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CURITIBA
2018
1
BACHARELADO EM DIREITO
CURITIBA
2018
2
GABRIEL LOPES MIRANDA DA SILVA
CURITIBA
2018
3
CENTRO UNIVERSITARIO OPET
CURSO DE DIREITO
Membro da Banca
4
TERMO DE COMPROMISSO
Curitiba,......................... de 2018
5
ESTE TRABALHO É A CONCLUSÃO
NÃO SOMENTE DESTA GRADUAÇÃO,
MAS TAMBÉM A CONCLUSÃO DE
DIVERSOS ESFORÇOS POR PARTE DE
MINHA MÃE BEM COMO AMIGOS, EM
QUE ACREDITARAM E FORAM A
MINHA FORÇA ATÉ ESTE PRESENTE
MOMENTO.
6
RESUMO
7
ABSTRACT
In the light of fundamental Human Rights guidelines, the various sources of what would
be the best appropriations of understanding the theme in accordance with various
doctrines are conceptualized. As well as brief and concise treatment of the structure of
human rights and the evolution of human rights in the course of world history and
national scope contained in the Brazilian Constitutions from 1824 to 1988, comparing
at last a brief exposition of the Pact of Saint Joseph of Costa Rica concomitantly with
the Brazilian Constitution of 1988. Afterwards, it deals with historical events that
triggered the creation of the OAS, as well as the exhibition of the main conferences
from 1826 until the conference that gave rise to the creation of the OAS in 1951 with
the pact of Bogota. It is addressed directly article by article of the pact of Bogotá,
exposing the objectives of the OAS and its functional guidelines. Finally, the last
chapter deals with the historical evolution of the principle of exhaustion of domestic
remedies, as well as the reservation clause of the State, the current problems in Brazil
that assess the effectiveness of justice and the principle of denial of justice. Based on
this data collection, the objective of this work is to conclude in the last chapter the
Cançado Trindade thesis in which it deals with the possibility, in the light of human
rights, to make the principle of exhaustion of domestic remedies more flexible in
parallel with the denial of justice in order to achieve a widening of relief to the judiciary.
It has as a methodology the use of books, websites, articles, having as a major
bibliographic basis for the construction of the theme the books of Cançado Trindade
and Flávia Piovesan as well as André de Carvalho. It is concluded in the reading of
this work the understanding of Cançado Trindade in a wider and open justice to favor
all, removing the Brazilian jurisdictional obstacles in search of a faster and just justice.
8
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
9
SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................................ 12
1. Capitulo 1 ............................................................................................................. 14
1. Conceito de Direitos Humanos ......................................................................... 14
1.1. A Estruturação dos Direitos Humanos......................................................... 16
1.3. Principais Marcos Históricos dos Direitos Humanos ................................... 18
1.3.1. Evolução Histórica das Constituições Brasileiras ..................................... 20
1.3.1.1. Constituição de 1824 ....................................................................... 20
1.3.1.2. Constituição de 1891 ....................................................................... 20
1.3.1.3. Constituição de 1934 ....................................................................... 21
1.3.1.4. Constituição de 1937 ....................................................................... 22
1.3.1.5. Constituição de 1946 ....................................................................... 23
1.3.1.6. Constituição de 1967 ....................................................................... 23
1.3.1.7. Constituição de 1969 ....................................................................... 24
1.3.1.8. Constituição de 1888 ....................................................................... 25
1.4. A Reconstrução da Democracia Pós-Ditatorial ........................................... 25
1.5. Posicionamento constitucional Interno em Face aos tratados Internacionais
.................................................................................................................... 31
1.6. Pacto de San José da Costa Rica ................................................................. 2
2. Capitulo 2 ............................................................................................................. 33
2. Eventos que Desencadearam a Criação da OEA ............................................. 33
2.1. Das Conferências ........................................................................................ 33
2.1.1. Conferência de Washington – 1889 a 1890 ............................................. 34
2.1.2. Conferência na Cidade do México – 1901 a 1902 ................................... 35
2.1.3. Conferência em Rio de Janeiro - 1906 ..................................................... 35
2.1.4. Conferência na Cidade de Buenos Aires – 1910 ..................................... 36
2.1.5. Conferência na Cidade de Santiago - 1923 ............................................. 36
2.1.6. Conferência na Cidade de havana - 1928 ................................................ 37
2.1.7. Das Conferências Pré e Pós Segunda Guerra Mundial – 1933 a 1947 ... 38
2.1.8. Conferência de Bogotá (1948) a Caracas (1954) ..................................... 38
2.2. Da Estruturação da Carta da OEA .............................................................. 39
2.2.1. Natureza, Propósito e Princípios – Artigo 1º ao 3º ................................... 40
2.2.2. Membros da OEA – Artigo 4º ao 9º .......................................................... 41
10
2.2.3. Direitos e Deveres Fundamentais dos Estados Membros da OEA – Artigo
10º ao 21º................................................................................................ .43
2.2.4. Solução Pacífica de Controvérsias – Artigos 24º ao 27º .......................... 43
2.2.5. Segurança Coletiva – Artigos 28º ao 29º ................................................ 44
2.2.6. Desenvolvimento Integral – artigos 30º ao 52º......................................... 44
2.2.7. Dos Órgãos da OEA – Artigo 53º ............................................................. 44
2.2.8. A Assembleia Geral – Artigos 54º ao 60º ................................................. 45
2.2.9. A reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores – Artigos 61º
ao 69º ....................................................................................................... 46
2.2.10. Os Conselhos da Organização – Artigos 70º ao 79º............................ 47
2.2.11. Do Conselho Permanente – Artigos 80º ao 92º ................................... 47
2.2.12. Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral – Artigos 93 ao
98º ............................................................................................................ 48
2.2.13. Comissão Jurídica Interamericana – Artigos 99º ao 105º .................... 49
2.2.14. Comissão Interamericana de Direitos Humanos – Artigo 106º ............ 49
2.2.15. Secretária-Geral – Artigos 107º ao 121º .............................................. 50
2.2.16. Conferência Especializada – Artigos 122º ao 123º .............................. 51
2.2.17. Organismos Especializados – Artigos 124º ao 130º ............................ 51
2.2.18. Artigos finais da Carta de Bogotá – Artigos 131º ao 146º .................... 52
2.3. Considerações Finais em Respeito à Carta de Bogotá ............................... 53
3. Capitulo 3 ............................................................................................................. 55
3. Breve Síntese Histórica sobre a Regra do Esgotamento dos Recursos Internos
.......................................................................................................................... 55
3.1. As Exceções do domínio Reservado dos Estados e do Não-Esgotamento dos
Recursos Internos ....................................................................................... 56
3.2. Supressão do Princípio do Esgotamento dos Recursos Internos a Luz dos
Direitos Humanos e Demais Preceitos da OEA .......................................... 60
3.3. Dos Problemas Domésticos que Afetam a Eficácia da Justiça Brasileira .... 61
3.4. Da teoria de Cançado Trindade quanto ao tema Esgotamento dos Recursos
Internos e a sua Flexibilização .................................................................... 66
4. Considerações Finais ........................................................................................ 72
5. Referência Bibliográfica .................................................................................... 74
11
INTRODUÇÃO
12
se dos eventos históricos nos quais desencadearam a primeira conferência dos
Estados Americanos, e de forma detalhada todas as conferências desde 1826 a 1954,
com a finalização com a Carta de Bogotá, instrumento de suma importância para o
funcionamento da OEA. Será verificado nestas conferências o entendimento politico
entre os Estados Americanos no decorrer da histórica, tendo-se por fim uma
harmonização do que trata os Direitos Humanos. Em mesmo capitulo será abordado
artigo por artigo do pacto de Bogotá, exposto o esqueleto da OEA, seu funcionamento,
objetivos, princípios, órgãos e etc.
