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Curso : Sistema de Proteção de

Máquinas Síncronas
Instrutor: Luiz Renato Gomes

1
LRG-ME 003/2012

Sistema de Proteção de
Máquinas Síncronas

Enfoque para Geradores

Versão 1.5 [09 OUT 2013]

2
Nossa Meta
Permitir que o treinando consiga lidar
com os aspectos teóricos e práticos
na área de proteção de sistemas
elétricos focando a máquina síncrona.
3
Nosso Método
Dividir Experiências &
Somar Competências

4
George Simon Ohm
[1787 – 1854]

Grande físico e matemático germânico.


Trabalhou nos campos da geometria, acústica e eletricidade.
Era professor, porém cultivava a técnica do trabalho manual.
Embora sua tendência maior fosse de encarar a parte
matemática dos problemas, a habilidade de experimentador lhe
foi muito útil porque uma pessoa que também trabalhe com as
mãos, e veja como os fenômenos acontecem, adquire muito
mais recursos de imaginação do que aquela que se limita a
trabalhar com lápis e papel.

[Roberto A. Salmeron]

5
RESUMO

Curso: Sistema de Proteção de Máquinas Síncronas

 Generalidades Acerca da Proteção em Sistemas Elétricos


 Aspectos Gerais de Máquinas Síncronas
 Filosofia Geral de Proteção de Geradores
 Os Principais Tipos de Proteção de Máquinas Síncronas
 Análise Sobre Curto-circuito em Sistemas Elétricos de Potência
 Exemplos Práticos e Simulações com Modelos Reais
 Conjunto de Normas Aplicáveis a Proteção de Geradores
 Ocorrências Importantes no Sistema Elétrico de Potência
 Procedimentos Gerais na Manutenção da Proteção de Geradores

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AGENDA

Curso: Sistema de Proteção de Máquinas Síncronas

Carga Horária: 24 horas


Local: UHE de Peixe Angical - ENERPEIXE

Definição do Horário

 Manhã: 08:00 às 12:00


 Intervalo: 10:00 às 10:15
 Tarde: 13:00 às 17:00
 Intervalo: 15:00 às 15:15

7
O SISTEMA DE PROTEÇÃO é composto de:

 SENSOR  TPs, TCs, Bóias, Bulbos, PT 100

 COMANDO  Relés

 AÇÃO  Disjuntores, Fusíveis,


Servo-Válvulas, Servomotores

 ACOMPANHAMENTO  Oscilografia

8
OBJETIVOS DA PROTEÇÃO
 Minimizar a extensão do dano causado pela ação de uma falta.

 Manter as partes sadias em operação normal.

 Evitar a perda da estabilidade no sistema síncrono pela eliminação


rápida do agente sob falta.

 Manter a coordenação operativa respeitando a atuação dos órgãos


de controle automático como reguladores de velocidade, sistemas
de excitação e PSS [Power Systems Stabilizer].

 Preservar vidas humanas.

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CARACTERÍSTICAS DA BOA PROTEÇÃO
 Velocidade de Ação
A rapidez de ação da proteção promoverá a minimização do dano, a manutenção da
estabilidade e a operação normal das partes sadias.
 Sensibilidade Operativa
A sensibilidade operativa garantirá que a proteção atue durante as anormalidades
para o menor valor sob o qual ela foi projetada e especificada.
 Confiabilidade
A probabilidade de atuação da proteção dependerá diretamente da confiabilidade
operativa desta, onde os quesitos qualidade de equipamento bem como qualidade de
manutenção são primordiais.
 Seletividade
A estabilidade do sistema elétrico tem tudo a ver com a seletividade operativa
garantindo a devida coordenação entre os dispositivos de proteção.
 Repetibilidade
A repetibilidade de atuação em diferentes distúrbios e para os mesmos valores
garantirá a devida confiabilidade da proteção.

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EQUAÇÃO BÁSICA DO RELÉ DE INDUÇÃO

iF1, iF2: correntes devido


aos fluxos magnéticos
F1, F2: forças elétricas devido
aos fluxos magnéticos
FT: fluxo total

Figura 1 – O Relé de Indução do Tipo Disco

11
EQUAÇÃO BÁSICA DO RELÉ DE INDUÇÃO

 relés de sobrecorrente  C  α I1I2 sen θ


 relés de sobretensão  C  β V1V2 sen θ
 relés de indução  C   12 sen θ
Nas equações anteriores considerar:

, ,  - constantes de proporcionalidade
I1, I2: correntes aplicadas
V1, V2: tensões aplicadas
C : conjugado ou torque eletromagnético
F1, F2: fluxos magnéticos aplicados
q : ângulo entre os vetores das grandezas envolvidas

12
EQUAÇÃO BÁSICA DO RELÉ DE INDUÇÃO

Figura 2 – Relé de Sobrecorrente

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EQUAÇÃO BÁSICA DO RELÉ DE INDUÇÃO
 π   π
C  αI2I1i sen θ    T   αI2I1i sen θ  T     αI2I1i cos θ  T 
 2   2

Pela expressão anterior o conjugado máximo será obtido para θ  T  kπ ; assim


tem-se:
θ  T  kπ com k  Z  (*)

Nota:

Através do artifício descrito consegue-se, para um mesmo relé, obter qualquer


ângulo
de conjugado máximo de modo a atender determinadas configurações.

Essa é a técnica utilizada pelos fabricantes de relés em seus projetos originais.

(*) Z  é conjunto dos números inteiros positivos [0,1,2,3,4 ...]


14
FALTAS E DEFEITOS conceituação
Em termos de conceituação, pode-se criar uma diferença entre defeito e falha.

 Chama-se defeito uma situação tal a que um determinado sistema ou equipamento


fica sujeito temporariamente, e de caráter transitório, que não impede esse
equipamento de operar, mesmo que partes de suas funções estejam inoperantes. A
situação tem caráter de urgência.

 Chama-se falha uma situação tal a que um determinado sistema ou equipamento


fica sujeito de modo que exista a perda total e permanente de suas funções por razões
outras. A situação tem caráter de emergência.

 Urgência é aquilo que tem de ser atacado, no sentido de assistência, porém não de
imediato.

 Emergência é tudo aquilo que necessita de assistência imediata.

 A falta, nesse sentido, pode ser definida com sendo um agente físico inesperado
que age sobre um determinado sistema ou equipamento provocando defeito ou falha
deste.
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FALTAS E DEFEITOS conceituação
Considerando-se um sistema elétrico de potência com 3 fases distintas, equilibradas,
com grandezas de ordem elétrica dispostas na forma de fasores defasados de 120º
elétricos entre si, com seus equipamentos principais tais como geradores, linhas de
transmissão, transformadores, compensadores síncronos, sistemas auxiliares,
cargas, etc, e um potencial de terra de referência. A partir dessa situação tem-se:

 A falta trifásica simétrica que é um tipo específico de falta que não ocorre na
prática. Consiste na junção das 3 fases de saída de um sistema trifásico e levá-lo a
terra(*).

 A falta fase e terra que consiste em se levar uma das fases a terra.

 A falta fase-fase e terra que consiste em se levar duas das fases a terra.

 A falta fase-fase que consiste em se colocar uma fase em contato com a outra.

(*) O aterramento da falta pode ser franco quando este se faz de maneira direta, ou
através de uma resistência ou de uma indutância ou de uma impedância.

16
FALTAS E DEFEITOS conceituação
 Também é considerada falta a abertura de fases tal como de uma da fases, ou de 2
das fases ou das 3 fases podendo ser simultaneamente ou não, estando o sistema em
operação normal dentro de suas condições nominais de carregamento.

 Além desses exemplos clássicos de falta existem outros mais específicos que
também impõem ao sistema ou equipamento condições anormais que podem provocar
defeito ou falha nesses dispositivos.
Considerando o equipamento hidrogerador podem-se citar algumas situações tais
como:

 perda de excitação por falha no sistema de excitação


 sobrevelocidade quando em operação em vazio por falha no regulador de
velocidade
 sobretensão por falha no regulador de tensão ou por descarga atmosférica
 sobreaquecimento por falha no sistema mecânico-hidráulico de controle
 fechamento de disjuntor principal com fases trocadas
 sobretensão acompanhada de subfreqüência quando da perda de geração no
sistema interligado
 perda da estabilidade quando da operação na região de subexcitação
 efeitos de autoexcitação, ferro-ressonância ou ressonância.
17
MÁQUINAS SÍNCRONAS - GENERALIDADES

A MÁQUINA SÍNCRONA

O conjunto de geração, em um sistema elétrico interligado, é


formado de máquinas síncronas, um tipo específico de máquina
elétrica projetado e fabricado para operar, de modo paralelo, em
uma rede elétrica de potência onde haja controle dos fluxos de
potência ativa e de potência reativa.
Nas usinas hidrelétricas empregam-se Máquinas Síncronas de
pólos salientes [salient-pole type] e nas usinas térmicas
empregam-se Máquinas Síncronas de pólos lisos [round-rotor
type or cylindrical type].

18
MÁQUINAS SÍNCRONAS - GENERALIDADES

L  D . cos δ
r  L E q
r  D . cos δ  E q

Potências Ativa e Reativa


EqV 1 2  1 1 
P sin δ  V  sin 2 δ
xd 2  xq xd 
 
2
Q
EqV
xd
cos δ 
1 V
2 xd xq
   
xd  xq  xd  xq cos 2 δ 
Figura 3 – Diagrama Vetorial da Máquina Síncrona em Regime Permanente
19
MÁQUINAS SÍNCRONAS - GENERALIDADES
No diagrama vetorial da figura 3 considerar:
E : FEM da máquinasíncrona
V : tensão terminalda máquina
E q : FEM da máquinasíncrona em vazio
I : corrente de estator da máquina
I d : corrente de estator da máquinade eixo d
I q : corrente de estator da máquinade eixo q
X d : reatância da máquinade eixo d
X q : reatância da máquinade eixo q
δ : ângulo elétrico de transferência de potência
 : ângulo elétrico entre a tensão e a corrente
ω : freqüênciaangular de rotação

20
MÁQUINAS SÍNCRONAS - GENERALIDADES
Notas:

Muitas vezes, dúvidas aparecem quanto à origem do diagrama vetorial, às


vezes também chamado de diagrama fasorial, como esse diagrama vetorial da
máquina síncrona apresentado na figura 3, anterior.

Na realidade sua origem se remonta ao estudo da teoria de máquinas


síncronas quando são empregadas as chamadas transformações de Blondel,
que também são conhecidas como transformações de Doherty, Nickle, Park e
outros. Ver referência 4.

Durante o procedimento de transformação são idealizados 3 eixos, um eixo


alinhado com o rotor chamado eixo direto ou apenas eixo "d", o outro a 90°
elétricos atrasados do primeiro e chamado eixo em quadratura ou apenas eixo
"q" e um eixo para comportar a seqüência zero, chamado de eixo "zero".
Trabalhando com um sistema equilibrado ficam apenas os eixos "d-q" e as
equações em tensão conduzem a um sistema vetorial que pode ser expresso
segundo um diagrama vetorial do tipo mostrado na figura 3.

21
MÁQUINAS SÍNCRONAS - GENERALIDADES

Figura 4 – Carta de Capabilidade da Máquina Síncrona em Regime Permanente


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MÁQUINAS SÍNCRONAS - GENERALIDADES
Carta de Capabilidade ou Capacidade da Máquina Síncrona

 Trata-se de um diagrama recursivo que define os limites operativos de uma


máquina síncrona, no caso, um hidrogerador.
 Definem-se os limites térmicos tanto do rotor quanto do estator.
 Define-se o limite de geração da turbina hidráulica.
 Define-se a zona de subexcitação do gerador.
 Define-se o ponto nominal de operação do gerador fixando-se a potência
ativa, a potência reativa e o cos phi.
 Define-se o círculo de excitação mínima para a fixação dos ajustes da
proteção de perda de excitação, relé G40, e do limitador de subexcitação.

Nota:
A carta de capabilidade da máquina é uma relação da potência ativa versus
potência reativa traçada no plano cartesiano. Normalmente só vale para a
condição operativa na qual a máquina estiver com a tensão nominal.

23
MÁQUINAS SÍNCRONAS - GENERALIDADES
Diagrama no Plano X- I(*) da Máquina Síncrona

 Trata-se de um diagrama em que se elimina a grandeza tensão terminal das


equações de potência da máquina síncrona.
 Como resultado tem-se um diagrama único válido para qualquer nível de
tensão terminal.
 Define-se a zona de subexcitação do gerador.
 Definem-se as zonas de oscilação de potência e de impedâncias.
 Trabalha-se com os valores das impedâncias da máquina e do sistema.

Nota: Esse diagrama é utilizado na definição da proteção de perda de excitação


da máquina, relé G40. Ver figura 5.

(*) Também conhecido como plano complexo, ou plano X-R ou ainda plano IX
versus IR.

24
MÁQUINAS SÍNCRONAS - GENERALIDADES

Figura 5 – Diagrama de Impedância da Máquina Síncrona em Regime Permanente

25
FILOSOFIA DA PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
As máquinas síncronas, geradores e motores, via de regra, estão sujeitas a
diversas condições anormais durante a sua operação, tais como:

 Faltas nos enrolamentos elétricos do estator e rotor.


 Operação em regime de sobrecarga.
 Perda de excitação por falha no sistema de excitação.
 Fenômenos de origem sistêmica como desbalanço de cargas, oscilação de
potência sustentada ou não, sobretensão, sobrecorrente e sub ou
sobrefreqüência.
 Rejeição de carga com sobrevelocidade e sobrepressão do conduto forçado.
 Fenômenos durante partida e parada de máquina como sobrevelocidade por
falha em regulador de velocidade além de sobretensão terminal e sobrecorrente
de excitação por falha em sistemas de excitação e/ou reguladores de tensão.
 Potência inversa com a motorização principalmente em máquinas térmicas.
 Perda de estabilidade por desajustes em reguladores de velocidade.

Nota: A máquina é o componente mais caro do sistema elétrico de geração.

26
FILOSOFIA DA PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
 Muitas dessas condições anormais não necessariamente exigem o súbito
desligamento da unidade geradora com o TRIP e a parada automática.

 Mesmo assim existem situações tais que, por violação dos limites operativos do
equipamento, há a necessidade de se proceder ao desligamento.

 A questão do custo versus benefício é que determinará a necessidade ou não da


utilização de um sistema mais ou menos complexo de proteção.

 As máquinas de grande porte [acima de 30 MW] têm sido dotadas de sistemas


de proteção mais complexos.

 Outra observação tem a ver com a coordenação de atuação entre os órgãos de


proteção e os órgãos de controle automático tais como reguladores de velocidade,
sistemas de excitação e PSSs.

 Normalmente, os equipamentos ligados à rede básica [acima de 230 kV] também


têm sido dotados de sistemas de proteção mais complexos.

27
FILOSOFIA DA PROTEÇÃO DE MÁQUINAS

Figura 6 – Grupos de Proteção Principal e Suplementar de um Hidrogerador


28
FILOSOFIA DA PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Esquema de Proteção de Geradores
Máquinas Síncronas
Proteção 3P 1P 4P 2P 5P
Principal 86 prin 86 prin 5 prin 5 prin 94 prin
94 prin 86X prin 94 prin
Proteção 3S 1S 4S 2S 5S
Suplementar 86 supl 86 supl 5 supl 5 supl 94 supl
94 supl 86 X supl 94 supl
Bloqueio ON ON OFF OFF DESL

Rejeição ON OFF ON OFF DESL

Tabela 1 – Grupos de Proteção Principal e Suplementar de um Hidrogerador


29
FILOSOFIA DA PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Grupo : 1 Principal / 1 Suplementar
Com Bloqueio e Sem Rejeição de Carga

 Proteções de temperatura dos mancais da máquina.

 Proteções de fluxo de óleo de lubrificação dos mancais da máquina.

 São proteções referentes à parte mecânica da máquina, geralmente de


temperatura, e que não exigem a eliminação imediata.

 O bloqueio visa garantir que o retorno da máquina só possa ser liberado após
feita uma inspeção pelas equipes de manutenção e operação da unidade geradora.

 O bloqueio é automático e o desbloqueio é manual [característica principal do relé


de bloqueio].

30
FILOSOFIA DA PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Grupo : 2 Principal / 2 Suplementar
Sem Bloqueio e Sem Rejeição de Carga

 Proteção de temperatura do óleo de acionamento do regulador de velocidade.


 Supervisão da posição das comportas de tomada d’água.
 Supervisão dos fluxos de água de refrigeração do óleo lubrificante dos mancais
da máquina.
 Supervisão da seqüência de partida da máquina.

 São proteções referentes à parte mecânica da máquina, geralmente de


temperatura de circuitos auxiliares, e que não exigem a eliminação imediata.

 Como são mais proteções de supervisão, não necessitam de bloqueio.

 O bloqueio é automático e será mantido por enquanto houver a falta [isso não
caracteriza a presença do relé de bloqueio].

31
FILOSOFIA DA PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Grupo : 3 Principal / 3 Suplementar
Com Bloqueio e Com Rejeição de Carga

 Proteção de sobrevelocidade da máquina.


 Proteção contra perda da regulação de velocidade.
 Proteção incorporada contra falha do sistema de excitação.
 Proteção incorporada do transformador elevador de saída da máquina.
 Proteção contra correntes de seqüência negativa.
 Proteção diferencial do gerador e diferencial de gerador-transformador de saída.
 Proteção contra falta a terra no estator.
 Proteção de sobretensão da máquina.
 Proteção diferencial do transformador de saída.
 Proteção diferencial do transformador do serviço auxiliar da máquina.
 Proteção diferencial de linha curta.
 Proteção de distância da linha curta.
 Proteção de sobrecorrente do gerador, do transformador de saída e do
transformador do serviço auxiliar

32
FILOSOFIA DA PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Grupo : 3 Principal / 3 Suplementar [Continuação]
Com Bloqueio e Com Rejeição de Carga

 São proteções referentes à parte elétrica da máquina, transformador de saída e


transformador do serviço auxiliar que exigem a eliminação imediata seguida do
comando de fechamento rápido do distribuidor do regulador de velocidade e abertura
imediata do disjuntor principal, caracterizando a rejeição de carga.

 O bloqueio visa garantir que o retorno da máquina só possa ser liberado após
feita uma inspeção pelas equipes de manutenção e operação da unidade geradora.

 O bloqueio é automático e o desbloqueio é manual [característica principal do


relé de bloqueio].

33
FILOSOFIA DA PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Grupo : 4 Principal / 4 Suplementar
Sem Bloqueio e Com Rejeição de Carga

 Proteção contra discordância turbina-gerador [comando de parada junto com


máquina interligada].
 Proteção contra a aplicação indevida dos freios da máquina em rotação acima do
valor especificado.
 Proteção de Volts-Hertz.
 Proteção contra perda de excitação.
 Proteção contra a abertura indevida do disjuntor de campo [perda de excitação].

São proteções que caracterizam por situações de origem externa, que, embora não
exijam o concurso do relé de bloqueio, exigem o imediato desligamento da máquina
o que caracteriza a rejeição de carga.

34
FILOSOFIA DA PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Grupo : 5 Principal / 5 Suplementar
A máquina é apenas desinterligada

Comando de abertura dos disjuntores da máquina após comando de parada


automática logo após o descarregamento da máquina.

Nota:

Percebe-se que nos grupos 1P/1S e 3P/3S é utilizado o relé 86P ou 86S para
desempenhar as funções de bloqueio e que nos grupos 2P/2S e 4P/4S é utilizado
o relé 5P ou 5S não para desempenhar as funções de não bloqueio mas sim para
garantir o mesmo bloqueio.

Assim poder-se-ia dizer que qualquer um dos grupos analisados admitiria bloqueio
e isto é o que na realidade ocorrerá, somente com a diferença de que o relé 86P
ou 86S possui intertravamento eletromecânico manual exigindo, por si só, a ação
humana para o seu pronto restabelecimento.

35
FILOSOFIA DA PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Grupo : 5 Principal / 5 Suplementar

Notas:

O relé 5P ou 5S não exige a ação humana para o seu restabelecimento.

Pela norma ANSI [American National Standards Institute], antiga ASA [American
Standard Association] , a função 86 refere-se a "Locking-out Relay"  relé de
bloqueio e a função 5 refere-se a "Stopping Device"  relé de interrupção, relé
de parada.

Pela mesma norma o relé 94 tem a função "TRIPping Relay" relé de


desligamento ou de TRIP.

36
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
1. Proteções incorporadas à turbina hidráulica [Grupo 1]

 Temperatura das sapatas do mancal de guia da turbina.


 Temperatura das sapatas do mancal de guia do gerador.
 Temperatura das sapatas do mancal de escora do conjunto turbina-gerador.
 Temperatura do óleo lubrificante do mancal de guia da turbina(*).
 Temperatura do óleo lubrificante do mancal de guia do gerador.
 Temperatura do óleo lubrificante do mancal de escora do conjunto
turbina- gerador.
 Nível do óleo lubrificante do mancal de guia da turbina(*).
 Nível do óleo lubrificante do mancal de guia do gerador.
 Nível do óleo lubrificante do mancal de escora do conjunto turbina-gerador.
 Fluxo de água de refrigeração do óleo lubrificante do mancal de guia da
turbina(*).

(*) Geralmente o mancal de guia da turbina é lubrificado à graxa que é bombeada em


períodos determinados e não tem a sua temperatura monitorada.

37
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
1. Proteções incorporadas à turbina hidráulica [Grupo 2]

 Fluxo de água de refrigeração do óleo lubrificante do mancal de guia do gerador.

 Fluxo de água de refrigeração do óleo lubrificante do mancal de escora do


conjunto turbina-gerador.

 Fluxo de água do sistema de vedação deslizante do eixo da turbina entre os


anéis de carvão.

 Nível de água de inundação da turbina e casa de força.

38
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
1. Proteções incorporadas à turbina hidráulica

 Essas proteções fazem parte dos grupos 1 e 2 Principal e 1 e 2 Suplementar e


operam com a ação de bloqueio sem rejeição de carga e com a ação sem bloqueio e
sem rejeição de carga, respectivamente.

Notas:

(*) A seqüência de automatismo, em sistemas convencionais, é elaborada por


intermédio de relés de comando que ficam instalados nos painéis do regulador de
velocidade uma vez que, na grande maioria dos casos, o fabricante da turbina é o
mesmo do regulador.

Em sistemas não-convencionais o automatismo é elaborado através de software e é


separado do sistema supervisório de operação. Ainda assim ele fica sediado em
CLPs instalados em cubículos próximos ao gabinete do regulador eletrônico.

39
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
2. Proteções incorporadas ao regulador de velocidade [ Grupos 2 e 3]

 Temperatura do óleo de acionamento e comando. [Alarme ou Grupo 3]


 Pressão do óleo de acionamento e comando no tanque principal de ar-óleo.
[Grupo 2]
 Pressão do óleo de acionamento e comando no tanque reserva de ar.(*)
 [Grupo 2]
 Sobrevelocidade 1 de 125% de RPM, via sensor elétrico ou eletrônico.
 [Grupo 3]
 Sobrevelocidade 2 de 150% de RPM, via sensor de pêndulos mecânicos.
[Grupo 3]
 Falha no regulador eletrônico. [Alarme ou Grupo 3]

(*) Normalmente o sistema hidráulico do regulador de velocidade conta com 3


tanques: o principal de ar-óleo, o reserva ou secundário de apenas ar e o tanque de
emergência de ar-óleo. Outros projetos não prevêem o tanque reserva.

40
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
2. Proteções incorporadas ao regulador de velocidade

Temperatura do óleo de acionamento e comando


Quando a válvula proporcional é um sistema do tipo atuador eletro-hidráulico a
temperatura é tratada na forma de supervisão não exigindo a ação de TRIP ou de
bloqueio da proteção atuada. Nos reguladores eletrônicos do tipo digital a
temperatura de operação é fundamental porque na maioria dos casos a válvula
proporcional é agrupada num sistema de laço fechado juntamente com o servomotor
piloto utilizando-se a técnica de alimentação chamada PWM(*). São blocos reduzidos
em tamanho, se comparados aos convencionais, cujo desempenho da válvula
proporcional é função direta da viscosidade do óleo de acionamento e, por
conseguinte, da temperatura. O conjunto exige uma temperatura mínima, um valor na
casa dos 32 ºC, para seu perfeito funcionamento.

(*) PWM – Pulse Width Modulation, um tipo de modulação da fonte de alimentação


desenvolvido na eletrônica de telecomunicações.

41
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
2. Proteções incorporadas ao regulador de velocidade

Pressão do óleo de acionamento e comando no tanque principal de ar-óleo.


Essa proteção é calculada em cima da capacidade hidráulica do projeto do sistema
mecânico-hidráulico. Define-se o limite de mínima pressão suportável pelo sistema
de regulação, na operação em regime interligado, quando ainda é possível haver
pelo menos 2 excursões de 0 a 100% do curso total do distribuidor. Essa situação
visa garantir que por qualquer motivo, mesmo que mecânico, se tenha uma reserva
para o fechamento do distribuidor após o comando de TRIP e bloqueio.

Essa é uma situação muito perigosa!

O problema é que ao se dar o TRIP, há o desligamento elétrico da máquina


com o conseqüente zeramento imediato da potência elétrica resistente o que
faz com que a potência acelerante no eixo atinja o valor de 100% provocando
uma sobrevelocidade, muitas vezes, inadmissível de modo que o entreferro da
máquina tende a zero. A conseqüência pode ser a destruição do conjunto
turbina-gerador. Por vezes a folga do mancal de guia do gerador é inferior ao
valor de entreferro da máquina.
42
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
3. Proteções incorporadas ao sistema de excitação [Grupo 3]

 Falha geral no sistema de excitação.(*)


 Atuação do relé de gás do transformador de excitação.
 Temperatura do enrolamento transformador de excitação.
 Atuação da válvula de alívio do tanque do transformador de excitação.
 Sobrecorrente de excitação [em CA ou CC] do transformador de excitação.
 Sobretensão de campo.
 Temperatura das pontes de tiristores.
 Perda da tensão de sincronismo dos tiristores.
 Falha em pontes de tiristores.
 Circulação de corrente CC entre as pontes de tiristores.(**)
 Falha de tiristores isolados.
 Fontes de alimentação com defeito.

(*) Geralmente, existe um relé de falha geral que recebe o sinal de TRIP de todas as
demais proteções incorporadas.

(**) Costuma-se utilizar dessa proteção com o relé 76 em sistemas que apresentam
pontes negativas de tiristores.
43
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
3. Proteções incorporadas ao sistema de excitação [Grupo 3]

Sobrecorrente de excitação [em CA] do transformador de excitação

Figura 7 – Esquema de um Relé de Sobrecorrente de Excitação

44
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
3. Proteções incorporadas ao sistema de excitação [Grupo 3]

Sobrecorrente de excitação [em CA] do transformador de excitação

Dados

 Relé instalado na baixa tensão do transformador de excitação TE

 Relé do tipo tempo inverso [ajuste de dial time e tap]

 RTC = 150/1 [A]

 Catálogo do relé fornece os seguintes valores de tap:

TAP № : 1,2 – 2,4 – 3,6 – 4,8 A

45
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
3. Proteções incorporadas ao sistema de excitação [Grupo 3]

Sobrecorrente de excitação [em CA] do transformador de excitação

Cálculo das correntes primária e secundária em função da potência nominal do TE

3900 3900
I1   136,46 A I2   1608,33 A
16,5 3 1,4 3
Cálculo da corrente no relé

 1,3 I1  1,3 136,46  1,183 A


I relé
RTC 150

TAP mais próximo dado no relé: TAP = 1,2 com Corrente de pickup = 1,2 A

46
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
3. Proteções incorporadas ao sistema de excitação [Grupo 3]

Sobrecorrente de excitação [em CA] do transformador de excitação

Subsídio
I pickup Ia pickup Ib pickup
TAP  TAPa  TAPb 
RTC RTC RTC
Eliminando-se a variável RTC entre as equações vem:
TAPa
Ia pick up  Ib pickup
TAPb
Novos valores das correntes primária e secundária :
1,2 16500
I'1 pickup  136,46 1,3  180,40 A I' 2 pick up  180,40  2126,14 A
1,18 1400

47
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
3. Proteções incorporadas ao sistema de excitação [Grupo 3]

Sobrecorrente de excitação [em CA] do transformador de excitação

Notas:

Pelo ajuste estabelecido, uma corrente primária de 180 A/linha seria suficiente para
atuar o relé em aproximadamente 9s se o dial time escolhido for DT=0,4.

