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HERMENÊUTICA DO TEXTO SAGRADO- 30A

SUMÁRIO

Introdução ........................................................................................................ 02
Capítulo I — a Natureza da Hermenêutica Bíblica ................................................ 02

Capítulo II — A Natureza da Exegese Bíblica ....................................................... 11

Capítulo III — O Valor da Interpretação da Bíblia ................................................ 20

Capítulo IV — O Espírito Santo no Processo Hermenêutico ................................... 22

Conclusão ......................................................................................................... 29
INTRODUÇÃO

Existe uma hermenêutica bíblica, isto é, uma doutrina e um método de interpretação do


texto bíblico, com regras gerais e particulares a serem aplicadas na busca e determinação de
sentido. A exegese, que é a aplicação prática dessas regras, obedece a certas etapas:
estabelecimento do texto original, com base em manuscritos, traduções antigas, documentos
etc; configuração do sentido contextual, para resgatar os significados que as palavras e
expressões possuíam na época e no meio em que foram formuladas. Além do sentido literal, os
pesquisadores buscam sentidos adicionais, baseados em outros princípios hermenêuticos. O
principal, e o único legítimo, é o tipológico, que interpreta os fatos, personagens e instituições
do Antigo Testamento como "tipos" ou prefigurações das realidades da Nova Aliança (p. ex. Jo
3,14-15, aludindo a Num 21, 8-9; ver também 1Cor 10, 1-11, onde o termo tipos é usado duas
vezes). Antigamente usava-se também o termo "sentido alegórico", para indicar, na maioria das
vezes, o que depois se passou a chamar de sentido tipológico. Uma interpretação alegórica,
porém, que se esmerasse em buscar sentidos mais "altos", mais "profundos", mais "espirituais",
sem base no sentido literal entendido pelo autor humano, nem na tipologia, não seria uma
verdadeira e legítima interpretação do texto bíblico.
O chamado "sentido pleno" nada mais é do que o resultado de uma comparação ou
combinação de diversas fórmulas bíblicas de um mesmo tema. Isso pode levar a um
enriquecimento da mente do leitor, mas não acrescenta nada ao sentido literal ou tipológico de
cada texto.

Capítulo I
A NATUREZA DA HERMENÊUTICA BÍBLICA

Definição
O valor excepcional atribuído à Bíblia por judeus e cristãos trouxe como conseqüência o
desejo de aprofundar os estudos sobre ela e desentranhar o sentido de sua mensagem. Foi
esse o ponto de partida e o fundamento da hermenêutica.
Hermenêutica é a ciência e a arte que estuda a interpretação da Bíblia. Ciência porque
estabelece regras positivas e invariáveis; arte porque suas regras são práticas. A Bíblia Sagrada
é diferente de qualquer outro livro secular. Ela contém o Livro e a Mensagem! Como livro, ela
contém 39 no Antigo Testamento, e 27 no Novo Testamento. Como mensagem, ela é a Palavra
de Deus. Suas escrituras são compostas de histórias, profecias, poesias, enigmas, parábolas,
romances, figuras e biografias.

Natureza
Hermenêutica é o estudo dos princípios gerais da interpretação bíblica, em cujos métodos
se inclui a exegese ou interpretação crítica dos textos. Por extensão, passou-se a chamar
hermenêutica à interpretação de escritos importantes em geral. Os principais campos de
interesse hermenêutico são a religião, o direito, a filosofia e a história.
Hermenêutica religiosa. O caráter sagrado da Bíblia para o judaísmo, no que se refere
ao Antigo Testamento, e para o cristianismo baseia-se na convicção de que contém a revelação
divina. Essa aceitação da Bíblia como palavra de Deus, no entanto, não ensejou um princípio
hermenêutico uniforme. Para alguns, a interpretação da Bíblia deve ser sempre empreendida
literalmente, uma vez que a palavra de Deus é explícita e completa. Outros afirmam que as
palavras bíblicas encerram um significado profundamente espiritual, já que a mensagem de
Deus não pode ser captada por uma leitura superficial. Uma terceira posição, enfim, sustenta
que certas partes da Bíblia devem ser compreendidas literalmente e outras de maneira

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simbólica. Por isso, a história da interpretação bíblica apresenta quatro tipos principais de
hermenêutica: literal, moral, alegórica e anagógica (ou puramente espiritual).
A interpretação literal associa-se com a convicção segundo a qual não só a mensagem
divina como também cada uma das palavras que constituem a Bíblia são de plena inspiração
divina. Como crítica à forma extrema desse tipo de hermenêutica, pode-se dizer que ignora as
evidentes diversidades de estilos e vocabulário dos diversos autores bíblicos. Santo Tomás de
Aquino, Martinho Lutero e Calvino foram partidários da hermenêutica literal.
A interpretação moral busca estabelecer os princípios exegéticos mediante os quais se
podem extrair as lições éticas da Bíblia. Associa-se, com freqüência, à alegórica. Assim, por
exemplo, a Carta de Barnabé, escrita aproximadamente no ano 100 da era cristã, considerava
que a proibição bíblica de comer a carne de certos animais referia-se principalmente aos vícios
simbolicamente representados por eles.
A interpretação alegórica busca na narração bíblica um segundo nível de referência, além
das pessoas, coisas e acontecimentos explicitamente narrados no texto. O grande impulsor
desse tipo de interpretação foi o teólogo cristão Orígenes (século III), que elaborou um sistema
teológico e filosófico a partir das palavras da Bíblia.
A interpretação anagógica ou mística, essencialmente espiritual, pretende explicar os
acontecimentos bíblicos como signos prefiguradores dos últimos fins da criação. Exemplo
característico seria a cabala judia, que procurava descobrir o significado místico das letras e
palavras hebraicas.
A exegese e a hermenêutica bíblicas tomaram novo rumo no século XX, com William Wrede
e Albert Schweitzer, que deram ênfase à escatologia do Novo Testamento. C. H. Dodd
promoveu o movimento conhecido como "teologia bíblica". Karl Barth, com seus comentários a
Paulo, lançou uma interpretação existencial do Novo Testamento, radicalizada depois por Rudolf
Bultmann, sob influência de Wilhelm Dilthey e de Martin Heidegger.
Bultmann e Dibelius são, talvez, os principais responsáveis pelo moderno estudo crítico do
texto dos Evangelhos, aplicado, com o mesmo êxito, ao Antigo Testamento, por Hermann
Gunkel e Sigmund Morwinckel. Na França, os estudos da hermenêutica receberam grande
impulso por parte do cardeal Jean Danielou e dos dominicanos da Escola Bíblica e Arqueológica.
O Concílio Vaticano II incentivou vigorosamente a hermenêutica católica, recomendando que se
fizesse em associação com os "irmãos separados", o que abre novo horizonte à exegese e
hermenêutica bíblicas.
Ciências Bíblicas
As principais ciências auxiliam no estudo das Escrituras:
 A hermenêutica, que procura descobrir o sentido exato das palavras e dos textos.
 A crítica textual, que se propõe a determinar a exatidão das palavras e dos textos.
 A exegese, que é a aplicação prática da hermenêutica e da crítica textual.

Conceitos e Sugestões úteis para explicar e compreender a bíblia


A tarefa de explicar a Bíblia é difícil pelas seguintes circunstâncias:
a) Muitos foram seus autores.
b) O tempo da sua composição compreende um período de 1.600 anos.
c) Seus livros foram compostos em lugares inteiramente diversos.
d) Os costumes daquelas pessoas eram totalmente diferentes dos do mundo moderno.
e) O cunho das línguas hebraica e grega é bem diferente das línguas modernas.

Regras de Interpretação
1º) O texto bíblico deve ser explicado gramaticalmente, tendo em vista a
significação das palavras; observando que há palavras que possuem significados
diferentes em contextos diferentes.
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Um exemplo frisante é carne, que significa, algumas vezes, o que é terno e dócil, como
em Ezeq. 11:19: "Dar-lhe-ei um coração de carne", em oposição a um coração de pedra.
Significa também a natureza humana sem referência alguma ao estado pecaminoso, como em
S. João 1:14, Rom. 1:3; 9:3; porém, mais comumente ainda se refere à natureza humana,
corrupta e pecadora como, em Rom. 8:5; Efés. 2:3. Tem, além disso, a significação daquilo
que, religiosamente falando, é exterior e cerimonial, como distinto do que é interior e espiritual,
o que se pode ver em Gál. 6:12 e 3:3.
Em Rom. 11:14 (RC) – "incitar à emulação os da minha carne", significa – minha raça,
meu povo. João 1:14 – "o verbo se fez carne" = Deus se tornou um ser humano.
Outra palavra importante por possuir muitas significações é sangue.
As passagens seguintes confirmam suas diferenças:
Mat. 27:25 – "Caia sobre nós o seu sangue", significa – a culpa de o terem sentenciado à
morte caia sobre nós.
Rom. 5:9 – "... sendo justificados pelo seu sangue", tem o sentido da sua obediência até a
morte.
Heb. 9:14 – "... o sangue de Cristo purificará a nossa consciência das obras mortas", isto
é, o seu sacrifício é o fundamento da justificação e o instrumento e o motivo da santificação.

2º) A segunda regra de interpretação muito útil é conhecer o objetivo de certos


livros serem escritos e também específicos capítulos.
Por exemplo, Gálatas foi escrito porque membros da Galácia influenciados por mestres
judaizantes pensavam em ser justificados guardando a lei e requisitos dos judaizantes. (Gál.
2:16; 3:1-6)
Tiago – o objetivo do autor é provar que ninguém pode ser justificado por uma fé passiva,
uma fé que não produza boas obras.
Certas parábolas apenas serão compreendidas levando em consideração as circunstâncias
em que foram proferidas, como exemplo a do Rico e Lázaro.
3º) A terceira regra exegética da Bíblia é comparar a Escritura com a Escritura.
Se este princípio fosse sempre seguido muitos erros seriam evitados. Um exemplo
bastante frisante neste aspecto e S. Mateus 16:18 - "tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a
minha igreja".
Comparando esta passagem com I Cor. 3:11, tudo começa a se esclarecer, porque Paulo
diz que o único fundamento da igreja é Cristo. Outra passagem incisiva para provar quem era a
pedra sobre a qual a igreja seria edificada é do próprio Pedro na sua primeira epístola, capítulo
2:4 a 8.
Este princípio hermenêutico é também denominado de consulta às passagens paralelas,
isto é, aquelas que tratam do mesmo assunto. Dentre os muitos exemplos bíblicos, que podem
ser citados de passagens paralelas, o primeiro que me veio à mente foi Lucas 16:16. A
passagem paralela muito mais clara em explicar o que Lucas queria dizer é S. Mateus 11:13.
"Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João".
Como segundo exemplo elucidativo pode se ver Atos 2:21. Neste verso Pedro declarou:
"todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo". Parece haver uma contradição com
Mateus 7:21. "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor entrará no reino dos céus".
Que significa invocar o nome do Senhor? A leitura das passagens paralelas de Rom. 10:13
a 15 é I Cor. 1:2, citação do profeta Joel (2:32) nos informa que significa a aceitação da obra
do Messias e ter confiança nas doutrinas que Ele revelou.
Muitas passagens das Escrituras têm de ser explicadas pondo-as em relação, não com um
ou mais textos, mas com as normas gerais da Palavra de Deus.