Como será visto, o próprio Cançado Trindade expõe que tal tema é de grande
discussão, não possuindo uma consolidação firme em sua pratica, apesar de perdurar
tal discussão desde o início do século passado. Porem a OEA, como será tratado mais
adiante, tem usado de forma moderna tal aplicação de flexibilização do Princípio do
Esgotamento dos Recursos Internos para o acesso do indivíduo perante o tribunal da
OEA, diferente de outros tribunais internacionais como a da União Europeia. Concluirá
que tal tema busca alcançar a eficácia da justiça, deixando de lado a morosidade e
alcançando o objetivo de forma célere, porquanto tal trabalho tem por objetivo expor
que existe a possibilidade de percorrer outros caminhos para evitar a morte da justiça
em face ao inimigo tempo, bem como será concluído que esta mutação não é dana
mais do que a reação de diversas desigualdades sociais e injustiças que assolam as
Américas a séculos.
13
1. CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS
Os Direitos Humanos é uma concepção moderna derivado da refinação de
diversos fatores históricos do período das grandes guerras mundiais, porém antes
desta formulação moderna, primeiramente o termo era chamado de “direitos do
homem”, após, quando inseridas nas Constituições dos Estados, passou a ser
conhecidos como “direitos fundamentais”. A concepção na qual conhecemos
atualmente como “direitos humanos” surgiu com a inserção na lavratura da declaração
de direitos do homem e do cidadão de 1789, na França1. Cito trecho abaixo desta
declaração:
Como qualquer direito existente, o mesmo não surge do nada, sempre ficando
dependente de determinadas insatisfações e lutas para o seu nascimento. O mesmo
não se difere da declaração datada do dia 26 de agosto de 1789, França-Paris, ora
que tais palavras foram o prólogo para o estopim da revolução francesa.
1 Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 38-39;
2 A declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Disponível em:
<https://www.senat.fr/lng/pt/declaration_droits_homme.html> 27/04/2018;
3 Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. op. cit. p. 27.
14
racionalidade de resistência, na medida em que traduzem processos que abrem e
consolidam espaços de luta pela dignidade da pessoa humana4”.
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9524>
Acesso em: 23/04/2018.
15
direitos que não resultam de uma concessão da sociedade política. Pelo
contrário, são direitos que a sociedade política tem o dever de consagrar e
garantir.9
9 Curso de Direitos Humanos – Gênese dos Direitos Humanos. V.1. São Paulo: Acadêmica, 1994. p.
30
10 Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. São Paulo : Saraiva, 2014. p. 24.
16
decorre artigo 208, l, da Constituição Federal de 1988, definindo o direito à educação
fundamental de modo gratuito, sendo ao todo um direito a algo, um direito pré-
determinado, em suma um dever. O direito-liberdade, em resumo, consiste na
ausência do direito, tendo como exemplo pautado por André de Carvalho no artigo 5º,
VI, da CF de 1988, colocando o Estado em uma posição laica, ficando a critério do
indivíduo a escolha religiosa ou não, tudo baseado na ausência legal e em resultado,
gerando a liberdade religiosa exercida no Brasil. Em continuidade, o direito-poder, ora
sujeição, é o condicionamento imposto pelo Estado em atender determinada vontade
do cidadão em determinadas situações, exemplo do direito a um advogado e a
assistência da família quando alguém é privado de liberdade, em conformidade com
o artigo 5º, LXIII, da CF de 1988. E por fim o direito-imunidade, incompetência,
consistente ao fato de impedimento de determinada ação e tendo como exemplo o
artigo 5º, LVI, da CF de 1988, no qual é dito a impossibilidade de autoridade judiciária
em realizar a prisão quando o indivíduo não ter sido pego em flagrante e delito ou por
ordem escrita e fundamentada, surgindo assim a imunidade do Estado ou ente
particular na restrição de determinadas ações conforme lei11.
Outro ponto aludido por André de Carvalho é o fato de que os Direitos Humanos
possuem valores essenciais, sendo estes: universalidade, essencialidade,
superioridade normativa (preferencialidade) e reciprocidade. Ele expõe que:
11 Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 25-26.
12 Ibid. p. 25.
17
A estruturação dos direitos humanos consiste também como subjetiva ou
objetiva. A subjetiva é forma pautada na contrapartida do Estado ou ente particular ou
de ambos. Quanto à objetiva, pode a mesma ser ativa ou passiva, ou seja, na
realização de determinadas ações ou na omissão da mesma13.
André de Carvalho traz uma reflexão importante quanto a valoração dos Direitos
Humanos, ora que em uma tentativa de conciliar tudo, gera-se certos problemas. O
primeiro se ajusta no simples fato de todos terem o “direito a ter direito”. A segunda
consequência é o conglomerado de direitos que se chocam, ou seja, o direito à vida
versus direito ao aborto, direito de propriedade versus direito ao meio ambiente
equilibrado, direito à liberdade jornalística versus direito à vida privada e etc.. Surge
assim o complexo entendimento para que se aplique a integração social em paralelo
a tantos outros interesses que, ao todo, merecem ser ouvido, porém a harmonia deve
prevalecer14.
A história em volta dos Direitos Humanos é deveras extensa, tendo seu início em
meados do século VIII e II a.C.15, porém será limitado o presente trabalho em
determinados pontos históricos relevantes a finalidade tratada aqui, ora OEA. Dentre
os principais marcos históricos, seriam estes o Iluminismo, Revolução Francesa e o
período dentre a Primeira e Segunda Guerra Mundial.
13 Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 25.
14 Ibid. p. 26.
15 Ibid. p. 29.
16 Ibid. p. 35 a 37;
18
Um pouco mais a frente, ocorre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, fato do
qual fez com que o mundo repensa-se em suas ações de forma drástica.
