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Oficina de Textos

Editorial

A Revista Oficina de Texto, é uma produção acadêmica feita pe-


los alunos dos cursos de Ciências da Matemática e Física, da
Universidade Estadual Vale do Acaraú, para a disciplina de
Português que é lecionada pela Professora Claude Berthe Bloch de C. e Silva.
Assim que recebemos a missão de produzir este trabalho procuramos
focar tudo que foi aprendido e discutido em sala de aula, todavia que o conte-
údo presente nesta revista é o mesmo, se não ainda será, apresentados a nós
durante o período letivo. A partir daí surgiu o nome Oficina de Textos, que na-
da mais é do que um local para aprender e aprimorar o conhecimento, neste
caso sobre produção textual.
Nossa Revista procura elencar as características presente em dez tipos
de produção textual são eles: Resumo, Resenha, Ensaio, Textos Jornalísticos,
Textos Publicitários, Conto, Crônica, Artigo Científico, Redação Oficial e Intertex-
tualidade através de Paródia.
A equipe da Revista Oficina de Textos espera que vocês leitores possam
ter uma boa leitura e principalmente uma ótima absorção do conteúdo aqui
explanado.

Equipe de Edição

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Oficina de Textos

Índice

 Resumo ........................................................ 05
 Resenha ....................................................... 07
 Ensaio ........................................................... 10
 Conto ............................................................ 12
 Crônica ...........................................................14
 Artigo Científico ........................................... 17
 Redação Oficial ............................................. 21
 Paródia ......................................................... 22
 Texto Publicitário ......................................... 24
 Texto Jornalístico ........................................ 28

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Oficina de Textos

Resumo Por Fabiana de Brito

R esumo é a concentração de idéias sem quebra de sem quebras de sentido,


obedecendo ao fio lógico de um texto, em outro menor. O resumo facilita
o trabalho de captar, analisar, fixar e integrar o que se está estudando.
Com ele se formam parágrafos com sentido completo que condensa a apresentação da o-
bra.
Devemos apresentá-lo numa estrutura orgânica capaz de revelar o plano lógico da
redação que é: introdução, desenvolvimento e conclusão; deixar em destaque os conceitos
fundamentais do texto; ter um cunho pessoal que permite mostrar a assimilação individual;
e ser fiel as idéias do autor.

Tipos de Resumo

Recensão: Exposição em síntese, das principais idéias do texto;


Sinopse: Apresentação concisa que acompanha o texto, elaborada pelo próprio autor ;
Resumo (Abstract): Destituído de crítica é uma síntese das idéias principais do texto;
Sumário: Enumeração mais detalhada das principais partes e seções da obra;
Resenha: Breve comentário sobre a obra e avaliação da mesma.

Como resumir um texto?

Primeiro devemos lê-lo até que consigamos ter uma breve compreensão de sua
essência, a partir daí hierarquizar as idéias que se destacaram nos títulos, subtítulos e
dentro do próprio texto que são conhecidas como palavras chaves. Em seguida, se qui-
ser você pode criar um sistema de códigos, setas, desenhos e/ou um diagrama. O resu-
mo poderá ser produzido com base no esquema elaborado, como se estivéssemos es-
crevendo o que o esquema representa e/ou destaca. Após compreensão e pré-
organização realizada é hora de utilizar da maneira escolhida, e aplicá-la sempre tendo
coesão e coerência com o texto original e principalmente com as idéias do autor, se-
guindo esse método você estará fazendo um ótimo resumo e obterá dele toda
sua essência do texto original, mesmo em tamanho menor.
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Oficina de Textos

Exemplo de Resumo

Capa de DVD do filme: “Coisas que perdemos pelo Caminho”


Um trailer, um slide de fotos, uma capa de DVD (foto acima), são um dos inúme-
ros exemplos de resumo.

Gênero Textual
O gênero Textual é descritivo, ao dispor os principais fatos do filme

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Oficina de Textos

Resenha Por Maria Magalhães

R esenhar significa fazer uma relação das propriedades de um objetivo, enu-


merar cuidadosamente seus aspectos relevantes, descrever as circunstân-
cias que o envolvem. O objeto resenhado pode ser um acontecimento
qualquer da realidade (um jogo de futebol, uma comemoração solene, uma feira de livro)
de textos e obras culturais (um romance, uma peça de teatro, um filme).
A resenha, como qualquer modalidade de discurso descritivo, nunca pode ser com-
pleta e exaustiva, já que são infinitas as propriedades e circunstâncias que envolvem o obje-
to descrito. O resenhador deve proceder seletivamente, filtrando apenas os aspectos perti-
nentes do objeto, isto é, apenas aquilo que é funcional em vista de uma intenção previa-
mente definida. A importância do que se vai relatar numa resenha depende da finalidade a
que ela se presta.
A resenha pode ser puramente descritiva, isto é, sem nenhum julgamento ou apreci-
ação do resenhador,ou crítica, pontuada apreciações, notas e correlações estabelecidas pe-
lo juízo crítico de quem a elabore.

