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A RTIGO ORIGINAL

Correlação entre as escalas CARS e ATA no diagnóstico de


Autismo
Correlation between the scales CARS and ATA in the diagnosis of Autism
Simone Cucolicchio1, Julianna Di Matteo2, Roseli Paicheco3, Cláudio Gomes4, Marcio Falcão Simone5, Francisco Baptista Assumpção Jr6

Data de recebimento: 28/10/2009 Resumo Abstract


Data da aprovação: 15/01/2010 The research aimed to examine the
O objetivo da pesquisa foi analisar a
relação entre duas escalas de avaliação relationship between two rating scales
para diagnóstico de autismo a Childhood for the diagnosis of autism Childhood
Autism Rating Scale (CARS) e a Escala Autism Rating Scale (CARS) and the
de Avaliação de Traços Autísticos (ATA) Scale for Assessment of Autistic Traits
(ATA) in a sample of 76 subjects, 40
em uma amostra de 76 sujeitos, 40 com
with mental retardation and 36 with au-
retardo mental e 36 com autismo, com
tism, aged between 5 and 13 years old.
idades entre 5 e 13 anos. Os sujeitos The subjects were evaluated by a mul-
foram avaliados através de uma equipe tidisciplinary team (doctors, psycholo-
multidisciplinar segundo os critérios do gists, speech therapists, occupational
DSM IV – TR (2002). therapists) in compliance with the crite-
O estudo entre as médias foi reali- ria set by the DSM IV - TR (2002).
zado através do teste t de Student para The study between the average re-
p=0,05 e a correlação entre os resulta- sults was performed using the Student t
dos, da CARS e ATA, pelo teste de Pe- test, P = 0.05 and the correlation betwe-
arson. Os dados obtidos evidenciaram en the results of CARS and ATA, was
que ambas as escalas diferenciam ade- made by Pearson test. The data showed
that both scales adequately differentiate
1. Fonoaudióloga clínica da AVAPE, na Uni- quadamente portadores de Autismo e de
patients with autism from patients with
dade Clínica de São Bernardo do Campo. Retardo Mental.
2. Psicóloga clínica, Gerente de Unidade da
Mental Retardation.
AVAPE no Programa de Reabilitação Profis-
sional da Zona Sul, especialista em terapia
Palavras-chave: Transtorno au- Key-words: Autistic/diagnosis,
cognitivo comportamental pelo Instituto de tístico/diagnóstico, Retardo mental/ Mental retardation/diagnosis, psychia-
Psicologia da Universidade de São Paulo diagnóstico, Escalas de graduação psi- tric status rating scales Evaluation Sca-
(IPUSP). quiátrica, Questionários, Avaliação da les, Autism, Mental retardion, Question-
3. Terapeuta Ocupacional clínica da Asso-
ciação para Valorização de Pessoas com deficiência naires, Disability evaluation
Deficiência (AVAPE), na Unidade Clínica
de São Bernardo do Campo, especialista em
saúde mental na infância e na adolescência Introdução na interação social e na comunicação
pela Faculdade de Ciências da Saúde de São e padrões de comportamento, interesse
Paulo. O autismo é um transtorno de de-
ou atividades repetitivos ou estereotipa-
4. Assessor Clínico da AVAPE, Diretor do senvolvimento geralmente caracteriza-
Serviço de Reabilitação da Santa Casa de do por prejuízos invasivos nas áreas do dos”.(2)
São Paulo. desenvolvimento, incluindo interação Assim, o autismo não corresponde
5. Assessor Clínico da AVAPE, Médico Psi- a uma doença única, mas sim a um dis-
quiatra assistente do Serviço de Psiquiatria social recíproca e comunicação, e pre-
do Hospital do Servidor Público Estadual sença de comportamentos restritos e re- túrbio de desenvolvimento complexo,
– SP. petitivos(1) definido de um ponto de vista comporta-
6. Psiquiatra, Doutor em Psicologia pela Segundo o DSM IV (APA 1995) mental, com etiologias múltiplas e graus
PUC – SP, Professor livre docente pela variados de gravidade(3). Por este motivo,
FMUSP, Professor associado do Instituto
refere-se o autismo como um “transtor-
de Psicologia da Universidade de São Paulo no invasivo do desenvolvimento no qual atualmente referimo-nos a ele como um
(IPUSP). há um comprometimento qualitativo “contínuo autístico”; que se manifesta

