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Neurofarmacologia do sistema

dopaminérgico
Prof. Aux. Sub. Caio Maximino
Farmacologia I – Medicina
UFPA – 1º. Semestre/2010
Programa
• Farmacóforos da dopamina

• Química e metabolismo da dopamina

• Classificação, distribuição e propriedades moleculares dos receptores dopaminérgicos

• Mecanismos de transdução associados aos receptores DAérgicos

• Farmacologia molecular dos receptores DAérgicos.

• Variantes de splicing, polimorfismos de nucleotídeo único e outros polimorfismos com


conseqüências funcionais.

• Dopamina e doença de Parkinson; esquizofrenia; síndrome de Tourette; TDAH; abuso de drogas.

• Narcolepsia

• Farmacogenética dos agentes dopaminérgicos


Farmacóforos da dopamina
Oxidação

Catecol Etil amina


tamanho da molécula)
Hidrossolubilidade
(tbm devido ao

Feniletilamina
Química e metabolismo
Enzima limitadora

Alvos de sulfotransferase
COMT & MAO-B
Estresse oxidativo e metabolismo da
dopamina
• A principal via de degradação da DA é a desaminação oxidativa
pelas MAOs, o que resulta na produção enzimática de H2O2, que
reage com íons ferrosos ou cúpricos por reações de Fenton para
formar radicais hidroxila altamente reativos (·OH).

• A DA também pode reagir não-enzimaticamente com o O2 para


formar quinonas e semiquinonas, com a produção de superóxido,
peródixo de hidrogênio, e hidroxilas.

• A substância negra é rica em ferro, que pode, na forma ferrosa,


catalizar a formação de radicais hidroxila a partir da H2O2.

• A SN também apresenta neuromelanina resultante da auto-


oxidação da DA, o que gera quinonas tóxicas e EROs.
Ações endócrina, sináptica e extra-sináptica
• Endócrina: liberação de DA na circulação.
– Liberação tônica da DA do n. arqueado do hipotálamo
regula a secreção de prolactina na pituitária anterior.
– Liberação fásica de DA na a. postrema estimula receptores
na zona de disparo quimioceptora (náusea).

• Sináptica: liberação de DA na fenda.


– Transmissão Daérgica local no n. acumbente.

• Extra-sináptica (parácrina): Varicosidades grandes das


projeções para o córtex dependem de gradientes de
temperatura gerados pela UCP2.
Standaert & Galanter, 2008, Princípios de Farmacologia, pp.166-185
Zoli et al., 1998, Brain Res Rev 26: 136-147

estriado
Transmissão volumétrica no c.
Standaert & Galanter, 2008, Princípios de Farmacologia, pp.166-185

Receptores DAérgicos
Oligomerização

Kenakin, 2009
Sistemas de segundos mensageiros
Sub- Sub-tipo Gs Gi/o Gq Gt Efeito
família
D1 D1 + ↑ AMPc
D5 + ↑ AMPc
D2 D2 + + ↓ AMPc
↑ IP3
↑ Mitogênese
D3 + ↑ Mitogênese
D4 + + ↓ AMPc
↑ Mitogênese

Pode ocorrer heterooligomerização extensa; p. ex., rcpts D2 expressam ligação


preferencial à Gi/o, mas quando co-expressos com receptores canabinóides expressam
ligação preferencial à Gs
Standaert & Galanter, 2008, Princípios de Farmacologia, pp.166-185

Localização dos receptores


Relações estrutura-afinidade
• A porção amina primária da DA encontra-se protonada quando se liga ao sítio ortostérico no
receptor.

• Esse estado protonado permite que a porção amina forme uma ligação iônica de alta energia
com um radical ácido aspártico que está presente no receptor.

• As hidroxilas do grupo catecol formam pontes de hidrogênio com três das serinas do
receptor (S5.42, S5.43, S5.46).

• Pelo menos duas serinas são essenciais para a ligação do receptor com as proteínas G.

• Essas interações fazem com que o anel aromático da DA se oriente de forma a interagir
estericamente com um resíduo na alça TM6; essa interação faz com que o receptor passe por
uma mudança conformacional que o ativa.