Estrutura da resenha descritiva


a. uma parte descritiva em que dão informações sobre o texto:

 nome do autor (ou autores)


 título completo e exato da obra (ou artigo)
 nome da obra e, se for o caso, da coleção de que faz parte da obra
 lugar e data de publicação, número de volumes e páginas
Pode-se fazer, nessa parte, uma descrição sumária da estrutura da obra (divisão de capí-
tulos, índices, etc.). No caso de uma obra estrangeira, é útil informar também a língua
da versão original e o nome do tradutor (quando se tratar de tradução).
b. uma parte com o resumo do conteúdo da obra:

 indicação sucinta do assunto global da obra (assunto tratado) e do ponto de


vista adotado pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom, etc.).
 resumo que apresenta os pontos essenciais do texto e seu plano ge-
ral. 07
Oficina de Textos
Na resenha crítica, além dos elementos já mencionados, entram em destaque mais
alguns elementos veja:

Estrutura da Resenha Crítica


1. Referência Bibliográfica
Autor(es) Título (subtítulo) Imprensa (local da edição, editora, data)
2. Credenciais do Autor
Informações gerais sobre o autor Quando? Por quê? Onde?
3. Conhecimento
Resumo detalhado das ideias principais De que trata a obra? O que diz? Possui alguma
característica especial? Exige conhecimentos prévios para entendê-lo?
4. a) Julgamento da obra: Como se situa o autor em relação: - às escolas ou correntes
doutrinárias?
b) Mérito da obra: Qual a contribuição dada?
c) Estilo: Conciso, objetivo, simples? Claro, preciso, coerente? Linguagem correta? Ou o
contrário?
d) Forma: Lógica, sistematizada.

Exemplo de Resenha
Memória – rica lembranças de um precioso modo de vida

“O diário de uma garota (Record, Maria Julieta Drummond de Andrade) u texto que
comove de tão bonito. Nele o leitor encontra o registro amoroso e miúdos dos peque-
nos nadas que preencheram os dias de uma adolescente em férias, no verão antigo de
41 para 42. Acabamos os exames, Maria Julieta começa seu diário, anota em um cader-
no de capa dura que ela ganha já usado até a página 49. É a partir daí que o espaço é
todo da menina, que se propõe a registra nele os principais acontecimentos desta fé-
rias para mais tarde recordar coisas já esquecidas.
O resultado final dá conta plena de recado e ultrapassa em muito a proclamada
modéstia do texto, ao ser conhecida, tinha como destinatária única a mãe da autora, a
quem o caderno deveria ser entregue quando acabado.
E quais foram os afazeres de Maria Julieta naquele longínquo verão? Foram mui-
to, pontilhados de muita comilança e de muita leitura: cinema, doce-de-leite e novena,
o Tico-Tico (revista em quadrinhos), doce de banana, teatrinho, visita, picolés, missa,
rosca, cinema de novo, sapatos novos de camurça branca, o Cruzeiro, bem-
casados, romances franceses, comunhão, recorte de gravuras, espiar casa-
08 mentos, bolinho de legumes, festa de aniversário, Missa do Galo, carta para
a família, dor-de-barriga, desenho de aquarela, míngua, indigestão...
Oficina de Textos

Tudo parecia pouco para encher os dias de uma garota carioca em férias minei-
ras, das quais regressa sozinha, de avião. Tantas e tão preciosas evocações resgatam
do esquecimento um modo de vida que é hoje apenas um dolorido retrato na parede.
Retrato, entretanto, que, graças à arte de Julieta, escapa da moldura, ganha movimen-
tos, cheiros, risos e vida.... O livro, no entanto, guarda ainda outras riquezas: por exem-
plo, o tom autêntico de sua linguagem, que, se, como prometeu sua autora, evita as
pompas, guarda, não obstante, o sotaque antigo do tempo em que os adolescentes
que faziam diários dominavam os pronomes cujo/a/os//as, conheciam a impessoalidade
do verbo haver no sentido de existir em[...]

Gênero Textual
Seu gênero textual é narrativo, ao narrar a história em 3ª pessoa do plural, mas
conta com detalhes de dissertação por seu uma resenha.

Resenha e Resumo: O que difere uma da outra?

Geralmente há uma pequena confusão entre resumo e resenha, por parte dos
escritores. A confusão se dá justamente na troca de significação. Para muitos uma rese-
nha é um resumo, ou um resumo é uma resenha. Portanto, trocando em miúdos, resu-
mo é apenas uma breve cópia das partes principais de um texto. Um pequeno detalhe,
existe, no mundo acadêmico, basicamente dois tipos de resumos: Temos o resumo de
um texto, de uma obra (livro), de artigos etc. ou seja, uma compactação que aponta as
principais partes do texto do “outro”. Esse pode ser definido como um “tipo” de resu-
mo. O outro “tipo” é que diz respeito a algum trabalho próprio, a uma produção acadê-
mica na área de atuação ou de formação. Este resumo é utilizado em apresentações
científicas, mostras de cursos e trabalhos etc.
Basicamente não há muitas diferenças entre ambos, podemos, porém, destacar
algumas: A primeira, é mais visível, diz respeito à estrutura, pois no resumo de uma o-
bra que não seja a minha (que não é produzida pelo resumista) a estrutura deverá se-
guir o curso normal de um texto: dividido em parágrafos. Já na resenha não há parágra-
fos, segue-se escrevendo corrido até o final. Porém, não podemos nos esquecer dos
sinais de pontuação, apesar de haver uma estrutura una o critério da norma padrão de-
ve ser pregoada. Mais uma diferença importante, é que no resumo tempos in-
trodução, desenvolvimento e conclusão que estejam conforme o autor escre-
veu. A resenha, temos que ter a introdução, desenvolvimento e conclu-
são unidos. Seguindo a ordem de desenvolvimento de nossa pesquisa. 09
Além de colocar os nossos objetivos, pressupostos e resultados esperados.
Oficina de Textos

Ensaio Por Antonio Juan

E nsaio é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, ex-


pondo idéias, críticas e reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo
tema. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjeti-
vo sem que se paute em formalidades de caráter científico, e assume forma livre e assiste-
mática sem ter um estilo próprio.
Originalmente, o ensaio se divide em formal ou discursivo e informal ou comum. No
formal os textos são objetivos, metódicos e estruturados, com direção a assuntos didáticos
etc., já o informal é mais subjetivo e capricha em fantasia, o que o torna mais interessante.

