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Resumo Este artigo apresenta uma metodologia para torque devem ser considerados. Diante desse fato, neste
modelagem e simulação de uma máquina de indução trifásica trabalho é desenvolvido e apresentado um modelo para MIT
para estudos dinâmicos. Vislumbrando uma melhor baseada na estrutura de referência qd0 [4]. Vale salientar que
compreensão sobre esta temática, é introduzido de forma esta abordagem tem importantes vantagens sobre a estrutura
sistemática o conceito de transformações de coordenadas de
de referência de fases abc. Dentre as quais se destacam [5, 6]:
fases abc para qd0 visando obter um modelo equivalente regido
por equações diferenciais desacopladas. Sob o aspecto de As equações dos fluxos concatenados estão desacopladas;
simulação, faz-se uso de um algoritmo de integração numérica As grandezas de sequência zero desaparecem para um
para desenvolver uma metodologia de simulação da máquina sistema balanceado, podendo até mesmo ser eliminado
por meio da simples solução de sistemas lineares de equações. dependendo do tipo de estudo, visando a redução do
Com a finalidade de avaliar a metodologia implementada, são número de equações de estado;
apresentados os resultados computacionais da partida de um Os projetos de controle para acionamento de máquinas
motor de indução quando o mesmo está sendo alimentada por nesta estrutura de referência são facilmente desenvolvidos
uma rede elétrica com qualidade comprometida.
visto que as variáveis podem se tornar unidirecionais por
Palavras-chaves Modelagem, máquina de indução trifásica, meio da escolha apropriada dos eixos de referência.
equações de estado, solução numérica, desequilíbrio. Neste contexto, este trabalho apresenta de maneira
sistemática a modelagem de MIT para estudos dinâmicos.
I. INTRODUÇÃO Para melhor compreensão dessa temática, inicia-se
introduzindo o conceito de transformações de coordenadas
A aplicação das Máquinas de Indução Trifásicas (MIT) está para obtenção de um modelo equivalente regido por equações
em plena ascensão, seja como motor ou como gerador. Neste diferenciais de solução mais simples. Facilitando a exposição
último, destaca-se o emprego dessas máquinas em fontes não da modelagem, apresenta-se o modelo da MIT no espaço de
convencionais de geração de energia elétrica. Enquanto que o estados, tendo as correntes ou fluxos como variáveis de
emprego da máquina de indução como motor tem crescido estado. Visando melhorar a didática no que tange a simulação
acentuadamente, devido aos avanços nos métodos de controle computacional da máquina, é apresentada uma metodologia
baseados principalmente na eletrônica de potência. A baseada em um método de integração numérica, o que
flexibilidade proporcionada pelos dispositivos eletrônicos nos possibilita que a simulação computacional da MIT seja obtida
acionamentos das máquinas de indução está substituindo por meio da simples solução de sistemas lineares.
quase que integralmente as Máquinas de Corrente Contínua Visando avaliar a metodologia proposta, apresenta-se um
(MCC) empregadas no setor industrial. Aliado a isso, versa estudo computacional de uma máquina de indução operando
também algumas características das máquinas de indução tais como motor em regime transitório, mais precisamente, uma
como: robustez, necessidade de pouca manutenção e, análise do comportamento durante a partida direta sob
principalmente, baixo custo comparativamente às MCC. condições não ideais de alimentação. Neste sentido, a
Visando dar suporte a este aumento da empregabilidade das máquina será conectada a uma rede desequilibrada e
máquinas de indução, a comunidade técnico-científica tem posteriormente a fonte com distorção harmônica com o
dedicado enormes esforços no desenvolvimento de modelos intuito de verificar o comportamento das grandezas elétricas
que facilitam e flexibilizam os estudos relacionados a este e mecânicas durante a partida da máquina. A utilização de um
equipamento que objetivam a obtenção de resultados com modelo dinâmico para a máquina torna desnecessário
elevado grau de detalhamento e de precisão. Contudo, em representar um modelo para cada componente harmônico e,
várias situações, estes modelos aparecem como “caixa preta” ao mesmo tempo, permite investigar a partida da máquina
[1], não sendo apresentada uma metodologia baseada em quando a mesma está sendo alimentada por uma rede com
métodos numéricos para solução das equações diferenciais distúrbios de qualidade da energia.
que regem o modelo.