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Por exemplo – Se alguém quiser interpretar as passagens da Bíblia, que se referem à
justificação pela fé, como se elas nos desobrigassem de obedecer à lei e de levar uma vida de
santidade, tal interpretação deve ser rejeitada, porque é contraria ao espírito do evangelho.
Uma passagem sempre citada para esposar idéias não defensáveis pela Bíblia é Prov. 16:4
– "O Senhor fez todas as cousas para determinados fins, e até o perverso para o dia da
calamidade". Uma interpretação deste texto isoladamente parece indicar que os ímpios foram
criados para poderem ser condenados, mas esta idéia não se conforma com muitas outras
passagens da Bíblia. Basta ler Salmo 145:9 e II Pedro 3:9. O significado portanto de Prov. 16:4
é este: todo mal contribui para a glória de Deus e promove a realização dos seus insondáveis
desígnios.
O sentido geral das Escrituras, foi denominado por teólogos antigos, como Orígenes de "a
analogia da fé", pela interpretação que davam a Romanos 12:6. Hoje os intérpretes afirmam
que a passagem se refere à medida ou à proporção da fé dos que profetizam.

Auxílios Prestados pelas Línguas Originais


Mesmo as melhores traduções não conseguem transmitir as nuances de certas palavras,
as subtilezas das expressões idiomáticas, as tênues diferenças de significação dos sinônimos.
Sendo que muitos destes aspectos ficam velados nas traduções, a leitura do verso no hebraico
e no grego poderá captar o seu verdadeiro sentido.

Particularidades idiomáticas
Certas peculiaridades do original são mantidas nas traduções, dificultando assim a
compreensão do verdadeiro sentido.
Os seguintes exemplos são primordiais:
a) Romanos 12:20 - "Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe
de beber porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça". Amontoar brasa
viva sobre a cabeça de alguém, é uma expressão idiomática hebraica, com o sentido de fazer
com que a pessoa fique envergonhada do seu procedimento.
b) Mateus 6:3 - "Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a
tua direita". Este idiotismo assim deveria ser traduzido: quando deres esmola, não deves contar
o que fizeste nem mesmo ao mais íntimo amigo.

Sistema Verbal Hebraico e Grego


A compreensão destas línguas, quanto ao verbo, é muito útil na explicação de passagens
difíceis.
No hebraico há o intensivo e o causativo.
Intensivo – Piel e Pual
Causativo - Hifil e Hofal
Hifil é causativo, mas também é permissivo. Em Êxodo 7:3 se diz que Deus endureceu o
coração de Faraó. Moisés pergunta em Êxodo S: 22 - "Ò Senhor, por que afligiste este povo?"
Há nestas duas passagens um idiotismo hebraico, o verbo usado não para expressar a
execução de algo, mas a permissão para fazer isso.
Não é possível alguém fazer uma exegese correta, se desconhecer alguns princípios do
sistema verbal grego, como o "aspecto", que é a duração da ação verbal. O aspecto linear nos
ajuda a explicar I João 3:9.
O uso da voz média nos indica em Atos 9:39 que as mulheres estavam usando as vestes
naquele momento.

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Alguns hebraísmos
Os judeus, muitas vezes, exprimiam o sentido de qualidade, usando não o adjetivo mas
um segundo nome, tendência também seguida no grego hebraizado do Novo Testamento.
I Tess. 1:3 – "a obra da vossa fé" = a vossa obra fiel.
Efés. 1:13 – "o Santo Espírito da promessa", logo se percebe que significa – o Espírito
Santo prometido.
É um hebraísmo comum na Bíblia chamar a uma pessoa que tinha uma qualidade ou era
inclinada a certo mal, o filho dessa qualidade ou desse mal.
Luc.10: 6 – "filho da paz" = pessoa pacífica.
Efés. 5: 6 – "filhos da desobediência" = filhos desobedientes.
Por respeito e consideração os hebreus evitam o uso excessivo do nome de Deus, por isso
em vez de usarem a expressão "reino de Deus" eles a substituíam por "reino dos céus".
É um hebraísmo, usar no plural nomes designativos de coisas grandes e suntuosas, como
o céu e o mar. Daí ser comum na Bíblia o emprego de "céus" em lugar de "céu".
A linguagem humana é muito imperfeita para transmitir conceitos divinos. Não existe
nenhuma língua perfeita que possa transmitir precisamente pela palavra o pensamento exato.
Neste sentido a língua grega leva vantagens sobre todas as línguas modernas. Alguém já disse
com muita presteza ser a língua portuguesa "o túmulo do pensamento". Concorda você com
esta assertiva?
Não é possível numa tradução reproduzir variantes de pensamento que se encontram em
uma única palavra hebraica e grega. Os exemplos poderiam ser citados às centenas
confirmando esta verdade, mas limitemo-nos a estes bem elucidativos.
A mesma palavra hebraica significa abençoar e amaldiçoar, o mesmo acontecendo com
ligar e separar, afligir e honrar, conhecer e desconhecer, emprestar e tomar emprestado, matar
e curar. Em oposição a esta pobreza vocabular, o hebraico por vezes é rico em outros aspectos,
apresentando subtilezas difíceis de serem expressas em outras línguas; por exemplo: há três
palavras para janela no relato do dilúvio; três traduzidas por bolsa na história dos irmãos de
José no Egito; três traduzidas por fermento no relato da páscoa; três para navio no primeiro
capítulo de Jonas; cinco traduzidas por leão em apenas dois versos de Jó (4:10 e 11); dez
palavras para lei no Salmo 119. Estes exemplos são suficientes para comprovarem a quase
impossibilidade de comunicar em uma tradução todas as sombras de pensamento encontradas
na língua hebraica.
Existem palavras tanto no hebraico quanto no grego difíceis de serem traduzidas por
terem muitos significados, ou por não termos nenhuma palavra que transmita o seu significado
original.
Hesed - afirmam os estudiosos ser a palavra mais difícil de ser traduzida do hebraico
porque não temos nenhuma com o seu significado. Tem sido traduzida por graça, amor,
misericórdia, compaixão, tolerância, clemência, favor, bondade etc., etc.
Logos é o melhor exemplo do grego, de uma palavra com muitos significados, são mais ou
menos uns 15.
João 1:1 - verbo
João 21:23 - dito, notícia
Atos 1:1 - livro, tratado
I Cor. 2:1 - expressão, declaração
O tradutor ao deparar com um termo como este, precisa escolher uma palavra que
transmita mais exatamente o pensamento do escrito original.
Doxa, normalmente traduzida por glória, nem de longe expressa a idéia do original.
Significa em grego o caráter de Deus, ou o conjunto dos atributos divinos.
O expositor das verdades bíblicas precisa estar bem consciente deste fato: muitas palavras
tinham um significado no hebraico e grego secular, mas adquiriram no contexto bíblico outro
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significado, às vezes totalmente diferente. Uma extensa e interessante monografia poderia ser
escrita sobre este assunto. Pensemos nos seguintes exemplos: batizar, fé, graça, justificar,
expiar, mundo, conversão, salvar, apóstolo.

O Problema das Variantes nos Manuscritos


Chama-se variante a maneira diferente da mesma passagem se apresentar nos
manuscritos ou nas traduções. Infelizmente não temos nenhum autógrafo ou manuscrito
original da Bíblia. Possuímos apenas cópias de cópias.
Na maioria das passagens da Bíblia existe perfeito acordo, mas em outras surgem
dificuldades de correntes da obscuridade dos caracteres originais ou de dificuldades gramaticais
dessas línguas, acrescentando-se ainda algumas mudanças de um ou outro copista, de que
resultam variações textuais. Um dos trabalhos da Crítica Textual é estudar essas variações e
determinar o que teria escrito o autor bíblico.
Uma verdade deve ser conhecida: nenhuma doutrina bíblica foi afetada por mudanças no
seu texto. Um dos maiores expoentes em Arqueologia Bíblica e Crítica Textual Frederico Kenyon
afirma:
"Nenhuma doutrina fundamental da fé cristã repousa num texto em disputa.... O cristão
deve tomar a Bíblia em suas mãos e afirmar, sem hesitação, que ele está segurando a
verdadeira Palavra de Deus, transmitida, de geração em geração através dos séculos sem
nenhuma essencial". Our Bible and the Ancient Manuscripts, pág. 23.

Linguagem Figurada
Pelo seu amplo uso merece estudo aprofundado. Por não ter sido bem compreendida,
muitos erros de interpretação têm aparecido.
Joseph Angus, em História Doutrina e Interpretação da Bíblia cita muitos exemplos, como
este da página 169: "Diz-se, no Salmo 18:11, que "Deus fez das trevas o seu lugar oculto" e em
I Tim. 6:16, que "Deus habita na luz". No primeiro caso, as trevas significam inescrutabilidade,
e, no segundo, a luz significa pureza, inteligência ou honra".
A boa compreensão das alegorias, símbolos, tipos, metáforas, parábolas bíblicas é fator
indispensável na exposição das verdades escriturísticas.
É princípio fundamental na exegese bíblica que nenhuma parábola ou alegoria deve ser
tomada como base ou prova de doutrina. As parábolas nos foram dadas para ilustrar ou
confirmar verdades e não para ensinar doutrinas. Ver H D I B de Angus. Leis da Linguagem
Figurada, pág. 172.
Cântico dos Cânticos é considerado por muitos comentaristas como uma extensa alegoria
representando a afeição espiritual de Cristo para com a Sua Igreja.
É fato conhecido dos intérpretes bíblicos que as parábolas e muitos outros escritos
figurados jamais devem ser tomados no sentido literal. Se alguém usar tal processo violentará o
que o autor almejava transmitir. As metáforas devem ser entendidas metaforicamente.
É sempre útil ter em mente o que declarou W. Arndt no livro Dificuldades Bíblicas, pág.
14:
"Muitas vezes não é fácil traçar a linha divisória entre as duas espécies de linguagem.
Também neste caso recomendamos ao leitor da Bíblia humildade e oração, assim que
gradualmente possa desenvolver conhecimento e entendimento".
"Outro princípio capital da interpretação da Escritura assim pode enunciar-se: as
passagens obscuras e figurativas devem ser interpretadas por meio daquelas que são claras e
desprovidas de sentido metafórico".

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Um Bom Conselho
A pesquisa, para o esclarecimento de qualquer verso da Bíblia, deve ser feita com
humildade e não com pretensões à infalibilidade.
Esta recomendação inspirada é oportuna:
"Irmãos, cumpre-nos cavar fundo na mina da verdade. Podeis examinar o assunto a sós
ou em consulta recíproca, unicamente se o fizerdes num espírito sincero. Demasiadas vezes,
porém, o eu é grande, e logo que se inicia a investigação, manifesta-se um espírito não cristão.
Exatamente nisto se deleita Satanás, mas devemos ter um coração humilde para conhecer, por
nos mesmos, o que é a verdade". Counsel to Writers and Editors, pág. 41.

