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Épocas de aplicação
Identificada a necessidade de se fazer correções no solo, o próximo passo é determinar a época
mais adequada para aplicar o calcário e o fertilizante. A calagem é realizada durante o preparo do solo e a
adubação depende da espécie florestal utilizada, do solo, da idade das plantas e da intensidade da colheita.
Quando o solo é muito ácido (p./ex.: pH abaixo de 4,0) ou apresenta baixos teores de Ca e Mg, a
aplicação de calcário antes do plantio e durante a rotação da cultura é necessária.
Normalmente, a adubação é realizada em duas etapas. A primeira, chamada de adubação
fundamental, é feita antes ou no momento do plantio, utilizando nitrogênio, fósforo e potássio. A
segunda, também chamada de adubação de manutenção, é realizada quando as árvores tem entre 30 a 36
meses de idade. Nesse caso, é recomendado, para solos de baixa fertilidade, a aplicação de 90 kg/ha de
Cloreto de potássio (ou aproximadamente 50 g/ planta) e cerca de 2 toneladas de calcário por hectare. Em
solos com altos teores de cálcio e magnésio, a adubação de manutenção é realizada apenas com o Cloreto
de Potássio.
Recomendação de calagem
De uma forma geral, as espécie florestais plantadas no Brasil são tolerantes à acidez do solo. A
calagem tem como objetivo maior elevar os teores de Ca e Mg nos solos do que a correção do pH.
Normalmente, as quantidades recomendadas elevam o pH a valores próximos a 5,5. Dois métodos são
recomendados para determinar a quantidade de calcário à ser aplicado. Um método é baseado nos teores
de Al no solo e o outro nos teores de Ca e Mg, conforme mostrados a seguir:
A calagem é recomendada para elevar os teores de Ca e Mg no solo. Neste caso deve-se aplica-lo
antes do plantio e durante a rotação, juntamente com a adubação de manutenção. É recomendada quando
o solo é muito ácido (pH < 5,0) ou quando apresentar baixos teores de Ca e Mg. O objetivo é elevar o
solo a um pH próximo a 5,5 e/ou a Saturação de Bases entre 40 - 50%.
Na prática não é aconselhável aplicar doses muito elevadas de calcário, pois além de se tornar
onerosa ela pode interferir na estrutura do solo e na microfauna. Assim, o ideal é aplicar no máximo 2
toneladas. Caso seja necessário uma aplicação maior, por exemplo 4 toneladas, é aconselhável dividir em
2 aplicações. A primeira aplicação antes do plantio e a segunda quando o plantio estiver com 30 a 36
meses de idade, isto é, junto a adubação de manutenção.
Recomendação de adubação mineral Não existem recomendações de adubação baseadas apenas
nas análises de solo, e especificas para as diferentes espécies florestais plantadas nos diferentes tipos de
solo. De maneira geral, pode-se recomendar a seguinte adubação:
Interpretação dos teores de P e K no solo, com base nos resultados da análise química.
Teores no solo Interpretação
Baixo Médio Alto
P (mg/dm³) menor ou igual a 3,0 maior que 3 e menor que 7 maior ou igual a 7
K (mmol(+)/dm³) menor ou igual a 0,5 maior que 0,5 e menor que 1,5 maior ou igual a 1,5
Recomendação de adubação com fertilizante mineral para eucaliptos, com base nos teores de P e K do
solo.
Interp. Interp. N P205 K20 Fórmula kg/ha g/pl
P K
B B 30 120 60 08-32-16 375 220
B M/A 30 120 45 10-30-10 400 240
M B 30 90 60 08-30-20 300 180
M M/A 30 90 45 08-28-16 320 190
A B 30 60 60 08-28-16 220 130
A M/A 30 60 30 10-20-10 300 180
B= baixo; M= médio; A=alta
As quantidades de adubos sugeridas são com base em um plantio no espaçamento 3m x 2m, o que
representa uma população de 1666 árvores/ha.
Adubação de plantio A regra é colocar o adubo o mais perto possível da muda. O adubo pode ser
aplicado na cova ou no sulco de plantio. No primeiro caso o adubo deve ser colocado no fundo da cova
antes do plantio, bem misturado com a terra para evitar danos à raiz das mudas No segundo caso o adubo
é distribuído no fundo do sulco de plantio, aberto pelo sulcador, ou outro implemento agricola.
Adubação de cobertura Embora não seja uma prática comum a adubação de cobertura é indicada, pois
ela complementa a adubação de plantio. No caso de não se fazer a adubação de cobertura, a quantidade
recomendada para plantio e cobertura devem ser aplicadas no ato do plantio .