Considerando-se o valor da corrente no lado de baixa do TE

I' 2 CA  2126,14 A/linha


implicará num valor de corrente nos braços de uma ponte de tiristores trifásica com 6
tiristores e gatilhamento a 0º elétricos de:
2126,14
ITiristor CC   2602,37 A/braço
0,817

48
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
4. Proteções incorporadas ao transformador elevador de saída [Grupo 3]

 Relé de gás.
 Temperatura do enrolamento de alta.
 Temperatura do enrolamento de baixa.
 Atuação da válvula de alívio do tanque.
 Temperatura do óleo isolante.
 Nível do óleo isolante.

Nota:
A proteção de Volts-Hertz ora é representada pelo relé que atua e comanda o set
point ou referência do regulador de tensão no sentido de diminuir a corrente de
excitação da máquina, ora pelo limitador de Volts-Hertz que promove a limitação da
corrente de excitação evitando que a relação Volts / Hertz atinja valores limites
estabelecidos pelo projetista do transformador. A relação de Volts por Hertz é a
relação entre os valores instantâneos da tensão terminal e da freqüência síncrona.

49
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
5. Proteção de seqüência negativa ou desbalanço de corrente [Grupo 3]

Função ANSI: G46

 Quando houver, p. ex., a interligação de uma máquina com a seqüência de fase


trocada que não a seqüência normal e correta A,B,C, ocorrerá a circulação de
correntes de freqüência 120 Hz pelo sistema elétrico. Haverá indução de correntes de
120 Hz no rotor, indução externa que poderá provocar o superaquecimento e
conseqüente dano para o equipamento. Segundo a referência 2, o grande problema
verificado nesse caso é a elevação da temperatura nas partes superficiais do rotor.
Haverá perda de isolamento das bobinas do rotor que começarão a inchar e a
descolorir.

 Suponha-se que a potência gerada pela corrente instantânea "i2" de 120 Hz ocorra
sobre uma resistência "r" , hipotética, no circuito do rotor de uma máquina síncrona.

50
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
5. Proteção de seqüência negativa ou desbalanço de corrente [Grupo 3]

Potência dissipada na resistência r  P  r i2 2 (t )

Em pu, segundo uma base de valores previamente escolhida de potência e corrente no


rotor, respectivamente, P0 e I0 , vem que:
w dw
P  i2 2 (t ) em pu P   dw  i 2 2 (t ) dt
t dt
T
0 i 2 2 (t ) dt
Dois valores são válidos, o valor eficaz  I2 RMS 
T
t

e o valor equivalente  I2 EQ 
0 i 2 2 (t ) dt
t

A diferença é que no valor eficaz é considerado o período da função.

51
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
5. Proteção de seqüência negativa ou desbalanço de corrente [Grupo 3]
w (t ) t
Da equação anterior na derivada vem  dw  i 2 2 (t ) dt  o dw  w   i 2 2 (t ) dt
0

t
Ao mesmo tempo em que   i 2 2 (t) dt t
0 i2
I2 2 EQ  0  2 (t) dt  t (I 2
2 EQ )
t
t
0 i2
w 2 (t) dt  t I 2 2
Logo  2 EQ  w  t( I2 EQ )

Assim, a energia dissipada pela circulação de corrente de seqüência negativa sobre o


rotor de uma máquina síncrona é expresso em função do valor dessa corrente.

52
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
5. Proteção de seqüência negativa ou desbalanço de corrente [Grupo 3]

Relé G46
Genérico

Figura 8 – Característica de Tempo versus Corrente Seqüência Negativa Relé 46

53
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
5. Proteção de seqüência negativa ou desbalanço de corrente [Grupo 3]
 Na pior das hipóteses, uma máquina síncrona suportaria um curto-circuito trifásico
simétrico em seus terminais, estando em operação com carga nominal, na tensão
nominal, em até 300ms sem se danificar.
 A energia dissipada através da circulação de corrente de seqüência negativa não
deverá superar os limites de valores sugeridos na seguinte seqüência ou pelo projetista.
Dados apresentados na referência 3:

w  t( I 2 2 EQ )  40
 Máquinas Hidráulicas 
 Máquinas Térmicas  w  t( I 2 2 EQ )  30
 Motores Síncronos  w  t( I 2 2 EQ )  30

Nota: Geralmente, o TRIP do relé G46 pode ser ajustado para um valor de 7,5 a 8% da
relação entre a componente instantânea de seqüência negativa pela mesma
componente relativa à fundamental verificada no curto-circuito trifásico simétrico.
54
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
6. Proteção diferencial do gerador [Grupo 3]

Função ANSI: G87

 Quando houver, p. ex., curto-circuito entre fase-fase, entre fase e terra e entre fase-
fase e terra, dentro da área dos enrolamentos do estator da máquina síncrona, a
proteção ideal e mais eficiente é a proteção diferencial de gerador.

 A proteção diferencial tem a importante característica de ser um tipo de proteção


local de alta performance.

 O arranjo adotado para esta proteção evita a atuação fora da área de proteção.

 Trata-se de uma proteção em corrente.

 A figura 9 mostra o arranjo unifilar da proteção diferencial onde "I " representa as
correntes nas diferentes partes do circuito.

55
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
6. Proteção diferencial do gerador [Grupo 3]

Figura 9 – Proteção Diferencial de Máquina Relé G87

56
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
6. Proteção diferencial do gerador [Grupo 3]

Figura 10 – Distribuição de Correntes nas Bobinas de operação e Restrição

Na figura 10 pode-se notar que as bobinas de restrição foram montadas de forma que a
corrente fosse dividida pela metade nos 2 ramos.

57
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
6. Proteção diferencial do gerador [Grupo 3]

 Para a unidade de operação o torque elétrico será   op  K1 I 2  K1 I1  I 2 2

2
 Para a unidade de restrição o torque elétrico será   res elét  K 2  I21  I22 
 

 Para a unidade de restrição o torque mecânico será   res mola  K m

 Equação geral do torque no relé 2


diferencial será   relé  K1 I1  I 2  2 I I 
K2  1  2  Km
2 2 

2
I I 
K1 I   K2  1 2   Km
2
 Na iminência de operação o torque é zero 
 2 

58
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
6. Proteção diferencial do gerador [Grupo 3]
para K m  0
I 2 
K2
2
 I1  I 2  K1
 
 2 
I K2
  slope
I1  I 2 K1
2

para K m  0   I r  0

I 2 
Km
 I 
Km
K1 K1

Figura 11 – Curva do slope do Relé Diferencial

59
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
6. Proteção diferencial do gerador [Grupo 3]

Notas:
Via de regra, os projetistas adotam como ajuste do relé diferencial de máquina
síncrona um valor de slope percentual de 30 a 40% e para a corrente de pickup o
valor de 40 a 50% da corrente nominal.
Como na prática há sempre um valor residual de slope em todo o relé, sugere-se que
este valor não seja superior a 20%. A presença de slope residual é verificada
principalmente em sistemas trifásicos do tipo Δ -Y onde tem de se utilizar
transformadores de tensão auxiliares para corrigir o defasamento introduzido.
Na proteção diferencial de geradores síncronos é padrão a utilização de um relé
diferencial de alta impedância, em valores atuais entre 5 e 10 Ω. O relé diferencial de
alta impedância evita o problema da sensibilidade e atuação residual por erros de
defasamento e não-linearidades tais como a saturação de TCs.

60
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]
Função ANSI: GT87

 Quando houver, p. ex., curto-circuito entre fase-fase, entre fase e terra e entre
fase-fase e terra, dentro da área dos enrolamentos do estator da máquina síncrona,
do transformador de saída e parte da linha de interligação até o encabeçamento da
subestação, a proteção ideal e mais eficiente é a proteção diferencial de gerador-
transformador-linha curta ou proteção diferencial total.

 Ela tem as mesmas características que a proteção de gerador, apenas que o relé
não é de alta impedância além de apresentar dispositivos especiais para se fazer a
devida seletividade da proteção versus os valores de corrente de Inrush (*) que
caracteriza o efeito da não-linearidade presente em transformadores durante a etapa
de energização provocada pela saturação do fluxo inicial de excitação.

 Para evitar a operação indevida da proteção diferencial o relé GT87 dispõe de


unidades de restrição contra correntes de 2º e 5º harmônicos.

(*) A palavra inrush, em inglês, significa influxo, invasão.


61
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]

Figura 12 – Relé Diferencial Total

62
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]
Notas:
Valem aqui as mesmas considerações quanto a ajustes de pickup e de slope que
foram adotados para o caso do relé diferencial de gerador.
Como a área de proteção abrange também o transformador elevador de saída há que
se ajustar a unidade de restrição contra o 2º e o 5º harmônicos que são gerados nas
manobras de energização ou mesmo de oscilação de potência da rede elétrica.
A referência 1 sugere que a unidade de restrição às correntes de 2º harmônico seja
ajustada em valores 15% ou mais do valor RMS. Isso para evitar TRIP
desnecessários em função da presença de correntes de 2º harmônico que não sejam
provenientes de eventos de energização de bancos de transformadores.
Para outros tipos de relés que não utilizam de unidades de restrição, e sim de
unidades de temporização direta, a prática sugere que a temporização na atuação do
relé seja adotada entre 130 e 170 ms, temporização suficiente para que o período de
energização se complete.

63
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]
Subsídios: Correntes Inrush de Magnetização [Referência 1]
 O fenômeno de Inrush tem a ver com o elevado valor da corrente de
magnetização em transformadores quando estes equipamentos são desconectados
do sistema por ação da proteção e são novamente conectados e reenergizados após
a eliminação da falta inicial.
 A referência 14 confirma que o pico máximo da corrente instantânea de Inrush
pode atingir de 8 até 30 vezes o valor da corrente a plena carga do transformador.
 O fenômeno de Inrush é caracterizado por um conjunto de correntes que flui para
dentro do transformador, mais precisamente do lado de alta, lado onde ocorrem as
faltas externas.
 O fenômeno Inhush surge em função da presença do chamado fluxo residual
existente no circuito de magnetização do transformador cujo meio é um material
ferroso e magnético.

64
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]
Subsídios: Correntes Inrush de Magnetização [Referência 20]
 Nas correntes de Inrush a corrente de 2º harmônico que flui é a predominante.
 Em resultados de ensaios de pesquisa, o menor valor obtido para a componente
de 2º harmônico ficou entre 16 e 17% se comparado com o valor da corrente
fundamental de 60 Hz.
 Embora o valor da componente de 2º harmônico seja baixo, entre 16 e 17% da
fundamental, valores mais baixos podem ser atingidos por outras razões.
 A componente de 3º harmônico também existe no fenômeno Inrush, porém
apresenta características diferentes e valores menores que a componente de 2º
harmônico.
 A componente de corrente de 2º harmônico se deve ao efeito de Inrush enquanto
que a corrente de 5º harmônico se deve mais ao efeito de sobrexcitação envolvendo a
parte de regulação de tensão.

65
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]

Subsídios: Correntes Inrush de Magnetização

 A perda por histerese é muito grande em determinados materiais.

 O ferro doce é um exemplo. No aço, esse tipo de perda é menor.

 Em transformadores de grande potência utiliza-se um tipo de liga especial de


ferro-silício que apresenta uma perda por histerese reduzida.

 Esse tipo de problema também aumenta em função da freqüência do sinal. Um


transformador que apresenta baixa perda nas freqüências menores pode ter uma
grande perda por histerese ao ser usado nas altas freqüências.

66
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]

Subsídios: Correntes Inrush de Magnetização

 A histerese surge devido ao gasto de energia para inverter a polaridade durante


uma mudança de campo eletromagnético.

 A corrente de Inrush surge devido à presença do fluxo residual no material


magnético do núcleo do transformador.

 Como o estudo sempre é feito para o transformador monofásico, para que os


resultados sejam válidos no caso trifásico, aplica-se a técnica considerando-se um
banco de 3 transformadores monofásicos.

67
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]

Subsídios: Correntes Inrush de Magnetização

 Se fosse considerado um transformador trifásico comum, devido à interação


magnética entre as fases, não se poderia fazer a análise isoladamente.

 Ao se reconectar(*) um banco de transformadores a um determinado sistema,


dependendo do ângulo de fase no momento de fechamento do disjuntor, haverá
necessidade de existir um valor de fluxo transitório que somado ao fluxo de regime
permanente dê como resultado, exatamente, o valor do fluxo residual no ponto.

 Isso se trata de uma condição física e natural do processo.

(*) Essa situação é verificada sempre que houver religamento após a eliminação de
faltas.

68
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]

Subsídios: Correntes Inrush de Magnetização

 Assim é que se pode notar, observando a figura 14, que a corrente de Inrush
obtida tem seu valor máximo, uma vez que o religamento se deu em t=0.

 Nota-se, também, que não há alternância do sinal em relação ao eixo das


abscissas [ eixo do tempo].

 Se não há alternância, o sinal pode ser entendido como um sinal de CC. Por isso
há o desequilíbrio de correntes, no caso da proteção diferencial, embora o fenômeno
seja externo.

69
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]
Subsídios: Correntes Inrush de Magnetização

Figura 13 – Oscilografia da Corrente de Inrush em um Evento Real

70
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]
Subsídios:
Correntes Inrush
de Magnetização

Figura 14 – Efeito da Corrente de Inrush para Religamento com 0º Elétricos

71
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]

Subsídios: Correntes Inrush de Magnetização


 A histerese é a tendência de um material ou sistema de conservar suas
propriedades na ausência de um estímulo que as gerou. Podem-se encontrar
diferentes manifestações desse fenômeno.

 A palavra "histerese" deriva do grego antigo e significa retardo, que foi cunhada pelo
Sir James Alfred Ewing em 1890.

 Na figura 14, o valor do fluxo residual OA é relativo ao instante em que o


transformador foi desenergizado, no caso instante t=0.

 Na figura 14, o valor do pico da corrente é relativo ao instante em que o


transformador é energizado, no caso instante t=0.

72
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
7. Proteção diferencial de gerador-transformador e linha curta [Grupo 3]
Subsídios: Magnetismo – Referência 24
As substâncias magnéticas dividem-se em 3 grandes grupos:

 Paramagnéticas: são aquelas substâncias que apresentam suscetibilidade(*)


magnética positiva e constante. Ex: alumínio, ar e chumbo.

 Diamagnéticas: são aquelas substâncias que apresentam suscetibilidade


magnética negativa e constante. Ex: cobre, prata, zinco, mercúrio e bismuto.

 Ferromagnéticas: são aquelas substâncias que apresentam suscetibilidade


magnética positiva e variável em função do indutor. Ex: ferro, níquel e cobalto.
(*) Suscetibilidade magnética c é dada pela relação entre a indução magnética Imag e o
campo magnético Ho aplicado.
I mag
c
H0

73
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]
Função ANSI: 64S

 Quando houver, p. ex., curto-circuito entre os enrolamentos do estator, fases


A,B,C para a terra, mesmo no ponto de neutro do gerador, a proteção de falta a terra
no estator detecta a falta e promove a ação de TRIP.

 Se poderia fazer a seguinte pergunta: Por que há necessidade de uma proteção


de falta a terra no estator se existe a proteção diferencial?

 O esforço de tensão no isolamento do estator é máximo na região próxima aos


terminais do gerador e nulo na junção do neutro, variando linearmente ao longo do
enrolamento. Logo, temos um pequeno esforço no isolamento próximo ao neutro,
dando origem a poucas faltas nessa área. A corrente de falta a terra em geradores é
geralmente limitada pela impedância de aterramento existente reduzindo-se,
sobremaneira, os danos no pacote do estator.

74
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]

 Geralmente, um relé diferencial conseguiria proteger até 95% do enrolamento


deixando uma pequena zona relativa à falta a terra desprotegida.

 Logo, se a proteção de falta a terra é necessária ou não, dependerá do tipo de


aterramento usado e da sensibilidade dos relés diferenciais.

 Por garantia, o projetista se utiliza de uma proteção específica a terra no estator,


principalmente prevendo aquelas faltas com baixo valor da corrente.

 Via de regra, a corrente de falta a terra no estator é muito pequena não chegando
a sensibilizar os relés diferenciais conhecidos, geralmente na ordem entre
5 e 10 A, o que sugere a colocação de uma proteção de falta a terra específica para
esses casos.

75
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]

 Existem 3 tipos básicos de relés de falta a terra no estator:

 Baseado em Sobrecorrente de Neutro


 Baseado em Sobretensão de Neutro
 Baseado na Medição da Capacitância Parasita para a Terra

Seja o esquema seguinte de um relé de falta a terra no estator:

 O grande inconveniente da aplicação de um relé de sobrecorrente nessa proteção


é que, na medida em que se aumenta a impedância de aterramento, haverá
dificuldade da distinção, por parte do relé, entre as correntes de falta a terra e as
correntes de 3º harmônico que circulam livremente pelo neutro do gerador em
condições normais de funcionamento.

76
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]

Baseado em Sobrecorrente de Neutro

Figura 15 – Proteção de Falta a Terra no Estator em Sobrecorrente

77
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]
 Nestas condições, a solução usual é a utilização de um relé de sobretensão (59R),
ligado à impedância de aterramento através de um TP, assim como é mostrado na
figura 16, seguinte.

 Convém lembrar que, por norma, um sistema é considerado solidamente aterrado


se (*)
X0 R0
 3 pu / pu e  1pu / pu
X1 X1
onde

Ro: resistência de seqüência zero do sistema,


Xo: impedância de seqüência zero do sistema,
X1: impedância de seqüência positiva do sistema. Referência 22.

(*) Dado segundo referência 22.

78
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]
Baseado em Sobretensão de Neutro

Figura 16 – Proteção de Falta a Terra no Estator em Sobretensão

79
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]

Baseado em Sobretensão de Neutro

 Geralmente, os relés de falta que se baseiam no método da medição do 3º


harmônico são compostos de 2 canais em tensão semelhante ao esquema visto na
figura 16. São relés de sobretensão.

 O primeiro canal é um relé de sobretensão dotado de um filtro sintonizando em


60Hz [componente fundamental]. Esse canal mede a falta a terra do estator na faixa
de 0 a 95%.

 O segundo canal também é um relé de sobretensão dotado de um filtro


sintonizando em 180Hz [componente de 3º harmônico]. Trata-se de um canal bem
mais sensível. Esse canal mede a falta a terra do estator na faixa de 95 a 100% pela
componente de 3º harmônico.

80
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]
Baseado em Sobretensão de Neutro - Ajustes

Figura 17 – Proteção de Falta a Terra no Estator - Circuito Auxiliar de 180 Hz


81
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]

Baseado em Sobretensão de Neutro - Ajustes

 Por norma de construção de máquinas síncronas, o valor da componente de 3º


harmônico, entre fase e neutro, não deve ultrapassar 2,5% do valor da tensão terminal
entre fase e neutro de saída do gerador ou máquina síncrona em condições normais de
operação. Referência 19.

 Deste modo pode-se determinar o valor da corrente 3In de circulação pelo neutro,
em condições normais de funcionamento, considerando que o valor das capacitâncias
parasitas para a terra na freqüência de 180 Hz é dado pelo fabricante do conjunto
gerador, transformador e barramento da linha curta.

 Cálculo da corrente 3In de 180 Hz pelo neutro e da tensão Vn1 na resistência de


aterramento para as condições normais de funcionamento da máquina síncrona como
gerador. Esse cálculo visa determinar para que valores de corrente e tensão de 3º
harmônico [180 Hz] o relé não deve operar.

82
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]

Baseado em Sobretensão de Neutro - Ajustes


Vt
3 In  3

 
 Corrente de 180 Hz de circulação  2
Rn 2  X C
3

Vt
 Tensão de 180 Hz no primário do 3
V n1 
 
transformador de aterramento  2
Rn
Rn 2  X C
3

 Tensão de 180 Hz no secundário do 1


transformador de aterramento  V n2  V n1
RTP

83
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]

Baseado em Sobretensão de Neutro - Ajustes

 Tensão de pickup da unidade de proteção 0-95% do enrolamento do estator


ajustada para um valor de tensão de 5% da tensão fase e neutro de saída do
gerador Vt V
3  V ' n2  0,05 t em 60Hz
3

 Tensão de drop-out da unidade de proteção 95-100% do enrolamento do estator


ajustada para um valor de tensão de 5% da tensão fase e neutro de 3º harmônico
calculada anteriormente para as condições de funcionamento normal da máquina
síncrona Vn2 
Vt
3 1

 
'' 0 05
V n2 , R n RTP em 180Hz
2
2
Rn  X C
3
84
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]
Baseado na Medição da Capacitância Parasita para a Terra

 Esse tipo de relé é utilizado para se detectar falta a terra em todo o enrolamento do
estator.

 Trata-se de um relé diferencial que compara 2 valores de corrente. Um dos valores


é de uma corrente padrão em uma freqüência padrão, obtida através de um gerador
de sinais, numa forma de onda específica e definida. A outra corrente é a mesma
corrente, porém circulante por um dispositivo que faz o acoplamento elétrico
através das capacitâncias parasitas associadas aos enrolamentos do estator da
máquina síncrona. É um dispositivo que incorpora às técnicas da eletrônica digital
em um relé diferencial.

85
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]

Baseado na Medição da Capacitância Parasita para a Terra

 Normalmente, o fabricante do hidrogerador [máquina síncrona] é que faz a


instalação e o ajuste desse tipo de proteção.

 A forma de onda do sinal de corrente na freqüência padrão, via de regra, é senoidal


em um nível de freqüência na casa dos 20 Hz. Às vezes o tipo de onda quadrada é
também utilizado. Ver esquema bem genérico na figura 18, seguinte.

86
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
8. Proteção de Falta a Terra no Estator [Grupo 3]

Baseado na Medição da Capacitância Parasita para a Terra

Figura 18 – Proteção de Falta a Terra no Estator 100%


87
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

Função ANSI: G59

 A proteção de sobretensão de gerador tem 2 finalidades, proteger o gerador


contra sobretensões originárias de descargas atmosféricas e de falhas no sistema
de excitação, mais precisamente na falha do canal direto do regulador PI de tensão.

 As sobretensões de origem natural como as descargas atmosféricas ocorrem em


um grau menor que aquelas originárias de falhas ou operação errada do sistema de
excitação.

 Às vezes, as sobretensões originárias no sistema de excitação podem também


sensibilizar a proteção de sobrecorrente de linha. Isso tem sido observado na prática
e no dia-a-dia.

88
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

Função ANSI: G59

 O que se faz é utilizar a proteção de sobretensão tipo lower para a saída da


máquina síncrona enquanto que a proteção tipo higer ficaria na barra da SE .

 Normalmente, trata-se de uma proteção temporizada para garantir um tipo de


seletividade e coordenação com os órgãos de controle automático.

 Os relés utilizados na proteção de sobretensão sustentada de máquinas síncronas


podem ser do tipo tempo inverso como podem ser do tipo tempo definido. Tem-se
visto arranjos com esses dois tipos de relés.

 Porém é preferível que exista uma proteção tipo lower promovida com um relé do
tipo tempo inverso e uma proteção tipo higer com um relé do tipo tempo definido.

89
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

 Alguns projetistas adotam uma proteção de sobretensão tipo lower e outra tipo
higher, sendo a proteção lower feita com um relé temporizado e a proteção higher
feita com um relé instantâneo.

 É costume adotar para a proteção lower um valor de pickup de 110 % da tensão


terminal nominal da máquina síncrona com uma temporização, em tempo definido,
de 3s. Referência 7.

 A proteção higher é adotada com um valor de pickup de 115 a 125 % da tensão


terminal nominal da máquina com operação instantânea.

90
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

 A proteção de sobretensão de gerador tem o valor de pickup ajustado em torno


de 110 % para permitir a operação correta dos reguladores de tensão PI que,
normalmente, trabalham na faixa de tensão de 90 a 110 % da tensão nominal.

 Como a resposta transitória do sistema de excitação, normalmente, fica abaixo


de 3s, esse valor é comumente adotado.

 Os órgãos de controle automático que trabalham em coordenação com a proteção


de sobretensão são o regulador de tensão PI, propriamente dito, e o joint control
de tensão muito utilizado nas instalações do sistema elétrico de potência.

 O dispositivo joint control também é conhecido como controle conjunto de tensão.

91
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

 Equação básica do conjugado elétrico para o relé de sobretensão 

C  k V t 2  km
onde

k : constante de proporcionalidade
km : constante de restrição mecânica
Vt : sobretensão terminal da máquina síncrona

92
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

Nota:

Em sistemas dotados de reguladores de tensão do tipo ponte de tiristores,


quando houver falha ou defeito no sistema de excitação motivada por eventos
do tipo falha no sistema de medição da tensão terminal real ou por falha no
circuito discriminador de pulsos, haverá gatilhamento da ponte de tiristores
próximo de 0º elétricos. Isso acarretará sobrexcitação e provável sobretensão
nos terminais da máquina síncrona. A proteção de sobretensão poderá ser
solicitada ao mesmo tempo que a proteção de sobrecorrente de excitação.

Essa situação é mais crítica em sistemas de excitação dotados de tecnologia


de SCRs ou Silicon Controlled Retifiers ou apenas tiristores como são
conhecidos os dispositivos utilizados nos chamados sistemas de excitação
estática.

93
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

Nota:

Nos sistemas de excitação a base de excitatrizes rotativas o problema é


menor, porém a sobretensão poderá ocorrer por falha ou defeito tanto no
sistema reostático de tensão de referência quanto no de corrente de
excitação.

Os reguladores automáticos de sistemas de excitação estática trabalham com


taxas elevadas de tensão de teto, na ordem de +/- 7 a 8 pu, enquanto que os
reguladores automáticos de sistemas de excitação rotativa trabalham com
taxas mais modestas, na ordem de +/- 1 a 1,5 pu.

Isto significa que esses dispositivos conseguem atingir, no caso de +/- 7 pu


p.ex., valores da ordem de 7 vezes a tensão nominal de trabalho em regime
normal.

94
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

L1 : campo da excitatriz piloto;


L2 : campo da excitatriz principal;
L3 : campo da máquina síncrona;
1: excitatriz piloto, gerador de corrente contínua;
2: excitatriz principal, gerador de corrente contínua;
3: estator da máquina síncrona;
N: número de espiras do campo da excitatriz principal;
r: resistência de controle da excitação piloto;
R: resistência de controle da excitação principal;
iE : corrente de excitação piloto;
EE : fluxo total enlaçado pelo campo da excitatriz principal.
Figura 19 – Regulador de Tensão Tipo Reostático Amplidínamo
95
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

Figura 20 – Regulador de Tensão Tipo Excitação Estática

96
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

Figura 21 – Partida Automática da Máquina Síncrona – Excitação do Tipo Estática

97
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

Figura 22 – Resposta ao Degrau na Referência – Excitação do Tipo Estática


Máquina Operando em Vazio
98
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
9. Proteção de Sobretensão Sustentada [Grupo 3]

Figura 23 – Resposta ao Degrau na Referência – Excitação do Tipo Reostática


Máquina Operando em Vazio
99
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
10. Proteção de Sobrecorrente [Grupo 3]
Função ANSI: G50/51

 A proteção de sobrecorrente é uma proteção que atua como retaguarda de outras


proteções como p.ex. a proteção de impedância ou a proteção de sobretensão nas
falhas ou defeitos originários do controle automático do sistema de excitação da
máquina síncrona.

 Trata-se de uma proteção que tem a característica de não-direcionalidade .

 Normalmente a proteção de sobrecorrente comum visa a proteção da máquina


síncrona e dos transformadores principal e de excitação contra faltas dos tipos fase-
fase e fase-terra. Também tem aplicação nas sobrecargas.

 Na proteção de sobrecorrente são utilizadas 2 unidades de operação: uma


unidade instantânea, cuja função ANSI é G50, e uma unidade temporizada do tipo
tempo inverso, cuja função ANSI é G51.

100
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
10. Proteção de Sobrecorrente [Grupo 3]

 Os relés de sobrecorrente são projetados para operar, normalmente, na faixa de


freqüência de 20 a 60 Hz. A prioridade é mesmo a freqüência fundamental.

 Essa proteção tem a característica de proteção de sobrecarga do equipamento.

 Os ajustes dessa proteção são influenciados pelos valores tanto da resistência de


aterramento quanto da resistência de arco envolvidos no curto-circuito.

 Como a proteção de sobrecorrente é mais utilizada no circuito de terra deve-se


calcular o valor do desequilíbrio existente nas ligações motivadas por erros de TCs
para que não haja atuação indevida.

 Como exemplo de ajuste de cálculo ver o cálculo feito para a proteção de


sobrecorrente de excitação [em CA] do transformador de excitação, no item 3 anterior.

101
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
10. Proteção de Sobrecorrente [Grupo 3]

 Equação básica do conjugado elétrico para o relé de sobrecorrente é a seguinte

  C  k I 2  km

onde

k : constante de proporcionalidade
km : constante de restrição mecânica
I : corrente de sobrecarga na máquina síncrona

 Para o exemplo anterior da proteção de sobrecorrente de excitação [em CA] do


transformador de excitação segue a curva de temporização na figura 24.