Características do Ensaio
As principais características do ensaio são:
a) exposição bem desenvolvida, objetiva, discursiva e concludente;
b) tese pessoal sem a comprovação última;
c) apresentação de maturidade intelectual, incluindo juízos de valor pessoal. Um ensaio,
porém, não é apenas um exercício de reflexão e redação, mas também um veículo atra-
vés do qual os pensamentos de qualquer escritor são reunidos e organizados e levados
ao leitor de maneira clara, concisa e interessante.
Dicas para redigir um Ensaio
Para escrever um ensaio, leve em conta os seguintes passos:
a) reflexão sobre um tema – considere título e termos de referência, defina o objetivo
da composição, observe o tempo disponível para a escritura distribuindo-o harmonica-
mente, considere idéias e informações sobre o tema, decida o que o leitor precisa saber;
b) planejamento – construa um esquema de tópicos, sublinhe os pontos mais relevan-
tes, elabore o plano da redação, destacando a introdução, o desenvolvimento e a con-
clusão;
c) escritura – digite o ensaio conforme as normas técnicas;
d) revisão – verifique se o ensaio é lido com facilidade, tem equilíbrio, se os pontos es-
senciais foram destacados, se não há erros de coerência ou mesmo de orto-
grafia e, principalmente, se o ensaio corresponde às expectativas de seus
leitores virtuais.
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Oficina de Textos

Exemplo de Ensaio
Procura da poesia

Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a
poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. As afinidades, os
aniversários, os incidentes pessoais não contam. Não faças poesia com o corpo, esse
excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica. Tua gota de bile,
tua careta de gozo ou de dor no escuro são indiferentes. Nem me reveles teus senti-
mentos, que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem. O que pensas e sen-
tes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz. O canto não é o movimento das máqui-
nas nem o segredo das casas. Não é música ouvida de passagem; rumor do mar nas ru-
as junto à linha de espuma. O canto não é a natureza nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam. A poesia (não tires poesia
das coisas) elide sujeito e objeto.
Não dramatizes, não invoques, não indagues. Não percas tempo em mentir. Não
te aborreças. Teu iate de marfim, teu sapato de diamante, vossas mazurcas e abusões,
vossos esqueletos de família desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável. Não
recomponhas tua sepultada e merencória infância. Não osciles entre o espelho e a me-
mória em dissipação. Que se dissipou, não era poesia. Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser
escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície
intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de
escrevê-los. Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. Espera que cada um se
realize e consuma com seu poder de palavra e seu poder de silêncio. Não forces o poe-
ma a desprender-se do limbo. Não colhas no chão o poema que se perdeu. Não adules
o poema. Aceita-o como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob
a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe de-
res: Trouxeste a chave?
Repara: ermas de melodia e conceito elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono, rolam num rio difícil e se transformam em des-
prezo.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra completa. 2. ed. Rio de Janeiro, Aguilar, 1967.)

Trecho do ensaio: Uma aula de Poesia, de José Nicola


Fonte: www.portrasdasletras.com.br

Gênero Textual
Ensaio designa um gênero literário de difícil caracterização, apesar disso
vemos que é um texto descritivo ao detalhar o corpo da poesia e disser- 11
tativo ao opinar sobre a mesma.
Oficina de Textos

Ensaio Por Mikaelle Marques

C onto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito


de tamanho em relação ao romance, que é muito extenso). O eixo narrati-
vo do conto aborda um só conflito, um só drama e uma só ação, diferentemente das nove-
las. O conto precisa causar um efeito singular no leitor, causar muita excitação e emotivida-
de e prender a atenção, sendo o gênero literário mais moderno e que maior vitalidade pos-
sui, pela simples razão que as pessoas jamais deixarão de contar o que se passa, nem de in-
teressar-se pelo que lhes contam bem contado.
Ao escritor de contos dá-se o nome de contista. É geralmente uma história curta,
porém a mais difícil e a mais disciplinada forma de escrever prosa, pois num romance, pode
o escritor ser mais descuidado e deixar escórias e superfluidades, que seriam descartáveis,
mas num conto quase todas as palavras devem estar em seus lugares exatos.
Assim que entre suas principais características, estão: a concisão, a precisão, a densi-
dade, a unidade de efeito ou impressão total.

Tipos de Contos
 Contos são estórias curtas, menores que novelas.
 Contos-de-fadas - são contos de fadas, onde aparece o sobrenatural, o maravilhoso;
 Contos-de-encantamento são estórias que apresentam metamorfoses, ou transfor-
mações, por encantamento, a maioria;
 Contos maravilhosos são estórias que apresentam o elemento mágico, sobrenatural,
integrado naturalmente nas situações apresentadas;
 Contos de enigma ou mistério são estórias que têm como eixo um enigma a ser des-
vendado;
 Contos jocosos são estórias humorísticas ou divertidas.