Pensamentos Esparsos
1º) O conhecimento dos costumes antigos, da índole das línguas hebraica e grega, dos
escritos de autores contemporâneos da Bíblia, da história, arqueologia, etnologia facilitam a
exegese dos trechos mais obscuros da Escritura, evitando-se assim graves enganos e erros na
interpretação. .
2º) É útil na interpretação de um texto, ter em mente, certas regras simples, que se
aplicam à compreensão de qualquer texto bíblico. Uma delas é lembrarmo-nos do tempo e das
circunstâncias em que foi escrita uma declaração.
3º) Os Adventistas do Sétimo Dia sustentam a posição protestante de que a Bíblia e
somente a Bíblia é a regra única de fé e prática para os cristãos.
4º) Para a formação de idéias equilibradas sobre uma verdade bíblica, é preciso atentar
para tudo o que os diversos autores inspirados disseram sobre o assunto.
Exemplo: Como somos salvos?
Idéias extremistas e fanáticas surgem quando alguém defende uma doutrina baseado
numa só passagem.
5º) As aparentes contradições da Bíblia podem ser resolvidas com um estudo aprimorado
de alguns princípios exegéticos, como: atentar bem para o contexto, a analogia da fé, estudar
as passagens paralelas; consultando ainda uma concordância bíblica e um comentário digno de
confiança, como o SDABC.
6º) Há duas espécies de passagens difíceis na Bíblia, algumas podem ser aclaradas com o
trabalho consciencioso dos estudiosos, outras jamais serão esclarecidas aqui.
As palavras de Pascal são oportunas:
"O último passo da razão é saber que há uma infinidade de coisas que ela não pode
atingir. Resolvam-se todas as questões, expliquem-se todas as palavras da Bíblia, e ficarão
ainda as maiores dificuldades para a prova da nossa fé: a origem do mal, o mistério da divina
presciência e da livre ação, e muito ainda sobre o plano da redenção".
7º) Só devemos esperar encontrar nas Escrituras Sagradas o que sob o ponto de vista
religioso nos importa conhecer.
Tudo o que foi revelado deve-se estudar, o que não foi considere-se como não essencial
ao plano da salvação.
8º) "Não pode haver conflito entre a ciência e a religião. A Bíblia é autoridade absoluta e
decisiva no domínio da verdade religiosa, mas não pretende ser a respeito de fatos e princípios
científicos". Angus - História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág. 109.
9ª) A Bíblia é, em essência, uma revelação graduada e progressiva do plano de Deus em
salvar o homem. Revela em toda a parte o mesmo Deus, santo, sábio e bom, fala dos seus
desígnios no governo do mundo, e do resultado final da presente luta entre o bem e o mal.
10º) É um fato bastante conhecido, que muitas palavras mudam o seu significado com o
passar dos anos; portanto, provas baseadas no significado de uma palavra têm que levar em
consideração o seu sentido quando o autor bíblico a empregou.

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11º) Dentre tantos comentaristas bíblicos notáveis, como Orígenes, Crisóstomo, Jerônimo,
Lutero, Adão Clarke, Strong, Barnes, Vincent a quem devemos seguir? A única resposta segura
seria esta: nenhuma interpretação da Escritura por uma pessoa, embora culta e bem
intencionada deveria ser considerada como infalível.
12º) A Igreja Católica estabeleceu no Concílio de Trento um plano ou base de doutrina, de
acordo com o qual toda a Escritura devia ser interpretada, mas apesar disso ela nunca publicou
um comentário infalível que pudesse explicar as passagens difíceis da Escritura.
13º) "Há realmente passagens e frases cujo sentido é obscuro. Esta obscuridade é, em
muitos casos, devida à nossa ignorância de algum fato especial que esclareça o assunto, e a
respeito do sentido exato das palavras". História Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág. 203.
14º) Sendo a Santa Bíblia a Palavra de Deus, ela não deve ser interpretada de modo
arbitrário e particular. As Escrituras estão baseadas em princípios claros e firmes, por isso Jesus
declarou: "a Escritura não pode falhar". S. João 10:35.
15º) É princípio fundamental da exegese que as Escrituras são seu próprio intérprete. Cristo
o aplicou quando repreendeu o diabo por interpretar mal um texto da Bíblia (Mat. 4:6 e 7).

A Hermenêutica Como Técnica de Leitura


A hermenêutica é, originariamente, uma disciplina filológica, isto é, uma técnica de leitura,
orientada para a compreensão das obras da Antiguidade clássica (Homero) e dos textos
religiosos (a Bíblia). As operações filológicas de interpretação desenvolvem-se em função de
regras rigorosamente determinadas: explicações lexicais e gramaticais, retificação crítica dos
erros dos copistas, etc., e ainda interpretação alegórica e moral destinada a colocar em
destaque o carácter de exemplaridade do texto. O horizonte desta técnica é o da restituição de
um texto ou de uma palavra, mais fundamentalmente de um sentido, considerado como
perdido ou obscurecido. Numa tal perspectiva, o sentido é menos para construir do que para
reencontrar, como uma verdade que o tempo teria encoberto.

Hermenêutica e Ciências Humanas


– No início do século XIX, com o teólogo protestante Friedrich Schleiermacher (1768-1834),
assiste-se a uma generalização do uso da hermenêutica. Esta, embora conservando os seus
laços privilegiados com os estudos bíblicos e clássicos, visa a partir de agora todo o campo da
expressão humana. A atenção está cada vez mais orientada não apenas para o texto mas para
o seu autor. Ler um texto, é dialogar com um autor e esforçar-se por reencontrar a sua
intenção, é procurar compreender um espírito por intermédio da decifração das obras nas quais
ele se exprimiu.
É, entretanto, com a obra do filósofo alemão Wilhelm Dilthey (1833-1911) que a
hermenêutica assume o estatuto de um método de conhecimento especialmente apto para dar
conta do fato humano, irredutível em si mesmo aos fenômenos naturais. O texto a interpretar é
a própria realidade humana no seu desenvolvimento histórico. Aplicado ao estudo da ação
histórica, o ato hermenêutico deve permitir restituir por assim dizer ―do interior‖ a intenção que
guiou o agente no momento em que ele tomava tal decisão, e permitir assim alcançar a
significação desta ação. Dilthey introduz com efeito um postulado: ―A riqueza da nossa
experiência permite-nos imaginar, por uma espécie de transposição, uma experiência análoga
exterior a nós e compreendê-la...‖. Se nos é possível compreender o outro, é porque temos a
possibilidade de imaginar a sua vida interior a partir da nossa, por uma transposição analógica.

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A Hermenêutica Como Situação Humana
O filósofo alemão Hans Georg Gadamer (nascido em 1900) mostra, em Verdade e Método
(1ª ed., 1960), que a interpretação, antes de ser um método, é a expressão de uma situação
do homem: o intérprete que aborda uma obra está já situado no horizonte aberto pela obra (é
o ―círculo hermenêutico‖). A interpretação é antes de mais a elucidação da relação que o
intérprete estabelece com a tradição de que provém.

As Principais Leis da Hermenêutica

Lei do Contexto
A parte que vem antes ou depois do texto. Diz-se que não se deve interpretar um texto
sem o auxílio do contexto, para não se fazer um pretexto: Lc 19:28-44; At 8:30-31; Is 53:7.

Lei do Texto Paralelo


Um texto deve ser auxiliado na sua interpretação utilizando o mesmo assunto que ocorre
em outras partes das Escrituras Sagradas: Jo 19:18; Mc 15:27; Mt 27:38; Lc 23:39-43.

Lei da Autoria do Texto


Os diferentes autores da Bíblia viveram em tempos, culturas, situações sociais e regiões
diferentes. Portanto, a forma de apresentação de um determinado texto para um povo que
vivia situações diferentes, deve ser comparado com outros em tempo ou forma remota: Ef
5:22-27; I Pe 2:5-10; Ct 8:5-10).

Lei da Interpretação do Texto


A interpretação do texto é aquilo que a passagem quer dizer no tempo, no espaço e nas
circunstâncias que foram escritas. O literalismo busca o que o texto quer dizer (Jo 21:6); o
simbolismo busca o que a figura quer dizer (Ap 3:20).

Lei da Aplicação do Texto


Um mesmo texto pode ser aplicado a pessoas ou clãs vivendo épocas ou situações
geográficas diferentes: Mt 13:24-30.

Lei da Implicação do Texto


Num sentido filosófico, pode se dizer que uma pessoa geme porque está doente. Ai está a
lei da implicação – a manifestação patente do latente. Se uma pessoa tem seu rosto plácido é
porque o coração está alegre. Como o batismo no Espírito Santo biblicamente é evidenciado
pelo crente falar em outras línguas, assim só se pode profetizar os que receberam, de igual
forma, a virtude desse Espírito: Mt 13:25; Ap 3:18-20.

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Capítulo II
A NATUREZA DA EXEGESE BÍBLICA

1. Conceito
A palavra ―hermenêutica‖ vem do verbo hermenêuein (interpretar). E esta interpretação foi
entendida diversamente através dos tempos. Por isso, temos três tipos de exegese: l. rabínica;
2. protestante; 3. católica.

2. Exegese Rabínica
Os judeus interpretavam a escritura ao pé da letra, por causa da noção de inspiração que
tinham. Se uma palavra não tinha sentido perceptível imediatamente, eles usavam artifícios
intelectuais, para lhes dar um sentido, porque todas as palavras da Bíblia tinham que ter uma
explicação. O exemplo do paralítico é antológico: ele passara 38 anos doente. Por que 38? Ora,
40 é um número perfeito, usado várias vezes na vida de Cristo (antes da ressurreição, no
jejum) ou também no AT (deserto, Sinai). Dois é outro número perfeito, porque os
mandamentos (vontade) de Deus se resumem em "2": amar Deus e ao próximo. Portanto,
tirando um número perfeito de outro, isto é, tirando 2 de 40 deve dar um número imperfeito
(38) que é número de doença...
Alegoria pura: neste sentido se entende a condenação de certas teorias que apareceram e
eram contrárias à Bíblia (caso de Galileu). Assim era a exegese antiga. No século XVIII, o
racionalismo fez o extremo oposto desta doutrina: negaram tudo que tinha alguma aspecto de
sobrenatural e mistério, e procuravam explicações naturais para os fatos incompreensíveis,
assim por exemplo, dizendo que Cristo hipnotizava os ouvintes e os iludia dizendo que era
milagre. Jesus Cristo não ressuscitou, mas ele apenas havia desmaiado na cruz, e quando
tornou a si saiu do sepulcro... Talvez não o fizessem por maldade. Era por principio filosófico.
A Igreja primitiva herdou muito do rabinismo, no início, mas depois se libertou. Começaram
por ver na Bíblia vários sentidos: literal, pleno e acomodatício. Literal: sentido inerente ás
palavras, expressão pura e simples da idéia do autor; Pleno: fundado no literal, mas que tem
um aprofundamento talvez nem previsto pelo autor. Deus pode ter colocado em certas palavras
um significado mais profundo que o autor não percebeu, mas que depois se descobre. Deus,
como autor, fez assim. A palavra do profeta se refere a uma situação histórica; a palavra de
Deus se refere ao futuro. Acomodatício: é a acomodação a um sentido à parte que combina
com as palavras. É a Bíblia aplicada à realidade apenas pela coincidência dos textos.
Por exemplo, em Mt. se lê "do Egito chamei meu filho"... para que se cumprisse a Escritura.
Mas o sentido, ou seja, a aplicação original deste trecho não se referia à volta da Sagrada
Família, mas sim à saída do Povo do Egito. Esta acomodação foi explorada demasiadamente
pelos pregadores, que até abusaram disto. Outro exemplo de acomodação é a aplicação a
Maria dos textos do livro da Sabedoria. Estes são mais literatura que Escritura. Todavia, crendo-
se na inspiração, aceita-se que as palavras do autor podem ter uma significação mais profunda
que a original.

