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Maquiagem Mineral: uma descrição das suas características no mercado


cosmético

Adriana de Oliveira Giaboeski 1 - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e


Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú,
Santa Catarina.

Fernanda Pamplona Boehme 2 - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e


Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú,
Santa Catarina.

Fabiana Marin Thives Ellery 3 - Orientadora, Professora do Curso de


Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,
Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Contatos
1
adry.og@hotmail.com
2
fernandahpb@gmail.com
3
fabianathives@univali.br

Resumo: A indústria nos últimos anos tem se preocupado em oferecer cada


vez mais opções de produtos de maquiagem aos consumidores. Movida por
uma busca constante a atributos diferenciais, chegou para a indústria brasileira
recentemente o produto maquiagem mineral, com o objetivo de criar a
aparência de uma pele perfeita, e deixá-la mais saudável a longo prazo.
Maquiagens minerais são cosméticos criados a partir de matérias primas de
origem mineral, encontrados na natureza, como óxido de zinco, óxido de ferro,
dióxido de titânio, cloreto de bismuto, mica, estearato de zinco e pó de
diamante, todos transformados em pequenas partículas e usados na
maquiagem. Os Consumidores estão se voltando mais para a composição
mineral e orgânica devido às suas características inovadoras em substituição
aos ingredientes sintéticos. Nesse contexto as empresas se utilizam do viés de
produtos naturais ecologicamente corretos como apelo de marketing para
expansão do mercado. Este estudo consiste em uma pesquisa qualitativa do
tipo exploratória a partir de uma analise teórica em bibliografias e sites visando
buscar informações mais técnicas sobre a maquiagem mineral. Tendo como
objetivo descrever informações sobre a maquiagem mineral para que seja
esclarecido o que ela realmente pode oferecer ao consumidor. Contudo, é
questionado se realmente são produtos sustentáveis e se todas as marcas
cosméticas de maquiagem mineral utilizam ativos minerais puros e saudáveis
ao ser humano em sua composição e de acordo com as pesquisas concluí-se
que nem todas são totalmente seguras.

Palavras chaves: Maquiagem mineral, Ativos, Tendência, Aplicabilidade,


Sustentabilidade.
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1 INTRODUÇÃO

A trajetória da maquiagem teve início no período paleolítico, mas foi na


antiguidade, quando as rainhas egípcias aplicavam sombras nas pálpebras e
pós no rosto, que a maquiagem começou a ser valorizada como uma técnica
de embelezamento. Na história da maquiagem há registro de várias etapas: da
repressão do uso da maquiagem na Idade Média pela Inquisição na Europa, à
exaltação da beleza no Renascimento, até chegar aos nossos dias, nos quais a
maquiagem é intensamente divulgada e propagada pelos meios de
comunicação. Além de embelezar, a maquiagem tem função primordial de
acentuar os traços harmoniosos da face, disfarçar as imperfeições e realçar a
personalidade (VITA, 2008).
Na atualidade, os produtos de maquiagem já conquistaram um mercado
de quase 40 bilhões de dólares em todo o mundo, segundo dados do
Euromonitor International, uma empresa de pesquisa de mercado global
especializada em indústrias, países e consumidores. O Brasil responde por
quase 2 bilhões desse total. Em geral, esse mercado se caracteriza por
produtos de alto valor agregado, com itens de beleza de alta penetração,
principalmente os batons (HUFF, 2010).
Os produtos de maquiagem representam um segmento com influência
muito forte nas tendências de moda principalmente os advindos da relação com
as roupas da estação. Atualmente altos investimentos em inovação têm sido
realizados nesta área. Tais investimentos tendem a serem os propulsores de
muitos avanços tecnológicos, à medida que acrescentam mais propriedades
sensoriais e funcionais tais como as de antienvelhecimento, firmantes,
nutrientes e de proteção solar, cada vez mais importante para o cuidado da
pele. Assim, a indústria tem se preocupado em oferecer cada vez mais
opções de produtos aos consumidores de maquiagem. Pois se trata de um
produto típico de moda, havendo sempre uma tonalidade preferida e adequada
para cada gosto. Além disso, formas de apresentação buscam atender
necessidades específicas de cada consumidor.
Então, movida por uma busca constante a atributos diferenciais,
desembarcou recentemente na indústria brasileira o produto maquiagem
mineral, com o objetivo de criar a aparência de uma pele perfeita, ao mesmo
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tempo em que a alongo prazo deixa a pele mais saudável (TERRAMATER,