Primeiramente, a Primeira Guerra Mundial fora evento em que, pela primeira vez,
móvel grande parte do mundo em face a um conflito geopolítico imperialista que
desencadeou milhões de mortes de soldados e civis. Outro fato importante foi o
grande choque humanitário ao fato de ter surgido formas de matar novas e mais
eficazes, porém desumanas, sendo as principais delas a metralhadora e as bombas
de gás.
17 Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 43;
19
1.3.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Tal carta foi outorgada por D. Pedro l, apelidada como Carta Imperial, adotada
sob o regime quadripartite. A formação de tal sistema governamental foi ideia dada
por Benjamin Constant, no qual dividia o governo entre o poder Legislativo, Executivo,
Judiciário e Moderador. O poder Moderador consiste em um controle supremo das
demais repetições do governo, sendo administrada e governada pelo imperador 18.
18 Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. São Paulo : Saraiva, 2014. p.334;
19 Op. cit. loc. cit.
20
expressos na Constituição não exclui outras garantias e direitos não enumerados, mas
resultantes da forma de governo que ela estabelece e dos princípios que consigna” 20.
20 Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. São Paulo : Saraiva, 2014. p.334;
21 Schmidt, Paulo. Guia politicamente incorreto dos presidentes da República. 1º Edição. São Paulo:
LeYa, 2016. p. 18 a 24;
22 Ibid. p. 29 a 31.;
21
voto secreto, bem como aumento do poder executivo, definiu direitos políticos e
sistema eleitoral.
23 Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014. p.344.
24 Ibid. loc. cit.
25 Ibid. loc. cit.
26 Livro Memórias de um cárcere, de Graciliano Ramos. Disponível em:
<https://drive.google.com/viewerng/viewer?url=http://ler-
agora.jegueajato.com/Graciliano+Ramos/Memorias+do+Carcere+(67)/Memorias+do+Carcere+-
+Graciliano+Ramos?chave%3D1677cfea7cb1b4e721f78316a481fd9c&dsl=1&ext=.pdf>.Acesso em:
23/04/2018;
27 Schmidt, Paulo. Guia politicamente incorreto dos presidentes da República. 1º Edição. São Paulo:
28Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. São Paulo : Saraiva, 2014. P. 344-345;
29 Schmidt, Paulo. op. cit. p.159 a 161;
30 Ibid. p. 226 a 227;
23
ampla, defesa”. Em suma o Estado se posicionou em referido artigo e demais leis
contra a ameaça explícita em face dos inimigos do regime31.
31 Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014. p.345.
32 Ibid. p.345.
33 Schmidt, Paulo. Guia politicamente incorreto dos presidentes da República. 1º Edição. São Paulo:
Figura-se assim em tela o Brasil após 20 anos de ditadura. Com isso, é possível
imaginar o quão ferido a sociedade brasileira ficou após anos de luta. A Constituição
Federal de 1988 é nada mais e nada menos do que um novo pacto social, pacto de
reconciliação para uma nova era. Em termos históricos chega a se figurar como marco
na linha histórica do Brasil em rompimento para uma nova era. Tal constituição
alcançou direitos nunca antes almejados no Brasil, principalmente no que se trata dos
direitos humanos e direitos trabalhistas dispostos nos artigos 5º e 7º da referida carta
magna. Tais ditames, incrível que pareça se enraizaram na vida dos brasileiros,
tornando-se letras vivas e não morta no dia-dia. Basta ver a repercussão que se gerou
com a promulgação da reforma CLT37.
36Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014. p.345.
37Piovesan, Flávia Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 14º ed., rev. e atual. São
Paulo: Saraiva, 2013. p. 85;
25
idade, desigualdade social, etc., enfocados no artigo 3º da CF/88. José Afonso da
Silva diz que:
Ou seja, nossa carta magna não é apenas uma constituição padrão, porém mais
do que isso, é carta que visa promessas, sonhos, e a tentativa de união de uma
sociedade melhor e mais unida. Com tudo, verifica-se que a maior intenção, ou pelo
menos resultado de tudo isso, é a dignificação da pessoa humana em primeiro plano
bem como o bem-estar da pessoa humana. Basta olharmos para as atrocidades
acometidas pelo antigo governo. Apesar de que uma econômica desenfreada e uma
má gestão, presente na política da vigência da nova constituição de 1988, traz mortes
e desgraças de outras formas, porém isso é uma outra discussão.
26
nas esferas local e global, dotando-lhe de especial racionalidade, unidade e
sentido41.
O artigo 5º, §1º, reafirma em seu texto o princípio da aplicabilidade imediata das
normas Constitucionais, ou seja, é reforço de aplicação dos ideais de liberdade,
direitos e garantias fundamentais, conclui-se que não é uma simples norma, mas
norma que possui a sua força de aplicabilidade bem acentuada. Canotilho diz que:
27
paz; inciso Vll da solução pacífica dos conflitos; inciso Vlll do repúdio ao
terrorismo e ao racismo; inciso IX da cooperação entre os povos para o
progresso da humanidade; inciso X da concessão de asilo político 44.
É importante lembrar o contexto histórico, ora que, como dito acima, o império
se preocupava com a autonomia nacional e a não intervenção, a república a
conservação da Paz e a Constituição de 1988, de certa forma, aproveitou o
amadurecimento nacional para dar um passo do qual estávamos atrasados, sendo
este adentrar a política internacional. Em conclusão, trago à baila trecho do
Doutrinador Antônio Augusto Cançado Trindade do qual dita que:
Nesta mesma linha, José Joaquim Gomes Canotilho posiciona-se dizendo que:
uma análise detalhada dos princípios de relações exteriores nas Constituições brasileiras, ver
Constituição e relações exteriores, p. 23-55.
47 Antônio Augusto Cançado Trindade, A proteção internacional dos direitos, p. 631
28
As Constituições, embora continuem a ser pontos de legitimação,
legitimidade e consenso autocentrados numa 113/782 comunidade
estadualmente organizada, devem abrir-se progressivamente a uma rede
cooperativa de metanormas (‘estratégias internacionais’, ‘pressões
concertadas’) e de normas oriundas de outros ‘centros’ transnacionais e
internacionais (regionais e locais) ou de ordens institucionais intermediárias
(‘associações internacionais’, ‘programas internacionais’). A globalização
internacional dos problemas (‘direitos humanos’, ‘proteção de recursos’,
‘ambiente’) aí está a demonstrar que, se a ‘Constituição jurídica do centro
estadual’, territorialmente delimitado, continua a ser uma carta de identidade
política e cultural e uma mediação normativa necessária de estruturas
básicas de justiça de um Estado- Nação, cada vez mais ela se deve articular
com outros direitos, mais ou menos vinculantes e preceptivos (hard law), ou
mais ou menos flexíveis (soft law), progressivamente forjados por novas
‘unidades políticas’(‘cidade mundo’ ‘europa comunitária’, ‘casa europeia’,
‘unidade africana’48.
