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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JUIZ DE FORA

BEATRIZ COELHO SILVA (Totó)

VEM DA ALMA DE NOSSA GENTE:


ALGUNS SAMBAS E UM SAMBISTA DA PRAÇA ONZE

PROJETO DE PESQUISA

Juiz de Fora
2018
1

BEATRIZ COELHO SILVA (Totó)

VEM DA ALMA DA NOSSA GENTE:


ALGUNS SAMBAS E UM SAMBISTA DA PRAÇA ONZE

Projeto de pesquisa apresentado ao


Centro de Ensino Superior de Juiz de
Fora, CES/JF como requisito parcial para
a conclusão da disciplina Pesquisa em
Literatura, ministrada pelo Prof. Dr. Édimo
de Almeida Pereira, no Programa de
Mestrado em Letras, área de
concentração: Literatura Brasileira, Linha
de pesquisa: Literatura brasileira:
enfoques transdisciplinares e
transmidiáticos.

Orientador: Prof. Dr. Alex Martoni

Juiz de Fora
2018
2

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 03
2 OBJETIVOS ........................................................................................... 04
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................. 04
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................... 05
3 PROBLEMA ........................................................................................... 05
4 HIPÓTESE ............................................................................................. 05
5 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 06
6 JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 09
7 METODOLOGIA .................................................................................... 09
8 CRONOGRAMA .................................................................................... 11
9 ESQUEMA NE TRABALHO.................................................................. 11
REFERÊNCIAS......................................................................................... 13
3

1 INTRODUÇÃO

Se você tem uma ideia incrível


é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em
alemão (Caetano Veloso, Língua, 1984).

O samba é pai do prazer


O samba é filho da dor
O grande poder transformador
(Caetano Veloso, Desde que o samba é samba,
1992)

Embora Caetano Veloso seja mais que sambista, seus versos confessionais
norteiam esta pesquisa que busca entender como os sambas da Praça Onze fazem
a crônica da vida de quem os compôs e de quem os consome, da época de sua
produção até hoje, e como essas canções contribuem para que o antigo bairro de
imigrantes pobres tenha se tornado um lugar de memória, mesmo inexistindo
fisicamente desde 19421. Como diz o compositor, o samba vem das dores de uma
população excluída, canta seus anseios e faz seu prazer. Ademais, no Brasil,
filósofos não costumam ter o prestígio popular do francês Jean Paul-Sartre, do inglês
Bertrand Russel ou do alemão Friedrich Hegel, para ficar no idioma citado por
Caetano Veloso. Já os compositores, se não são gurus, criam breviários que nos
acodem quando a vida desanda ou quando anda tão bem que só a música expressa
tanta felicidade. Daí o título desse trabalho, que é parte de um verso da canção
“Apoteose do Samba”, de Silas de Oliveira.
Oficialmente, o samba já tem mais de um século2, mas há poucos estudos
literários sobre o tema. Fora do Brasil, o reconhecimento da canção popular como
literatura se consolidou em 2016, quando Bob Dylan recebeu o Prêmio Nobel da
área, por suas muitas canções e não pelos poucos livros que publicou. Aqui,
sambistas pioneiros e letristas da Bossa Nova e depois são contemplados com
trabalhos acadêmicos, mas os músicos (compositores, cantores e instrumentistas) e
os sambas a partir dos anos 1930 raramente receberam atenção, como se houvesse

1
A Praça Onze foi demolida para a Avenida Presidente Vargas passar. No lugar do bairro com mais
de 100 mil habitantes (MOURA, 1995) foi aberto um bulevar ligando o centro do Rio de Janeiro à
Zona Norte da cidade, num processo de modernização que começara 40 anos antes, com a
demolição dos morros à beira mar e a abertura de largas avenidas para transformar o Rio numa Paris
tropical. A foto que ilustra a capa deste projeto, de Augusto Malta, é dos anos 1920 e faz parte do
acervo do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.
2 Considera-se Pelo Telefone, de Donga, o primeiro samba gravado, em 1916.
4