102
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
10. Proteção de Sobrecorrente [Grupo 3]

 A corrente de pickup do lado de alta do transformador de excitação tinha sido


calculada em 
16500
I' 2 pick up  180,40  2126,14 A
1400
 A curva de tempo escolhida foi para um valor de DT = 0,4 significando que em até
4s haverá a eliminação de uma falta associada a uma corrente da ordem de 2 vezes o
valor do pickup adotado. Essa foi uma condição expressa pelo fabricante do
equipamento.

 Embora a corrente de Inrush possa atingir valores da ordem de 30 vezes a


corrente nominal, a temporização adotada resolverá o problema. O tempo de
existência da componente de Inrush encontra-se na ordem de 100 ms.

103
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
10. Proteção de Sobrecorrente [Grupo 3]

Figura 24 – Curvas de Tempo versus Corrente do Relé de Sobrecorrente

104
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
10. Proteção de Sobrecorrente [Grupo 3]

 A proteção de sobrecorrente se caracteriza por apresentar 2 unidades distintas: a


unidade temporizada e a unidade instantânea, como já foi visto.

 É importante que haja seletividade entre essas unidades.

 Nas figuras 25 e 26 seguintes é mostrado um exemplo em que a seletividade na


atuação dos relés de sobrecorrente de fase pode ser vista.

 O esquema de ligação aparece na figura 25 enquanto que na figura 26 é mostrada a


curva de atuação das unidades temporizada [51] e da unidade instantânea [50].

 A corrente de curto-circuito calculada, considerando-se um curto-circuito trifásico


simétrico na baixa tensão, foi de Icc = 8.368 A, enquanto que a corrente de pickup da
unidade instantânea foi adotada como sendo Ipk = 1,4 x Icc = 11. 715 A.

105
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
10. Proteção de Sobrecorrente [Grupo 3]

 No esquema geral de proteção, também foi prevista a instalação de uma unidade


temporizada de sobrecorrente na alta tensão. Esta unidade ficou sendo uma unidade de
retaguarda, devidamente ajustada, para o caso de recusa da unidade temporizada da
baixa tensão. Os tempos adotados levaram em conta a orientação dos fabricantes dos
equipamentos quanto à solicitação térmica em caso de curto-circuito.

 A proteção de sobrecorrente apresentada até aqui levou em conta a proteção de


fase.

 Para o caso de se necessitar de proteção para o neutro do sistema, as condições


são as mesmas, porém deve-se adotar com valor de pickup pelo menos 20% do valor
tomado como referência para a definição do ajuste de fase.

 Como as faltas para a terra são de enorme incidência nos sistemas elétricos, é
muito interessante a não utilização da proteção de sobrecorrente instantânea e
somente a proteção de sobrecorrente temporizada para a proteção de terra.

106
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
10. Proteção de Sobrecorrente [Grupo 3]

Figura 25 – Diagrama Trifilar de Ligação na Baixa Tensão do Relé de Sobrecorrente

107
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
10. Proteção de Sobrecorrente [Grupo 3]

Figura 26 – Esquema de Ajuste e Coordenação do Relé de Sobrecorrente

108
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Função ANSI: G21
 A proteção de distância é um tipo clássico de proteção de linha de transmissão
largamente utilizada na proteção de máquinas síncronas e trabalha, na maioria das
vezes, como retaguarda da proteção diferencial.

 A questão é que, na sua forma padrão, a proteção de distância atua somente para
faltas do tipo fase-fase. Por isso, para se ter uma proteção completa de retaguarda da
proteção diferencial, deve-se ter uma outra proteção que atue para faltas do tipo fase-
terra, como o relé de terra ou o relé de sobrecorrente instantânea de terra.

 O relé de distância pode ser de 3 tipos:

 relé de impedância
 relé de reatância
 relé de admitância

109
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]

 O critério seguido por projetistas e sugerido por construtores para se ajustar o relé
de distância de geradores é tomar o trecho completo desde o neutro da máquina até a
linha curta de encabeçamento na SE.

 Nesse trecho serão consideradas as impedâncias principais envolvidas


desprezando-se as resistências que, geralmente, são muito menores que os valores
das indutâncias.

 A impedância básica considerada é a de seqüência positiva.

 Como se sabe existem 3 tipos de relés de distância conforme sua montagem: relé
de impedância, relé de indutância e relé de admitância.

 Cada um deles tem sua aplicação sendo que o tipo admitância o mais utilizado por
suas características

110
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Impedância
 O relé de impedância ou relé OHM, como também é conhecido, dentro daquilo
que se entende por tipos de relés em função da equação básica do conjugado, é uma
associação de um relé de sobrecorrente com um relé de sobretensão.

 A equação do conjugado elétrico deste tipo de relé terá o seguinte aspecto:

C  k1I 2  k2V 2  k3
onde

k1, k2, k3 – constantes de proporcionalidade


I – módulo de corrente
V – módulo de tensão.

 A figura 27 mostra o esquema básico de construção de um relé de impedância do


tipo eletromecânico, para fins didáticos.

111
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Impedância

Figura 27 – Esquema Básico de um Relé de Distância

112
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Impedância

 Para se traçar a curva I = f(V) considerar, primeiramente, a condição "iminência de


operação" do relé, ou melhor, C = 0 na equação anterior do torque elétrico do relé de
distância em estudo.

k k  k3 1 k2  2 I
k3 k
 2 V
2
I  3  2 V2 I   V
k1 k1  k1 V
2 k1  k1V 2 k1

k3
para V = 0  I
k1

para V  
k2 2 k V k1
V  3   z
k1 k1 I k2

113
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Impedância

Figura 28 – Cura de Atuação do Relé de Distância

114
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Impedância

 Na figura 29 foi suposta uma linha de transmissão com duas fases, com o trecho
AB/EF protegido, sendo os valores de impedância dos cabos ZAE = ZBF = Z, impedância
do trecho.

Figura 29 – Filosofia de Atuação do Relé de Distância


115
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Impedância

 A seguinte equação de impedância é válida para o circuito:

V  VA V0  VA VC   VC VD   VD V0   zACI  rI  zDBI

 Na equação anterior, para ZAC = ZDB = Z', vem:

V  2 z'r I

 Sendo o curto franco onde r = 0 (resistência de arco) tem-se:


V
2z ' 
I

116
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Impedância

Figura 30 – Atuação do Relé de Distância

117
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Reatância

 Uma variante do relé de distância é aquela que confere a função reatância.

 O relé de reatância é um relé de sobrecorrente dotado de restrição unidirecional.

 Considerando-se, novamente, um relé eletromecânico, para fins didáticos assim


como foi desenvolvido para o relé de impedância, vem:

C  k1I 2  k2VIcos θ  T   k3
onde

k1, k2, k3 – constantes de proporcionalidade


I – módulo de corrente
V – módulo de tensão
q - ângulo entre tensão e corrente
T – ângulo de conjugado máximo.

118
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Reatância

 Considerando-se a condição "iminência de operação" do relé, ou melhor, C = 0 na


equação do torque elétrico, vem:

k1 V
 cos θ  T  com k3 = 0
k2 I

Para o caso particular onde T = /2 rad tem-se, para equação anterior:
k1
 Z sen θ
k2
onde z = V/I em módulo.

 A figura 31 seguinte mostra a característica do relé de reatância.

119
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Reatância

Figura 31 – Atuação do Relé de Distância

 Nota-se uma característica aberta do relé de reatância se comparada com aquela


característica do relé de impedância.

 Neste caso a incorporação de uma possível resistência de arco parece ser uma
vantagem deste tipo de relé em sistemas de proteção de distância.

120
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Reatância

Figura 32 – Incorporação da Resistência de Arco pelo Relé de Reatância

 Apesar de a característica aberta do relé de reatância ser uma vantagem, no


processo de incorporação da resistência de arco, esta não tira do relé o problema
gerado pelas oscilações de origem transitória que podem ainda provocar atuações
intempestivas da proteção.

121
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Reatância

Figura 33 – Característica Direcional do Relé de Reatância

122
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Admitância

 Uma outra variante do relé de distância é o conhecido relé de admitância.

 O relé de admitância é um relé direcional dotado de restrição de tensão.

 Considerando-se novamente um relé eletromecânico, para fins didáticos assim


como foi desenvolvido para o relé de impedância, vem:
C  k1VIcos q  T   k2V 2  k3
onde

k1, k2, k3 – constantes de proporcionalidade


I – módulo de corrente
V – módulo de tensão
q - ângulo entre tensão e corrente
T – ângulo de conjugado máximo.

123
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Admitância

 Considerando-se a condição "iminência de operação" do relé, ou melhor, C = 0 na


equação do torque elétrico, vem:

V k1
 cosq  T  com k3 = 0
I k2

 A comprovação de que a equação anterior trata-se de uma circunferência no


sistema de coordenadas polares parte da hipótese de que todo triângulo circunscrito em
uma semicircunferência será sempre retângulo.

 Na figura 34 pode-se ver a característica do relé de admitância no plano X-R.

124
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Admitância

Figura 34 – Característica Geral do Relé de Admitância

 O relé de admitância também é conhecido como relé MHO e apresenta uma


variante largamente utilizada na proteção tanto de máquinas quanto de linhas de
transmissão conhecido como relé de impedância off-set cuja característica pode ser
vista na figura 35 seguinte.
125
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Admitância

Figura 35 – Característica Geral do Relé de Impedância Tipo OFF-SET

O relé de impedância off-set além da direcionalidade também apresenta uma margem


de off-set do centro que, do mesmo modo, pode ser ajustado em função das
necessidades próprias de cada sistema.
126
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Admitância

 O relé de impedância off-set é normalmente ajustado tomando-se a direcionalidade


relativa ao carregamento máximo do sistema o que fica em torno de aproximadamente
85º elétricos no sentido de saída da corrente para o transformador e para a linha curta,
considerando-se a máquina síncrona operando como gerador e sobrexcitada, ou seja,
fornecendo potência reativa indutiva.

 O valor de pickup trata-se do alcance do relé que é o raio da circunferência e que


representa o valor máximo da impedância considerando-se o carregamento máximo do
sistema. O relé deve operar para valores menores que este.

 A posição do centro do relé deverá ser no sentido positivo e ter um valor em torno
de 10 a 20% do raio de alcance máximo do relé.

127
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Admitância

Nota:

Em termos operacionais, são 2 os principais problemas verificados com a proteção


de distância:

• a presença de uma resistência de arco durante um curto-circuito franco, e

• a oscilação de potência que pode caracterizar uma oscilação no valor real da


impedância do sistema vista a partir do ponto de instalação do relé.

No caso da resistência de arco, o que acontece é o subalcance do relé o que faz


com que haja recusa. Esse problema geralmente aparece em níveis de baixa
tensão.

128
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
11. Proteção de Distância [Grupo 3]
Relé de Admitância

Nota:

No caso da oscilação de potência, prova-se que o vetor de impedância visto a partir


do ponto de instalação do relé de distância descreve uma trajetória bem típica
podendo, inclusive, provocar um efeito do tipo sobrealcance quando o relé opera de
maneira errada. Esse problema aparece em níveis mais elevados de tensão,
geralmente na rede básica.

Nos esquemas de proteção de distância para geradores, o fenômeno da oscilação


de potência praticamente não existe sendo uma característica inerente a linhas de
transmissão. Maiores detalhes sobre esse problema ver referência 21.

129
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]
Função ANSI: G40

 A proteção de perda de excitação ou contra a perda de excitação, trata-se de uma


proteção que monitora a redução ou a perda total da corrente de excitação da
máquina síncrona.

 Existem algumas questões que fazem essa condição operativa específica merecer
tratamento diferenciado.

 A figura 4, anterior, mostra o traçado da carta de capabilidade da máquina


síncrona operando como gerador.

130
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

 Na figura 36, seguinte, é apresentado o diagrama operativo nos 4 quadrantes do


plano cartesiano de potências para uma máquina síncrona.

 Pode-se notar a similaridade do diagrama operativo nos 4 quadrantes com o


diagrama relativo à carta de capabilidade mostrada na figura 4, anterior.

 A proteção de perda de excitação tem a ver com a operação da máquina síncrona


na região do 2º quadrante do diagrama operativo da figura 36 .

 A questão de se ter uma máquina síncrona operando na região de subexcitação


envolve com a questão de estabilidade operativa.

131
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

Figura 36 – Operação 4 Quadrantes da Máquina Síncrona

132
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]
 Trabalhando numa região de subexcitação, a máquina síncrona opera na
presença de valores baixos de fluxo magnético de enlaçamento entre o pólo e o
estator o que pode provocar oscilações com perda do sincronismo entre o campo
magnético girante e o rotor do gerador.

 Uma possível perda da excitação, ou mesmo uma redução muito grande no valor
da excitação, poderá comprometer o funcionamento de uma máquina síncrona pela
perda do sincronismo.

 A operação na região de subexcitação tem a ver com a perda da tensão de


excitação por falha no processo de excitação, porém ela também poderá estar
associada a um processo de subexcitação transitória da máquina por causas
externas.

133
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]
 A operação da máquina síncrona como gerador na zona de subexcitação
poderá ser provocada por:

 Perda da tensão de excitação da máquina por falha no sistema de excitação.

 Perda da tensão de excitação da máquina por abertura intempestiva do


disjuntor de campo.

 Máquina interligada a sistemas com linhas de transmissão muito longas


operando em vazio ou em baixo carregamento.

 Ocorrências transitórias de origem sistêmica com forte oscilação seguidas de


absorção de potência reativa pela máquina.

134
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]
 O que poderá ocorrer com a máquina síncrona:

 Haverá perda de sincronismo seguida de um ligeiro aumento da rotação, estando


a máquina operando como gerador.

 Como o circuito de campo estará sempre fechado eletricamente, quer se abra o


disjuntor de campo, quer se perca a excitação, haverá grande consumo de potência
reativa pela máquina.

 Nível de consumo de potência reativa estará em torno de 45% da potência


nominal.

 Poderá haver sobreaquecimento com danos nos enrolamentos do estator e de


campo.

135
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

 O que poderá ocorrer com a máquina síncrona:

 Se o problema for originário de falha no processo de excitação interno da máquina,


poderá haver subtensão terminal afetando as demais máquinas, a esta interligadas,
devido ao consumo de reativo ser muito elevado.

 Se o sistema for suficientemente forte o efeito pouco será sentido, porém para uma
máquina de grande porte, o consumo devido à perda de excitação será elevado
podendo comprometer a operação conjunta entre as máquinas do sistema interligado.

 Se o problema for externo à máquina, poderá haver, dependendo do caso, uma


sobretensão terminal por efeito magnetizante devido à carga capacitiva.

 No caso anterior haverá atuação automática do regulador de tensão com a


redução da excitação a valores que dependem do grau de extensão da potência
reativa a ser alimentada, no caso, potência reativa capacitiva.
136
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

 O que o regulador de tensão e a proteção farão se a falha for interna :

 A regulação, através do controle automático de tensão, imediatamente após à


perda de excitação, tentará suprir a queda da tensão terminal, porém sem efeito.

 A proteção de perda de excitação será sensibilizada e liberará TRIP se houver


subtensão da tensão terminal ou da tensão de campo num tempo determinado que
dependerá de um julgamento de Engenharia do projetista.
Nota:
De estudos de simulação, pode-se verificar que a perda de excitação, por uma
abertura intempestiva do disjuntor de campo, p.ex., não provocará nenhum dano
nem à máquina nem ao sistema se a perda de excitação não for acompanhada de
uma subtensão inferior a 80 % da tensão terminal por um tempo máximo de 10s
para máquinas térmicas e por um tempo máximo de 5s para máquinas hidráulicas.
Caso contrário, haverá grande consumo de energia reativa por parte da máquina
sob falta.
137
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

 A perda de excitação, por si só, faz com que uma máquina síncrona, operando
previamente como um gerador síncrono e interligada a um determinado sistema
elétrico, perca a estabilidade e a condição síncrona passando a operar como uma
máquina de indução.

 A máquina, antes operando como gerador síncrono, passa agora a operar como um
gerador de indução trabalhando com escorregamento entre a velocidade elétrica do
campo magnético e a velocidade mecânica do eixo.

 Como gerador de indução haverá um ligeiro aumento da rotação da máquina.

 Por se tratar de uma máquina de indução, a excitação necessária para o devido


funcionamento será da ordem de 45% da potência nominal da máquina o que
fatalmente desequilibrará a operação conjunta entre as unidades em paralelo.

138
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]
 O que a regulação e a proteção farão se a falha for externa:

 Haverá tendência de atuação da excitação negativa, caso exista esse recurso no


sistema de excitação da máquina, num período de tempo abaixo da atuação tanto do
limitador de subexcitação quanto do relé de perda da excitação.

 O limitador de subexcitação atuará e não permitirá que o regulador de tensão


subexcite a máquina além da condição estabelecida pelos ajustes para a operação na
zona de subexcitação, cortando a ação da excitação negativa.

 A proteção de perda de excitação será sensibilizada e liberará TRIP se houver


subtensão da tensão terminal ou da tensão de campo por um tempo determinado que
dependerá de um julgamento de Engenharia do projetista.

 Segue a análise.

139
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

 Seja o seguinte sistema, singelo, formado por uma máquina síncrona contra a barra
infinita.

Figura 37 – Sistema Máquina Síncrona Contra a Barra Infinita

140
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

Figura 38 – Carta de Impedância do Sistema da Figura 37

141
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]
 A carta de impedância da figura 38 pode ser convertida para coordenadas
cartesianas em potência ativa e potência reativa utilizando o método seguinte:

Figura 39 – Diagrama de Potência do Sistema da Figura 37

142
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

 1 1  2
BA    V T

 Xd XS 
Q  C 
2
P2   R2 BO 
1 2
VT
Xd
1 1 1  2
CA    V T  R
2  X d X S 
1 1 1  2
OC  R  BO    V T  C
2  X S X d 

onde
R : raio da região de sub excitação
C : centro da circunferência

Figura 40 – Diagrama de Potência do Sistema Transformado

143
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

 O relé de perda de excitação, deste modo, deverá prever as situações discutidas no


sentido de proteger a máquina síncrona nas condições de perda total e/ ou redução da
corrente de excitação.

 O critério de ajuste para a proteção de perda de excitação pode ser melhor


entendido através das referências 12, 13 e 16.

 O critério mais seguro é aquele que se baseia na supervisão do valor da impedância


a partir do ponto de instalação do relé com direcionalidade a -90º elétricos em relação
ao eixo real do diagrama no plano complexo.

 Os valores adotados para o posicionamento correto da circunferência e as posições


de off-set, bem como do diâmetro da circunferência, no plano complexo, podem ser
vistos na figura 41 seguinte.

 Notar que o relé de perda de excitação de máquina síncrona nada mais é que um
relé de distância, do tipo impedância off-set, com os ajustes enxergando para trás.
144
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

Figura 41 – Critério de Ajuste da Curva do Relé de Perda de Excitação


145
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

Figura 42 – Curva do Relé de Perda de Excitação no Plano Cartesiano


146
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

Figura 43 – Curva Focada do Relé de Perda de Excitação no Plano Cartesiano


147
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

Figura 44 – Arranjo da Proteção e Perda de Excitação - Método Tensão Terminal

148
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

Figura 45 – Esquema de TRIP da Proteção de Perda de Excitação –


Método da Tensão Terminal

149
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

 O esquema de proteção pela tensão terminal, sugerido anteriormente, pode ser


substituído por um outro sistema conhecido como proteção de perda de excitação pela
tensão de campo.

 Neste caso, não se monitora a tensão terminal da máquina síncrona e sim a tensão
de campo. Como a tensão de campo apresenta elevadas taxas de variação no tempo,
muitas vezes, para a obtenção do valor de regime permanente, haverá a necessidade
de se temporizar a atuação da proteção mesmo que haja perda de excitação seguida
de subtensão terminal inferior a 85%, considerando-se um hidrogerador.

 Normalmente, a temporização geral da proteção fica em torno de 2s, o que é um


tempo razoavelmente grande para a regulação automática da tensão dotada de SCRs.

 A figura 46 mostra um arranjo para proteção de perda de excitação pela tensão de


campo.

150
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

Figura 46 – Arranjo da Proteção de Perda de Excitação – Método da Tensão de Campo

151
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

Figura 47 – Arranjo da Proteção de Perda de Excitação –


Método da Tensão de Campo

152
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
12. Proteção de Perda de Excitação [Grupo 5]

Nota:
A proteção de perda de excitação da máquina síncrona não se trata de um evento
ou contingência que possa levar o projetista a bloquear o restabelecimento do
sistema de proteção. Na realidade, esta proteção pertence ao grupo 5 onde,
teoricamente, ocorrerá apenas o desligamento da unidade com a atuação do relé 94
de TRIP.

Acontece que nem sempre isso ocorrerá podendo, inclusive, haver a atuação da
proteção de perda de excitação por questões outras.

Essa situação tem muito a ver com a presença de sujeira impregnada de óleo e pó
de carvão, proveniente das escovas do coletor da máquina. Quando há sujeira
próxima aos anéis coletores pode surgir uma descarga com um curto-circuito no
campo da máquina e a conseqüente perda de excitação com subtensão seguida do
TRIP, em qualquer condição de carregamento.

153
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
13. Proteção de Potência Inversa [Grupo 5]

Função ANSI: G32

 A proteção de potência inversa, como o próprio nome já anuncia, tem a ver com
uma possível inversão no sentido do fluxo de potência ativa entre máquina síncrona e
sistema interligado.

 A utilização da proteção contra potência inversa, em máquinas síncronas


operando com gerador, é questionada quando a máquina é um hidrogerador.

 Essa é uma proteção que visa atender muito mais à máquina primária que a
própria máquina elétrica em si.

 As explicações contidas na literatura técnica mostram que em máquinas térmicas


esse tipo de proteção assume importância de vulto, e isso levando-se em conta as
máquinas a Diesel, as turbinas a gás e os turbogeradores.

154
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
13. Proteção de Potência Inversa [Grupo 5]

 Em máquinas térmicas a Diesel, por se tratar de um processo de combustão, esse


tipo de proteção assume importância de vulto uma vez que a motorização pode
acarretar explosão do atuador de injeção em função da sobra não utilizada de
combustível. A potência absorvida varia de 10 a 25% da potência nominal da
máquina.

 As máquinas térmicas que funcionam a gás, durante ocorrências de potência


inversa, sofrem do problema do elevado valor de potência absorvida o que pode
chegar a 50% da potência nominal da máquina.

 Nos turbogeradores, durante ocorrências de potência inversa, surge o problema


da interrupção do fluxo de vapor o que, segundo os especialistas da área, pode
acarretar sérios danos à turbina por falta de refrigeração. Em termos de potência
absorvida, esta pode variar de 0,5 a 3% da potência nominal da máquina.

155
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
13. Proteção de Potência Inversa [Grupo 5]
 Para máquinas hidráulicas, quando há a motorização, efeitos outros tais como
empuxo hidráulico ou mesmo cavitação em baixo carregamento não são tão
evidentes e nem comprovados para que se utilize da proteção de potência inversa.

 Independente disto, esta proteção, pelo menos em algumas instalações elétricas,


tornou-se importante pelo motivo da operação da máquina como motor síncrono
garantindo uma supervisão no caso de alguma falha no processo de retorno
(reversão) motor-gerador.

 A proteção é feita com relés direcionais de potência inversa, monofásicos,


regulados para cerca de 0,5 a 3% da potência nominal e temporizados em até 10s.

 Normalmente, o relé de potência inversa possui um pequeno tempo de retardo


durante a atuação para prevenir uma operação indevida durante o procedimento de
sincronização da máquina ou oscilações de potência no sistema elétrico.

156
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
13. Proteção de Potência Inversa [Grupo 5]
 Observa-se a característica de potência ativa embutida na própria equação do relé
direcional ou da unidade direcional.

C  k1VIcos q  T   k2

onde

k1, k2 – constantes de proporcionalidade


I – módulo de corrente
V – módulo de tensão
q - ângulo entre tensão e corrente
T – ângulo de conjugado máximo.

157
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
14. Proteção de Curto entre Espiras do Estator [Grupo 3]

Função ANSI: G87sp

 A proteção de curto entre espiras do estator visa promover o TRIP e o bloqueio


quando ocorrer faltas entre espiras de uma mesma fase no pacote do estator da
máquina síncrona.

 A proteção diferencial do gerador G87 não consegue perceber esse tipo de falta.

 Aliás, esse é o único tipo de falta que o relé diferencial não consegue proteger.

 A proteção de curto entre espiras do estator trata-se de uma proteção diferencial


de corrente entre as espiras, através um relé de balanço de corrente de alta
sensibilidade.

158
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
14. Proteção de Curto entre Espiras do Estator [Grupo 3]

Função ANSI: G87sp – split phase [G61] Referência 3.

 Essa proteção deve ser utilizada em máquinas síncronas cujo enrolamento do


estator esteja disposto em um sistema do tipo multi-espiras.

 Parte das espiras que constituem as bobinas de fase numa máquina síncrona
pode ser disposta na mesma ranhura do estator.

 Nos modernos geradores tem sido utilizado o método de uma única espira, o que
quer dizer que não existem, numa mesma ranhura, mais do que uma espira.

159
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
14. Proteção de Curto entre Espiras do Estator [Grupo 3]

 Quando se tem mais de uma espira por ranhura, essas espiras podem fazer parte
de grupos de espiras que formam a bobina inteira de uma fase da máquina.

 Nesses casos é importante que se aplique um tipo específico de proteção contra


um possível curto entre as espiras de uma mesma ranhura.

 O que se faz nos casos onde há múltiplas espiras por ranhura é a utilização do
relé de balanço de corrente medindo e comparando as correntes em grupos de
espiras e atuando em 2 unidades: uma unidade de sobrecorrente instantânea e outra
unidade de sobrecorrente de tempo extremamente inverso.

 Trata-se da conhecida proteção diferencial de fase dividida do estator ora com a


função G87sp, ou split phase, ora com a função G61.

160
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
14. Proteção de Curto entre Espiras do Estator [Grupo 3]

Figura 48 – Arranjo da Proteção de Curto Entre Espiras

161
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
14. Proteção de Curto entre Espiras do Estator [Grupo 3]

 Nos modernos geradores tem sido utilizado o método de uma única espira, o que
quer dizer que não existem, numa mesma ranhura, mais do que uma espira.

 Neste caso, a aplicação da proteção de curto entre espiras do estator, conforme


foi vista, não tem sentido.

 Existem sistemas que, por questões de projeto ou até mesmo por compra do
pacote fechado do sistema de proteção, essa proteção acaba vindo embutida no
processo, mesmo sabendo-se que o estator é do tipo Roebel, p.ex., um tipo de
construção muito comum nos grandes geradores modernos, onde o enrolamento
estatórico é envolvido em 2 camadas com uma única espira por ranhura.

 Mesmo que o curto entre espiras não seja possível nesse tipo de equipamento, a
proteção de curto entre espiras pode ser utilizada para detecção de um possível
desbalanço da corrente nas espiras monitoradas.

162
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
14. Proteção de Curto entre Espiras do Estator [Grupo 3]

 Esse desbalanço nas correntes das bobinas pode ser provocado por outros
fatores, tais como, assimetria do conjunto magnético, distorções na forma de onda
das correntes nas espiras monitoradas por oscilações no pacote do estator motivadas
por ocorrências de vulto no sistema.

 Ocorrências de vulto são, p.ex., curto-circuito em linhas de transmissão, saída de


grandes blocos de geração, chaveamento de grandes blocos cargas, etc.

 O que os projetistas sugerem, em termos de ajuste, é que a unidade de tempo


inverso do relé de sobrecorrente, seja capaz de detectar até uma bobina em curto,
mas que não atue para ocorrências externas.

 Também é sugerido que a unidade instantânea do relé de sobrecorrente seja tão


elevada que possa operar para, p.ex., 90% das espiras em curto.

163
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
14. Proteção de Curto entre Espiras do Estator [Grupo 3]

 Para o ajuste do valor de pickup do relé deve-se tomar o valor da corrente de


curto-circuito trifásico simétrico para o gerador e dividir esse valor pelo número de
enrolamentos paralelos que formam uma fase da máquina.

 Com o valor da corrente relativa ao curto-circuito trifásico simétrico em cada um


dos enrolamentos paralelos que formam uma fase da máquina, tomam-se 2% desse
valor.

 Esses 2% é o valor de pickup da unidade temporizada ou de tempo inverso tal


que a eliminação da falta se dê em até 200 ms. Trata-se de um valor diferencial da
corrente de desbalanço entre os enrolamentos.