3. Exegese Protestante
Surgiu do protesto de alguns cristãos contra a autoridade da Igreja como intérprete fiel da
Bíblia. Lutero instituiu o princípio da "scritura sola" (traduzindo, a escritura sozinha), sem
tradição, sem autoridade, sem outra prova que não a própria Bíblia. A partir daquele instante,
os Protestantes se dedicaram a um estudo mais acentuado e profundo da Bíblia, antecipando-
se mesmo aos católicos. Mas o princípio posto por Lutero contribuiu para um desastre
hermenêutico, pois ele mesmo disse que cada um interpretasse a Bíblia como entendesse, isto
é, como o Espírito Santo o iluminasse.
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Isto fez surgir várias correntes de interpretação, que podem se resumir em duas: a
conservadora e a racionalista. A conservadora parte daquele principio da inspiração = ditado,
em que se consideram até os pontos massoréticos como inspirados. Não se deve aplicar
qualquer método cientifico para entender o que está escrito. É só ler e, do modo que Deus
quiser, se compreende. A racionalista foi influenciada pelo iluminismo e começou a negar os
milagres. Daí passou à negação de certos fatos, como os referentes a Abraão. Afirmam que as
narrações descritas, como provam o vocabulário, os costumes, são coisas de uma época
posterior, atribuído àquela por ignorância. Esta, teoria teve muito sucesso e começaram a surgir
várias 'vidas' de Jesus em que ele era apresentado como um pregador popular, frustrado,
fracassado...
Outros ainda interpretavam o Cristianismo dentro da lógica hegeliana: São Paulo,
entusiasmado, teria feito uma doutrina, que atribuiu a JC (tese); depois São João, com seu
Evangelho constituiu a antítese; finalmente São Marcos fez a síntese. Hoje, porém, se sabe que
Marcos é o mais antigo. Estes intérpretes se contradizem entre si, o que provocou uma certa
desconfiança. Por fim, a própria arqueologia, em auxílio do Cristianismo, veio provar com a
descoberta de vários documentos históricos que a Bíblia tinha razão: aqueles costumes, aquele
vocabulário eram realmente daquela época, inclusive o uso dos nomes Abraão, Isaac também
eram comuns no tempo. Isto e outras coisas serviram para desmentir tais idéias iluministas.

4. Exegese Católica
Inicialmente, apegou-se muito aos métodos tradicionais: usava mais a tradição e menos a
Bíblia. Mesmo no século XIX, a tendência era ainda conservar a apologética, a defesa da fé. Foi
o Padre Lagrange quem iniciou o movimento de restauração da exegese católica. Começou a
comentar o AT com base na critica histórica. Mas foi alvo de tantos protestos que não teve
coragem de continuar. Em seguida, comentou o NT, e ainda hoje é autoridade no assunto. A
Igreja Católica custou muito a perceber o seu atraso no estudo bíblico
Primeiro passo da nova exegese da Igreja Católica foi dado por Pio XII, em 1943, com a
encíclica DIVINO AFFLANTE SPIRITU, na qual aprovou a teoria dos vários gêneros literários da
Bíblia. Depois, em 1964, Paulo VI aprovou um estudo de uma comissão bíblica a respeito da
história das formas (formgeschichte). E hoje em dia, tanto os exegetas católicos como os
protestantes são a favor desta, e qualquer livro sério sobre o assunto traz este aspecto.
Protestantes citam católicos e vice-versa, sem nenhuma restrição.

O QUE É E DO QUE TRATA A EXEGESE BÍBLICA:


DEFINIÇÕES:

Dicionário Teológico: Exegese: do Grego: ek + , = ek + egéomai, penso,


interpreto, arranco para fora do texto. É a prática da hermenêutica sagrada que busca a real
interpretação dos textos que formam o Antigo e o Novo Testamento. Vale-se, pois, do
conhecimento das línguas originais (hebraico, aramaico e grego), da confrontação dos diversos
textos bíblicos e das técnicas aplicadas na lingüística e na filosofia.
Dicionário Teológico: Exegese Estrutural: latim strutura (disposição interna de uma
construção). Doutrina que sustenta estar o significado do texto bíblico além do processo de
composição e das intenções do autor. Neste método é levado em conta as estruturas e padrões
do pensamento humano. Noutras palavras: o cérebro é guiado por determinadas estruturas e
padrões, além dos quais não podemos avançar.
Dicionário Teológico: Exegese Gramático-Histórica: Princípio de interpretação
bíblica que leva em conta apenas a sintaxe e o contexto histórico no qual foi composta a
Palavra de Deus. Tal método acaba por tirar da Bíblia o seu significado espiritual. Não se podem
ignorar as verdades que se acham escondidas sob o símbolo e enigmas das porções
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escatológicas e apocalípticas do Livro Santo. Na interpretação da Bíblia, não podemos esquecer
nenhum detalhe. Todos são importantes.
Dicionário Teológico: Exegese Teológica: Princípio de interpretação bíblica que toma
por parâmetro as doutrinas sistematizadas pelos doutores da Igreja. Neste caso, o Bíblia é
submetida à doutrina. Mas como esta nem sempre encontra-se isenta de interpretações
parcimoniosas e tradições meramente humanas, corre-se o disco de se valorizar mais a forma
que o conteúdo. O correto é submeter a dogmática ao crivo da infalibilidade da Palavra de
Deus.
Definição de Exegese: Guiar para fora dos pensamentos que o escritor tinha quando
escreveu um dado documento, isto é, literalmente significa "tirar de dentro para fora",
interpretar.
Dicionário Aurélio: (comentário para esclarecimento ou interpretação minuciosa de um
texto ou de uma palavra. Aplica-se especificamente em relação à gramática, à Bíblia, às Leis.)
Grego:  = exegesis = narração, exposição, exegese
Grego: = exegeomai = conduzir, guiar, dirigir, governar, explicar
pormenorizadamente, interpretar, ordenar, prescrever, aconselhar
Grego:  = exegetés = diretor, instrutor, intérprete, expositor, exegeta. É a
disciplina que aplica métodos e técnicas que ajudam na compreensão do texto. Existe ainda a
EISEGESE (ver grifo), a qual tem a seguinte definição.
Grego:  = Eisegesis = consiste em introduzir (inferência) em um texto alguma
coisa que alguém deseja que esteja ali, mas que na verdade não faz parte do mesmo.
Dicionário Teológico: Eisegese: Antônimo da exegese. Nesta, a Bíblia interpreta-se a si
mesma. Naquela, o leitor procura imprimir ao texto sagrado a sua própria interpretação.
A exegese é a mãe da ortodoxia doutrinária. Já a eisegese é a matriz de todas as heresias.
Ela gera o misticismo, e este acaba por dar à luz aos erros e aleijões doutrinários. Levemos em
conta, também, que a eisegese é própria da especulação que, por sua vez, é a principal
característica da filosofia.
Ora, se o nosso compromisso é com a Teologia, subentende-se que a matéria-prima de nossa
lide é a revelação. Logo, a exegese é a nossa ferramenta. A Palavra de Deus não precisa de
nossa interpretação, porquanto se interpreta a si mesma. Ela reivindica tão-somente a nossa
obediência.
Grego: = Exegese = consiste em extrair de um texto qualquer mediante legítimos
métodos de interpretação o que se encontra ali.
A exegese é o estudo rigoroso de um texto, a partir de regras e conceitos metodológicos,
pelos quais se busca alcançar o melhor sentido daquilo que está escrito. Quando aplicado ao
estudo da Bíblia especificamente, denominamos de "Exegese Bíblica".
Os conceitos e comentários exibidos nestas páginas foram compilados a partir de cursos e
leituras, material que agora coloco à disposição aos mais interessados em estudar a Palavra de
Deus.
A Bíblia é um livro difícil. Difícil porque é antigo, foi escrito por orientais, que têm uma
mentalidade bem diferente da greco-romana, da qual nós descendemos. Diversos foram os
seus escritores, que viveram entre os anos 1200 a.C. a 100 d.C. Isso, sem contar que foi escrita
em línguas hoje inexistentes ou totalmente modificadas, como o hebraico, grego e o aramaico,
fato este que dificulta enormemente uma tradução, pois muitas vezes não se encontram
palavras adequadas.
Outra razão para se considerar a Bíblia um livro difícil é que ela foi escrita por muitas
pessoas, ás vezes até desconhecidas e em situações concretas as mais diversas. Por isso, para
bem entendê-la é necessário colocar-se dentro das situações vividas pelo escritor, o que é de
todo impraticável. Quando muito, consegue-se uma aproximação metodológica deste
entendimento.
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Além do mais, a Bíblia é um livro inspirado e é muito importante saber entender esta
inspiração, para haurir com proveito a mensagem subjacente em suas palavras. Dizer que a
Bíblia é inspirada não quer dizer que o escritor sagrado (ou hagiógrafo) foi um mero
instrumento nas mãos de Deus, recebendo mensagens ao modo psicográfico. É necessário
entender o significado mais próprio da 'inspiração' bíblica, assunto que será abordado na
continuação.
Vale salientar que uma série de enganos podem advir de uma interpretação bíblica literal,
porque uma interpretação ao "pé da letra" não revela o sentido mais adequado de todas as
palavras.
Para que não aconteça conosco incidir neste equívoco, devemos aprender a nos colocar na
situação histórica de cada escritor em cada livro, conhecer a situação social concreta da
sociedade em que ele viveu, procurar entender o que aquilo significou no seu tempo e só então
tentar aplicar a sua mensagem ás nossas circunstâncias atuais.
Hermenêutica é a disciplina que aplica métodos e técnicas que ajudam na compreensão do
texto.
Do ponto de vista etimológico, hermenêutica e exegese são sinônimos, mas hoje os
especialistas costumam fazer a seguinte diferença: Hermenêutica é a ciência das normas que
permitem descobrir e explicar o verdadeiro sentido do texto, enquanto a exegese é a arte de
aplicar essas normas.
Na linguagem teórica, a exegese aponta para a interpretação de alguma passagem literária
específica, ao mesmo tempo em que os princípios gerais aplicados a tais interpretações são
chamadas hermenêutica.
"A Bíblia é ao mesmo tempo humana e divina, exige de nossa parte a tarefa de interpretá-
la".
Duas coisas precisam ser notadas quanto a isso:
1ª - A palavra de Deus foi expressa no vocabulário e nos padrões de pensamentos de
pessoas de um período de mais ou menos 1.500 anos.
Estamos longe do tempo e, as vezes do pensamento.
Ex. A cerca das mulheres usando roupas de homens e sobre pessoas que deveriam ter
pára-peito ao redor de sua casas.
2ª - Precisamos saber primeiro o que o autor dizia aos seus ouvintes originais e porque.
A tarefa de interpretar envolve o estudante em 2 níveis:
Nível Um — É necessário estudar a palavra que eles ouviram devendo procurar
compreender o que foi dito a eles: LÁ E ENTÃO.
Nível Dois — É preciso aprender a ouvir esta mesma palavra no AQUI E AGORA.

Um dos aspectos do lado humano da Bíblia, Deus escolheu fazer quase todo tipo de
comunicações disponíveis:

* Genealogias
* Crônicas
* Leis de todo tipo
* Poesia
* Drama
* Parábola
* Etc.

Para interpretar corretamente o LÁ E ENTÃO é necessário saber algumas regras gerais


aplicadas às palavras da Bíblia, como também aprender as regras especiais aplicadas a cada
uma dessas formas literárias.
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Exemplo: Precisamos saber como um salmo freqüentemente dirigido a Deus funciona como
palavra de Deus para nós hoje.
A primeira tarefa do intérprete chama-se Exegese.
Exegese é o estudo cuidadoso e sistemático da escritura para descobrir o significado
original que foi pretendido.

PRINCÍPIOS BÁSICOS

Aqui se encontram dez princípios que devem ser seguidos na interpretação bíblica:
1° - denomina-se princípio da unidade escriturística. Sob a inspiração divina a Bíblia ensina
apenas uma teologia. Não pode haver diferença doutrinária entre um livro e outro da Bíblia.
2° - Aprender a ler cuidadosamente o texto e fazer perguntas certas ao mesmo. Há duas
perguntas básicas que devemos fazer a cada passagem:
1ª - As que dizem respeito ao contexto e as que, dizem respeito ao conteúdo.