A adubação de cobertura é feita aproximadamente 3 meses após o plantio. O adubo é distribuído ao lado
das plantas, em faixas ou em coroamento. Após aplicação é recomendado cobri-lo com terra.
Adubação de manutenção Tem como objetivo fornecer K, Ca e Mg para as plantas. Deve ser aplicada
quando as plantas tiverem de 2,5 a 3,0 anos de idade. Nos caso de solo muito ácido ou baixos teores de
Ca e Mg, é recomendando aplicar juntamente com o potássio, o calcário dolomitico na quantidade de 2,0
toneladas por hectare. A aplicação é feita distribuindo o adubo e o Calcário entre as linhas de plantio.
Após aplicação deve fazer uma incorporação superficial, isto é, a aproximadamente 5,0 cm de
profundidade.
PRAGAS
O eucalipto foi introduzido no Brasil na década de 40 se adaptando as diferentes regiões do
Brasil. Sua proximidade taxonômica com diversas espécies brasileiras favoreceu a adaptação de muitos
insetos, logo após o início dos plantios. Os extensos plantios homogêneos e contínuos, distribuídos por
todo o Brasil forneceram grande quantidade de alimentos a estes insetos.Aliada a disponibilidade de
alimento a baixa diversidade interferiu no equilíbrio ecológico destes insetos possibilitando seu aumento
populacional descontrolado, tornando-os pragas.
A ocorrência de pragas em eucalipto no Brasil foi registrada logo depois de sua introdução. Silva
(1949) observou a ocorrência de Sarcina violascens (Lep. Limantriidae) atacando Eucalyptus tereticornis
no Rio de Janeiro. Nas décadas de 1970 e 80, vários autores observaram lagartas desfolhadoras em
eucalipto em São Paulo (Balut & Amante, 1971), em Minas Gerais (Zanúncio et. al.).
Doenças
O eucalipto pode ser atacado por vários patógenos, principalmente fungos, desde mudas até árvores
adultas. As doenças causam significativos impactos econômicos, de acordo com a espécie atacada e da
época do ano. As principais doenças que ocorrem nos eucaliptos são:
Tombamento Lesão necrótica na região do colo da plântula;
Murcha, enrolamento e secamento de cotilédones;
Tombamento de plântulas em reboleira e sua morte
Podridão de raízes Murcha e morte de mudas;
Lesões necróticas em raízes
Mofo cinzento Enrolamento de folhas, seca e queda das mesmas;
Formação de mofo acinzentado sobre as plantas afetadas.
Podridão de estacas Secamento e morte de estacas; Lesões escuras na base ou em outras partes da estaca
Esporotricose Infecção da haste principal de mudas e porção apical de brotações de minicepas; Lesões
arroxeadas em folhas; Anelamento e morte de caules e pecíolos.
Oidio: Enrugamento e deformação de folhas jovens e brotações; Aspecto acanoado das folhas adultas;
Formação de uma película pulverulenta e esbranquiçada sobre as folhas.
Murcha bacteriana : Avermelhamento ou amarelecimento da copa em árvores com idade entre 4 e 8
meses; Murcha da folhagem e queda parcial de folhas; Secamento da copa; Ao cortar-se a planta, ocorre
exsudação de pús bacteriano no caule.
Enfermidade rosada ou rubelose : Lesões e sinais em galhos e na haste principal de árvores com idade
entre 2 a 5 anos; Mortalidade de galhos e hastes.
Cancro: Secamento da copa e morte de árvores jovens (5 meses em diante) por estrangulamento da colo;
Fendilhamento da casca e seu intumescimento;
Formação de cancro no tronco, com depressão e rompimento da casca em fitas;
Aparecimento de gomose (exsudação de quino).
Ferrugem: Pontuações cloróticas em folhas jovens e caule em formação; Formação de pústulas de
coloração amarelo-vivo sobre lesões (esporos do fungo); Formação de verrugas nas lesões: Seca e morte
de tecidos afetados, com aspecto de queima
Murcha de cilindrocladium: Lesões no ápice ou bordos do limbo foliar que podem atingir toda a folha;
Manchas de coloração marrom-claro a marrom arroxeado e cinza;
Queda de folhas lesionadas; Desfolha intensa; Lesões necróticas em ramos.
