Вы находитесь на странице: 1из 5

25/03/2018 A Babilônia brasiliense - Revista Encontro

Assine Já | Fale Conosco | Quem Somos | Expediente

Busca Encontro Buscar

CAPA REVISTA ATUALIDADES ENCONTRO INDICA

EDIÇÃO 61 | FEVEREIRO 2018


TAMANHO DA LETRA ENVIAR IMPRIMIR CORRIGIR

(0) Comentários Votação: Compartilhe: 3

Cidades | Comércio »
A Babilônia brasiliense
Há mais de três décadas, as comerciais das quadras 205 e 206 Norte despertam
a curiosidade devido ao modelo arquitetônico diferente. Justamente por isso foi
apelidada com o nome do antigo império. Passear pelas construções, que mais
parecem um sinuoso labirinto, sempre reserva surpresas

Notícia

Cecília Garcia - Redação


Publicação:25/03/2013 14:48 Atualização:25/03/2013 15:08

ÚLTIMAS NOTÍCIAS MAIS


ACESSADAS

11:45 Proibição de homens gays


doarem sangue está na mira de
ativistas

10:47 Um defensor de ideais

17:06 Música de renome

16:47 Passo Largo lança o "Férias em


Nibiru"

15:24 Meu precioso cabaré

15:24 Colônia animada


No alto dos prédios comerciais, um pequeno oásis: o coreto foi revitalizado e transformou-
se em um lugar aprazível
15:24 O diabólico deus mercado

 
Existe um pedacinho de Brasília que foge ao padrão das quadras do Plano Piloto. Apenas a tipologia do
endereço, Comércio Local Norte (CLN), e a quantidade de blocos seguem o modelo tradicional. Essa
parte tão distinta é composta pelas comerciais 205 e 206 Norte. Experimentais, elas têm suas plantas
datadas de 1978 e foram inauguradas em 1979. Uma diferença essencial do projeto arquitetônico de
Doramélia Marra da Motta é interligar as duas quadras, que não são independentes entre si. São
administradas pelo mesmo síndico, fazem parte de um só condomínio e são ligadas por, acredite, duas
passagens subterrâneas.

Nesse intrincado conjunto arquitetônico, os blocos comerciais são emendados um ao outro e não têm
letras de identificação aparentes, o que dificulta a vida de quem precisa encontrar endereços no local.
Além disso, até subir ao primeiro e ao segundo pavimentos torna-se um desafio. Às vezes, depara-se com
becos sem saída. Às vezes, as escadas encontram-se ao final de labirintos. As rampas de acesso estão
do lado de fora dos prédios. Em meio a esse, aparentemente, abandonado fragmento de cidade, surgem
sempre surpresas.

http://sites.correioweb.com.br/app/noticia/encontro/revista/2013/03/25/interna_revista,552/a-babilonia-brasiliense.shtml 1/5
25/03/2018 A Babilônia brasiliense - Revista Encontro

As donas do ateliê ÔdeCasa, Alessandra Cardoso e Vera Guadalupe: responsáveis pela


reforma do terraço

À tarde, um acordeão toca uma melodia de Luiz Gonzaga. Seguindo o som encontra-se quem dedilha as
teclas do instrumento na única escola de música da quadra. Trata-se do militar Elijohn Sousa, que
aprendeu a tocar o complicado instrumento com o mestre Gonçalo Aquino Cardoso, mais conhecido como
Sivuquinha. Frequentador da comercial, o sanfoneiro acredita que um bom restaurante mudaria a cara do
lugar, se tornaria um ponto de encontro e, por que não, daria mais espaço para apresentações culturais.
Na escola, estão ainda outros dois discípulos de Sivuquinha: o comerciário Anderson Amaral e o analista
ambiental Júlio Azevedo. O último aponta uma das qualidades da quadra. Há abundância de vagas. Ali,
até os estacionamentos são diferentes, ficam no subsolo, que é aberto para a rua.

A sala de aula onde os musicistas tocam pertence à Tupiniquim Musical, inaugurada em 2005. O lugar
leva, inevitavelmente, a um corredor. Quem vê a passagem do lado de fora nem imagina que, por detrás
do concreto rachado e da pintura desgastada, encontra-se um belo terraço. Colorido, cheio de flores bem-
cuidadas, jogos de amarelinha e até uma rede para descansar. O acolhedor local foi totalmente
revitalizado pelas parceiras do Ateliê ÔdeCasa. Alessandra Cardoso e Vera Guadalupe são as
responsáveis pelo projeto que transformou a cara desse pequeno espaço. A repaginação está entre as
propostas das donas para o ateliê, que usam o local para a renovação de mobílias e a criação de objetos
de arte. A aparência do ambiente destoa do restante da quadra até na sua placa de boas-vindas.
Enquanto grandes cadeados e grades reforçadas estão presentes em quase todas as salas comerciais, o
local tem vidros transparentes e uma placa convidando: "Pode entrar!".

Mária do Carmo Bello, dona do petshop Armazém Rural, detém o recorde de


permanência na quadra: 22 anos

Do outro lado da rua, encontra-se o espelho da 206 Norte. A imagem refletida é a CLN 205. Lá, uma das
lojas que mais chama a atenção é o petshop Armazém Rural. Não só pelo tamanho (ocupa duas lojas),
mas também pelo tempo em que sobrevive na quadra. São 22 anos de funcionamento. A dona do
comércio, Maria do Carmo Lancini Bello, conta que, em 1991, quando o Armazém chegou à área, poucas
lojas estavam ocupadas e a rotatividade era muito grande. Havia uma loja de refrigeração, um pequeno
sacolão e uma padaria, que logo fechou. De acordo com a empresária, muitas pessoas, inclusive clientes,
desestimularam a permanência do comércio na quadra por ser um local onde "nada vai para frente". Ela
contrariou a fama e prosseguiu com suas atividades. Hoje, promove desfiles de pets e outras festividades,
tirando proveito da arquitetura diferente do lugar, que garante muito espaço livre à frente da loja.

