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1º BLOCO ...........................................................................................................................................................................................

2
I. Direitos e Garantias Fundamentais: Direitos Individuais ........................................................................................................ 2
• Direito À Vida ..................................................................................................................................................................... 2
2º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 4
I. Direito à Igualdade ................................................................................................................................................................. 4
• Igualdade Formal X Igualdade Material ............................................................................................................................. 4
• Igualdade nos Concursos Públicos .................................................................................................................................... 5
• Ações Afirmativas .............................................................................................................................................................. 5
3º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 6
I. Direito à Liberdade ................................................................................................................................................................. 6
• Liberdade de Ação ............................................................................................................................................................. 6
• Liberdade de Locomoção .................................................................................................................................................. 6
• Liberdade de Pensamento ................................................................................................................................................. 7
• Liberdade de Consciência e Crença Religiosa .................................................................................................................. 7
4º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 9
I. Continuação de Direito à Liberdade ....................................................................................................................................... 9
• Continuação de Liberdade de Consciência e Crença Religiosa ........................................................................................ 9
• Liberdade de Reunião........................................................................................................................................................ 9
• Liberdade de Associação................................................................................................................................................. 11
5º BLOCO ......................................................................................................................................................................................... 12
I. Exercícios Relativos ao Encontro ......................................................................................................................................... 12

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online.
I. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: DIREITOS INDIVIDUAIS
INTRODUÇÃO
A Constituição Federal, ao disciplinar os direitos individuais, os colocam basicamente no artigo 5º. Logo no caput
deste artigo, já aparece uma classificação didática dos direitos ali previstos quando diz:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade.
Para estudarmos os direitos individuais utilizaremos os cinco grupos de direitos previstos no caput do artigo 5º:
 Direito à vida
 Direito à igualdade
 Direito à liberdade
 Direito à propriedade
 Direito à segurança
Percebe-se que os 78 incisos do artigo 5º, de certa forma, surgem de um desses direitos que costumo chamar de
“direitos raízes”. Utilizando esta divisão que parece didática, vamos trabalhar os incisos mais importantes deste
artigo de forma a prepará-lo para a prova. Logicamente, não conseguiremos abordar todos os incisos, o que não tira
a sua responsabilidade de lê-los ainda que não trabalhados em nossa aula. Então vamos ao trabalho!
Uma primeira abordagem necessária que sempre é feita em prova diz respeito a seguinte pergunta: o rol de
direitos fundamentais é um rol taxativo ou um rol exemplificativo? Lembre-se que o rol de direitos fundamentais é um
rol meramente exemplificativo por força do §2º do artigo 5º que apresenta um conceito material dos direitos
fundamentais. Por consequência, se direitos individuais são espécies de direitos fundamentais, à eles se aplicam
esta característica.
Passemos agora a análise dos Direitos individuais em espécie.
• DIREITO À VIDA
Ao falarmos deste direito, que é considerado pela doutrina como o direito mais fundamental de todos, por ser um
pressuposto para o exercício dos demais direitos, enfrentamos um primeiro desafio: este direito é absoluto?
Apesar de ser considerado como um direito muito importante, valioso ou sagrado, o direito à vida não é absoluto. São
várias as justificativas existentes para considerá-lo um direito passível de flexibilização:
 ABORTO
A prática de aborto no Brasil é permitida? O artigo 128 do Código Penal Brasileiro apresenta duas possibilidades de
prática de aborto que são verdadeiras excludentes de ilicitude:
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico.
Aborto necessário:
I. Se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro:
II. Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou,
quando incapaz, de seu representante legal.
São os abortos necessário e sentimental. Aborto necessário é aquele praticado para salvar a vida da gestante e o
aborto sentimental é utilizado nos casos de estupro. Estas duas exceções à prática do crime de aborto são hipóteses
em que se permite a sua prática no direito brasileiro. Por isso o direito à vida não é absoluto.

