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Comumente, são realizados acordos judiciais para rescisão áa contrato
de trabalho, obrigando-se o empregador ao pagamento da indenisa-ção
avençada e, por sua vez, comprometendo-se o empregado a desocupar o
imóvel,' objeto de salário-utíliofade. Invoca-se, a tal respeito, o pre-
ceituado no art. 15, ai. VI, da lei n.° 1.300, de 28 de dezembro de 1950,
cuja vigência foi prorrogada até 31 de dezembro de 1S54 pela lei nú mero
1.708, de 23 de outubro de 1952.
Assim, o pagamento fica condicionado, em parte, ou em sua totali -
dade, ao cumprimento da obrigação assumida pelo empregado em relação
ao imóvel.
O Tribunal Regional da l. a Região, no processo T.R.T.-685-53 (acór-
dão de 8-6-953), decidiu, com muita propriedade, que a ação tíeciaracória
tem propósito na Justiça do Trabalho quando a iniciativa do empregador
se fundamenta no invocado dispositivo da Lei do Inquilinato, in verbis:
"Tem ação declaratória da rescisão do contrato de trabalho, em virtude
de aposejitadoria por mais de cinco anos, o empregador que precisa dessa
declaração de rescisão como prova perante o juízo cível para reaver casa
ocupada pelo empregado aposentado".
Com a vigência da lei n.° 1.300, a locação constitui, realmente, con-
dição do contrato de trabalho, sempre que a utilidade-habitaçã» seja
ajustada como forma de retribuição.
Ê significativa a decisão da Corte Suprema de Buenos Aires, .no-siciada pela
Revista do Trabalho, de maio-junho da 1953, pág. 199, nestes termos: "No
concernente à violação do art. 48 da mesma (lei n.° 5.178), no sentido de
que os tribunais do trabalho não podem conhecer do despejo de uma casa
entregue por motivo de um contrato de trabalho, carece de fceda
procedência, não só porque, geralmente, a locação constituí então parte
do contrato de trabalho, como também poroue, em particular,
existe na espécie um convénio expresso sobre-o desalojamento, submetido à
aprovação do tribunal, a quem incumbe, portanto, seu .cumprimento.
Assim como se estabeleceu noutro acórdão que o despejo do encarregado de
casa arrendada (no sentido de zelador, que neia reside) é da
competência flos tribunais do trabalho (La Lei, t. 58; pág. 334), por ser
uma lógica consequência do contrato de trabalho, com mais razão haverá . do
ser aqui,- porque o trabalhador interessado se comprometeu nerante o U-
ibunal a entregar a propriedade, sobretudo na conclusão firmada na
CONDENAÇÃO ILÍQUIDA
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inseparáveis vinculando as
53. Obrigações há 3 2 em que os atos a que estã o sujeitas as partes
(credor e devedor) são inseparáveis, ficando a co-execução subentendida.
Não se aplica o art. 892 da lei processual comum, sempre que o
exeqiiente já está isento de prestar ao mesmo tempo que o executado.
Tudo dependerá das condições previstas na sentença ou no ter mo de
conciliação, como no caso de ser determinado - ao empregador • pagar ao
empregado as indenizações legais, no mesmo instante em que este
devolver as chaves do cómodo ocupado, em razão da con -diçãc-utilidade
(supra, nota 31) .
Fe a sentença silenciar sobre o dia do cumprimento das obriga ções,
a primeira providência do empregado será a exibição de prova de haver
cumprido a sua prestação; na ausência, deve consigná -la judicialmente,
ou solicitar ao juiz dia para o faz"er, ciente o empregador. A este caberá
requerer idênticas providências; mas, no caso de depósito, o seu valor
somente será liberado depois da prestação do empregado.
Sempre que as obrigações de prestar e contraprestar estiverem
sujeitas ao princípio da co-pontualiãade, é de ser aplicada a regra in-
terpretativa da sentença.
Quando a contraprestação do exeqiiente é considerada condição de sua
pretensão, a execução sujeita-se ao preceito do art. 892 do Cód. de
Processo. Não se expedirá mandado executivo sem que a sentença se
liquide ou sem que o exeqiiente cumpra a contraprestação. Quando a
contraprestação do exeqiiente é relativamente independente da
prestação devida pelo executado, se este não cumpre a prestação
dentro do prazo estabelecido pela sentença ou pelo juízo da execução,
poderá o exeqiiente cumprir a contraprestação, prosseguindo na
execução, se líquida a obrigação.
Quando a prestação e a contraprestação são absolutamente in-
dependentes, as liquidações podem ser simultâneas, e simultâneas,
também, as execuções (infra, n.° 58) .
Da oportunidade das exceções de suspeição, de incompetência e
nulidades
Assim, o pagamento fica condicionado, em parte, ou em sua Os demais argumentos do recurso, que estimo desnecessário esclarecer com
totalidade, ao cumprimento da obrigação assumida pelo empregado em detalhes, não logram de forma alguma demonstrar a ilegalidade do
rslação ao imóvel. acórdão. O juízo que se invocou para opor a litispendência está virtual
e definitivamente anulado pelo acordo das partes, conforme assinala o
sentenciante".
O Tribunal Regional da 1 a Região, no processo T.R.T.-685-53 (acórdão
de 3-6-953), decidiu, com muita propriedade, que a ação declaratória tem
propósito na Justiça do Trabalho quando a iniciativa do empregador se
fundamenta no invocado dispositivo da Lei do Inquilinato, In vernis: "Tem
61 do Cód. de Processo. Não se expedirá mandado executivo sem que
a sentença se liquide ou sem que o exequente cumpra a
Obrigações inseparáveis vinculando as partes contraprestação.
Quando a contraprestação do exequente é relativamente
independente da prestação devida pelo executado, se este não
cumpre a prestação dentro do prazo estabelecido pela sentença ou
pelo juízo da execução, poderá o exequente cumprir a
53. Obrigações há32 em que os atos a que estão contraprestação, prosseguindo na execução, se líquida a
sujeitas as partes (credor e devedor) são inseparáveis, obrigação.
ficando a co-execução subentendida. Não se aplica o
art. 892 da lei processual comum, sempre que o exequente já Quando a prestação e a contraprestação são absolutamente
está isento de prestar ao mesmo tempo que o executado. independentes, as liquidações podem ser simultâneas, e
simultâneas, também, as execuções (infra, n.° 58) .