Вы находитесь на странице: 1из 12

AS CONSEQUÊNCIAS DAS CASSAÇÕES

NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PIAUIENSE

Andressa Aryelle Fontenele Araújo*

RESUMO
Este trabalho analisa as conseqüências geradas pelas cassações dos mandatos de alguns
prefeitos do Piauí. A análise tem como base referencial publicações de notícias sobre a
cassação dos mandatos desses prefeitos em um jornal da capital Teresina. A conclusão
aponta que essas conseqüências estão afetando de tal modo a administração pública dos
municípios piauienses, que torna esse governo instável.

Palavras-chave: Cassação; Administração pública; Eleições suplementares;

*Graduando em História - UFPI


INTRODUÇÃO

Diante das eleições de 2008, podemos dizer que o Piauí começou com o “pé
esquerdo” no tocante a escolha de seus prefeitos. Já em fevereiro de 2009, saíram
publicações de notícias que revelavam que mais de 30 prefeitos do Piauí estavam sendo
ameaçados de cassação. Aliás, ainda em 2008, os prefeitos de Pimenteiras, Baixa
Grande do Ribeiro e Anísio de Abreu perderam seus mandatos, ou seja, saíram antes
mesmo de exercerem o cargo. Ao todo foram analisadas 41 cassações do Piauí e 14
eleições suplementares decorrentes delas.
Quando é decidido iniciar-se o processo de cassação do mandato de um prefeito,
o município é que acaba por sofrer as conseqüências. De início, ainda no andamento do
processo, percebemos que a administração começa a ser instável, pois o prefeito
comanda o município ao mesmo tempo em que responde ao processo, o que pode gerar
problemas futuros ao município. Quando a cassação é determinada de fato e o prefeito
tem que abandonar o comando do município, ou o segundo colocado na eleição assume
o cargo (se o primeiro colocado não tiver ganho com mais de 51% dos votos), ou os
eleitores do município terão que voltar às urnas. Observa-se então, como fica instável a
administração pública durante, e após, um processo de cassação.
Tomando notícias de cassações publicadas no Jornal Diário do Povo como
referencial, este artigo apresenta os motivos que levaram às cassações dos mandatos dos
prefeitos eleitos em 2008, e pretende analisar quais as conseqüências que essas
cassações geram na administração pública dos municípios piauienses.
Como metodologia optou-se pela criação de um banco de dados com mapas,
tabelas e quadros informativos. Como documentos de apoio foram usadas as notícias do
jornal citado, bem como notícias eletrônicas. O período analisado compreende desde
janeiro de 2009 a fevereiro de 2011.
Segue, para maior clareza, um quadro com a quantidade de prefeitos cassados
durante o período citado:

Ano N° Prefeitos Cassados


2009 20
2010 19
2011 02
Quadro 1: Cassações de prefeitos por ano no Piauí: 2009-2011
Fonte: Pesquisa de campo

2
MOTIVOS FREQUENTES DAS CASSAÇÕES

Os motivos que levam a essas cassações são diversos, mas encontramos


presentes nesses processos basicamente oito tipos diferentes de motivos, desde compra
de votos a mandatos itinerantes. Podemos ver a freqüência de cada uma dessas
acusações na tabela abaixo:

Motivos N° Prefeitos cassados

Compra de votos 31
Abuso de poder econômico 28
Abuso de poder político 09
Conduta vedada aos agentes públicos 08
Mandato Itinerante 03
Abuso de autoridade 01
Indeferimento do registro de candidatura 01
Ausência de domicílio eleitoral 01

Quadro 2: Motivos das cassações no Piauí: 2009-2011


Fonte: Pesquisa de campo

Na acusação de compra de votos encontramos os prefeitos de José de Freitas,


Caracol, Guaribas, Pedro II, Fronteiras, Francinópolis, Cocal, Cristalândia e outros.
Esse é o motivo de acusação mais freqüente nos processos de cassação. Geralmente os
prefeitos julgados, enquanto candidatos ao cargo, oferecem dinheiro, cargos públicos ou
até mesmo mantimentos e eletrodomésticos em troca do voto.