• A maioria dos agonistas DAérgicos apresentam características estruturais similares; os


antagonistas são mais variáveis, mas também apresentam o farmacóforo amina protonada.
Variantes de splicing: Receptor D2
• O receptor D2 apresenta duas • A isoforma D2S se localiza
isoformas, D2S (“curta”) e D2L predominantemente na
(“longa”). membrana, enquanto a D2L fica
retida no retículo endoplasmático
ou próxima ao complexo de
• Não há diferença na afinidade da Golgi.
DA e drogas DAérgicas pelas
variantes, mas somente a
variante D2L apresenta ligação • A isoforma D2S tem localização
com a proteína Gαi2. somatodendrítica ou pré-
sináptica, onde age como
autorreceptor. A isoforma D2L é
• A D2L também ativa o fator NF- pós-sináptica.
κB de maneira dependente de
calcineurina.
• Tanto o etanol quanto o estradiol
modulam o splicing alternativo
do receptor D2., levando a um
aumento nos níveis de D2L e uma
redução dos níveis de D2S.
Receptor D3: Polimorfismos e splicing
• Uma variante do receptor D3, D3nf, não apresenta um grupo C-terminal.

• D3nf não tem afinidade por ligantes DAérgicos, mas reduz a densidade de
receptores quando está co-expressado com o receptor “normal”.

• D3nf previne o tráfico do receptor D3 “normal” para a membrana


plasmática.

• D3nf está sobre-regulado no cérebro de esquizofrênicos.

• Um polimorfismo Ser9Gly no domínio N-terminal está associado a um


aumento na propensão a desenvolver discinesia tardia em pacientes
tradados com antipsicóticos típicos.
DARPP-32 e sinalização dopaminérgica

Greengard et al., 1999


Neuroquímica da DA: Sumário
Doença de Parkinson
• Tremor em repouso: característica patognomônica do
transtorno, mas não é necessária para o diagnóstico.

• Rigidez: resistência ao movimento passivo dos membros.

• Bradicinesia: lentidão e diminuição nos movimentos.

• Instabilidade postural: perda de equilíbrio, devido à


fraqueza, rigidez e bradicinesia.

• Demência: Perda cognitiva; manifestação não-motora


cardeal da doença.
Standaert & Galanter, 2008, Princípios de Farmacologia, pp.166-185

Dopamina e doença de Parkinson


Dopamina e doença de Parkinson
• Conforme os neurônios DAérgicos começam a degenerar, há uma redução na
recaptação de dopamina. Somada à redundância inerente de receptores e
terminals DAérgicos, permite que a função estriatal se mantenha no início da
doença.

• Após a instauração de lesões maiores, os terminais DAérgicos remanescentes


aumentam a quantidade de transmissor sintetizado e liberado, em parte devido a
um aumento na liberação de DA em resposta à despolarização.

• Uma vez liberada, uma porção da DA difunde-se para o espaço extra-sináptico,


onde suas ações são prolongadas devido à ausência de sítios de recaptação.

• O aumento na síntese e liberação de DA pode aumentar a concentração de


metabólitos reativos formados a partir da DA, contribuindo para o progresso da
doença.
Outros NTs e doença de Parkinson
• Os eferentes ventral-laterais da SNpc são mais afetados do que os
eferentes dorsais.

• Os neurônios DAérgicos da área tegmental ventral e do hipotálamo


são relativamente poupados, e as vias DAérgicas descendentes são
completamente poupadas.

• Também pode ocorrer perda de outros grupos aminérgicos, como


os neurônios NEérgicos do loco cerúleo, algumas células do sistema
simpático, e os neurônios 5-HTérgicos dos núcleos da rafe.

• Também há perda de neurônios colinérgicos no n. basal de


Meynert, o que pode ser responsável pela demência.
Corpos de Lewy
•Comumente arredondados, mas a
forma pode variar; 5-20 μm de
diâmetro.

•Núcleo eosinofílico, halos pálidos.

•O halo apresenta filamentos radiais


de 7-8 nm de diâmetro; esses
filamentos podem ser marcados com
anticorpos para proteínas de
neurofilamentos, em forma fosforilada
ou não-fosforilada.

•Expressam proteínas envolvidas na


degradação protéica, como a
ubiquitina.

•Expressam α-sinucleína, uma


proteína que parece estar envolvida na
plasticidade em resposta ao dano.
Estresse oxidativo e Parkinson
• O cérebro de pacientes parkinsonianos apresenta uma redução nos
níveis de ácidos graxos poliinsaturados (i.e., menos substrato
disponível para peroxidação lipídica) e um aumento nos níveis de
malondialdeído (intermediário no processo de peroxidação lipídica)
e no hiperperóxido lipídico de colesterol (marcador precoce do
processo de peroxidação).

