Julião e pela professora Maria João Teles, ao longo da última semana, dando
continuidade ao estudo do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente. A estagiária
questionará os alunos acerca da caracterização que é feita do Diabo na primeira cena,
esperando que os alunos, num exercício de recapitulação, se refiram, entre outras coisas, ao
seu estado de euforia na expectativa de receber muitas almas no seu batel infernal. 5m
Em seguida, a professora levará os alunos a pensar se, de facto, esse estado de
espírito inicial se manterá, ou não, ao longo da próxima cena a analisar. Estabelecida a
articulação com as aulas anteriores, e com o objectivo de introduzir o estudo da nova cena,
a docente recorrerá a uma estratégia heurística, questionando os alunos acerca da acepção
com que, actualmente, se utiliza o vocábulo fidalgo. Os alunos deverão concluir que a
palavra é utilizada, por vezes, com valor negativo e a professora acrescentará que esta cena
talvez venha a confirmar tal valor e ainda fornecer algumas pistas para os motivos que
poderão estar subjacentes a esse fenómeno de evolução semântica. 4m

Assim, os alunos abrirão o manual na página duzentos e dezoito, sendo informados


de que irão ouvir uma leitura dramatizada da cena (em suporte de CD Áudio) interpretada
pelo grupo de teatro VicenTeatro, e de que deverão segui-la de forma atenta, servindo-se,
para isso, do texto integral presente no manual (vide anexo 1). A docente chamará a atenção
dos alunos para o facto de a cena não estar reproduzida ipsis verbis, uma vez que o referido
grupo teatral procedeu a adaptações da peça, na tentativa de alcançar algum público
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menos culto. Ainda antes da leitura, a estagiária solicitará aos alunos que atentem nas
ideias principais desta cena (sublinhando, sempre que necessário, a informação mais
pertinente) e no vocabulário desconhecido. 5m
Depois de ouvida a gravação e esclarecidas as eventuais dúvidas relativas ao
vocabulário, a formanda questionará os alunos acerca da personagem em julgamento nesta
cena. Esperando que os alunos se refiram ao Fidalgo, a professora conduzi-los-á a uma
reflexão sobre a forma como esta personagem é designada, quando, no próprio texto, é
mencionado o seu nome (dom Anrique). Os alunos deverão concluir que o nome era vulgar
na época vicentina e, como tal, a sua referência acaba por ser apenas mais uma forma de
tratamento, uma vez que o que está em causa, de momento, talvez não seja este Fidalgo,
dom Anrique, mas sim a classe social que representa. Uma vez estabelecidas estas
considerações, os alunos deverão atentar sobre a didascálica e identificar os adereços ou
objectos simbólicos de que a personagem se faz acompanhar: “um Paje que lhe leva um
rabo muito comprido”, ou seja, um manto, e uma cadeira de espaldas. Nesta fase, a
professora perguntará para que remetem estes adereços, ao que os alunos deverão concluir,
com a ajuda da docente, que se tratam de símbolos do status social do Fidalgo. Explorada a
simbologia de cada um dos adereços, os alunos deverão concluir que são também sinais da
tirania e do abuso de poder, os quais remetem, igualmente, para a figura do Fidalgo
enquanto representante da Nobreza. 10m
Posto isto, a docente ajudará os alunos a traçar o cenário que o próprio início da cena
permite: um fidalgo chega ao cais e encontra duas barcas, optando por se dirigir à do
Diabo. A estagiária questionará, então, os alunos sobre os motivos que terão conduzido a
personagem a optar dessa forma, devendo os alunos concluir que tal decisão se deve ao
facto de a barca infernal se encontrar mais embandeirada e envolvida num ambiente de
festividade. Estas constatações permitirão aos alunos concluir que, com esta atitude, o
Fidalgo se revela, desde logo, uma personagem ufana e com gosto pelas aparências. Numa
análise mais profunda, poder-se-á mesmo concluir que o Fidalgo se dirige em primeiro
lugar à barca do inferno porque esse é o destino que lhe está reservado e ao qual não
poderá escapar. 5m
Com a noção de que o Fidalgo se dirige, em primeiro lugar, à barca do Inferno e só
depois à do Paraíso, a docente e os alunos traçarão o percurso cénico desta personagem. A
professora ilustrará essa movimentação da personagem em cena através de um esquema

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simples, executado no quadro (cf. Plano de quadro II). Este registo terá apenas uma
finalidade explicativa, pelo que não necessita de ser copiado pelos alunos para os seus
respectivos cadernos diários.