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 PENA DE MORTE
Uma pergunta que não quer calar e que já caiu em prova: Existe pena de morte no Brasil?
A sua resposta tem que ser “SIM”. A alínea a do inciso XLVII do artigo 5º traz esta previsão expressamente:
XLVII. não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
Todas as vezes que a Constituição traz uma negação acompanhada de uma exceção, estamos diante de uma
possibilidade e isso é uma maravilhosa oportunidade de questão de prova.
Por este motivo, podemos afirmar novamente que o direito à vida não é um direito absoluto;
 LEGÍTIMA DEFESA E ESTADO DE NECESSIDADE
Estes dois institutos, também excludentes de ilicitude do crime, são outras possibilidades de limitação do direito a
vida, conforme disposto no artigo 23 do Código Penal Brasileiro:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I. Em estado de necessidade;
II. Em legítima defesa;
Em linhas gerais e de forma exemplificativa, o estado de necessidade permite que, diante de uma situação de
perigo uma pessoa possa, para salvar uma vida, tirar a vida de outra pessoa. Na legítima defesa, caso sua vida seja
ameaçada por alguém, existe legitimidade em retirar a vida de quem o ameaçou.
Com estas justificativas fica claro que o direito à vida não é absoluto.
Existe um tipo de aborto chamado de aborto eugênico. Esse aborto é praticado quando existe uma má formação
do feto. A ciência não vê a possibilidade de sobrevivência de feto sem cérebro.
Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF) não constitui crime o aborto de fetos anencefálicos. Dessa forma,
continua sendo considerado crime qualquer outra forma de aborto, com punição prevista no Código Penal.
Uma segunda discussão que está no Supremo diz respeito a questão da origem da vida para o direito. Alguns
consideram que a vida se inicia com a fecundação. Outros dizem que se inicia com a nidação. Em algumas provas,
nidação e fecundação aparecem como sinônimos. O STF já decidiu sobre a possibilidade de realização de pesquisas
com células-tronco nos embriões congelados conforme previsto na Lei de Biossegurança. A minha orientação é que
você acompanhe sobre essa discussão, pois a questão é interessante e pode ser cobrada em prova.
Outro ponto que deve ser ressaltado é que o direito à vida não está adstrito apenas ao fato de se estar vivo.
Quando a constituição protege o direito à vida, a faz em suas diversas acepções. Existem dispositivos constitucionais
que protegem o direito à vida no que tange a sua preservação da integridade física e moral (artigo5º III, V, XLVII,
XLIX; art. 199, § 4º). A Constituição também protege o direito à vida no que tange à garantia de uma vida com
qualidade (artigos 6º; 7º, IV; 196; 205; 215).

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I. DIREITO À IGUALDADE
• IGUALDADE FORMAL X IGUALDADE MATERIAL
Direito pertencente à segunda geração de direitos fundamentais, a igualdade visa reduzir as desigualdades sociais.
Possui como sinônimo o termo Isonomia. A doutrina classifica este direito em:
 Igualdade formal – a igualdade formal se traduz no termo “todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza”. É o previsto no caput do artigo 5º. É uma igualdade jurídica, que não se preocupa com a
realidade, mas apenas evita que alguém seja tratado de forma discriminatória.
 Igualdade material – também chamada de igualdade efetiva ou substancial. É a igualdade que se preocupa com
a realidade. Traduz-se na seguinte expressão: “tratar os iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade,
na medida das suas desigualdades”. Este tipo de igualdade confere um tratamento com justiça para aqueles que
não a possuem.
TÓPICO ESQUEMATIZADO

A igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para conferir um tratamento isonômico entre as pessoas.
Contudo, por diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender a todas as necessidades práticas. Faz-
se necessária a utilização da igualdade em seu aspecto material para que se consiga produzir um verdadeiro
tratamento isonômico.
Imaginemos as relações entre homens e mulheres. A regra é que homem e mulher são tratados da mesma forma
conforme previsto no inciso I do artigo 5º: homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
Contudo, em diversas situações, homens e mulheres serão tratados de forma diferente:
a) Licença maternidade – 120 dias. Para o homem, apenas 5 dias de licença paternidade;
b) Aposentadoria – a mulher se aposenta 5 anos mais cedo que o homem;
c) Serviço Militar Obrigatório – só o homem está obrigado.
Estas são algumas das situações onde são permitidos tratamentos desiguais entre as pessoas. As razões que
justificam esta discriminação são as diferenças efetivas que existem entre os homens e as mulheres em cada uma
das hipóteses. Exemplificando, a mulher tem mais tempo para se recuperar do parto em razão da nítida distinção do
desgaste feminino para o masculino no que tange ao parto. É indiscutível que, por mais desgastante seja o
nascimento de um filho para o pai, nada se compara ao sofrimento suportado pela mãe. Por esta razão, a licença
maternidade é maior que a licença paternidade.

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• IGUALDADE NOS CONCURSOS PÚBLICOS
Tema muito interessante diz respeito à igualdade nos concursos públicos. Seria possível restringir o acesso a um
cargo público em razão do sexo de uma pessoa? Ou por causa de sua altura? Ou ainda, pela idade que possui?
Estas questões encontram a mesma resposta: sim. É possível, desde que os critérios discriminatórios preencham
alguns requisitos:
 Deve ser fixado em lei – não bastam que os critérios estejam previstos no edital, precisam estar previstos em
Lei, no seu sentido formal;
 Deve ser necessário ao exercício do cargo – o critério discriminatório deve ser necessário ao exercício do
cargo. A título de exemplo: seria razoável exigir para um cargo de policial militar, altura mínima ou mesmo, idade
máxima, que representam vigor físico, tendo em vista a natureza do cargo que exige tal condição. As mesmas
condições não poderiam ser exigidas para um cargo de técnico judiciário, por não serem necessárias ao
exercício do cargo.
Em suma, podem ser exigidos critérios discriminatórios desde que previstos em lei e que sejam necessários ao
exercício do cargo, observados os critérios de proporcionalidade e razoabilidade.
• AÇÕES AFIRMATIVAS
Como formas de concretização da igualdade material foram desenvolvidas políticas públicas de compensação
dirigidas às minorias sociais chamadas de Ações Afirmativas ou Discriminações Positivas. São verdadeiras ações
de cunho social que visam compensar possíveis perdas que determinados grupos sociais tiveram ao longo da história
de suas vidas. Quem nunca ouviu falar nas “Quotas para os pobres nas Universidades” ou ainda, “Reserva de vagas
para deficientes em concursos públicos”? Estas são algumas das espécies de ações afirmativas desenvolvidas no
Brasil.
Mas porque reservar vagas para deficientes em concursos públicos? Ora, é óbvio que o deficiente, qualquer que
seja sua deficiência, quando se prepara para um concurso público possui muito mais dificuldade que uma pessoa
que tem a plenitude de seu vigor físico. Em razão desta diferença, o Estado, na tentativa de reduzir a desigualdade
existente entre os concorrentes, resolveu compensar a limitação de um portador de necessidades especiais
reservando-lhe vagas especiais. Perceba que, ao contrário do que parece, quando se reserva vagas num concurso
público para deficientes estamos diante de um nítido tratamento discriminatório, que neste caso é justificável pelas
diferenças naturais entre o concorrente sadio e o concorrente deficiente. Lembre-se que igualdade material é tratar
iguais com igualdade e desiguais com desigualdade. O que se faz por meio destas políticas de compensação é tratar
os desiguais com desigualdade, na medida de suas desigualdades. Só desta forma é possível alcançar um
verdadeiro tratamento isonômico entre os candidatos.
Oriento os candidatos a concurso que fiquem atentos a discussão que se encontra instaurada no STF sobre a
constitucionalidade das quotas para negros em universidades públicas. Assim que tivermos um julgamento sobre
isso, certamente despencará nos concursos que gostam de cobrar os posicionamentos jurisprudenciais.