Podridão do cerne: Ausência de sintomas externos; Podridão interna de coloração esbranquiçada ou parda
que ocorre mais pronunciadamente na região medular
Doenças foliares e complexos etiológicos (possuem sintomas de doenças, mais tem origens diversas)
Seca de ponteiros do Vale do Rio Doce (SPEVRD):
Seca de ponteiros de Arapoti (SPEA)
Seca de ponteiros por falta de Boro
Seca da saia do Eucalyptus viminalis
Algumas doenças de origem abiótica são importantes, pela intensidade e freqüência com que têm sido
verificadas, na cultura do eucalipto. Geralmente, as doenças de origem abiótica são decorrentes de fatores
adversos e estressantes do ambiente. Durante ou após a ação do fator adverso, as árvores podem tornar-se
suscetíveis à infecção de patógenos secundários. Os principais patógenos secundários (também chamados
de doenças abióticas) observados são
Afogamento do coleto: Intumescimento do colo Plantas com pouco desenvolvimento Seca e morte de
plantas.
Enovelamento de raízes: Plantas com pouco desenvolvimento
Seca e morte de plantas.
Gomose: Escorrimento de quino (goma) em alguns pontos do tronco
Pau-preto: Escorrimento de quino e posterior oxidação em numerosos pontos do tronco.
Geada: Desde queima de ponteiros até a perda total da copa Queima e bronzeamento da folhagem Morte
de mudas árvores jovens.
Granizo: Desfolhamento e descascamento de ramos, hastes e árvores Surgimento de pequenos cancros em
ramos e hastes Seca de ramos e morte de árvores.
Seja qual for o problema, a prescrição de medidas de controle eficientes depende da correto e completo
diagnóstico do agente causal. Outro aspecto importante a ser ressaltado é que a implementação de uma
medida de controle precisa ser balizada entre sua viabilidade técnica e a econômica. Por vezes, a medida
mais eficiente e econômica pode provocar impactos ambientais indesejáveis, como por exemplo a
contaminação ambiental por agrotóxico.
Espécies recomendadas para serrraria: Diversas espécies de Eucalyptus podem ser plantadas com a
finalidade de serraria. A escolha da espécie dependerá fundamentalmente do clima da área a ser plantada
e das características físicas e químicas do solo. O E. grandis, E. saligna, E. microcorys, E. maculata, E.
pilularis, E. cloeziana, E. paniculata e E. resinifera tem sido manejados a nível mundial para serraria,
laminação e produção de postes.
Desbastes: Os desbastes de plantios florestais são necessários quando se deseja obter toras de diâmetros
elevados ao final da rotação. Este é o caso da produção de toras para serraria e de postes de grandes
dimensões. Quando o objetivo for a produção do maior volume possível de madeira de pequenos
diâmetros, em espaço de tempo menor até o corte final, os desbastes não são necessários. Como cada
sítio permite apenas um determinado valor limite de área basal, reduzindo o número de árvores, a área
basal máxima se distribuirá por um número menor de árvores remanescentes que atingirão diâmetros
maiores. A estratégia mais recomendável é manter o povoamento crescendo em taxas próximas do
máximo incremento corrente anual em área basal, o que pode ser conseguido por desbastes leves e
freqüentes. O primeiro, ou primeiros desbastes, devem ser pesados para eliminar também árvores mal
formadas, tortas, bifurcadas e doentes, mesmo que apresentem dimensões elevadas. Deve-se evitar a
retirada de grupos de árvores e procurar manter uma distribuição uniforme de espaçamento entre as
árvores remanescentes. Isto evita a formação de clareiras e o crescimento de plantas invasoras entre as
árvores. Evita-se também o surgimento de número excessivo de brotações de gemas epicórmicas, que
podem prejudicar a qualidade da madeira. Este último inconveniente ocorre devido ao estimulo pela luz
de gemas dormentes ao longo do fuste e também quando as árvores entortam devido a desbastes
excessivos.
Demarcação para desbastes: A demarcação do desbaste é uma operação especializada para a qual é
necessário treinamento e discernimento para reconhecer as árvores que devem ser retiradas e as que
devem permanecer e a importância de uma distribuição adequada de espaço entre as árvores. Para
assegurar-se que o número de árvores preconizado por hectare permaneça após o desbaste é
recomendável indicar-se o comprimento de duas linhas de árvores que conterão 10 árvores, por exemplo,
ao final do desbaste. Um método simples de calcular consiste em multiplicar o número remanescente de
árvores pela distância entre linhas, dividir este valor pela área de um hectare (10000 m2 ). Em seguida
dividir-se 5 (número de árvores em uma linha) pelo valor anteriormente obtido. O valor resultante é o
comprimento de duas linhas onde devem ser deixadas dez árvores. Aplicando para uma distância entre
linhas de 3m: 3 m X 500 = 1500 m / 10000 m2 = 0,15 m-1
5 / 15 m-1= 33,3 m.