Plano de quadro II
3m
Assim, e tendo em conta que o Diabo é a primeira
personagem a quem o Fidalgo se dirige, a docente encaminhará os alunos para as ideias
principais veiculadas pelo diálogo entre ambos. De igual forma, os alunos deverão atentar,
primeiramente, na inconsciência do Fidalgo perante o Diabo, pois não reconhece a sua
figura, julgando mesmo, de forma jocosa, tratar-se de uma mulher, inconsciência
igualmente verificável no total desconhecimento do destino da barca do Diabo. Com isto, a
professora pretenderá levar os alunos a pensar na inconsciência da personagem perante a
sua própria morte. Em seguida, os alunos deverão prestar atenção à forma como o Diabo
trata o Fidalgo: ora por “vós” ora por “tu”. A partir desta diferença de tratamento os alunos
deverão chegar à conclusão de que o Diabo trata o Fidalgo por “tu” quando se quer referir
a aspectos pessoais e particulares da personagem. Posto isto, a docente questionará os
alunos acerca desses aspectos pessoais e o porquê da sua referência. Os alunos deverão
concluir que, a partir deste momento, o Fidalgo começa a elencar argumentos e estratégias
de defesa que lhe concedam a salvação. Explorados os argumentos de defesa do Fidalgo,
nomeadamente o argumento de que tem quem reze por ele em Terra, o Diabo inicia
também um discurso, agora de acusação. Esse discurso é proferido num tom irónico e
jocoso, o qual desilude o Fidalgo ao saber que entrará na mesma barca onde outrora entrou
o seu pai. A estagiária aproveitará a oportunidade para fazer referência a um recurso
estilístico muito recorrente no discurso do Diabo: a ironia. Explorado o valor expressivo
deste recurso, e no seguimento desta análise, a professora levará os alunos a concluir que,
pelo facto de também o pai do Fidalgo ter embarcado no batel infernal, talvez o autor não
vise apenas criticar uma camada social, a nobreza, particularmente nos seus vícios e

5
pecados, mas também, numa visão mais alargada, chamar a atenção para a dissolução total
dos costumes. 10m
Em seguida, a formanda e os alunos prosseguirão o estudo da cena entrando na
análise do diálogo estabelecido entre o Fidalgo e o Anjo. Numa análise muito semelhante à
feita no momento transacto, os alunos serão guiados a identificar novamente os
argumentos de defesa do Fidalgo perante as acusações do Anjo. A professora levará
também os alunos a concluir que, tal como o Diabo, também o Anjo faz o papel de
advogado de acusação, ainda que estas duas personagens revelem diferenças entre si,
nomeadamente quanto à forma como se dirigem ao Fidalgo: o Diabo trata o Fidalgo com
falta de deferência e pouca consideração, utilizando sempre um tom muito irónico,
enquanto o Anjo se mantém hieraticamente superior e solene nas suas acusações. E, assim,
estas assemelham-se a máximas, como os Mandamentos da Lei de Cristo. Acusado de
tirania e de desprezar os mais desfavorecidos, o Fidalgo movimenta-se de novo em cena,
dirigindo-se, mais uma vez, à barca do Inferno. A professora e os alunos darão
continuidade à análise textual, debruçando-se sobre o monólogo do Fidalgo, o qual será
explorado de acordo com a sua funcionalidade, na medida em que ajuda a caracterizar a
personagem que o profere. A docente aproveitará também o momento para rever com os
alunos os modos de representação do discurso ao serviço do Texto Dramático. 12m
Verificar-se-á, de seguida, a forma como a personagem tenta arranjar pretextos para
voltar à Terra, sem dar sinal de arrependimento dos pecados de que é acusada. A docente
elucidará os alunos quanto à funcionalidade desses pretextos: supostamente, eles seriam
parte da defesa da personagem, porém, para espanto da mesma, eles consubstanciam-se
num acréscimo de peso na sua acusação. 10m
Explorados os adereços, o percurso cénico e os argumentos de defesa e de acusação
do Fidalgo, a análise prosseguirá com a classificação desta personagem quanto à sua
concepção/formulação, identificando-se, de seguida, qual o tipo de retrato que apresenta.
Desta forma, os alunos concluirão que esta personagem é uma personagem-tipo,
representativa de uma classe social, e que o seu retrato é apenas psicológico, dado não
existirem quaisquer referências a aspectos físicos. Com a análise destes dados, pretende-se
que alunos sejam capazes de constatar que o autor se socorre destas estratégias textuais
para criticar os comportamentos da classe que o Fidalgo representa. Assim, ao criticar-se
esta personagem, critica-se também a classe social que representa. Portanto, os pecados de

