Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
de idade que vive sozinha. Um dia, ela comete uma barbeiragem ao sair com o
carro e quebra os faróis do carro de Lydia (Marcia Gay Harden), a filha de seu
novo vizinho, Fred (Christopher Plummer). Revoltada com o ocorrido, Lydia
exige que Elsa pague o conserto. O filho de Elsa (Scott Bakula) aceita cobrir os
danos, mas, ao entregar o cheque a Fred, Elsa lhe conta uma história triste que
acaba convencendo-o a recusar o valor. Com o tempo, Elsa e Fred se
aproximam cada vez mais, apesar do temperamento bastante diferente.
Enquanto ela é cheia de vida, ele é rabugento e mal quer sair de casa.
Análise Crítica
O velho na sociedade
O filme Elsa e Fred, dirigido pelo norte-americano Michael Radford lançado em 2011 é uma
adaptação do filme de mesmo nome do diretor argentino Marcos Carnevale. Como toda obra
Fred e Elsa apresenta inúmeros vértices interpretativos. Elencarei para a minha fala dois
eixos de discussão que a meu ver estão propostos no filme.
O primeiro é o modo como a sociedade, representada no filme pela escola de dança, lida
com o velho. A segunda diz respeito ao modo como o processo de envelhecimento e
proximidade da morte será vivenciado por cada pessoa, de acordo com suas características
de personalidade que tendem a se acentuar no final da vida.
O velho na sociedade
Quando somos jovens é mais fácil acalentarmos a ilusão de que a decrepitude e a morte
nunca vão chegar. Vemos esta conduta arrogante na jovem que cuidava da escola de dança
e também em seu superior. Quando Elsa manifesta seu desejo de matricular-se nas aulas,
além do olhar de desprezo da jovem, vê-se impossibilitada de ser acolhida, pois segundo o
rapaz “ele não queria ver pessoas se arrastando por ali”.
O que ambos se esqueciam era de que, no futuro, eles próprios serão “os que se arrastam”.
Ou seja, se eles não morrerem prematuramente de acidente ou de uma doença fatal,
certamente experimentarão como é ser velho.
Mas, Elsa com sua sabedoria lembra a jovem de seu destino fatídico: diz a ela que quando
seus lindos lábios estiverem enrugados e quando os seus seios tiverem despencado, ela
poderá compreender melhor o porquê do seu desejo de se matricular em uma aula de dança.
A cena é muito bonita porque Elsa rompe com a hipocrisia social que paira na sociedade em
geral sobre os idosos em que, por um lado, nega-se a realidade da velhice e da morte e, por
outro, vende-se a ideia falsa de que envelhecer é bom. O fato é: envelhecer não é bom, mas
é inevitável.
Para mim a escola de dança é um interessante modelo para compreendermos o que é
valorizado e cultuado em nossa sociedade. Nela há espelhos em que corpos jovens e ágeis
podem se admirar narcisicamente; nela os casais dançam de forma ritmada e estão todos
aos pares.
Nesta escola de dança não há, portanto, espaço para o corpo enrugado e tampouco para a
solidão, realidades com as quais todos nós iremos nos deparar em algum momento de
nossas vidas.
Curiosamente, ao mesmo tempo em que demonstramos como sociedade uma imensa
dificuldade em aceitar a decrepitude, com o que cheira mal, com a morte, isolando esta
realidade cada vez mais para longe dos nossos olhos, nas clínicas “especializadas” e nos
hospitais, por outro lado o aumento da longevidade se impõe como um fato irreversível.
Referencias
https://www.ribeiraopretopsicologia.com.br/comentarios-sobre-o-filme-elsa-e-fred/