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Acadêmico do curso de Agronomia, Bolsista de Iniciação Científica – PROBIC/UNEMAT, Campus
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Universitário de Nova Xavantina, e-mail: maxhermes007@hotmail.com; Professor Orientador, Depto.
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de Agronomia - UNEMAT, e-mail: jubertobabilonia@yahoo.com.br; Acadêmica do curso de
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Agronomia - UNEMAT; Professora Depto. de Geografia - UNEMAT, Campus de Cáceres.
Introdução:
Atualmente existe uma demanda muito grande de produtos oriundos da
atividade agropecuária, atividade a qual exige como matéria prima básica o solo
(BERTONI & LOMBARDI, 1999). O solo é um recurso natural escasso e muito
suscetível as atividades do homem, alem de muitas vezes apresentarem limitações.
A descrição e o conhecimento das características físicas e químicas do solo se
fazem cada vez mais necessárias, sendo fundamentais para se saber qual a forma
de manejo mais adequado para o solo; qual cultura ou atividade se adapta melhor
no solo. A descrição morfológica de um solo feito através da descrição de um perfil
nos permite conhecer características físicas e limitações e serve também como
referência para a busca de alternativas que visam a ocupação do solo de forma
sustentável sem agressão ao meio ambiente, em especial os cursos de água e o
próprio solo.
Neste contexto se faz necessário ter pelo menos um conhecimento básico da
geologia, geomorfologia, clima e vegetação da região, pois todos esses fatores
influem no tipo de solo desenvolvido na região afetando-o em todos os aspectos,
sobretudo nas suas características físicas e químicas e, consequentemente, seu
potencial de uso e impactos ambientais associados ao solo (BERTONI &
LOMBARDI, 1999), ( LEPSCH, 2002).
Objetivou-se levantar informações que possibilitam o reconhecimento e
classificação dos tipos de solos da sub-bacia hidrográfica do Córrego do Sangue
afluente do rio Jauru, avaliando suas qualidades e potencialidade, podendo servir de
subsídios para complementação de políticas de ordenamento territorial e delimitar
áreas com capacidade de suportar atividades agrosilvopastoris sustentáveis. Esta
primeira parte do trabalho consiste em dados levantados a campo e em material
bibliográfico, permitindo-nos uma caracterização geral da área.
Material e Métodos:
Este estudo integra áreas do entorno das nascentes e áreas úmidas da sub
bacia hidrográfica do Córrego do Sangue, afluente da margem direita do rio Jauru,
município de Jauru, sudoeste do Estado de Mato Grosso. A área esta compreendida
entre as coordenadas geográficas 15° 00’ 0” a 15° 20’ 0” de Latitude Sul e 58° 30’ 0”
e 58° 45’ 0” de Longitude Oeste.
Para atingir os objetivos propostos foi realizado um trabalho de campo no mês
de junho de 2008 para obter informações dos aspectos ambientais: geomorfologia,
geologia e vegetação da sub-bacia Hidrográfica do Córrego do Sangue e que
fossem relevantes para o levantamento e classificação dos solos.
Através de revisão bibliográfica foi possível confrontar-se com as informações
coletadas a campo, na busca de um melhor ajuste e validação das características
gerais da geologia, geomorfologia, vegetação e pedologia da região.
Para a caracterização ambiental da Bacia, foram utilizados, mapas temáticos
da Seplan (escala 1:250.000 de 2000), mapas temáticos do Radambrasil (escala
1:1.000.000 de 1982). Foi feito um estudo minucioso destes materiais, inclusive
identificando características que possibilitassem uma atualização da classificação
dos solos da região. Esta caracterização geral consistiu na base para elaboração
desta primeira parte do projeto.
Resultados e Discussão:
- Geologia e Geomorfologia
A área de estudo encontra-se sobre duas unidades geológicas: Complexo
Xingu e Grupo Parecis. Sendo a maior parte sobre o Complexo Xingu.
O Complexo Xingu apresenta rochas bem antigas, que datam do Pré-
cambriano médio a inferior, sendo essencialmente rochas metamórficas. A litologia
do Complexo Xingu pode ser representada por granitos e granodioritos, com
coloração predominantemente rosa, algumas com tons cinza; migmatitos, sendo a
coloração mais comum cinza e rosa, constituído principalmente por feldspato;
biotita-gnaisses, rochas de coloração bem cinza constituída de feldspato, quartzo-
biotita e algumas vezes, podem apresentar também muscovita e anfibólio; xistos,
rochas metamórficas cinzas e esverdeadas exibindo coloração amarelada,
avermelhada ou amarronzada quando alteradas, constituem-se principalmente de
biotita, muscovita; quartizitos, rocha de coloração esbranquiçada com tons rosa e
creme, por vezes cinza, constituídos essencialmente por quartzo; anfibolitos,
coloração esverdeada a preto constituído essencialmente por anfibolito e as rochas
cataclásticas, vários litótipos de composição variadas dispostas nas zonas de
folhamento que originam-se do metamorfismo de outras rochas. As biotita-gnaisses
são as rochas que mais freqüentemente afloram na região principalmente sobre a
forma de lajeiros e matações abaulados (Radambrasil, 1982; Seplan, 2000).
O Grupo Parecis apresenta duas formações geológicas: Salto das Nuvens e
Formação Utiariti. A formação Salto das Nuvens apresenta rochas sedimentares que
recobrem as rochas mais antigas do Complexo Xingu, essa formação é a base do
grupo Parecis e sua deposição começa com conglomerados petromiticos, matriz
argilo arenosa conglomeratica, composição principalmente quartzo e fedspato. A
Formação Utiariti unidade litoestratigrafica relativamente nova e ocupa grande
extensão da área de estudo, repousando sobre o Complexo Xingu, acredita-se que
sua origem data no período cretáceo superior, caracteriza-se por rochas
sedimentares constituídos em quase sua totalidade por sedimentos arenosos cuja
composição é essencialmente quartzo e fedspato (Radambrasil, 1982; Seplan,
2000).