Portanto, para obter-se a densidade de plantas remanescente pretendida (500 árvores/ha) é necessário
deixar-se dez árvores a cada 33 m de linha dupla. Deve ser mencionado que não é necessário deixar-se
sempre, por exemplo, cinco árvores em cada linha de 33 m, pode-se se necessário deixar quatro árvores
em uma liDeve ser mencionado que não é necessário deixar-se sempre, por exemplo, cinco árvores em
cada linha de 33 m, pode-se se necessário deixar quatro árvores em uma linha e seis na outra, e assim por
diantenha e seis na outra, e assim por diante.
Sistemas de desbastes: Do ponto de vista econômico e operacional, em grandes áreas é preferível
executar-se o corte e extração de madeira mecanizados ao invés do manual, desta maneira é mais
econômico fazer-se desbaste sistemático e não o seletivo, no primeiro desbaste. Aplica-se também
quando não houver interesse no manejo da rebrota das touças, ou então para espécies que não apresentem
rebrota satisfatória. Nos demais casos os desbastes seletivos são os mais recomendáveis. Em geral, nos
desbastes sistemáticos se retira totalmente uma linha a cada três linhas de árvores e se efetua o desbaste
seletivo, nas duas linhas remanescentes, nos desbastes subsequentes. Este sistema de desbaste é
recomendável para plantios muito homogêneos ou seja aqueles plantados com material genético
selecionado e com técnicas silviculturais adequadas Do ponto de vista econômico e operacional, em
grandes áreas é preferível executar-se o corte e extração de madeira mecanizados ao invés do manual,
desta maneira é mais econômico fazer-se desbaste sistemático e não o seletivo, no primeiro desbaste.
Aplica-se também quando não houver interesse no manejo da rebrota das touças, ou então para espécies
que não apresentem rebrota satisfatória. Nos demais casos os desbastes seletivos são os mais
recomendáveis. Em geral, nos desbastes sistemáticos se retira totalmente uma linha a cada três linhas de
árvores e se efetua o desbaste seletivo, nas duas linhas remanescentes, nos desbastes subsequentes. Este
sistema de desbaste é recomendável para plantios muito homogêneos ou seja aqueles plantados com
material genético selecionado e com técnicas silviculturais adequadas
Produção de madeira para desdobro:
As recomendações que serão apresentadas a seguir aplicam-se ao Eucalyptus grandis mas em
princípio podem também ser utilizadas para outras espécies de eucalipto.O aproveitamento das toras para
serraria é tanto mais elevado quanto maior for o diâmetro da tora. Assim, quanto mais cedo o povoamento
atingir diâmetros elevados mais lucrativo será o empreendimento florestal. Para atingir este objetivo, os
desbastes pesados e precoces são recomendáveis por estimularem precocemente o crescimento em
diâmetro. Entretanto, a madeira produzida em idades jovens dos povoamentos, nos quinze primeiros anos
de crescimento de Eucalyptus grandis, é de qualidade inferior com elevadas tensões de crescimento. Para
aumentar a proporção de madeira de boa qualidade, e limitar a madeira de qualidade inferior a um
pequeno cilindro central, deve-se executar desbastes leves inicialmente. Devem também ser atrasados,
pelo menos para permitirem a retirada de madeira com dimensões adequadas e mais interessantes do
ponto de vista comercial. Os desbastes devem ser leves até o décimo quinto ano e mais pesados após essa
idade. Para evitar fustes deformados e supressão exagerada de copa viva, os demais desbastes devem ser
repetidos em intervalos mais curtos.
Os regimes de desbaste que vem sendo adotados na silvicultura brasileira não seguem a proposta
apresentada. De modo geral adotam-se desbastes precoces e pesados com o objetivo de produzir toras de
35 a 45 cm de diâmetro em rotações curtas de 15 a 18 anos. Este regime tem o inconveniente de produzir
elevada proporção de madeira juvenil, de baixa qualidade, no cilindro central da tora. Entretanto, é mais
versátil em termos de permitir alterar o objetivo para a madeira produzida em função de alterações de
mercado. Possibilita ainda maior gama de produtos, em menor tempo, que pode ser interessante
comercialmente. Por outro lado, prolongar a rotação para muito mais de 35 anos com o objetivo de
aumentar a proporção de madeira de alta qualidade, aumenta o risco de ocorrência de podridão do cerne. [
Visando assegurar a adoção de manejo específico para o povoamento e a região de interesse,
considerando o potencial de produção e o sortimento específicos do povoamento florestal, como função
da idade e dos regimes de manejo, é necessário utilizar simuladores de crescimento e produção. Existe no
mercado nacional, em fase de implantação, o simulador de crescimento e produção denominado
SISEUCALYPTUS. Este simulador, desenvolvido pela EMBRAPA, pode ser uma ferramenta de extrema
importância para a definição do regime de desbastes ideal para cada povoamento e situação de mercado.