164
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
14. Proteção de Curto entre Espiras do Estator [Grupo 3]

 Para a unidade instantânea, sugere-se que o valor em porcentagem da corrente


relativa ao curto-circuito trifásico simétrico em cada um dos enrolamentos paralelos
que formam uma fase da máquina seja de, pelo menos, de 4%.

 Após ajustes, devem-se confirmar possíveis atuações indevidas durante


ocorrências do sistema elétrico e operação em carga da máquina síncrona.

 Em máquinas síncronas providas de enrolamento amortecedor do tipo alta


resistência o problema gerado pelo forte torque, tanto de seqüência positiva quanto
de seqüência negativa, pode vir a impor grandes esforços ao conjunto girante o que
poderá acarretar a atuação desse tipo de proteção. Essa situação tem de ser
verificada, em campo, durante ocorrências e ser devidamente monitorada. Isso se
deve ao fato de poder haver desligamentos desnecessários em função do próprio
ajuste do relé.

165
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
14. Proteção de Curto entre Espiras do Estator [Grupo 3]

Barras Roebel para Estator de Grandes Máquinas Síncronas

 As barras com transposição "Roebel" são fabricadas de forma que em uma única
espira haja a distribuição uniforme da corrente em todos os condutores que a
compõe.

 Isto é obtido através da transposição dos condutores de forma a equilibrar os


campos magnéticos a que estão sujeitos cada um desses condutores ao longo do
núcleo estatórico.

 Trata-se de um processo industrial que passou a ser adotado a partir de projetos


mais recentes de grandes máquinas geradoras.

 O custo total do empreendimento passou a ser mais atraente em função do ganho


obtido e da capacidade de compactação no processo de montagem do núcleo
estatórico de máquinas síncronas, principalmente dos turbogeradores.

166
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
14. Proteção de Curto entre Espiras do Estator [Grupo 3]

Barras Roebel para Estator de Grandes Máquinas Síncronas

 Este processo é realizado devido ao fato de o fluxo magnético ser maior nas
barras mais próximas no lado do rotor em comparação das barras mais distantes
(barras de fundo), conseqüentemente, se os condutores estiverem na mesma posição
ao longo da barra, a tensão induzida nos condutores mais próximos do rotor será
muito maior.

 A transposição dos condutores tem como objetivo melhorar a eficiência do


bobinado estatórico e reduzir a temperatura de operação.

 São normalmente utilizadas em geradores de grande porte.

 Isto se deve a grande eficiência e facilidade na fabricação e montagem no núcleo


magnético quando comparado às bobinas multi-espiras.

167
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
15. Proteção Direcional [Grupo 3]

Função ANSI: G67

 A proteção direcional, assim como foi estudada anteriormente, é utilizada para se


fazer a proteção contra potência inversa.

 Porém, algumas vezes, essa proteção pode ser utilizada como retaguarda da
proteção de distância entre neutro de gerador e saída da linha curta.

 Trata-se de um arranjo muito utilizado na proteção de linhas de transmissão.

 A figura 49 mostra o arranjo de ligação de um relé direcional trifásico de modo que


se possa perceber a concatenação entre as correntes e tensões e as ligações nas
bobinas amperimétricas e voltimétricas do relé.

 Lembrar que, eletricamente, o relé direcional é semelhante a um wattímetro.

168
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
15. Proteção Direcional [Grupo 3]

 O arranjo feito na figura 51 teve a intenção de se trabalhar com o ângulo de


conjugado máximo segundo esquema adotado pela maioria dos fabricantes de relés.

 A questão tem a ver com a dificuldade, ou quase impossibilidade, de se utilizar,


diretamente, 2 grandezas tais como IA e VBC que na realidade não perfazem 90º
elétricos entre si o que não permitiria se trabalhar no ponto de conjugado máximo.

 Com o recurso de se trabalhar com a corrente IA e com uma tensão derivada da


tensão VBC , porém defasada através de filtros internos, é possível refazer os ajustes
atuando-se sobre o ajuste do ângulo do eixo de conjugado máximo. Esse é o
procedimento realizado na prática.

 Ainda na figura 51, pode-se notar que a proteção direcional, assim como o próprio
nome indica, tem sempre uma direção de atuação e uma direção de bloqueio.

169
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
15. Proteção Direcional [Grupo 3]

Figura 49 – Diagrama Trifilar da Proteção Direcional


170
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
15. Proteção Direcional [Grupo 3]

Figura 50 – Diagrama Vetorial da Proteção Direcional

171
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
15. Proteção Direcional [Grupo 3]


C  k1 V BC I A sin θ  k2  k1 V BC I A sin (   )  k2
2
C  k1 V BC I A cos   k2
I pickup  I A mín cos θ   

Φp : fluxo em função da tensão VBC obtido


através de filtros

Figura 51 – Diagrama Vetorial da Proteção Direcional

172
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
16. Proteção de Subtensão Terminal [Alarme]

Função ANSI: G27

 A proteção de subtensão não tem a característica de promover a ação de TRIP ou


de bloquear o restabelecimento de uma máquina ou sistema.

 Ela tem a função de anunciar a presença de subtensão e/ou preparar a atuação


de uma outra proteção a ela associada, como p. ex., a proteção de perda de
excitação, ou o comando de comutação entre fontes de serviço auxiliar em usinas, ou
mesmo confirmar a perda de links de alta tensão do sistema e preparando e partindo
os chamados dispositivos de alimentação de emergência tais como os geradores
Diesel de emergência, em SEs e casas de força.

 Trata-se de uma proteção que se utiliza do relé de tensão trabalhando no drop-out


cujo ajuste deverá sempre levar em conta a faixa de atuação do valor de referência do
regulador de tensão, no sistema de excitação da máquina.

173
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
16. Proteção de Subtensão Terminal [Alarme]
 Normalmente, os relés de subtensão são relés de tensão do tipo tempo inverso
em que a ação de drop-out deve ser temporizada em cerca de 3s, pelo menos,
garantindo a devida coordenação com o sistema de excitação.

 Em até 3s, um regulador de tensão de uma máquina síncrona, como já foi visto
antes, tem a plena capacidade de atuação e se isto não ocorrer é porque houve
algum tipo de falha ou defeito em que a tensão não está sendo mantida.

 A temporização também visa garantir que o relé não atue para oscilações de
ordem sistêmica.

 Quanto ao valor do drop-out, normalmente, os atuais sistemas de excitação são


capazes de operar, em condição automática, na faixa de 90 até 110% do valor da
tensão terminal nominal da máquina. Deste modo, o relé de subtensão deverá ter seu
ajuste de drop-out ajustado para, no mínimo, 85% do valor da tensão terminal
nominal da máquina.

174
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
17. Proteção de Volts- Hertz [Grupo 4]

Função ANSI: G99

 A proteção de Volts-Hertz, em princípio, poderia ser confundida com uma proteção


da máquina síncrona, porém na realidade esta proteção serve mesmo é para proteger
os transformadores elevador de saída e de excitação.

 A proteção de Volts-Hertz se trata de um dispositivo que tem como função detectar


o chamado sobrefluxo que pode vir a trazer problemas de aquecimento exagerado
pela circulação de correntes internas tanto no transformador de potência de saída
quanto no transformador de excitação ou pelo aumento da tensão ou pela redução da
freqüência ou pela ação simultânea de ambos os efeitos.

 Seja a equação seguinte onde se tenta mostrar o valor do módulo da corrente


circulante por um transformador supondo-se que este esteja sendo alimentado por
um gerador síncrono.

175
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
17. Proteção de Volts- Hertz [Grupo 4]

Vt V Vt V Volts
Iexc   t   k t em
XT ωLT 2 f LT f Hertz
Onde

iexc – corrente de excitação do transformador


Vt – tensão terminal de saída da máquina síncrona
xT – reatância do transformador
f – freqüência.

 Assim, se em uma ocorrência, a tensão terminal da máquina subir muito e houver,


simultaneamente, uma redução no valor da freqüência, o limite de tolerância à relação
Volts por Hertz pode ser tal que a corrente de excitação no transformador venha a
subir de tal ordem o que poderá trazer algum tipo de dano.

 Esse tipo de fenômeno tem sido mais comum do que se pensa.

176
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
17. Proteção de Volts- Hertz [Grupo 4]

 No atual sistema elétrico de potência, tem sido comum a saída de 1 ou dos 2


dipolos referentes ao elo de corrente contínua que interliga a UHE Itaipu às SEs que
compõem a rede de transmissão em alta tensão que vai de Foz do Iguaçu a SP.

 Com a saída desses dipolos, fica caracterizada a perda de um grande bloco de


geração na região sudeste.

 Quase sempre ocorre a redução da freqüência seguida de uma elevação na


tensão da rede interligada.

 Como os reguladores de velocidade encontram-se, hoje em dia, ajustados para a


operação em rede isolada, o sistema continua sincronizado, porém em uma
freqüência muito baixa. (*)

(*) Houve situações com perda de elo de CC da UHE Itaipu em que a freqüência do
sistema chegou a 54 Hz sem haver desligamento de unidades geradoras.

177
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
17. Proteção de Volts- Hertz [Grupo 4]

 O impacto percebido nos transformadores são violentos e já provocaram


trepidações e um ruído fortíssimo de arrastamento das chapas do núcleo magnético.

 A figura 52 mostra um gráfico genérico onde é esboçada a curva de tolerância


típica de um transformador de grande porte [cerca de 350 MVA, 16,5 – 500 kV] ao
fenômeno da relação de Volts- Hertz.

 O relé de Volts-Hertz apresenta, normalmente, 2 características fundamentais:

 ter um valor de pickup pelo que o relé dispara o alarme e simultaneamente atua
na referência do regulador PI de tensão do sistema de excitação da máquina síncrona
no sentido de reduzir a excitação

 promover a ação de TRIP se, após transcorrido determinado tempo, o valor da


relação de Volts-Hertz não cair abaixo do valor especificado como limite [valor de
pickup].

178
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
17. Proteção de Volts- Hertz [Grupo 4]

 Como sugestão de ajustes, a literatura técnica é muito variada e dispersa neste


contexto. Assim sendo vale aquilo que a observação tem mostrado, sempre com base
nas tolerâncias apresentadas pelos fabricantes dos transformadores.

 É regra que os fabricantes do sistema de excitação queiram proteger os


transformadores de excitação, dos quais normalmente eles também são os
fabricantes.

 Para tal, sempre ficam disponibilizados dentro do sistema de excitação, na parte


de controle, os conhecidos limitadores de Volts-Hertz que promovem a limitação pura
e simples de um possível gatilhamento no sentido de aumentar a corrente de
excitação da máquina síncrona.

 Esses limitadores impedem qualquer comando de elevação da corrente de


excitação, no caso.

179
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
17. Proteção de Volts- Hertz [Grupo 4]

 Também é regra que os fabricantes dos transformadores de saída da máquina


queiram proteger seus equipamentos pelo que pedem a colocação do relé de Volts-
Hertz ora atuando na referência do regulador de tensão ora deliberando o TRIP
quando um determinado valor ou determinado limite é violado.

 A figura 53 mostra um esquema típico onde encontram-se dispostos o relé de


Volts-Hertz e o limitador de Volts-Hertz.

 O valor adotado para pickup de atuação do limitador normalmente é em


1,07 pu/pu da relação enquanto que para o relé deve ser adotado o valor acima de
1,2 pu/pu.

 O tempo de retardamento para atuação do relé deverá ser de 10 a 15 s.

 O relé deverá operar como retaguarda do limitador.

180
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
17. Proteção de Volts- Hertz [Grupo 4]

 A temporização adotada para a ação de TRIP do relé de Volts-Hertz tomou como


base um valor imediatamente superior àquele que representa o período entre o
instante em que o relé opera e o instante em que o relé desopera, valor obtido a partir
de vários ensaios de bancada, em alguns tipos de relé, e que se encontra em torno de
18,5 s. O valor ideal foi de 20 s. Essa temporização tem a ver com a ação que o relé
tem sobre o valor de referência do regulador PI de tensão. É importante aguardar a
ação do relé para se saber se esta ação foi mesmo efetiva. Referência 25.

 Tem vezes em que a ação do relé de Volts-Hertz sobre o valor de referência do


regulador PI de tensão é muito rápida chegando a provocar oscilações no sinal de
tensão terminal da máquina. Quando isso ocorrer deve-se aumentar o tempo de
integração da ação de correção do relé sobre o regulador de tensão.

 O ideal é o relé atuar sobre o valor de referência de modo em que não haja
oscilação conforme pode ser visto no oscilograma da figura 54.

181
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
17. Proteção de Volts- Hertz [Grupo 4]

Figura 52 – Curva de Tolerância à Relação Volts-Hertz de um Transformador

182
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
17. Proteção de Volts- Hertz [Grupo 4]

Figura 53 – Esquema Típico de Relé e Limitador de Volts-Hertz


183
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
17. Proteção de Volts- Hertz [Grupo 4]

Figura 54 – Oscilograma de uma Atuação do Relé de Volts-Hertz


184
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
18. Proteção Especial ou Sensitiva de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

Função ANSI: 64R

 Quando houver, p. ex., contacto entre os enrolamentos do rotor, mesmo na área


dos anéis coletores, com a terra do sistema, a proteção de falta a terra no rotor
detectará a falta e promoverá a ação de Alarme ou TRIP.

 Se poderia fazer outra pergunta: Por que há necessidade de uma proteção de


falta a terra no rotor se existe uma certa proteção diferencial?

 Na realidade, a proteção diferencial ou outra proteção do grupo não consegue


perceber esse tipo de falta. Essas proteções somente atuam, fisicamente, na área do
estator não cobrindo todos os tipos de falta como já se sabe.

 O esquema elétrico adotado para a proteção de falta a terra no rotor tem por
princípio a detecção do contacto a terra feito em qualquer ponto do enrolamento polar.

185
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
18. Proteção Especial ou Sensitiva de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

 Em princípio, poderia se pensar que esta medição é idêntica àquela realizada na


proteção de falta a terra no estator, porém nada existe em comum entre ambas a não
ser a injeção do sinal por um gerador de sinais singulares.

 O processo aqui descrito tem a ver com um tipo específico de arranjo para a
proteção de falta a terra no rotor da máquina síncrona muito difundido nos mais
modernos sistemas de proteção. É também conhecido como método sensitivo pela
injeção de onda quadrada de 1 a 3 Hz.

 A utilização de onda na forma quadrada e em freqüência bem baixa tem o objetivo


de evitar a superposição de outros sinais tais como perturbações originárias do
próprio sistema de excitação da máquina.

186
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
18. Proteção Especial ou Sensitiva de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

 A figura 55 mostra o esquema básico adotado para esse tipo de proteção.

 A figura 56 mostra as formas de onda geradas a partir da situação na presença de


falta e na condição sem falta. Nota-se a deformação na forma de onda de resposta do
filtro reset.

 É importante ressaltar que não existe um consenso entre os projetistas e


fabricantes se essa função deverá promover o TRIP ou deverá apenas sinalizar com
um tipo de alarme.

 Nas mesmas condições de funcionamento e operação, existem instalações em


que o projetista e o fabricante concordaram em colocar apenas uma função de alarme
enquanto em outras o acordo foi a colocação de um sistema de TRIP.

187
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
18. Proteção Especial ou Sensitiva de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

 Para máquinas síncronas de grande porte, os valores de resistência de falta a


terra no rotor, considerados inicialmente suportáveis pela máquina, dependem
exclusivamente daquilo que o projetista da máquina entende como limite de
tolerância.

 São considerados valores razoáveis aqueles que ficam acima dos 100 ou 200 kΩ.

 Quando se faz o ensaio de isolamento no circuito de campo da máquina síncrona,


sendo o ensaio de tensão aplicada em CA, considerando-se o limite de
suportabilidade, por norma é exigido que o valor eficaz mínimo da tensão a ser
aplicado não seja inferior a 1,5 kV e que o máximo valor não seja superior a 3,5 kV.

 Nesses casos a resistência de isolamento Ri em MW deverá ser superior a


simples relação seguinte onde Vn é a tensão máxima de trabalho do campo em kV:
Ri  2Vn  1

188
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
18. Proteção Especial ou Sensitiva de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

 As máquinas síncronas de porte médio trabalham com tensões de campo, em


regime permanente, na casa dos 100 a 250 V.

 O problema aparece quando a máquina é dotada de sistema de excitação do tipo


excitação estática com pontes de tiristores [SCRs] em que as tensões transitórias
atingem picos de 2 kV.

 Assim, utilizando-se a fórmula anterior, a resistência de isolamento para uma


máquina síncrona desse tipo deverá apresentar uma resistência de isolamento da
ordem de 5 MΩ.

 Máquinas síncronas de porte, na faixa dos 150 a 450 MW, normalmente têm os
valores de resistência de falta a terra no rotor monitorados e encontram-se
associados muito mais a questão da limpeza da região dos anéis coletores que um
problema intrínseco mais complexo.

189
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
18. Proteção Especial ou Sensitiva de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

 De certo modo, a proteção de falta a terra do rotor cumpre a função de monitorar o


estado de limpeza da área dos anéis do coletor bem como dos suportes dos cabos do
sistema de excitação que sobem através do eixo.

 A impregnação de óleo de mancal, normalmente do mancal de escora ou do


mancal intermediário, com pó proveniente das escovas e dos porta-esvovas do
coletor da máquina, acaba por criar uma espécie de caminho do que já é sabido ser
uma pasta condutora.

 Quando essa pasta condutora se avoluma, podem ocorrer descargas entre as


barras positiva e negativa do coletor durante o funcionamento normal da máquina.

 Em mais de uma vez já se constatou que, dependendo do valor dessas


descargas, houve perda momentânea de excitação com subtensão tal que houve
atuação da proteção de perda de excitação.

190
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
18. Proteção Especial ou Sensitiva de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

 Após análises, verificou-se que a proteção de falta a terra no rotor havia atuado
algumas vezes tendo, inclusive, alarmado 2 dos estágios: o estágio que mostra um
valor de resistência para a terra de até 100 kΩ e o outro que informa um valor de
resistência para a terra de até 5 kΩ.

 Convém lembrar que abaixo dos 500 Ω, a proteção de falta a terra no rotor tem
problemas de medição.

191
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
18. Proteção Especial ou Sensitiva de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

Figura 55 – Arranjo da Proteção Sensitiva de Falta a Terra no Rotor

192
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
18. Proteção Especial ou Sensitiva de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

scilab©

Figura 56 – Formas de Onda no Relé de Falta a Terra no Rotor


193
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
19. Proteção Comum de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

 A proteção de falta a terra no rotor também admite um outro tipo de relé cujo
arranjo é muito utilizado pelos projetistas.

 Trata-se, também, de uma proteção de falta a terra no rotor, porém não é utilizada
a injeção de uma onda quadrada e sim uma tensão alternada de 60 Hz em um
processo de medição que considera as capacitâncias parasitas entre o enrolamento
do campo da máquina síncrona e a terra.

 A figura 57 mostra um arranjo típico conforme idéia proposta na referência 27.

 Do mesmo modo que no arranjo de ligação específico da proteção sensitiva de


falta a terra no rotor, os valores da resistência de falta devem ser considerados.

 No arranjo verificado na figura 57 valem algumas observações.

194
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
19. Proteção Comum de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

 No circuito da corrente circulante, que monitora os valores da resistência entre o


enrolamento da campo e a terra, existe um sistema de filtro que permite a eliminação
completa das interferências e ruídos provenientes do circuito de campo.

 Existem componentes da ordem do 6º. harmônico que são normalmente geradas


no processo de gatilhamento dos tiristores nos sistemas de excitação estática.

 Segundo observação de fabricante, para um relé de falta a terra no rotor que se


utiliza desse tipo de arranjo, referência 27, a proteção de falta a terra do rotor usa a
entrada de tensão VG do dispositivo sobre a resistência de falta RF.

 Esse tipo de arranjo apresenta o problema de não poder trabalhar sob correntes
elevadas. A ordem das correntes circulantes fica em torno dos 10 a 50 μA.

195
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
19. Proteção Comum de Falta a Terra no Rotor [Alarme]

Figura 57 – Arranjo da Proteção Comum de Falta a Terra no Rotor


196
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 Não existe muito sentido em se dizer "proteção de sincronização"de máquina


síncrona, embora o dispositivo de sincronização automática seja conhecido como relé
de sincronismo automático.

 O processo de sincronização de uma máquina síncrona [incoming bus] a uma


barra do sistema interligado [running bus] trata-se de um procedimento que depende
muito da qualidade operativa.

 Isso quer dizer que o sucesso da operação de sincronismo e interligação de uma


máquina não é um procedimento muito simples e nas máquinas de grande porte, em
função do tempo e do risco que se pode impor ao equipamento, é sempre adotado um
procedimento automatizado.

 A questão é que existem esforços com os quais o conjunto girante convive sem
que haja danos ao equipamento e outros esforços em que o procedimento de
sincronização pode trazer conseqüências irreversíveis se não forem respeitados
certos limites.
197
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 Um dos esforços verificados durante o processo de sincronização de máquina foi


a vibração intensa na região das cabeças de bobinas do estator. Isto foi constatado
em ensaios especiais realizados entre a Cemig, a Nuclebrás e o Cigrè em 1984 na
UHE Emborcação [4 x 298 MW].

 Normalmente os projetistas preferem que o processo de sincronização seja


realizado de maneira automática, por relé e com a ação desacelerante. Entendem
eles ser esse processo mais seguro.

 Mesmo assim, em ensaios e estudos, pode-se comprovar, in loco, que a condição


de sincronização automática por relé e ação acelerante é muito menos impactante
para a máquina e todo o conjunto girante por impor menor esforço
eletromecânico ao gerador.

198
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]
 Nas figuras seguintes são mostrados 3 processos de sincronização nas seguintes
características:

 processo de sincronização manual

 processo de sincronização automática por relé, ação desacelerante

 processo de sincronização automática por relé, ação acelerante.

199
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

Figura 58 – Oscilograma – Sincronização


Manual

200
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

Figura 59 – Oscilograma – Sincronização Automática Desacelerante


201
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

Figura 60 – Oscilograma – Sincronização Automática Acelerante


202
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 No processo de sincronização, existe grande confusão de entendimento por parte


do pessoal executor.

 Durante um procedimento de sincronização manual, o operador processa a


partida no dispositivo de sincronização que dispõe de 3 instrumentos: um
freqüencímetro de aletas, um voltímetro diferencial analógico medindo as tensões da
máquina [incoming] e da barra [running] e um giroscópio analógico.

 No momento da partida, não raro, percebe-se que todas as grandezas da máquina


a ser sincronizada encontram-se fora do padrão de sincronismo.

 O que faz o operador nesse momento então [?]: começa a atuar nos valores de
referência tanto do regulador de velocidade quanto do regulador de tensão e a
situação parece tender a piorar.

203
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 Ocorre que, desconsiderando o fato de que haja desajuste geral, via de regra,
tem-se a impressão que ora se ajusta uma coisa ora se desajusta outra.

 Isso já foi percebido em várias instalações, com diferentes operadores e em


situações semelhantes. Não se usou aqui a palavra igual por se tratar de diferentes
modelos de máquinas síncronas.

 Na realidade, o processo de sincronização manual é demorado, principalmente


quando se trabalha com máquinas de grande porte. Isso porque além do sistema de
sincronização manual existe ainda a proteção de cancelamento.

 O cancelamento é promovido sempre que o processo de sincronização não


ocorrer em determinado tempo, geralmente em torno de 1 a 2 min.

204
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 Enquanto um processo de sincronização automática não passa de 30 s, a


sincronização manual pode levar até 5 min para se concretizar, quando não ocorrem
outros problemas.

 O que tem de se saber é que os tempos de atuação dos reguladores automáticos


são diferentes por concepção.

 O tempo de resposta do regulador de velocidade, p.ex., é da ordem de minutos


enquanto que um regulador automático de tensão leva cerca de 1 a 1,5 s para
responder.

 Estando a máquina ainda operando em vazio, o operador deverá ajustar a rotação


para 100%, ou seja, 60 Hz elétricos através de instrumentos específicos.

205
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 Depois que a máquina se estabilizou, aí sim, deve-se partir o dispositivo


sincronizador e atuar apenas no regulador de tensão.

 Quando os níveis de tensão forem próximos, considerando as informações do


voltímetro diferencial, perceberá o operador que o sincronoscópio ainda gira no
sentido negativo, porém em baixa rotação. Deve-se então promover o fechamento do
disjuntor de interligação da máquina ao sistema.

 Se, por uma infelicidade, o operador atuar no regulador de velocidade, fatalmente


não conseguirá promover a sincronização!

 O melhor a fazer, é iniciar, novamente, todo o procedimento descrito.

206
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 A questão é simples; no processo de sincronização parte-se dos seguintes


preceitos:

 Não existem fontes excitantes, a máquina estando em 100% de rotação em vazio


não há potência mecânica a ser injetada durante a sincronização.

 A potência acelerante surgida na sincronização se deve apenas à diferença de


ângulo de fase entre as tensões da máquina e a do sistema.

207
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 O ângulo elétrico entre as tensões da máquina e do sistema é dado pela seguinte


relação, com base na relação entre freqüência e ângulo elétrico de potência:

2π 60
Δδ(S)  Δω(S)
S
onde

Δδ – variação do ângulo elétrico de potência em rad


Δω – variação da freqüência elétrica em pu
S – variável complexa da transformada de Laplace

Considerando-se o domínio do tempo vem:

Δδ(t)  2π 60  Δω(t) dt

208
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 A variação da freqüência trata-se do slip existente entre máquina e sistema:

ωo  ω
slip(S )  Δω(S)  em pu
ωo

onde

ωo – freqüência elétrica padrão do sistema em rad/s [2π60 rad/s]


ω – freqüência elétrica da máquina em rad/s

Deste modo tem-se a equação final do ângulo máximo de sincronização:

Δδ(t)  2π 60  Δω(t) dt em pu

209
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 Considerando-se um valor máximo para o slip vem:

ωo  ωMÁX
slipMÁX  Δω  100 em %
ωo

onde

ωo– freqüência elétrica padrão do sistema em rad/s [2π60 rad/s]


ω – freqüência elétrica máxima da máquina admissível na sincronização em rad/s

Deste modo tem-se a nova equação final do ângulo máximo de sincronização:

t 1
Δδ(t)[rad ]  2π 60  SlipMÁX [%]dt[s ]
0 100

210
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 Considerando-se que o valor slip máximo é um valor constante e fixado vem:

1 t
Δδ(t)[rad ]  2π 60 SlipMÁX [%] dt[s ]
100 0
 Em graus elétricos vem:

1 360 t
Δδ(t)[graus]  2π 60 SlipMÁX [%] dt[s ]
100 2π 0

 Entendendo que o tempo total gasto para se fechar o disjuntor tem a ver com o
tempo do próprio disjuntor tem-se para o ângulo máximo de sincronização:

δ[graus]  3,6 ωo [Hz] SlipMÁX [%] t disj [ s ]

211
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 Os relés de sincronização automática possuem unidades específicas que


cumprem as funções principais no processo. São elas:

 Unidade de medição de slip.


 Unidade de medição e comparação da seqüência e dos módulos de tensão.
 Unidade de medição do ângulo máximo de paralelismo.
 Unidade de comando para o regulador de velocidade.
 Unidade de comando para o regulador PI de tensão.
 Unidade de comando para o fechamento do disjuntor.

 Cada uma dessas unidades prevê a existência de valores padrão de ajuste


dependendo de cada fabricante e da máquina.

 No geral, o esquema básico sempre seguirá essa disposição descrita.

212
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 Sugere-se trabalhar com um valor máximo de potência acelerante, no momento


da sincronização, de até 30% do valor nominal de potência ativa da máquina.

 O tempo máximo de fechamento do disjuntor principal não deve ser superior a 100
ms.

 Ao usar a fórmula do ângulo máximo em graus elétricos, desenvolvida


anteriormente, utilizar o valor do slip máximo em 0,5 %.

 Se houver ajustes de tempo de pulso, colocar o tempo de pulso de comando do


regulador de velocidade em valores na casa de 100 s e o tempo de pulso de comando
do regulador de PI de tensão em valores na casa de 500 ms e 1 s.

213
PRINCIPAIS TIPOS DE PROTEÇÃO
20. Relé de Sincronização Automática [Comando e Controle]

 Se houver limite de ajuste da diferencial de tensão entre as barras incoming bus e


running bus, no relé de sincronização, não tornar esse limite muito baixo pois o
processo de sincronização automática poderá demorar demais desnecessariamente.

 Um bom valor seria uma diferença de tensão de 2 a 5% do valor da tensão


nominal.

 Se o sistema trabalhar com um relé do tipo check de sincronismo, não colocar


esse relé operando em série com o relé de sincronismo pois pode não haver
concordância operativa entre ambos. Se houver temporização de ajuste eliminá-la se
for utilizado o relé de check de sincronismo.