Tipos de Contos

Vede o bacharel Duarte. Acaba de compor o mais teso e correto laço de gravata que
apareceu naquele ano de 1850, e anunciam-lhe a visita do major Lopo Alves. Notai que
é de noite, e passa de nove horas. Duarte estremeceu e tinha duas razões para isso. A
primeira era ser o major, em qualquer ocasião, um dos mais enfadonhos sujeitos
do tempo. A segunda é que ele preparava-se justamente para ir ver, em um
baile, os mais finos cabelos louros e os mais pensativos olhos
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Oficina de Textos

azuis, que este nosso clima, tão avaro deles, produzira. Datava de uma semana aquele
namoro. Seu coração, deixando-se prender entre duas valsas, confiou aos olhos, que
eram castanhos, uma declaração em regra, que eles pontualmente transmitiram à mo-
ça, dez minutos antes da ceia, recebendo favorável resposta logo depois do chocolate.
Três dias depois, estava a caminho a primeira carta, e pelo jeito que levavam as coisas
não era de admirar que, antes do fim do ano, estivessem ambos a caminho da igreja.
Nestas circunstâncias, a chegada de Lopo Alves era uma verdadeira calamidade. Velho
amigo da família, companheiro de seu finado pai no exército, tinha jus o major a todos
os respeitos. Impossível despedi-lo ou tratá-lo com frieza. Havia felizmente uma cir-
cunstância atenuante; o major era aparentado com Cecília, a moça dos olhos azuis; em
caso de necessidade, era um voto seguro.
Duarte enfiou um chambre e dirigiu-se para a sala, onde Lopo Alves, com um rolo debai-
xo do braço e os olhos fitos no ar, parecia totalmente alheio à chegada do bacharel.
- Que bom vento o trouxe a Catumbi a semelhante hora? perguntou Duarte, dando à
voz uma expressão de prazer, aconselhada não menos pelo interesse que pelo bom-
tom.
- Não sei se o vento que me trouxe é bom ou mau, respondeu o major sorrindo por bai-
xo do espesso bigode grisalho; sei
que foi um vento rijo. Vai sair?
- Vou ao Rio Comprido.
- Já sei; vai à casa da viúva Meneses.
Minha mulher e as pequenas já lá de-
vem estar: eu irei mais tarde, se pu-
der. Creio que é cedo, não?
Lopo Alves tirou o relógio e viu que
eram nove horas e meia. Passou a
mão pelo bigode, levantou-se, deu
alguns passos na sala, tornou a sen-
tar-se e disse:
- Dou-lhe uma notícia, que certamen-
te não espera. Saiba que fiz… fiz um
drama.
[...]

Trecho do Conto: A chinela Turca, de Machado de Assis.

Gênero Textual
Este conto apresenta em seu gênero textual, a narrativa como principal,
apesar disso podemos notar a presença da descrição ao detalhar parte
do corpo, como cor dos olhos
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Oficina de Textos

Crônica Por Samara de Paula

C rônica é uma narração, segundo a ordem temporal. O termo é atribuído


aos noticiários dos jornais, comentário literários ou científicos para pre-
encher as páginas de um jornal.
A crônica é produzida essencialmente para ser veiculado na imprensa, ou seja, ela é
feita com uma finalidade utilitária e pré-determinada que é agradar leitores, o que resulta
num laço de familiaridade entre o autor e leitor, ao longo das divulgações diárias ou sema-
nais.
O fato de ser publicada em jornal lhe determina vida curta, pois é trocada diariamen-
te por uma nova. Coincidências com um texto apenas informativo como o de um repórter,
na crônica o cronista também se inspira nos acontecimentos diários. Mas há diferenças,
pois após cercar-se desses acontecimentos, dá a eles um toque próprio, incluindo elemen-
tos como ficção, fantasia, elementos estes que o informativo não contém.
Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a
linguagem oral e a literária, contribuindo para que leitor se identifique com o cronista naqui-
lo que o último escreve.

Características de uma Crônica

Em resumo, podemos determinar cinco pontos:


 Narração histórica pela ordem do tempo em que se deram os fatos;
 Seção ou artigo especial sobre literatura, assuntos científicos, esporte etc., em jor-
nal ou outro periódico;
 Pequeno conto baseado em algo do cotidiano;
 Normalmente possui uma crítica indireta;
 Muitas vezes a crônica vem escrita em tom de humor, ou ironia.

Tipos de Crônica

Humorista, poética, narrativo-descritivo, memorialista, dissertativa, descriti-


14 va e narrativa.
Oficina de Textos

Exemplo de Crônica

Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casse-


ta & Planeta deram seus depoimentos.Parecia que a qualquer instante iria estourar u-
ma piada. Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestrutu-
ração da cena. Mas nada acontecia ali de risível, era só dor e perplexidade, que é mes-
mo o que a morte causa em todos os que ficam. A verdade é que não havia nada a a-
crescentar no roteiro: a morte, por si só, é uma piada pronta. Morrer é ridículo. Você
combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos
pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina
no carro e no meio da tarde morre. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu,
o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um
cliente?
Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer. A troco? Você passou mais de 10 a-
nos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam
pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação físi-
ca, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estu-
dar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de
dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais
uma vez foi em frente. De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na free-
way, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu
tênis. Qual é? Morrer é um clichê.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dan-
çado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferi-
da. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no
varal, e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar
suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma
vida inteira.
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu. Que pegadinha maca-
bra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não
chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer.
Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas
e mulheres magras e morre num sábado de manhã.
Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito. Isso é para
ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode
ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a men-
te, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado
nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo, an- 15
tes de viver até a rapa? Não se faz. Morrer cedo é uma transgressão, des-
Oficina de Textos

faz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a
matéria-prima das piadas.
Só que esta não tem graça.

Crônica de Pedro Bial sobre a morte de Bussunda do Casseta & Planeta Urgente em Junho
de 2006 na Alemanha durante cobertura da Copa do Mundo FIFA 2006.