A proposta apresentada acima é apenas uma sugestão que pode ser aplicada em princípio, entretanto deve
ser reconsiderada quando houver disponibilidade de dados de inventário e informações de mercado para
cada caso.
Condução de brotações das cepas: A eliminação das cepas é a melhor alternativa quando não houver
perspectivas de mercado ou interesse na produção de madeira de menores dimensões que poderiam ser
obtidas mantendo-se as brotações das cepas. A produção de madeira das árvores remanescentes é maior
no caso de eliminação das cepas. A condução das cepas, quando desejável, se faz pela retirada dos brotos
extranumerários e manutenção de dois a três brotos por cepa. Os brotos a serem mantidos devem ser bem
distribuídos e implantados no tronco o mais próximo possível do solo. Para selecionar corretamente os
brotos é necessário aguardar o crescimento dos brotos por pelo menos um ano ou até que ocorra
diferenciação clara entre os brotos.
Sistemas agroflorestais
Importância A combinação de árvores com pastagens (sistemas silvipastoris), com pastagens e a inclusão
de culturas agrícolas durante a fase inicial de desenvolvimento das espécies arbóreas (sistemas
agrossilvipastoris) e mesmo a associação de árvores com culturas agrícolas (sistemas silviagrícolas) são
de grande aplicabilidade. A atividade florestal exige rotações mais longas que as demais atividades
agropecuárias, principalmente para que se obtenha um produto final para serraria. O corte do eucalipto
para industrialização ocorre normalmente aos 7 anos de idade, num regime que permite até 3 rotações
sucessivas e econômicas, com ciclo final de até 21 anos. Os reflorestamentos tradicionais de eucalipto são
representados por densos maciços florestais, plantados em espaçamentos regulares e normalmente com
uma única espécie. Entretanto, nas propriedades rurais, além dessa possibilidade de plantio, as árvores
também podem ser plantadas de forma integrada com as atividades agrícola e pecuária ou, ainda, como
prestadoras de serviços como quebra-ventos, cercas vivas, proteção de animais, sem no entanto esquecer
o seu potencial para gerar produtos econômicos. Para que se tenha sucesso nesse empreendimento,
precisa-se considerar o espaçamento da espécie florestal. Nesses sistemas normalmente são usadas
menores densidades de plantio e diferentes arranjos espaciais das espécies florestais em campo. Plantios
mais adensados resultam na produção de um elevado número de árvores com pequenos diâmetros, as
quais normalmente são utilizadas para fins menos nobres como lenha, carvão, celulose, engradados e
estacas para cercas. Espaçamentos amplos resultam em um número menor de plantas por unidade de área,
tornando mais fácil o acesso de máquinas para o plantio e tratos culturais. Facilitam também a retirada da
madeira e empregam menos mão-de-obra, além de permitirem a produção de madeira de melhor valor
comercial (postes, vigas, esteios e serraria). Como desvantagens há maior necessidade de tratos culturais
e menor derrama natural. Na produção de madeira de alta qualidade, para serraria, é necessário que os
espaços entre as plantas sejam superiores ao normal. Assim, o manejo florestal deve ser baseado em
podas freqüentes e rigorosas, de forma a alcançar um mercado com maiores preços mediante uma
mercadoria de maior valor agregado. Dessa forma, a implantação de povoamentos, assim manejados, é
naturalmente uma excelente alternativa para se integrar as atividades agrícola, florestal e pecuária em um
sistema de produção misto. Práticas de manejo em eucalipto, caracterizadas por espaçamentos iniciais
largos, desbastes precoces e pesados e podas altas, revelam-se superiores aos tradicionais, com a
produção de madeira de boa qualidade, com bons resultados econômicos. Além disso, permitem a
penetração de altos níveis de radiação no sub-bosque, o que, por sua vez, favorece o desenvolvimento
satisfatório de outras espécies, também com valor econômico, associadas
Coeficientes técnicos
O modelo típico de sistema de produção apresentado envolve o cultivo do eucaliptos em áreas dobradas e
de cerrados o que determina coeficientes técnicos para dois diferentes sistemas de produção. No primeiro,
prevalecem as áreas dobradas, mais dependentes no uso de mão-de-obra, enquanto que no segundo, nas
áreas de cerrados, o sistema de produção se desenvolve mais com o uso da mecanização. Observa-se que
a produção em áreas de cerrados permite um maior número de plantas por hectare. Entretanto, na
produção final, os retornos financeiros, tanto no cerrados quanto nas áreas dobradas os benefícios
econômicos são muito próximos. Durante o levantamento das informações, optou-se por não colocar os
custos de administração. Considerando-se os valores de 2% à 3%, observa-se que as atividades tem
retorno muito pequeno na produção de Eucalipto. Provavelmente, as empresas que utilizam máquinas e
equipamentos próprios, bem como terra de baixo custo de oportunidade, fato que fazem com que os
custos sejam menores.