A geormofologia da região é caracterizada por relevos de superfície
pediplanados, atualmente se encontra fracamente dissecada, apresentando formas
convexas e tabulares sendo que as formas convexas são caracterizadas por relevos
de topo convexo com diferentes ordens de grandeza e aprofundamentos de
drenagem, separados por vales de fundo plano. As formas tabulares apresentam-se
como relevo topo aplanado, sendo basicamente a diferença para as formas
convexas. A região apresenta variações topográficas, podendo algumas vertentes
apresentar inclinação considerável favorecendo processos erosivos.
- Vegetação
A sub bacia hidrográfica do Córrego do Sangue encontra-se em três regiões
distintas de vegetação (Radambrasil, 1982; Seplan, 2000). Uma região mais próxima
da nascente (alto curso) nas proximidades da Chapada dos Parecis, e consiste de
uma vegetação de savana (cerrado) sobre o Grupo Parecis; uma faixa de transição
com aspecto de mata, composta de Cerradão Tropical e Cerrado Tropical
Subcaducifólios; uma região de Floresta Subtropical que compreende a maior parte
da sub-bacia sobre o Complexo Xingu estendendo da área mediana da sub bacia
até o Rio Jauru.
Na região de Cerrado encontramos vegetação caracterizada por formações
herbáceas, onde predominam as gramíneas mescladas e intercaladas por arvores e
arvoredos esparsas. Esta área encontra-se, principalmente, sobre a classe dos
Neossolos Quartzarênicos.
A Floresta Subtropical encontra-se na região uma vegetação que apresenta
arvores emergentes decíduas alem de estar situada em regiões com posição
altimétrica característica de 100 a 500 m de altura acima do nível do mar, são,
também encontradas nas regiões de solos mais férteis, principalmente sobre os
Argissolos Vermelho-Amarelos.
- Tipos de solo
O solo da região é fértil e de boa qualidade para desenvolvimento de
atividade agrícola e pastoril em sua maior extensão, os solos são representados
pelas classes dos Argissolos Vermelho-Amarelos, Neossolos Litólicos, ambos
podendo estar associados com Chernossolos, todas localizadas no médio até o
baixo curso da Bacia sobre o Complexo Xingu e a classe dos Neossolos
Quartzarênicos localizada no alto curso sobre o Grupo Parecis.
Os Neossolos Quartzarênicos apresentam-se profundos e muito profundos de
pouco desenvolvimento estrutural e com textura predominantemente na classe de
areia e areia franca. Apresenta intensa lixiviação de bases, baixa capacidade de
armazenamento de umidade e, devido a sua composição mineralógica e estrutura é
muito suscetível a erosão. Pelas suas características físicas e químicas estes solos
não são indicados para atividades agrícolas, sendo recomendado a preservação da
vegetação sobre este tipo de solo, ou utilizar áreas como pastagens naturais.
Os solos Neossolos Litólicos são solos rasos com seqüência de horizonte A/R
ou A/C/R, em geral ocorrem na borda do Planalto do Parecis na região de transição
entre o Grupo Parecis e Complexo Xingu ou em regiões de relevo movimentando
com declives fortes ou muito fortes. Estes solos apesar de apresentarem
características químicas favoráveis, considerando sua ocorrência, principalmente,
sobre o Complexo Xingu, a implantação de atividade agrícola apresentam limitações
físicas como estrutura, profundidade do solo e relevo movimentado em que estão
localizados.
Os Argissolos Vermelho-Amarelos são os solos mais comuns na região e
apresentam grande potencialidade para desenvolvimento da agricultura.
Freqüentemente apresentam horizontes escurecidos e vegetação tipo floresta,
podendo ocorrer A Chernozêmico sobrejacente ao horizonte Bt. São solos profundos
a pouco profundos. Dados preliminares reforçam que na região estes solos
freqüentemente encontram-se associados com os Chernossolos, e apresentam
textura média/argilosa.
Os Chernossolos da região são solos minerais não hidromórficos que
caracterizam-se por apresentar horizonte A chernozêmico sobrejante a um horizonte
Bt com argila de atividade alta. São solos eutróficos, profundos a rasos com distinta
diferenciação entre os horizontes, normalmente com textura média nos horizontes
superficiais, e argilosas nos subsuperficiais. São solos que apresentam
características químicas excelentes para uso agrícola, com elevado potencial
nutricional. Na região encontra se associado com os Argissolos e Neossolos.
Conclusão:
O conhecimento básico das características geológicas, geomorfológicas,
clima, vegetações e pedológicas da região possibilitou fazer inferências no
reconhecimento e classificação prévia dos tipos de solos e potenciais de uso.
Esta primeira parte do trabalho consiste de um subsídio relevante para a
segunda fase do trabalho, que consistirá do levantamento, classificação e
mapeamento dos solos com relatório técnico de uso e potencialidades.
Referências Bibliográficas:
RADAMBRASIL. Levantamentos dos Recursos Naturais. Ministério das Minas e
Energia, Secretária Geral. Projeto RADAMBRASIL - Folha SD 21 Cuiabá. Vol. 26.
Rio de Janeiro 540p. 1982.
LEPSCH, IGO F.. Formação e Conservação dos Solos. São Paulo: Oficina de
Textos, 2002. 178p.