Foi em sonho que revi longamente a amada; sentada numa velha canoa, na prai-
a, ela me sorria com afeto. Com sincero afeto - pois foi assim que ela me dedicou aquela
fotografia com sua letra suave de ginasiana. (...)
Foi em sonho que revi a longamente amada. Havia praia, uma lembrança de chuva na
praia, outras lembranças: água em gotas redondas, pingos d’água na sua pele de um
moreno suave, o gosto de sua pele beijada devagar...
Ou não será gosto, talvez a sensação diferente que dá em nossa boca uma pele de ou-
tra, esta mais seca e mais quente, aquele úmida e mansa. Mas de repente é apenas essa
ginasiana de pernas ágeis que vem nos trazer o retrato com sua dedicatória de sincero
afeto; essa que ficou para sempre impossível sem, entretanto, nos magoar, sombra su-
ave entre morros.

Trecho de uma crônica de Rubem Braga.

Gênero Textual
A crônica é fundamentalmente um texto dissertativo, e podemos ver nesses
exemplos isso, mas não por acaso elas também podem contar com descrição
e narração. Nesses exemplos o que se percebe é que há um tom de descrição
ao detalhar os dias da personagem central no primeiro, e das lembranças no
segundo.

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Oficina de Textos

Artigo Científico Por Francisco Edilson

A rtigo científico é uma aglomeração organizada de conhecimento de uma


determinada pesquisa, deixando claro e conciso o assunto ao leitor. Este
tipo de produção textual também é muito utilizado em universidades. Em geral, é produção
de 40 páginas ou menos e após a conclusão deste, é submetido à comissões e conselhos
editoriais dos periódicos, que avaliam sua qualidade e decidem sobre sua qualidade relevân-
cia e adequação ao veículo ao qual está ligado.
O artigo é dissertativo, ele procura justificativa da importância da energia nuclear,
mostrando as causas efeitos, permitindo uma comparação entre fontes de energia e procu-
ra informar o desenvolvimento dos geradores e em particular, energia nuclear . O texto faz
uso de uma linguagem culta e de fácil interpretação, não exigindo um conhecimento apro-
fundado para o entendimento do texto.
Utilizando este esquema você consegue produzir um ótimo artigo científico
O título deve obter uma linguagem atraente e que desperte a curiosidade do leitor,
através do mesmo facilitará a compreensão de todo o texto.
O resumo apresenta os elementos que constituem a estrutura de um artigo cientifi-
co bem como apresenta de forma geral as regras de apresentação, comumente é apresen-
tado em língua nacional e inglês. Nele também é citado os argumentos que serão tratados
no texto e suas referências. Observa-se sempre as palavras chaves que o constitui o artigo
elaborado, no qual promoverá o entendimento ao leitor.
A introdução é um breve apanhado do texto geral tem por objetivo informar o as-
sunto no qual será tratado sem muita ênfase, apenas poucos parágrafos são suficiente. É
necessário descrever qual a importância do artigo para conhecimento do assunto, deve ser
bem objetivo, e se trará alguma resolução do problema referido. A introdução deve ser fina-
lizada com a apresentação do objetivo do trabalho.
O desenvolvimento é o corpo do artigo, nele está o assunto principal, é a parte mais
extensa do texto, onde está fundamentada a teoria, resultados, gravuras e discussões. Po-
de ser dividido em várias sessões, assim quando necessário.
A conclusão deve responder as questões descritas no decorrer do artigo, apresentar
argumentos convincente, sendo breve e podendo despertar a curiosidade do leitor para
possíveis pesquisas do assunto questionado.
As referências tem por finalidade informar ao leitor as fontes de onde os
dados foi tirado do texto completo ou em partes, cada parte do artigo tem
suas características, por tal conseguinte as referências podem ter origem 17
de cunho diferentes.
Oficina de Textos

Exemplo de Artigo Científico

Energia nuclear o que é necessário Saber?

Resumo: Energia nuclear consiste no uso controlado das reações nucleares para a ob-
tenção de energia, tais núcleos, quando sofrem essa modificação, liberam uma quanti-
dade expressiva de energia. Nos reatores nucleares, essa energia é aproveitada para
gerar calor e na sequencia energia elétrica pela movimentação de turbogeradores...
Palavras-chaves: energia nuclear; fissão e urânio.

Abstract: Nuclear energy consists in the controlled use of nuclear reactions to obtain
energy, and when these nuclei undergo these changes they release a significant
amount of energy. In the nuclei reactors, this energy is used to generate heat and elec-
tric energy by moving the turbogenerators.
Key words: nuclear energy; fission; uranium.

Introdução
A energia nuclear consiste no uso das reações nucleares para a obtenção de
energia e tem inúmeras aplicações nos mais diferentes ramos do conhecimento, como
na área da saúde, industrial, ambiental, militar, biológica [ 1 ]. Além disso, a energia nu-
clear é útil na geração de eletricidade em usinas de vários países do mundo. É peça fun-
damental na construção da bomba atômica, bomba de hidrogênio e outras armas nu-
cleares[...]
[...]Assim, é de fundamental importância, que a população seja informada
acerca dos atuais desenvolvimento na área energética, e em particular, na área nuclear.
Este é o motivo pelo qual nos propusemos á realização deste trabalho[...]

Desenvolvimento
[...]Na Europa, uma análise de país a país mostra um caminho contrastante para a ener-
gia nuclear no continente. A Alemanha e a Bélgica recentemente ordenaram à interrup-
ção gradual da geração nuclear, porque já garantiram o futuro da operação de suas usi-
nas nucleares para os próximos trinta anos[...]