2009).
As Maquiagens minerais são cosméticos criados a partir de matérias
primas de origem mineral, encontrados na natureza, como óxido de zinco,
óxido de ferro, dióxido de titânio, cloreto de bismuto, mica, estearato de zinco e
pó de diamante, todos transformados em pequenas partículas e usados para
fazer pós e bases, que além de pigmentação também promovem proteção
solar e efeitos antiinflamatórios à pele.
Segundo Vita (2008) tais cosméticos naturais já vêm sendo utilizados
desde muito tempo. De acordo com a história: egípcios, romanos, gregos,
chineses e japoneses, dentre uma diversidade de povos já utilizavam a
maquiagem mineral, a exemplo da malaquita, da galena, do Kohl (o azeite
juntamente com o carvão vegetal para usar nos olhos), além de mel e azeite
para umedecer a pele, e ainda argila vermelha.

A Natureza sempre foi pródiga fornecedora de matéria–prima


para a cosmética: açafrão, hena, terra vermelha, Kohl (carvão),
fuligem, índigo, frutas silvestres roxas e vermelhas e outros
produtos estão presentes na maquiagem das mulheres da
antiguidade (VITA, 2008, p.20).

Segundo o site americano Wordpress (2007), especializado em


informações sobre maquiagem mineral, foi somente na década de 70 que a
maquiagem mineral se tornou realmente uma tendência. Inúmeras empresas
de cosméticos passaram a lançar sua própria linha de maquiagem mineral,
grandes empresas como Sephora, Jane Iredale, Bare Minerals, Sheer Cover,
Pur Minerals, L’Oreal entre outros. A base Accord Parfait Mineral da L´Oreal
Paris foi um dos primeiros produtos minerais lançados no mercado da
maquiagem. Jane Iredale, presidente e fundadora da empresa Iredale Mineral
Cosmetics foi reconhecida por ter lançado uma das primeiras linhas completas
de maquiagem mineral no mercado da beleza, assim como a marca Bare
Escentuals que lançou sua linha Bare Minerals.
Em seguida outras marcas estrangeiras como Revlon, Mary Kay, MAC,
Avon, e Neutrogena também lançaram linhas minerais entre os seus produtos
de maquiagem e há ainda as marcas brasileiras como Boticário e Contém 1g
(VELLOSO, 2008).
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A composição mineral como base da fabricação de produtos cosméticos


proporcionou maior diversidade ao mercado de maquiagens. Com a criação de
bases, pós, sombras e outros produtos a partir de ingredientes naturais e
orgânicos. O mercado da beleza se insere na tendência global de
sustentabilidade, com isso ganha ainda mais espaço por meio do advento e
evolução da composição mineral da beleza no mundo dos cosméticos.
Consumidores estão se voltando mais para a composição mineral e orgânica
devido às suas características inovadoras em substituição de ingredientes
sintéticos, por essências naturais. Nesse contexto as empresas se utilizam do
viés de produtos naturais ecologicamente corretos como apelo de marketing
para expansão do mercado. A exemplo de grandes empresas mundiais que a
cada dia se conscientizam da importância dessa sustentabilidade e traduzem
tal preocupação em investimentos e pesquisas resultando em opções diversas
de produtos naturais, biodegradáveis, que não fazem uso de componentes
sintéticos e nem testes com animais. (WORDPRESS, 2009)
Por influência disso, hoje são encontradas várias marcas oferecendo a
linha de maquiagem mineral. Sendo que em suas formulações se destacam em
sua grande maioria os mesmos ativos naturais variando apenas no preço de
uma marca para outra.
Todavia, será que todas as marcas cosméticas que lançam suas linhas
de maquiagem mineral possuem uma composição pura e saudável na
fabricação de seus produtos?
Algumas pesquisas da equipe de cientistas americanos da
Environmental Working Group (EWG)1, baseiam-se exatamente nisso:
investigar o quão puro e saudável é a composição dos produtos das linhas de
cosméticos lançadas no mercado mundial. Alguns produtos de algumas
marcas, inclusive já foram testados e citados como produto de alto risco por
conter ativos não seguros em sua composição. (SKIN DEEP, 2010).
Em virtude desses fatos, este artigo tem por objetivo descrever
informações sobre a maquiagem mineral para que seja esclarecido o que ela
realmente pode oferecer ao consumidor.