Vale ressaltar que o modelo de regime permanente de uma
MIT não é condizente com certos tipos de estudos como, por II. MODELAGEM DA MÁQUINA DE INDUÇÃO TRIFÁSICA
exemplo, quando envolve acionamentos a velocidade variável
[2, 3]. Logo, um modelo dinâmico da mesma deve ser De acordo com a literatura clássica de máquinas elétricas
empregado, pois os efeitos instantâneos das variações das de indução, os comportamentos das tensões do estator e do
tensões/correntes, da frequência estatórica e das oscilações do rotor são regidos por (1) e (2).
d s Ao igualar as fmms resultantes em coordenadas abc e qd,
v s =R s i s . (1) obtém-se (5).
dt
d r ias
v r =R r i r . (2) iqs N abc
s
-1 s
dt s = s S P ib . (5)
d
i N qd ics
Estas equações são não lineares, pois, os fluxos dependem da
posição instantânea do rotor. Sob o aspecto de simulação, são 1 1
utilizadas técnicas de transformações de coordenadas as quais 1 2 2
permitem desacoplar as equações dinâmicas da máquina. P= . (6)
Uma transformação bastante usual e extremamente útil na 3 3
análise dos componentes elétricos é a transformação abc para 0 2 2
qd0. Dentro deste cenário, pode-se efetuar a equivalência
s
entre uma Máquina de Indução Bifásica (MIB) e uma MIT, Sendo, N abc o número de espiras por fase do estator da MIT.
sendo estas modeladas no sistema qd0 e no sistema abc, Desenvolvendo (5), é possível obter (7).
respectivamente.
A Fig.1 ilustra os pares de enrolamentos percorridos pelas ias
i N
i , i i , i
s s
r r s s
correntes rotóricas e estatóricas da MIB. q
W ibs .
=
abc
q d q d
s s
(7)
Para que a equivalência entre as máquinas seja verificada, é i N
d qd
ics
necessário que a co-energia/energia magnética armazenada
no circuito da MIT e da MIB seja a mesma. Considerando
Em que
que estas máquinas possuam dimensões físicas idênticas e
entreferro uniforme, a condição de contorno para 2 2
equivalência é que as máquinas possuam a mesma força cos cos 3 cos 3
.
magnetomotriz (fmm) no ponto G do entreferro. W (8)
.G
iqs
ω
sen sen
2
sen
3
2
3
vqs . q
É extremamente importante salientar que, para que esta
transformação seja biunívoca a matriz de transformação deve
vqr
iqr
. A
ser inversível. Diante deste argumento, esta exigência pode
ser cumprida com a inclusão de uma nova variável
denominada de i0 que seja proporcional à soma das correntes
γ
ia, ib e ic, a qual pode ser obtida a partir de (9).
r
αθ θ a s
2 2
cos cos 3
cos
3
vqds 0 W s R s W s iqds 0 W s
1 d
dt
W s 1
qds 0 . (18)
2 2 2 R s
W s sen sen
v fs
sen . (13)
3 3 3
Vale mencionar que a componente da tensão devido aos
1 1 1
fluxos de acoplamento, v sf , é uma função composta em ,
2 2 2 pois, a mesma medida em relação ao eixo rotativo q. Desse
Cuja inversa pode ser expressa por (14). modo, aplicando a regra da cadeia ao último termo de (18),
cos
sen
1
v fs W s
d
d
1 d
Ws
dt
qds 0 W s W s
1 d
dt
qds 0 .(19)
2 2
W s 1
cos
3
sen
3
1 . (14)
Após os devidos desenvolvimentos e simplificações,
2 2 0 1 0
cos sen 1
v 1 0 0 qds 0 qds 0 .
s d
3 3 f
dt
(20)
0 0 0
Diante do exposto, a relação biunívoca entre as
Us
componentes estatóricas abc para qd0 e qd0 para abc podem
ser obtidas através dos elementos de transformação W s e d
Sendo a velocidade de rotação do eixo qd em rad/s.
W s , respectivamente.