3
Logo em seguida vêm os abusos de poder econômico, político e de autoridade,
que encontramos nos processos dos prefeitos das cidades de Isaías Coelho, Barras, Paes
Landim, Sigefredo Pacheco, Antônio Almeida, mas também ainda em José de Freitas,
Pedro II, Caracol. Os acusados beneficiaram-se de seu poderio econômico e influência
política para garantir votos durante a eleição.
Quanto à conduta vedada aos agentes públicos, temos os prefeitos de São Pedro
do Piauí, Cristalândia, José de Freitas, Fronteiras, Esperantina, Caracol e outros. O
prefeito de Caracol foi acusado de uso de bem público em propriedade particular e uso
de veículo público para fins eleitorais, sendo cassado duas vezes no ano de 2009. E
houve o prefeito de Barreiras do Piauí, que chegou a forjar um casamento entre sua
mulher, que é filha da antiga prefeita do município, e outro homem, só para poder se
candidatar. Temos também a cassação do prefeito de Pau D’Arco do Piauí, que era
parente socioafetivo do ex-prefeito do município.
Temos ainda a ocorrência da acusação de mandato itinerante em três municípios,
que seriam em Campo Maior, Luzilândia e Bertolínea, essa acusação é quando o
julgado exerceu o cargo de prefeito por mais de dois mandatos, sendo eleito e reeleito
em cidades diferentes, fazendo da candidatura de prefeito um emprego fixo. O primeiro
a ser julgado foi Joãozinho Félix, ele estava exercendo o quarto mandato consecutivo,
foi eleito e reeleito prefeito em Campo Maior logo após o término de sua reeleição em
outro município. O mesmo ocorre com Jannaína Marques, que havia sido prefeita duas
vezes no município de Joca Marques, e agora foi reeleita em Luzilândia. Não diferente
dos outros dois prefeitos está José Nordeste, que está exercendo seu terceiro mandato
consecutivo em Bertolínea, tendo sido prefeito antes em outro município.
Com o registro de candidatura indeferido temos o prefeito de Coronel José Dias.
Mas lembremos que ainda em 2008 o prefeito de Baixa Grande do Ribeiro havia
perdido o mandato pelo mesmo motivo. E houve ainda uma acusação proveniente da
ausência de domicílio eleitoral do prefeito de Landri Sales no início de fevereiro de
2010. Também temos o caso do prefeito de Curimatá, que em seu processo foi incluído
um roubo de cargas, nesse tempo ele até foi preso, mas, o que pode parecer absurdo,
permaneceu administrando a cidade de dentro da cadeia.
Diversos são os motivos que levam às cassações dos mandatos dos prefeitos.
Como mostrado aqui, desde compra de votos a mandatos itinerantes. Mais uma vez,
defendo que esses aspectos deveriam ser analisados ainda durante o processo de escolha

4
do prefeito, ou até mesmo no dia da eleição, mas o que está tendo é prefeitos que até
hoje estão sendo cassados por algo cometido em 2009.

ELEIÇÕES SUPLEMENTARES E DISPUTAS PARTIDÁRIAS

Como dito anteriormente, embora alguns prefeitos permaneçam no cargo por


liminar, há aqueles que perdem o mandato de vez, sendo substituídos ou pelo segundo
colocado na última eleição, ou pela realização de novas eleições. Destacaremos nesse
tópico os municípios onde ocorreram essas novas eleições, que formam um total de 14:
Pimenteiras, Baixa Grande do Ribeiro, Francinópolis, São Pedro do Piauí, Barras, Isaías
Coelho, Nossa Senhora dos Remédios, Anísio de Abreu, Dom Expedito Lopes,
Cristalândia do Piauí, Oeiras, São Francisco de Assis do Piauí, Morro Cabeça no Tempo
e Campo Maior.
Começa-se com as eleições em Pimenteiras, que teve seu prefeito cassado ainda
em 2008 por contas rejeitadas pelo TCE quando foi secretário municipal. Francisco
Antão Arraes deixou o cargo antes mesmo de exercê-lo. A eleição ocorreu ainda em
janeiro de 2009, e houve somente dois partidos na disputa: PTB e PSB. Embora tenha
havido denúncias e prisões durante a realização do pleito, Romualdo Neto, do PSB,
venceu a disputa.
Em Baixa Grande do Ribeiro, o prefeito também foi cassado ainda em 2008, por
ter o registro de candidatura indeferido. Como Aldir Borges não pôde assumir a
prefeitura em 2009, as eleições foram logo determinadas para março de 2009. O prefeito
eleito foi Raimundo Gomes, do DEM, também haviam somente dois partidos na
disputa.
A eleição de Francinópolis decorreu da cassação do mandato de Antônio Luiz
Dantas, por compra de votos e abuso de poder econômico. A cassação foi decretada em
junho de 2009, e a eleição ocorreu em outubro, tendo por vencedor Ozael Ferreira dos
Santos, do PPS. O outro partido que disputou foi o PP.
O prefeito de São Pedro do Piauí, Higino Barbosa Filho, foi cassado por abuso
de poder econômico e político em novembro de 2009. A eleição ocorreu em dezembro e
teve três partidos na disputa: PDT, PMDB e PP. O vencedor foi do PDT, Matias Araújo.
Abrindo as eleições suplementares de 2010, em Barras, houve cinco partidos
disputando o pleito: PDT, PMDB, PPS, PTB e PV. A eleição foi determinada após a

