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Animais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm condições
naturais para injetá-la em presas ou predadores. Essa condição é dada naturalmente
por meio de dentes modificados, aguilhão, ferrão, quelíceras, cerdas urticantes,
nematocistos entre outros.
1.0 Araneísmo
Descrição: Envenenamento causado pela inoculação de toxinas através de ferrões
localizados no aparelho inoculador (quelíceras) de aranhas peçonhentas.
Agentes causais: As aranhas peçonhentas de interesse médico no Brasil são as
seguintes:
1- Gênero Loxosceles (aranha-marrom): De pequeno porte (3 a 4 cm), constrói teia
irregular em fendas, telhas e tijolos, atrás de móveis e quadros (dentro de casa) e sempre
ao abrigo de luz. Ela não é agressiva, porém causa acidentes quando comprimida contra
o corpo.
• Manifestações clínicas: Loxoscelismo- Causado pela picada de aranhas do gênero
Loxosceles. Tem duas formas clínicas descritas: cutânea e cutâneo-visceral. A picada é
pouco dolorosa e as manifestações locais têm início insidioso, com equimose, palidez,
enduração, edema e eritema, bolhas e necrose. Frequentemente, cefaléia, náuseas, mal-
estar, febre baixa e exantema generalizado estão associados. Menos comum, a forma
sistêmica (cutaneovisceral) caracteriza-se pela presença de hemólise intravascular.
• Complicações do Loxoscelismo: Úlcera necrótica, infecção cutânea, insuficiência renal
aguda.
• Diagnóstico do Loxoscelismo: Exames laboratoriais como hiperbilirrubinemia indireta,
anemia aguda e elevação de uréia e creatinina, nos casos com insuficiência renal podem
auxiliar no diagnóstico.
• Tratamento: O soro antiaracnídico ou antiloxoscélico é indicado a partir do momento
em que a hemólise é detectada e, no quadro cutâneo, quando o diagnóstico é feito nas
primeiras 72 horas; a limitação ao uso de antiveneno se deve ao diagnóstico tardio,
muitas vezes realizado já com a necrose cutânea delimitada. Nesse caso, medidas de
suporte, como uso de antissépticos, lavagem com permanganato de potássio (KMnO4)
1:40.000 e curativos locais são recomendados até ser realizada a remoção da escara e
acompanhamento cirúrgico para o manejo da úlcera e correção da cicatriz.
• Epidemiologia: A maioria dos acidentes são descritos nas regiões Sul e Sudeste,
principalmente no Paraná e nos meses de verão. Geralmente acomete porções proximais
do corpo, pois ocorre quando as pessoas vão se vestir ou enquanto estão dormindo.
2.0 - Serpentes
Acidente ofídico ou ofidismo é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação
de toxinas através do aparelho inoculador (presas) de serpentes. No Brasil, as serpentes
peçonhentas de interesse em saúde pública são representadas por quatro gêneros da
Família Viperidae: serpentes do grupo Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca,
combóia), o qual, atualmente, está agrupado em dois gêneros
Bothrops e Botrocophias; Crotalus (cascavel); Lachesis (surucucu-pico-dejaca);
Micrurus e Leptomicrurus (coral-verdadeira). Existem, aproximadamente, setenta
espécies de serpentes venenosas (peçonhentas). Muitas delas são extremamente
perigosas, pois o veneno pode até levar uma pessoa à morte. O envenenamento ocorre
quando a serpente consegue injetar o conteúdo de suas glândulas venenosas, o que
significa que nem toda picada leva ao envenenamento. Há muitas espécies de serpentes
que não possuem presas ou, quando presentes, estão localizadas na porção posterior da
boca, o que dificulta a injeção de veneno ou toxina.
Sintomas: A picada causa dor imediata e inchaço no local, às vezes com manchas
arroxeadas e sangramento pelos orifícios da picada. Pode ocorrer ainda sangramento
bocal (nas gengivas) e, se a busca apelo atendimento não for rápida, a vitima pode
expelir sangue também pela urina. Pode levar a complicações como insuficiência renal e
necrose no local da picada.
Cascavel: São cobras do gênero Crotalus e Sistrurus. Popularmente conhecidas por
terem um “chocalho” no final da cauda. São encontradas em toda América,
preferencialmente em regiões secas, áreas pedregosas e arenosas. A cascavel só ataca se
sentir-se ameaçada, primeiramente ela usa o chocalho para afastar os predadores. Os
acidentes causados por cobras do gênero Crotalus são chamados Acidente Crotálico. As
cascavéis costumam ser fáceis de serem identificadas, pois possuem um chocalho
característico na cauda, que é agitado quando se sentem ameaçadas. Os guizos
produzem um som característico de chocalho.