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Grupo de pesquisadores que já realizou milhares de pesquisas desde o ano de 2004, que
realiza estudos científicos e testes de laboratório para expor as ameaças à saúde e ao meio
ambiente (SKIN DEEP, 2010).
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Maquiagem

De acordo com Rebello (2005) as maquiagens são produtos coloridos,


existentes em diversas formas cosméticas, que possuem o objetivo de
embelezar a pele e cobrir imperfeições.
Para Molinos (2002) a maquiagem pode dar volume onde não há. Além
disso, pode atenuar linhas de expressão, tirar a sisudez do rosto mudando o
traçado da sobrancelha, levantar o olhar, atrair o foco para um único ponto
específico do rosto, de preferência o mais atraente. A maquiagem ainda é
capaz de reforçar o estilo, a personalidade ou a atitude de uma pessoa num
determinado dia e lugar.
Alguns autores como Goosens (2004), Rebello (2005), Thives (2008) e
França (2009) subdividem a maquiagem em vários tipos, texturas, funções.
O corretivo tem como função encobrir ou disfarçar imperfeições da pele
como manchas, cicatrizes, olheiras e linhas de expressão, este é encontrado
em várias tonalidades (REBELLO, 2005).
Já a base além da função de encobrir certas imperfeições, tem o objetivo
de dar uniformidade à pele, protegendo-a contra agressões externas,
facilitando a aplicação de outros cosméticos de maquiagem como sombras,
blush e o pó facial. A base pode ser usada em forma de cremes nas peles
secas, na forma fluida em peles oleosas, ou ainda em suspensões como os
cakes ou pancakes, que são bases em pó prensadas dentro da embalagem,
elas são mais leves que a maquiagem em creme e não necessitam da
utilização do pó facial. A aplicação do cake é feita umedecendo o pó, assim
como tinta de aquarela (THIVES, 2008).
Para encobrir a pele mascarando imperfeições ainda existem os pós-
faciais, que promovem um acabamento, conferem maciez à pele, além de
disfarçar o brilho de peles oleosas. Esses podem ser opacos ou translúcidos,
soltos ou compactos. Para realçar e dar cor as maçãs do rosto, são utilizados
os blushes que conferem uma aparência saudável ao visual e ainda corrigem
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certas irregularidades da face. Existem na forma de cremes, indicados para


peles secas, géis e pós, indicados para peles oleosas (GOOSENS, 2004).
Os batons são usados nos lábios para dar uma coloração atraente,
podendo modificar sua forma e dar volume, além de promoverem a hidratação.
Nos olhos, sombras dão coloração ás pálpebras conferindo profundidade,
intensificando ou realçando sua cor, elas apresentam-se na forma de creme,
bastão ou pó cremoso. As máscaras para cílios aumentam o seu volume
aparentando certo alongamento. Os delineadores são utilizados para dar um
realce acentuando a expressão dos olhos, dando efeitos de profundidade e cor
(FRANÇA, 2009).
As maquiagens citadas acima são convencionais, conhecidas e
utilizadas por diversos consumidores. Atualmente já estão também presentes
no mercado as maquiagens minerais, que possuem os mesmos objetivos de
correções e realces, mas apresentam-se com o propósito de proporcionar
alguns benefícios adicionais a pele.