 Ajustar o comando de cancelamento automático do sincronismo para operar em


até 2 min.

214
OCORRÊNCIAS GERAIS
1. Conceituação: Ocorrências Locais

 Existem muitas ocorrências envolvendo os sistemas elétricos.

 Do ponto de vista local, citam-se as seguintes:

 curto-circuito
 sobrecarga
 sobretensão
 subtensão
 perda de excitação
 sobreaquecimento
 potência inversa
 sobrevelocidade
 rejeição de carga
 vibração mecânica

215
OCORRÊNCIAS GERAIS
2. Conceituação: Ocorrências de Ordem Sistêmica

 Existem outras de menor vulto, mas nem assim menos perigosas.

 Essas ocorrências são de origem sistêmica, ou seja, são externas a instalação:

 oscilações de potência
 chaveamento de cargas
 horário de carga leve
 horário de ponta de carga
 ensaios especiais de máquinas do sistema elétrico
 operação em regime especial
 sobrefreqüência
 subfreqüência
 sobretensão
 subtensão

216
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 De todas as ocorrências citadas, o curto-circuito é uma das que mais solicita o


equipamento em termos de sua capacidade além de ter seus valores previsíveis.

 O curto-circuito trifásico simétrico, p.ex., é de tal ordem que os cálculos principais


de solicitação exigidas por projeto tomam como base os valores envolvidos nesse tipo
de ocorrência.

 O curto-circuito trifásico simétrico é uma ocorrência que, praticamente, tem


descartada sua probabilidade de acontecer de maneira natural.

 Uma situação como essa somente poderia ser admitida como intencional e nunca
casual, diferentemente com o que ocorre p. ex. com o curto fase-terra ou fase-fase.

 Sua importância não tem nada a ver com a sua probabilidade de acontecer, mas
pelo padrão e pelos níveis de valores atingidos pelas variáveis tais como corrente de
excitação, corrente de armadura, oscilações mecânicas do conjunto girante, etc., além
de sua previsibilidade em relação aos cálculos teóricos.
217
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 O curto-circuito, qualquer que seja o tipo, faz com que a máquina, sob potencial
elétrico, fique sujeita a desenvolver elevados valores de corrente em função da queda
abrupta da impedância de carga alimentada. Como a tensão é mantida, a corrente
sofre um aumento significativo com a redução do valor dessa impedância alimentada.

 Como se sabe, um sistema elétrico trifásico padrão é dito equilibrado se e


somente se admitir nas 3 fases, simultaneamente, grandezas elétricas equilibradas.

 Grandezas como a tensão terminal da máquina síncrona, p.ex., em um sistema


trifásico equilibrado, são 3 grandezas que apresentam como função matemática
básica uma função periódica, normalmente um seno ou um co-seno, cujos
argumentos encontram-se defasados de 120º elétricos entre si. A figura 50, anterior,
mostra um esquema trifásico de tensões equilibradas A, B e C, na forma vetorial.

 A figura 49, anterior, mostra o esquema de um sistema trifásico alimentando um


transformador trifásico com 1 enrolamento primário, 1 enrolamento secundário e 1
enrolamento terciário.
218
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 O curto-circuito, quer seja ele trifásico simétrico ou fase-fase ou fase-fase-terra ou


mesmo fase-terra, virá sempre associado a presença de arco elétrico.

 Algumas vezes, em determinados fenômenos ou mesmo determinadas


ocorrências envolvendo equipamentos do sistema elétrico, confundem-se
sobrecorrente e sobretensão. Os fenômenos envolvendo sobretensão,
invariavelmente, não são acompanhados de derretimento de material condutor, ao
invés disso o que se observam são explosões em que o material isolante é
arremessado a grande distância do centro do evento.

 Quando ocorre curto-circuito, o que se percebe é o derretimento de material sem


que haja explosão. O material tende a implodir.

 Num processo de sobretensão o perigo são os estilhaços de material que são


projetados com grande velocidade enquanto que num curto-circuito o grande perigo
são as queimaduras por ação do arco e os efeitos nocivos da irradiação
eletromagnética que vem associada.
219
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 Existem 2 sistemas mais difundidos no estudo das componentes simétricas:

 O sistema do Dr. Charles LeGeyt Fortescue [sistema de seqüências zero, positiva


e negativa]
 O sistema da Dra. Edith Clarke [sistema de seqüências zero, alpha e beta].

 O mais conhecido é o sistema de seqüências zero, positiva e negativa.

 Seqüência Zero: 3 vetores orientados na mesma direção e parados.

 Seqüência Positiva: 3 vetores defasados de 120º elétricos entre si e girando no


sentido positivo da freqüência elétrica de 60 Hz.

 Seqüência Negativa: 3 vetores defasados de 120º elétricos entre si e girando no


sentido negativo da freqüência elétrica de 60 Hz, ou seja, girando a - 60º Hz, ou
melhor, a 120 Hz.

220
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 Quando a disposição dos vetores que compõem o conjunto trifásico de grandezas,


quer seja em corrente quer seja em tensão, é equilibrada a própria disposição física
de cada um dos vetores em relação aos demais é simétrica.

 Por exemplo, na figura 50, anterior, a disposição das tensões de fase Van ,Vbn e
Vcn é uma disposição equilibrada e eqüidistante entre si.

 Trata-se de um sistema trifásico equilibrado e de seqüência positiva já que estes


vetores formam um sistema elétrico na tensão de 60 Hz.

 Nem todos os sistemas existentes são equilibrados e o tratamento matemático


para sistemas desequilibrados é mais complicado.

 No estudo das componentes simétricas, o teorema de Fortescue mostra que todo


sistema trifásico desequilibrado pode ser decomposto em 3 sistemas singelos e
perfeitamente equilibrados de modo que, fase a fase, os vetores originais sejam a
soma de cada um dos vetores desses 3 sistema singelos.
221
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 A única condição imposta pelo teorema de Charles Fortescue é que um dos


sistemas equilibrados componentes esteja parado, que o 2º. sistema equilibrado
esteja girando no sentido da rotação de 60 Hz e que o 3º. sistema equilibrado esteja
girando no sentido da rotação de - 60 Hz ou 120 Hz.

 Assim, criam-se os chamados sistemas de seqüência zero, de seqüência positiva


e de seqüência negativa.

 A figura 61, seguinte, mostra os 3 sistemas equilibrados de seqüências positiva,


negativa e zero.

 Ao se somar os vetores da figura 61, fase a fase, dos 3 diagramas vetoriais,


obtém-se um sistema final desequilibrado. Senão vejamos na figura 62.

 Os módulos dos vetores, em cada uma das diferentes seqüências na figura 61,
não tem de ser necessariamente iguais.

222
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 Agora, com a composição feita, obteve-se um sistema totalmente desequilibrado.

 O que foi feito foi, exatamente, o inverso daquilo que o teorema de Fortescue
apregoa, porém isso somente teve o caráter didático.

Figura 61 – Componentes Simétricas das Tensões Trifásicas 223


OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

Figura 62 – Composição do Sistema Desequilibrado ABC


224
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 As diferentes variantes de curto-circuito podem ser representadas na forma de


diagrama de seqüência e os valores das correntes envolvidas nas 3 fases serem
determinados a partir daí.

 Os 3 sistemas gerados, por ter cada um componentes iguais em módulo, são


chamados de sistemas de componentes simétricas.

 A representação trifásica por componentes simétricas tem alguns aspectos que


permitem que se tirem importantes conclusões pela simples inspeção :

 A resultante da soma de vetores iguais, defasados de 120º entre si, é ZERO.


 Logo, se o sistema é equilibrado não há resultante nem em correntes nem em
tensão.
 Considerando-se um sistema ligado em estrela aterrada, se a soma vetorial das 3
correntes das fase A, B e C, p.ex., der um valor diferente de zero é porque o sistema
não está equilibrado.

225
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 Os sistemas elétricos, através de seus geradores, máquinas síncronas trifásicas,


geram energia a partir de tensões e correntes equilibradas e apenas na seqüência
positiva.

 O que pode desequilibrar um sistema, em determinados momentos, são as


aberturas de uma ou 2 fases, ou então a presença de curto-circuito do tipo fase-fase,
fase-fase-terra ou fase-terra. O curto-circuito trifásico simétrico, embora de grande
monta, por ser simétrico, não provoca desequilíbrio no diagrama vetorial.

 As próximas figuras resumem os diferentes tipos de curtos-circuitos do tipo shunt


existes e possíveis.

 Outros tipos mais específicos de curtos podem, facilmente, ter seu arranjo
redesenhado para se cair em um desses arranjos padrão.

 O outro grupo de curto é conhecido como curto-circuito do tipo série, porém tem
mais a ver com a abertura de circuito do que com um tipo de curto-circuito.
226
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

Figura 63 – Esquema Geral do Curto-Circuito Tipo Shunt

227
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

Figura 64 – Esquema do Curto-Circuito Tipo Fase-Terra

228
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 No esquema do curto-circuito tipo falta fase-terra apenas um dos condutores, no


caso específico o condutor da fase A, é que foi a terra. Logo não há corrente de falta
nos condutores das fases B e C. Assim tem-se que:

I b  Ic  0 e Va  ZF Ia

 Através das fórmulas de transformação de componentes simétricas de Fortescue


conclui-se que os valores das correntes de seqüência zero, positiva e negativa são
iguais. Assim:
VF
Iao  Ia1  Ia2 
Z0  Z1  Z2  3 ZF

onde
Z1, Z2, Z0 são as impedâncias de seqüência positiva, negativa e zero do circuito
respectivamente.

229
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

Figura 65 – Esquema do Curto-Circuito Tipo Fase-Fase-Terra

230
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 No esquema do curto-circuito tipo falta fase-fase-terra, os condutores das fases B


e C são conectados a terra através de um arranjo de impedâncias conforme mostrado
na figura 65. Logo não há corrente de falta no condutor da fase A. Assim tem-se que:

Ia  0 e  
Vb  ZF  Zg Ib  Zg Ic e  
Vc  ZF  Zg Ic  Zg Ib

 Através das fórmulas de transformação de componentes simétricas de Fortescue


obtém-se, também, os valores das correntes de seqüência zero, positiva e negativa.

 As correntes de seqüência são dadas pela fórmulas seguintes:

231
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

Z2  ZF
Iao   Ia1
Z0  Z2  2 ZF  3 Zg

Z0  ZF  3 Zg
Ia 2   Ia1
Z0  Z2  2 ZF  3 Zg

1
Ia1 
Z2  ZF   Z0  ZF  3Zg  VF
Z1  ZF 
Z0  Z2  2ZF  3Zg

232
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

Figura 66 – Esquema do Curto-Circuito Tipo Fase-Fase

233
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 No esquema do curto-circuito tipo falta fase-fase, os condutores das fases B e C


são conectados através de uma impedância conforme mostrado na figura 66. Logo
não há corrente de falta no condutor da fase A. Assim tem-se que:

Ib  Ic  0  Ib  Ic e Vb Vc  ZF Ib

 Através das fórmulas de transformação de componentes simétricas de Fortescue


conclui-se, também, que os valores das correntes de seqüência positiva e negativa
são iguais, porém de sinais contrários. Como não existe ligação a terra a corrente de
seqüência zero é nula. Assim:
VF
Ia0  0 e I a1  I a2 
Z1  Z2  ZF

234
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

Figura 67 – Esquema do Curto - Circuito Trifásico Simétrico

235
OCORRÊNCIAS GERAIS
3. Conceituação: O Curto-circuito e a Sobrecorrente

 No esquema do curto-circuito tipo falta trifásica simétrica, os condutores das 3


fases A, B e C são conectados a terra através de um arranjo de impedâncias
conforme mostrado na figura 67. Logo as componentes de seqüência zero e negativa
das correntes não existirão uma vez que o sistema é equilibrado. Assim tem-se que:

Iao  Ia2  0  Ia1  Ia

 O cálculo aqui é direto pois as correntes de seqüência negativa e de seqüência


zero são nulas. Existirá apenas a componente de seqüência positiva.
Assim:

VF
Ia1  Ia 
Z1  ZF

236
OCORRÊNCIAS GERAIS
4. Conceituação: Sobretensões

 Para o caso de sobretensões, existe uma conceituação sobre o assunto e a partir


daí são definidas algumas condições para que não se confunda esse problema com o
fenômeno de sobrecorrente.

 A taxa conhecida por suas iniciais em Inglês Rate of Rise of Dielectric Strength, ou
simplesmente rrds, expressa a solicitação imposta ao dielétrico de um determinado
material isolante sob a ação de um surto de tensão sem haver rompimento da camada
do material dielétrico.

 Outra taxa conhecida da mesma forma por suas iniciais em Inglês Rate of Rise of
the Recovery Voltage, ou simplesmente rrrv, expressa a elevação da tensão imposta
aos contactos do disjuntor durante a eliminação da falta.

 Quando a taxa rrrv é maior que a taxa rrds o equipamento disjuntor acaba
falhando correndo-se sérios riscos de haver explosão.

237
OCORRÊNCIAS GERAIS
4. Conceituação: Sobretensões

 O estudo de Sobretensões é hoje uma cadeira à parte dentro do campo da


Engenharia Elétrica e muitos são os fatores que concorrem para a existência de
sobretensões sustentadas no sistema elétrico de potência.

 As sobretensões podem ser de origem atmosférica, de chaveamento de cargas e


temporárias de longa duração.

 Para o caso específico da máquina síncrona podem-se listar os seguintes eventos


associados ao fenômeno de sobretensão:

 Autoexcitação da máquina síncrona que tem a ver com os valores assumidos por
determinadas cargas capacitivas dentro de uma certa faixa limitada pelos valores das
indutâncias transitórias de eixo direto e de eixo em quadratura e os respectivos
valores das indutâncias síncronas também de eixo direto e de eixo em quadratura:

1 e 1
ω L´d   ω Ld ω L´q   ω Lq
ωC ωC
238
OCORRÊNCIAS GERAIS
4. Conceituação: Sobretensões

 Sobretensão associada à falha ou ao defeito no regulador automático PI de tensão


do sistema de excitação com o gatilhamento dos tiristores próximo de 0 grau elétrico.

 Sobretensão gerada por indução devido a descargas de origem atmosférica.

 Sobretensão originária da alimentação de linhas muito longas nos períodos de


carga leve.

 Sobretensão originária da alimentação do sistema de transmissão quando há


desligamentos intempestivos criando arranjos com linhas longas operando em vazio
ou com baixo carregamento.

 Sobretensão associada a determinadas ocorrências como rejeição de carga ou


perda de carga.

 Sobretensão associada ao fenômeno de Volts-Hertz por perda de grandes blocos


de geração com sobretensão e subfreqüência ocorrendo simultaneamente.
239
NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS
5. Conjunto de Normas da ABNT e IEC [International Electrotechnical
Commission]
 ABNT NBR 10840 : 1989
Máquinas Elétricas Girantes Turbomáquinas Síncronas

 ABNT NBR 11770 : 1989


Relés de Medição e Sistemas de Medição

 ABNT NBR 11809 : 1991


Reguladores de Tensão

 ABNT NBR 5117 : 2007


Máquina Elétrica Girante – Máquina Síncrona – Especificação

 ABNT NBR 5116 : 1981


Máquinas de Corrente Contínua

240
NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS
5. Conjunto de Normas da ABNT e IEC [International Electrotechnical
Commission]
 ABNT NBR 5175 : 1988
Código Numérico das Funções dos Dispositivos de Manobra, Controle e Proteção
de Sistemas de Potência

 ABNT NBR 5165 : 1981


Máquinas de Corrente Contínua – Ensaios Gerais

 ABNT NBR 5356 1, 2, 3, 3, 5 : 2007


Transformadores de Potência

 ABNT NBR 5365 : 1977


Excitatrizes Girantes de Máquinas Síncronas

 ABNT NBR 5383 1, 2 : 2002/2007


Máquinas Elétricas Girantes

241
NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS
5. Conjunto de Normas da ABNT e IEC [International Electrotechnical
Commission]

 ABNT NBR 5356 - 1 : 2007/2010


Transformadores de Potência

 ABNT NBR 15623 – 1, 2, 3 : 2008


Máquinas Elétricas Girantes – Dimensões s Séries

 ABNT NBR 5456 : 1987


Eletricidade Geral

 ABNT NBR 5457 : 1980


Eletrotécnica e Eletrônica – Máquinas Girantes

 ABNT NBR 5458 : 1986


Transformador de Potência

242
NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS
5. Conjunto de Normas da ABNT e IEC [International Electrotechnical
Commission]

 ABNT NBR 5459 : 1987


Manobra e Proteção de Circuitos

 ABNT NBR 5460 : 1992


Sistemas Elétricos de Potência

 ABNT NBR IEC 60050 - 446 : 2005


Vocabulário Eletrotécnico Internacional

 ABNT NBR 5466 : 1980


Eletrotécnica e Eletrônica - Magnetismo

 ABNT NBR 5467 : 1981


Eletrotécnica e Eletrônica – Controles Elétricos

243
NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS
5. Conjunto de Normas da ABNT e IEC [International Electrotechnical
Commission]

 ABNT NBR 6820 : 1992 V. 1993


Transformador de Potencial Indutivo

 ABNT NBR 6865 : 2009


Transformador de Potencial Indutivo - Ensaios

 ABNT NBR 6821 : 1992 V. 1993


Transformadores de Corrente - Ensaios

 ABNT NBR 6856 : 1992 V. 1993


Transformadores de Corrente

 ABNT NBR 6878 : 1981


Operação de Sistemas Elétricos de Potência

244
NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS
5. Conjunto de Normas da ABNT e IEC [International Electrotechnical
Commission]

 ABNT NBR IEC 60255 - 8 : 2007


Relés Elétricos

 ABNT NBR 7097 : 1981


Relés de Medição com mais de uma Grandeza de Alimentação de Entrada a
Tempo Dependente Especificado

 ABNT NBR 7098 : 1981


Desempenho dos Contatos dos Relés Elétricos

 ABNT NBR 7099 : 1981


Relés de Medição com uma Grandeza de Alimentação de Entrada a Tempo
Dependente Especificado

245
NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS
5. Conjunto de Normas da ABNT e IEC [International Electrotechnical
Commission]
 ABNT NBR 7100 : 1981
Relés de Tudo ou Nada

 ABNT NBR 7001 : 1981


Relés de Medição com uma Grandeza de Alimentação de Entrada a Tempo Não
Especificado ou a Tempo Independente

 ABNT NBR 7111 : 1981


Autotransformador de Defasamento

 ABNT NBR 7113 : 1981


Relés Diferenciais Percentuais

 ABNT NBR 7114 : 1981


Relés de Impedância

246
NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS
5. Conjunto de Normas da ABNT e IEC [International Electrotechnical
Commission]

 ABNT NBR 7115: 1981


Relés Direcionais e de Potência com 2 Grandezas de Alimentação de Entrada

 ABNT NBR 7116 : 1981


Relés Elétricos – Ensaios de Isolamento

 ABNT NBR 5356 - 4 : 2007


Transformador de Potência

 ABNT NBR 8769 : 1985


Diretrizes para Especificação de um Sistema de Proteção Completo

 ABNT NBR 8927 : 1985


Relés Eletromecânicos de Tudo ou Nada - Ensaios

247
NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS
5. Conjunto de Normas da ABNT e IEC [International Electrotechnical
Commission]

 ABNT NBR 9030: 1985


Sistema de Proteção para Interligação Concessionária Consumidor a partir de 69
kV

 ABNT NBR 9331 : 1986


Eletrônica de Potência

 ABNT NBR 9510 : 1986


Máquinas Elétricas Girantes – Proteção Térmica Incorporada – Prescrições Gerais

 ABNT NBR IEC 60034 - 5 : 2009


Máquinas Elétricas Girantes

248
NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS
5. Conjunto de Normas da ABNT e IEC [International Electrotechnical
Commission]
 ABNT NBR IEC 60034 - 5 : 2009
Graus de Proteção Proporcionados pelo Projeto Completo de Máquinas Elétricas
Girantes (Código IP) - Classificação

 ABNT NBR IEC 60050 - 444 : 2005


Vocabulário Eletrotécnico Internacional – Relés Elementares

 ABNT NBR IEC 60050 - 826 : 1997


Vocabulário Eletrotécnico Internacional – Instalações Elétricas

 ABNT NBR IEC 60255 - 8 : 2007


Relés Elétricos para Proteção Térmica

 ABNT NBR 5052 : 1984


Máquinas Síncronas Ensaios

249
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
1. Sincronização de Máquina Síncrona

scilab©

Figura 68 – Sincronização da Máquina Síncrona com 50 º Elétricos


250
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
1. Sincronização de Máquina Síncrona

scilab©

Figura 69 – Sincronização da Máquina Síncrona com 10º Elétricos


251
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
1. Sincronização de Máquina Síncrona

 Nas figuras 68 e 69 pode-se notar o processo de sincronização de uma mesma


máquina síncrona com potência nominal da ordem de 280 MW onde a constante de
inércia do conjunto girante é de 10 s.

 Na figura 68 o ângulo máximo de sincronismo foi de 10º elétricos enquanto que na


figura 69 o ângulo foi de 1º elétrico.

 O impacto sobre a máquina, quando o ângulo ou o erro de ângulo admitido é da


ordem de 10º elétricos para cima, é muito grande.

 Num processo de sincronismo manual, seria praticamente impossível conseguir


uma sincronização numa faixa dessa.

 As formas da função tanto do envelope de amortecimento quanto da freqüência de


oscilação amortecida verificadas no sinal de resposta da potência acelerante trata-se
de características próprias da área de geração sendo função do momento de inércia
da área de geração e do coeficiente de amortecimento da rede elétrica.
252
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
2. Perda de Excitação da Máquina Síncrona

Figura 70 – Perda de Excitação da Máquina Síncrona


253
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
2. Perda de Excitação da Máquina Síncrona

scilab©

Figura 71 – Perda de Excitação da Máquina Síncrona

254
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
2. Perda de Excitação da Máquina Síncrona

 Nas figuras 70 e 71 foi mostrado o oscilograma de uma ocorrência na qual houve


perda de excitação de uma máquina síncrona, um hidrogerador.

 Podem-se notar a queda da tensão terminal e a forte oscilação presente no


sistema.

 O nível de tensão terminal caiu até 88% do valor nominal impossibilitando a


operação normal da máquina.

 Abaixo de 90% da tensão terminal o regulador automático de tensão não


consegue mais operar na sua modalidade automática além do fato de que com esse
nível de tensão a máquina entra na sua zona de subexcitação com grande absorção
de potência reativa do sistema ao qual ela está interligada.

 Provavelmente haverá instabilidade operativa com TRIP pelo relé 40.

255
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
3. Sobretensão e Sobrecorrente de Excitação da Máquina Síncrona

Figura 72 – Sobretensão e Sobrecorrente de Excitação da Máquina Síncrona


256
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
3. Sobretensão e Sobrecorrente de Excitação da Máquina Síncrona

 Na figura 72, por uma falha no canal direto do regulador automático PI, referente
ao sistema de excitação da máquina síncrona, houve sobretensão e sobrecorrente de
fase.

 Em sistemas em que as proteções de sobretensão e de sobrecorrente de fase


sejam temporizadas ora poderá atuar uma ora outra. Neste caso sempre será
importante a análise da ocorrência e a pesquisa de falha. A falha ou defeito tendo
ocorrido no sistema de excitação sempre haverá sinalização pertinente.

 A atuação única da proteção de sobretensão associada a uma causa externa ou


descarga atmosférica é bem remota se comparada com um possível problema no
sistema de excitação da máquina.

 Em sistemas em que haja a proteção de sobrecorrente de excitação do


transformador de excitação, dependendo do ajuste, esta proteção atuará antes das
demais.

257
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
4. Sobrecorrente de Excitação por Perda de Blocos de Geração

Figura 73 – Sobrecorrente de Excitação – Perda de Geração


258
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
4. Sobrecorrente de Excitação por Perda de Blocos de Geração

scilab©

Figura 74 – Sobrecorrente de Excitação – Perda de Geração

259
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
4. Sobrecorrente de Excitação por Perda de Blocos de Geração

 Na figura 73, por ação de saída de blocos de geração com a abertura de linhas de
interligação, a máquina permaneceu interligada ao sistema remanescente, porém não
suportou a situação tendo havido sobrexcitação e sobrecarga nas fases do estator.

 Houve, também, uma forte oscilação de potência ativa elétrica com forte impacto
para o conjunto girante.

 Pela figura 74, quando apenas o sinal referente ao ângulo elétrico de potência é
mostrado, nota-se que houve uma mudança no valor da freqüência natural amortecida
da área que antes era de 1,4 Hz tendo passando agora para o valor 0,65 Hz.

 Se o dispositivo PSS ou Power System Stabilizer estiver ajustado para essa


condição, provavelmente as oscilações serão minimizadas fortemente, senão as
oscilações continuarão conforme foi mostrado nas figuras 73 e 74 cujo sistema de
excitação teve o PSS desligado.

260
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
5. Curto- Circuito Trifásico Simétrico da Máquina Síncrona

 Na figura 75 é mostrado o resultado da simulação do curto-circuito trifásico


simétrico a que foi submetida uma máquina síncrona. Vêem-se os efeitos da
componente CA e da componente CC da corrente de falta. Referências 18 e 26.

 No gráfico pode-se perceber o efeito da influência entre as fases distanciadas de


120º elétricos entre si, fases A,B, C. Nota-se a distorção na forma de onda da
corrente, nas fases, provocada pela ação da componente CC.

 Para a fase A , p.ex., podem-se estabelecer os 3 regimes de comportamento, a


saber, regime subtransitório, regime transitório e regime permanente. Cada um agindo
na seguinte forma conforme cada uma das equações de corrente a seguir. Isso pode
ser visto na figura 76 onde está representada apenas a componente CA da corrente
de falta.
2 Eq 2 Eq 2 Eq
I " e I ' e I
X" d X 'd Xd

261
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
5. Curto- Circuito Trifásico Simétrico da Máquina Síncrona

 Nas equações anteriores considerar as seguintes variáveis:


E q : FEM da máquinasíncrona em vazio
I" : corrente subtransitória de estator da máquina
I' : corrente transitória de estator da máquina
I : corrente de regime permanentede estator da máquina
X" d : reatância subtransitória da máquinade eixo d
X' d : reatância transitóriada máquinade eixo d
X : reatânciasíncrona da máquinade eixo d
d
T" d : constante de tempo subtransitória da máquinade eixo d
T' d : constante de tempo transitória da máquinade eixo d
 Equações básicas:

262
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
5. Curto- Circuito Trifásico Simétrico da Máquina Síncrona
 t
 período subtransitório  T" d
I1  (I " I ' ) e

 t
T 'd
 período transitório  I 2  (I ' I ) e

 período de regime permanente  I 3  I

 Na figura 76 considerar:

 parcela subtransitória da corrente  OC

 parcela transitória da corrente  OB

 parcela permanente da corrente  OA

263
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
5. Curto- Circuito Trifásico Simétrico da Máquina Síncrona

 Na figura 76 pode-se perceber o decaimento verificado na curva da corrente de


fase durante a falta.

 O primeiro decaimento, o que ocorre nos três primeiros ciclos da onda de corrente,
se refere ao período denominado de período subtransitório da ocorrência.

 O segundo decaimento, aquele que ocorre até o décimo ciclo, se refere ao período
denominado de período transitório.

 O restante do sinal se acomoda no valor conhecido como regime permanente.

 A equação geral de falta é dada pela equação seguinte que está desdobrada na
curva da figura 75.
  t  t 
 1 T'd T"d 
i tot Φa  2 Eq  ( 1  1 ) e  (
1

1
)e  (sinωB t  δ) 
X X' d X d X" d X' d
 d 

2 Eq X" d  X" q  t
Ta
 sin δ e
2 X" d X" q 264
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
5. Curto- Circuito Trifásico Simétrico da Máquina Síncrona

 Na equação anterior tem-se as seguintes varáveis:

E q : FEM da máquinasíncrona em vazio


ωB: freqüência base do sistema 377 rad/s
δ : ângulode fase inicial
X" d : reatância subtransitória da máquinade eixo d
X' d : reatância transitóriada máquinade eixo d
X d : reatânciasíncrona da máquinade eixo d
T" d : constante de tempo subtransitória da máquinade eixo d
T 'd : constante de tempo transitória da máquinade eixo d
T a : constante de tempo da armaduraou estator da máquina

 Notar que as distorções existentes nas formas das 3 correntes nas 3 fases da
máquina síncrona da figura 75 tem a ver com o valor do ângulo "δ" inicial.