Ora que o exposto citado cria a dúvida quanto a forma hierárquica do qual essas
normas se posicionam, para ficar de forma clara, cito trecho expresso por Flávia
Piovesan, que expõe:
Propõe-se, nesse sentido, uma nova classificação dos direitos previstos pela
Constituição. Por ela, os direitos seriam organizados em três grupos distintos:
a) o dos direitos expressos na Constituição (por exemplo, os direitos
elencados pelo Texto nos incisos I a LXXVII do art. 5º); b) o dos direitos
expressos em tratados internacionais de que o Brasil seja parte; e, finalmente,
c) o dos direitos implícitos (direitos que estão subentendidos nas regras de
garantias, bem como os decorrentes do regime e dos princípios adotados
pela Constituição).50
Antônio Augusto Cançado expressa sua opinião a este respeito dizendo que:
Conclui-se este capítulo com a exposição do Pacto de San José da Costa Rica,
carta na qual fez nascer o órgão responsável pelos direitos humanos e a sua
fiscalização e aplicação na OEA, a CIDH (COMISSÃO INTERAMERICANA DE
DIREITOS HUMANOS). Tal dispositivo possui um núcleo de proteção humanitária
paritária com a nossa Constituição, devido as duas serem o fruto de insatisfação
regional de mesmo escalão, ora que para constituição de 1988 é para o repúdio dos
20 anos de ditadura, a Carta de São José da Costa Rica é para o repúdio a
desigualdade social e crimes contra o ser humano praticados no âmbito regional das
Américas.
53 Antônio Augusto Cançado Trindade, A interação entre o direito internacional e o direito interno, p. 30
a 31.
54 Piovesan, Flávia op. cit. p.146.
31
Tal instrumento é de maior importância no sistema interamericano é a
Convenção Americana de Direitos Humanos. Foi assinada em San José, Costa Rica,
em 1969, entrando em vigor em 1978. Apenas Estados-membros da Organização dos
Estados Americanos têm o direito de aderir à Convenção Americana, que, até
dezembro de 2012, contava com 25 Estados-partes55.
55 Piovesan, Flávia Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 14º ed., rev. e atual. São
Paulo: Saraiva, 2013. p. 343.
56 Thomas Buergenthal, The inter-American system for the protection of human rights, 1984, p. 442
57 Ibid. p. 145
58 Piovesan, Flávia Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 14º ed., rev. e atual. São
Conforme visto na história, a Santa Aliança não durou muito tempo devido a
sistemáticas derrotas na Europa e nas Américas, se desfazendo logo em seguida pela
baixa moral. Nestas revoltas, grandes líderes Latino Americano abraçaram as
palavras pronunciadas pelo presidente Monroe, sendo um destes Simon Bolívar 61.
Vislumbra-se por meio das Conferências, desde a primeira até última recente, a
evolução e amadurecimento da OEA em vários quesitos por meio das discussões
59 Voltaire, Schilling. Estados Unidos e América Latina da Doutrina Monroe á Alca. 1º ed. Editora Leitura
XXI: 2002. passim.
60 Ibid. Loc. Cit.
61 Ibid. Loc. Cit.
33
dentre os Estados, sendo esses como jurídicos, sociais, econômicos e etc., ficam
evidente a importância de tal explicação neste presente trabalha de conclusão de
curso.
Das iniciativas iniciais de Simon Bolívar, gerou o fruto da primeira reunião dos
Estados Americanos, no qual ocorrerá em Washington em 1889. A ideia partiu do
Presidente James A. Garfield no qual designou ao seu secretário de Estado James G.
Blaine a convocação das 17 Repúblicas mais o Império Brasileiro para uma reunião
com o objetivo de promover soluções em face nas disputas comerciais inter-regionais.
Devido ao contratempo do assassinato do Presidente, a reunião foi designada para o
ano de 188963.
34
2.1.2. CONFERÊNCIA NA CIDADE DO MÉXICO – 1901 A 1902;
35
Das realizações, foram novamente discutidas as resoluções de arbitramento
compulsório, prevenção da intervenção armada para ressarcimentos de dívidas de
potências de fora, comercio, direitos autorais e patentes. Tal reunião foi ao fim, acima
de tudo, a manutenção de boas relações entre os Estados americanos. Ficou
estabelecido também a mudança de sede, para uma fixa nos EUA ao lado da casa
branca, do Bureau Internacional, ficando pronta e inaugurada às vésperas da quarta
Conferência em 191068.
36
ocorrendo no ano seguinte a quinta conferência em Santiago, Chile no dia 25 de
março71.
37
2.1.7. DAS CONFERÊNCIAS PRÉ E PÓS SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - 1933 A
1947;
Por fim, com o início da 2º Guerra Mundial, ocorreu encontro dos ministros das
Relações Exteriores americanos no Panamá (setembro e outubro de 1939); Havana
(junho de 1940) e Rio de Janeiro (janeiro de 1942). Com o fim da 2º Grande Guerra,
ocorreu à Conferência Interamericana sobre problemas da Guerra e Paz em
Chapultepec, na Cidade do México em fevereiro de 1945 bem como Conferência para
a Manutenção da Paz e da Segurança Continental no Rio de Janeiro, em agosto-
setembro de 194778.
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-
45/AGuerraNoBrasil/ConferenciasInteramericanas> acesso em: 03/04/2018.
78 BETHELL, Leslie. Op. Cit. p.10.
38
Interamericana, em Caracas em março de 1954, que possuiu como palco de
discussão as ditaduras vigentes em alguns Estados membros das américas.79
A Carta de Bogotá sofreu 4 reformas até então, sendo a primeira pelo protocolo
de Buenos Aires em 1967 (entrado em vigor em 1970), após com o Protocolo de
Cartagena das Índias em 1985 (com a entrada em vigor em 1988, conseguinte a
competência ampliada pelo Conselho Permanente e do Secretariado-Geral), a terceira
vez por meio do Protocolo de Washington em 1992 (Vigente desde 1997, introduzindo
carta de normas destinados a proteger o regime democrático) e por fim com o
Protocolo de Manágua em 1993 (Vigência a partir de 1996, sendo esta com normas
com o intuito em auxiliar o desenvolvimento regional). Fato curioso sobre a carta é
que, com a exceção da carta original de 1948, as demais reformas não foram
ratificadas por todos os Estados membros, gerando assim uma não uniformidade
jurisdicional entre os membros80.
Fica claro que de todas as conferências, o intuito inicial era a defesa da paz e
segurança entre os recém-Estados independentes, após as relações geopolíticas
entre seus membros (principalmente em face ao imperialismo norte americano). O
Pacto de Bogotá é um filtro de todos esses eventos, possuindo como núcleo os
Direitos Humanos.