Energia nuclear no Brasil – dados de consumo


[...]No quadro geral de geração de energia no Brasil, entre todas as formas comercial-
mente viáveis, o percentual de participação por fonte nuclear e de outras
fontes é mosrado na figura 2, verifica-se o baixo aproveitamento com rela-
ção ao urânio e seus derivados, apenas 1,40%.
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Oficina de Textos

fonte: Ministério de Minas e Energia

Método para a obtenção da energia elétrica por fonte nuclear


A energia elétrica gerada por uma fonte nuclear é obtida a partir do calor da reação do
urânio. A queima do combustível produz calor que ferve a água de uma caldeira trans-
formando-a em vapor. O vapor movimenta uma turbina que dá partida a um gerador
que produz a eletricidade. A figura 6 esquematiza essa seqüência[...]

Fonte: [ 8 ]

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Oficina de Textos

Conclusão
É importante conhecer mais profundamente o funcionamento de uma usina
nuclear visto que ela tem grandes possibilidades de ser a forma de energia mais usadas
num futuro próximo. As usinas nucleares fornecem hoje um sexto de toda eletricidade
consumida no mundo. Ao lado das usinas hidrelétricas ( que fornece um pouco mais
que isso), são a principal fonte de energia que não poluem o ambiente com a emissão
de dióxido de carbono[...]
[...]A grande quantidade de urânio existente no planeta poderia suprir os
reatores de usinas nucleares e de pesquisas, bem como uso militar, com combustível
nuclear por muitos anos, alimentando esses reatores durante sua vida útil (entre qua-
renta e cinqüenta anos).

Referencias:
Fonte: (revista Ciências exaras e naturais Volume 11 – número1 janeiro/junho 2009).
[ 8 ] ELETRO NUCLEAR – Eletrobrás Termonuclear S/A. Disponível em:
< www.eletronuclear.gov.br> Acesso em: 20 dez. 2008.
International Agency of Energy Atomic – Agencia Internacional de Energia Atômica...

Gênero Textual
Artigo científico possui um gênero textual dissertativo, pois o autor efeti-
vamente tem que utilizar de sua opinião crítica durante a produção.

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Oficina de Textos

Redação Oficial Por Raimundo Nonato

A redação oficial é caracterizada pela impessoalidade, uso do padrão culto de


linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Esses atributos
decorrem da Constituição no artigo 37.
Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administra-
ção pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunica-
ções oficiais. Esses mesmo princípios aplicam-se às comunicações oficiais também.
São consideradas redações oficiais: atas, carta comercial, curriculum vitae, memoran-
do, ofício, requerimento, telegrama. Dentre as quais iremos destacar Ofício e Memorando.

Ofício
Características básicas
É uma correspondência do caráter oficial dirigido por uma pessoa ou repartição
da mesma ou de outra categoria.
Como elaborar?
É importante à observação nas formas de tratamento requeridas de acordo com
o cargo a quem se dirigi o ofício;
Para dirigentes governamentais como: Presidente da República, Presidente do Supremo
Tribunal Eleitoral; entre outros utiliza-se o vocativo “Excelentíssimo Senhor”, seguido
do cargo.
Quando nos dirigimos as outras autoridades, devemos empregar o vocativo se-
nhor, seguido do cargo da pessoa a quem se dirige o ofício.
Obs: é dispensável o uso do vocativo “Digníssimo” e “Mui Digníssimo”, neste tipo de
correspondência para evitar formalidade exagerada.

Memorando
Características básicas
É uma espécie de carta comercial interna, ou seja, destinada a outros setores de
um mesmo órgão oficial. Por se tratar de um documento de circulação interna, também
é chamado de Memorando Interno.
Como elaborar?
Por se tratar de um documento interno ele dispensa o uso de formalismo,
como atenciosamente, cordialmente, etc., porém é necessário que os
campos: data, número do memorando, emissor e destinatário sejam preen- 21
chidos. E cada memorando deve se limitar a somente um assunto.
Oficina de Textos

Exemplo de Ofício

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Oficina de Textos

Exemplo de Memorando

Gênero Textual
Redação Oficial possui um gênero textual descritivo, onde neles são
expostos o que se solicita com detalhes claros e concisos.
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Oficina de Textos

Paródia Por Adenilson Paiva

P aródia é uma imitação, na maioria das vezes cômica, de uma composição


literária, sendo portanto, uma imitação que geralmente possui efeito cômi-
co, utilizando a ironia e o deboche.
Ela geralmente é parecida com a obra de origem, e quase sempre tem sentidos dife-
rentes. Na literatura a paródia é um processo de intertextualização, com a finalidade de des-
construir ou reconstruir um texto.
A paródia surge a partir de uma nova interpretação, da recriação de uma obra já exis-
tente e, em geral, consagrada. Seu objetivo é adaptar a obra original a um novo contexto,
passando diferentes versões para um lado mais despojado, e aproveitando o sucesso da
obra original para passar um pouco de alegria. A paródia pode ter intertextualidade.

Exemplo de Paródia
Original
Chegou no meu espaço,
Sorte Grande (Poeira) Mandando no pedaço,
Ivete Sangalo Com o amor que não é brincadeira.
Composição: Lourenço
Pegou me deu um laço,
A minha sorte grande, Dançou bem no compasso,
Foi você cair do céu, De prazer levantou poeira.
Minha paixão verdadeira. Poeira
Viver a emoção, Poeira
Ganhar teu coração, Poeira
Pra ser feliz a vida inteira... Levantou poeira!

É lindo o teu sorriso, Poeira


O brilho dos teus olhos, Poeira
Meu anjo querubim. Poeira
Doce dos teus beijos, Levantou poeira!
Calor dos teus braços,
Perfume de jasmim...

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Oficina de Textos

Paródia

Sorte Grande (Passageiras)


Adenilson Paiva
Composição: Adenilson Paiva

A minha sote grande,


É estudar com a Cloude Bloc,
Um português de primeira.
Estudar com emoçao
Também com coração
Educação pra vida inteira...