• As concentrações regionais de 8-hidróxi-desoxiguanosina (índice


de genotoxicidade mediada por oxiradicais) estão aumentadas no
caudado e SN de pacientes parkinsonianos.

• Diminuição nos níveis de glutationa reduzida na SN de pacientes


parkinsonianos.
Standaert & Galanter, 2008, Princípios de Farmacologia, pp.166-185
Drogas antiparkinsonianas
L-DOPA
• Levodopa: precursor da DA; cruza a BHE;
rapidamente convertida em dopamina pela
aminoácido descarboxilase do trato
gastrointestinal (solução: co-administração
com carbidopa [inibidor AADC]).

• O uso contínuo resulta em diminuição na


janela terapêutica.
Drogas antiparkinsonianas
Agonistas dopaminérgicos
• Derivados do esporão de centeio: bromocriptina (agonista D2), pergolida
(D1 e D2);

• Não-derivados: pramipexole (D3 > D2), ropinirol (D3 > D2).

• Não competem com a levodopa ou outros aminoácidos lentos pelo


sistema de transporte pela BHE.

• Apresentam meias-vidas mais longas do que a da l-DOPA.

• Efeitos adversos: náusea, edema periférico, hipotensão (derivados do


esporão de centeio > não-derivados); sedação excessiva, sonhos vívidos e
alucinação.

• Mais utilizados no tratamento inicial e/ou precoce.


Drogas antiparkinsonianas
Inibidores do metabolismo da DA
• Selegilina: Inibidor seletivo (em doses baixas) da MAO-
B; evita os efeitos tóxicos da tiramina de origem
dietética e de outras aminas simpatomiméticas;
produz anfetamina, potencialmente tóxica.

• Rasagilina: Inibidor seletivo MAO-B que não produz


anfetamina

• Tolcapona & entacapona: Inibem a COMT central


(tolcapona) e perifericamente (entacapona); diminuem
o metabolismo periférico da l-DOPA; a tolcapona é
hepatotóxica.
Drogas antiparkinsonianas
Drogas não-dopaminérgicas
• Amantadina: antiretroviral que bloqueia
receptores NMDA, reduzindo a discinesia
induzida pela levodopa.

• Triexifenidil & benztropina: Antagonistas


muscarínicos; reduzem o tônus colinérgico no
SNC, regulando a interação ACh-DA no
estriado.
1. Qual das seguintes alternativas é verdadeira
em relação à carbidopa?
A. Reduz a atividade da dopa-descarboxilase no
SNC.
B. Reduz a dose de L-dopa necessária para produzir
um efeito terapêutico.
C. Reduz a severidade das discinesias associadas à
L-dopa.
D. Reduz a latência dos efeitos terapêuticos da L-
dopa.
1. Qual das seguintes alternativas representa o
efeito adverso limitante mais comum da L-
dopa?
A. Depressão.
B. Discinesia.
C. Náusea.
D. Hipotensão ortostática.
1. A entancapona inibe
A. Receptores D2.
B. COMT.
C. MAO-B.
D. Receptores muscarínicos.
Kraepelin, Bleuler e a caracterização das
psicoses

Antipsicóticos e drogas usadas em doenças


16/04/2009
degenerativas
Esquizofrenia: Critérios diagnósticos
A. Dois ou mais dos seguintes A. Os sinais contínuos do
sintomas, cada um deles transtorno persistem
presente por um período durante pelo menos 6
significativo de tempo, meses, incluindo pelo menos
durante 1 mês: 1 mês de sintomas, podendo
1. Delírios incluir períodos de sintomas
2. Alucinações prodrômicos ou residuais.
3. Fala desorganizada B. Não ocorreu episódio
4. Comportamento depressivo maior, maníaco
grosseiramente ou misto simultaneamente
desorganizado ou catatônico com os sintomas da fase
5. Sintomas negativos ativa.
(embotamento afetivo,
alogia ou avolição). C. Não é atribuível diretamente
aos efeitos fisiológicos de
B. Disfunção social / uma substância ou condição
ocupacional clínica geral.
Dimensões da psicose