Vislumbra-se que a Carta é dividida entre três partes, sendo do artigo 1º ao 52º
a dogmática e Princípios, do artigo 53º ao 130º a parte Orgânica, e por fim do artigo
131º aos 146º trata dos dispositivos transitórios81. Abaixo a exposição destes.
Do artigo 2º, a Carta deixa claros seus Princípios no propósito em cumprir suas
obrigações regionais, como previamente exposto no parágrafo acima, na promoção
da Paz e Justiça, defende-se a promoção da Democracia, auxiliar na manutenção da
paz e evitar possíveis conflitos dentre os países membros e em caso de agressão, de
81 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5º Edição. São Paulo, SP:
Editora RTP, 2011. p. 652.
82 Ibid. loc. cit.
83 Decreto n.º 30.544, de 14 de fevereiro de 1952, Câmara dos Deputados. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html>05/04/2018.
40
forma solidária, repelir, também no auxiliar do desenvolvimento de possíveis
problemas políticos, jurídicos ou econômicos, bem como promover o desenvolvimento
social, econômico e cultural, combater a pobreza e fome e por fim combater o excesso
armamentista dos países membros. Fica assim claro o real objetivo desta Carta, sendo
uma função de fato voltada na boa harmonia entre os Países membros e não
membros.
No artigo 3º são expostos os princípios que devem ser regidos pelos Estados-
membros84. Dos principais, consta o respeito entre os Estados, principalmente no
tocante Soberania, concomitantemente o dever de boa-fé e solidariedade. O respeito
na escolha do sistema política que ordenará a sistemática interna doméstica de cada
Estado é um direito previsto neste artigo, não podendo nenhum Estado interferir. A
eliminação da pobreza de qualquer espécie e a intolerância a guerra, bem como a
prevalência absoluta na resolução de qualquer conflito por meio pacífico (CIDH 85), a
promoção na desenvoltura econômica. Por fim, a prevalência do Homem em todos os
aspectos (respeito raça, nacionalidade, credo ou sexo e etc.)86.
84 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5º Edição. São Paulo, SP:
Editora RTP, 2011. p.p. 653.
85 CIDH: Corte Interamericana de Direitos Humanos
86 Decreto n.º 30.544, de 14 de fevereiro de 1952, Câmara dos Deputados. Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html acesso em: 05/04/2018.
41
geral a permissão para o Estado solicitante assine a Carta e deposite o respectivo
instrumento de ratificação, conforme artigo 7º87.
42
Pierre e Miquelon) e dos vinculados à Holanda (Antilhas Holandesas,
integradas por Aruba; Bonaire, Curaçao; Saba; San Eustáquio e San Martin)”,
não havendo “menção alguma às Ilhas Malvinas, e por isso foi utilizado como
referência90.
Por fim, no artigo 9º, um membro da Organização que tenha seu Governo
democrático deposto a força, poderá ser objeto de análise para a sua suspensão no
direito de participação da OEA, por meio de sessões da Assembleia-Geral, da Reunião
de Consulta, dos Conselhos da Organização e das Conferências Especializadas, bem
como das comissões, grupos de trabalho e demais órgãos que tenham sido criados.
Porém, tais medidas só serão adotadas quando forem infrutífera as tentativas de
gestões diplomáticas em restabelecer a democracia no Estado membro afetado91.
De modo breve, a composição no artigo 10º ao 21º não é nada mais do que a
exposição mais detalhada do contido no artigo 3º, no tocante os direito e deveres dos
Estados membros, como por exemplo: soberania, igualdade, solidariedade, respeito
mútuo, jurisdição, e etc.. Sendo assim, os Estados possuem sim autonomia política
em suas decisões domésticas ou externas, porém cabe a decisão passar pelo crivo
se está respeita ou não a democracia exposta na carta de, bem como se respeito a
soberania do outro Estado membro, e por fim, o respeito a dignidade da pessoa
humana (Direitos humanos) 92.
90 Ibid. p. 30-31.
91 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5º Edição. São Paulo, SP:
Editora RTP, 2011. p. 655.
92 Decreto n.º 30.544, de 14 de fevereiro de 1952, Câmara dos Deputados Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html>:05/04/2018.
93 Ibid. loc. cit.
43
Quando não for possível se resolver o determinado problema pelos meios
exposto no artigo 25, as partes deverão buscar a resolução por meio de um processo
legal, ora, a solução deste problema deverá se desenvolver sempre por meio pacífico.
Do capítulo VII da Carta da OEA, dentre os artigos 30º as 52º, é tradado uma
série de medidas coletivas e individuais devidos aos Estados-membros para que
pratique ações em prol do desenvolvimento social em todos os aspectos e setores.
Além do social, pauta outros objetivos, como na economia em face no
desenvolvimento de medidas de interações entre os Estados em prol ao crescimento
e desenvolvimento econômico e social95.
94 Decreto n.º 30.544, de 14 de fevereiro de 1952, Câmara dos Deputados. Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html: acesso em: 05/04/2018.
95 Ibid., loc. cit.
44
“além dos previstos na Carta e de acordo com suas disposições, os órgãos
subsidiários, organismos e outras entidades que forem julgados
necessários96.
O artigo 56º define que cada Estado-membro tem poder de 1 voto, representados
por seus respectivos delegados. Do artigo 57º define que os Estados-membros
deverão se encontrar a cada um ano, após determinado o regulamento e sede
escolhida em respeito ao rodízio. Essa escolha se dá anterior a última reunião do qual
98 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5º Edição. São Paulo, SP:
Editora RTP, 2011. p. 657-658.
99 Decreto n.º 30.544, de 14 de fevereiro de 1952, Câmara dos Deputados. Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html acesso em: 05/04/2018.
100 ibid. loc. cit.
46
aconselhar o Órgão de Consulta em respeito a eventuais problemas de colaboração
militar. Tal Conselho consultivo de Defesa será composto pelas mais altas autoridades
militares de cada Estado membro, tendo cada Estado também um poder de voto
unitário conforme o artigo 67101.
101 Decreto n.º 30.544, de 14 de fevereiro de 1952, Câmara dos Deputados. Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html acesso em: 05/04/2018.
102 ibid. loc. cit.
47
segmento em ordem alfabética dos nomes (em espanhol), e os vice-presidentes em
ordem inversa, não superando ambos seis meses103.
103 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5º Edição. São Paulo, SP:
Editora RTP, 2011. p. 658-659.
104 Ibid. p. 659.
105 Decreto n.º 30.544, de 14 de fevereiro de 1952, Câmara dos Deputados
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html acesso em: 05/04/2018.
48
resultando na erradicação da pobreza crítica bem como econômico, social,
educacional, cultural, científico e tecnológico (artigo 94)106.
