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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS/REGIONAL JATAÍ

IZABELA ASSIS ROCHA

Resumo:
“ (COM)TEXTOS DE ENTREISTA: Olhares diversos sobre a
interação humana”
O PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO E AS TÉCNICAS
PROJETIVAS

Jataí
2018
O capítulo 6 do livro (COM)TEXTOS DE ENTREVISTA: Olhares diversos sobre
a interação humana, trata de um assunto caro ao trabalho do psicólogo que é a entrevista
de triagem e o psicodiagnóstico.

ENTREVISTA DE TRIAGEM: ESPAÇO DE ACOLHIMENTO E AJUDA


TERAPÊUTICA
Nádia Marques

A relação entrevistador e entrevistado é o local em que é possível estabelecer


diálogo e expressão de sentimentos compartilhados. As entrevistas iniciais são
semidirigidas, compreendendo que embora o direcionamento do entrevistador seja
importante para obter informações necessárias sobre a queixa do paciente, é de suma
importância que esse tenha possibilidade de se expressar.

O psicólogo é responsável por proporcionar um ambiente acolhedor, em que o


paciente se sinta acolhido e valorizado como pessoa única. Seu conhecimento teórico não
deve ser utilizado como forma de poder, mas como ferramenta para a compreensão e
auxílio do paciente, que é um participante ativo em todo o processo. Nessa relação, de
acordo com uma interpretação psicanalítica, surge a transferência e a contratransferência.
A transferência diz respeito aos sentimentos de relações anteriores do paciente que são
projetados no entrevistador, enquanto a contratransferência são os sentimentos do
entrevistador em relação ao paciente. São esses sentimentos que conferem confiança ao
vínculo entrevistado-entrevistador, que são de suma importância para a cooperação.

A história de vida do paciente, seu contexto social e familiar, não somente a


história atual, possibilita uma compreensão mais profunda sobre a queixa do paciente.
Assim, é possível elaborar uma hipótese diagnóstica que oriente as intervenções e os
tratamentos posteriores e uma hipótese psicodinâmica, que compreende os motivos do
adoecimento do paciente. Assim, levando em consideração as condições de vida do
paciente se pode elaborar a melhor indicação terapêutica para ele.

É necessário que o psicólogo se atente para as questões motivadoras do nível


consciente e do nível inconsciente que mobilizaram o paciente. As condições egóicas
também devem ser observadas, como orientação, linguagem, controle, tolerância a
ansiedade. Por fim, o padrão sociofamiliar aponta a rede de apoio que o paciente possui
que é imprescindível para o tratamento bem-sucedido.

O processo terapêutico possui 3 fases: na primeira os dados sóciodemograficos


são coletados e é explicado como se seguirão as próximas sessões; na segunda fase há
aprofundamento e intervenção sobre as questões do paciente e na terceira retoma-se o
processo avaliativo a fim de promover um fechamento e devolução. Ressalta-se que a
devolução deve ser capaz de tranquilizar o paciente, mostrando as possibilidades de
minimizar seu sofrimento. A entrevista de triagem e suas técnicas, portanto, são
imprescindíveis para o sucesso terapêutico, fornecendo o desenvolvimento de confiança
do paciente em si, no terapeuta e no tratamento.

Psicodiagnóstico: Recurso de compreensão


Lenira Kesseli Carrasco e Juliana Rausch Potter

O psicodiagnóstico não deve ser realizado a fim de estereotipar o paciente em


alguma patologia, mas sim para permitir uma comunicação entre profissionais e um
direcionamento mais preciso no tratamento do paciente. Os testes psicológicos são uma
ferramenta importante o entendimento do quadro clínico, entretanto, somente com o
recurso de uma entrevista bem realizada é possível compreender o sujeito.

As entrevistas semidirigidas e a entrevista de anamnese fornecem informações


imprescindíveis sobre a história de vida do paciente, considerando seu contexto familiar
e social. Somente após uma análise de demanda realizada através da entrevista é possível
utilizar testes que complementem as informações obtidas. Posteriormente a todo esse
processo, realiza-se a devolução. Nesse momento o psicólogo relata sua compreensão
sobre o paciente atentando-se sempre a linguagem utilizada e aos dados pertinentes de
serem informados.