265
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
5. Curto- Circuito Trifásico Simétrico da Máquina Síncrona

X"d  0,24 pu
X"q  0,34 pu

X 'd  0,37 pu
Xd  1,15 pu

Xq  0,75 pu

T 'd  1,18 s

T "d  0,035 s

Ta  0,15s

Eq  1,00 pu

π
δ rad
2

Figura 75 – Correntes nas Fases da Máquina Síncrona – Curto - Circuito 3Φ


266
OCORRÊNCIAS ESPECÍFICAS
5. Curto- Circuito Trifásico Simétrico da Máquina Síncrona

Figura 76 – Forma da Corrente de Curto-Circuito 3Φ da Máquina Síncrona

267
OCORRÊNCIAS HISTÓRICAS
1. Blackouts de 18/08/85 e 17/09/85

 Citam-se 2 importantes ocorrências de blackout no sistema interligado do Brasil


que foram históricas pelo impacto gerado:

 18/08/85
 17/09/85

 Perda da estabilidade geral do sistema elétrico por ajustes inadequados de


reguladores de velocidade.

 Houve saída de linhas principalmente da UHE Itaipu e toda a geração da área do


Rio Paranaíba no Triângulo Mineiro envolvendo Furnas, Cemig, Celg e Cesp.

 Houve uma grande demora no restabelecimento das estações fato que fez com
que as principais capitais do país ficassem sem energia elétrica por horas.

 Houve fortes oscilações de potência, de freqüência e de tensão.

268
OCORRÊNCIAS HISTÓRICAS
1. Blackouts de 18/08/85 e 17/09/85

 Grande parte das instalações saiu por baixa pressão de óleo de acionamento dos
reguladores de velocidade devido às oscilações da freqüência e à descoordenação
entre o sistema de proteção e os órgãos de controle automático [reguladores de
velocidade e de tensão].

 Foram realizados vários encontros entre as empresas do setor elétrico sob o


auspício do GCOI [Grupo Coordenador da Operação Interligada entre as
Concessionárias de Energia do Brasil] , órgão vinculado ao Ministério das Minas e
Energia na época.(*)

 Foram promovidos trabalhos de reajuste de reguladores de velocidade, de


sistemas de excitação, de PSSs [Power System Stabilizers] e parte do sistema de
proteção.

 Adotado o Horário de Verão.

(*) O GCOI foi depois substituído pela ONS.


269
OCORRÊNCIAS HISTÓRICAS
2. Blackouts de 26/03/96 e 25/10/96

 Citam-se outras 2 importantes ocorrências de blackout no sistema interligado do


Brasil que, do mesmo modo, foram de grande impacto:

 26/03/96
 25/10/96

 Perda de estabilidade geral do sistema elétrico por descoordenação entre o


sistema de proteção e os órgãos de controle automático [reguladores de velocidade e
de tensão].

 Houve saída de linhas, principalmente da UHE Itaipu e grande parte da geração


da área de Furnas, da Cemig e da Cesp.

 Houve demora no restabelecimento das estações.

 Houve fortes oscilações de potência, de freqüência e de tensão.

270
OCORRÊNCIAS HISTÓRICAS
2. Blackouts de 26/03/96 e 25/10/96

 As análises mostraram que a subfreqüência do sistema atingiu valores alarmantes


sem que houvesse a atuação da proteção.

 As análises também mostraram que, em boa parte das áreas de geração, não
havia coordenação operativa entre as várias proteções e entre essas e os sistemas
de controle automático.

 Houve saída de linhas principalmente da UHE Itaipu e grande parte da geração


da área de Furnas, da Cemig e da Cesp.

 Houve demora no restabelecimento das estações.

 Houve fortes oscilações de potência, de freqüência e de tensão.

 Também foi observado que boa parte da proteção atuou sem necessidade ou
atuou de maneira errada por problemas de manutenção.

271
OCORRÊNCIAS HISTÓRICAS
2. Blackouts de 26/03/96 e 25/10/96

 Ficou claro que as medidas tomadas após os blackouts de 18/08/85 e


17/09/85 não foram suficientes e que o sistema tinha crescido muito em termos de
potência instalada, até então.

 As estações de telecomunicações localizadas nas SEs tiveram grande dificuldade


de restabelecimento.

 Em muitas usinas, o sistema Diesel de Emergência simplesmente não funcionou


por desajuste dos relés de subfreqüência responsáveis pela partida desses
dispositivos.

 Entre as principais medidas adotadas, o trabalho completo com estudos seguidos


de ensaios de campos foram determinantes para que a operação interligada se
tornasse bem mais confiável. Ver referência 29.

 Praticamente, todas as empresas do setor elétrico tomaram suas providências.

272
OCORRÊNCIAS HISTÓRICAS
2. Blackouts de 26/03/96 e 25/10/96

 Entre os principais trabalhos, houve um que se mostrou fundamental: a garantia


de que os PSSs se encontravam ajustados para atuar tanto nas oscilações do modo
local quanto do modo interáreas.

 Houve a substituição dos antigos PSSs de potência elétrica por PSSs do tipo
freqüência acelerante.

 Foram realizados ensaios de campo com a validação dos modelos dos principais
controladores automáticos bem como dos modelos de máquina.

273
OCORRÊNCIAS HISTÓRICAS
3. Medidas Tomadas Após Blackouts de 26/03/96 e 25/10/96

 Principais ajustes adotados:

 Limitador de Volts-Hertz
Adotado o valor de pickup em 1,07 pu/pu com temporização da ordem de 5 a 10 s.

 Limitador de Subexcitação
Promovidos ajustes específicos de modo que o limitador sempre atuasse antes que o
relé 40, seguindo-se o que foi mostrado anteriormente na figura 43.

 Relé de Volts-Hertz ajustado com ação integrada posterior à ação do limitador de


Volts-Hertz. Pickup do relé ajustado em 1,2 pu/pu.

 Ajuste do relé de sobretensão para ação em tempo definido em, no mínimo 3 s,


com pickup ajustado em 112 % da tensão terminal nominal da máquina.

274
OCORRÊNCIAS HISTÓRICAS
4. Blackouts de 21/02/2002

 Outro blackout no sistema interligado do Brasil foi o de:

 21/02/2002

 A falta de chuvas associada a falta de uma política nacional de desenvolvimento


do setor energético culminaram com programações energéticas que colocaram em
risco a operação interligada. Estudos posteriores mostraram muito bem essa situação
que não tinha sido bem entendida na época.

 O Horário de Verão também foi anunciado de maneira equivocada pelos órgãos da


Mídia como uma solução de economia, um grande erro, pois não existe economia
com essa medida e sim um deslocamento do horário de ponta.

 Com medidas técnicas de longo alcance e uma política para o setor elétrico, houve
grande melhora no atendimento bem como uma distribuição melhor na captação de
novos empreendimentos, deixando de lado a discussão político-partidária.

275
OCORRÊNCIAS HISTÓRICAS
4. Blackouts de 21/02/2002

 Para se ter uma idéia dos níveis de água acumulada nos reservatórios dessa
época é só lembrar que os valores médios estavam na casa de 25%.

 Houve instalações em que o nível de acumulação de água chegou a 9%.

 No blackout de 21/02/2002 houve oscilação de freqüência entre 50,881 Hz e


76,132 Hz, valores registrados por dispositivo eletrônico digital.

 Nesse blackout o maior problema foi mesmo a programação energética adotada


na época em função da crescente demanda por energia associada à falta de chuvas.

276
OCORRÊNCIAS HISTÓRICAS
5. Blackouts de 06/03/2005

 Outro blackout no sistema interligado do Brasil foi o de:

 06/03/2005

 Ocorrência sistêmica com o desarme do bipolo 2 de CC de Foz do Iguaçu - Ibiúna


na UHE Itaipu com a perda de 2.700 MW.

 Seguiram-se as desinterligações Norte-Nordeste e Sudeste-Nordeste.

 Houve atuação de ERACs [Esquemas Regionais de Alívio e Corte de Carga].

 Até hoje não se chegou a uma conclusão a respeito dessa ocorrência!

277
MANUTENÇÃO: PROCEDIMENTOS GERAIS
1. Conceituação Inicial

 O sistema de proteção de geradores, mais especificamente, tem uma


característica peculiar que o identifica e o difere dos demais sistemas envolvidos no
sistema elétrico: a de apresentar o que se chama de "falha oculta".

 A falha oculta ou defeito oculto trata-se de um evento que não pode ser
identificado no exato instante de sua ocorrência.

 Esse tipo de evento somente poderá ficar identificado quando o dispositivo for
realmente acionado. Essa é, propriamente, a característica típica da proteção.

 P. ex., se um relé, por um motivo qualquer, tiver a sua bobina de TRIP aberta,
por certo não irá atuar no exato momento de uma solicitação. A partir desta
constatação, apenas se poderá dizer que o dispositivo teve uma recusa motivada por
falha interna [bobina aberta] e nada mais além disso.

278
MANUTENÇÃO: PROCEDIMENTOS GERAIS
2. Tipos de Manutenção

 Basicamente, existem 2 tipos principais de manutenção:

 Preventiva
 Corretiva

 Sendo que a manutenção Preventiva ainda pode ser dividida em:

 Periódica
 Preditiva

 Dados interessantes:

 Em uma pesquisa realizada entre os anos de 93 e 98, relativa a falhas de caráter


geral em sistemas de proteção/regulação, de uma grande central de geração, com
16 anos de operação, obteve-se o gráfico da figura 77, seguinte.

279
MANUTENÇÃO: PROCEDIMENTOS GERAIS
3. Alguns Levantamentos Reais

Sistema de Proteção - Falhas


80
80
Nº de Falhas

60
40
40

20 10
2 3 4
0
93 94 95 96 97 98
Ano

Figura 77 – Sistema de Proteção - Nº Geral de Falhas por Ano


280
MANUTENÇÃO: PROCEDIMENTOS GERAIS
4. Análise de Resultados

 O que se notou foi que até 1995, quando a manutenção era preventiva e
periódica, bienal, o sistema de proteção apresentou valores baixos se
comparados com os valores do período após 1996 quando a manutenção teve
sua periodicidade alterada para 4 e 6 anos.

 A manutenção periódica praticamente não é mais adotada, de modo que se deixa


para se ocupar da manutenção no sistema de proteção de máquina durante as etapas
de paradas prolongadas que, normalmente, se cumprem de 40 a 60 mil horas de
funcionamento contínuo da unidade.

 Nos programas de manutenção consta a execução de tarefas que são,


normalmente, organizadas em procedimentos ora chamados de guias, ora chamados
de instrução de ensaios, ora de roteiros de manutenção.

281
MANUTENÇÃO: PROCEDIMENTOS GERAIS
5. Roteiros de Manutenção

 Esses roteiros contém todas as referências para que se possa desenvolver uma
sistemática de levantamento e medições.

 Durante a execução das medições, adotam-se valores limites para os quais a


medição realizada possa ser avaliada no sentido de estar normal ou de estar errada.

 Se os valores medidos, nas condições admitidas, estiverem discordantes daqueles


valores estipulados nos roteiros de manutenção, deve-se proceder aos devidos
ajustes. Em geral, adotam-se faixas de tolerância de +/- 5 % ou +/- 7 % para as
medições. É aconselhável não se trabalhar com valores limites além de +/- 10 %.

 Não se deve trabalhar com períodos de manutenção em sistemas de proteção de


máquinas síncronas que ultrapassem 5 anos. O risco de haver falha oculta é muito
grande e cresce exponencialmente com o passar do tempo.

282
RECAPITULAÇÃO
1. Representação em Por Unidade ou PU

 Trata-se de uma forma particular de representação de um sistema elétrico de


potência onde todas as grandezas são apresentadas em função de um grupo
específico de grandezas conhecidas por valores base.
 P. ex. , tomando-se como base a tensão e a potência aparente podem-se
calcular outras grandezas em função destas.

 Base de Valores

 Tensão escolhida  Vbase  13,8 kV


 Potência aparente escolhida  Sbase  100 MVA

 Um valor de tensão VA  11.820 Volts terá o seguinte valor em por unidade na


base anteriormente escolhida:
VA 11.820
VA [ pu]    0,9 pu
Vbase 13.800

283
RECAPITULAÇÃO
1. Representação em Por Unidade ou PU

 Considerando-se a base anterior um sistema monofásico calcular o valor da


impedância base em Ω e depois calcular em pu o valor da impedância de 2,4 Ω.

 Impedância Base  Zbase

Zbase [Ω ] 
Vbase 2 [V]


13.800 2
 1,9044 Ω
Sbase [VA] 100.000.00 0
 Impedância 2,4 Ω em pu

Z zW  2,4  1,26 pu
zbase 1,9044

284
RECAPITULAÇÃO
1. Representação em Por Unidade ou PU

 Um dos modos práticos de resolução de sistemas físicos consiste na sua


representação em "por unidade", ou seja, na representação das grandezas
físicas como porcentagens de seus valores nominais, ou melhor, uma grandeza
representaria tantos por cento de seu valor nominal que seria chamado"valor
básico" ou valor de base.

 Existem grandezas que são principais ou independentes e existem as


grandezas chamadas derivadas, que são expressas em função das primeiras.
Na representação em "por unidade", os valores de base são tomados, em
princípio, como função de grandezas nominais principais, extraindo-se,
posteriormente, as grandezas básicas derivadas destas.

 Geralmente, em sistemas elétricos de potência, fixam-se duas grandezas,


ou:

• a potência nominal trifásica;


• a tensão nominal entre fases.
285
RECAPITULAÇÃO
1. Representação em Por Unidade ou PU
 A razão da escolha deve-se ao fato da simplificação, além da melhor facilidade
quanto a valores resultantes.

 Um grande benefício em se trabalhar com sistemas "pu" consiste em evitar a perda


de significado de certas grandezas que, em valores normais ou atuais(*), estariam
abaixo da classe de precisão com que se está trabalhando no momento.

 Como exemplo, será representado, em "pu", um determinado SEP cujos valores


nominais são dados:

• potência nominal trifásica aparente = 100 MVA


• tensão nominal entre fases = 13,8 KV

A tensão em pu é dada por:

(*) Quando não se trabalha com valores pu, diz-se que estes valores são atuais.

286
RECAPITULAÇÃO
1. Representação em Por Unidade ou PU

V
Vpu 
VB
onde
Vpu - Tensão em pu;
Vb - Tensão base;
V - Tensão atual.
P
A potência em pu é dada por: Ppu 
SB
onde
Ppu - Potência em pu;
Sb - Potência base;
P - Potência atual.

287
RECAPITULAÇÃO
1. Representação em Por Unidade ou PU

Assim, para uma tensão entre fase e neutro sobre uma carga qualquer de 10 KV
vem:
VB  13,8KV V 10KV
Vpu    Vpu  0,72pu
VB 13,8KV
Para uma potência de 1,0 MVA correspondendo às perdas da transmissão, vem:

P 1,0MVA
Ppu    0,01 Ppu  0,01pu
SB 100MVA

Estendendo o estudo atual, podem-se transformar valores de uma base para uma
nova base desejada.

288
RECAPITULAÇÃO
1. Representação em Por Unidade ou PU

Tem-se, por exemplo, uma determinada tensão de 0,9 pu,


na base anteriormente exemplificada, e se quer este mesmo valor numa base onde
os valores nominais sejam os seguintes:
• Potência = 10 MVA
• Tensão = 41,4 KV
V
Sabe-se que na base 1  Vpu1 
VB1
V
Na nova base, a base 2  Vpu 2 
VB 2
Da primeira equação  V  VB1  Vpu1

Da segunda equação  V  VB 2  Vpu 2

289
RECAPITULAÇÃO
1. Representação em Por Unidade ou PU

Igualando-se, pois, ambas são V  VB1  Vpu1  VB 2  Vpu 2

V
Logo  Vpu2  B1 Vpu1
VB2
13,8
Assim  Vpu2   0,9  0,3  Vpu2  0,3 pu
41,4
Provando que em ambas as bases, o valor atual é o mesmo.

Primeira base 
V  0,9 x13,8  12,42 kV  V  12,42 kV

Segunda base  V  V V
B2 pu2  0,3  41,4  12,42 kV

290
RECAPITULAÇÃO
2. Componentes Simétricos

 Um sistema elétrico trifásico de tensões tem esse nome porque é composto


segundo a disposição de três elementos fasores de tensão que têm o mesmo
módulo, porém estando afastados entre si de 120º.

Figura 78 – Sistema Equilibrado Trifásico de Fasores de Tensão

291
RECAPITULAÇÃO
2. Componentes Simétricos

 Disposição dos fasores conforme informado anteriormente.

  jθ
V an  V an exp
  j θ 120º 
V bn  V bn exp
  j θ 120º 
V cn  V cn exp
θ  ωt α ω  2 60

Figura 79 – Sistema Equilibrado Trifásico de Fasores de Tensão

292
RECAPITULAÇÃO
3. Regimes de Trabalho

 Existem 3 regimes de trabalho conforme o grau de decaimento do sinal


monitorado.

 Subtransitório
 Transitório
 Permanente ou Síncrono

 Quanto ao grau de decaimento da função sob estudo [tensão, corrente, etc]

 Subtransitório: 2 primeiros ciclos ou seja 2 x 0,0166 s

 Transitório: de 3 a 10 ciclos ou seja 10 x 0,0166 s

 Síncrono : restante do sinal

293
RECAPITULAÇÃO
4. Números Complexos

 Existe um conjunto de números, chamados de números complexos, que tem a


propriedade de representar quantidades que necessitam de módulo, direção e sentido
para ficar completamente definidas.
 Uma quantidade ou grandeza como a força, p.ex., exige um módulo e uma
direção para sua perfeita definição. Outras como velocidade, torque, indução
magnética também exigem a representação na forma complexa.
 Já outras grandezas como distância, energia, fluxo magnético, massa não exigem
a representação na forma complexa, mas apenas no que se chama de forma escalar,
ou seja, apenas um número é necessário para a sua definição.
 Um número complexo pertence ao conjunto dos números complexos C e é,
normalmente, representado pela letra Z.

 Um número complexo qualquer pode ser assim representado  Z  a  jb

294
RECAPITULAÇÃO
4. Números Complexos

 Um bom exemplo de uma quantidade complexa é a que define a impedância


como função da resistência R e da reatância X  Z  R  j X
 Como já foi mencionado, a tensão é uma grandeza que exige módulo, direção e
sentido para a sua perfeita representação.

  jθ
 exp
V an V an
Onde:

V an  módulo da tensão entre fase A e neutro

j θ  j [ω t  α]  argumento da tensão entre fase A e neutro relativo a referência

295
RECAPITULAÇÃO
4. Números Complexos

 A representação gráfica de um número complexo, no plano cartesiano, ou plano


retangular, é a seguinte:

Figura 80 – Representação Geométrica de um Número Complexo


296
RECAPITULAÇÃO
4. Números Complexos

 A figura 80 anterior permite que se escreva as seguintes relações:

x  Z cos θ e y  Z sin θ com θ  ωt  α

 Na forma de um número complexo tem-se:

Z  Z cos θ  j Z sin θ  Z [cos θ  j sin θ ]


 A fórmula de Euler permite que se escreva que:
[cos θ  j sin θ ]  exp[ jθ ]
 Finalmente:

Z  Z exp[ jθ ]

297
RECAPITULAÇÃO
5. Operações Infinitas e Indeterminações

 Trata-se de operações que envolvem zero e infinito  .


K 1
0   0,000000001 0 com K  0
 1.000.000.000

K.    1 x1.000.000.000  1.000.000.000  

K     1010  10 x10 x10 x10 x10 x10 x10 x10 x10 x10  10.000.000.000  

0
 ind
  ind .0  ind
0 

298
RECAPITULAÇÃO
6. Lei da Indução Eletromagnética

A lei de Faraday-Lenz enuncia que a força eletromotriz induzida num circuito


elétrico é igual a variação do fluxo magnético conectado ao circuito. É importante
notar que um campo magnético constante não dá origem ao fenômeno da indução.
Por esta razão, não é possível colocar um magneto no interior de um solenoide e
obter energia elétrica. É necessário que o magneto ou o solenóide se mova
consumindo energia mecânica. Por esse motivo que um transformador só funciona
com corrente alternada. A lei é de natureza relativística, portanto o seu efeito é
resultado do movimento do circuito em relação ao campo magnético.
A contribuição fundamental de Heinrich Lenz foi a direção da força eletromotriz (o
sinal negativo na fórmula). A corrente induzida no circuito é de fato gerada por um
campo magnético e a lei de Lenz afirma que o sentido da corrente é o oposto da
variação do campo magnético que a gera.

Origem: Wikipédia,
a enciclopédia livre que todos podem editar.

299
RECAPITULAÇÃO
6. Lei da Indução Eletromagnética

A lei de Faraday-Lenz pode ser expressa pela equação seguinte:


Δφ
E fem  
Δt
onde

E fem - força eletromotriz induzida no circuito

Δ φ - variação do fluxo magnético


Δt - variação do tempo
A lei de Faraday-Neumann-Lenz, ou lei da indução eletromagnética, é uma lei da
física que quantifica a indução eletromagnética, que é o efeito da produção de
corrente elétrica em um circuito colocado sob efeito de um campo magnético variável
ou por um circuito em movimento em um campo magnético constante. É a base do
funcionamento dos alternadores, dínamos e transformadores.

300
RECAPITULAÇÃO
7. Curto- Circuito Trifásico Simétrico da Máquina Síncrona

No item 5 anterior foram apresentadas, na figura 75, a forma das correntes de fase
para o curto-circuito trifásico simétrico com a máquina síncrona em vazio. Agora, o
mesmo sistema será sujeito ao mesmo curto, porém será retirado o enrolamento
amortecedor da máquina.

Neste caso a equação será a seguinte e as formas de onda de correntes de fase


podem ser vistas na figura 81.

  t  2 Eq   t 
 1 T'd   1 T'd 
i tot Φa  2 Eq  ( 1  1 ) e  (sinωB t  δ) 
1
( X'  X ) e  (sin2 ωB t  δ)
X X' d X d 2
 d   d q 

2 Eq 1  t
1 Ta
 (  ) sin δ e
2 X' d X q

301
RECAPITULAÇÃO
7. Curto- Circuito Trifásico Simétrico da Máquina Síncrona

X 'd  0,37 pu
Xd  1,15 pu

Xq  0,75 pu

T 'd  1,18 s

Ta  0,15s

Eq  1,00 pu
π
δ  rad
2

Figura 81 – Correntes nas Fases da Máquina Síncrona – Curto - Circuito 3Φ


302
RECAPITULAÇÃO
8. Tabela 2 de Funções de Proteção conforme a Norma ANSI – IEC 61.850

303
RECAPITULAÇÃO
8. Tabela 2 de Funções de Proteção conforme a Norma ANSI – IEC 61.850

304
RECAPITULAÇÃO
8. Tabela 2 de Funções de Proteção conforme a Norma ANSI – IEC 61.850

305
RECAPITULAÇÃO
8. Tabela 2 de Funções de Proteção conforme a Norma ANSI – IEC 61.850

306
RECAPITULAÇÃO
8. Tabela 2 de Funções de Proteção conforme a Norma ANSI – IEC 61.850

307
ANEXO 1

Análise de Ocorrência Específica


Envolvendo Máquina Síncrona
Caso Real

308
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

Seja analisar a seguinte ocorrência.


No dia 09 último houve uma elevação de corrente nas 3 fases da máquina 6, todas
ao mesmo tempo, chegando a atingir o valor de 22 kA, com a operação da
proteção de perda de excitação, relé G40 e parada da unidade através da proteção
de distância, relé G21.
Esses dados foram coletados através do sistema digital de supervisão e controle
local, SDSC, e do relé digital da Siemens 7UM62 SIPROTEC.

Observação do Relator da Ocorrência:


O estranho é que as correntes do estator subiram ao mesmo tempo e para valores
altos, mas não de curto-circuito.
Realizada a inspeção no gerador, no cubículo de surto e no sistema de excitação:
não foram encontrados vestígios de curto-circuito.
Havia, na gaveta auxiliar do Regulador de Tensão, um cartão eletrônico queimado
(cartão que derrubou a fonte GPG de alimentação da parte eletrônica do sistema
de excitação). Trata-se do cartão eletrônico do sensor que monitora os níveis de
circulação de corrente pelos ramos da excitação positiva e da excitação negativa.
309
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

Condições Operativas Pré-falta:


A máquina 6 estava operando normalmente, sem restrição, com carga nominal,
interligada ao sistema assim como as demais 5 outras máquinas dessa instalação.
A máquina estava com geração nominal e em sua tensão nominal quando surgiu o
problema.

Dados Nominais de Máquina e da Instalação:


Potência Ativa por Máquina = 268 MW
Potência Reativa por Máquina = 91 MVAr
Potência Aparente por Máquina = 283 MVA
cosφ = 0,95
Tensão Terminal de Máquina = 16,5 kV
Corrente de Saída do Estator a Plena Carga = 9.902,7 A
Nº. de Máquina na Instalação : 6 máquinas de mesmo projeto
Potência do Transformador de Saída de Cada Máquina = 300 MVA
Tensões do Transformador de Saída : 16,5 – 500 kV
Interligação com o Sistema Elétrico : 3 Linhas de 500 kV
310
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

Questionamento do Pessoal de Manutenção:

- Poderia esse cartão enviar um sinal para o Regulador de Tensão, sinal esse que
transformasse as correntes do estator da forma citada?

- Os valores dessas correntes poderiam ser realmente verdadeiros?

- Por que os limitadores do Regulador de Tensão não operaram tentando voltar a


máquina para condição de normalidade?

- Quais ensaios devemos fazer nessa máquina antes de rodar?

- E a grande questão, se tudo isso for possível e se não houver desajustes na


proteção por que tanto a proteção G40 quanto a proteção G21 atuaram
simultaneamente?

311
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

1. Uma das primeiras medidas a se tomar, numa ocorrência desse tipo, é se


certificar de que as proteções envolvidas na ocorrência estejam em bom estado
operativo o que significa que elas devem estar operando dentro de seus
ajustes. Aqui elas devem ser checadas e testadas quanto a velocidade de
ação, sensibilidade operativa, confiabilidade e seletividade. Ver página 6.

2. Deve se certificar qual foi a proteção operada, ou seja, qual foi a proteção que
realmente comandou o desligamento.

3. Colher informações junto à equipe de operação local, de preferência com


aquela equipe que estava em serviço na hora da ocorrência.

4. Tendo a plena certeza da correta operação das proteções envolvidas, certificar-


se de que o problema realmente ocorreu com o equipamento.

5. Procurar conhecer, junto a equipe de operação, os níveis de carregamento


tanto da máquina quanto do sistema elétrico no momento da ocorrência.
312
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

6. Fazer as devidas anotações e colher os registros inerentes para posterior


análise e apresentação de relatórios.

7. Definir, junto com a equipe de trabalho, a condição do problema: se é urgência


ou emergência.

8. Elaborar, a partir daí, um plano de ação.

9. Durante a elaboração do plano de ação não descartar possibilidades nem


trabalhar no sentido de simplificar o problema real.

10. Ter sempre em mente que a idéia de reducionismo da problemática é uma


característica filosófica de nossos tempos e que essa medida já provocou
muitos erros e decisões equivocadas, fatos já comprovados por inúmeros
analistas e pensadores da atualidade.

11. Manter sempre uma posição crítica positiva e não descartar etapas.
313
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

12. Discutir, junto com as equipes de Engenharia, o melhor caminho a se tomar.

13. Não descartar a possibilidade de realização de ensaios especiais para


constatação de possíveis falhas e defeitos.

15. Evitar a concordância prematura com uma determinada causa encontrada


mantendo sempre uma postura de questionamento. Desconfiar sempre da
primeira impressão lógica que aparecer.

16. Lembrar que uma determinada falha não obrigatoriamente deve passar por uma
condição lógica.

17. A lógica de uma ocorrência, normalmente, é não obedecer à lógica nenhuma.

18. Verificar a existência de históricos anteriores ou mesmo algum tipo de


ocorrência no passado recente, envolvendo o equipamento em foco.
314
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

Análise da Ocorrência em Questão:

1. Observando as anotações e os questionamentos do pessoal que deu o primeiro


atendimento, notam-se várias dúvidas e suposições o que é normal quando a
situação foge ao controle em função da complexidade e da singularidade da
ocorrência.

2. Ocorrências envolvendo proteção e regulação não são fáceis de se analisar.

3. Mais difícil ainda é analisar ocorrências envolvendo máquina e sistema elétrico.

4. Esta ocorrência específica mostra que pode ter havido interferência do sistema
em função da sensibilização da proteção de perda de excitação, relé G40.

5. Nas inspeções e ensaios realizados ficou constatado que nada de anormal


ocorrera com a máquina, em si, nem com o transformador principal.

315
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

6. Um curto-circuito interno, na região entre máquina e transformador de saída,


sensibilizaria a proteção diferencial tanto de gerador G87 ou mesmo a proteção
diferencial total GT87, o que não ocorreu.