Sintomas: sensação de formigamento no local da picada, dificuldade de manter os
olhos abertos, visão turva ou dupla, dores musculares seguido de contrações musculares
generalizadas e urina escura.
Surucucu: São cobras do gênero Lachesis, as maiores cobras da América Latina,
podendo chegar a 4m de comprimento. São encontradas principalmente na Amazônia e
algumas áreas de Mata Atlântica (da Paraíba até o Norte do Rio de Janeiro). Os
acidentes causados por cobras do gênero Lachesis são chamados Acidente Laquético, no
Brasil eles são raros já que essas cobras costumam habitar zonas com não muito
povoadas.
Sintomas: Os sintomas são iguais aos do Acidente Botrópico (da Jararaca), descrito
acima com dor, inchaço no local, manchas arroxeadas, sangramento pelos orifícios da
picada, sangramentos bocal (nas gengivas) e também pela urina. Mas além do que já
havia sido descrito, esse tipo de peçonha pode causar ainda vômitos, diarréia e queda da
pressão arterial, podendo levar à morte se o atendimento correto não for feito
imediatamente.
Cobra Coral Verdadeira: É uma espécie de cobra extremamente venenosa, suas cores
características facilitam a identificação. São cobras de hábitos noturnos, que costumam
se abrigar sob folhas, galhos, pedras, buracos ou dentro de troncos em decomposição.
Não são agressivas, só atacam quando se sentem ameaçadas. Seu veneno é forte e de
ação rápida. Os acidentes causada pela Cobra Coral Verdadeira são chamados Acidente
Elapídico.
4.0- Escorpionismo
Descrição - O envenenamento ocorre pela inoculação de veneno pelo ferrão , localizado
na cauda de escorpiões.
Agente causal - Os escorpiões são representantes da classe dos aracnídeos,
predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo, com maior incidência nos
meses em que ocorre aumento de temperatura e umidade. Os escorpiões de importância
médica para o Brasil pertencem ao gênero Tityus, com varias espécies descritas:
• Tityus serrulatus (escorpiao-amarelo), com ampla distribuição desde o Paraná ate o
norte da Bahia é a espécie de maior interesse pela facilidade de proliferação, pela alta
adaptação ao meio urbano e pelo grande potencial de gravidade do envenenamento
• Tityus stigmurus,; espécie mais comum do Nordeste, apresentando alguns registros nos
estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina
Sintomas - A grande maioria dos acidentes é leve e o quadro local tem início rápido e
duração limitada. Os adultos apresentam dor imediata e de intensidade variável,
Hiperemia e edema discreto, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido,
piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor) localizadas, cujo tratamento é sintomático.
Dor local imediata e de intensidade variável, podendo irradiar-se até a raiz dos
membros. Durante alguns dias pode permanecer no local da inoculação hiperestesia ou
parestesia. Já crianças abaixo de 7 anos apresentam maior risco de alterações sistêmicas
nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem
soroterapia específica em tempo adequado. De forma sistêmica pode ocorrer midríase,
arritmia cardíaca, taquicardia, hipertensão arterial, edema agudo de pulmão,
insuficiência cardíaca e choque. A descarga adrenérgica leva à hiperglicemia e
leucocitose e contribui também para a hipopotassemia. A descarga colinérgica
provoca miose, bradicardia, arritmias, hipotensão arterial, aumento das secreções
lacrimal, nasal, salivar, pancreática, gástrica, brônquica, sudorípara, tremores,
piloereção, espasmos musculares, contribuindo para o aumento da amilase sanguínea.
Nos acidentes causados por T. obscurus têm sido relatados também quadros
neurológicos com mioclonias, dismetria, disartria, ataxia, parestesias, hiperreflexia
Primeiros socorros em caso de acidente - Limpar o local com água e sabão; aplicar
compressa morna no local; procurar orientação imediata e mais próxima do local da
ocorrência do acidente (UBS, posto de saúde, hospital de referência); se possível,
capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde.
Complicações - Decorrentes do envenenamento sistêmico: arritmia cardíaca,
insuficiência cardíaca congestiva, choque e edema agudo pulmonar. Não ha
complicações locais.
Diagnóstico - Eminentemente clínico-epidemiológico. São de grande utilidade na
detecção e acompanhamento das complicações a radiografia de tórax, que evidencia
aumento de área cardíaca e velamento pulmonar difuso, e o eletrocardiograma, que
mostra padrão semelhante ao observado no infarto agudo do miocárdio, além de taqui
ou bradicardia sinusal, extra-sístoles, bloqueios de condução e distúrbios de
repolarizacao. A ecocardiografia evidencia, nas formas graves, hipocinesia do septo
interventricular e de parede, as vezes associada a regurgitação mitral. Na bioquímica
encontra- se creatinofosfoquinase e sua fração MB elevadas, hiperglicemia,
hiperamilasemia, hipopotassemia e hiponatremia.