um hiato ou mesmo um abandono do gênero. Numa pesquisa no site da Capes3,


com as palavras letra e samba, foram encontrados 20 trabalhos, mas nem metade
cobre o período citado, e quatro deles abordam um gênero específico, o samba-
enredo.
Por isso, esse trabalho tem duas vertentes. Uma delas estuda o compositor e
ritmista João da Baiana, nascido e criado na Praça Onze, considerada berço do
samba, das escolas de samba e do carnaval como o conhecemos hoje, e o contexto
de sua vida e de sua obra, que faz a crônica social da população com a qual
conviveu. Três canções, Batuque na cozinha, Quando a polícia chegar4 e Cabide
de Molambo, serão analisadas por serem as mais conhecidas e descritivas. A outra
vertente aborda canções de diversos compositores sobre a Praça Onze, bairro de
imigrantes pobres que provocava fascínio e repulsa na sociedade bem estabelecida.
Nessa vertente, serão mostradas 11 músicas gravadas entre 1930 (Na Praça Onze)
e 1982 (o samba enredo Bumbum paticundum prugudundum).
O recorte não é aleatório. O ano de 1930 marca o fim da Primeira República
no Brasil e foi quando a popularização de novas tecnologias (rádio e gravação de
discos) propiciou a divulgação em massa da música até então restrita a teatros,
clubes e residências. Já em 1982, consolida-se a democracia (com a eleição geral
no fim do ano), as grandes gravadoras perdem a hegemonia da produção e
distribuição fonográfica, com a proliferação da produção independente e das
emissoras de rádio FM especializadas em música brasileira. Se este recorte,
evidentemente, não encerra o tema, evidencia uma forma como a música popular
brasileira, em geral, e o samba, em particular, se tornaram peças importantes na
nossa memória e na identidade, por comentarem a vida brasileira.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Evidenciar, a partir da análise de 14 canções (11 sobre a Praça Onze e três


de João da Baiana, compositor do bairro), como, quanto e por que a música popular,
veiculada por meio de tecnologias apropriadas, contribuiu para transformar a Praça

3http://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/. Acesso em 05/09/2018.


4Esta música, de 1937, é também encontrada com os títulos de Quando a polícia vier e Quando a
polícia souber. Aqui foi adotado o título da gravação usada na pesquisa.
5

Onze num lugar de memória e alimentar a nostalgia, sentimento que cresceu a partir
dos anos 1960.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Analisar as 14 canções selecionadas do ponto de vista literário-musical,


como unidades que juntam letra, música, arranjo e interpretação, adaptando a
metodologia empregada para análise de outros gêneros musicais e/ou literários;
- Apresentar o contexto (histórico, antropológico etc.) em que foram criadas as
14 canções em torno da Praça Onze selecionadas, com destaque para João da
Baiana seus três sambas, e informar o que era e como era a Praça Onze (história do
bairro, seus moradores, o que ocorreu lá);
- Relatar como essas canções contribuem para a elaboração da imagem de
um bairro que não existe mais e, apesar disso (ou por isso), é visto como um
passado mítico e harmonioso, melhor que os dias atuais (nostalgia).

3 PROBLEMA

Como e quanto os sambas da Praça Onze influíram para que o bairro carioca,
hoje inexistente, se tornasse um lugar de memória?

4 HIPÓTESE

As músicas produzidas na Praça Onze ou falando do bairro encontraram


tecnologias apropriadas para sua divulgação em massa, contribuíram com o projeto
de fazer do samba um dos símbolos de Brasil e alimentam a nostalgia daquele
bairro, que não existe mais, fazendo o passado parecer melhor que o presente.