5
cassação definitiva de Manin Rêgo, do PMDB, por compra de votos e abuso de poder
econômico. O partido que ganhou a disputa foi o PMDB, que já havia declarado seu
corte de vínculos com Manin Rêgo, elegendo Francisco Marques.
No mês de julho houve duas eleições suplementares, em Isaías Coelho e em
Nossa Senhora dos Remédios. Em Isaías Coelho, a determinação da eleição foi pela
cassação do mandato de Everardo Araújo, do PTB. Ele havia sido cassado ainda em
novembro de 2009 por compra de votos, abuso de poder econômico e fraude eleitoral.
Somente dois partidos disputaram o pleito, tendo por vencedora Maria do Espírito
Santo, do PMDB. E em Nossa Senhora dos Remédios o prefeito cassado foi Raimundo
Paulo da Silva, do PT. O motivo da acusação foi compra de votos, ele foi cassado duas
vezes em 2009. Três partidos disputaram a eleição: PP, PSDB e PTB. Quem venceu foi
Francisco Pessoa de Brito, do PSDB.
A próxima eleição foi em Anísio de Abreu, depois da cassação de Auricélio
Ribeiro, do PDT, ainda em 2008. Somente dois partidos estavam na disputa: PMDB e
PTB. O vencedor foi Carlos Augusto da Silva, do PMDB. Foram enviadas tropas
federais para fiscalizar a eleição, que ocorreu em setembro de 2010.
Após quase quatro meses da cassação de Benedito Dantas Neto, do PTB, por
captação ilícita de sufrágio, é realizada a eleição suplementar em Dom Expedito Lopes.
Estavam na disputa o PRTB, o PSB e o PT, mas quem levou a melhor foi o PRTB com
a candidata Francisca Ivete do Nascimento.
Em 14 de novembro de 2010, são realizadas duas eleições suplementares. Uma
em Cristalândia do Piauí, decorrente da cassação de Ariano Messias, do PSB, por
compra de votos, gastos ilícitos e conduta vedada aos agentes públicos. E a outra em
Oeiras, após duas cassações do mandato de Benedito Sá, a primeira em julho, por
compra de votos, e a segunda em outubro, por abuso de poder econômico. Quem venceu
o pleito em Cristalândia foi Neemias Lemos, do PTB, derrotando o candidato Acival de
Sousa, do PP. Já em Oeiras quem ganhou a eleição foi Antônio Portela Sobrinho, do
PPS, que derrotou Aleksandra Tapety, do PTB.
A última eleição do ano de 2010 foi realizada em 26 de dezembro, no município
de São Francisco de Assis do Piauí, proveniente de duas cassações do mandato do
prefeito Heitor Gomes, do PTB, por compra de votos e abuso de poder econômico. Os
partidos que disputaram foram o PMDB e o PT, quem venceu foi Laerson Alencar, do
PMDB.