Pode-se destacar com segurança que tal órgão, dentre os demais, possui papel
significativo aos objetivos da carta, por possuir funções de responsabilidade no
assunto de relevância da OEA: Direitos Humanos. Criado em 1959 em Santiago,
Chile, seu estatuto aprovado em 1960 pelo Conselho da OEA vem atuando em prol
das queixas dos cidadãos dos Estados-Membros e do início a processos de
responsabilização internacional do Estado pela violação dos Direitos Humanos. A
Comissão é ao mesmo tempo órgão da OEA e órgão da Convenção Americana sobre
106 Decreto n.º 30.544, de 14 de fevereiro de 1952, Câmara dos Deputados. Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html acesso em: 05/04/2018.
107 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5º Edição. São Paulo, SP:
Editora RTP, 2011. p. 660.
108 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5º Edição. São Paulo, SP:
109 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5º Edição. São Paulo, SP:
Editora RTP, 2011. p. 661;
110 Decreto n.º 30.544, de 14 de fevereiro de 1952, Câmara dos Deputados. Disponível
em:<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html> : acesso em: 05/04/2018.
111 ibid. loc. cit.
50
Em continuidade, o artigo 113 implica também: a) estabelecer as dependências
do secretariado; b) determinar o número de funcionários e empregados da Secretaria
– Geral bem como nomear as suas funções;
112 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5º Edição. São Paulo, SP:
Editora RTP, 2011. p. 662;
113 Decreto n.º 30.544, de 14 de fevereiro de 1952, Câmara dos Deputados. Disponível em:
<htt,p://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html> acesso em: 05/04/2018.
114 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5º Edição. São Paulo, SP:
51
Deverá também, anualmente, apresentar planilha de balanço contábil bem como o
desenvolvimento de suas atividades, conforme artigo 127º.116
O artigo 131º define que “nenhuma das estipulações desta Carta se interpretará
no sentido de prejudicar os direitos e obrigações dos Estados membros, de acordo
com a Carta das Nações Unidas”, ou seja, conforme visto inicialmente neste capítulo
dois, a OEA apesar de ser Organização Inter-Regional Americano é ao mesmo tempo
Órgão que de forma concomitantemente trabalha conforme os preceitos da ONU119.
<htt,p://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html> 05/04/2018.
52
artigos 144º ao 146º tratar sobre disposições de Transitoriedade, esse capítulo foi
disposto para aplicar matérias de Direitos humanos de modo executório, independente
dos demais órgãos, no período de transição de sua criação até a sua assentada
perante os demais Países no quesito efetividade. Hoje, as maiorias dos Estados estão
de forma regular tanto na política doméstica tanto perante a OEA, ficando
desnecessário a utilização de tal órgão atualmente120.
Ressaltando o dito anterior, a Carta de Bogotá possui artigos que articulam o seu
bom funcionamento, tanto para defesa tanto para sua aplicação em todas as áreas e
aspectos, como a comissão Jurídica Interamericana. Tudo isso baseado nos preceitos
principiológicos elencados no artigo 1º ao 3º. Ou seja, a Carta de Bogotá é um
instrumento que se pode comparar a um instrumento vivo, digo isso porque a sua
própria constituição não permite se enrijecer, ela está em constante acompanhamento
120 Decreto n.º 30.544, de 14 de fevereiro de 1952, Câmara dos Deputados Disponível em:
<htt,p://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30544-14-fevereiro-1952-340000-
publicacaooriginal-1-pe.html> 05/04/2018.
53
em face ao organismo vivo social, sempre em luta no melhor interesse em atender
aos anseios sociais em prol da efetividade e cumprimentos dos Direitos Humanos. Em
conclusão, trago a baila celebre explicação da real situação latino americana bem
como os desafios em que se busca vencer:
121PIOVESAN, Flávia. DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA INTERNACIONAL. 1º Ed. São Paulo, SP,
Saraiva: 2006, p. 86 a 87.
54
3. BREVE SÍNTESE HISTÓRICA SOBRE A REGRA DO ESGOTAMENTO DOS
RECURSOS INTERNOS
122 Cançado Trindade, Antônio Augusto. O Esgotamento de recursos internos no Direito Internacional.
2º Ed. Brasília, DF. Editora Universidade de Brasília, 1997. p. 23.
123 Ibid. p. 24
124 Ibid. p. 25
55
como o princípio do esgotamento dos recursos internos do qual ficou consolidada no
final do século XIX125. Na consolidação do princípio do Esgotamento, segundo
Cançado Trindade, são os pioneiros que ajudaram a desenvolver: Francisco de
Vitoria, Alberico Gentili, Hugo Grotius, Bynkershoek, Wolf e Vattel, que consagraram
nos seus trabalhos em prol deste fim.126
Tal assunto coloca em xeque o condition sine qua non do exercício de represália
e da proteção diplomática. Ora que antigamente o uso da força dos Estados contra
outro, derivados de motivos de violação de algum interesse, era comum antigamente,
mas por meio de intermediações diplomáticas verifica-se em um Estado moderno o
incentivo do não uso da força nestas questões. Tal princípio tem sua parcela de auxílio
nesta evolução, ficando assim uma proteção de respeito na soberania dos Estados,
evitando tensões e até guerras intervencionistas.128
125 Ibid. p. 25
126 Cançado Trindade, Antônio Augusto. O Esgotamento de recursos internos no Direito Internacional.
2º Ed. Brasília, DF. Editora Universidade de Brasília, 1997. p. 25.
127 Ibid. Loc. Cit.
128 Ibid. Loc. Cit.
129 Ibid. p. 47.
56
Em uma análise externa a esses dois pontos, é visível que tais artifícios estão
em prol da soberania dos Estados. Cançado Trindade entende ao assunto respectivo
de que:
Tal posição se enquadraria à até um possível paradoxo, ora que uma regra entra
em confronto a outra, não obtendo uma solução lógica e plausível, e muito menos o
alcance de algum possível esgotamento de recursos. O próprio Doutrinador Cançado
Trindade chega a uma conclusão ditando que:
Citarei um caso prático que ilustra bem o caso acima, ora o caso Interhandel
(1959). Os EUA levantaram a exceção de domínio reservado como uma exceção de
não-esgotamento de recursos internos à petição suíça impetrada. Cançado entende
ainda mais que o caso piorou com o invocamento da emenda Connally. A corte de
justiça Internacional entendeu por fim em rejeitar a petição suíça por não-esgotamento
de recursos interno (Cf. caso Interhandel, ICJ Reports (1959) p. 11). Em determinado
trecho da decisão do tribunal de Haia disse que:
130 Cançado Trindade, Antônio Augusto. O Esgotamento de recursos internos no Direito Internacional.
2º Ed. Brasília, DF. Editora Universidade de Brasília, 1997. p. 48.