5 REVISÃO DE LITERATURA

Embora letra de canção seja literatura, a análise de sambas e outros gêneros


populares brasileiros (marcha-rancho, no caso deste trabalho) fica incompleta se
isolamos a letra da música, do arranjo e da interpretação. Há casos em que são
compostas separadamente, mas sempre funcionam como uma unidade, em que o
6

texto obedece ao ritmo da música (na maior parte dos casos) e a interpretação,
sempre levada em conta pelos compositores, privilegia ambos. Além dos arranjos
que enfatizam os três componentes: letra, melodia e ritmo.
Há poucos estudos literários sobre o samba após os anos 1920. Em
compensação, há fértil bibliografia sobre a Praça Onze, sobre a canção brasileira e
sobre a formação da memória. Há também depoimentos de personagens que
viveram esta história, como João da Baiana, principal personagem focado nesta
pesquisa. Há ainda as 14 canções a serem analisadas, suas gravações e dados
sobre seus compositores em sites e enciclopédias sobre música popular brasileira.
Neste primeiro momento, a previsão é dividir a bibliografia básica em cinco
itens, a saber:

a) A gravação original das músicas


As canções sobre a Praça Onze foram selecionadas no site Música
Brasiliensis, de Daniella Thompson5 e encontradas no Youtube. Suas letras foram
transcritas da gravação. São as seguintes: Na Praça Onze (Francisco Gonçalves de
Oliveira, com Teobaldo Marques da Gama; 1930), Moreno Cor de Bronze (Custódio
Mesquita, com Aurora Miranda; 1934), Cansado de Sambar (Assis Valente, com o
Bando da Lua; 1937), Praça Onze (Herivelto Martins/Grande Otelo, com o Trio de
Ouro; 1941), Voz do Morro (Geraldo Pereira/Moreira da Silva, com Moreira da Silva;
1942), Bom Dia, Avenida (Herivelto Martins/Grande Otelo, com o Trio de Ouro;
1943), Rancho da Praça Onze (João Roberto Kelly/Francisco “Chico” Anísio, com
Dalva de Oliveira; 1964), Tempos Idos (Cartola/Carlos Cachaça, com Odete Amaral
e Cartola; 1968), Samba, Marca Registrada do Brasil (Dico da Viola/Jurandir
Pacheco; 1977), Praça 11, Berço do Samba (Zé Kéti, com o autor; 1982), Bumbum
paticumbum prugurundum (Beto sem Braço/Aluísio Machado, com Quinzinho;
1982).
Além dessas, há três músicas de João da Baiana, Batuque na Cozinha (com
João da Baiana, Clementina de Jesus e Pixinguinha; 1968), “Quando a polícia
chegar” (com Clementina de Jesus e Cristina Buarque; 1981) e Cabide de Molambo
(com João da Baiana, Clementina de Jesus e Pixinguinha, 1968).

5Na seção Praça Onze in popular song.


http://daniellathompson.com/dTexts/Praca_Onze/praca_onze.htm. Acesso em 05/09/2018.
7

b) Sobre a história da Praça Onze e do samba


Há alentada bibliografia histórica sobre os dois temas que, muitas vezes, se
entrelaçam. A própria autora deste trabalho tem uma pesquisa sobre o bairro,
Negros e Judeus na Praça Onze. A história que não ficou na memória (2015), que
foi Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em História do Brasil na
Universidade Federal Fluminense (UFF), em 2008, com recomendação para que
virasse uma dissertação de mestrado. No entanto, para ampliar horizontes, optou-se
por outros autores que tratam do tema, como o antropólogo Hermano Viana (O
mistério do Samba, 1995) e os historiadores Roberto Moura (Tia Ciata e a
pequena África do Brasil, 1995) e Mônica Velloso (As tias baianas tomam conta
do pedaço, 1990).
Vianna analisa as relações da elite cultural e econômica brasileira do início
século XX com os sambistas e como o samba, de manifestação cultural reprimida à
época, se tornou símbolo nacional a partir da Revolução de 1930. Moura relata
como os negros baianos ex-escravos e/ou descendentes deles se estabeleceram no
Rio e como mesclaram sua cultura com elementos europeus para criar um
amálgama local, cuja maior manifestação é a música. E Mônica Velloso destaca a
importância das mulheres na ocupação do espaço das regiões pobres do Rio de
Janeiro e como, por meio delas, se estabeleceu uma cultura mestiça.