6
E já no início de 2011, em 30 de janeiro, temos a realização de duas eleições
suplementares. A primeira foi em Morro Cabeça no Tempo, depois da cassação do
mandato de Gedeon Rocha, do PMDB. O agora ex-prefeito havia sido cassado em julho
de 2010 por compra de votos. Estavam na disputa da eleição os candidatos Vandiel
Alfre, do PTB, e Marcelo Granja, do PSDB. Vandiel Alfre ganhou.
E a outra eleição, a última analisada nesta pesquisa, foi em Campo Maior, que
veio da cassação do mandato de Joãozinho Félix, do PPS. Após um “vai e vem” na
administração pública de Joãozinho Félix, ele perde o mandato de vez, agora sem poder
voltar com liminar. A acusação no processo desse prefeito foi mandato itinerante, pois
Joãozinho já estava exercendo o mandato por quatro vezes consecutivas. Agora quem
administra a cidade é Paulo Martins, do PT, que derrotou os candidatos Edílson Araújo,
do PRB, e Dra. Liége da Cunha, do PSB.
Abaixo segue um quadro da disputa partidária dessas eleições suplementares,
para maior clareza:

Município Partidos na disputa Partido Vencedor


Pimenteiras PSB X PTB PSB
Baixa Grande do Ribeiro DEM X PSB DEM
Francinópolis PP X PPS PPS
São Pedro do Piauí PDT X PMDB X PP PDT
Barras PDT X PMDB X PPS X PMDB
PTB X PV
Isaías Coelho PMDB X PSB PMDB
Nossa Senhora dos PP X PSDB X PTB PSDB
Remédios
Anísio de Abreu PMDB X PTB PMDB
Dom Expedito Lopes PRTB X PSB X PT PRTB
Cristalândia do Piauí PP X PTB PTB
Oeiras PPS X PTB PPS
São Francisco de Assis do PMDB X PT PMDB
Piauí
Morro Cabeça no Tempo PSDB X PTB PTB
Campo Maior PRB X PSB X PT PT
Quadro 3: Disputa partidária, eleições suplementares no Piauí: 2009-2011
Fonte: Pesquisa de campo

Podemos observar a partir desse quadro que nenhum dos partidos cujo prefeito
foi cassado em determinado município disputou a eleição suplementar desse mesmo
município, excetuando-se no caso de Barras, pois o ex-prefeito cassado Manin Rêgo não

7
tinha mais vínculos com o PMDB, o que permitiu ao partido entrar na disputa pela
eleição com outro candidato e ainda vencê-la.

INSTABILIDADES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Nos últimos dois anos, inúmeros prefeitos piauienses estão tendo seus mandatos
julgados nas instâncias eleitorais. O número já passa de 40. Mas isso não significa que
eles perderão seus mandatos, de fato alguns já perderam, sendo para os seus maiores
adversários na última disputa, seja para correligionários partidários. Mas a maioria
permanece no cargo por liminar, frequentemente isso vem a gerar instabilidade na
administração pública do município em questão, visto que o prefeito julgado fica entre
administrar o município e responder ao processo.
Em resposta a perguntas do Jornal O Dia, Charlles Max, advogado especialista
em direito eleitoral, defende uma maior rigidez nos procedimentos eleitorais no país,
visto que em alguns casos o prefeito julgado é cassado em primeira instância, e na
segunda já é absolvido das acusações por falta de provas. Segundo Charlles Max,
devem-se julgar os candidatos a prefeitos ainda durante o processo de escolha, para
evitar instabilidades futuras nas administrações. O advogado chega ainda a sugerir a
criação de um Código de Processo Eleitoral para disciplinar as ações no andamento dos
processos eleitorais, o que seria de grande ajuda, visto que observariam os financiadores
de campanha, a lei da ficha limpa e a moralidade nas administrações com maior rigidez.
Mesmo com vários especialistas defendendo que o processo de escolha do
prefeito deve ser analisado com maior rigidez, algumas das eleições suplementares
realizadas nesses dois últimos anos ainda foram feitas sob a corrupção. Como exemplo,
temos a eleição suplementar ocorrida no município de Pimenteiras, a primeira realizada
em 2009, onde houve denúncias e prisões ainda no dia da eleição. E em Isaías Coelho,
onde a polícia apreendeu dinheiro e carro no dia da eleição, compra de votos por parte
de um candidato. Também temos uma ocorrência durante a eleição em Dom Expedito
Lopes, onde a PF apurou corrupção eleitoral.
Observa-se também a não-aceitação da cassação pelo prefeito, alguns recorrem
frequentemente e permanecem por liminar, ficam num certo “vai e vem”, sendo
cassados e logo depois voltando ao cargo. Temos um caso de um prefeito que, não
aceitando a sua cassação, fugiu com a chave da prefeitura para que o seu adversário na