7. Ensaios verificativos nas proteções diferenciais mostraram que tais relés [G87 e
GT87] estavam operando normalmente e sem problemas.

8. Outro fator importante pode ser observado no registro de oscilografia do sinal


das correntes de estator durante a ocorrência. Os valores das correntes
subiram até 22.000 A de maneira semelhante nas 3 fases e de modo simétrico.

9. Lembrando, o valor nominal da corrente de estator na condição pré-falta era


próximo ao valor nominal de 9.902,7 A.

10. A proteção operada foi a proteção de distância, relé G21.

316
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

11. A proteção de distância, em sistemas de geradores, tem a ação de retaguarda


da proteção diferencial total que normalmente é a utilizada. Deste modo, no
caso de haver um curto-circuito na área compreendida entre gerador,
transformador elevador de saída, linha curta até o encabeçamento do pórtico da
subestação, a proteção de distância atuará se houver recusa da proteção
diferencial total, fato documentado algumas vezes em instalações de grande
porte como a que está sendo analisada.

12. Análise separada de cada uma das proteções atuadas:

 proteção de distância, relé G21

 proteção de perda de excitação, relé G40.

317
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

Análise da Ocorrência em Questão: Proteção de Distância - Relé G21

Características Gerais

 A proteção de distância dessa instalação utiliza um relé da GE do tipo impedância


off-set que tem a função de proteção do link casa de força – subestação.

 Se ocorrer falta de tensão no transformador da respectiva máquina há o bloqueio


automático da atuação. Essa proteção pertence ao grupo 3 de alarme e
desligamento.

 O ângulo de torque máximo é ajustável de modo contínuo entre 60 e 75º elétricos.


 O alcance do relé é ajustável de 3 a 30 Ω considerando-se a impedância fase-
neutro.

 O off-set é ajustável de 0 a 4 Ω.

318
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

Características Gerais

 A característica adotada pelo projetista foi a da figura seguinte:

Figura 1 do Anexo 1 – Característica do Relé G21 Fase - Neutro

319
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

Análise da Ocorrência em Questão: Proteção de Perda de Excitação - Relé G40

Características Gerais

 A proteção de perda de excitação dessa instalação utiliza um relé da GE do tipo


impedância off-set que tem a função de proteção da máquina quando da perda do
campo de excitação ou subexcitação.
 Se ocorrer falta de tensão no campo da respectiva máquina haverá o TRIP se a
tensão de campo cair abaixo de 20% do valor relativo à tensão terminal nominal por
um tempo superior a 2 s. Essa proteção pertence ao grupo 5 de alarme e
desligamento.
 O ângulo de torque máximo é fixo em -90º elétricos.
 O off-set é ajustável de 0,5 a 4 Ω.
 O diâmetro da circunferência é ajustável de 0 a 100% desse valor.
 Se houver perda de excitação sem haver subtensão de campo o TRIP será liberado
de 1 a 2 s.

320
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância
de Linha Curta

Análise da Ocorrência em Questão:


Curva Característica Proteção de
Perda de Excitação versus Proteção
de Distância

Figura 2 do Anexo 1– Curva


Característica Proteção de Perda de
Excitação versus Proteção de Distância

321
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

Análises Finais e Conclusões

1. Considerando-se a superposição das características no plano complexo das 2


proteções atuadas: as proteções de distância [G21] e de perda de excitação
[G40], mostradas na figura 2 do anexo 1, desenvolve-se o seguinte raciocínio .

2. O projetista do sistema de proteção fez os ajustes de modo que não


houvesse interseção entre as curvas dessas 2 proteções, porém, no limiar, bem
no extremo da curva, no eixo imaginário, há uma área bem pequena, quase um
ponto, em que ambas as circunferências se cruzam.

3. Existe uma pequena região de interseção, exatamente quando há uma possível


perda de excitação por parte da máquina.

4. A filosofia da proteção de perda de excitação adotada pelo projetista para esta


instalação será sensibilizada e liberará TRIP se houver subtensão de campo
inferior a 20% do valor correspondente a tensão nominal de trabalho, por mais
de 2s sendo, portanto, de ação temporizada. 322
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

Análises Finais e Conclusões

5. Caso haja perda de excitação da máquina sem haver subtensão de campo


haverá também a liberação de TRIP, de ação temporizada, entre 1 e 2 s.

6. Portanto, mesmo havendo perda de excitação, não haverá TRIP instantâneo.

7. Por outro lado, a filosofia da proteção de distância adotada pelo projetista para
esta instalação tem ação instantânea e possui uma característica particular que
pode ser vista na figura 2 do anexo 1.

8. A situação ocorrida tem a ver com a perda de excitação, fato que foi
posteriormente confirmado na pesquisa de falha , pois havia um cartão
eletrônico queimado e que provocou a falha.

9. Com isso, houve perda de excitação fazendo com que a máquina absorvesse
potência reativa do sistema.
323
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

Análises Finais e Conclusões

10. O processo foi rápido tendo havido perda de excitação, mas com apenas
sensibilização do relé G40.

11. A tensão terminal da máquina foi caindo e a corrente reativa absorvida foi
aumentando até o ponto em que a impedância vista pelo relé de distância G21
foi atingida provocando a atuação dessa proteção que tem atuação instantânea.

12. Deste modo, houve o TRIP sendo a proteção de distância da máquina, G21, a
proteção atuada.

13. Pelos cálculos, a corrente reativa puxada pela máquina foi de 19.887,15 A e a
tensão terminal da máquina chegou a 4,18 kV, no momento do TRIP.

324
ANÁLISE DE OCORRÊNCIA ESPECÍFICA
1. Exemplo de Proteção de Distância de Linha Curta

Respostas ao Questionamento do Pessoal de Manutenção:

- Poderia esse cartão enviar um sinal para o Regulador de Tensão, sinal esse que
transformasse as correntes do estator da forma citada? Não.

- Os valores dessas correntes poderiam ser realmente verdadeiros? Sim.

- Por que os limitadores do Regulador de Tensão não operaram tentando voltar a


máquina para condição de normalidade?
Porque o sistema de excitação perdeu o controle por perda de sua
alimentação em CC.

- Quais ensaios devemos fazer nessa máquina antes de rodar?


Ensaios de isolamento nos enrolamentos de campo e do estator.

- E a grande questão, se tudo isso for possível e se não houver desajustes na


proteção por que tanto a proteção G40 quanto a proteção G21 atuaram
simultaneamente? Explicado na análise anterior. 325
ANEXO 2

Transformador de Corrente e
Transformador de Potencial [Tensão]

326
GENERALIDADES
A idéia da utilização de transformadores na área de eletricidade tem a ver com o
que se chama de acoplamento magnético.

1. Lei de Ampère Circuitos Magnéticos

 Considerando-se J a densidade de corrente em A/m2 e H a intensidade do


campo magnético em A/m, ambas as unidades no sistema MKS, tem-se que:
 O computo do campo magnético "H" ao longo de um contorno "ℓ"
fechado através da qual passe uma densidade de corrente "J" de uma
superfície aberta é igual à corrente total "i" envolvida.

 Em outras palavras  N i  H 
 A direção do campo H em relação aos Ampères-Espiras Ni é dada praticamente
pela regra da mão direita.
 Os Ampères-Espiras "Ni" trata-se do produto do número de espiras do
enrolamento pela corrente "i" de circulação.

327
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
2. Análise do Transformador de Corrente

 Um outro dispositivo de grande importância para a área de Engenharia é o


transformador de corrente ou simplesmente TC.

 O TC é um equipamento especial cuja elaboração tem como base o


acoplamento eletromagnético.

 O seu estudo pode ser feito a luz do transformador ideal.

 Utilização Básica do TC: adaptar a corrente a ser medida à capacidade do


equipamento (relé, amperímetro, wattímetro...).

328
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
2. Análise do Transformador de Corrente

 A figura 1 do anexo 2 mostra o esquema de um TC do tipo janela.

 A particularidade do TC é apresentar 1 espira no primário.

Figura 1 do Anexo 2 –Transformador de Corrente Tipo Janela

329
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
2. Análise do Transformador de Corrente
Na figura 2 do anexo 2
considerar:
Ip : corrente do primário
Is : corrente do secundário
Np : espiras do primário
Ns : espiras do secundário

(a) Φp : fluxo no primário


(b) Φs : fluxo no secundário
H1, H2 : buchas de alta
X1, X2 : buchas de baixa

Figura 2 do Anexo 2 – Esquema Magnético do TC

330
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
2. Análise do Transformador de Corrente

 Atribuindo aos enrolamentos primário e secundário, respectivamente, os


números de espiras Ns e Np, a relação do TC fica definida por:
1 N 1
 P 
RTC NS K

IP
IS 
K

I' 1  I' 0  I 2

I' 1  I 2

Figura 3 do Anexo 2 – Circuito "T" Equivalente de Um TC Ideal Referido ao Secundário

331
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
2. Análise do Transformador de Corrente

 Na figura 3 do anexo 2 considerar as seguintes variáveis:

I1: valor eficaz da corrente primária


I'1: valor eficaz da corrente primária referida ao secundário
K = Np/Ns: relação de espiras  RTC
Z1: impedância do enrolamento primário
Z'1: impedância do enrolamento primário referida ao secundário
I'o = Io/K: corrente de excitação referida ao secundário.
Z'm: impedância de magnetização referida ao secundário
E2 : tensão de excitação secundária
Z2: impedância do enrolamento secundário
I2 : valor eficaz da corrente secundária
V2 : tensão nos terminais do secundário
Zc: impedância da carga
332
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
2. Análise do Transformador de Corrente

Conseqüência da Abertura do Secundário de um TC

 A corrente de carga no secundário de um TC é fundamental para se entender o


problema causado por uma abertura intempestiva desse terminal.

' '
 A equação I 1  I 0  I2 mostra, através do circuito equivalente do TC, que o
valor da corrente de excitação exigida pela parte magnética é muito pequena.

 Na figura 3 do anexo 2 , toda a corrente primária I'1 é praticamente convertida


na corrente de carga I2. Ou seja '
I 1  I2

 Imaginando-se agora que, de modo brusco, a impedância de carga Zc fosse


retirada de serviço.

333
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
2. Análise do Transformador de Corrente

Conseqüência da Abertura do Secundário de um TC

Figura 4 do Anexo 2 – Resposta à Abertura do Secundário de um TC

334
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
2. Análise do Transformador de Corrente

Conseqüência da Abertura do Secundário de um TC

a) Quando houve a tal suposta abertura do secundário do TC, fora


pressuposto,que a carga era próxima da nominal.

b) Portanto, a corrente no secundário do TC, corrente de carga, era alta, porém


normal.

c) A corrente de excitação continuava normal, em baixo valores se comparada ao


valor da corrente de carga do secundário.

d) Com a abertura abrupta do secundário, desapareceu a carga e toda a corrente


de carga passou a alimentar o ramo de excitação do TC.

335
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
2. Análise do Transformador de Corrente

Conseqüência da Abertura do Secundário de um TC

e) Considerando-se a curva de saturação do TC, para um valor elevado de


corrente de excitação, haverá sobrexcitação e a conseqüente saturação, agora
com o sistema operando em vazio pois a carga foi perdida pela abertura do
secundário.

f) O fluxo magnético não aumentará com o aumento da corrente de excitação. Não


haverá, mais, uma relação linear entre o fluxo e a corrente de excitação.

[A relação entre o fluxo magnético enlaçado e a corrente de excitação nada mais é


que a indutância do ramo magnetizante].

g) Se se observar na figura 4 do Anexo 2, na parte em que há saturação, o fluxo


magnético não se altera e pela Lei de Lenz, a tensão induzida será nula.

336
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
2. Análise do Transformador de Corrente

Conseqüência da Abertura do Secundário de um TC

h) Porém, quando a corrente se alterna e a operação volta para a região próxima


ao "joelho" da curva em que começa a haver variação do fluxo, devido ao elevado
valor da corrente de excitação, surgirão picos elevadíssimos de tensão no
secundário do TC.

i) Provavelmente, não haverá um sinal de tensão secundária elevado, mas sim


picos elevados nessa tensão.

j) Não será um primeiro ou um secundo pico que provocará o rompimento do


isolamento do TC, mas uma seqüência deles.

k) O isolamento do TC, provavelmente, irá se romper e isso sim poderá provocar


uma explosão.

337
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
2. Análise do Transformador de Corrente

Conseqüência da Abertura do Secundário de um TC

l) Às vezes, com já se notou na prática, sob tais condições, o TC não explode. O


que pode ocorrer, como já visto em casos reais, seria um rompimento do
isolamento com a formação de arco nos terminais do secundário, com derretimento
do material circundante sem haver explosão.

338
TRANSFORMADOR DE POTENCIAL
3. Análise do Transformador de Potencial

 Um outro dispositivo também de grande importância para a área de Engenharia


é o transformador de potencial ou tensão ou simplesmente TP.

 O TP é um equipamento especial cuja elaboração tem como base o


acoplamento eletromagnético.

 O seu estudo pode ser feito a luz do transformador ideal.

 Utilização Básica do TP: adaptar a tensão a ser medida à capacidade do


equipamento (relé, voltímetro, wattímetro...).

 O primário do TP é conectado em derivação ( fase-fase ou fase-neutro ) com


relação ao componente cuja tensão se deseja medir.

339
TRANSFORMADOR DE POTENCIAL
3. Análise do Transformador de Potencial

 O TP pode ser representado pelo seguinte esquema:

Na figura 5 do anexo 2
|
considerar:
|
| Vp : tensão do primário
|
Vs : tensão do secundário
|
| Ip : corrente do primário
|
Is : corrente do secundário
|
| Np : nº espiras do primário
|
Ns : nº espiras do
Figura 5 do Anexo 2 – Transformador Real secundário

340
TRANSFORMADOR DE POTENCIAL
3. Análise do Transformador de Potencial

 A potência nos enrolamentos [desprezando-se as perdas]  P  VP IP  VS IS

 Através da equação de conservação de energia entre primário e secundário,


vem:
VP IS NP
  N
VS IP NS

 Através das relações entre as grandezas primárias e secundárias, pode-se


trabalhar de maneira confortável com as grandezas referidas a um dos lados do
transformador. Isso será importante na representação do circuito equivalente do
transformador.
ZP
 N2
ZS

 Um exemplo disso será a relação entre os valores das impedâncias do


primário e do secundário do TP como na equação seguinte:

341
TRANSFORMADOR DE POTENCIAL
3. Análise do Transformador de Potencial
Na figura 6 do anexo 2
considerar:
 As representações vetoriais para as tensões
V1 : tensão do primário
podem ser dadas pelas seguintes equações:
   V2 : tensão do secundário
V1  Z1I1  E1
    I1 : corrente do primário
E2  Z2 I2  V2
I2 : corrente do secundário
N1 : nº espiras do primário
N2 : nº espiras do secundário
E1 : fem do primário
E2 : fem do secundário
Z1 : impedância do primário
Z2 : impedância do secundário

Figura 6 do Anexo 2 –
Transformador Real em Carga
342
TRANSFORMADOR DE POTENCIAL
3. Análise do Transformador de Potencial Na figura 7 do anexo 3 considerar:

 As representações vetoriais para as tensões V1 : tensão do primário


podem ser dadas pelas seguintes equações: V2 : tensão do secundário
I1 : corrente do primário
I2 : corrente do secundário
φ1 : ângulo de carga do primário
φ 2 : ângulo de carga do secundário
E1 : fem do primário
E2 : fem do secundário
Z1 : impedância do primário
Z2 : impedância do secundário
E1 = Zm Io
Z1 = R1 + j X1
Figura 7 do Anexo 2 – Diagrama Z2 = R2 + j X2
Vetorial do Transformador da Figura 6 Φ1 : fluxo máximo 343
TRANSFORMADOR DE POTENCIAL
3. Análise do Transformador de Potencial |
|
| Na figura 8 do anexo 2
| considerar:
 As equações dão origem ao seguinte circuito
| V1 : tensão do primário
equivalente mostrado na figura 8 do anexo 2, | V2 : tensão do secundário
Onde: |
| I1 : corrente do primário
Io : é a corrente de magnetização
| I2 : corrente do secundário
I'2 : corrente do secundário referida ao primário
| N1 : nº espiras do primário
|
| N2 : nº espiras do secundário
| E1 : fem do primário
| E2 : fem do secundário
|
| Z1 : impedância do primário
| Z2 : impedância do secundário

Figura 8 do Anexo 2 – Transformador em Carga


344
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
4. Especificação do Transformador de Corrente

 Exemplos de interpretação das notações relativas às classes de exatidão


dos TCs com base nas normas vigentes.

Pela norma ANSI, American National Standards Institute, USA:

10H100: TC de alta impedância , tal que, ocorrendo uma corrente no


secundário, de 20 x 5 A = 100 A, no máximo, poderá ter no secundário, a
tensão de 100 V, para que o erro do TC não ultrapasse 10% .

10H100: TC de alta impedância, capaz de manter, em seu secundário, 100V


sob erro máximo de 10%, quando alimenta carga até 1 W:
E = 100A x 1W = 100V ou também:
E = 50A x 2W = 100V ou 25A x 4W =100V .

Nota: A norma define 1W para o valor da impedância:

345
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
4. Especificação do Transformador de Corrente

 Exemplos de interpretação das notações relativas às classes de exatidão


dos TCs com base nas normas vigentes.

Pela norma ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, BRASIL:

B2,5F10C100: TC de baixa impedância, classe de exatidão de 2,5% sob fator


de sobrecorrente 10 x In, capaz de alimentar a carga de 100 VA.

A10F10C100: TC de alta impedância, erro máximo de 10% sob fator de


sobrecorrente 10 x In, capaz de alimentar a carga de 100 VA.

Nota: In  corrente nominal

346
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
4. Especificação do Transformador de Corrente

 Exemplos de interpretação das notações relativas às classes de exatidão


dos TCs com base na norma ANSI.

Tensão em V
10 
20 
 
2 ,5  50 
  L   
    
5 100 
10    200
H
   
400
 
800  L : baixa impedância

Classe de Exatidão H : alta impedância

347
TRANSFORMADOR DE CORRENTE
4. Especificação do Transformador de Corrente

 Exemplos de interpretação das notações relativas às classes de exatidão


dos TCs com base na norma ABNT.
2 ,5 
5  Potência em VA
 
12,5  Fator de Sobrecarga
 
5   22 ,5 
2 ,5    25 
 A   10  Classe de Exatidão
  5  F    C  
  10 
B 15
   45 
  20  50 
 
90 
100  A : alta impedância
 
200 
B : baixa impedância

348
TRANSFORMADOR DE POTENCIAL
5. Especificação do Transformador de Potencial

 Exemplos de interpretação das notações relativas às classes de exatidão


dos TCs com base nas normas ANSI e ABNT.
Potência em VA
ABNT ASA - ANSI

P 12,5 
P 25  W  12,5 
   X  25 
P 50   
  Y  75 
 P 100  Z  200 
P 200   
  ZZ  400
P 400 

349
ANEXO 3

Filosofia da Utilização de
TPs e TCs em Sistemas de Proteção

350
USO DE TP E TC NA PROTEÇÃO
Introdução
Seja um exemplo bem típico: considerar a proteção de distância, um relé
tipo Relé de Impedância.

Este relé, basicamente, trata-se de um relé composto de uma unidade


direcional dotado de uma unidade de restrição em tensão.

Para a consecução desta proteção, do lado de um relé, deve-se espelhar


a impedância em ohms do lado de alta, p.ex., para o lado de baixa ou lado
onde serão inseridas as unidades direcional e de tensão do relé.

Em termos reais isso só poderia ser obtido por acoplamento magnético,


ou seja, utilizando-se o efeito transformador.

Um transformador de potência normal resolveria, tranquilamente, o


problema, mas seria impraticável .

351
USO DE TP E TC NA PROTEÇÃO
Introdução
Seria impraticável pois ter-se-ia de construir um outro transformador de
potência do mesmo porte que o próprio sistema ou mesmo o
transformador que é parte do sistema a ser protegido.

O que se faz então?

Quebra-se o transformador de potência em 2 transformadores: 1 apenas


de corrente e outro apenas de tensão [potencial] e cada um com o seu
papel.

A questão base é que as fórmulas de transformação partem de um


invariante que no caso é exatamente a potência, ou seja, desprezando-se
as perdas, a potência do lado do primário de qualquer transformador, ou
efeito transformador, tem de ser, obrigatoriamente, igual àquela verificada
ou transmitida ao secundário.

352
USO DE TP E TC NA PROTEÇÃO
Introdução
 Isso significa, a partir da equação do transformador de potência,
quebrar em 2 as equações de modo q num primeiro contexto trabalha-se
com corrente nominal, porém tensão muito baixa [TC] e num outro
trabalha-se com tensão normal, porém com corrente mínima [TP].

 Ambos os transformadores TC e TP são de baixíssima potência se


comparado com um transformador de potência para os mesmos valores
de corrente e de tensão para os quais eles trabalham.

 Eis a filosofia do TC e do TP.

 Os equipamentos TC e TP são equipamentos independentes entre si


embora trabalhem juntos em determinadas filosofias de proteção como
p. ex. na montagem de um sistema de proteção de distância.

353
USO DE TP E TC NA PROTEÇÃO
Desenvolvimento
 Seja considerar um sistema formado por um transformador trifásico,
genérico e ideal, onde as perdas tanto no circuito primário quanto no
circuito secundário são desprezadas.

 O equacionamento básico de qualquer transformador leva sempre em


conta a potência aparente nos 2 circuitos: primário e secundário.

 Seja o seguinte equacionamento das potências nos 2 circuitos, o


circuito primário e o circuito secundário do transformador hipotético:
S1  3 V1I1  S2  3 V2I2

V1I1  V2I2 V1  Z1I1 V2  Z2I2

I12
Z1 I12  Z2 I 22  Z2  Z1
I 22

354
USO DE TP E TC NA PROTEÇÃO
Desenvolvimento

 Nas equações anteriores considerar as seguintes variáveis:


V1 : tensão do primário
V2 : tensão do secundário
I1 : corrente do primário
I2 : corrente do secundário
S1 : potência aparente do primário
S2 : potência aparente do secundário
Z1 : impedância do primário
Z2 : impedância do secundário
RTC : relação de transformação de corrente do TC
RTP : relação de transformação de tensão do TP
355
USO DE TP E TC NA PROTEÇÃO
Desenvolvimento

 A equação anterior, para o valor da impedância do secundário do


transformador, Z2, em função das demais grandezas, pode ser desmembrada do
seguinte modo:
I1 I1 I I1 V1
Z2  Z1  Z1 1 RTC RTC  RTP 
I2 I2 I2 I2 V2

RTP
 Multiplicando-se a equação de Z2 anterior pelo fator RTP a equação original
não se altera e deste modo vem:

I1 RTP V1 V1 RTC V 12 RTC


Z2  Z1 RTC  
I2 RTP I2 V2 RTP S2 RTP

RTC
 Ou melhor  Z2  Z1
RTP

356
USO DE TP E TC NA PROTEÇÃO
Desenvolvimento

 A idéia de separar o transformador de potência em 2 transformadores [TC e


TP] cria a possibilidade de se poder espelhar as grandezas da parte de alta
tensão em grandezas de baixa tensão de modo a serem monitoradas por órgãos
de controle, tais como reguladores automáticos de velocidade e de tensão, e por
órgãos de proteção e comando, tais como relés de proteção.

Exemplo

 Seja calcular o valor da impedância base de um gerador síncrono, de uma


usina hidrelétrica, de modo que se possa ajustar o valor de off-set de um relé de
perda de excitação a ser usado na proteção da máquina.

357
USO DE TP E TC NA PROTEÇÃO
Exemplo

 Dados da Instalação

• Potência Aparente da Máquina = 283 MVA


• Tensão Terminal de Máquina = 16,5 kV
• Corrente de Saída do Estator a Plena Carga = 9.902,7
• RTC = 12.000 / 5 A
• RTP = 16.500 / 115 Vac
• X'd (*)= 0,25 pu na base de 283 MVA e 16,5 kV

 Solução

Lançando mão da última equação obtida nesta seção e aqui repetida vem
RTC
Z2  Z1
RTP
(*) X'd : impedância transitória de eixo direto da máquina síncrona.
358
USO DE TP E TC NA PROTEÇÃO
Exemplo

 Solução

 O valor da impedância Z1, considerando-se aquilo que foi sugerido para o


valor em ohms para a distância off-set da proteção de perda de excitação de
uma máquina síncrona, conforme figura 41 da página 143, vem:
RTC
Z2  Z1
' RTP
 Onde para o caso presente  X
Z1  d
2

 Como o relé será, evidentemente, instalado do lado de baixa, o valor da


impedância base do secundário, lado de 115 Vca, poderá ser obtido a partir da
equação anteriormente desenvolvida. Assim vem:

Z2 base 
V 12base RTC

KV1 base2
RTC 16,5 

2
12.000 / 5
 16,09 Ω
S2 base RTP MVA1 base RTP 283 16.500 / 115

359
USO DE TP E TC NA PROTEÇÃO
Exemplo

 Solução

 O valor em ohms para a distância off-set da proteção de perda de excitação


será:
0,25
Z2 em Ω  Z1 em pu x Z2 base  x 16,09  2,01 Ω
2

 Logo, o valor da distância off-set da proteção de perda de excitação a ser


ajustado no relé, lado de 115 Vca será em ohms:
X 'd
 2,01 Ω no relé
2

 Como sugestão, calcular o valor da distância off-set da proteção de perda de


excitação do lado de alta, ou seja, lado de 16,5 kV, valor real em ohms.

360
ANEXO 4

Introdução à Proteção Numérica

361
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Introdução
Os relés de proteção podem ser subdivididos em 2 grandes grupos , a saber:

• os relés ditos convencionais


• os relés conhecidos como estáticos e/ou semi-estáticos

 A diferença básica verificada entre esses 2 grupos, desconsiderando-se


questões tais como idade, geração, porte das instalações entre outras, tem a
ver com a tecnologia envolvida e empregada na fabricação desses
dispositivos.

 Os relés convencionais se utilizam em suas unidades operacionais


elementos mecânicos de rotação e de translação associados a elementos
eletromagnéticos.

 Os relés estáticos se utilizam de elementos magnéticos, eletrônicos ou de


outra classificação sem a presença de elementos mecânicos.
362
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Introdução
 A remoção de elementos mecânicos permite a eliminação de certos
inconvenientes tais como back-lash [encosto], lack of sensitivity [sensibilidade],
buck [pulo ou salto], dead-zone ou dead-band e friction ou atrito entre partes
móveis.

 Os relés convencionais se utilizam em suas unidades operacionais


elementos mecânicos de rotação e de translação associados a elementos
eletromagnéticos.

 Os relés estáticos se utilizam de elementos magnéticos, eletrônicos ou de


outra classificação sem a presença de elementos mecânicos.

 Embora os relés estáticos estejam associados à tecnologia eletrônica, nem


sempre esse tipo de relé poderá ter seu nome tomado como sinônimo de relé
numérico.

363
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Relés Estáticos
 São aqueles dispositivos eletrônicos de proteção que utilizam elementos
semi-condutores acoplados de modo a formar diferentes tipos de circuitos
lineares com arranjos específicos representando diferentes funções
matemáticas.

 Os relés estáticos podem ser de arranjo combinacional ou seqüencial.

 Circuitos combinacionais são aqueles circuitos cujas funções são


elaboradas sempre a partir de arranjos de circuitos lineares mais simples.

 Trata-se de circuitos discretos com somadores, diferenciais, integradores,


amplificadores, comutadores, chaveadores, etc.

 Circuitos seqüenciais são aqueles sistemas bem mais complexos em


que além de circuitos combinacionais existem os sistemas de memória e
indexação utilizando-se dispositivos microprocessador com data.
364
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Relés Estáticos
 Os relés numéricos são dispositivos de proteção que incorporam todas as
facilidades introduzidas pela tecnologia de computação e de redes de
comunicação.

 Com a introdução dos relés numéricos houve a possibilidade da eliminação


de erros e desajustes físicos de parâmetros por desgaste e oxidação de
componentes, redução de perdas por aquecimento interno de componentes
discretos, diminuição de espaço físico além da redução de custo, entre outros.

 Uma das maiores vantagens dos relés numéricos, sem dúvida, foi a
incorporação de funções com a utilização de relés multifuncionais com a
redução tanto de custo quanto de espaço físico.

 Geralmente, um rack de um relé numérico do tipo multifuncional ocupa até


menos espaço físico que antes era ocupado, p. ex., por um único relé do tipo
diferencial, do tipo convencional.
365
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Dispositivos de Entrada e Saída
Sinais de entrada e saída fazem parte da natureza dos dispositivos de
proteção.