c) Sobre a relação música e letra


Não se localizaram estudos que abordem especificamente a relação letra e
música de sambas (exceto os pioneiros e os letristas da Bossa Nova e da MPB6),
mas há uma pequena, porém detalhada, bibliografia sobre esse tema em outros
gêneros musicais. Nesse caso está o livro O século da Canção (2008), de Luiz
Tatit, em que se conta como a dicção informal dos negros em suas festas virou
canção com a abertura do mercado fonográfico no Brasil. Da coletânea Palavra
Cantada: estudos transdisciplinares (organizada por Cláudia Neiva de Matos,
Fernanda Teixeira de Medeiros e Leonardo Davino de Oliveira) foi utilizado o artigo
“A palavra, o verso e o canto: repente e cordel no Nordeste do Brasil” (2014), de
João Miguel Manzolillo Sautchuck, que evidencia serem letra e música uma unidade

6 MPB é uma sigla controversa. Significa música popular brasileira, mas abarca só um recorte da
produção. Foi criada nos anos 1960 por jovens universitários e/ou da classe média que faziam
samba, mas queriam diferenciar-se dos sambistas tradicionais do morro ou dos subúrbios cariocas,
geralmente negros. Assim, grosso modo, Chico Buarque de Holanda e Sidney Miller fariam MPB,
Paulinho da Viola e Zé Keti seriam sambistas.
8

indivisível. Palavra de bamba: estudo léxico-discursivo de pioneiros do samba


(2009), de Flávio Aguiar Barbosa, conceitua o discurso na música e enumera as
palavras que mais aparecem nas canções. Há ainda o artigo “O lugar da poesia
brasileira contemporânea: um mapa da produção” (2008), em que Sylvia Helena
Cyntrão cria categorias para analisar a produção lançada em livros nos anos 1990 e
2000. Ela também faz as perguntas que podem nortear este estudo:

Quem é o escritor de poesia [o compositor, o arranjador, quando


identificado, e o cantor de samba]? Sobre o que escreve, quais são
seus temas? Qual verso usa? Que tipo de imagem (tropos) utiliza?
Qual o universo semântico de seu léxico? Quais são os gêneros com
que dialoga? Qual a relação com o universo da prosa? Os textos
poéticos tentam falar por si ou falam por um determinado grupo
social? Eis algumas perguntas que devem ser feitas ao texto de
poesia contemporânea [e aos sambas] (CYNTRÃO, 2008, p. 84).

Este texto também foi escolhido porque os poetas analisados, em sua


maioria, criam seus poemas para serem ouvidos, primeiramente, e muitos só foram
publicados em livros depois. É o mesmo caso das músicas sobre a Praça Onze que,
como se verá, foram compostas para serem cantadas em grupo (caso dos sambas
de João da Baiana) e/ou gravadas e tocadas no rádio, em teatros ou em reuniões
sociais, como nos informam os pesquisadores que estudam a história do samba.

d) Sobre João da Baiana outros músicos


Para obter dados biográficos dos compositores, cantores e instrumentistas, a
fonte apropriada é o Dicionário Cravo Albin de música popular brasileira7. Há
ainda o depoimento de João da Baiana ao Museu da Imagem e do Som do Rio de
Janeiro (MIS-RJ), em 1966. Neste, ele canta e se acompanha com palmas. O que
permite cotejar a música como foi feita e como foi embrulhada para o público.

e) Sobre memória e nostalgia


Há o artigo “Memória, esquecimento e silêncio” (1989), de Michel Pollak, em
que se analisa como a memória coletiva e a individual se influenciam mutuamente e
como ambas podem ser trabalhadas, mas nunca apagadas.