Análise reflexiva

A entrevista de triagem se constitui para a prática profissional do psicoterapeuta


seu principal instrumento. Uma vez que o trabalho do psicólogo está centrado na escuta,
em ouvir atentamente a fala do outro, deve haver primazia pela entrevista em detrimento
dos testes, embora eles forneçam suporte para a compreensão do paciente como uma
totalidade. O caráter semidirigido das entrevistas fornece a possibilidade de coletar dados
importantes para a melhor escolha terapêutica, bem como deixar o paciente em posição
ativa no processo.

O processo terapêutico será bem-sucedido se houver vinculo terapêutico entre


paciente e psicólogo, que é a priori uma atitude do psicólogo em relação ao outro. Ou
seja, é o psicólogo o responsável por criar um ambiente físico e psíquico que seja seguro
para a livre expressão do paciente. O profissional deve lembrar-se que afeta o outro a todo
momento, todo encontro produz algo no paciente.

Após o processo desenvolvido em colaboração com o paciente, é necessário fazer


uma devolutiva. Mais uma vez o psicólogo deverá usar sua sensibilidade ao dizer sobre o
diagnóstico e sobre as expectativas em relação ao tratamento. O diagnóstico não deve
servir como um instrumento para estereotipar sujeitos, mas sim para fornecer informações
relevantes para a minimização do sofrimento. Portanto, o caráter ético e humano do
psicólogo deve ser colocado em prática durante todo o processo.

O PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO E AS TÉCNICAS PROJETIVAS

Capítulo II: A entrevista inicial


María L.S. de Ocampo e María E. García Arzeno

A entrevista inicial no processo psicodiagnóstico é semidirigida, pois assim o


paciente tem liberdade para expor seus problemas e começar por onde preferir (p. 13). O
entrevistador intervém quando tem necessidade de saber mais informações, quando há
bloqueios em relação a um tema e quando o entrevistado não sabe como dar continuidade
a entrevista.

Os objetivos da entrevista inicial são: perceber a impressão despertada pelo


paciente e como ela se modifica ou não ao longo de da entrevista; se atentar não somente
para o conteúdo da entrevista, mas também para como ela é dita pelo paciente; estabelecer
coerência ou discrepância entre o verbalizado e o não-verbalizado pelo paciente; planejar
quais testes são mais adequados; estabelecer um rapport com o paciente; captar a
contratransferência que o paciente provoca; na entrevista com os pais do paciente,
detectar seu vínculo; avaliar a capacidade desses pais de elaborar a situação diagnóstica
e investigar o motivo da consulta.

Em relação aos pais, é importante que a presença de ambos durante a entrevista


quando possível. A responsabilidade do sucesso terapêutico não deve ser colocada
somente em um dos responsáveis, geralmente a mãe. Quando os pais são separados, se
deve respeitar a escolha por um atendimento individual ou com o ex-companheiro. O
psicólogo deve estar atento aos sentimentos que os pais despertam nele.

O motivo da consulta pode ser discriminado entre motivo manifesto e motivo


latente. Enquanto o primeiro é consciente e expresso no sintoma do paciente, o motivo
latente é insconciente e geralmente mais sério do que o invocado (p. 22). O momento em
que o paciente toma consciência do motivo latente é muito importante, pois ajuda na
aceitação do prognóstico. A discrepância entre os dois motivos surge devido a dissociação
intrapsíquica no paciente em uma atitude de resistência e preservação psíquica. É
importante que o psicólogo ouça o paciente, mas não de forma ingênua ou julgadora.

Também se faz necessário investigar se o paciente não funciona como terceiro


excluído ou incluído em relação ao motivo do início do processo psicodiagnóstico (p. 24).
Esse fenômeno ocorre com frequência quando o pais leva seus filhos ao psicólogo sem
esclarecer os motivos reais. Assim, os filhos funcionam como motivo manifesto quando
na verdade o motivo latente está na relação entre os pais.

A devolutiva do psicodiagnóstico pode ser complexa quando os pais possuem uma


visão estereotipada dos filhos, seja somente ressaltando os aspectos positivos ou
negativos. O psicólogo deve mostrar o que está correto e os efeitos que cada pai produz
no filho, sem que haja culpabilização.

