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A teníase e a cisticercose são causadas pela mesma espécie, porém com fase de vida diferente.
A teníase é uma alteração provocada pela presença da forma adulta da T. solium ou da T.
saginata no intestino delgado do hospedeiro definitivo, os humanos; já a cisticercose é a
alteração provocada pela presença da larva (vulgarmente denominada canjiquinha) nos
tecidos de hospedeiros intermediários normais, respectivamente suínos e bovinos.
Hospedeiros anômalos, como cães, gatos, macaco e humanos, podem albergar a forma larvar
da T. solium.
Morfologia
Verme adulto
Ovos
São esféricos, morfologicamente indistinguíveis. São constituídos por uma casca protetora,
embrióforo (formado por blocos de quitina). Internamente, encontra-se o embrião hexacanto
(com 6 ganchos), provido de três pares de acúleos e dupla membrana.
Cisticerco/Larva vesículada
Habitat
Tanto a T. solium como a T. saginata, na fase adulta ou reprodutiva, vivem no intestino
delgado humano; já o cisticerco da T. solium é encontrado no tecido subcutâneo, muscular,
cardíaco, cerebral e no olho de suínos e acidentalmente em humanos e cães. O cisticerco da
T. saginata é encontrado nos tecidos dos bovinos.
Ciclo biológico
Os humanos parasitados eliminam as proglotes grávidas cheias de ovos para o exterior. Em
alguns casos, durante a apólise pode ocorrer formação de hérnia entre as proglotes devido à
não-cicatrização nas superfícies de ruptura entre as mesmas, o que facilita a expulsão dos
ovos para a luz intestinal e a eliminação com as fezes. Um hospedeiro intermediário próprio
(suíno para T. solium e bovino para T. saginata) ingere os ovos, e os embrióforos (casca de
ovo) no estômago sofrem a ação da pepsina, que atua sobre a substância cementante dos
blocos de quitina. No intestino, as oncosferas sofrem a ação dos sais biliares, que são de
grande importância na sua ativação e liberação. Uma vez ativadas, as oncosferas liberam-se
do embrióforo e movimentam-se para a superfície no sentido da vilosidade, onde penetram
com auxílio dos acúleos. Permanecem nesse local durante cerca de quatro dias para
adaptarem-se às condições fisiológicas do novo hospedeiro. Em seguida, penetram nas
vênulas e atingem as veias e os linfáticos mesentéricos. Através da acorrente circulatória, são
transportadas por via sanguínea a todos os órgãos e tecidos do organismo até atingirem o
local de implantação por bloqueio do capilar. Posteriormente, atravessam a parede do vaso,
instalando-se nos tecidos circunvizinhos.
O cisticerco ingerido sofre a ação do suco gástrico, evagina-se e fixa-se, através do escólex, na
mucosa do intestino delgado, transformando-se em uma tênia adulta. Três meses após a
ingestão do cisticerco, inicia-se a eliminação de proglotes grávidas. A proglote grávida de T.
solium tem menor atividade locomotora que a de T. saginata. A T. solium tem uma
longevidade de três anos enquanto a T. saginata até dez anos.
Transmissão
Na teníase, o hospedeiro definitivo (humanos) infecta-se ao ingerir carne suína ou bovina,
crua ou malcozida, infetada, respectivamente, pelo cisticerco de cada espécie de Taenia.
A cisticercose humana é adquirida pela ingestão acidental de ovos viáveis da T. solium que
foram eliminados nas fezes de portadores de teníase.
Patogenia
Teníase
Devido ao longo período em que a T. solium ou T. saginata parasita o homem, elas podem
causar fenômenos tóxicos alérgicos, através de substâncias excretadas, provocar
hemorragias através da fixação na mucosa, destruir o epitélio e produzir inflamação com
infiltrado celular com hipo ou hipersecreção de muco. O acelerado crescimento do parasito
requer um considerável suplemento nutricional, que leva a uma competição com hospedeiro,
provocando consequências maléficas para o mesmo. Tonturas, astenia, apetite excessivo,
náuseas, vômitos, alargamento do abdômen, dores de vários graus de intensidade em
diferentes regiões do abdômen e perda de peso são alguns dos sintomas observados em
decorrência da infecção. Obstrução intestinal provocada pelo estróbilo, ou ainda a
penetração de uma proglote no apêndice, apesar de raras, já foram relatadas.
Cisticercose
A cisticercose humana é responsável por graves alterações nos tecidos, e grande variedade de
manifestações. E uma doença pleomórfica pela possibilidade de alojar-se o cisticerco em
diversas partes do organismo, como tecidos musculares ou subcutâneos; glândulas mamárias
(mais raramente); globo ocular e com mais frequência no sistema nervoso central, inclusive
intramedular, o que traz maiores repercussões clínicas. Os tipos de cisticercose são: ocular,
muscular e neural.
Diagnóstico: exame de fezes para verificar a presença de proglótes; exame de sangue pois há
um aumento de eosinófilos no soro durante infecções helmínticas. No caso da cisticercose,
não há a produção de anticorpos específicos, então o diagnostico é feito a partir da busca do
embrião nas fezes.