131Ibid. Loc. Cit.
132 (C.W. Jenks, The Prospects of International Adjundication, London, Stevens/Oceana, 1964, pp 533-
534).
57
internos) coloca em xeque a questão de competência do órgão subsidiário
internacional ao exame de determinado caso, a objeção de domínio reservado exclui
a competência por completo. Sendo assim, um bom uso do domínio de reserva
possibilita impedir qualquer órgão julgador internacional do exame da matéria, todavia
o princípio do não esgotamento dar poder ao Estado em fazer com o pedido seja
rejeitado em algum colegiado internacional, mas o pedido poderá ser reformulado
novamente.
133 Caso da Interpretação dos tratados de Paz, ICJ Reports (1950) pp. 70.71.
58
Enquanto a construção do domínio reservado em limite constitucional da
jurisdição internacional pode ser relevante no caso de órgãos políticos
internacionais que não são obrigados a decidir de acordo com os direitos das
partes, cria ela uma posição inteiramente artificial em relação aos tribunais
internacionais. Se a matéria pertence ao domínio reservado, o tribunal é
definitivamente incompetente para investigar o mérito. Por outro lado, ele não
pode determinar se a matéria pertence ou não ao domínio reservado sem
uma investigação do mérito.134
Tem se afirmado que há matérias que, pela sua própria natureza, pertencem
ao domínio reservado dos Estados, e outras que da mesma forma oferecem
ao direito internacional. Segundo outro raciocínio há materiais que são prima
facie internas (competência nacional), mas que podem subsequentemente,
devido a sua importância, atingir o plano internacional. Outra tese é a de que
todas as matérias podem tornar-se objeto de regulamento internacional por
meio de tratados, e sempre que isto acontece deixam elas de pertencer ao
domínio reservado. Os problemas levantados pela cláusula de domínio
reservado da Carta da ONU têm sido abordados com considerável hesitação.
Uma primeira corrente (Kelsen Alf Ross, Jiménez de Aréchaga, Waldock)
aderiu à tese de que o domínio reservado dos Estados depende se o direito
internacional fez ou não da matéria objeto de regulamentação. 135
134 C.H.M. Waldock, “The Plea of Domestic Jurisdiction before International Legal Tribunais”, Bristish
Year Book of International Law (1954) p. 140-142, e cf. p. 131-137
135 Cançado Trindade, Antônio Augusto. O Esgotamento de recursos internos no Direito Internacional.
Em uma entrevista dada por Augusto Cançado Trindade, sobre o tema “A Corte
Interamericana de Direitos Humanos”, ele diz algo profundamente pertinente a ser
citado neste trabalho, ora: “A ênfase na proteção dos direitos humanos é na realização
de justiça, ou seja, que os recursos sejam eficazes. Se não houver eficácia nos
recursos, estaria já justificada o recurso ao tribunal internacional138”. Bem como ele
complementa dizendo: “O direito de acesso à justiça é muito mais amplo, não é só
uma questão de acesso formal à justiça, mas também uma questão onde ter as
garantias de um devido processo respeitadas e de cumprimento da sentença, direito
à justiça lato sensu139”. É neste ponto onde começa o problema, no qual Cançado
Trindade tenta resolver em sua teoria. Porém no Brasil, como em demais nações, a
137 PIOVESAN, Flávia. DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA INTERNACIONAL. 1º Ed. São Paulo, SP,
Saraiva: 2006, p. 86.
138
A Corte Interamericana de Direitos Humanos - Prof. Antônio Augusto Cançado Trindade. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=-4FQgidgL5U>. Acesso em: 16/04/2018.
139 A Corte Interamericana de Direitos Humanos - Prof. Antônio Augusto Cançado Trindade. ibid. loc.
cit.
61
Justiça interna ignora e sem querer comete atos que afetem gravemente a eficácia do
ordenamento interno. Mas fica a questão de quais seriam estes problemas. Não é
novidade e nem segredo que a Justiça Brasileira demonstra inovadora em alguns
aspectos e ao mesmo grau de intensidade retrógrada em outros, nisto que afere a
vida dos brasileiros quanto à questão busca de justiça. Não podemos esquecer que,
como Thomas Hobbes ou Jean-Jacques Rousseau entendiam em suas teses que em
uma sociedade o indivíduo aceita, pelo bem maior, abdicar de alguns direitos,
deixando a força ao Estado, o Brasileiro, em regra, deve bater a porta do judiciário
para seja ouvido e alcançar alguma resposta em face ao seu litígio formado, porquanto
só cabe a ele a força e direito para tanto.
Neste modo, a morosidade é a maior pedra que está no caminho para uma
solução no Brasil. Ora que a Carta de Bogotá bem como demais protocolos nesta
mesma Corte defende o direito a resposta bem como uma justiça célere ou pelo
menos com um tempo razoável processual. A obrigação de se ter uma justiça célere
é um direito pouco conhecido pelos brasileiros é sabido muito bem pelo judiciário. O
próprio CNJ reconhece tal situação, esclarecendo em nota que: “A morosidade
processual no Poder Judiciário é a reclamação de quase metade dos cidadãos que
procuram a Ouvidoria do Conselho Nacional de Justiça141”.
140 TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. The Access of Individuals to International Justice. Oxford,
2011.
141 Morosidade da Justiça é a principal reclamação pela ouvidoria do CNJ. Disponível em:
http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/62126-morosidade-da-justica-e-a-principal-reclamacao-recebida-
pela-ouvidoria-do-cnj acesso em: 16/04/2018
62
2015. A maior queixa dos reclamados foi quanto à morosidade do Judiciário em suas
resoluções, sendo ao todo 11.759 reclamações142.
Mas em base, a parte da qual toma mais tempo em um processo é de fato a fase
executória. Segundo o próprio CNJ, com base em relatório de 2016:
142 Relatório Anual da Ouvidoria do Conselho Nacional de Justiça 2017. Disponível em:
http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2018/03/4ec8749b0c38effbec07fed4f48c85a9.pdf
16/04/2018.
143
Fase de execução é a que mais aumenta tempo de tramitação de processos. Disponível em:
http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/83679-fase-de-execucao-e-a-que-mais-aumenta-tempo-de-
tramitacao-de-processos: Acesso em: 16/04/2018.