7 http://dicionariompb.com.br/joao-da-bahiana/biografia. Acesso em 05/09/2018. Aqui, apenas um


exemplo, o verbete João da Baiana.
9

6 JUSTIFICATIVA

Este trabalho evidencia que o samba conta o que vive e o que pensa a
população que o produz e que consome, retrata a época em que foi criado e perdura
como recado para as gerações seguintes. Tal como os cânones literários, sambas
clássicos atravessam gerações e fortalecem a sensação de pertencimento (ou a
catarse) de quem os ouve e/ou canta. Fez-se o recorte de 14 canções em torno da
Praça Onze, dos anos 1930 aos anos 1980, para explorar os caminhos desse
processo. O objetivo é preencher uma lacuna nos estudos literários sobre a música
popular brasileira. Há muitos trabalhos sobre o período inicial (de sua formação em
meados do século XIX até os anos 1930) e outra boa quantidade abordando a
segunda metade do século XX (a partir da Bossa Nova). No entanto, num
levantamento preliminar, como já foi dito, pouco se encontrou sobre o samba a partir
dos anos 1930, como se houvesse um hiato. A ideia é mostrar que há uma
continuidade na produção do gênero que se tornou um dos símbolos do Brasil.

7 METODOLOGIA

A pesquisa se firma em três pilares: as músicas, o contexto em que foram


criadas e a contribuição delas para a identidade brasileira e a nostalgia da Praça
Onze. Além do levantamento bibliográfico, serão feitas entrevistas com profissionais
de música e serão utilizados depoimentos de músicos já falecidos ao Museu da
Imagem e do Som do Rio de Janeiro.
- Nas músicas, buscaremos verificar que sentido lhes deram seus compositores,
seus intérpretes e o produtor/arranjador da gravação8. Haverá atenção a figuras de
linguagem recorrentes e também ao arranjo e interpretação.
- As entrevistas previstas são três:
a) O produtor e maestro Paulão 7 Cordas9 traduzirá as questões teórico-musicais e
falará sobre os arranjos e formas de interpretar o samba.

8
Produtor fonográfico é o profissional, geralmente músico, que decide como será gravado um disco
e/ou uma música, do repertório ao andamento, os instrumentos que serão utilizados, a sonoridade da
música e até a interpretação do cantor e/ou cantora, além das vozes do coro e a mixagem (mistura
dos sons) e masterização (equalização) da(s) música(s). Grosso modo, seria como o orientador num
trabalho acadêmico. O músico e mestre em Comunicação Social Luís Filipe de Lima tem textos sobre
essa função, que não entraram aqui pela limitação de dez referências bibliográficas. No período
estudado (1920/1982), os dois principais produtores fonográficos do Brasil eram Pixinguinha e
Radamés Gnatalli.
10

b) A professora de Canto Popular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)


Clara Sandroni falará sobre as especificidades da interpretação do samba. Nos anos
1980, ela era cantora profissional especializada em samba.
c) Hermínio Bello de Carvalho, produtor dos discos em que o João da Baiana
cantou, Gente da antiga (1968, Odeon) e Pixinguinha e sua gente em tempo de
Velha Guarda (Odeon 1969), além de O samba é minha nobreza (2000), antologia
fonográfica do gênero com músicos deste século.
- A abordagem envolverá Estudos Culturais (para contextualizar o ambiente em que
as músicas surgiram) e a análise de Sylvia Cyntrão, já citada anteriormente.
- Como os sambistas, inicialmente, não eram profissionais (BARBOSA, 2009, e
TATIT, 2008) pretende-se verificar o que mudou nas composições quando o rádio e
a gravação de discos possibilitaram a profissionalização de seus compositores, que
podiam então manter-se (ou empenhar-se para tal) com sua produção musical.
- Consultando a bibliografia sobre a época, pretende-se também entender como e
por que o samba se tornou um dos símbolos nacionais a partir dos anos 1930
(VIANA, 1995; TATIT, 2008) e qual a importância dessas músicas para sentimento
de nostalgia do local e do tempo em que foram produzidos.