Existem dois tipos de contexto:


1ª - contexto histórico:
(*) - época, cultura do autor e seus leitores, fatores geográficos, políticos, ocasião do livro,
carta, Salmo, etc.
Questão mais importante:
Tem que ver com a ocasião e o propósito de cada livro ou partes (necessário fonte de
pesquisa)
2ª - Contexto literário:
As palavras só fazem sentido dentro das frases e na maior parte das frases na Bíblia
somente tem o significado em relação as frases anteriores e posteriores.
A pergunta mais importante que você fará e deverá ser repetida acerca de cada frase e
parágrafo é:Qual é a razão disto?
Devemos descobrir qual é a linha do pensamento do autor, o que está dizendo aqui e por
que diz exatamente isto.
Grego: Eisegeses = Eisegesis = consiste em introduzir (inferência) em um texto alguma
coisa que alguém deseja que esteja ali, mas que na verdade não faz parte do mesmo.
Dicionário Teológico: Eisegese: Antônimo da exegese. Nesta, a Bíblia interpreta-se a si
mesma. Naquela, o leitor procura imprimir ao texto sagrado a sua própria interpretação.
A exegese é a mãe da ortodoxia doutrinária. Já a eisegese é a matriz de todas as heresias.
Ela gera o misticismo, e este acaba por dar à luz aos erros e aleijões doutrinários. Levemos em
conta, também, que a eisegese é própria da especulação que, por sua vez, é a principal
característica da filosofia.
Ora, se o nosso compromisso é com a Teologia, subentende-se que a matéria-prima de
nossa lide é a revelação. Logo, a exegese é a nossa ferramenta. A Palavra de Deus não precisa
de nossa interpretação, porquanto se interpreta-se a si mesma. Ela reivindica tão-somente a
nossa obediência.
Grego:  = Exegese = consiste em extrair de um texto qualquer mediante legítimos
métodos de interpretação o que se encontra ali.

No Antigo Testamento
Os sacerdotes eram os intérpretes oficiais da Lei Mosaica, os escribas oficiais sucessores
usualmente vinham da seita dos fariseus, única seita que conseguiu sobreviver a destruição de
Jerusalém.
Grego: 
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No Novo Testamento
Existe muita exegese autêntica do Antigo Testamento, porém algumas passagens
empregam alegoria.

Idade Média
Nesse período da História a opinião geral dos exegetas como Pedro Lombardo e Thomaz de
Aquino, era que a interpretação incorporava quatro modos básicos:

1º - Interpretação Literal;
2º - Interpretação Figurada;
3º - Interpretação Moral;
4º - Interpretação Espiritual ou (ver).

Durante a Reforma Protestante


Com a mentalidade de retorno à bíblia, a reforma frisava a comparação da Bíblia com a
Bíblia, ou seja, a interpretação de um dado texto bíblico mediante ao apelo a outros textos
bíblicos.
Com tudo a teologia ocidental continuou sendo a principal norma na interpretação das
idéias protestantes, visto que as igrejas luterana e reformada são filhas da tradição ocidental
que se concretizou na igreja Católica Romana.

Moderna Crítica Bíblica


Este assunto tem lançado tanto luzes quanto sombras sobre o conhecimento bíblico e
teológico.
Apesar de ser uma atividade legítima e necessária afim de por os estudos bíblicos a para
das evidências lingüísticas, literárias, históricas e científicas, infelizmente as pessoas que são
conhecidas como críticas bíblicas, geralmente têm se mostrado dotadas de uma mentalidade
cética, além de lhes faltar a experiência com a fé cristã.

Além da Exegese
É inútil esperar um delineamento da verdade inteira por mais exata e complexa que possa
ser.
Há coisas que Deus simplesmente não nos revelou - Dt. 29.29, nem por isso devemos
diminuir a importância da pesquisa bíblica séria, mediante corretos métodos exegéticos.
2° - Deixe a Bíblia interpretar a própria Bíblia. Este princípio vem da Reforma Protestante.
O sentido mais claro e mais fácil de uma passagem explica outra com sentido mais difícil e mais
obscuro. Este princípio é uma ilação do anterior.
3° - Jamais esquecer a Regra Áurea da Interpretação, chamada por Orígenes de Analogia
da Fé. O texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de
textos isolados.
4° - Sempre ter em vista o contexto. Ler o que está antes e o que vem depois para concluir
aquilo que o autor tinha em mente.
5° - Primeiro procura-se o sentido literal, a menos que as evidências demonstrem que este
é figurado.
6° - Ler o texto em todas as traduções possíveis - antigas e modernas.
Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria dizer.
7° - Apenas um sentido deve ser procurado em cada texto.
8° - O trabalho de interpretação é científico, por isso deve ser feito com isenção de ânimo
e desprendido de qualquer preconceito. (o que poderíamos chamar de "achismos").
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9° - Fazer algumas perguntas relacionadas com a passagem para chegar a conclusões
circunstanciais. Por exemplo:

a) - Quem escreveu?
b) - Qual o tempo e o lugar em que escreveu?
c) - Por que escreveu?
d) - A quem se dirigia o escritor?
e) - O que o autor queria dizer?

10° - Feita a exegese, se o resultado obtido contrariar os princípios fundamentais da Bíblia,


ele deve ser colocado de lado e o trabalho exegético recomeçado novamente.

As Ferramentas Necessárias ao Exegeta


Usar a Bíblia que contiver o texto mais fidedigno na língua original. (Os que não podem ler
a Bíblia no original devem usar uma tradução fiel, tanto quanto possível).
Escolhido o texto é necessário saber exatamente o que ele diz. Para isso são necessárias
suas espécies de ferramentas:

a) - Dicionários.
Para o Velho Testamento o melhor em inglês é: Um Conciso Léxico Hebraico e Aramaico do
Velho Testamento de William Holaday.
Para o Novo Testamento o melhor é: Léxico Grego-Inglês do Velho Testamento de Walter
Bauer (Universidade de Chigago), traduzido e adaptado para o inglês por Arndt Gingricd.
Em português não há nem um dicionário para o grego bíblico. Para o grego clássico o
melhor que temos é: Dicionário Grego-Português e Português-Grego de Isidro Pereira, Edição
do Porto, Portugal.

b) - Gramáticas.
A melhor do hebraico é a de Gesenius.
- Para o Novo Testamento as melhores gramáticas são as de Blass,. Moulton e Robertson.
- Depois de determinado o que o texto registra, é preciso ir além e investigar mais
precisamente a significação teológica de certas palavras.
- A melhor fonte para este estudo no grego é o Dicionário Teológico do Novo Testamento,
editado por Kittel e Friedrich. São dez alentados volumes para o inglês.
- Para o Velho testamento não existe trabalho idêntico.
- Em português continuamos numa pobreza mais do que franciscana neste aspecto.
- O próximo passo é uma pesquisa conscienciosa do contexto para que não haja afirmações que
se oponham ao que o autor queria dizer ou distorções daquilo que ele disse.
- Após esta pesquisa é necessário considerar cuidadosamente a teologia, o estilo, o
propósito e o objetivo do autor. Para este mister as obras mais necessárias são: concordância,
introduções e livros teológicos.
- Em português temos a Concordância Bíblica, publicação da Sociedade Bíblica do Brasil,
1975.
- Muito úteis para o exegeta são os estudos teológicos que tratam com o livro específico do
qual estamos fazendo a exegese.
O próximo passo em exegese é a familiarização com o conhecimento geográfico, histórico,
os hábitos e práticas podem iluminar nossa compreensão sobre o texto.
Para tal propósito são necessários Atlas, livros arqueológicos, histórias e dicionários
bíblicos.
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Dicionários da Bíblia são muito úteis para rápidas informações sobre um assunto,
identificação de nomes de pessoas, lugares ou coisas. O melhor dicionário da Bíblia é: The
Interpreter´s Dictionary of the Bible, quatro volumes.

COMO FAZER EXEGESE

Na atualidade a mídia, especialmente a TV e o rádio, tem sido usados como instrumentos


para espalhar a palavra de Deus, mas ao mesmo tempo tem provocado na mente de muitos
cristãos a "lerdeza do pensar".
Hoje existe o "evangelho solúvel", "evangelho do shopping center", "dos iluminados", etc. Mas
pouco se estuda a fonte do evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo, isto é muito mais do que
uma leitura diária e muitas vezes feita as pressas para cumprir um ritual.
Cinco Regras Concisas
1. interpretar lexicamente. É conhecer a etimologia das palavras, o desenvolvimento
histórico de seu significado e o seu uso no documento sob consideração. Esta informação pode
ser conseguida com a ajuda de bons dicionários. No uso dos dicionários, deve notar-se
cuidadosamente o significar-se da palavra sob consideração nos diferentes períodos da língua
grega e nos diferentes autores do período.
2. interpretar sintaticamente: o interprete deve conhecer os princípios gramaticais da
língua na qual o documento está escrito, para primeiro, ser interpretado como foi escrito. A
função das gramáticas não é determinar as leis da língua, mas expo-las. o que significa, que
primeiro a linguagem se desenvolveu como um meio de expressar os pensamentos da
humanidade e depois os gramáticos escreveram para expor as leis e princípios da língua com
sua função de exprimir idéias. Para quem deseja aprofundar-se é preciso estudar a sintaxe da
gramática grega, dando principal relevo aos casos gregos e ao sistema verbal a fim de poder
entender a estruturação da língua grega. Isto vale para o hebraico do Antigo Testamento.
3. interpretar contextualmente. Deve ser mantido em mente a inclinação do pensamento
de todo o documento. Então pode notar-se a "cor do pensamento", que cerca a passagem que
está sendo estudada. A divisão em versículos e capítulos facilita a procura e a leitura, mas não
deve ser utilizada como guia para delimitação do pensamento do autor.. Muito mal tem sido
feita esta forma de divisão a uma honesta interpretação da Bíblia, pois dá a impressão de que
cada versículo é uma entidade de pensamento separados dos versículos anteriores e
posteriores.
4. interpretar historicamente: o interprete deve descobrir as circunstâncias para um
determinado escrito vir à existência. É necessário conhecer as maneiras, costumes, e psicologia
do povo no meio do qual o escrito é produzido. A psicologia de uma pessoa inclui suas idéias de
cronologia, seus métodos de registrar a história, seus usos de figura de linguagem e os tipos de
literatura que usa para expressar seus pensamentos.
5. interpretar de acordo com a analogia da Escritura. A Bíblia é sua própria intérprete. diz o
princípio hermenêutico. A bíblia deve ser usada como recurso para entender ela mesma. Uma
interpretação bizarra que entra em choque com o ensino total da Bíblia está praticamente certa
de estar no erro. Um conhecimento acurado do ponto de vista bíblico é a melhor ajuda.
O Procedimento Exegético

1. Procedimento Errado
Ler o que muitos comentários dizem com sendo o significado da passagem e então aceitar
a interpretação que mais agradece. Este procedimento é errado pelas seguintes razões:

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a) encoraja o intérprete a procurar interpretação que favorece a sua pré-concepção b)
forma o hábito de simplesmente tentar lembrar-se das interpretações oferecidas. Isto para o
iniciante, freqüentemente resulta em confusão e ressentimento mental a respeito de toda a
tarefa da exegese. Isto não é exegese, é outra forma de decoreba e é muito desinteressante. O
péssimo resultado e mais sério do "procedimento errado" na exegese é que próprio interprete
não pensa por si mesmo.
2. Procedimento Correto
O intérprete deve perguntar primeiro o que o autor diz e depois o que significa a
declaração
Consultar os dicionários para encontrar o significado das palavras desconhecidas ou que
não são familiares. É preciso tomar muito cuidado para não escolher o significado que convêm
ao interprete apenas.
Depois de usar bons dicionários, uma ou mais gramáticas devem ser consultadas para
entender a construção gramatical. No verbo, a voz, o modo e o tempo devem ser observado
por causa da contribuição à idéia total. O mesmo cuidado deve ser tomado com as outras
classes gramaticais.
Tendo as análises léxicas, morfológica e sintática sido feitas, é preciso partir para análises
de contexto e história a fim de que se tenha uma boa compreensão do texto e de seu
significado primeiro.
Com os passos anteriores bem dados, o interprete tem condições de extrair a teologia do
texto, bem como sua aplicação às necessidade pessoais dele, em primeiro lugar, e às dos
ouvintes. Que o texto tem com a minha vida? Com os grandes desafios atuais?
O USO DE INSTRUMENTOS

Comentários: eles não são um fim em si mesmo. O interprete deve manter em mente o
clima teológico em que foram produzidos, porque isso afeta de maneira direta a interpretação
das Escrituras. Um comentarista pode ser capaz, em certa media, de evitar preconceitos e
permitir que o documento fale por si mesmo, mas sua ênfase nos vários pensamentos na
passagem será afetada pela corrente de pensamento de seus dias. Os comentários
principalmente os devocionais, tem a marca da desatualização.