Stahl, 2000
Sintomas positivos e negativos
• Alterações da percepção: • Alterações da emoção:
Alucinações visual, auditivas, Embotamento afetivo, baixa
olfatórias, táteis, ou viscerais; reatividade.
distorções corporais.
• Delírios: de grandeza, de • Pobreza da fala.
perseguição, ou niilistas.
• Alterações do pensamento:
• Avolição.
Pensamento desorganizado ou
possessão de pensamento.
• Alterações na capacidade de • Anedonia.
insight.
• Comportamento desorganizado • Déficit de atenção sustentada
ou catatônico.
Curso temporal da esquizofrenia

(Stefan et al., 2002)


Patofisiologia da esquizofrenia:
Anormalidades estruturais

(Stefan et al., 2002)


Patofisiologia da esquizofrenia:
Espaçamento de minicolunas

(Casanova et al, 2005)


Patofisiologia da esquizofrenia: Migração
celular

(Stefan et al., 2002)


Sincronização neural na esquizofrenia
(Ulhaas et al., 2006)
• A sincronia de fase em sujeitos normais
apresenta dois pontos máximos, em uma
amplitude de freqüência entre 20-30 Hz.

• O primeiro pico (200-300 ms) parece


indexar a construção de representações
coerentes de objetos, enquanto o
segundo pico indexa a preparação e a
execução de uma resposta motora.

• Em esquizofrênicos, o início do primeiro


pico tem atraso, ocorrendo entre 350-400
ms e tendo freqüência entre 20-25 Hz.

• Agonistas DA diminuem oscilações β no


núcleo subtalâmico e aumentam
oscilações γ no córtex e em redes
subcorticais (Brown et al., 2001; Sharott et
al., 2005)
Caso clínico
• Um homem de 19 anos é levado ao seu consultório por sua
mãe. Ele foi expulso da República onde morava por conta
de seu comportamento “bizarro”; Ele acusou diversos
colegas e professores de espioná-lo a mando da CIA. Ele
parou de freqüentar as aulas e passa a maior parte do
tempo assistindo TV porque os anunciantes o mandam
mensagens secretas sobre como salvar o mundo. Ele parou
de tomar banho, e só troca de roupa uma vez por semana.
No seu consultório, ele parece quieto e “distanciado”. A
única afirmação espontânea que faz é a pergunta de por
que sua mãe o trouxe ao escritório de outro espião do
governo. O exame físico é normal, e o exame toxicológico é
negativo.
Vias dopaminérgicas associadas à psicose

Stahl, 2000
Teoria dopaminérgica: Hiperatividade
mesolímbica e sintomas positivos

Stahl, 2000
Teoria dopaminérgica: Hipoatividade
mesolímbica e sintomas negativos

Stahl, 2000
Standaert & Galanter, 2008, Princípios de Farmacologia, pp.166-185

Antipsicóticos típicos
Antipsicóticos típicos

Stahl, 2000
Antipsicóticos típicos

Stahl, 2000
Antipsicóticos típicos

Stahl, 2000
Antipsicóticos atípicos
• Definição: um antipsicótico que não produz
efeitos extra-piramidais.

• Vários mecanismos são possíveis, incluindo


menor afinidade por receptores D2, agonismo
parcial, e ações sobre receptores 5-HTérgicos.
Antipsicóticos atípicos

Stahl, 2000
Antipsicóticos atípicos

Stahl, 2000
Antipsicóticos atípicos

Stahl, 2000
Antipsicóticos atípicos

Stahl, 2000
Antipsicóticos atípicos
• Antagonistas/agonistas inversos D2/antagonistas 5-HT2A: asenapina,
clozapina, lurasidona, melperona, olanzapina, risperidona, N-
desmetilclozapina (agonista parcial D2 e agonista pleno
muscarínico).

• Agonistas parciais D2: Aripiprazol, bifeprunox, N-desmetilclozapina


(tbm agonista 5-HT2A e agonista muscarínico).

• Benzamidas substituídas (agonistas D1, D3 ou D4): Amissulprida,


remoxiprida.

• Agonistas muscarínicos: Xanomelina, N-desmetilclozapina (tbm


agonista 5-HT2A e agonista muscarínico).
Farmacocinética dos antipsicóticos
Biodisponibilidade Volume de t1/2
oral (%) distribuição (l/kg)
Clorpromazina 32 (10-70) 21 (10-35) 30 (15-59)
Tioridazina - - 21 (11-36)
Flufenazina - - 15
Haloperidol 45-75 15-20 10-24
Risperidona 66 1,1 3,2
Clozapina 55 5,4 12
Glutamato e esquizofrenia
• Kim et al (1980): Redução nos níveis de glutamato no CSF de
pacientes esquizofrênicos.