9
Nome artístico de Paulo Roberto Pereira de Araújo, que assina arranjos e produção de discos das
Velhas Guardas das escolas de samba, individuais ou em grupo e também a produção da coletânea
O samba é minha nobreza (2000), organizada por Hermínio Bello de Carvalho (que será
entrevistado também, como se verá adiante)..
11

8 CRONOGRAMA

Período 2018 2019 2020

Etapa Mar./ Maio Jul./ Set./ Nov./ Jan./ Mar./ Mai./ Jul./ Set./ Nov./ Fev./ Abr./ Jun./ Ago./
Abr. Jun. Ago. Out. Dez. Fev. Abr. Jun. Ago. Out. Dez. Mar. Maio Jul. Set.
Levantamento X X X
bibliográfico

Montagem do X X
Projeto

Coleta de X X
dados
biográficos

Tratamento e X X
análise dos
dados

Elaboração da X X X X
Dissertação

Revisão do X X X X X
texto

Entrega da X
dissertação /
Qualificação

Entrega da X
dissertação /
Defesa

9 ESQUEMA DE TRABALHO

1 INTRODUÇÃO
2 ONDE E COMO A PRAÇA ONZE ACONTECEU?
2.1 O QUE FOI E COMO FOI A PRAÇA ONZE?
2.2 QUEM ERAM OS SAMBISTAS?
2.3 COMO O SAMBA NASCEU, CRESCEU E APARECEU?
3 QUEM AJUDA A CONTAR ESSA HISTÓRIA?
3.1. POR QUE OS ESTUDOS CULTURAIS?
3.2. COMO ANALISAR CADA CANÇÃO?
4 QUEM CONTA UM CONTO AUMENTA UM PONTO?
4.1 NA PRAÇA ONZE DE JUNHO, ENTREI NA RODA DE SAMBA
4.2 VÃO ACABAR COM A PRAÇA ONZE
12

4.3 A PRAÇA EXISTE, ALEGRE OU TRISTE, EM NOSSA IMAGINAÇÃO


5 NÃO ME BOTA NO XADREZ COM ESSE MALANDRÃO
5.1 JOÃO DA BAIANA POR ELE MESMO
5.2 FESTA NA PRAÇA ONDE: BATUQUE NA COZINHA
5.3. A MULHER É DONA DE SEU NARIZ: QUANDO A POLÍCIA CHEGAR
5.4. VIDA DURA DO SAMBISTA: CABIDE DE MOLAMBO
6 EU CANTO PRA ESQUECER A NOSTALGIA
6.1. COMO SE CRIA A MEMÓRIA?
6.2. A PRAÇA ONZE E A NOSTALGIA
CONCLUSÃO
13

REFERÊNCIAS
BAIANA, João. João Machado Guedes. Depoimento para o Museu da Imagem e do
Som do Rio de Janeiro (MIS-RJ), a Hermínio Bello de Carvalho e Aluísio Alencar
Pinto. Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1996.

BARBOSA, Flávio de Aguiar. Palavra de bamba: estudo léxico-discursivo de


pioneiros do samba carioca. Tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação
em Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 2009.

CYNTRÃO, Sylvia Helena. “O lugar da poesia brasileira contemporânea: um mapa


da produção”. Ipotesi. v12, n 2, Juiz de Fora. UFJF. julho/dezembro 2008.
Disponível em http://www.ufjf.br/revistaipotesi/files/2011/04/8-O-lugar-da-poesia-
brasileira-contempor%C3%A2nea-um-mapa-da-produ%C3%A7%C3%A3o.pdf.
Acesso em 29/09/2018

SAUTCHUK, João M. M., “A palavra, o verso e o canto: repente e cordel no


Nordeste do Brasil”. In Palavra cantada: estudos transdisciplinares, MATOS,
Claudia N.; MEDEIROS, Fernanda T. e OLIVEIRA, Leonardo D. org. Rio de
Janeiro, Eduerj. 2014.