Prefira os comentários críticos e exegéticos.

Uso de dicionário e gramáticas: e importante manter em mente a data da publicação.


Todas as traduções de uma palavra devem ser avaliadas e não apenas tirar só o significado que
interessa a nossa interpretação. Explore o recurso dos próprios sinônimos. Por exemplo a
palavra ―pobre‖ é tradução de duas palavras gregas. [penef e ptohoi] A primeira significa
carente do supérfluo, que vive modestamente, com o necessário e a segunda, significa
mendigo, desprovido de qualquer sustento.

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Capítulo III
O VALOR DA INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA

Embora necessária a hermenêutica para uma melhor aproximação do texto bíblico é uma
das ciências mais esquecidas na compreensão e estudo da bíblia e teologia

Origem:
Etimologicamente esta palavra deriva do verbo ―hermeneuo‖ que significa explicar,
traduzir interpretar. A sua raiz esta ligada ao deus grego Hermes. Este deus mitológico, que
tinha asas nos pés, encarregava-se de levar as mensagens dos deuses aos destinatários. Assim
a idéia é levar alguma coisa ou situação do estado de ininteligibilidade ao da compreensão.
Assim na antiguidade grega esta palavra tem três sentidos 1. Expressar em voz alta, dizer; 2.
explicar; 3.interpretar
Em termos bíblicos, temos que trazer à luz um texto que de história na sua escrita tem
um longo processo não somente no fato-histórico mas na apresentação do mesmo na
linguagem escrita.
Assim temos como definição: ―é a ciência das leis e princípios de interpretação e
explanação que se aplicam nos estudos das Sagradas Escrituras‖.
Temos- graficamente temos: o fato em si  a visão do autor na compreensão deste fato-
 a escrita do fato - a leitura do fato feita pela igreja - a leitura feita pelo leitor  a leitura
feita pelo ouvinte.
Isto deve ser considerado para uma análise cuidadosa que nos permita chegar o mais
próximo da mensagem divina. Assim teremos um dialogo entre o autor bíblico e o
interprete. Por isso duas perguntas são necessárias antes de qualquer enunciado de
interpretação: O que o texto significou para o autor do livro? e o que o leitor ―original‖
entendeu ao ouvir/ler esta leitura?..Vejamos um exemplo em Ne:8:8 (temos estes fatores
presentes mas diferentes ―sentimentos‖- Neemias está alegre e o povo triste... por quê?
(Vejamos outro texto: Luc. 24:25-32 - Jesus apela às faculdades racionais dos
interlocutores (que mais tarde vão interpretar o fato do ―ouvir o que Jesus diz‖.).

A Necessidade da Hermenêutica
O conflito hermenêutico : O mundo de lá e o mundo de cá, isto gera um desafio que o
estudante da bíblia deve entender como tal, desde que esteja disposto a desgastar-se na
descoberta da mensagem de Deus no texto
As diversas dificuldades que o texto bíblico apresenta: língua, tempo, história, sociedade,
estilos de vidas, estilos culturais, gêneros literários, etc. Diversidade no tipo de literatura
bíblica: poesias, estórias, parábolas, apocalíptica, epístolas,etc.
A própria história da Igreja. 2.000 anos de interpretação bíblica.
A perspicuidade e complexidade das Escrituras - João 3:16 vs. 1aPe:3:18-22
É uma motivação e prática bíblica: Nee. 8:8, Atos 8:26-31a; II Ped. 3:15. as parábolas de
Jesus

Hermenêutica e Tradução Bíblica


Exemplo ―Herodes é uma raposa‖ numa tribo= raposa é homossexual
Tribo Africana Bambara - África Ocidental ―redimir‖ ―Deus tira a nossa cabeça da argola‖
Pelo fato do povo desta tribo tem a imagem de "redenção da escravidão"é alguém tirando a
argola da cabeça do escravo. ISto era feito mediante uma compra ao dono do escravo

20
Equivalência literal: é a transposição literal de um idioma para o outro se usando a
mesma classe morfológica e seqüência vocabular. Exemplo moderno: Textos interlineares da
Bíblia
Equivalência formal: é a transposição da forma do texto de uma forma para o outro. O
grande enfoque está na forma em que o texto aparece o seu significado para os seus
primeiros leitores. Exemplos modernos: As diversas traduções de Almeida, King James, Reina
Valera, etc.
Equivalência dinâmica: é aquela que se propões a reproduzir o pensamento, a
mensagem do texto original em estruturas e formas próprias da língua para a qual se traduz.
Importa traduzir a mensagem, e não as palavras e as estruturas. A mensagem divina é
imutável, a forma, a linguagem humana, está sempre em processo de mutação. O tradutor
procura descobrir sentido da mensagem para o povo da época a quem ela se destinou, e em
seguida põe a sua mensagem na língua falada e escrita pelo povo de hoje‖ (Wener Kaschel.
Transformações gramaticais no processo de tradução dinâmica da Bíblia com vistas ao livro de
Provérbios, in Teses do 2o. Congresso da Bíblia, pg.50) Exemplo moderno: A Bíblia na
Linguagem de Hoje
Equivalência livre (ou sem equivalência) Aqui a preocupação maior é com o leitor atual
da mensagem, o texto original é tomado apenas como referência. Exemplos Modernos A Bíblia
Viva, Cartas Às igrejas Novas

O Espírito Santo e a Hermenêutica


É muito comum em alguns círculos evangélicos a crença de que não é preciso estudar a
Bíblia, pois o Espírito Santo se encarrega de interpreta-la para nós. Há um grande perigo nessa
crença - de se impor ai texto todos os nossos condicionamentos e pressuposições.
Alguns ensinamentos Bíblicos sobre esse assunto:
As coisas espirituais são discernidas espiritualmente 1aCo: 2:14
O Espírito nos guiará a toda verdade (João:16:13). Não significa que o Espírito interpretará
as Escrituras para nós.
O Espírito nos ilumina quanto as verdades bíblicas (2aCo:4:6) Isso, contudo, ainda não se
refere a interpretação, mas ao convencimento do Espírito Santo (João 18:8-11). Podemos
perceber intelectual e emocionalmente um ensino bíblico, mas se o nosso espírito não for
convencido de que aquilo é verdade, então esse ensino não será aplicado integralmente em
nossas vidas e será apenas doutrina vazia. Ef:1:18
Talvez a leitura de 1aPe:1:10-12, e 3:15 nos ajude para nos apontar da necessidade de
investigação e da hermenêutica Cf. Lc:1:1-4

Requisitos do Intérprete:
A. Gerais
Objetividade: Não há duvidas que o estudante está influenciado por diversos fatores: a
sua filosofia, questionamentos históricos, psicológicos, e religiosos que inevitavelmente conduz
a sua interpretação. A objetividade esta no reconhecimento destas força
Espírito científico: Existem dois modos dispares: pietista e racionalista ―O exegeta deve
estar mentalizado e capacitado para aplicar a um estudo da Bíblia os mesmos critérios que
regem a interpretação de qualquer composição literária O fato de que tanto a Bíblia como na
sua interpretação existam elementos especiais não exime o interprete de colocar a devida
atenção a crítica textual, ao análise lingüístico, a consideração do fundo histórico e tudo quanto
possa contribuir para esclarecer p significado do texto (arqueologia, filosofia, obras literárias
contemporâneas, etc.‖

B. Especiais
21
Capacidade espiritual: Estar aberto a ação da Palavra
Atitude de compromisso
Espírito de mediador: servir de ponte entre o autor do texto e o leitor.

O valor da Hermenêutica
 Nos aproxima do texto e do seu sentido e significados corretos
 Fortalece a nossa convicção na pessoa de Deus- Deus revelou a eternidade
 Enaltece a Soberania de Deus que preservou a escrita até hoje
 Nos coloca na linha da história da igreja
 Traz equilíbrio entre o conteúdo (revelação) e comportamento (ética, exigência)
 Confirmação da credibilidade da revelação. Homens falaram à tantos e tão distante de
nós
 Auxilia-nos para determinar o permanente e o temporário
 Base ―cientifica‖ a vida devocional.
 Válida a encarnação do Filho de Deus. O texto inserido na história e cultura de um povo.
―teologia da terra‖.
 Evita o desvio (sensus plenior)
 Descobre-se a unidade da revelação.

Capítulo IV
O ESPÍRITO SANTO NO PROCESSO HERMENÊUTICO
Josivaldo de França Pereira

O presente artigo é uma tentativa de se analisar o papel do Espírito Santo no processo


hermenêutico e a sua relação com os outros elementos do chamado círculo hermenêutico. Nós
o dividimos em três capítulos principais, sendo que somente o último deles trata diretamente do
Espírito Santo no processo hermenêutico. Acreditamos que esta disposição será necessária
porque os dois primeiros capítulos servirão de pano de fundo ao tema. Sendo assim,
procuramos definir a hermenêutica e seu propósito, a relação entre o Espírito Santo, a Bíblia e o
intérprete e, por último, o papel do Espírito Santo na ciência hermenêutica e no círculo
hermenêutico.
Quanto ao Espírito Santo no círculo hermenêutico, propriamente dito, abordamos a
questão no conceito de missão integral numa teologia de contexto. Como, numa teologia de
contexto, se relaciona o Espírito com os quatro elementos do círculo hermenêutico? O Espírito
deveria ou não ser representado graficamente com os outros elementos do círculo? Como
definir o Espírito Santo no círculo hermenêutico? Esperamos responder a contento a estas e
outras perguntas semelhantes. Nossa pesquisa não é exaustiva mas esperamos que atenda o
propósito para o qual foi escrita; a saber, valorizar a importância e centralidade do Espírito
Santo no processo hermenêutico.
"No estudo da Bíblia, não é bastante que entendamos o sentido de autores secundários
(Moisés, Isaías, Paulo, João); temos que entender a mente do Espírito" (Louis Berkhof).

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I. DEFINIÇÃO E PROPÓSITO DA HERMENÊUTICA
1.1. Definição de Hermenêutica
"Hermenêutica" é uma palavra de origem grega. Platão (c. 427-347 a.C.) foi o primeiro a
utilizá-la como termo técnico. No sentido amplo do termo, a hermenêutica pode ser definida
como a ciência que nos ensina os princípios, as leis e os métodos de interpretação de qualquer
produção literária. Antônio Almeida diz que hermenêutica é "a ciência e a arte de interpretar. É
ciência porque postula princípios seguros e imutáveis; é arte porque estabelece regras práticas"
(1).
Especificamente falando, a hermenêutica sacra tem caráter muito especial, porque trata de
um livro peculiar no campo da literatura - a Bíblia como inspirada Palavra de Deus. E somente
quando reconhecemos o princípio ativo da pessoa do Espírito Santo na inspiração da Bíblia, e
por Ele somos guiados na compreensão da mesma, é que podemos conservar o caráter
doutrinário e prático da hermenêutica bíblica.