8
eleição não assumisse o cargo. Quando voltou, o então prefeito de Alagoinhas, recorreu
e voltou ao cargo por força de liminar. Por incrível que pareça, o fato de ele ter fugido
com a chave da prefeitura foi ignorado.
De fato, a administração pública no Piauí vem sofrendo com o grande número
desses processos. Mas é importante alertar que esse grande número de cassações não
está presente só nesse Estado. Em todo o país, excetuando-se o Amapá, o Ceará e o
Distrito Federal, houve eleições suplementares como prova dessas cassações, no período
em questão.
Abaixo segue um quadro da quantidade dessas cassações em todo o país:

Quadro 4: Eleições suplementares no Brasil: 2009-2011


2009 2010 2011
ACRE 1
ALAGOAS 6
AMAPÁ
AMAZONAS 2 1 1
BAHIA 3 3
CEARÁ
DISTRITO FEDERAL
ESPÍRITO SANTO 2
GOIÁS 1
MARANHÃO 5 3
MATO GROSSO 2 5 1
MATO GROSSO DO SUL 1 1 1
MINAS GERAIS 15 9 1
PARÁ 1 1
PARAÍBA 2 4
PARANÁ 2 4
PERNAMBUCO 3
PIAUÍ 4 8 2
RIO DE JANEIRO 2 2
RIO GRANDE DO NORTE 2 2
RIO GRANDE DO SUL 8 2
RONDÔNIA 1
RORAIMA 2
SANTA CATARINA 1 2

9
SÃO PAULO 5 1
SERGIPE 3 1
TOCANTINS 2
Fonte: Pesquisa de campo

Observamos nesse quadro que em Minas Gerais houve mais eleições


suplementares que no Piauí. Enquanto que lá foram 25 eleições, aqui foram 14. Mas se
analisarmos em questões de proporção, o Piauí passa na frente, pois lembremos que
enquanto Minas Gerais conta com mais de 800 municípios, no Piauí há pouco mais de
200.
CONCLUSÃO

Depois de analisar os motivos freqüentes das cassações e das conseqüências


geradas por elas na administração pública, percebemos o quanto essas conseqüências
podem deixar a administração do município instável. O prefeito, ás vezes enquanto
ainda é candidato, comete uma fraude eleitoral e quem acaba sofrendo é o município,
que vê na sua escolha feita durante a eleição, falhas gravíssimas, que comprometem a
administração pública do município.
E mesmo vendo o quanto houve cassações no Piauí, como já dito anteriormente,
também observamos isso em todo o Brasil. É possível dizer que esse foi o período pós-
eleição em que mais tivemos prefeitos cassados no país.

Ano Nº Eleições Suplementares


2009 72
2010 51
2011 8
Quadro 5: Eleições suplementares por ano no Brasil: 2009-2011
Fonte: Pesquisa de campo

No quadro acima, e também no Quadro 4, notamos o número incrível de


cassações que tivemos, e logo já em 2009. Após eleger prefeitos, 72 cidades tiveram de
realizar novas eleições logo de início, é realmente surpreendente. Então vemos que o
problema não se limita ao Piauí. É preciso avaliar mais atentamente o processo de
eleição de um prefeito, pois quem perde é o município e, conseqüentemente , o país.

10
A cassação dos mandatos dos prefeitos do Piauí conceder-nos-ia uma posição de
liderança num possível ranking de estados com maior número de prefeitos cassados.
Concluímos então, que quem sempre acaba sofrendo as conseqüências das cassações é o
município. O que se recomenda é uma maior rigidez na hora de avaliar as eleições
realizadas, mas não só na escolha de prefeitos, porque nesse período também tivemos
vários deputados cassados.
Esta pesquisa se estendeu até fevereiro de 2011, e mesmo após esse período
ainda houve cassações e foram realizadas duas eleições suplementares, uma em
Sigefredo Pacheco e outra em Antônio Almeida. E há quem diga que é provável que o
dinheiro que os prefeitos utilizam para pagar seus advogados de defesa é desviado do
FPM. Mas isso já é outra história a se contar.

11
REFERÊNCIAS

JORNAL DIÁRIO DO POVO DO PIAUÍ. Piauí: Gráfica do povo. 1987 – Diário.

12

Вам также может понравиться