A experiência do psicólogo e uma avaliação dos sentimentos despertados pelos


pais do paciente são de suma importância para a diminuição de possíveis conflitos. Desse
modo não somente sua ansiedade será diminuída como também a dos próprios
responsáveis.

Capítulo III: Entrevistas para a aplicação de testes


María L.S. de Ocampo e María E. García Arzeno

O planejamento da bateria de testes deve ser amplo o suficiente para compreender


o paciente e não deve se exceder, pois isso pode alterar o vínculo entre paciente e
terapeuta (p. 37). A bateria deve ocupar entre duas a quatro entrevistas de acordo com a
necessidade de compreensão do paciente.

A devolução também é um momento importante no processo terapêutico, pois


significa um fechamento que quando não realizado pode acarretar em ansiedade
persecutória. O psicólogo pode fazer uma distorção no paciente em sentindo idealizante
ou persecutório quando não realizado de maneira correta esse procedimento.

A redução do processo de aplicação de testes pode favorecer a fantasia de que o


paciente pode depositar seus conflitos no psicólogo, pois ele os resolverá magicamente.
Em contrapartida, o prolongamento ocorre devido a um sentimento de impotência por
parte do psicólogo.

O planejamento da aplicação de testes deve ser pensado para captar o maior


número possível de condutas, a fim de possibilitar a comparação de um mesmo tipo de
conduta provocado por diferentes instrumentos (p. 41). A natureza do teste e o caso em
questão que irão determinar a sequência de aplicação de testes. É importante ressaltar que
os testes mais ansiogênicos não devem ser os primeiros a serem aplicados, pois podem
prejudicar todo o processo. É recomendável utilizar os testes gráficos no início do exame,
pois eles são sentidos como menos próprios, podem ser realizados em pouco tempo, o
que alivia o paciente.

A utilização de testes sucessivos fornece possibilidade de comparação entre os


elementos diagnósticos e prognósticos. Recomenda-se as comparações entre os gráficos
e a verbalizações dos pacientes em relação a eles, explorando os sentidos dados e fazendo
correlação entre os tipos de conduta.

Os testes de inteligência devem ser incluídos no final da bateria de testes, pois:


seu material é de caráter preciso; suas instruções implicam em atitude ativa do psicólogo;
o registro de provas difere de outros instrumentos; alguns testes possuem interrogatórios
mais específicos; a relação paciente-psicólogo modifica a partir da verbalização da
instrução e da apresentação do material. Por fim, ressalta- se que a ordem da aplicação do
teste de inteligência, bem como quais testes serão aplicados dependem sumariamente da
demanda apresentada pelo cliente.

Análise reflexiva

As entrevistas iniciais tem o objetivo de fornecer dados para o caso, bem como
fortalecer o vínculo entre psicólogo e paciente. É importante que o psicólogo esteja atento
a dissociação entre motivo manifesto e motivo latente. Esse mecanismo inconsciente
revela sobre os mecanismos de resistência do paciente e deve ser manejado com cuidado
pelo psicólogo.

Nas situações em que é necessário realizar entrevista com os pais de crianças ou


adolescentes, é necessário investigar se o motivo da consulta está centrado no filho ou no
casal, que usa a terapia como motivo manifesto. O psicólogo também deve olhar para si
mesmo e os impactos causados pela relação entre eles.

Em relação a bateria e aplicação de testes, é primordial levar em consideração


sempre a demanda do paciente e seu sofrimento. É sempre a partir dessa demanda que
serão escolhidos os melhores testes a serem utilizados. Assim, embora padronizados, os
testes serão sempre colocados em ordem e aplicados de maneira singular para atender as
singularidades do próprio cliente.

Referências bibliográficas

MACEDO, M. M. K.; CARRASCO, L. K. (org). (Con)textos de entrevista:


olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo. Casa do Psicólogo. 2005

OCAMPO, M. L. S; ARZENO, M. E. G; PICCOLO, E. G. et all. O PROCESSO


PSICODIAGNÓSTICO E AS TÉCNIAS PROJETIVAS. Trad. Miriam Felzenszwalb.
São Paulo. Livraria Martins Fontes Editora Ltda. 1991.

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