1.2. O Propósito da Hermenêutica


Em geral, estuda-se hermenêutica com o propósito de interpretar produções literárias do
passado. Sua tarefa principal é indicar o meio pelo qual possam ser removidas as diferenças ou
distâncias entre um autor e seus leitores. A hermenêutica nos ensina que isso só se realiza
satisfatoriamente quando os leitores se transpõem ao tempo e ao espírito do autor para, por
exemplo, analisar as características pessoais do autor, as circunstâncias sociais do mesmo e as
circunstâncias peculiares aos escritos.
Na hermenêutica sacra o ponto de partida é a própria Bíblia, uma vez que ela mesma é o
objeto de pesquisa da hermenêutica. O propósito da hermenêutica sacra é "transportar a
mensagem bíblica, a partir do seu contexto original, a uma situação histórica contemporânea"
(2).
Infelizmente, boa parte dos estudiosos bíblicos partem da metodologia para a Bíblia.
Primeiro formulam suas conclusões pessoais e depois vão aplicá-las à interpretação das
Escrituras, ao invés de deixar que a Bíblia formule as regras para sua própria interpretação.
Valdir Steurnagel, por exemplo, entende que "nós podemos ter as duas coisas. Teologia de
baixo e teologia de cima" (3). Entretanto, Padilla observa corretamente: "O esforço para deixar
que as Escrituras falem, sem impor-lhes uma interpretação elaborada de antemão, é uma tarefa
hermenêutica obrigatória de todo intérprete, seja qual for sua cultura" (4).
Um dos princípios defendidos pelos reformadores do século XVI era que a Scriptura
Scripturae interpres. Um século depois da Reforma Protestante, este princípio foi apreciado e
elaborado pela Assembléia de Westminster do seguinte modo:
"A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver
questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é
múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que
falem mais claramente" (5).
Na verdade é quase que impossível nos aproximarmos da Bíblia sem pressuposições
variadas, herança herdada de diversas influências (sociais, culturais, teológicas, etc.). Os
reformadores, por exemplo, não foram os primeiros e nem seriam os últimos a negarem, entre
eles mesmos, o princípio de que a Escritura interpreta a si mesma. Dentre outras coisas, temos
o exemplo clássico dos conceitos teológicos de Lutero, Zuínglio e Calvino em relação à Ceia do
Senhor. Além disso, Calvino, muito mais centrado no método histórico-gramatical de
interpretação bíblica, não estava livre de alegorizações, como é o caso de sua interpretação do
Salmo 133. Contudo, todas as pressuposições, sejam as nossas ou sejam as deles, não são e
nem podem ser justificadas pela Bíblia. Por isso, afim de que as Escrituras possam ser
estudadas com o mínimo de coerência, é preciso interpretá-las gramática, histórica e

23
teologicamente de mente e coração abertos para ouvirmos com humildade e disposição a voz
do Espírito Santo de Deus.

II. O ESPÍRITO SANTO, A BÍBLIA E O INTÉRPRETE


2.1. O Espírito Santo e a Bíblia
"Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, afim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Tim. 3:16-17).
"Sabendo, primeiramente, isto, que nenhuma profecia da Escritura provém de particular
elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto
homens [santos] falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.20,21).

As passagens bíblicas que transcrevemos acima, assim como tantas outras que poderiam
ser acrescentadas a elas, mostram que a Bíblia tem um autor principal. "Ela é, em todas as
suas partes, produção do Espírito Santo" (6).
Durante a história da Igreja, surgiram conceitos diversos quanto a relação existente entre o
Espírito Santo e a Bíblia. Os pelagianos e racionalistas sustentavam que a operação intelectual e
moral da Bíblia era suficiente para produzir a salvação, independentemente do Espírito Santo.
Os antinomianos, por outro lado, ensinavam que o Espírito Santo fazia tudo, independente da
Palavra de Deus. A igreja evangélica, por sua vez, sempre sustentou o seguinte: A Bíblia
sozinha não é suficiente para salvar, e embora o Espírito Santo possa, geralmente Ele não atua
sem ela. Isto não significa que o Espírito seja subserviente à Palavra de Deus, mas sim, que a
soberania divina estabeleceu a livre atuação do Espírito mediante a Palavra. "Na aplicação da
obra da redenção, os dois trabalham juntos,
o Espírito usando a Palavra como Seu instrumento. A prédica da Palavra não produz o fruto
desejado até que se torne eficaz pelo Espírito Santo" (7). A verdade é que o Espírito Santo
honra a Bíblia, fala pela Bíblia e é reconhecido pela Sua harmonia com ela. Por isso, os
reformadores freqüentemente se referiam às Escrituras como "a imagem do Espírito".

2.2. O Espírito Santo e o Intérprete


Desde os tempos bíblicos Deus levantou profetas e intérpretes da lei que conduzissem Seu
povo segundo os princípios estabelecidos em Sua Palavra. No capítulo 8 do livro de Neemias
vemos vários servos de Deus que juntamente com os levitas "ensinavam o povo na lei" (verso
7). E mais: "Leram no Livro, na lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que
entendessem o que se lia" (verso 8). No capítulo 8 de Atos nos deparamos com a clássica
passagem de Filipe e o eunuco. O alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, estava lendo o
livro do profeta Isaías. Até certo ponto podemos admitir que ele entendia o que estava lendo.
Compreendia que o profeta falava de grandes padecimentos e extrema humilhação que um
servo do Senhor teria sofrido ou iria sofrer. Faltava-lhe, no entanto, entender o essencial para a
clareza da profecia: a respeito de que servo o profeta se referia. Falava de si mesmo ou de
algum outro? "Então Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-
lhe Jesus" (verso 35). E não poderíamos nos esquecer do Senhor Jesus, quando no caminho de
Emaús diz a dois de seus discípulos: "Porventura não convinha que o Cristo padecesse e
entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-
lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras" (Luc. 24:26,27).
Mas a atuação do Espírito, em capacitar os intérpretes da Bíblia, não se limitou a eles.
Deus tem levantado nos dias de hoje homens e mulheres, verdadeiros mestres da exposição
bíblica, para orientarem a Sua Igreja. As divergências teológicas e de interpretação sempre
serão evidentes entre eles, até porque iluminação não é inspiração, no sentido bíblico daquela
24
"influência sobrenatural exercida pelo Espírito Santo sobre os escritores sacros, em virtude da
qual seus escritos conseguem veracidade divina, e constituem suficiente e infalível regra de fé e
prática" (8). Mas o direito de interpretação não se restringe aos mestres e doutores. O mesmo
Espírito capacita os mais simples para compreenderem o sentido das Escrituras com muita
propriedade e coerência.
Particularmente tenho sido enriquecido em meu ministério pastoral por irmãos e irmãs que,
não tendo formação teológica alguma mas conhecendo muito bem o seu Deus, lançam luz
sobre passagens bíblicas como eu nunca havia pensado antes. E muitos desses irmãos e irmãs
são originais em seus conceitos. Contudo, não quero dizer com isso que o alvo da boa
interpretação seja a originalidade. O alvo da boa interpretação é, segundo Gordon D. Fee e
Douglas Stuart, chegar ao "sentido claro do texto" (9). Para isso, é fundamental que recorramos
aos auxílios internos da própria Bíblia para interpretarmos corretamente o pensamento de Deus
mediante os autores secundários, e aos auxílios externos disponíveis para a interpretação
gramatical do texto bíblico, tais como: gramática, dicionários, concordâncias, léxicos, analíticos
e comentários. É preciso que os comentários ocupem, quando muito, o último lugar em nossas
pesquisas, visto que um comentário é sempre uma opinião e não a última palavra de quem
quer que seja.

III. O ESPÍRITO SANTO NO PROCESSO HERMENÊUTICO


3.1. O Espírito Santo e a Ciência Hermenêutica

Certamente o Espírito Santo pode atuar independente de meios, como já mencionamos.


Entretanto, o Espírito age, geralmente, com e através da Palavra de Deus. E de que modo Ele o
faz? De um lado, através da iluminação do entendimento do intérprete; de outro, na condução
do uso correto das ferramentas hermenêuticas por parte do intérprete. O Espírito Santo não
milita contra qualquer instrumento que nos ajude a compreender o sentido das Escrituras; pelo
contrário, como acabamos de afirmar, Ele mesmo se utiliza da hermenêutica para nos auxiliar
no modo correto de interpretar a Bíblia. A própria Bíblia apresenta muitos exemplos dessa
natureza. Em muitos casos, os autores investigaram de antemão a matéria a respeito da qual
pretendiam escrever. Lucas nos diz no prefácio do seu Evangelho que procedeu deste modo; e
os autores dos livros dos Reis e Crônicas se referem constantemente às suas fontes. Além
disso, os autores do Novo Testamento em várias ocasiões interpretaram as profecias do Antigo
Testamento como se cumprindo em ocasiões específicas. Como chegavam a essas conclusões?
Naturalmente com os recursos da hermenêutica. O apóstolo Pedro criticou aqueles que, por
falta de uma hermenêutica sadia, deturpavam os ensinamentos de Paulo e das demais
Escrituras "para a própria perdição deles" (2 Ped 3:15-16).
Com certeza, nos tempos bíblicos os escritores e profetas sagrados não conheciam a
hermenêutica como nós a conhecemos hoje, isto é, como ciência e arte de interpretação da
Bíblia, mas nem por isso eles eram menos favorecidos, pelo contrário, possuíam a inspiração do
Espírito Santo que os habilitava a escrever e interpretar a Escritura Sagrada sem nenhuma
margem de erro. Isto não quer dizer que estivessem livres do fracasso de entender a própria
mensagem. O fato de os profetas algumas vezes fracassarem em entender a mensagem que
eles mesmos traziam ao povo, serve também para demonstrar que aquela mensagem vinha de
fora, de Deus, e que, portanto, não partia da vontade pessoal deles. Daniel, por exemplo, certa
vez teve uma visão e logo em seguida declarou que não entendia o significado daquilo tudo (Dn
12.8,9). Zacarias, por sua vez, teve várias visões com mensagens para o povo, mas precisou
que um anjo o auxiliasse na interpretação delas (Zac. 1:9; 2:3; 4:4). Pedro nos informa que os
profetas que apresentavam a mensagem a respeito dos sofrimentos e glórias de Cristo, com

25
freqüência investigaram os detalhes disso, para poder entender com mais clareza (I Pe
1.10,11).
Não devemos nos esquecer que o ato de fazer lembrar e entender a vontade de Deus para
a nossa vida é atribuição do Espírito Santo. Como vimos, Ele atuou no passado na mente e no
coração de homens e mulheres de Deus e hoje o faz iluminando nosso entendimento para
entendermos o que a Bíblia diz, com suas aplicações práticas para a vida diária. E mesmo que
em certas ocasiões o Espírito Santo nos faça compreender o sentido das Escrituras
independente de pesquisa prévia, via de regra este não é o modo corriqueiro dele agir. O
Espírito de Deus nos orienta através dos recursos da hermenêutica. Por isso mesmo, a uma
pesquisa diligente no intuito de entender o que se lê, deve-se unir a oração como expressão de
uma vida dependente do Espírito (10). E assim, como dizia Lutero, oremos como se tudo
dependesse de Deus e trabalhemos como se tudo dependesse de nós mesmos.