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I. DIREITO À LIBERDADE
O direito à liberdade pertence a primeira dimensão (geração) de direitos fundamentais por expressarem os direitos
mais ansiados pelos indivíduos como forma de defesa diante do Estado.
O que veremos agora são algumas das acepções deste direito que podem ser cobradas em sua prova
• LIBERDADE DE AÇÃO
O inciso II do artigo 5º apresenta aquilo que a doutrina chama de liberdade de ação:
II. ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Esta é a liberdade por excelência. Segundo o texto constitucional a liberdade só pode ser restringida por lei. Por
isso, dizemos que este inciso também apresenta o Princípio da Legalidade.
A liberdade pode ser entendida de duas formas, a depender do destinatário da mensagem:
 Para o particular – para o particular, liberdade significa “fazer tudo que não for proibido”.
 Para o agente público – para o agente público liberdade significa “poder fazer o que a lei manda ou
permite”.
TÓPICO ESQUEMATIZADO

• LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
Uma das liberdades mais almejadas pelos indivíduos durante as lutas sociais são o grande carro chefe na limitação
dos poderes do Estado. O inciso XV do artigo 5º já diz:
XV. é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Perceba que o direito explanado neste inciso não possui caráter absoluto haja vista ter sido garantido em tempo
de paz. Isto significa que em momentos sem paz seriam possíveis restrições às liberdades de locomoção. Destaca-
se o Estado de Sítio que pode ser decretado nos casos previstos no artigo 137 da Constituição Federal.
Nestas circunstâncias seriam possíveis maiores restrições à chamada liberdade de locomoção por meio de medidas
autorizadas pela própria Constituição Federal:
Art. 137 - O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos
casos de:
I. comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II. declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

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Art. 139 - Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser
tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I. obrigação de permanência em localidade determinada;
II. detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
Outro ponto interessante refere-se à possibilidade de qualquer pessoa entrar, permanecer ou sair do país com
seus bens. Este direito também não pode ser encarado de forma absoluta, haja vista a possibilidade de se exigir
declaração de bens ou pagamento de imposto quando da entrada no país com bens. Neste caso, liberdade de
locomoção não se confunde com imunidade tributária.
Caso a liberdade de locomoção seja restringida por ilegalidade ou abuso de poder a Constituição reservou um
poderoso instrumento garantidor, o chamado Habeas Corpus.
Art. 5º, LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
• LIBERDADE DE PENSAMENTO
Esta liberdade serve de amparo para uma série de possibilidades no que tange ao pensamento. Assim como os
demais direitos fundamentais, a manifestação do pensamento não possui caráter absoluto, sendo restringido pela
própria Constituição Federal que proíbe seu exercício de forma anônima:
Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
A vedação ao anonimato, além de ser uma garantia ao exercício da manifestação do pensamento, possibilita o
exercício do direito de resposta caso alguém seja ofendido.
Questão interessante diz respeito à utilização da chamada Denúncia Anônima. Diante da vedação constitucional
ao anonimato, poder-se-ia imaginar que esta ferramenta de combate ao crime fosse considerada inconstitucional.
Contudo, não tem sido este o entendimento do STF. A denúncia anônima pode até ser utilizada como ferramenta de
comunicação do crime, mas não pode servir como amparo para a instauração do Inquérito Policial, muito menos
como fundamento para condenação de quem quer que seja.

• LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E CRENÇA RELIGIOSA


Uma primeira pergunta deve ser feita acerca da liberdade religiosa em nosso país: qual a religião oficial do Brasil? A
única resposta possível é nenhuma. A liberdade religiosa do Estado brasileiro é incompatível com a existência de
uma religião oficial. É que apresenta o inciso VI do artigo 5º:
VI. é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
Este inciso marca a liberdade religiosa existente no Brasil. Por este motivo, dizemos que o Brasil é um Estado
laico, leigo ou não-confessional. Isso significa, basicamente, que no Brasil existe uma relação de separação entre
Estado e Igreja. A separação encontra, inclusive, vedação no texto constitucional:
Art. 19 - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I. estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
Por causa da liberdade religiosa, é possível exercer qualquer tipo de crença no país. É possível ser católico,
protestante, mulçumano, ateu ou satanista. Isso é liberdade de crença ou consciência. Liberdade de crer ou não crer.
Perceba que o inciso IV, além de proteger as crenças e cultos, também protege as suas liturgias. Apesar do amparo
constitucional, não se pode utilizar este direito para praticar atos contrários às demais normas do direito brasileiro
como, por exemplo, sacrificar seres humanos como forma de prestar culto a determinada divindade. Isto a liberdade
religiosa não ampara.
Outro dispositivo interessante é o previsto no inciso VII:
VII. é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis
e militares de internação coletiva;

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Aqui a Constituição Federal garantiu a assistência religiosa nas entidades de internação coletivas, sejam elas
civis ou militares. Entidades de internação coletivas são quartéis, hospitais ou hospícios. Em razão desta garantia
constitucional é comum encontrarmos nestes estabelecimentos capelas para que o direito seja exercido.
Apesar da importância dos dispositivos analisados anteriormente, nenhum é mais cobrado em prova que o inciso VIII:
VIII. ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Estamos diante do instituto da Escusa de Consciência. Este direito permite a qualquer pessoa que, em razão de
sua crença ou consciência, deixe de cumprir uma obrigação imposta sem que com isso sofra alguma consequência
em seus direitos. Tal permissivo constitucional encontra uma limitação prevista expressamente no texto em análise.
No caso de uma obrigação imposta a todos, se o indivíduo recusar-se ao seu cumprimento, ser-lhe-á oferecida uma
prestação alternativa. Não a cumprindo também, a Constituição permite que direitos sejam restringidos. O artigo 15
prescreve que os direitos restringidos serão os direitos políticos:
Art. 15 - É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
IX. recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do
art. 5º, VIII;