Altura dominante: média das alturas das 100 árvores de maior diâmetro por hectare.
Área basal: somatório da área transversal do tronco, normalmente a 1,3 m de altura, de todas as árvores
do povoamento, expressa em m3 /ha.
Árvores dominantes: árvores cujas copas estão acima do nível geral do povoamento.
Árvores matrizes: árvores das quais são coletadas sementes ou propágulos para produção de mudas
Cinza: material resultante da queima da madeira. Pode ser usada sem preparo algum, tomando-se o
cuidado de monitorar o solo e as plantas para evitar desequilíbiros nutricionais.
Clone: grupo de plantas geneticamente idênticas, derivadas, assexuadamente, de uma única planta.
Composto: adubo orgânico preparado a partir da compostagem da mistura de esterco de animais e
resíduos vegetais. É um adubo orgânico com baixo teor de nutrientes e seu emprego requer a aplicação
em grandes quantidades.
Cone: estrutura reprodutiva das coníferas (equivalente ao fruto em espécies folhosas) constituida de um
grande número de folhas modificadas em forma de escamas que contêm as sementes
DAP: diâmetro à altura do peito, convencionado como o diâmetro do tronco a 1,3 m de altura.
Déficit hídrico: resultado (negativo) do balanço hídrico em que o total de água que entra no sistema via
precipitação é menor que a quantidade total de água perdida pela evaporação e pela transpiração pelas
plantas.
Desbaste: corte e remoção parcial das árvores de um povoamento, visando acelerar o crescimento em
diâmetro ou para melhorar a qualidade do povoamento.
Desbaste comercial: desbaste em que as árvores removidas têm valor comercial.
Desbaste pré-comercial: desbaste, normalment, poucos anos após o plantio, em que as árvores
removidas ainda não têm valor comercial.
Desbaste seletivo: desbaste somente das árvores que não se enquadram num critério pré-estabelecido
(por exemplo: diâmetro mínimo, boa forma de tronco etc.).
Desbaste sistemático: desbaste em que o corte das árvores é feito seguindo-se um esquema padrão, com
base em sua posição no povoamento (por exemplo: linhas alternadas, uma linha em cada três, etc.).
Desrama ou poda: remoção dos ramos até certa altura do tronco.
Esterco: dejeto de animais domésticos, misturado com restos vegetais que servem de cama para animais.
Fuste: parte comercial do tronco das árvores.
I.C.A: incremento corrente anual, é a diferença entre os volumes em duas idades sucessivas.
I.M.A: incremento médio anual, é a taxa de crescimento anual em volume de madeira, num determinado
período de tempo Índice de sítio: medida da qualidade do sítio baseada na altura das árvores dominantes
no povoamento em uma determinada idade.
Lixo urbano tratado: lixo das áreas urbanas, de composição variável, tratado para aplicação em culturas
agrícolas e florestais.
Organoléptico - (òr). [De organ(o)- + -léptico.] Adj. Fisiol. Diz-se de propriedade demonstrada por um
corpo, ou por uma substância, e que impressiona um ou mais sentidos (São cinco os sentidos: visão,
audição, olfato, gosto e tato).
Pedúnculo: haste que prende uma inflorescência, uma flôr ou um fruto (ou cone) ao ramo ou tronco da
planta.
Poda ou desrama: remoção dos ramos até certa altura do tronco.
Populações disjuntas: populações de plantas cujas áreas de abrangência são separadas espacialmente.
Procedência: local onde está estabelecido o povoamento que gerou a semente utilizada.
Profundidade efetiva do solo: profundidade da camada de solo que pode ser explorada pelas raízes, sem
restrições.
Raiz pivotante: raiz primária da planta, com crescimento vertical, formando a continuação do eixo da
planta.
Resíduo de esgoto tratado: material sólido resultante do tratamento de esgoto, seco e moído,
que apresenta teores elevados de N, moderados de P e baixos de K.
Rotação: número de anos planejado entre o estabelecimento da floresta e o seu corte final.