3.2. O Espírito Santo e o Círculo Hermenêutico


O Círculo Hermenêutico

Esta última parte do nosso trabalho (O Espírito Santo e o Círculo Hermenêutico) é o


resultado natural de tudo que vimos até aqui. É a aplicação prática do Espírito Santo no
processo hermenêutico dentro do chamado círculo hermenêutico. O que é o círculo
hermenêutico? Como poderíamos representá-lo e defini-lo?
Graficamente podemos representar o círculo hermenêutico desse modo:

Embora os estudiosos não neguem a importância do Espírito Santo no círculo


hermenêutico, poucos enfatizam a centralidade Dele. René Padilla, por exemplo, diz que "a
iluminação do Espírito é indispensável no processo interpretativo" (11) e que é "urgente a
necessidade de uma leitura do Evangelho desde cada situação histórica particular, debaixo da
direção do Espírito Santo" (12). Entretanto, quando Padilla representa graficamente o círculo
hermenêutico omite a pessoa do Espírito. Esta omissão também é evidente no artigo de Daniel
S. Schipani (Crezcamos en todo ... en Cristo em Misión en el Camino, p. 127) (13).
Um dos ensaios, dentre os que encontrei, que abordam com mais ênfase a pessoa do
Espírito Santo no círculo hermenêutico é The Role of the Holy Spirit in the Hermeneutic Process:
The Relatioship of the Spirit's Ilumination to Biblical Interpretation do Dr. Fred H. Klooster em
Hermeneutcs, Inerrancy and the Bible, pp. 451-472.
Nosso objetivo neste capítulo é tentar apresentar , de maneira prática, o relacionamento
do Espírito Santo no círculo hermenêutico, visto que Padilla e Schipani não dizem quase nada
sobre o Espírito e Klooster, apesar de falar muito sobre o Espírito Santo no processo
hermenêutico, não vai além do campo teórico e da teologia. E agora, uma vez que o Espírito
Santo está no círculo, ligado aos quatro elementos hermenêuticos e vice-versa, podemos definir
o círculo hermenêutico como aquela interligação mútua e dinâmica na perspectiva que devemos
ter (como intérpretes que devemos ser) da Bíblia e da realidade histórica sob a ótica e direção
26
do Espírito Santo de Deus. Em outras palavras, a perspectiva que se tem de um elemento do
círculo hermenêutico afeta a perspectiva que se tem do outro. A compreensão da Bíblia, a
compreensão do contexto histórico e a compreensão do Espírito Santo, na perspectiva do
intérprete, devem estar integradas mutuamente e não podem ser separadas. A interpretação de
um incide na interpretação do outro, até porque neste caso o fator diálogo passa a ser, de certa
forma, o segredo do sucesso do círculo hermenêutico. O círculo hermenêutico segue, então,
uma dupla direção, em que não somente o intérprete e o texto (como sugere Padilla, op. cit., p.
08), mas todas as partes dele estão em constante diálogo.
Como o Espírito Santo se relaciona com os quatro elementos do círculo hermenêutico?
Façamos, então, uma breve análise do papel do Espírito Santo na dinâmica do círculo
hermenêutico, a fim de entendermos com mais clareza o significado desse processo.

2. O Espírito Santo no Círculo Hermenêutico

Por uma questão de didática e propósito achamos por bem abordar, já no capítulo anterior
desse trabalho, a relação do Espírito Santo com a Bíblia e o intérprete numa perspectiva mais
teológica. Agora, passaremos a tratar, não somente destes (Bíblia e intérprete), mas de todos
os elementos do círculo hermenêutico numa perspectiva de missão integral, como acreditamos
ser o principal objetivo do Espírito Santo no processo hermenêutico.
O Espírito Santo e a situação histórica do intérprete
Não se pode negar de forma alguma que todo intérprete, seja como intérprete da Bíblia ou
da vida de modo geral, é fruto de sua época, influenciado por todos os fatores e ditames do
seu tempo e de seu contexto histórico. No que se refere à Bíblia, em especial, milhares de anos
e circunstâncias culturais separam o intérprete das Escrituras Sagradas. O Espírito Santo sabe e
compreende estas diferenças. Dá ao intérprete a liberdade de se aproximar da Palavra de Deus
com todos os seus pressupostos, embora não lhe dê o direito de fazer com que a Bíblia diga o
que ele gostaria que ela dissesse. Repitamos as já citadas palavras de René Padilla: "O esforço
para deixar que as Escrituras falem, sem impor-lhes uma interpretação elaborada de antemão,
é uma tarefa hermenêutica obrigatória de todo intérprete, seja qual for sua cultura" (14). A
Bíblia é a voz do Espírito ao povo de Deus. E somente direcionado pelo Espírito, mediante a
Palavra, é que o interprete se tornará profeta e portador fiel da mensagem do Espírito Santo de
Deus.
O Espírito Santo e a cosmovisão do intérprete
Nada melhor do que o próprio intérprete para interpretar a realidade em que vive. Na
perspectiva de sua cosmovisão ele pode aplicar os princípios bíblicos à realidade que vê e
sente, pois a sua missão não é formular meras doutrinações, mas extrair da Bíblia as aplicações
e implicações práticas da sã doutrina para seu povo. A menos que se prejudique o significado
original das Escrituras, a cosmovisão do intérprete é válida e sustentada pelo Espírito Santo. A
Bíblia não seria o que é, como Palavra de Deus, se não fosse aplicável em todas as épocas por
quem vive a vida no seu próprio contexto. "O propósito do processo interpretativo é a
transformação do povo de Deus em sua situação concreta" (15).
O Espírito Santo e a Bíblia
O Espírito Santo é o mediador do diálogo entre as Escrituras e o contexto histórico
contemporâneo. A Bíblia fala hoje porque é a voz do Espírito de Deus. O Deus que falou no
passado continua falando hoje em dia a toda a humanidade, através das Escrituras. A
mensagem bíblica de transformação do indivíduo e da sociedade, mediante a vocação de
homens e mulheres para proclamarem o evangelho de Jesus Cristo aos homens e mulheres do
nosso tempo, é a dinâmica do Espírito Santo.
O Espírito Santo e a Teologia

27
O Espírito Santo é a fonte de toda teologia bíblica sadia. E para que uma teologia seja
verdadeiramente bíblica, e expresse a mente do Espírito, precisa ser,
necessariamente, uma teologia de contexto, como costumava enfatizar Orlando Costas em
seus livros e artigos (16). A teologia deve ser o resultado de uma interpretação fiel da Bíblia,
pois só assim tocaremos o coração do povo. E esse deve ser o nosso maior objetivo: fazer uma
teologia que toque o coração do povo. Uma teologia que atenda os anseios e necessidades do
indivíduo e da sociedade. Enfim, uma teologia bíblica contemporânea e contextualizada que nos
faça compreender que o Deus transcendente também é o Deus imanente que tem cuidado de
nós, em todos os níveis imagináveis.

NOTAS

1. A. Almeida, Manual de Hermenêutica Sagrada, p. 11.


2. R. Padilla, A Palavra Interpretada: Reflexões Sobre Hermenêutica Contextualizada, p. 5.
3. Anotações não publicadas.
4. R. Padilla, Op. Cit., p. 06.
5. A Cofissão de Fé de Westminster, I, 9.
6. L. Berkhof, Princípios de Interpretação Bíblica, p. 56.
7. L. Berkhof, Manual de Doutrina Cristã, p. 276.
8. L. Berkhof, op. cit., p. 44.
9. G.D.Fee & D.Stuart, Entendes O Que Lês?, p. 14.
10. Para uma discussão interessante sobre o Espírito Santo, a interpretação bíblica e a
espiritualidade do crente, veja Moisés Silva, A Função do Espírito Santo na Interpretação Bíblica
em Fides Reformata, Vol. II, Nº 2, pp. 89-96.
11. R. Padilla, Op. Cit., p. 05.
12. Idem, p. 09.
13. Schipani, sem nos dar uma justificativa plausível, usa a expressão circulação
hermenêutica no lugar de círculo hermenêutico. Ele apenas diz: "O conceito de 'circulação
hermenêutica' (em lugar de 'círculo hermenêutico' como é utilizado por Rudolf Bultmann e Juan
Luis Segundo, entre outros) é proposto por Georges Casalis em Las buenas ideas caen del cielo,
DEI, San José, 1977". Nota 18, p. 126.
14. R. Padilla, Op. Cit., p. 06.
15. Idem, p. 07.
16. Veja, por exemplo, Compromiso y Misión de Orlando Costas, Editorial Caribe, 1979 e Misión
en el Camino: Ensayos em homenaje a Orlando E. Costas, vários autores, Fraternidade
Teológica Latinoamericana, 1992.

28
CONCLUSÃO

Estudamos neste módulo alguns princípios sobre a arte de interpretar a Bíblia —


Hermenêutica — e sua prática: a Exegese. A falta de boas normas hermenêuticas é a
responsável pelo surgimento e proliferação de muitas heresias e seitas bem como de infinitas
cisões e ramificações denominacionais.
Daí a extrema importância de aplicar essas regras no estudo da Palavra de Deus, para que
não seja o caso de violentarmos o sentido do texto e fazermos o escritor dizer algo que ele
jamais imaginou dizer.

BIBLIOGRAFIA
___________. Princípios de Interpretação Bíblica. Rio de Janeiro: Juerp, 1985.
ALMEIDA, A; Manual de Hermenêutica Sagrada. São Paulo: CEP, 1985.
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. São Paulo: CPAD, 1996.

APOLINÁRIO, Pedro. Exegese Bíblica. São Paulo: IAE, 1977.


BERKHOF, Louis. Manual de Doutrina Cristã. São Paulo: LPC, 1986.
CHAMBERLAIN, W. B. Revista da Bíblia, n° 6 Abr-Jun/1997.
COOK, G. & Outros; Misión en el Camino: Ensayos en Homenaje a Orlando E. Costas,
Fraternidade Teológica Latinoamericana, Argentina, 1992.
COSTAS, O. E.; Compromiso y Misión, Editorial Caribe, Costa Rica, 1979.
FEE G.D. & Stuart D. Entendes O Que Lês? São Paulo: Vida Nova, 1984.
MATOS, A.S. & LOPES, A.N. (eds,). Fides Reformata, Publicação do Seminário Presbiteriano
Rev. José Manoel da Conceição, SP, Vol. II, Nº 2, 1997.
PADILLA, C. R. A Palavra Interpretada: Reflexões Sobre Hermenêutica Contextualizada, ABUB,
Curso de Obreiros, 1980.
RADEMACHER, E.D. & PREUS, R.D. (eds.). Hermeneutcs, Inerrancy and the Bible. Grand
Rapids: Zondervan, 1984.
ZUCK, Roy B. A Interpretação da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, s/d.

29
Avaliação de Hermenêutica do Texto Sagrado — Módulo 30-A
Aluno: ______________________________ Matrícula_________
Cidade ________________ UF ____________ Data ___________

PREZADO ALUNO:
* Estude o módulo e entregue esta avaliação respondida sem rasura
* Não copie do colega e responda com caneta azul ou preta

01. Trabalho de Pesquisa (50% da nota total): Faça a exegese de Mateus 13:24-30
(A Parábola do Trigo e do Joio).
02. Questionário (50%).

QUESTIONÁRIO

01 — O que é hermenêutica sagrada e qual seu campo de atuação?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

02 — Qual a diferença básica entre hermenêutica e exegese?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

03 — Cite algumas regras de interpretação da Bíblia?


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__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

04 — Explique a lei da autoria do texto.


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

05 — Por que conhecer as línguas bíblicas originais será de grande ajuda para a
interpretação bíblica?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

06 — Qual a importância do Espírito Santo para a hermenêutica?

30
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

07 — Fale um pouco sobre a hermenêutica católica. Em que ela difere da hermenêutica


protestante?
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08 — Quais as principais ferramentas de um hermeneuta?


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09 —Interpretar a Bíblia corretamente é sumamente importante. Por quê?


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10 — Qual sua exegese de João 1:1? Procure abordar os aspectos histórico, gramatical e
teológico.
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