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I. CONTINUAÇÃO DE DIREITO À LIBERDADE
• CONTINUAÇÃO DE LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E CRENÇA RELIGIOSA
Continuando a análise da liberdade religiosa, algumas discussões têm ganhado relevância na jurisprudência.
Tivemos uma discussão no STF acerca da possibilidade de remarcação do Exame do ENEM que seria aplicado no
sábado, inviabilizando a participação de alguns religiosos que consideram o sábado como dia sagrado. Essas
pessoas se reuniram e entraram com uma ação judicial alegando desrespeito ao direito religioso e solicitando a
remarcação da prova. Logicamente que o STF não remarcou, pois isso poderia quebrar o principio da isonomia do
concurso. Dentro de uma balança de valores, a preservação do princípio da isonomia prevaleceu sobre a liberdade
religiosa. Apesar de não permitir a remarcação da data da prova para esses religiosos, o STF adotou prática já
utilizada pelo MEC em todo o país, que é a separação em sala destinada aos crentes. Todos entram ao mesmo
tempo na prova, mas para quem solicitar tratamento diferenciado é destinada uma sala separada para que possa
prestar o seu culto durante o dia.
Outro ponto interessante diz respeito aos feriados religiosos. Se o Brasil é um Estado laico por que existe feriado
religioso? O Poder Judiciário ao enfrentar o tema disse que não ofendia a Constituição por se tratar de um direito
cultural conforme previsão expressa no artigo 215, § 2º da CF: A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas
de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
Também circulado a questão religiosa temos o tema da transfusão de sangue onde alguns grupos religiosos não
podem realizá-la por ser considerado pecado. A questão que fica é: o médico é obrigado realizar a transfusão de
sangue ou não? Se o paciente é incapaz e está numa situação de risco, não há nada que supra o dever do médico
de auxiliá-lo. Nesse caso mesmo contra a vontade da família o médico deve realizá-la. Contudo, se a pessoa é
capaz, mas está inconsciente deve ser analisada por um médico. Se a pessoa é capaz e está consciente tem-se
entendido que prevalece o interesse do indivíduo.
Um último tema interessante que caiu recentemente em prova, diz respeito a qual o princípio constitucional que
fundamenta a liberdade religiosa? O artigo 1º da CF apresenta vários fundamentos, mas o que embasa este direito
constitucional é o pluralismo político. Muitos pensam que o pluralismo político está relacionado apenas com
pluralidade de partidos políticos. Pluralismo político é mais amplo e abarca todas as formas de pensamento. É
pluralidade de ideias.
• LIBERDADE DE REUNIÃO
Acerca desta liberdade é importante ressaltar as condições estabelecidas pelo texto constitucional:
XVI. todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente;
Enumerando-as de forma a facilitar o seu estudo temos que as condições estabelecidas para o exercício do direito à
reunião são:
 Reunião pacífica – não se legitima uma reunião que tenha fins não-pacíficos;
 Sem armas – para evitar a violência ou coação por meio de armas;
 Locais abertos ao público – encontra-se subentendida a reunião em local fechado;
 Independente de autorização – não precisa de autorização;
 Necessidade de prévio aviso – precisa de prévio aviso;
Não frustrar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local – garantia de isonomia no exercício do
direito prevalecendo o de quem exerceu primeiro.
Muito cuidado com este tema em prova. As bancas gostam de omitir requisitos, ou mesmo, confundir os
candidatos com a questão da AUTORIZAÇÃO e do PRÉVIO AVISO. Nunca esqueça:
Não precisa de autorização, mas necessita de prévio aviso.

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TÓPICO ESQUEMATIZADO

Outro ponto que já foi alvo de questão de prova é a possibilidade de restrição deste direito no Estado de Sítio e no
Estado de Defesa. O problema está na distinção entre as limitações que podem ser adotadas em cada uma das
medidas:
Art. 136, § 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração,
especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas
coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I. restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
Art. 139 - Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser
tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
IV. suspensão da liberdade de reunião;
Enquanto no Estado de Defesa ocorrerão restrições ao direito de reunião, no Estado de Sítio ocorrerá a
suspensão deste direito.
TÓPICO ESQUEMATIZADO

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• LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO
São vários os dispositivos constitucionais que regulam a liberdade de associação.
XVII. é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII. a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX. as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX. ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI. as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Primeiro ponto que dever ser lembrado é que a liberdade de associação só poderá ser usufruída para fins lícitos
sendo proibida a criação de associação paramilitar. Entende-se como associação de caráter paramilitar, toda
organização paralela ao Estado, sem legitimidade, com estrutura e organização tipicamente militar. São as facções
criminosas, milícias ou qualquer outra organização que possua fins ilícitos e alheios aos do Estado.
Destaca-se, com a mesma importância para sua prova a dispensa de autorização e interferência estatal no
funcionamento e criação das associações.
Maior destaque deve ser dado ao inciso XIX que condiciona qualquer limitação às atividades associativas a uma
decisão judicial. As associações podem ter suas atividades suspensas ou dissolvidas. Em qualquer um dos casos
deve haver decisão judicial. No caso da dissolução, por ser uma medida mais grave, não basta qualquer decisão
judicial, tem que ser transitada em julgado. Isso significa uma decisão definitiva, da qual não caiba mais recurso.
O inciso XX tutela a chamada Liberdade Associativa pela qual ninguém será obrigado a se associar ou mesmo a
permanecer associado a qualquer entidade associativa.
Por fim, temos o inciso XXI que permite às associações que representem seus associados tanto na esfera judicial
quanto na administrativa desde que possuam expressa autorização. Expressa autorização significa por escrito, por
meio de instrumento legal que comprove a autorização.
TÓPICO ESQUEMATIZADO