Conforme o tipo desses sinais, tem-se também determinados tipos de


dispositivos de entrada associados.

Segundo a referência 7 tem-se :

• Função de repetição não crítica.

• Função de medida ou crítica.

• Função de tempo definido.

• Função de tempo inverso.

366
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Dispositivos de Entrada e Saída
 Função de repetição não crítica constitui aqueles sistemas que
trabalham com vários relés com uma multiplicidade de saídas segregadas na
forma de contatos.

 São geralmente dispositivos de operação instantânea com tempos de


resposta de ordem de 20 ms ou menos.

 Trabalham com contatos secos e molhados.

 Os contatos recebem tratamento especial com prata ou ouro.

 São muito utilizados em sistemas de telefonia tais como centrais


telefônicas do tipo Cross-Bar.

 Podem se utilizar de outros relés telefônicos, relés de Reed ou relés de


atuação via SCRs ou Silicon Controlled Retifiers [tiristores].
367
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Dispositivos de Entrada e Saída
 Função de medida ou crítica

 Constitui aqueles sistemas em que o dispositivo exige uma determinada


resposta quando a entrada excede um determinado nível ou valor que é pré-
estabelecido.

 Os principais dispositivos de proteção de sistemas apresentam esse tipo


de função tais como relés diferenciais, de sobrecorrente, de sobretensão, etc.

 Nesses dispositivos utilizados elementos tais como bobinas de indução ou


armaduras de atuação principal.

 São também utilizados elementos semi-condutores atuantes em


dispositivos de saída eletromagnéticos, bobinas de indução, elementos
SCRs, etc.

368
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Dispositivos de Entrada e Saída
 Função de tempo definido

 Trata-se daqueles dispositivos que exigem a presença de unidades do tipo


DELAY entre os elementos de entrada e de saída.

 Neste tipo de dispositivo de proteção, é previsto um sistema do tipo


repetitivo sendo possível múltiplas saídas.

 A característica de repetitividade seguida de alta precisão é uma


característica evidenciada nesse tipo de dispositivo.

 A unidade de DELAY pode ser do tipo exponencial decrescente, assim


como se vê em circuitos do tipo analógico RC ou LR, ou mesmo do tipo pulso
definido assim como se vê em circuitos digitais.

 Nos circuitos digitais, a temporização, a representação do DELAY, é


promovida por software utilizado-se a técnica dos aproximantes de Padé. 369
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Dispositivos de Entrada e Saída
 Função de tempo inverso

 Trata-se daqueles dispositivos em que a temporização entre os elementos


de entrada e de saída se dá de maneira contínua e não da forma discreta
como aquela verificada na função de tempo definido.

 Normalmente, esta função se trata de uma função do tipo exponencial


decrescente.

 Esses dispositivos apresentam, de modo adicional, unidades instantâneas


do tipo função crítica...

 A figura 1 do anexo 4 mostra a representação desses 4 tipos de função


conforme foi descrito.

370
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Dispositivos de Entrada e Saída

(a) Função não crítica

(b) Função crítica

(c) Função tempo definido

(d) Função tempo inverso

Figura 1 do Anexo 4 – Esquemas de Atuação de Dispositivos de Entrada Única


371
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Dispositivos de Entrada Dupla
Os dispositivos de entrada dupla trabalham com 2 tipos de relação entre as
grandezas de entrada., a saber:

• Comparação por amplitude.

• Comparação de fase.

 Com 2 entradas é sempre possível obter uma longa gama de


características usando diferentes princípios de operação.

 Em ambos os casos, a comparação é feita entre 2 sinais sempre a partir


da amostra dos 2 sinais de entrada.

372
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Dispositivos de Entrada Dupla
 Na comparação por amplitude de 2 sinais senoidais, p.ex., o que se
compara é o valor da taxa de variação de um sinal em relação ao outro em
determinado instante.

 Como o fator de controle é a relação de sinais, na comparação por


amplitude o resultado será sempre independente do nível de cada sinal, do
mesmo modo que seus defasamentos.

 Na comparação de fase o que se considera são os defasamentos


existentes entre os sinais.

 Também na comparação de fase, o resultado será sempre independente


do nível de cada sinal.

 No estudo do releamento, um dos mais importantes elementos do sistema


se trata do elemento conversor de entrada.
373
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Processo de Releamento

 A figura 2 do anexo 4 mostra um diagrama em blocos básico que retrata o


princípio de funcionamento de um sistema comparador genérico para 2
entradas.

Figura 2 do Anexo 4 – Sistema de Comparação Genérico


374
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Processo de Releamento
 O elemento conversor contém os meios adequados para se converter
sinais de corrente em tensão e vice-versa, permitindo a realização posterior
da comparação entre os sinais ou em fase ou em amplitude.

 A figura 3(a) do anexo 4 mostra o diagrama em blocos básico para o


sistema utilizando-se da comparação por amplitude.

 A figura 3(b) do anexo 4 mostra o diagrama em blocos básico para o


sistema utilizando-se da comparação de fase.

375
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Processo de Releamento

Figura 3 do Anexo 4 – Sistema de Comparação Genérico


(a) Comparação de Amplitude (b) Comparação por Fase
376
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Processo de Releamento
 A figura 3 do anexo 4 se refere a um sistema de duas entradas com um
comparador de 2 entradas, "S1" e "S2".

 O equacionamento das variáveis de saída "S1" e "S2" é o seguinte:

 jα
S1  K1V  ZT1I  a  jb  S1e 1


S2  K 2V  ZT2I  c  jd  S2 e 2
Onde

K1 e K2 : constantes de proporcionalidade
ZT1 e ZT2 : impedâncias complexas de conversão
a,b,c,d : números reais
j : operador complexo [√-1]
e : base dos logaritmos neperianos
1,2 : ângulos de defasamento dos sinais "S1" e "S2", respectivamente.
377
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Processo de Releamento
 Na prática, a implementação de "K1" e "K2" é obtida através de potenciômetros
analógicos, no caso de relés estáticos e semi-estáticos, e parâmetros numéricos
no caso de relés digitais.

 A implementação de " ZT1 " e " ZT2 " é promovida a partir de impedâncias do tipo
réplica também conhecidas no jargão técnico como "transactors".

 A comparação de amplitude se dá pela comparação das amplitudes dos sinais de


entrada, no caso "S1" e "S2". Na comparação de amplitude, o sinal de erro pode ser
proporcional à diferença entre os sinais de entrada.

 Como critério, poder-se-ia estabelecer a condição de atuação, o que equivaleria


num relé tipo eletromagnético ao torque positivo para a seguinte relação:

S1  S 2

378
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Processo de Releamento
 Do mesmo modo, poder-se-ia estabelecer a condição de atuação para a
comparação de fase da seguinte maneira.

 λ1  arg S1 /S2    λ2


onde

1,2 : valores limites para o ângulo de defasamento do sinal de erro "e"


com
S 1
ε
S 2

379
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Processo de Releamento
 Comparação de amplitude – Sinal de erro

S1
1
S 2

 A lógica operativa do relé trabalhando sob a condição de comparação por


amplitude seria a seguinte:

S1  S 2  TRIP  ON

S1  S 2  Não TRIP  OFF

380
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Processo de Releamento
 Comparação por fase – Sinal de erro

 λ1  arg S1 /S2    λ2

 A lógica operativa do relé trabalhando sob a condição de comparação por fase


seria a seguinte:

 TRIP  ON
 λ1  arg S1 /S2    λ2

 λ1  arg S1 /S2  and arg S1 /S2    λ2  Não TRIP  OFF

381
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção
 A característica ideal para um relé de distância será a característica conhecida
como "quadrilateral", levando-se em conta o diagrama no plano complexo IX-IR.

 A característica quadrilateral permite contornar o problema das operações


indesejadas da proteção de distância, principalmente aquelas associadas aos efeitos
de oscilação de potência do sistema elétrico.

 Considerando-se esquemas com a utilização de relés eletromagnéticos


convencionais, a obtenção de uma característica quadrilateral seria impraticável, pois
demandaria a presença de quatro unidades de releamento de contatos em série ,
cada uma representando uma reta correspondente a um lado de um paralelogramo
de modo a se formar a característica desejada.

 Com a utilização das técnicas da eletrônica de componentes e da eletrônica


digital, a implementação de um dispositivo dotado de um sistema de releamento, cuja
característica seja do tipo quadrilateral, é muito mais fácil e perfeitamente exeqüível.
382
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção
 A utilização de sistemas dotados de multi-comparadores é bem melhor que
aquela que se utiliza da combinação de dois comparadores, principalmente quando
se deseja certo sincronismo entre os sinais de entrada aplicados.

 Em um multi-comparador dispondo de quatro entradas é possível se obter


importantes características aplicadas aos relés de proteção de distância.

 A figura 4 do anexo 4 mostra o esquema de um multi-comparador.

 A combinação dos sinais de entrada tem de ser de tal ordem que se possa
permitir a obtenção das condições desejáveis envolvidas na liberação do sinal de
TRIP.

 Considerando-se o tempo de DELAY ajustado, o sinal de TRIP ocorrerá se todas


as equações relativas aos sinais de entrada, através da comparação, resultarem,
simultaneamente, em uma combinação que satisfaça as condições pré-
estabelecidas. 383
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção
 Têm-se os seguintes sinais de entrada na forma geral considerando-se a
figura 4 do anexo 4 :

S1  ZT 1 IL  k1 e 1 VL

S 2  ZT 2 IL

S 3  ZT 3 IL

S 4  k4 e 4 VL

Figura 4 do Anexo 4 – Sistema de Comparação Genérico 384


INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção
 Nas equações anteriores, devem-se considerar as seguintes variáveis:

VL ,IL – respectivamente tensão e corrente sobre a carga

ZT 1 , ZT 2 , ZT 3 – transactors envolvidos

k1 , k4 – constantes de proporcionalidade

α1 , α4 – argumentos de ajustes.

 Considerando as seguintes expressões para as variáveis VL, IL e ZL


VL  VL e j   VL e j 

jγ jγ
IL  IL e  IL e

VL

ZL   Z L  ZL e j 
IL 385
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção
 Para o caso em que se queira uma característica quadrilateral, tendo em vista
o relé de distância, a seguinte escolha deverá ser feita:

ZT 2  j X T
ZT 3  RT

ZT 1  RT  j X T  ZT e


 O diagrama vetorial no plano complexo da expressão S1  ZT 1 IL  k1 e 1 VL
pode ser representado pelo diagrama mostrado na figura 5 do anexo 4 .

 Trata-se da conhecida característica de admitância da proteção de distância


ou característica "mho".

386
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção

Figura 5 do Anexo 4 – Característica Mho no Plano Complexo 387


INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção

 Considerando-se a característica mho ou característica do relé de admitância,


conforme mostrado na figura 5 do anexo 4, pode-se notar que esta se trata de
uma circunferência cujo centro encontra-se fora da origem.

 Considerando-se um comparador do tipo comparador de fase, a circunferência


passa a representar o limite de comando de TRIP de um relé de admitância ou
mho que tem a seguinte equação lógica dentro da matemática:

 
VL AND ZT IL  VL  TRUE

ângulo entre   
VLe ZT IL  VL  90º  TRIP

ângulo entre   
VLe ZT IL  VL  90º  NO TRIP

388
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção

 Para obter a característica quadrilateral é necessário estabelecerem-se as


condições para as quais o dispositivo comparador possa realizar as ações de
medida e de TRIP considerando, no caso, os quatro sinais de entrada que
deverão estar disponibilizados.

 O principal sinal condicionante é aquele da equação S1  ZT 1 IL  k1 e 1 VL
que representa a característica mho para o relé de distância.

 A equação VL AND  ZT IL  VL   TRUE , trata-se da forma lógica de operação

da equação S1  ZT 1 IL  k1 e 1 VL .

 Nota-se que a equação VL AND  ZT IL  VL   TRUE pode ser reescrita de
maneira tal que a impedância seja decomposta na forma de um número complexo
com as partes real e imaginária evidenciando, primeiro, uma indutância e,
posteriormente, uma resistência.
389
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção

 Assim tem-se:
 
X T IL AND ZT IL  VL  TRUE

 
RT IL AND ZT IL  VL  TRUE

 Ou melhor, ainda:

 
INTERSEÇÃO X T IL AND ZT IL  VL  TRUE

INTERSEÇÃO RT IL AND  ZT IL  VL   TRUE

390
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção

 Considerando a equação X T IL AND  ZT IL  VL   TRUE versus a circunferência
que representa a característica do relé mho, da figura 6 do anexo 4 seguinte, é
possível obter uma área de interseção entre o círculo e a zona indicada de
atuação da unidade de reatância localizada abaixo da linha tracejada, no sentido
negativo do eixo das ordenadas, linha CB.

 A operação lógica de interseção é representada pela condição lógica AND.

 Do mesmo modo, seria possível uma nova delimitação se a interseção agora


for entre o círculo e a zona indicada de atuação da unidade de resistência
localizada à esquerda da linha tracejada, no sentido negativo do eixo das
abscissas, linha BD na figura 6 do anexo 4.

 Na figura 7 do anexo 4 , encontra-se "hachurada" a área delimitada de


atuação da proteção de distância considerando-se as três condições anteriores.

391
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção

Figura 6 do Anexo 4 – Área Delimitada pelas Unidades de Admitância, de Reatância e


de Resistência
392
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção

Figura 7 do Anexo 4 – Área de TRIP Delimitada pelas Unidades de Admitância, de


Reatância e de Resistência
393
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção

 Agora, tomando-se as equações


 
RT IL AND ZT IL  VL  TRUE e  
X T IL AND ZT IL  VL  TRUE


e trabalhando com VL ao invés de ZT IL  VL , dentro do comparador, estas
equações adquirem o seguinte aspecto:
R L IL AND VL  TRUE

X L IL AND VL  TRUE

 Essas equações passam a ser casos particulares.

 Na figura 8 do anexo 4 encontram-se representadas as curvas de atuação das


unidades geradas pelas equações particulares anteriores.

394
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção

Figura 8 do Anexo 4 – Área Delimitada pelas Unidades de Admitância, de Reatância e


de Resistência para uma Condição Particular 395
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção

 A figura 9 do anexo 4 mostra os limites de atuação definidos pelos quatro


sinais e as suas respectivas características quando sujeitas as operações lógicas,
por consideração da comparação de fase dos sinais envolvidos.

Figura 9 do Anexo 4 – Área de TRIP Delimitada pelas 4 Unidades Geradas


396
INTRODUÇÃO À PROTEÇÃO NUMÉRICA
Característica Quadrilateral de Relés de Proteção

 A figura 10 do anexo 4 mostra a composição total dos sinais promovida pelo


comparador definindo a região de TRIP obtida pela aplicação do sistema
quadrilateral de sinais à proteção de distância.

Figura 10 do Anexo 4 – Diagrama Vetorial de Operação de um Sistema de Proteção de


Distância do tipo Quadrilateral 397
ANEXO 5

Estator de Máquinas Síncronas

Proteção de Fase Dividida 87sp

398
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Introdução
Qualquer que seja o tipo de máquina elétrica , ou o número de pólos ,
pode-se considerar o conjunto de condutores que forma o estator ou
armadura como sendo cortado pelo fluxo magnético através das bobinas
do pacote do modo como é mostrado na figura 1do anexo 5

Figura 1 do Anexo 5 – Disposição dos Condutores em um Estator Fictício


399
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Introdução

O enrolamento do estator das máquinas síncronas, quer sejam geradores


ou motores, trata-se de um pacote contendo o conjunto de bobinas, com
suas espiras, montado segundo uma geometria simétrica e, no caso de
máquinas trifásicas, obedecendo certa disposição em função das 3 fases,
do número de pólos e do número de ranhuras.

Existem 2 tipos de disposição para o enrolamento do estator a saber :

 Enrolamento concentrado quando o enrolamento do estator contém


apenas 1 ranhura por pólo e por fase.

 Enrolamento distribuído quando o enrolamento do estator contiver 2


ou mais ranhuras por pólo e por fase e desde que os condutores de
qualquer uma das fases cobrir um espaço apreciável sobre a periferia da
armadura. Neste caso nem todos os condutores de uma mesma fase
serão varridos pela mesma densidade de fluxo, no mesmo instante.
400
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Tensão de Saída em Geradores Síncronos
 As máquinas do tipo CA, o que é o caso da máquina síncrona, são
utilizadas em níveis de tensão de saída bem mais elevados que as
máquinas do tipo CC, isso porque as máquinas CA não dispõem de
comutadores.

 Boa parte das máquinas síncronas construída utiliza níveis de tensão


terminal da ordem de 33 kV, porém acima de 16 kV torna-se uma
condição não muito econômica.

 O mais comum é o projeto de máquinas síncronas com a tensão de


saída em 13,8 kV ou 16,5 kV.

 O nível de tensão de saída de 33 kV , para máquinas síncronas, trata-


se de um tipo de projeto muito especial.

 Em PCHs, os níveis de tensão observados variam muito, porém tem-


se visto tensões da ordem de 3,81 a 4,16 kV. 401
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Tensão de Saída em Geradores Síncronos
 Quanto maior for o nível de tensão da máquina síncrona, quanto mais
espaço será requerido pela camada de isolação nos enrolamentos do
estator.

 Se o nível de tensão é menor, haverá mais espaço para o cobre e, por


conseguinte, não haverá a necessidade de redução excessiva de área da
secção transversal dos dentes da armadura, o que impactaria em maior
custo para o projeto.

 O grande problema tem a ver com a isolação das camadas que


formam o pacote do estator.

 O curto-circuito entre espiras, trata-se de uma preocupação que vem


embutida no processo quando da fabricação de máquinas síncronas
dotadas de múltiplas espiras.

402
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Enrolamento da Armadura
 Basicamente, existem 3 tipos de enrolamentos de armadura para uma
máquina elétrica, a saber:

• Cadeia concêntrica [concentric-chain windings]


• Ondulado [wave windings]
• Embricado [lap windings]

 Cadeia concêntrica, um tipo de enrolamento distribuído usado em


máquinas de baixa velocidade e de grande diâmetro, velocidades da
ordem de 50 a 100 RPM.

 Ondulado, um tipo de enrolamento distribuído que é muito utilizado em


motores de indução.

 Imbricado, outro tipo de enrolamento distribuído que é largamente


utilizado em máquinas síncronas.
403
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Enrolamento da Armadura
 Cadeia concêntrica, um tipo de enrolamento distribuído em camadas
simples onde cada ranhura contém apenas um lado de bobina e vários
tamanhos e formas de bobinas são requeridos para a montagem do
estator. Ver figura 2(a) do anexo 5.

 Os enrolamentos ondulados e imbricados normalmente têm 2 ou mais


camadas, ou seja, cada ranhura pode conter 2 ou mais lados de outras
bobina, uns sobre os outros. Ver figuras 2(b) e 2(c) do anexo 5.

 A representação da figura 2(a) do anexo 5 é a representação para


uma única fase, considerando-se uma máquina síncrona.

 Observar que, pela figura 2(a) do anexo 5, a máquina tem 4 pólos, tem
12 espiras ao todo, e possui 3 ranhuras por fase e por pólo.

 Observar também que, pela figura 2(a) do anexo 5, a máquina tem 2


conjunto de 6 espiras em paralelo por fase. 404
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Enrolamento da Armadura

Figura 2 do Anexo 5 – Tipos de Enrolamentos do Estator


405
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Enrolamento da Armadura

Figura 3 do Anexo 5 – Ranhura com Camada Simples e Camada Dupla


406
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Enrolamento
da Armadura

Estator de máquina
síncrona tipo
ondulado, trifásico ,
com 36 ranhuras, 4
pólos, 12 espiras
por fase e 2 espiras
por ranhura, com
passo pleno de
bobina.

Figura 4 do Anexo 5 – Tipo de Enrolamento Ondulado do Estator


407
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Enrolamento
da Armadura

Estator de máquina
síncrona tipo
imbricado, trifásico ,
com 36 ranhuras, 4
pólos, 12 espiras
por fase e 2 espiras
por ranhura, com
passo pleno de
bobina.

Figura 5 do Anexo 5 – Tipo de Enrolamento Imbricado do Estator


408
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Proteção de Curto entre Espiras do Estator
 A proteção diferencial não consegue responder a faltas entre espiras
do estator de máquinas síncronas porque, mesmo com o curto entre
espiras presente, não há diferença dos valores de corrente entre os
terminais do enrolamento sob falta no instante da falta.

 O curto entre espiras evolui, inicialmente, com a queima do material


isolante principal até formar o contato com a massa ou até atingir outra
fase antes de que possa ser detectado.

 Isso quer dizer que, se fosse aplicada apenas a proteção diferencial,


quando esta detectasse o curto entre espiras do estator da máquina, o
dano ao pacote do enrolamento já teria se estabelecido, de modo que não
há eficiência nesse tipo de procedimento.

 A proteção de curto - circuito entre espiras do estator de máquina


síncrona é conhecida na Norma ANSI pela número funcional 87sp.
409
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Proteção de Curto entre Espiras do Estator
 A falta do tipo curto - circuito entre espiras, considerando-se a idéia
inicial, não ocorre ou não pode ocorrer sem a presença do contato para a
terra.

 Infelizmente é o que ocorre na prática e, nestes casos, uma


considerável parte do ferro da máquina tem seu núcleo sobre-aquecido
podendo até ser danificado, daí a importância da inspeção local após tais
ocorrências.

 Se a máquina é do tipo não aterrada ou trabalha com resistência de


aterramento de elevado valor , poderá haver grande dado durante uma
ocorrência de curto - circuito entre espiras.

 Esse tipo de contato a terra não deveria ser uma pré-condição para
que o curto - circuito entre espiras fosse identificado.

410
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Proteção de Curto entre Espiras do Estator
 Em função dos novos projetos das bobinas dos atuais geradores
síncronos admitirem apenas uma espira na ranhura, a proteção de curto -
circuito entre espiras nestes casos não tem aplicação visto que na
presença de uma única espira não há como haver, no caso de um curto,
envolvimento do enrolamento destas com a terra. (*)

(*) Lembrar que não há diferencial de tensão no circuito de um mesma


espira, mesmo se tratando de um circuito duplicado.

 A figura 6 do anexo 5 traz o esquema de aplicação da proteção contra


curto-circuito entre espiras do estator de um gerador síncrono trifásico
versus a proteção diferencial, considerando-se as 3 fases.

411
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Proteção de Curto entre Espiras do Estator

Figura 6 do Anexo 5 – Esquema Geral da Proteção de Curto Entre Espiras


412
ESTATOR DE MÁQUINAS SÍNCRONAS
Proteção de Curto entre Espiras do Estator
 Dados do enrolamento de um gerador síncrono de uma instalação
hidrelétrica de porte.

 Potência Aparente = 285 MVA


 Tensão Nominal = 16,5 kV [estrela aterrada]
 Corrente de Saída do Estator = 9.902,7 A por fase
 Ranhuras do Estator: 528
 Barras por Ranhura: 2
 Espiras por Barra: 1
 Pólos: 76
 Circuitos em Paralelo: 4 por fase
 Tipo de Enrolamento: ondulado de passo fracional
 Posições Vetoriais: 44
 Repetições [ Circuitos Paralelos]: 4
 Barras em Série: 44 barras do tipo fase-neutro por circuito

413
ANEXO 6

Terminologia de Proteção Adotada na


Apostila

414
TERMINOLOGIA DE PROTEÇÃO
ADOTADA NA APOSTILA
 Pick-up : valor de partida ou de operação de uma unidade de releamento

 Drop-out : valor de desoperação de uma unidade de releamento

 Dial Time ou DT : ajuste de curvas do tipo tempo inverso de uma unidade de


releamento

 TAP : menor valor para o qual uma unidade de releamento é acionada [ajustável no
equipamento]

 Burden : carga a ser aplicada a uma unidade de releamento, normalmente na baixa

 TRIP: comando de abertura do disjuntor

 slopee : taxa de subida de uma grandeza em relação a uma outra [utilizada em relés
diferenciais porcentuais]

 3Ф : símbolo de trifásico

 Ф-Ф : símbolo de fase-fase


415
TERMINOLOGIA DE PROTEÇÃO
ADOTADA NA APOSTILA
 Unidade Instantânea : unidade de releamento de ação imediata ou instantânea

 Unidade Temporizada: unidade de releamento de ação temporizada ou retardada

 Seal Device: dispositivo de selamento e sinalização

 Reset: dispositivo de reconhecimento e de liberação de uma unidade de bloqueio

 Tempo Inverso : curva típica de variação de uma grandeza em relação ao tempo que
rege a ação de atuação de uma unidade de releamento temporizada

 Tempo Definido : valor de tempo fixo para o qual uma unidade de releamento
temporizada começa a operar

 TC : transformador de corrente

 TP : transformador de tensão ou de potencial

 RTC : relação do transformador de corrente

 RTP : relação do transformador de tensão


416
TERMINOLOGIA DE PROTEÇÃO
ADOTADA NA APOSTILA
 Buch holz : nome popular do relé de gás função ASA - ANSI 63

 Black out : perda total de alimentação de energia elétrica de um sistema

 Black start: conjunto de procedimentos para restabelecimento de uma instalação

 Outage : o mesmo que Blackout

 Shortage : deficiência parcial de alimentação de energia elétrica de um sistema devido a


uma perda

 By pass : modo de espera

 Damper ou Amortisseur : dispositivo de amortecimento em MS

 MS: máquina síncrona ou alternador ou gerador de energia elétrica

 LT : linha de transmissão de alta tensão [tensão acima de 34,5 kV]

 LI : linha de transmissão de interligação entre empresas


417
TERMINOLOGIA DE PROTEÇÃO
ADOTADA NA APOSTILA
 LD : linha de distribuição [tensão abaixo de 34,5 kV]

 Rede Básica do ONS : sistema de linhas de transmissão acima de 230 kV

 ONS : operador nacional do sistema elétrico interligado nacional [órgão federal]

 Line Pick up: dispositivo de TRIP, na partida utilizado na proteção de distância de linhas
de transmissão, também conhecido como "Switch On To Fault"

 Oscilografia: sistema particular de aquisição e registro de sinais disponíveis nos atuais


relés numéricos ou digitais

 SOE : sequence of events [relatório de eventos disponíveis nos atuais sistemas


supervisórios de instalações como casas de força e subestações]

 Corrida de Contato: descoordenação operativa de um sistema de releamento; trata-se


de um tipo de loop

 Slip : escorregamento visto em máquinas elétricas de indução entre o campo


eletromagnético magnético e o conjugado mecânico
418
TERMINOLOGIA DE PROTEÇÃO
ADOTADA NA APOSTILA
 Proteção Operada: é a primeira proteção, de um conjunto de proteções, que operou
durante uma determinada ocorrência

 Coordenação da Proteção : é a capacidade da proteção de agir com seletividade

 Recusa da Proteção: é a falha de atuação de uma determinada proteção quando esta


for exigida

 SCR: short circuit rate ou taxa de curto circuito; relação entre o valor da corrente de
excitação de uma MS operando em vazio na tensão nominal [curva do ensaio em vazio
da MS] pelo valor da corrente de excitação da mesma MS agora operando em curto e
deliberando a corrente nominal [curva do ensaio em curto da MS]

 Relé Convencional : relé de proteção do tipo eletromagnético ou eletromecânico

 Relé Convencional Eletrônico : relé de proteção do tipo eletromagnético que utiliza de


elementos eletrônicos discretos em algumas de suas partes [diodos, transistores, leds]

 Relé Estático: relé de proteção que utiliza de tecnologia eletrônica digital combinacional

 Relé Numérico: relé de proteção que utiliza de tecnologia eletrônica digital seqüencial
419
REFERÊNCIAS
[1] R.L. Sharp & W.E. Glassburn
A Transformer Differential Relay with Second-Harmonic Restraint, AIEE
Transaction, Part III, Vol. 77, pages 913-918, Dec 1958.

[2] J.E. Barkle & W.E. Glassburn


Protection of Generators Against Unbalanced Currents, AIEE Transaction,
Part 3, Vol. 72, pages 282-285, 1953.

[3] C. Russell Mason


The Art and Science of Protective Relaying, John Wiley & Sons, Inc, General
Electric Company, USA, 1967.

[4] Olle I. Elgerd


Introdução à Teoria de Sistemas de Energia Elétrica, Editora McGraw – Hill
do Brasil, Ltda, 1976.

420
REFERÊNCIAS
[5] Schweitzer Engineering Laboratories
Relé de Proteção de Sobrecorrente SEL Catálogo – 387A, Código 20020327
SEL, Campinas, Brasil, 2002.

[6] E.L . Britto Filho


Diretrizes Básicas para Ajustes de Proteção de Máquinas Síncronas,
Revista Mundo Elétrico, Brasil, Jun 1989.

[7] T. S. Madhava Rao


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