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que é acusada não são específicos da sua vida, antes do comportamento de toda uma
camada social. Assim, o carácter da personagem – traduzido nas suas palavras, atitudes e
comportamento – emerge bem escalpelizado pela crítica vicentina, revelando dados bem
mais importantes e muito para além de um mero retrato físico. Deste modo, serão atingidos
dois objectivos específicos desta aula: que os alunos entendam a funcionalidade da
personagem-tipo e a finalidade crítica da cena em análise. 10m
Assim, a professora retomará o repto do início desta aula e lançará um desafio de
articulação com a próxima aula a leccionar: comprovado o valor semântico negativo que a
palavra fidalgo adquiriu, numa perspectiva diacrónica, os alunos deverão, como trabalho de
casa, pensar em que medida é que a análise desta cena nos permite perceber o porquê
dessa acepção, do ponto de vista sincrónico. 2m
Informando os alunos que, na próxima aula, irão continuar a análise desta cena, por
nela haver ainda vários aspectos que devem ser explorados, a estagiária dará a aula por
terminada.

Estratégias/Actividades
• Recapitulação de aspectos leccionados em aulas anteriores que se revelem pertinentes
para a análise da cena em questão;
• Audição da leitura dramatizada da cena O Fidalgo, interpretada pelo grupo de teatro
VicenTeatro;
• Análise textual da cena de O Fidalgo do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente;
• Diálogo vertical e horizontal;
• Registos no quadro;
• Anotações nos cadernos diários.

Material
• Manual de Língua Portuguesa – A Casa da Língua 9, Porto Editora (Anexos II e III);
• CD Áudio com a leitura dramatizada da cena de O Fidalgo interpretada pelo grupo de
teatro VicenTeatro;
• Leitor de CD’s;
• Quadro/giz;
• Caderno diário.

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Avaliação
CONTÍNUA
• Formativa:
- Observação contínua e directa dos alunos:
- Pontualidade;
- Comportamento na sala de aula;
- Interesse manifestado pelas actividades que decorrem na aula;
- Participação espontânea, pertinente e oportuna;
- Interesse;
- Empenho;
• Sumativa:
- Compreensão e expressão oral;
- Compreensão e expressão escrita;

Bibliografia
BERNARDES, José Cardoso, História Crítica da Literatura Portuguesa, vol. II, Editorial
Verbo;
Dicionário da Língua Portuguesa 2004, Porto Editora;
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Instituto António Houaiss de Lexicografia
Portugal;
REIS, Carlos; M. Lopes, Ana Cristina, Dicionário de narratologia, Almedina
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Observações:
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A Orientadora: _________________________________
A Estagiária:_______________________________________

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