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I. EXERCÍCIOS RELATIVOS AO ENCONTRO
1. Segundo posição majoritária do Supremo Tribunal Federal (STF), a realização de pesquisas em células-tronco
embrionárias ofende o direito à vida, assim como o princípio da dignidade da pessoa humana.
2. De acordo com posição unânime do STF, ao examinar a liberdade de reunião expressa no art. 5.º, inciso XVI, da
CF, é inconstitucional norma distrital que vede a realização de qualquer manifestação pública, com a utilização
de carros e aparelhos de som na Praça dos Três Poderes e na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, por não
encontrar razoabilidade na própria CF.
3. Para que uma associação seja compulsoriamente dissolvida, é necessário que haja o trânsito em julgado de
decisão judicial nesse sentido.
4. A CF prevê o direito à livre manifestação de pensamento, preservando também o anonimato.
5. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis de internação coletiva,
direito esse que não se estende às entidades militares de internação.
6. É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
7. Um deputado federal subiu à tribuna da Câmara dos Deputados para defender um projeto de emenda
constitucional com a finalidade de instituir a pena de morte no Brasil. O deputado, durante seu discurso em
plenário, no momento em que informava aos colegas da proposta realizada, disse que discordava da vedação
constitucional absoluta da pena de morte. Com referência à situação hipotética acima apresentada, aos direitos
fundamentais, em especial ao direito à vida, julgue os itens que se seguem.
a) O projeto de emenda constitucional é de duvidosa constitucionalidade, já que não se admite emenda
constitucional que tenha por fim abolir direitos e garantias individuais.
b) Equivocou-se o deputado ao dizer que a Constituição Federal de 1988 (CF) veda a pena de morte de forma
absoluta, pois a CF admite a pena de morte em caso de guerra declarada, desde que atendidos os requisitos
constitucionais.
8. No constitucionalismo, a existência de discriminações positivas iguala materialmente os desiguais.
9. Em razão do caráter absoluto do princípio da isonomia, não se admite o estabelecimento de proibições relativas
ao acesso em determinadas carreiras por critério de idade.
10. Considere a seguinte situação: Carlos é adepto radical de um movimento pacifista-anárquico, sendo, por isso,
contrário até à existência do Estado. Não concorda, também, pela mesma razão, com a imposição compulsória
de nenhuma dever jurídico às pessoas, como o pagamento de impostos, o serviço militar obrigatório e as
prestações alternativas previstas na lei em lugar deste. Carlos, por sua atitude, refugiou-se com a família em
uma praia distante. Conforme a situação apresentada, se mantiver a recusa ao cumprimento das obrigações a
todos impostas e das prestações alternativas previstas em lei, Carlos poderá ser privado de direitos, mesmo
estando fundamentado em convicções filosóficas e políticas.
11. A CF assegura a todos o direito de reunião pacífica em locais abertos ao público, desde que mediante
autorização prévia da autoridade competente e que não se frustre outra reunião prevista para o mesmo local.
12. A CF assegura a prestação de assistência religiosa tanto às entidades hospitalares privadas quanto às públicas,
bem como aos estabelecimentos prisionais civis e militares.

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online.
13. A construção doutrinária que prega a igualdade efetiva entre as pessoas, e não apenas a igualdade jurídica, é
chamada de princípio da igualdade formal.
GABARITO
1 - ERRADO
2 - CORRETO
3 - CORRETO
4 - ERRADO
5 - ERRADO
6 - CORRETO
7 - CORRETO / CORRETO
8 - CORRETO
9 - ERRADO
10 - CORRETO
11 - ERRADO
12 - CORRETO
13 - ERRADO

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