Tratamento - Nos casos leves, onde estão presentes somente as manifestações locais, o
tratamento e sintomático com medidas que visem o alivio da dor: infiltração com
anestésico sem vasoconstritor (Lidocaina a 2%), ou analgésicos sistêmicos, como
Dipirona. O soro antiescorpiônico ou antiaracnidico e indicado nos acidentes moderados
e graves. Nesses casos, o paciente deve ser mantido em unidade de terapia intensiva
para monitoramento das funções vitais. A aplicacao dos soros deve ser feita, como os
soros antiofidicos, pela via intravenosa, bem como os cuidados na administração
perante a possibilidade de reações alérgicas.
Acidente Soro Gravidade Número de ampolas
Leve : dor e parestesia local -
Moderado : dor local intensa 2a3
associada a náuseas vômitos,
sudore e sialorreia discretos,
Antiescorpiônico ou agitação, taquipneia e taquicardia
Escorpiônico Antiaracnídico Grave : Além das cidatas na 4 a6
forma moderada , presença de
vômitos profundos e incoercíveis,
sudorese profunda prostração,
convulsão, coma, bradicardia ,
insuficiência cardíaca, edema
pulmonar agudo e choque
Acidente Soro Gravidade Nº de
Características epidemiológicas - A sazonalidade ocorre predominantemente nos
meses quentes e chuvosos. Os grupos mais vulneráveis são os trabalhadores da
construção civil, crianças e pessoas que permanecem maiores períodos dentro de casa
ou nos arredores, como quintais (intra ou peridomicílio). Ainda nas áreas urbanas, estão
sujeitos os trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de
hortifrutigranjeiros, por manusear objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar
alojados. São notificados anualmente, cerca de 8.000 acidentes, com uma letalidade
variando em torno de 0,6%. Os acidentes por escorpiões são mais freqüentes no período
de setembro a dezembro. Ocorre uma discreta predominância no sexo masculino e a
faixa etária de 25 a 49 anos é a mais acometida. A maioria das picadas atinge os
membros, havendo predominância do membro superior (mãos e dedos).
A maioria dos casos tem evolução benigna (letalidade 0,6%); os casos graves e obitos
tem sido associados a acidentes por T. serrulatus em criancas menores de 14 anos.
Medidas de prevenção de acidentes por escorpião - Manter jardins e quintais limpos,
manter grama aparada; limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, sacudir
roupas e sapatos antes de usá-los.Como muitos destes animais apresentam hábitos
noturnos, a entrada nas casas pode ser evitada vedando-se as soleiras das portas e
janelas quando começar a escurecer; usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;
combater a proliferação de insetos, para evitar o aparecimento dos escorpiões que deles
se alimentam;afastar as camas e berços das paredes e acondicionar lixo domiciliar em
sacos plásticos ou outros recipientes que possam ser mantidos fechados, para evitar
baratas, moscas ou outros insetos de que se alimentam os escorpiões.
5.0- Abelhas
Acidente por abelha é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação de
toxinas por meio do ferrão (aparelho inoculador). Para uma pessoa, as manifestações
após uma ferroada variam pela quantidade de veneno aplicada e se o indivíduo tem
reação alérgica ao veneno. Uma pessoa pode ser picada por uma ou centenas de abelhas.
No caso de poucas picadas, o quadro clínico pode variar de uma inflamação local até
uma forte reação alérgica (choque anafilático). No caso de múltiplas picadas pode
ocorrer também uma manifestação tóxica mais grave e, às vezes, até mesmo fatal.
Descrição do Agravo - Acidente por abelha é o quadro de envenenamento decorrente
da inoculação de toxinas através do aparelho inoculador (ferrão) de abelhas. Conhece-
se, atualmente, cerca de 20.000 espécies diferentes. Na década de 50, após um acidente
em um laboratório de pesquisa, abelhas africanas trazidas para o Brasil foram libertadas
na natureza e rapidamente se alastraram, sendo descendentes destas encontradas
atualmente até nos Estados Unidos, onde são conhecidas como killer-bees (abelhas
assassinas). As abelhas ditas africanizadas, ou seja, mestiças da abelha africana (Apis
mellifera scutellata) com europeias (Apis mellifera mellifera, Apis mellifera caucasica,
Apis mellifera carnica e Apis mellifera ligustica, sendo esta última a principal), são
responsáveis por muitos relatos de acidentes. Estas são mais agressivas do que as
européias, o que torna o seu manejo mais difícil. Entre os 5 principais tipos de acidentes
por animais peçonhentos (ofidismo, araneísmo, escorpionismo, erucismo e por abelha) o
acidente por abelhas é o único que não tem um soro específico para o tratamento no
Brasil, porém há estudos acerca de sua produção.