2.2 Maquiagem Mineral

Segundo Choice (2006), autora de dezoito livros, criadora da linha de


maquiagem Paula Choice e do site The Cosmetcs Cop, a maquiagem mineral
tem sua origem em cosméticos compostos principalmente com minerais vindos
da terra como óxido de zinco, óxido de ferro, dióxido de titânio, cloreto de
bismuto, mica, estearato de zinco e pó de diamante.
A maquiagem mineral é livre de conservantes, óleo, aromatizantes e
pigmentos pesados e irritantes á pele, sendo assim naturalmente
hipoalergênica podendo ser aplicada em peles sensíveis e também em peles
oleosas. Por sua pureza oferece maior afinidade com o pH da pele conferindo
uma ótima cobertura e acabamento natural (CHOICE, 2006).
Dessa maneira, o maquiador e consultor de imagem Krizek (2010),
assegura que, com os ativos minerais, a maquiagem, além da função de
embelezar a pele, oferece benefícios que a tratam e a deixam mais saudável a
longo prazo. O autor cita os seguintes ativos:
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Dióxido de titânio: Partícula de pigmento em pó branco que forma uma


barreira sobre a pele e confere à maquiagem um excelente poder de
cobertura.
Oxido de ferro: Partícula de pigmento inorgânico. Atribui cor ao produto
através da mistura das três tonalidades existentes desse ativo (preto
amarelo e vermelho) e do dióxido de titânio (branco), é possível criar todas
as tonalidades de pele.
Oxido de zinco: Também é uma partícula de pigmento em pó branco e
possui a capacidade de absorver a oleosidade da pele.
Mica: Mineral de origem natural com brilho cristalino que é capaz de
proporcionar um excelente deslizamento e aderência ao produto além de
adicionar brilho ao mesmo.
Cloreto de bismuto: Partícula ultrafina que garante uma duração prolongada
da maquiagem por criar afinidade do produto com a pele. Também
proporciona ao rosto um toque suave e uma textura aveludada.
Estearato de zinco: Sais de zinco, também promove aderência do produto à
pele.
Pó de diamante: Partícula ultrafina de diamante. Possui a capacidade de
devolver a luminosidade natural da pele dando um bom acabamento.

Nota-se, que a maquiagem mineral possui inúmeros benefícios e sua


composição confere uma textura leve ao produto que além dos fatores já
citados, não obstrui os poros. Também atribui ação anti-séptica e calmante,
auxilia na cicatrização e na redução da vermelhidão, podendo embelezar
inclusive pessoas com pele sensível, acneica, ou aquelas que já passaram por
tratamentos estéticos mais agressivos como peelings, laser e mesmo limpeza
de pele (MORAES, 2008).
Conforme o raciocínio de Barbosa (2010), doutora em Dermatologia e
Estética, o prazo de validade da maquiagem mineral no Brasil é maior,
podendo durar cerca de dois anos enquanto que as maquiagens convencionais
possuem a validade em torno de seis meses.
Tatiatiana Bianco, analista de marketing da área cosmética da Ipiranga
Química, entrevistada por Moraes (2008), confirma que a maquiagem mineral
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apresenta sua vida útil mais longa, já que por conter somente minérios em sua
composição evita a proliferação bacteriana.
No entanto, esses cosméticos tão bem divulgados pelo mercado da
beleza não possuem apenas qualidades. Barbosa (2010) cita algumas
características mostrando que a maquiagem mineral também tem suas
desvantagens.
Entre essas características, cita-se o fato de não ser considerada o tipo
de maquiagem que faz uma camuflagem milagrosa nas imperfeições do rosto,
pois seu poder de cobertura é mais superficial do que carregado. Ou seja, não
é o tipo de maquiagem ideal para se utilizar na produção de uma festa. No
caso de ser usada em excesso na pele, ao invés de disfarçar as imperfeições,
como as rugas ou marcas de expressões, a maquiagem irá destacá-las mais
ainda.
É importante ressaltar que a maquiagem mineral não possui
componentes hidratantes, portanto ela irá embelezar a pele de outras maneiras
sem hidratá-la.