Taxa de atratividade: renda convertida em valores anuais atualizados para a época de plantio, com juros
próximos aos da Caderneta de Poupança
Vermiculita: substrato mineral composto de silicato de alumínio expandido com tratamento a altas
temperaturas
PLANTIO DO EUCALIPTO
Assim como você cultiva milho, mandioca, feijão e outros produtos, você poderá cultivar
também uma floresta. Isto se faz em muitos países do mundo.
Se isso não for feito, será muito difícil continuar com agricultura, principalmente em regiões
montanhosas.Assim, numa programação de prazo mais longo, você não terá mais áreas esgotadas ou sem
uso, e seus filhos e netos poderão continuar vivendo da lavoura.
Você terá também outra fonte de renda. A madeira está cada vez mais cara e seu preço vai subir muito
mais. Quem for inteligente vai levar vantagem.Você deve escolher uma espécie florestal que cresça
rápido e que dê retorno econômico. Você pode, por exemplo, escolher o eucalipto.
O eucalipto é plantado, atualmente, em quase todo o mundo, por ser uma planta que possui
espécies diversificadas e adaptáveis a várias condições de clima e solo. Para se ter uma idéia da
diversificação das espécies, existem eucaliptos que se adaptam muito bem em regiões de temperatura de
350C e outros que suportam um frio de até 180C abaixo de zero.
A maioria das espécies plantadas no Brasil apresenta um crescimento rápido, produz grande quantidade
de madeira e subprodutos e tem fácil adaptação.
Embora se diga que o eucalipto prospera nos mais variados climas e solos, como toda plantação,
ele necessita de certos cuidados, principalmente de manejo para sua boa produção, desenvolvimento e
adequação ambiental.
O eucalipto é considerado uma cultura recuperadora de solo. Por ter raízes profundas, ele busca,
nas camadas inferiores do solo, nutrientes minerais que já estão fora do alcance de raízes superficiais.
Por esse motivo, o eucalipto pode controlar a erosão do solo e também ocupar áreas que são
impróprias para a agricultura, além de reconstituir no longo prazo as reservas subterrâneas de água do
solo. Além disso, serve de matéria-prima para diversas finalidades como marcenaria, apicultura, papel e
celulose, energia, etc.
Dentre as principais espécies cultivadas recomenda-se:
• papel e celulose (grandis, saligna, urophylla).
• mourão para cerca (citriodora, robusta, globulus).
• pontalete para construção (citriodora, robusta, globulus).
• energético - lenha, carvão (grandis, urophylla, torililana).
• postes (citriodora, robusta, grandis).
Apresentamos, neste folheto, algumas instruções técnicas que podem ajudar, a você agricultor,
no plantio de eucalipto.
ESCOLHA O LOCAL - De preferência, escolha terreno de morro, que esteja fraco, abandonado ou com
samambaia; terreno cansado, com sinal de enxurrada e que não esteja produzindo.
Comece a preparar o terreno dois meses antes do plantio.
Onde tem formiga, não se planta eucalipto.
Assim que você escolher o terreno, faça uma vistoria nele e nas redondezas.
Elimine os formigueiros que encontrar dois meses antes do plantio.
Coloque 10 gramas de isca de cada olheiro ativo. Não coloque dentro do olheiro nem na terra solta da
boca do olheiro.
AVISO IMPORTANTE - não pegue a isca com a mão, use uma vasilha só para isto.
Veja na redondeza também. Formiga não respeita cerca nem divisa de propriedade.
LIMPE TODA A ÁREA
Você deve fazer a operação de destoca ou preparo do terreno, aproveitando o material existente na
lavoura, juntando o resto do mato e fazendo leiras no sentido das curvas de nível.
Comece roçando o mato e leiras formando um cordão, conforme a figura. A fileira deve ter a largura de 3
metros.
FAÇA PLANTIO DIRETO OU ARAÇÃO E GRADAGEM
Preferencialmente deve ser utilizado o plantio direto.
Alternativamente, quando a inclinação do terreno permitir, após a limpeza do terreno, inicie os trabalhos
de aração e gradagem. De preferência esses trabalhos devem ser realizados após algumas chuvas ou com
o solo úmido; isso melhora a profundidade da aração. Se necessário, faça a gradagem duas vezes.
PLANEJE OS CAMINHOS E ACEIROS
Quando você efetuar os trabalhos de limpeza e aração, faça uma programação dos aceiros e carreadores
internos. Os aceiros devem ter no mínimo 6 m de largura em todo o perímetro da área, facilitando a
prevenção e combate a incêndios.