É bom ser um aluno,


Ver o mundo com outros olhos,
Um universitario se sente assim.
É bom ter desejos,
Força de vontade
Entusiasmo sim...

Chegam os desoculpados,
Querendo ter espaço,
A NAF não é brincadeira.

A professora nos falou,


Estude por favor,
As ferias são passageiras.
Passageiras
Passageiras
Passageiras
As ferias são passageiras!

Passageiras
Passageiras
passageiras
As ferias são passageiras!

Gênero Textual
Paródia tem por natureza um gênero textual dissertativo, mas em casos
pode contar com descrição para ajudar a enfatizar as idéias apresentadas 25
pelo autor.
Oficina de Textos

Textos Jornalísticos Por Tales Sousa

O Jornal tem por função comunicar e por isso é um dos mais rápidos e im-
portantes meios de se propagar notícias do mundo para o mundo. Um
jornal é divido em várias seções primeiro para estar mais bem organizados os assuntos para
fácil localização por meio do leitor, como também para evitar que um assunto conflita com
outro ou em nada tenha haver no meio de tantos do mesmo tipo.
Chamamos normalmente os textos apresentados num jornal como matéria. É co-
mum que esses textos apresentem informações, que seguem padrões que variam de um
jornal para outro. Mas o comum é dispor dos fatos de forma decrescente de acordo com a
importância, essa técnica é chamada de pirâmide invertida, ou seja, o que é mais importante
fica em cima (capa com grande destaque) e o que é menos embaixo (dentro sem grande
destaque).
O primeiro parágrafo de um texto jornalístico é chamado de Lead e possui nele o
conteúdo mais intenso da matéria, um recurso que atrai olhares para a notícia e facilita o
acesso a notícia, e geralmente o título da matéria é baseado no lead.
Seu processo de produção se divide em quatro fases: Pauta, onde se determina o
assunto a ser apresentado ao leitor; a Apuração, momento de verificar veracidade dos fatos
e buscar provas que os comprovem; a Redação, o momento de organizar as idéias e trans-
formá-las em textos; e por fim a Edição, que determina os locais de cada texto conforme a
importância ou tema, além da correção e revisão dos mesmos.
Destacaremos nesta edição alguns dos mais característicos textos jornalísticos e su-
as características.

Notícia

Esse tipo de texto jornalístico tem como característica principal sua linguagem
direta e formal. Por natureza exerce a função de ser um texto informativo escrito de
maneira impessoal e aplicado em terceira pessoa com freqüência. Como todo texto jor-
nalístico possui um lead que é onde se concentra as informações mais importantes que
levaram ao fato, depois o corpo da notícia, ou seja, o desenvolvimento, contem todos
os detalhes, causas e conseqüências, respostas para as perguntas: Como?, Onde? e Como
que aconteceu?, além de dispor da repercussão que poderá ocorrer na vida dos leitores.
Não necessariamente precisa ter um público alvo, mas tendo esse
objetivo deve-se encontrar a linguagem que melhor atenda ao entendimen-
to do público alvo.
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Oficina de Textos

Editorial

Esse texto não necessariamente é um jornalístico, mas sim uma sessão de jornal,
revista ou outro periódico. É dividido em Editorial Principal presente no início e Editori-
al Secundário também podendo ser chamado de Coluna. Possuem textos selecionado e
agrupados por: conteúdo, público ou objetivo. Qualquer periódico é dividido em vários
editoriais encadernados ou não.
Os temas mais comuns são: Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País,
Cidade, Classificados, Coluna Social, etc.; esse tipo de texto apresenta de forma resumida
o conteúdo que será apresentado no periódico inteiro ou sobre um dos temas já cita-
dos. O editorial também contém a opinião e sugestão do periódico de forma parcial ou
imparcial dependendo do assunto tratado, ou também a opinião de apenas um jornalis-
ta renomado e especializado em determinado assunto.

Reportagem

Tem em sua essência, a descrição e caracterização de eventos. A reportagem


possui questões que ao serem respondidas formam toda sua estrutura. São as WH Ques-
tions, em inglês mesmo, elas servem para que a reportagem tenha uma estrutura que
possa informar e beneficiar o leitor. São elas: O quê?, Como?, Quando?, Onde?, Porquê?,
Quem?.

Nota

É um texto curto formado apenas pelo lead. Sua característica é tratar de um as-
sunto de fácil compreensão e assimilação, e que seja interessante para o leito. Também
pode ser um complemento de um texto em que ficou faltando detalhes que não pude-
ram ser finalizados antes do encerramento da edição.

Além desses tipos de textos citados, existem outros que vão além do jornalístico, e
que inclusive já foi tratado aqui na revista, como a crônica(p. 14), além de artigos e etc.

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Oficina de Textos

Exemplos
Notícia
Dilma Rousseff é a primeira mulher eleita presidente do Brasil
Com 99,99% dos votos apurados, ela obteve 56,05% dos votos válidos.
Engajamento do presidente Lula impulsionou campanha da candidata.

Do G1, em Brasília e em São Paulo


Dilma Vana Rousseff (PT), 62 anos, foi eleita neste domingo (31) a primeira mulher presi-
dente do Brasil. Com 92,53% dos votos apurados, às 20h04, o Tribunal Superior Eleitoral
informou que a petista tinha 55,43% dos votos válidos (excluídos brancos e nulos) e não
podia mais ser alcançada por José Serra (PSDB), que, até o mesmo horário, totalizava
44,57%.