Hoje, os 72 espaços comerciais (36 em cada quadra) estão ocupados, e apenas três são usados como
residência, de acordo com o síndico Aluísio Pereira. Um desses ambientes é o Espaço Cena, centro
http://sites.correioweb.com.br/app/noticia/encontro/revista/2013/03/25/interna_revista,552/a-babilonia-brasiliense.shtml 2/5
25/03/2018 A Babilônia brasiliense - Revista Encontro
cultural inaugurado em 2005. Guilherme Reis, diretor do local, lembra que, quando o espaço começou a
funcionar, a quadra era escura, abandonada. Só havia eles, o petshop e uma barraquinha de macarrão. O
diretor até brinca dizendo que parecia ter uma caveira de boi enterrada na entrequadra, já que tudo que
se abria lá não dava certo.

O piauiense Gonçalo Aquino, conhecido como Sivuquinha de Brasília, pode ser visto por
lá: aulas de acordeon

Para Guilherme, a cultura foi o vetor de transformação do ambiente. Com as intervenções artísticas, as
noites do local foram iluminadas e tornaram-se mais animadas, deixando a comercial mais segura e
frequentada. Outra ação do Espaço Cena foi a transformação artística em uma das passarelas
subterrâneas. Ela foi limpa, iluminada e decorada com a arte de grafiteiros da cidade. O resultado foi tão
surpreendente que a passagem virou cenário de documentário. Babilônia Norte é o nome do filme que usa
a ligação como uma de suas paisagens. A película trata da relação entre as artes e os artistas da cidade
com essas quadras da Asa Norte.
Produzido pelo Coletivo Capadócia, o filme terá a exibição inicial, em 27 de março, projetado no terraço
do Ateliê Ôdecasa.

A passarela subterrânea foi revitalizada e virou cenário do filme Babilônia Norte: a


realização é do Coletivo Capadócia

E se as quadras não fossem peculiares o suficiente, as histórias que as cercam já contribuiriam bastante
para a estranheza do local. No estacionamento da 205, por exemplo, há um senhor que mora em alguns
carros do local. Há 15 ou 20 anos, dependendo de quem conta a lenda, ele vive em companhia de
inúmeros gatos e pombos. Até aí, nada de excepcional. Mas os frequentadores da quadra, entre
comerciantes e transeuntes, afirmam que ele é o sucessor de outro homem que morava ali, nas mesmas
condições. À diferença do atual morador, o antigo carregava uma peixeira e dizia-se o defensor da
quadra. Infelizmente, o homem ficou doente e foi hospitalizado. Desde então, não houve mais notícias
dele e logo o substituto tomou seu lugar. Outro estranho acontecimento foi a aparição de um bar, que
rapidamente fez muito sucesso. Lotava todos os fins de semana e tinha uma cantora muito talentosa, com
futuro promissor. E tão veloz como surgiu, da noite para o dia, sem qualquer aviso, o comércio fechou e
nunca mais se ouviu falar da mulher que cantava.

http://sites.correioweb.com.br/app/noticia/encontro/revista/2013/03/25/interna_revista,552/a-babilonia-brasiliense.shtml 3/5
25/03/2018 A Babilônia brasiliense - Revista Encontro

Visão geral das comerciais da 205 e 206 Norte: modelo arquitetônico experimental
esconde sempre surpresas

Assim é o cotidiano das CLN 205 e 206. Permeadas por cultura, petshops, arquitetura alternativa e alta
rotatividade. As placas penduradas nos prédios nem sempre indicam comércios que ainda existem no
lugar. A antiga sinagoga e igreja protestante já se mudaram, mas os sinais de sua passagem continuam
nas marquises. Uma única instituição religiosa permanece no lugar: um centro espírita. Restaurante com
marmita a R$ 8, açougue, gráfica, loja de jogos, papelaria. Nada garante que daqui a uma semana tudo
isso esteja lá. Tudo é muito inconstante nesse peculiar pedacinho de Plano Piloto.

Para Guilherme Reis, do Espaço Cena, a cultura mudou a cara da quadra: noites mais
iluminadas e frequentadas

COMENTÁRIOS

Sua conta Revista

0 comentários Classificar por Mais recentes

Adicionar um comentário...

Plugin de comentários do Facebook

Os comentários estão sob a responsabilidade do autor.

http://sites.correioweb.com.br/app/noticia/encontro/revista/2013/03/25/interna_revista,552/a-babilonia-brasiliense.shtml 4/5
25/03/2018 A Babilônia brasiliense - Revista Encontro

Assine Já | Fale Conosco | Quem Somos | Expediente

ENCONTRO REVISTA ATUALIDADES ENCONTRO INDICA

PORTAIS JORNAL OUTRAS


SuperEsportes Correio Braziliense
EMPRESAS
CorreioWeb Look Indoor
Divirta-se TELEVISÃO DA Press
Eu Estudante TV Brasília
Vrum
Lugar Certo
RÁDIO
Admite-se Clube FM

http://sites.correioweb.com.br/app/noticia/encontro/revista/2013/03/25/interna_revista,552/a-babilonia-brasiliense.shtml 5/5

Вам также может понравиться