Os carreadores internos em áreas inclinadas deverão ser traçados em sentido bem suave, cortando as
águas, de modo a não serem prejudicados pela erosão. Poderão ser traçados com saídas e escoamento de
águas ou com elevação de terras no sistema de curvas de nível. Não faça talhões com mais de 15 hectares.
APLIQUE O FORMICIDA CORRETAMENTE E COM CUIDADO
Quanto maior o formigueiro, maior a quantidade de formicida que você deve colocar no olheiro. Caso
você coloque uma quantidade pequena, as formigas ficam resistentes àquele formicida, começam a retirar
do formigueiro os granulados e não os carregam mais. Caso isso aconteça, mude de marca de produto e
diferencie o atrativo.
Para você ficar sabendo se está colocando a quantidade correta de formicida, meça rapidamente o
formigueiro conforme o desenho e siga as instruções nele contidas:
5 metros 2 metros
Quando a cova é de profundidade pequena as raízes encontram impedimento para penetração, que na
maioria dos casos se dá devido à compactação do terreno. Nesse caso as raízes se enroscam e em
conseqüência teremos uma planta com desenvolvimento lento e provavelmente comprometida. Quando a
cova for mais profunda, a planta encontra condições de desenvolver as raízes e conseqüentemente
consegue um crescimento normal.
As covas devem ser abertas pelo menos 30 dias antes do plantio. Isto é muito importante.
A terra da cova deve ser colocada para o lado de baixo, quase em cima da leira do mato.
Depois, raspe a terra em volta da cova e jogue dentro dela. Não encha a cova toda, deixe faltando meio
palmo.Desse jeito, quando chover, tem espaço para segurar a água e alguma terra que escorrer.
Retire a muda com a palma da mão esquerda ficando as raízes entre os dedos, com a ponta dos dedos na
frente da ponta das raízes e com uma enxadinha, faça um buraco no centro da cova com a mão direita(se
você for canhoto inverta o uso das mãos).
USE UM CUPINICIDA
Antes do plantio, observe se na área existe cupim, pois eles cortam as raízes, causando a morte da planta.
Nesse caso, aplique uma colher de chá de um cupinicida, bem espalhado no fundo da cova.
REPLANTIO
Deixe uns 20% de mudas para o replantio.
Ele deve ser feito entre 30 e 60 dias depois do plantio.
Não é necessário abrir de novo a cova, mas afofar o local onde você vai plantar a nova muda.
Nos primeiros 6 meses, você deve deixar a cova livre de mato mantendo sempre a “coroa” limpa até 1
metro em volta da cova.
Continue combatendo a formiga.
Lembre-se que a muda que morre é a árvore de amanhã. É uma viga ou um poste que você perdeu. È uma
partida que você deixou de entregar.
O plantio de eucalipto pode ser consorciado com o de milho ou de feijão no primeiro ano, desde que não
haja mais do que uma única linha de feijão ou de milho ao centro da rua em que foi plantado o eucalipto.
FAÇA A MANUTENÇÃO DA FLORESTA
- Combate à formiga - deixe sempre uma ou mais pessoas percorrendo a área para controlar as formigas
cortadeiras; controle as formigas até 10 m longe das divisas. As incidências maiores são próximas a
matagais e locais sujos.
- Capinas mecânicas - nas áreas planas, plantadas com espaçamento de 3 m x 2 m, você pode efetuar uma
gradagem nas entrelinhas e capinas manuais nas linhas. Essa operação fixa mais quantidade de água no
solo, beneficiando a planta e, diminui o custo de manutenção.
- Capinas manuais - em solos inclinados ou levemente inclinados, onde não se consegue mecanização,
efetue a capina manual, que poderá ser por coroamento ou por trilhamento.
- Coroamento: deverá ser feito um circulo medindo 1 m de uma extremidade a outra, ou seja, com 0,5 m
de raio, sempre mantendo a vegetação das entrelinhas roçadas.
Trilhamento: nunca deve ser feito acompanhando as águas, pois isso ajudaria a erosão do local e lavagem
do terreno, levando adubo para as partes baixas e, em alguns casos, destruindo o plantio.
Você deve sempre manter o eucalipto limpo até que ele domine sua área.
COMO FAZER A LIMPEZA DA ÁREA (COROA)
Quando a “coroa” é feita corretamente (50cm de raio) a muda tem espaço suficiente para um bom
desenvolvimento.
Atenção: quando você agricultor for plantar em áreas de pasto (braquiária), faça uma “coroa” maior, com
75cm de raio e adube com superfosfato simples 150g/cova. A cobertura também deve ser feita 60 dias
após o plantio, mantendo ainda a “coroa” sempre limpa.