1
dt
As transformações entre componentes rotóricas abc para Procedendo de forma análoga, a tensão rotórica em
qd0 e qd0 para abc, podem ser obtidas a partir das matrizes coordenadas qd0, pode ser expressa por
Wr e Wr
1
apresentadas em (15) e (16) , respectivamente.
vqdr 0 R r iqdr 0 v fr . (21)
2 2
cos cos 3 cos
Em que:
3
0 1 0
2 2 2
W r sen sen sen . (15) v 1 0 0 qdr 0 qdr 0 .
r r d
(22)
3 3 3 f
dt
1 0 0 0
1 1
Ur
2 2 2
d r
Sendo r a velocidade de rotação do rotor em rad/s.
cos sen 1
dt
Representando as equações das tensões estatóricas e
W 3 cos 23
2 2
r 1 rotóricas na forma matricial,
sen 1 . (16)
3
2 2 vqds 0 R s 0 iqd 0 U s 0 qd 0 d qd 0
s s s
Em que Ls , Lsr ' , Lrs ' e Lr ' são matrizes de indutâncias. Uma Te
22
q id dr 'iqr ' 23 P2 dsiqs qsids .
3 P r' r'
(37)
vez que F é quadrada e não singular, as correntes podem ser
obtidas utilizando a matriz inversa.
III. SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES DE ESTADOS POR
Escrevendo (23) na forma padrão de espaço de estados, INTEGRAÇÃO NUMÉRICA
d
x Ax Bu . (26) A maioria das publicações a cerca de modelagem e
dx simulação de máquinas elétricas utilizam o software
MATLAB, mais precisamente o ambiente Simulink o qual
Sendo x , A , B e u o vetor de estados, a matriz de estados,
emprega diagramas de blocos para solução das equações
a matriz de saída e o vetor de entrada, respectivamente [10]. diferenciais. Por outro lado, é possível observar que os
Caso os fluxos sejam as variáveis de estados, as matrizes x , futuros profissionais que atuarão na área correlata possuem
A , B e u são expressas por (27)-(30). pouca desenvoltura com os procedimentos de implementação,
seja por desconhecimento das potencialidades do software ou
Rs 0 1 U s 0 até mesmo por questão relacionada à operacionalidade da
A F . (27)
0 Rr ' U r ' conexão dos diversos blocos que compõem o modelo. Nesse
0
sentido, este trabalho apresenta uma metodologia para
B 1. (28) facilitar a compreensão da implementação computacional da
uma MIT via solução numérica das equações representadas
s no espaço de estados.
x qdr' 0 . (29) A partir de um algoritmo de integração numérica,
qd 0 conhecendo o estado inicial x (t t ) e a entrada u (t ) ,
v s obtém-se a trajetória do sistema no espaço de estados
u qdr' 0 . (30) simplesmente integrando o vetor de estados, conforme
vqd 0 apresentado em (38) e (39).
t t
Caso defina as correntes como sendo as variáveis de
estados, estas equações são expressas da seguinte forma: t t
dx ( )
t t
Ax ( ) Bu ( ) d . (38)
t
Rs
1 0 U s 0 x (t ) x (t t ) Ax ( ) Bu ( ) d . (39)
A F F. (31) t t
0 Rr ' 0 U r '
Torna-se importante destacar que, diferentemente da
B F 1 . (32) representação no espaço de estados encontrada na teoria de
i s controle moderno [10], a matriz de entrada do modelo da
x qdr 0' . (33) MIT não é constante no tempo, pois esta depende do sistema
iqd 0 de referência adotado para os eixos qd0 e também da
velocidade do rotor. Dessa maneira, (39) pode ser expressa Os resultados do comportamento do torque desenvolvido
por na forma: pela MIT são mostrados na Fig. 3. Verifica-se que tanto o
t t
comportamento transitório quanto o de regime são
x (t ) x (t t ) Ax ( )d B u ( )d . (40) susceptíveis às alimentações não ideais.
t t t t
Qx H . (41)
Sendo:
t
QI A(t ) . (42) (a)
2
t t
H I A(t t ) x (t t ) B u (t ) u (t t ) . (43)
2 2
A partir de (41)-(43), é possível observar que a cada
iteração faz-se necessário solucionar um sistema de equações
transcendentais. Por outro lado, fazendo uso da aproximação
estabelecida em (44), constata-se que a solução das equações
da MIT pode ser obtida por intermédio da resolução de um
sistema linear simples conforme apresentado em (45). (b)
Fig. 2. (a) Comportamento da velocidade da MIT sob diferentes condições
de alimentação. (b) Detalhes do comportamento em regime permanente.
t
QQ I A(t t ) . (44)
2
Qx H . (45)
VI. REFERÊNCIAS