6 Med Reabil 2010; 29(1); 6-8


Correlação entre as escalas CARS e ATA no diagnóstico de Autismo

de diferentes formas, variando do mais diagnóstico servindo assim de padrão do e grave. Seus 15 itens incluem: rela-
alto ao mais leve comprometimento(4) . para a ATA que vem tendo diferentes es- ção com as pessoas, resposta emocional,
Schawartzman (1994) acredita que tudos de validação em nosso meio. imitação, movimento do corpo, uso de
possamos nos referir a um espectro das objetos, adaptação a mudanças, respos-
manifestações autísticas, uma vez que Metodologia ta visual, do som, ao paladar, cheiro e
podemos encontrar quadros nos quais o tacto; medo e ansiedade; comunicação
População
grau de gravidade é variável, apesar da verbal e não verbal; nível de atividade,
Foram avaliados 76 sujeitos de am-
existência de certas características co- de consciência da resposta intelectual,
bos os sexos, sendo 40 diagnosticados
muns (sempre envolvendo as áreas da impressão global.
com deficiência mental (grupo controle)
comunicação e linguagem, interação so- e 36 com transtorno invasivo do desen- Os escores de cada domínio variam
cial e jogo simbólico)(5). volvimento (grupo experimental) com de 1 (dentro dos padrões de normalida-
Muitas das características nele ve- idades entre 5 e 13 anos, diagnosticados de) a 4 (sintomas autistas graves) com
rificadas são encontradas também em por equipe multidisciplinar (médicos, sua pontuação variando entre 15 e 60,
outros transtornos do desenvolvimento, psicólogos, fonoaudiólogas e terapeutas com ponto de corte para autismo igual a
tais como deficiência mental, transtor- ocupacionais) conforme os critérios do 30(8). Utilizada para crianças acima dos
nos de linguagem e transtornos de aten- DSM IV – TR (2) . 2 anos de idade, foi construída levando-
ção. Outras são vistas em algumas con- se em conta os critérios diagnósticos de
dições psiquiátricas, como transtorno Instrumento Kanner (1943)*, Creak (1961)*, Rut-
obsessivo-compulsivo e personalidade A escala ATA é composta por 23 su- ter (1978)*, Ritvo e Freman (1978)* e
esquizóide. O que distingue o autismo é bescalas, cada uma das quais dividida DSM – III (1980)*(*APUD Magyar
o número, a gravidade, a combinação e em diferentes itens. Sua construção foi Pandolfi)(9).
a interação de problemas, que resultam realizada levando-se em conta os crité-
em deficiências funcionais significati- rios diagnósticos do DSM-III, DSMIII- Procedimentos
vas. R e da CID – 10, sendo utilizados tam- A aplicação das escalas ATA e CARS
Mesibov, Shea (1996) consideram o bém as correções de critérios decorren- foi realizada através de entrevista com
autismo como um compósito de déficits tes da publicação do DSM IV. os pais e observação do comportamen-
e não uma característica isolada(6). Ela é assim, um instrumento de fácil to dos sujeitos avaliados sendo efetuada
Em consequência, a avaliação diag- aplicação acessível a profissionais que por profissionais especializados e com
nóstica de alguém com suspeita de autis- tem contato direto com a população au- treinamento na área do autismo.
mo requer uma equipe multidisciplinar tística. Não é uma entrevista diagnóstica O estudo entre as médias foi reali-
assim como o uso de escalas objetivas, e sim uma prova estandardizada que dá zado através do teste t de Student para
pois estas permitem mensurar as condu- o perfil conductual da criança, embasada p=0,05 e a correlação entre os resulta-
tas apresentadas de maneira a se estabe- nos diferentes aspectos diagnósticos. dos obtidos através da CARS e da ATA,
lecer um diagnóstico de maior confiabi- Baseia-se na observação e permite visando uma melhor verificação dessa
lidade. Usualmente elas se apresentam que se façam seguimentos longitudinais última, foram realizados através do teste
sob a forma de questionários, listas de da evolução, tendo por base a sintoma- de correlação de Person que pode se en-
sintomas ou inventários. tologia autística, auxiliando também a contrar distribuído entre -1 e +1 sendo
Entre as mais utilizadas encontra- elaboração de um diagnóstico mais con- que a proximidade de 0 indica menor
mos a Childhood Autism Rating Scale fiável desses quadros. correlação entre os dados.
(CARS) , Behavioural Observation Sca- Ela é pontuada com base nos seguin-
le for autism (BOS), Autism Behaviour tes critérios: cada subescala tem um va- Resultados
Checklis (ABC), a Escala de Avaliação lor de 0 a 2; pontuando-se a escala po- Considerando-se os objetivos e a
de Traços Autísticos (ATA) entre outros. sitiva no momento em que um dos itens metodologia proposta obtivemos os re-
Objetivo for positivo; a pontuação global se faz sultados mostrados na Tabela 1.
Este trabalho tem como objetivo ana- a partir da soma aritmética de todos os
lisar a relação entre estas duas escalas valores positivos das subescalas confor-
Discussão
de avaliação a Childhood Autism Rating me referido em seu primeiro estudo de
Scale (CARS) de autoria de Schopler validação(7). O índice de correlação entre as mé-
Reichler; DeVillis e Kock em 1980 e a A Childhood Autism Rating Scale dias obtidas através da CARS e da ATA,
Escala de Avaliação de Traços Autísti- (CARS) é uma escala de 15 itens que foram realizadas através do coeficiente
cos (ATA), construída por Domenech e auxiliam na identificação de crianças de correlação de Pearson, obtendo-se
Ballabriga em 1994 no rastreamento dos com autismo e as distinguem de crian- um índice de 0,767 o que nos permite
sintomas autísticos. ças com prejuízo no desenvolvimento considerar uma correlação forte entre
A escolha das duas escalas deve-se sem autismo. os dois instrumentos o que faz com que
ao fato de a CARS ser uma das mais Sua importância está em permitir a possamos considerar que, dada a pene-
utilizadas internacionalmente para esse diferenciação do autismo leve, modera- tração internacional da CARS, que a