• Muller e Schwartz (2006): Aumento nos níveis de ácido quinurênico


no CSF de pacientes esquizofrênicos.

• Antagonistas NMDA (PCP, quetamina) produzem efeitos parecidos


com os sintomas positivos, negativos e cognitivos da esquizofrenia,
e precipitam a expressão de psicose aguda incorporando conteúdos
das crises anteriores em pacientes psicóticos.

• Mahadik e Scheffer (1996): Níveis excessivos de EROs e outros


produtos da peroxidação lipídica são observados no sangue e CSF e
pacientes esquizofrênicos
Glutamato, dopamina e esquizofrenia
• A ativação do córtex pré-frontal inibe a liberação de
dopamina no estriado ventral através de uma via
indireta (talvez GABAérgica).

• A DA apresenta uma modulação complexa da


transmissão glutamatérgica, aumentando ou
diminuindo a condutância dos neurônios de forma que
depende do estado de atividade destes.

• A DA também pode regular a organização temporal da


atividade elétrica do PFC e inibir a liberação de
glutamato.
Inflamação e esquizofrenia
Síndrome de Tourette
• Conjunto de tiques motores e vocais, caracterizados por localização
anatômica, freqüência, intensidade e complexidade.

• Grupos musculares faciais e do torso superior são mais comuns em tiques


motores, mas qualquer grupo muscular pode estar envolvido.

• Tiques simples: movimentos ou sons breves e circunscritos que são


“fragmentos” de comportamento ou fala, ao invés de seqüências
significativas.

• Tiques complexas: ações mais elaboradas e sustentadas ou sons


lingüisticamente significativos, muitas vezes com aparência de evento
intencional.

• Somente 10% dos pacientes expressam tiques vocais com conteúdo


obsceno (coprolalia).
Patofisiologia da Síndrome de
Tourette
• Hipoatividade da alça cortico-estriatal-tálamo-cortical parece ser a base.

• Aumento na densidade de empacotamento dos neurônios no corpo estriado.

• Redução na eferência estriato-palidal “direta”, com redução na imunoreatividade


tipo dinorfina nos núcleos lenticulares.

• Aumento na inervação dopaminérgica do corpo estriado, com aumento na


densidade de transportadores de dopamina.

• Redução na eferência dopaminérgica do núcleo subtalâmico e redução no


conteúdo de glutamato do núcleo lenticular.

• Diminuição na captação de glicose no córtex orbitofrontal, caudado, para-


hipocampo.
Tratamento
• Antagonistas dopaminérgicos (em especial os de alta
potência) são os agentes supressores de tique mais
rápidos e potentes.

• Deve se pesar a necessidade de supressão do tique,


por causa dos efeitos colaterais e devido ao risco de
discinesia quando o tratamento é descontinuado.

• Os antipsicóticos atípicos (risperidona e zipradisona)


apresentam resultados melhores, com efeitos
colaterais menos indesejáveis.
TDAH
• Síndrome infantil caracterizada por um
componente hiperativo, um componente
impulsivo e/ou um componente inatento.

• Associado a polimorfismos nos genes DRD4


(receptor D4) e DAT (transportador de
dopamina).

• Outros fatores associados são o estresse pré-


natal e hipoxia fetal.
TDAH e vias fronto-subcorticais
• Estudos neuropsicológicos implicaram os • A neuroimagem funcional aponta
córtices pré-frontais dorsolateral e hipoatividade no córtex frontal, córtex
orbitofrontal e as regiões que se projetam cingulado anterior, e em estruturas
para eles. subcorticais, geralmente lateralizada à
direita.
• O modelo de TDAH em primatas implica
redes neurais fronto-estriatais. • Quando o TDAH é um sintoma secundário de
dano cerebral, ocorreram lesões no putame
direito, caudado direito, e globo pálido
• Estudos no rato SHR implicaram o caudado, direito.
o putame, o núcleo acumbente, e o córtex
frontal.
• Camundongos KO para drd4 apresentam um
• Estudos de neuroimagem estrutural aumento na síntese de dopamina no
estriado dorsal.
implicaram o córtex frontal (normalmente
só o hemisfério direito), o cerebelo, o globo
pálido, o caudado, e o corpo caloso. • Camundongos KO para drd2 apresentam
diminuição no funcionamento do DAT no
• A cepa de camundongos I/Lnj apresenta estriado, plasticidade sináptica anormal em
sinapses cortico-estriatais, e mudanças de
agênese calosal completa e fenótipo longo-prazo na eficácia sináptica do estriado.
comportamental que lembra o TDAH.
TDAH e dopamina
• Síndrome infantil composta de impulsividade, hiperatividade e/ou falta de
atenção.