MOURA, Roberto. Tia Ciata e a Pequena África do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro.
Coleção Carioca. Volume 32. Prefeitura do Rio. 1995

POLLAK, Michel. “Memória, Esquecimento, Silêncio”. Revista Estudos Históricos


volume 2, número 3: Cpdoc, Fundação Getúlio Vargas, 1989

TATIT, Luiz. O século da canção. São Paulo: Ateliê editorial. 2008

VELLOSO, Mônica P. As Tias Baianas tomam Conta do Pedaço. Espaço e


Identidade Cultural no Rio de Janeiro. Revista Estudos Históricos volume 3,
número 6: Cpdoc, Fundação Getúlio Vargas, 1990. p. 207-228

VIANA, Hermano. O mistério do samba. 2ª edição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar


Editor. Editora UFRJ. 1995

REFERÊNCIAS FONOGRÁFICAS

BAIANA, João da (João Machado Guedes). Batuque na cozinha (canta o autor). In


Gente da Antiga. Rio de Janeiro. Odeon. 1968. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=c2EZ9NzVWzE . Acesso em 08/10/2018.

______ . Quando a polícia chegar (cantam Clementina de Jesus e Cristina


Buarque). Cristina. Rio de Janeiro. Ariola. 1981. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=hMb0YQbjg1 . Acesso em 08/10/2018.

______ . Cabide de molambo (canta o autor). Rio de Janeiro. Odeon. 1968.


Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=ayxyE-vBPwk. Acesso em
09/10/2018.
14

CARTOLA. (Angenor Oliveira) e CACHAÇA, Carlos (Carlos Moreira Castro).


Tempos idos, in Fala Mangueira. Cantam Cartola e Odete Amaral. Rio de Janeiro.
Odeon. 1968. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=kT2P8qwJCr8.
Acesso em 08/10/2018.

KELLY, João Roberto e ANÍSIO, Francisco. Rancho da Praça Onze. Canta Dalva
de Oliveira. Rio de Janeiro. Odeon. 1964. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=tFNDqYTxeyc. Acesso em 08/10/2018.

KETI, Zé (José Flores Jesus). Praça Onze, berço do samba. Rio de Janeiro. CID.
1982. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=efdmPrcge8o. Acesso em
08/10/2018.

MARTINS, Herivelto e OTELO, Grande (Sebastião Prata). Praça Onze. Canta o Trio
de Ouro. Rio de Janeiro. Columbia. 1942. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=IwhhXeGzNec. Acesso em 08/10/2018.

______. ______ Bom dia, avenida. Canta o Trio de Ouro. Rio de Janeiro. Odeon.
1944. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=xZkzpay1rjo. Acesso em
08/10/2018.

MESQUITA, Custódio. Moreno cor de bronze. Canta Aurora Miranda. Rio de


Janeiro, Odeon. 1934. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=8G16cob48jE&t=10s. Acesso em 08/10/2018.

OLIVEIRA, Francisco Gonçalves. Na Praça Onze. Canta Teobaldo Marques. Rio de


Janeiro. Parlophon. 1931. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=-
jKqFbwh9i0. Acesso em 07/10/2018.

SEM BRAÇO, Beto. (Laudemir Casemiro) e MACHADO, Aluísio. Bumbum


paticundum prucurundum. Canta Quinzinho. Rio de Janeiro. Som Livre. 1981.
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=HsR3vUb9Mug. Acesso em
08/10/2018.

VALENTE, Assis. Cansado de sambar. Canta o Bando da Lua. Rio de Janeiro. RCA
Victor. 1937. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=h9637ANDItI. Acesso
em 08/10/2018.

VIOLA, Dico da e PACHECO, Jurandir. Samba, marca registrada do Brasil. Rio de


Janeiro. Som Livre. 1976. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=0YFV74FHW4A.Acesso em 08/10/2018.
15

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JUIZ DE FORA

PROJETO DE PESQUISA

VEM DA ALMA DA NOSSA GENTE:


ALGUNS SAMBAS E UM SAMBISTA DA PRAÇA ONZE

Juiz de Fora, 14 de junho de 2018.

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Beatriz Coelho Silva


Mestranda

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Prof. Dr. Alex Martoni


Orientador

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