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Cucolicchio S, Di Matteo J, Paicheco R, Gomes C, Simone MF, Assumpção Jr FB

Klin A. Autism and pervasive developmen-


Tab. 1 – Médias e desvios padrão obtidos na avaliação de população portadora de Retardo
Mental e de Autismo. Diferenças avaliadas através do teste t, para p=0,05, significativas entre tal disorders. J Child Psychol Psychiatry.
as médias das duas populações, no que se refere a sintomatologia, quando avaliadas pela ATA e 2004; 45:135-70.
pela CARS. Observar que ambas as populações apresentam desenvolvimento similar. 2. APA- American Psychiatric Association:
DSM IV - Manual diagnóstico e estatístico
Grupo N Média Desvio Padrão de transtornos mentais. 4ª ed. Porto Alegre:
ATA DM 40 15,3750 9,8441 Artes Médicas; 1995. 830p.
�����������������������������������������������
3. Rutter M, Schopler E. Classification of pre-
TID 36 29,2778 6,9183 servative developmental disorders: some
CARS DM 40 26,3750 9,52510 concepts and practical considerations. J
Autism Dev Disord. 1992;22: 459-82.
TID 36 40,3750 8,60928*
4. Frith U. Frith U. Autism, explaining the
Vineland DM 40 36,35 10,548 enigma. Oxford: Blackwell Publishers;
TID 36 36,14 10,055 1989.
5. Schwartzman JS. Autismo infantil. Brasília
(D.F): Corde; 1994.
6. Mesibov GB, Shea V. A cultura do autismo:
ATA corresponde a um bom instrumento ção, não somente com os critérios diag-
do entendimento teórico à pratica educa-
de avaliação de indivíduos portadores de nósticos do DSM IV-TR como também cional. Divisão TEACCH da Universidade
transtornos invasivos de desenvolvimen- com os resultados obtidos através da de Carolina do Norte; 1996.
to, se constituindo em uma alternativa aplicação da escala CARS, internacio- 7. Assumpçäo Junior FB, Kuczynski E, Ga-
de auxílio para seu diagnóstico. nalmente aceita. briel MR, Rocca CC. - Escala de avaliaçäo
Acreditamos que quanto maior a de traços autísticos (ATA): validade e con-
fiabilidade de uma escala para a detecçäo
Conclusão quantidade de estudos realizados mais
de condutas autísticas. Arq Neuropsiquiatr.
significativa vai se mostrando sua utili- 1999; 57:23-9.
Após os diferentes estudos que vem zação quer considerando-se sua facilida- 8. Schopler E, Reichler RJ, Renner BR. The
sendo realizados por nosso grupo, a ATA de de aplicação quer considerando-se a childhood autism rating scale (CARS). Los
parece se constituir em um instrumento sensibilidade de seus resultados. Angeles, Ca: Western Psychological Ser-
vices; 1988.
sensível para a suspeita diagnóstica dos
9. Magyar CI, Pandolfi V. Factor structure eval-
Transtornos Invasivos do Desenvolvi- Referências Bibliográficas uation of the childhood autism rating scale.
mento uma vez que apresenta correla- 1. Volkmar FR, Lord C, Bailey A, Schultz RT, J Autism Dev Disord.2007; 37:1787-94.

Instituição onde o trabalho foi realizado: Unidade Clínica de São Bernardo do Campo da AVAPE – Associação para Valorização de Pesso-
as com Deficiência.
Endereço para correspondência: Simone Cucolicchio. Avenida José Fornari, 1777, Vila São José – São Bernardo do Campo – SP – Brasil.
Fone: (11) 4127.9333

M ENSAGEM SPMFR
Caros Colegas
Inicialmente gostaria de agradecer a todos que participaram dos eventos em 2009, onde tivemos grandes discussões e cresci-
mento profissional e pessoal.
Iniciamos mais um ano em que teremos diversas atividades científicas, iniciando já em abril com a Jornada Paulista que este
ano irá tratar o tema da Dor.
Lembramos que após a Jornada teremos importante Assembléia da SPMFR para escolhermos a nova diretoria para o biênio
2010 e 2011.
Gostaríamos de contar com a presença de todos residentes e sócios para os eventos durante o ano tanto da Sociedade Paulista
quanto da Associação Brasileira.
Um ótimo ano,
Eduardo Rocha

8 Med Reabil 2010; 29(1); 6-8

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