• Três linhas de evidência associam as catecolaminas e o TDAH:


– O tratamento é feito com estimulantes, principalmente metilfenidato, D-
anfetamina e pemolina.
– Estudos com lesões em modelos com camundongos e macacos implicam as
vias DAérgicas.
– O rato SHR (“spontaneously hypertensive”) apresentam déficits em sistemas
catecolaminérgicos.
– Camundongos KO p/ D2, D3 e D4 apresentam hiperatividade.
– Estudos de associação implicam o papel dos genes DRD4 e DAT.

• É provável que o efeito dos estimulantes seja causado por um aumento


nas influências inibitórias do córtex frontal sobre as estruturas
subcorticais.
Cloridrato de metilfenidato
• Rapidamente absorvido no trato
gastrointestinal.

• ~80% da dose v.o. é metabolizada em ácido


ritalínico e excretada na urina (excreção
independente de pH).

• Bloqueia a recaptação de catecolaminas.


Abuso e dependência de substâncias
CART (cocaine- and amphetamine-
regulated transcript)
• Peptídeo endógeno; modulador da dopamina mesolímbica.

• Presentes em neurônios do n. arqueado do hipotálamo.

• mRNA aumentado após a administração aguda de cocaína e


anfetamina (hence the name).

• A aplicação exógena de CART na VTA produz efeitos tipo


psicoestimulantes, como aumento na atividade locomotora e
condicionamento de preferência por lugar.

• A aplicação exógena de CART no n. acumbente inibe o efeito da


hiperlocomotor da cocaína.
CART

Dominguez et al., 2004


Narcolepsia (American Sleep Disorders
Association, 1991)
A. Uma queixa de sonolência A. A polissonigrafia apresenta uma ou
excessiva ou fraqueza muscular. mais das seguintes características:
B. Cochilos diurnos recorrentes ou 1. Latência de sono de menos de 10
lapsos de sono que ocorrem quase minutos.
diariamente por pelo menos 3 2. Latência de sono REM de menos de
20 minutos; e
meses.
3. Teste de latência de sono múltiplo
C. Perda bilateral de tônus muscular demonstra uma latência média de
postural em associação a emoções menos de 5 minutos.
intensas (cataplexia). 4. Dois ou mais períodos de início de
D. Características associadas incluem: sono REM.
1. Paralisia do sono B. Polimorfismo DR2 do gene HLA.
2. Alucinações hipnagógicas C. Ausência de quaisquer transtornos
3. Comportamentos automáticos médicos ou psiquiátricos que
4. Episódio maior alteração de sono. podem explicar esses sintomas.
D. Outros transtornos do sono podem
estar presentes, mas não são a
causa primária dos sintomas.
Tratamento da sonolência diurna excessiva
Composto Dose diária Meia-vida Efeitos colaterais
D-anfetamina 15-100 mg 10-12 hs Irritabilidade, alterações de humor, dores de cabeça,
palpitações, tremores, suor excessivo, insônia

Cloridrato de 15-80 mg 4-5 hs Idem; mais efeitos centrais do que periféricos


metanfetamina
Cloridrato de 30-100 mg 3-4 hs Idem; melhor índice terapêutico em relação à
metilfenidato anfetamina; duração mais curta da ação

Pemolina 37.5-150 mg 16-18 hs Menos efeitos simpatomiméticos; menos efeito


estimulante; bioacumulação; potencial hepatotóxico

Mazindol 2-6 mg 33-55 hs Efeito estimulante central mais fraco; anorexia, boca
seca, irritabilidade, dores e cabeça, sintomas GI;
menor potencial de abuso
Catecolaminas e alimentação
Controle hipotalâmico da ingesta de
alimentos
Controle hipotalâmico da ingesta de
alimentos

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