Em um pronunciamento às 20h13, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricar-


do Lewandowski, anunciou oficialmente a vitória da candidata do PT. Na manhã desta se-
gunda-feira (1º), com 99,99% dos votos apurados, Dilma acumulava 56,05% dos votos váli-
dos (55.752.092 votos) e José Serra, 43,95% (43.710.422).

Fonte: g1.com.br, Trecho de Matéria publicada em 31/10/2010 as 20:07 e atualizado em 01-


/11/2010 as 06:17

Editorial
Editorial: O mal a evitar
Jornal O Estado de São Paulo
A acusação do presidente da República de que a Imprensa "se comporta como um par-
tido político" é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de per-
der a compostura quando é contrariado, tem também todo o direito de não estar gos-
tando da cobertura que o Estado, como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado
à escandalosa deterioração moral do governo que preside. E muito menos lhe serão
agradáveis as opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página edi-
torial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre "se comportar como um
partido político" e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores
essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país.

Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o
Estado apóia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pe-
los méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele
pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e
social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de
que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um gran-
28 de mal para o País.
Oficina de Textos

Efetivamente, não bastasse o embuste do "nunca antes", agora o dono do PT passou a


investir pesado na empulhação de que a Imprensa denuncia a corrupção que degrada
seu governo por motivos partidários. [...]

[...]Se a política é a arte de aliar meios a fins, Lula e seu entorno primam pela escolha
dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder. Para isso vale tudo:
alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e,
inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia - a come-
çar pelo Congresso. E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado
que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao
desmando e à autoglorificação? Este é o "cara". Esta é a mentalidade que hipnotiza os
brasileiros. Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: "Se
ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?" Este é o mal a evi-
tar.

Fonte: www.estadao.com.br, Trecho do Editorial publicado na seção "Notas e Informa-


ções" da edição de 26/09/2010 do Jornal O Estado de São Paulo.

Gênero Textual
Os textos Jornalístico tem por natureza gênero textual descritivo, ao descrever para o
leitor os fatos de maneira clara e ágil, apesar disso contém também narração, quando
se faz necessário para auxiliar a compreensão do leitor, e também da dissertação quan-
do a equipe jornalística expressa suas opiniões. Nesses dois exemplos vemos uma des-
crição no primeiro ao explanar ao leitor os números da votação, e uma dissertação no
segundo exemplo, quando um jornalista expressa a sua opinião sobre determinada
pessoa.

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Oficina de Textos

Textos Publicitários Por Wagner Paiva

O s textos publicitários também conhecidos como peças publicitárias, são de


alta circulação social e tendem a se tornar mais e mais comuns em virtude
das características da sociedade em que vivemos, baseada na produção e no consumo de mer-
cadorias. São textos que atuam justamente no sentido de convencer o público a comprar de-
terminado produto ou, ainda, no sentido de despertar a consciência do público para a destrui-
ção do nosso planeta, para problemas sociais, entre outros.
Neste último caso, os textos publicitários procuram "vender" uma idéia, uma forma de
conceber as coisas ou, então, buscam estimular os leitores a mudar seu comportamento, suas
atitudes. Assim, temos textos publicitários que visam convencer o leitor a parar de fumar, a
levar uma vida mais saudável, a conservar o patrimônio cultural de uma cidade, a usar adequa-
damente o transporte público, etc.

Características do Texto Publicitário

Objeto que comunica algo para alguém


 Prevê um enunciador e um enunciatário;
 Espelha o sujeito/consumidor.

Objeto que comunica algo para alguém


 Elabora significados a partir de uma cultura;
 É uma construção intencional de significados.

Deve ser
 Conciso;
 Persuasivo;
 Informativo.
E deve ser tudo isso ao mesmo tempo.
 O texto publicitário é coloquial;
 Não se prende totalmente à língua culta, pois valoriza os usos e costumes do pú-
blico-alvo;
 A estruturação do texto publicitário caracteriza-se pelo uso de frases curtas, or-
dem direta (sujeito, ações e complemento), supressão de palavras/expressões
que dificultem a leitura

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Oficina de Textos

Possui um texto verbal


 Título, slogan, marca, etc..

E outro não verbal


 Fotografia, cor, layout, etc..

Outras características comum


 Precisam ser planejados;
 Deve haver cuidado com a organização textual;
 O planejamento tem a função de organizar os aspectos fundamentais de uma
mensagem, para que o seu produto alcance um texto inteligível para o leitor.
 Contextualização: encadeamento de informações e de idéias que situam o público
-alvo/leitor quanto aos aspectos internos e externos do texto. Prepara o leitor para
um entendimento eficaz do texto;
 Referências: informações que o leitor necessita para compreender as idéias que
se apresentam no texto: quem; quando; o quê; como; por quê;
 Estrutura: cada tipo de texto tem uma estrutura adequada aos seus objetivos de
comunicação. Ela organiza as idéias no nível macro do texto;
 Aspectos estéticos: como o texto precisa falar por si só, o papel, a revista, o tipo e
a cor da letra, o espaçamento... constituem aspectos estéticos que chamam a atenção
e ajudam no seu entendimento.

Exemplos

Gênero Textual
Os textos publicitário possuem em geral um gênero textual descritivo,
mesmo sendo ele verbal ou não verbal, pois há a necessidade de descre- 31
ver o objeto que se deseja vender.
Oficina de Textos

Equipe 01 - Ciências da Matemática e Física

Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA


Núcleo de Disciplinas Complementares - NDC
Disciplina: Português
Professora: Claude Berthe Bloch de C. e Silva

Equipe 01

Adenilson Paiva
Antonio Juan
Fabiana de Brito
Francisco Edilson
Maria Magalhães
Mikaelle Marques
Raimundo Nonato
Samara de Paula
Tales Sousa
Wagner Paiva

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