2.3 Aplicabilidade da Maquiagem Mineral

Segundo Scawia (2009), maquiador da agência Glloss, as maquiagens


minerais possuem diferenciais com relação à textura e forma de aplicação. Em
sua grande maioria se apresentam em pó e o acabamento e a cobertura variam
de acordo com a marca.
O corretivo normalmente vem na textura de pó solto e pode ser aplicado
com o dedo ou com um pincel menor. Para uma cobertura mais grossa, pode
ser aplicado com um pincel umedecido em água normal ou termal (SCAWIA
2009).
Já a base pode ser aplicada a seco, com pincel de pó ou pincel kabuki 2.
Pode misturá-la com hidratante, protetor solar ou água termal, formando uma
espécie de base líquida. Outra opção é borrifar um pouco de água termal no
pincel e então aplicar o pó da base com movimentos circulares, por todo o
rosto. (SCAWIA 2009).

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Pincéis com cerdas naturais, diâmetro largo e o cabo curto, (SCAWIA 2009).
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Scawia (2009), explica que o pó é indicado para finalizar a preparação


da pele e dar luminosidade. Normalmente ele translúcido, leve e fino e está
disponível em uma só cor, indicada para todos os tons de pele. O interessante
do pó é que ele consegue segurar a oleosidade da pele por algum tempo. A
melhor maneira é aplicar uma camada bem suave e seca, passada com o
pincel kabuki seco, em movimentos circulares. Aplica-se como se fosse um
blush em pó, mas sempre dosando bem a quantidade de produto no pincel,
para não sobrecarregar demais o rosto.
Para um acabamento perfeito, o ideal é separar um pouco de pó em um
recipiente á parte, passando o pincel em cima com movimentos circulares,
dando leves batidas no mesmo para retirar o excesso de produto.
A forma correta é aplicar a maquiagem mineral sempre com movimentos
circulares e suaves por toda a área que deseja cobrir (SCAWIA 2009).
Como visto, a maquiagem mineral possui características na formula e no
uso que a distingue das maquiagens convencionais.
Além da aplicabilidade, existe ainda a forma com que o mercado
apresenta o produto, promovendo um marketing de sustentabilidade que nem
sempre corresponde à realidade.

2.4 Sustentabilidade

Segundo o boletim semanal da Associação brasileira de químicos e


coloristas têxteis, publicado no jornal Estadão, um dos pontos mais críticos
relacionado às maquiagens minerais está sendo atribuído ao marketing de
sustentabilidade, gerado pelas indústrias que promovem um merchandising em
cima do conceito natural para criar uma imagem atraente à determinada linha
de maquiagem mineral.
Entretanto, a total naturalidade do produto, muitas vezes não é real e
mesmo que seja, o fato de ser natural significa apenas que os princípios ativos
que compõem o produto são provenientes da natureza. Porém esses podem
ter sido extraídos de forma prejudicial ao ecossistema e à saúde humana.
Enquanto isso, o consumidor leigo é levado a pensar que certo produto é
natural, sustentável, ecológico ou benéfico para a saúde convencido pelo
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marketing de sustentabilidade promovido por determinada marca de