144 Ibid. loc. Cit.
145 Ibid. loc. cit.
63
comum) e dois anos (juizados especiais). No caso de penas privativas, a
média atingiu dois anos e quatro meses.146
Os precatórios tem sido um dos métodos utilizados pelo Estado para pagar as
condenações aferidas a ela, porém concentra-se aí um grande exemplo de
morosidade e de maior ofensa à dignidade da justiça. Não é estranho ouvir histórias
de pessoas que possuem valores a receber aguardando há anos, podendo levar 10,
20 ou até mais de 30 anos para se receber determinada quantia, ficando ao crivo de
“aguardar em uma fila conforme a disposição do Estado para pagar”. Ao que tange ao
Paraná, atualmente existe por volta de R$ 5 Bilhões de Reais para ser pago por
decisões judiciais, sem previsão ao certo quando será pago pela desculpa que, se for
pago poderia o Estado sofrer o risco de “quebrar”147
O Brasil não oferece recursos efetivos para garantir seus direitos. Como
resultado disso, sustentam que a República Federativa do Brasil é
internacionalmente responsável pela violação a diversos artigos da
146
Fase de execução é a que mais aumenta tempo de tramitação de processos. Disponível em:
http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/83679-fase-de-execucao-e-a-que-mais-aumenta-tempo-de-
tramitacao-de-processos: Acesso em: 16/04/2018
147 Governo do Paraná promete pagar dívidas de precatórios até 2019. Disponível em:
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/03/governo-do-parana-promete-quitar-dividas-de-
precatorios-ate-2019.html 16/04/2018;
148 Relatório no. 144/11. Disponível em: https://www.conjur.com.br/dl/cidh-precatorios-servidores.pdf
16/04/2018.
64
Convenção Americana sobre Direitos Humanos à Declaração Americana dos
Direitos e Deveres do Homem.149
Outro aspecto importante que deve ser elencado aqui é quanto aos requisitos
necessários do Princípio do Esgotamento dos Recursos Internos em paralelo a teoria
de Trindade de supressão de tal Princípio, ora que o indivíduo não poderá reclamar a
Corte diretamente, sem ante ao menos ter iniciado a demanda reclamatória perante o
Judiciário Brasileiro. Neste caso citado acima bem como aos diversos outros151 em
que a CIDH aceitou apreciar, as vítimas já haviam iniciado uma ação e aguardavam a
sua finalização, implicando neste ponto o problema no qual a Corte entende justo,
conforme Trindade, ser ouvida e analisada, a morosidade quanto ao rito e finalização
do processo.
149 OEA aceita denúncia contra Justiça brasileira. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2012-fev-
23/oea-aceita-denuncias-brasil-demora-julgamento-crimes:16/04/2018.
150 ibid. loc. cit.
151 Caso 5/11. Disponível em: https://www.conjur.com.br/dl/cidh-ivan-rocha.pdf; Caso 146/11:
152 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do processo de conhecimento. 5
eds. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 61.
153 MARINONI, Luiz Guilherme. Garantia da tempestividade da tutela jurisdicional e duplo grau de
jurisdição. In: TUCCI, José Rogério Cruz e (Coord.). Garantias constitucionais do processo civil. 1 ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999, p. 224.
154 A Corte Interamericana de Direitos Humanos - Prof. Antônio Augusto Cançado Trindade.
156 J. E. S. Fawcett, op. cit., p. 454; cf. F. Castberg, op. cit., p. 64-65.
157 TRINDADE, Antônio Augusto Cançado.. op. cit. p. 290.
158 CPJI, caso da Electricity Company of Sofia and Bulgaria, Série C, n. 88; Pleadings, Oral Statements
113.
162 TRINDADE, Antônio Augusto Cançado Trindade. Op. Cit. p. 325
163 TRINDADE, Antônio Augusto Cançado op. cit. loc. cit.
164 PIOVESAN, Flávia. DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA INTERNACIONAL. 1º Ed. São Paulo, SP,
Saraiva: 2006, p. 94
68
Quanto ao requisito do prévio esgotamento dos recursos internos, leciona
Antônio Augusto Cançado Trindade: ''Como se sabe, estamos diante da regra
de Direito Internacional em virtude da qual se deve dar ao Estado a
oportunidade de reparar um suposto dano no âmbito de seu próprio
ordenamento jurídico interno, antes de que se possa invocar sua
responsabilidade internacional; trata-se de uma das questões que, com maior
frequência, é suscitada no contencioso internacional, concernente tanto à
proteção diplomática de nacionais no exterior, como à proteção internacional
dos direitos humanos.165. [...] 'O dever de provimento pelos Estados partes de
recursos internos eficazes, imposto pelos tratados de direitos humanos,
constitui o necessário fundamento no direito interno do dever correspondente
dos indivíduos reclamantes de fazer uso de tais recursos antes de levar o
caso aos órgãos internacionais. Com efeito, é precisamente porque os
tratados de direitos humanos impõem aos Estados-partes o dever de
assegurar às supostas vítimas recursos eficazes perante as instâncias
nacionais contra violações de seus direitos reconhecidos (nos tratados ou no
direito interno), que, reversamente, requerem de todo reclamante o prévio
esgotamento dos recursos de direito interno como condição de
admissibilidade de suas petições a nível internacional166”167.
Neste ponto, segundo Trindade, a CIDH tem tomado três atitudes conforme ao
caso, quando se depara com reclamação na qual não aufere de completo o
esgotamento dos Recurso Internos, sendo a primeira o pedido de informações ao
Estado reclamado em face a quais recursos pendem de invocação e ao seu tempo.
Em segundo lugar a Corte solicitou informações ao reclamante em respeito das
medidas para esgotar os recursos internos. E por fim, a terceira a Corte pede
informações ao Reclamante e ao Reclamado em face ao esgotamento dos Recursos
Internos, sendo esta categoria mais adotada pela Corte na maioria dos casos169. Em
prova, em determinado caso, como cita Trindade:
Saraiva: 2006, p. 94
168 Héctor Fix-Zamudio. Protección jurídica de los derechos humanos, p. 154.
169 Cançado Trindade, Antônio Augusto. O Esgotamento de recursos internos no Direito Internacional.
170 Cançado Trindade, Antônio Augusto. O Esgotamento de recursos internos no Direito Internacional.
2º Ed. Brasília, DF. Editora Universidade de Brasília, 1997. p. 235-236
171 Vide caso n.º 1697 como base.
172 Cançado Trindade, Antônio Augusto. O Esgotamento de recursos internos no Direito Internacional.
70
qualquer coisa ou ato que atente à dignidade ou ao plano de justiça é sim motivo para
que se flexibilize determinadas regras para o alcance da Justiça. Trindade conclui que:
174 Cançado Trindade, Antônio Augusto. O Esgotamento de recursos internos no Direito Internacional.
2º Ed. Brasília, DF. Editora Universidade de Brasília, 1997. p. 245
175 Ibid. p. 264.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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conferências o entendimento político entre os Estados Americanos no decorrer da
histórica, tendo-se por fim uma harmonização do que trata os Direitos Humanos. Em
mesmo capitulo ficou abordado artigo por artigo do pacto de Bogotá, exposto o
esqueleto da OEA, seu funcionamento, objetivos, princípios, órgãos e etc.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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1996,
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