Abelhas geralmente formam sociedades em que existe apenas uma rainha, vários
zangões e operárias, sendo estas últimas as responsáveis pelas picadas. Coloridos,
odores e sons as irritam facilmente. Próximas a um enxame, as primeiras abelhas, ao
picar, liberam um feromônio que faz com que outras ataquem o mesmo alvo podendo
ocasionar acidente com centenas de picadas.
O aparelho inoculador dos himenópteros sociais (abelhas, vespas e formigas) exerce um
papel essencial no mecanismo de defesa de suas colônias. A picada consiste na injeção
de veneno com objetivo de causar dor e desconforto físico a seus agressores ou intrusos,
percebidos como ameaça à integridade de suas colmeias. Esses venenos são misturas
complexas de aminas biogênicas, peptídeos e enzimas, com diversas atividades
farmacológicas e alergênicas.
O quadro de intoxicação varia pela quantidade de veneno aplicada e pela
susceptibilidade em relação a uma reação alérgica ao veneno. Um indivíduo pode ser
picado por uma ou centenas de abelhas. No caso de poucas picadas, o quadro clínico
pode variar de uma inflamação local até uma forte reação alérgica (choque anafilático).
No caso de múltiplas picadas pode ocorrer também uma manifestação tóxica mais grave
e, às vezes, até mesmo fatal.
Diagnóstico e Sintomas: As reações desencadeadas pela picada de abelhas variam de
acordo com o local e o número de ferroadas, bem como características e o passado
alérgico do indivíduo atingido. As manifestações clínicas podem ser alérgicas (mesmo
com uma só picada) e tóxicas (múltiplas picadas). Normalmente, após uma ferroada há
dor aguda local, que tende a desaparecer espontaneamente em poucos minutos,
deixando vermelhidão, coceira e inchaço por várias horas ou dias. A intensidade desta
reação inicial causada por uma ou múltiplas picadas deve alertar para um possível
estado de sensibilidade às picadas subsequentes. Em casos de múltiplas picadas, podem
ocorrer manifestações sistêmicas, devido à grande quantidade de veneno inoculada.
Nesse caso, os sintomas são irritação e ardência da pele, vermelhidão, calor
generalizado, pápulas, urticárias, pressão baixa, taquicardia, dor de cabeça, náuseas e/ou
vômitos, cólicas abdominais e broncoespasmos. Em casos mais graves pode ocorrer
choque, insuficiência respiratória aguda, e insuficiência renal aguda. As manifestações
alérgicas locais são caracterizadas por um inchaço que persiste por alguns dias. As
reações alérgicas sistêmicas podem variar de urticária generalizada e mal-estar até
edema de glote, broncoespasmos, choque anafilático, queda da pressão arterial, colapso,
perda da consciência, incontinência urinária e fecal, e cianose.
Como prevenir acidentes
• A remoção das colônias de abelhas situadas em lugares públicos ou residências deve ser
efetuada por profissionais devidamente treinados e equipados, preferencialmente à noite
ou ao entardecer, quando os insetos estão calmos;
• Evite se aproximar de colmeias de abelhas africanizadas Apis mellifera sem estar com
vestuário e equipamento adequados (macacão, luvas, máscara, botas, fumigador, etc.);
• Evite caminhar e correr na rota de vôo percorrida pelas abelhas;
• Barulhos, perfumes fortes, desodorantes, o próprio suor do corpo e cores escuras
(principalmente preta e azul-marinho) desencadeiam o comportamento agressivo e,
consequentemente, o ataque de abelhas;
• Sons de motores de aparelhos de jardinagem, por exemplo, exercem extrema irritação
em abelhas. O mesmo ocorre com som de motores de popa;
• No campo, o trabalhador deve ficar atento para a presença de abelhas, principalmente
no momento de arar a terra com tratores.
Primeiros socorros
Em caso de acidente provocado por múltiplas picadas de abelhas, levar o acidentado
rapidamente ao hospital, junto com alguns dos insetos que provocaram o acidente.A
remoção dos ferrões pode ser feita por raspagem com lâminas, e não com pinças, pois
esse procedimento resulta na inoculação do veneno ainda existente no ferrão.
Referências Bibliográficas