maquiagem mineral.
Convém anotar então, uma confusão comum: de acordo com o
marketing de produtos naturais que não agridem a pele, a maquiagem mineral
é vista como eco-friendly (ecologicamente amigável), porém a extração destes
ativos causam impacto ambiental, pois trata-se de uma fonte de recursos não
renováveis, e de acordo com a lógica, se os minérios continuarem sendo
extraídos, um dia podem acabar.
Contudo, é questionado se realmente todas as marcas cosméticas que
lançam suas linhas de maquiagem mineral utilizam componentes minerais
puros e saudáveis ao ser humano na fabricação de seus produtos.
Com relação a isso, é possível observar nas embalagens dos produtos
de algumas marcas, o uso demasiado de conservantes derivados de
parabenos, que segundo um estudo de Viñas e Felippe (2008), da Associação
Brasileira de Medicina Biomolecular, parabenos acumulados a longo prazo no
estrato córneo, poderiam provocar algumas mudanças nos queratinócitos,
sendo prejudiciais à saúde podendo gerar alguns males como envelhecimento
cutâneo, desencadear dermatite de contato, sensibilidade, câncer, puberdade
precoce, trombose, entre outros.
Em contrapartida a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
através da Resolução nº. 162, de 11 de setembro de 2001, estabelece uma
lista de substâncias de ação conservantes para produtos de higiene pessoal,
cosméticos e perfumes, entre os conservantes listados encontra-se os
parabenos, entretanto devem ser utilizados nas concentrações definidas
seguras aos consumidores.
O Skin Deep, um guia de segurança para cosméticos e produtos para
cuidados pessoais, criado através de pesquisadores do EWG, investigam o
quão puro e saudável é a composição dos produtos das linhas de maquiagem
mineral lançadas no mercado mundial dos cosméticos. Segundo eles, algumas
delas estão sendo citadas por utilizarem ativos sintéticos e conservantes
tornando-se prejudiciais à saúde.
Podemos observar a avaliação de um blush mineral (figura 1) existente
no mercado, que foi testado e considerado um produto de alto risco em
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decorrência de alguns ativos presentes em sua composição. (SKIN DEEP,


2010).

Figura1: Exemplo de avaliação de um produto maquiagem mineral.


Fonte: Skin Deep (2010)
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3 METODOLOGIA

Este estudo consiste em uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória a


partir de uma analise teórica, em referencias de livros, artigos, revistas
especializadas e sites, visando buscar informações sobre a maquiagem mineral
para assim esclarecer o que ela pode oferecer ao consumidor.
A pesquisa qualitativa segundo Denzin e Lincoln (2006) permite
entender o meio pesquisado e localiza o pesquisador a este meio, com práticas
interpretativas, apoiadas a ferramentas que comprovam as afirmações feitas.
Neste caso são os estudos já realizados, e os livros escritos por estudiosos da
área.
Conforme Gil (1999) as pesquisas exploratórias têm como objetivo
principal esclarecer, desenvolver e modificar conceitos e idéias tendo em vista
a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para
estudos posteriores.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como foi possível observar, a maquiagem mineral se traduz nos


produtos cosméticos formados de componentes naturais minerais que tem por
objetivo além de embelezar, tratar a pele deixando-a mais saudável. Também
promove alguns benefícios como ação anti-séptica, calmante e cicatrizante.
Por possuir uma textura leve, não obstrui os poros, podendo embelezar
inclusive pessoas com pele sensível, acneica, ou aquelas que já passaram por
tratamentos estéticos mais agressivos, já que sua composição tem o poder de
reduzir a vermelhidão.
Entretanto, conforme as pesquisas, infelizmente não existe segurança
de que todos os produtos de maquiagem mineral disponível no mercado sejam
totalmente benéficos aos consumidores. Por isso, antes de adquirir e fazer uso
do produto deve-se investigar a sua composição observando os rótulos e
procurando obter informações sobre os ativos com profissionais especializados
na área, artigos da Internet e outros.
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Concluí-se também, de acordo com as pesquisas realizadas que


algumas linhas de maquiagens minerais, dizem em seus rótulos que são
totalmente naturais, mas contém em seus ingredientes ativos sintéticos e
prejudiciais á saúde.
Em virtude desses fatos, sugere-se a criação de um órgão não
governamental mais rigoroso para fiscalizar, investigar e testar esses tipos de
produtos no Brasil, como faz os pesquisadores da EWG que publicam no guia
de cosméticos online, o site Skin Deep, o resultado de suas pesquisas. .
Assim os consumidores terão acesso às informações em meios mais
atualizados como a Internet deixando de ser enganados com imagens e o
marketing em volta de alguns produtos que se dizem ser 100% saudáveis,
quando na verdade não são.
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